i UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL CONSTRUÇÃO E SELEÇÃO DE UMA BIBLIOTECA COMBINATORIAL DE ANTICORPOS CONTRA HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 1 Greice Japolla Orientador: Guilherme Rocha Lino de Souza GOIÂNIA 2014 ii GREICE JAPOLLA CONSTRUÇÃO E SELEÇÃO DE UMA BIBLIOTECA COMBINATORIAL DE ANTICORPOS CONTRA HERPESVÍRUS BOVINO TIPO 1 Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás Área de Concentração: Sanidade, Higiene e Tecnologia de Alimentos Linha de Pesquisa: Etiopatogenia, epidemiologia, diagnóstico e controle das doenças infecciosas dos animais Orientador: Prof. Dr. Guilherme Rocha Lino de Souza - UFG Comitê de Orientação: Prof. Dr.ª Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito - UFG Prof. Dr. Luiz Artur Mendes Bataus - UFG GOIÂNIA 2014 iii Dedico este árduo trabalho aos meus amados pais Osvaldo e Estela, que me apoiaram em todos os momentos e não mediram esforços para realização dos meus sonhos. iv AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus, por ter trilhado e iluminado meu caminho, me proporcionado saúde, coragem, disposição e sabedoria para que eu ingressasse e concluísse o curso de mestrado; Aos meus pais, Osvaldo e Estela, que sofreram com minha partida, mas nunca deixaram de me apoiar, obrigada pela vida e por terem me proporcionado todos os meios para meu crescimento pessoal e intelectual. Vocês são meu norte e porto seguro, sem os quais não seria possível chegar até aqui; A minha irmã, meu cunhado e sobrinhos, aos tios e avô, que mesmo com a enorme saudade nunca deixaram de me apoiar, amo vocês; Ao meu amigo, noivo e marido Lucas, que calmamente acompanhou minhas horas de tristeza, cansaço e nunca me desanimou, sempre esteve do meu lado apoiando. Obrigada por todo esse amor; Ao meu orientador Prof. Dr. Guilherme Rocha Lino de Souza, pela orientação nestes dois anos, pela paciência, dedicação e por ter me acompanhado nessa trajetória; À minha querida co-orientadora Prof.ª Dr.ª Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito, por ceder o laboratório e também o material necessário para parte experimental. Pelos ensinamentos não só acadêmicos, mas também de vida. Este trabalho não seria possível sem o seu primeiro “sim”, sou eternamente grata a você. Você foi uma mãe e sabe disso; Ao meu co-orientador Prof. Dr. Luiz Arthur e a todos do Instituto de Ciências Biológicas da UFG, obrigada por abrirem as portas do laboratório e por sempre estarem dispostos a ajudar; v Ao laboratório de virologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG, onde as professoras Fabíola e Menira, juntamente com a funcionária Keili, sempre estiveram dispostas a me ajudar, aprendi muito com vocês; Ao Prof. Dr. André Kipnis, do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da UFG, juntamente com seus alunos: Lazáro, Fábio, Duanne, Monalisa e Abadio por sempre sanar as inúmeras dúvidas que foram surgindo ao longo deste trabalho; A todos os amigos do curso de pós-graduação, Hidelbrando, Adriana, Thelma, Thales, Patrícia, Ana Carla, Ana Flávia, e em especial a Greyciele, obrigada pela amizade de vocês, pela ajuda e paciência, por compartilharmos muitos bons momentos e outros tantos de desespero e dúvidas; Ao programa de Pós-graduação em Ciência Animal da EVZ/UFG, e aos professores que o compõe pela disponibilização do conhecimento; À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes, pela concessão da bolsa de estudos; A todos que direta ou indiretamente também contribuíram para a concretização deste trabalho, todo o meu respeito e agradecimento; SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................1 2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................4 2.1 Características gerais dos herpesvírus..............................................................4 2.2 Estrutura viral.....................................................................................................5 2.3 Enfermidades associadas ao BoHV-1...............................................................6 2.4 Latência..............................................................................................................7 2.5 Aspectos epidemiológicos no Brasil...................................................................8 2.6 Testes Diagnósticos...........................................................................................9 2.7 Estrutura geral dos anticorpos.........................................................................13 2.8 Fragmento variável em cadeia única- scFv.....................................................15 2.9 Bibliotecas de Anticorpos Apresentadas em Fagos: Phage Display ..............16 3 OBJETIVOS........................................................................................................19 4 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................20 4.1 Local de desenvolvimento................................................................................20 4.2 Cultivo e Manutenção do Herpesvírus Bovino.................................................20 4.3 Imunizações das galinhas com o BoHV-1.......................................................20 4.4 Ensaio Imunoenzimático..................................................................................21 4.5 Extração de RNA total e síntese de cDNA.......................................................21 4.6 Amplificação dos fragmentos das cadeias leve (VL) e pesada (VH) de anticorpos de galinha.............................................................................................21 4.7 Produção dos fragmentos scFv – (Overlap) ...................................................22 4.8 Digestão dos fragmentos scFv e do vetor pComb3X.......................................23 4.9 Ligação dos fragmentos de DNA scFv com o vetor pComb3X........................24 4.10 Preparação de células XL1-Blue eletrocompetentes.....................................24 4.11 Transformação de células E. coli (XL1-Blue) por eletroporação....................25 4.12 Extração de DNA fagomidial e digestão das amostras para avaliação da variabilidade da biblioteca......................................................................................25 4.13 Expressão da biblioteca de anticorpos..........................................................26 4.14 Dot blot para análise da expressão da biblioteca..........................................26 4.15 Preparação do fago auxiliar VCSM13............................................................27 4.15.1 Obtenção do fago auxiliar...........................................................................27 vii 4.15.2 Amplificação do fago auxiliar......................................................................27 4.15.3 Determinação do título da preparação de fagos auxiliares.........................28 4.16 Expressão dos fragmentos de anticorpos scFv como proteínas de fusão na superfície de bacteriogafos filamentos – phage display........................................28 4.17 Seleção de partículas virais (scFv fusionados) ligantes ao BoHV-1Biopanning.............................................................................................................29 4.18 Ensaio imunoenzimático................................................................................31 4.19 Sequenciamento das cadeias variáveis pesadas dos clones selecionados..........................................................................................................31 4.20 Análise das sequências.................................................................................32 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..........................................................................33 5.1 Imunizações das aves com o BoHV-1.............................................................33 5.2 Amplificação dos fragmentos das cadeias leve (VL) e pesada (VH) de anticorpos de galinha e amplificação dos fragmentos scFv – (Overlap)................35 5.3 Construção da biblioteca combinatorial de anticorpos (scFv) e análise da diversidade desta biblioteca por enzima de restrição............................................36 5.4 Dot blot para análise da expressão da biblioteca............................................37 5.5 Seleção de partículas virais (scFv fusionados) ligantes ao BoHV-1Biopanning.............................................................................................................38 5.6 Análise da biblioteca pelo ELISA.....................................................................39 5.7 Sequenciamento das cadeias variáveis pesadas dos clones selecionados..........................................................................................................41 6 CONCLUSÕES...................................................................................................44 REFERÊNCIAS.....................................................................................................45 viii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1:Representação esquemática da molécula de anticorpo e seus principais fragmentos.............................................................................................13 FIGURA 2: Representação esquemática de um fago filamentoso........................18 FIGURA 3: Representação esquemática do vetor Pcomb3X................................24 FIGURA 4: Resposta de anticorpos em soros de galinhas imunizadas com o BoHV-1 e MEIO MEM............................................................................................33 FIGURA 5: Análise estatística dos soros pré e pós imunes e do controle negativo..................................................................................................................34 FIGURA 6: Amplificação dos fragmentos das cadeias leve (VL) e pesada (VH) de anticorpos de galinha.............................................................................................35 FIGURA 7: Clones digeridos com enzima de restrição BstNI................................36 FIGURA 8: Análise por dot blot dos clones expressando fragmentos scFv..........37 FIGURA 9: Seleção de fagos, expressando as diferentes formas scFvs..............38 FIGURA 10: Imunoensaio dos clones do ciclo 6 contra o hespersvírus bovino tipo 1.............................................................................................................................39 FIGURA 11: Gel de agarose 2% dos DNA extraídos dos clones do sexto ciclo de seleção...................................................................................................................41 FIGURA 12: Alinhamento das cadeias variáveis pesadas dos clones do 6º ciclo de seleção...................................................................................................................43 ix RESUMO O herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1) é reconhecido como um importante patógeno de perdas econômicas em bovinos, causando nestes animais enfermidades conhecidas como Rinotraqueite Infecciosa Bovina (IBR), vulvovaginite pustular infecciosa, balanopostite infecciosa e desordens neurológicas. Para um efetivo controle destas enfermidades, o diagnóstico correto se faz necessário, porém nenhuma dos testes disponíveis possibilita um resultado rápido feito a campo. Considerando isto, o objetivo deste estudo foi construir uma biblioteca combinatorial de anticorpos, para que esta seja futuramente utilizada no desenvolvimento de novas abordagens diagnósticas. Duas galinhas da raça White Leghorn foram imunizadas com 105,5 DICC50/mL de BoHV-1, as aves foram necropsiadas, seus baços retirados para extração de RNA total, síntese de cDNA, amplificação dos fragmentos gênicos codificantes das cadeias leve (VL) e pesada (VH) e produção de fragmentos scF(v). Estes fragmentos foram clonados em vetores fagomidiais, expressos como proteínas de fusão em bacteriófagos filamentosos e amplificados pela infecção de bactérias E.coli. Foi realizada a seleção de partículas virais (scFv fusionados) ligantes ao BoHV-1 (biopanning) através de seis ciclos. A afinidade da biblioteca de anticorpos scFv ao BoHV-1 observada no teste de ELISA mostra que os fragmentos produzidos são reativos ao vírus, sendo possível a utilização destes anticorpos no desenvolvimento de novas plataformas de diagnóstico. Os resultados de sequenciamento mostraram uma diminuição da variabilidade em comparação ao dot blot realizado anteriormente, sendo uma característica desejável neste processo, porém não foi possível sequenciar os clones de modo eficiente, verificando-se, portanto, a necessidade de analisar de forma mais aprofundada os resultados obtidos . Palavras-chave: imunoglobulinas, fragmento scFv, phage display. x ABSTRACT Bovine herpesvirus type 1 ( BHV - 1 ) is recognized as an important pathogen of economic losses in cattle , these animals causing diseases known as infectious bovine rhinotracheitis ( IBR ) , infectious pustular vulvovaginitis , infectious balanoposthitis and neurological disorders . For effective control of these diseases, the correct diagnosis is necessary, but none of the available tests enables a quick result made the field. Considering this, the aim of this study was to construct a combinatorial antibody library, for it to be used in the future development of new diagnostic approaches . Two breed White Leghorn chickens were immunized with 105.5 TCID50/ml of BoHV - 1, birds were necropsied , their spleens removed for total RNA extraction , cDNA synthesis , amplification of gene fragments encoding the light chain ( VL ) and heavy ( VH ) and production of scFv ( v) fragments. These fragments were cloned into vectors fagomidiais expressed as fusion proteins on filamentous phage and amplified by infection of E. coli. Selection of viral particles ( fused scFv) binding to the BHV -1 ( biopanning ) by six cycles were performed. The affinity of the scFv antibody library BHV -1 observed in ELISA shows that the produced fragments are reactive to HIV, the use of such antibodies in the development of new diagnostic platforms is possible . The sequencing results showed a reduction of variability in comparison to the dot blot previously performed, and a desirable feature of this process , however, it was possible to sequence the clones efficiently, it has been found , therefore, a need to further analyze the shape of results Keywords: immunoglobulins, scFv fragment, phage display. 1 INTRODUÇÃO O Brasil é um grande produtor e exportador de carne bovina, sendo o centro-oeste brasileiro a principal região detentora de rebanho bovino, com 34,4% do efetivo nacional. O Estado de Goiás possui o quarto maior rebanho do País com uma população bovina de, aproximadamente, 21 milhões de animais, cerca de 10% do total do nacional (IBGE 2010). Estas posições são ameaçadas, pois o rebanho bovino está exposto a agentes causadores de enfermidades que afetam diretamente a sua produtividade, destacando-se desta forma a importância em relação à sanidade dos animais. Os principais microrganismos causadores de doenças nos bovinos são bactérias, protozoários e vírus. No grupo dos vírus são encontrados os herpesvírus causadores de diversas manifestações clínicas e consequentes prejuízos para pecuária mundial. Estima-se que as perdas geradas por enfermidades relacionadas aos herpesvírus alcancem um bilhão de dólares por ano em todo o mundo (DEL MÉDICO ZAJAC et al., 2010). O herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1) pertence a família Herpesviridae, sub-família Alphaherpesvirinae, gênero Varicellovirus. Uma das características desta família refere-se à capacidade de estabelecer infecções latentes (THIRY et al., 2005), ou seja, o vírus persiste no organismo do animal de forma silenciosa, não detectável por procedimentos virológicos usuais podendo ser reativado e reexcretado possibilitando a multiplicação viral. O BoHV-1 é um vírus neurotrópico que está associado a uma variedade de afecções clínicas, incluindo rinotraqueíte (IBR), conjuntivite, infecções genitais e abortos (ENGELS & ACKERMANN, 1996). Embora existam diferenças na prevalência e incidência da infecção pelo BoHV-1, este encontra-se presente em todos os continentes (D’ARCE et al., 2002; GUARINO et al., 2007; FRANCO & ROEHE, 2007). Em Goiás, a primeira identificação de anticorpos contra o vírus foi na década de 80 (ANUNCIAÇÃO et al., 1989). Posteriormente, vários levantamentos sorológicos executados no Brasil demostraram a alta frequência de animais soropositivos (CERQUEIRA et al., 2000; MÉDICI et al., 2000; TAKIUCHI et al., 2001; VIEIRA et al., 2003; BARBOSA et al., 2005; DIAS, 2006; DEL FAVA et al., 2007; SOUSA et al., 2009; AFFONSO, 2010; AMARAL, 2013; DIAS et al., 2013 ). 2 Para um efetivo controle das enfermidades causadas por esses vírus é necessário um correto diagnóstico dos mesmos, várias técnicas de diagnóstico vêm sendo utilizadas, incluindo entre outras, testes de isolamento viral, técnicas sorológicas como soroneutralização e ensaio imunoenzimático (ELISA), e técnicas moleculares como a reação em cadeia pela polimerase (PCR). Na maioria dos laboratórios, a técnica de diagnóstico utilizada é o ensaio de ELISA (“Enzyme-Linked Immunosorbent Assay”), no entanto, o método mais seguro para se diagnosticar uma infecção é o isolamento e a caracterização do agente infeccioso, porém, isto nem sempre é possível ou prático por várias razões como pela inexistência de métodos simples, práticos ou seguros para o isolamento ou cultivo viral (WHO & TDR, 2010). O teste de ELISA possibilita a detecção de anticorpos contra o vírus. Algumas das desvantagens dessa técnica é a necessidade de equipamento especializado, manipulação de reagentes e custo de aquisição de kit, levando alguns laboratórios produzir e padronizar seu próprio material. Outra questão seria a impossibilidade de diferenciar anticorpos produzidos em resposta à infecção natural daqueles produzidos pela vacinação, sendo que, a vacina é uma forma de controle do vírus e é utilizada no Brasil. (TEIXEIRA et al., 2001; SPILKI et al., 2005; BAUERMANN et al., 2010). A utilização de fragmentos de anticorpos no desenvolvimento de testes diagnósticos é uma opção interessante levando em consideração os pontos negativos apresentados por algumas técnicas. Uma tecnologia que tem contribuído com a produção destes fragmentos é a técnica de Phage Display, que também vem sendo amplamente utilizada na busca de peptídeos e proteínas com diversas atividades biológicas (SOUZA, 2007; NASCIMENTO, 2009; CARDOSO, 2008; OZAKI, 2011). A técnica de Phage Display baseia-se no desenvolvimento de uma biblioteca de apresentação de fragmentos de anticorpos monoclonais (scFv single chain Fv) em bacteriofagos, a fim de se selecionar clones relevantes, produtores de anticorpos (scFv) para o antígeno desejado. Para obtenção de anticorpos monoclonais, as aves são bastante utilizadas por apresentarem vantagens quando comparadas aos mamíferos, uma delas é devido a maior facilidade de obtenção das sequencias codificadoras das regiões variáveis de anticorpos, pois possuem apenas um gene VH e um gene VL funcional, que têm alteradas suas sequencias internas (CDRs - Regiões Determinantes de 3 Complementariedade) pela inserção de segmentos de pseudogenes. Assim, apenas um par de iniciadores e necessário para a amplificação dos genes codificadores de cada cadeia de imunoglobulina (leve e pesada) e, por conseguinte, a construcao da biblioteca de anticorpos se torna relativamente mais simples (BARBAS et al., 2001; SOUZA, 2007). A construção de uma biblioteca de anticorpos especifica ao BoHV-1 possibilitara a utilização desta no desenvolvimento de testes diagnósticos rápidos para detecção de antígenos do vírus em bovinos, sendo que a detecção rápida de animais doentes feita a campo auxiliaria no controle da enfermidade evitando maiores prejuízos. 4 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Características gerais dos herpesvírus Os herpesvírus Herpesviridae, que se fazem divide parte em três da ordem Herpesvirales, sub-famílias: família Alphaherpesvirinae, Betaherpesvirinae e Gammaherpesvirinae, englobando vírus que ocorrem em diversas espécies animais, como moluscos, peixes, anfíbios, répteis, pássaros e mamíferos. Diferente das outras duas sub-famílias, os alfaherpesvírus apresentam um ciclo de replicação rápido e lítico tanto in vitro quanto in vivo, e possuem capacidade de infectar células epiteliais e nervosas, estabelecendo infecção latente em neurônios de gânglios do sistema nervoso (ROIZMAN et al., 1992; DAVISON et al., 2009; ICTV, 2012). Os membros da sub-família Betaherpesvirinae replicam lentamente, também estabelecem latência e possuem poucos hospedeiros (ROIZMAN & KNIPE, 2001). Já os vírus da subfamília Gammaherpesvirinae infectam linfócitos de forma lítica ou latente e alguns deles possuem potencial oncogênico (FRANCO & ROEHE, 2007; FRANCO et al., 2012). Os herpesvírus que mais frequentemente infectam os bovinos são: herpesvírus bovino (BoHV) tipo 1, BoHV-2, BoHV-4 e BoHV-5. Os tipos BoHV-1 e 5 pertencem ao gênero Varicellovirus da sub-família Alphaherpesvirinae, o BoHV2 pertence ao gênero Simplexvirus, também um Alphaherpesvirus e é responsável pela mamilite herpética bovina, o BoHV-4 pertence a subfamília Gammaherpesvirina, ao qual ainda não foi atribuído ser causa de nenhuma patologia específica. O BOHV-5 subdivide-se em BoHV-5a, BoHV-5b e BoHV5na/nb e causam doenças neurológicas. O BoHV-1 tem grande impacto na bovinocultura e subdivide-se em BoHV-1.1, BoHV-1.2a e BoHV-1.2b responsáveis pela rinotraqueíte infecciosa bovina, aborto, vulvovaginite pustular infecciosa, balanopostite infecciosa e desordens neurológicas. O impacto econômico traduzse entre outros por morte embrionária, aborto, nascimento de animais debilitados, redução da eficiência reprodutiva de matrizes e touros, diminuição de conversão alimentar e retardo no crescimento de animais jovens, diminuição da produção 5 leiteira (D’ARCE et al., 2002; OLIVEIRA, 2006; SILVA et al., 2007; BATISTA et al., 2010). Os bovinos também podem ser infectados naturalmente por outros herpesvírus animais: o herpesvírus ovino tipo 2 (OvHV-2) e o herpesvírus alcelafino tipo 1 (AlHV-1), agentes etiológicos da febre catarral maligna, além do hespesvírus suíno tipo 1 (SuHV-1) causador da doença de Aujeszky/pseudoraiva. A ocorrência destas infecções em bovinos não é alta, mas quando ocorre pode ser fatal (DAVISON et al., 2009; FRANCO et al., 2012). A latência é uma característica marcante dos herpesvírus, aonde o vírus persiste no organismo do animal de forma silenciosa, não detectável por procedimentos virológicos usuais. Durante o período de latência não ocorre à expressão de genes virais requeridos para uma infecção produtiva, não ocorrendo assim à produção de vírus infeccioso (PASTORET & THIRY, 1985). A reativação viral pode ocorrer após a exposição a estímulos naturais (estresse, transporte, parto, desmame) ou por tratamento com corticosteroides (JONES et al., 2006). 2.2 Estrutura viral A estrutura da partícula viral do BoHV-1 consiste em um núcleo (ou core) que contém o genoma viral contendo uma molécula de DNA de fita dupla linear; um capsídeo icosaédrico de aproximadamente 100 a 110 nm de diâmetro envolvendo o núcleo; uma proteica camada amorfa, chamada tegumento, que recobre o capsídeo; e um envelope lipoprotéico contendo espículas de glicoproteínas na sua superfície. O diâmetro dos vírions varia entre 120 e 300 nm. (ICTVDB MANAGEMENT, 2006; FRANCO & ROEHE, 2007). O genoma viral é constituído por uma molécula de DNA linear de dupla fita viral, pode ser dividido em uma região longa (UL) e uma região curta (US) cercada por duas regiões repetidas e invertidas, sendo uma interna (IR) e outra terminal (TR) (DELHON et al., 2003). O genoma codifica em torno de 70 proteínas, entre elas as glicoproteínas inseridas no envelope viral. Essas glicoproteínas são conhecidas como: gB, gC, gD, gE, gI, gH, gL, gG, gK e gM, na qual apresentam diferentes funções na replicação e na interação vírus-célula (SCHWYZER & ACKERMANN, 1996). 6 A gB e a gC são as principais glicoproteínas envolvidas no processo de adsorção dos vírions à superfície das células hospedeiras. A gD é uma glicoproteína essencial para a replicação viral e sugere-se que também esteja envolvida na adsorção, penetração e fusão celular. A gC vem sendo estudada para o desenvolvimento de testes diagnósticos, como a PCR e suas variações (nested PCR e multiplex PCR) para a detecção de BoHV-1 ou diferenciação deste do tipo 5. (ESTEVES et al., 2003; CLAUS et al., 2005; CLAUS et al., 2007; ESTEVES, 2007; SILVA, 2009). Há também estudos que utilizam a gC como antígenos, produzindo anticorpos monoclonais diferenciais entre BoHV-1.1 e BoHV-1.2, bem como provas tipo ELISA diferenciais entre BoHV-1.1 e 1.2 e BoHV-1 e BoHV-5 ( RIJSEWIJK et al., 1999; SPILKI et al., 2005). A gE tem sido alvo de deleção para a produção de vacinas diferenciais (HÜBNER et al., 2005). Através da clonagem e expressão de um fragmento da glicoproteína E do BoHV-1 é possível a realização de testes com intuito de diferenciação sorológica entre animais vacinados e animais infectados com o vírus de campo (OLIVEIRA, 2012). Para que ocorra a replicação viral, a interação de algumas glicoproteínas com a célula hospedeira é essencial. Todo processo desta multiplicação segue as etapas de: adsorção; penetração; transporte do nucleocapsídeo e proteínas virais contidas no tegumento ao núcleo das células infectadas; transcrição, replicação e síntese do DNA e proteínas virais; montagem e preenchimento dos capsídeos e por fim liberação da progênie infecciosa. A ocorrência destas fases garante a replicação dos vírus e a possível disseminação das doenças (ROIZMAN & KNIPE, 2001). 2.3 Enfermidades associadas ao BoHV-1 O BoHV-1 é um vírus que está associado a uma variedade de afecções clínicas, os isolados de campo do vírus podem ser divididos em três diferentes genótipos: 1 (BoHV-1.1), 2a (BoHV-1.2a) e 2b (BoHV-1.2b). Esta subdivisão em genótipos foi proposta com base em características genômicas e antigênicas. Entretanto, associações de determinados genótipos com certos quadros clínicos foram também evidenciadas (FRANCO & ROEHE, 2007). O subtipo 1 (BoHV- 1.1) 7 geralmente está relacionado ao grupo que causa doença respiratória clássica; o subtipo 2a (BoHV-1.2a) abrange as cepas associadas com a rinotraqueite infecciosa bovina/vulvovaginite pustular infecciosa (IBR/IPV) e abortos, enquanto o subtipo 2b (BoHV-1.2b) causa vulvovaginite ou balanopostite, mas geralmente não está associado com abortos (MILLER, 1991). A forma respiratória é caracterizada por corrimento nasal, aumento da temperatura corporal, lesões erosivas na mucosa nasal, rinite e dispneia, quando associada a infecção bacteriana secundária, pode desenvolver pneumonia (TAKIUCHI et al., 2001). Na forma reprodutiva os animais podem apresentar repetição de cio, mortalidade embrionária, natimortos, nascimento de bezerros fracos e abortos que leva a uma redução dos índices reprodutivos dos rebanhos infectados (TAKIUCHI et al., 2005). Esporadicamente, o BoHV-1 também tem sido isolado de casos de doença neurológica (ENGELS & ACKERMANN, 1996; ROIZMAN & PELLETT, 2001; SILVA et al., 2007; HENZEL et al., 2008; BATISTA et al., 2010), relatos recentes atribuem a ocorrência de encefalites à infecção por BoHV-1 e BoHV1.2b, sendo este último o menos patogênico (BATISTA et al., 2010), porém a maioria das informações sobre enfermidade neurológica, são associadas apenas com o herpesvírus bovino tipo 5. O vírus pode infectar fetos, ocasionando morte fetal seguido de aborto e infecção genital em vacas prenhas e, em bezerros pode ocorrer viremia fatal na ausência de anticorpos maternos no leite. No caso de bovinos adultos, o BoHV-1 geralmente não causa a morte do animal (AUSTRÁLIA, 2005). 2.4 Latência Com a recuperação dos animais, estabelece-se um quadro de latência nos gânglios nervosos sensoriais, como o gânglio trigêmeo (no caso de infecção respiratória) e gânglios sacrais (no caso de infecção genital) por toda a vida do animal e, sob certas condições, reativação e reinfecção dos tecidos periféricos podem ocorrer (ROIZMAN & PELLETT, 2001; PEREZ et al., 2002). O estabelecimento da latência ocorre durante a infecção primária, o vírus penetra nos gânglios regionais periféricos e é transportado por fluxo axonal retrógrado até 8 os gânglios regionais (trigêmeo e sacral). Nesta fase a excreção de genes virais é praticamente extinta, ocorrendo somente a produção de pequenos transcritos, denominados de “transcritos relacionados a latência” ou LRT (“latency - relatedtranscripts”) (WORKMAM et al., 2011). Nesta fase ocorre a manutenção da latência, que dura por toda vida do animal. Os LRT são transcritos abundantemente e aparentemente não são traduzidos em proteína, a sua função na manutenção e reativação da infecção latente permanece deconhecida, provavelmente para manutenção, estes transcritos reprimem a expressão do gene α, que são os primeiros transcritos a serem produzidos na replicação viral, que posteriormente são traduzidos em proteínas α, induzindo a transcrição e tradução do gene β envolvido na replicação do genoma viral (ROIZMAN & KNIPE, 2001; FRANCO et al., 2012). A reativação viral pode ocorrer em resposta a estímulos como estresse, transporte, parto, desmame ou até pela aplicação de corticosteroides. Nesta fase há uma redução da expressão de LRT e ativação dos genes virais (JONES & CHOWDHURY, 2008). Após este processo de reativação os vírions são transportados de volta aos locais de replicação primária, onde replicam e são excretados, assim o hospedeiro volta a disseminar e produzir o vírus, sendo responsáveis pela transmissão a hospedeiros susceptíveis (PASTORET & THIRY, 1985; DEL MEDICO et al., 2010). A ocorrência de reativação pode ser observada com (VOGEL et al., 2003) ou sem (BELKNAP et al., 1994) sinais clínicos mas de uma maneira geral os sinais clínicos geralmente são mais brandos do que aqueles resultantes da infecção aguda (FRANCO et al., 2012). 2.5 Aspectos epidemiológicos no Brasil Embora existam diferenças na prevalência e incidência da infecção pelo BoHV-1, este encontra-se presente em todos os continentes. No Brasil o BoHV-1 foi isolado pela primeira vez a partir de um caso de vulvovaginite no ano de 1978, no estado da Bahia e por MUELLER no mesmo ano a partir do rim de um feto bovino proveniente de um matadouro em São Paulo (ALICE, 1978; MULLER, 1978) e vem sendo diagnosticado até nos dias de hoje (SILVA et al., 9 2007; SILVA, 2009; SILVA, 2011; AMARAL, 2013; SILVA, 2013; PIOVESAN et al., 2013, DIAS et al., 2013). No estado de Goiás, a primeira detecção de anticorpos para esse vírus foi na década de 80 (ANUNCIAÇÃO et al., 1989). Posteriormente vários levantamentos sorológicos foram realizados não só em Goiás, como em outros estados brasileiros, apontando a presença de anticorpos para o BoHV-1 em soros de animais de propriedades com rebanhos de leite, corte e misto, e também animais antes do abate (CERQUEIRA et al., 2000; MÉDICI et al., 2000; TAKIUCHI et al., 2001; VIEIRA et al., 2003; BARBOSA et al., 2005; DIAS, 2006; DEL FAVA et al., 2007; SOUSA et al., 2009; AFFONSO, 2010; AMARAL, 2013; DIAS et al., 2013 ). Os bovinos são os hospedeiros naturais do BoHV-1, entretanto anticorpos já foram encontrados em ovinos, caprinos e bubalinos de animais infectados experimentalmente (DIEL et al., 2007). As infecções pelo BoHV-1 podem ser transmitidas pelo contato direto e indireto entre animais, pois o vírus é disseminado através de secreções respiratórias, oculares e genitais, sendo excretado em grandes quantidades por animais durante a infecção aguda. Quando presente no sêmen de touros infectados, pode ser disseminado tanto por monta natural como por inseminação artificial (FRANCO & ROEHE, 2007). OLIVEIRA et al., (2011) encontraram positividade em quase 50% de amostras de sêmen colhidas nos estados do Rio Grande do Sul e de Goiás. LACERDA, 2013 também constatou o risco da transmissão do vírus pelo sêmen no Brasil. O vírus também já foi encontrado em leite de vacas, sendo esta mais uma possível fonte de infecção para bezerros (CAMPOS, 2009). 2.6 Testes Diagnósticos A diversidade dos sinais clínicos, bem como a semelhança destes sinais com outras doenças infecciosas e parasitárias, não permite a elaboração de um diagnóstico clínico conclusivo da infecção ocasionada pelo vírus. Mesmo nos casos de vulvovaginite, onde as lesões são características, o diagnóstico baseado no exame clínico é apenas presuntivo (TAKIUCHI et. al., 2001). Assim 10 sendo, o auxilio das técnicas laboratoriais são necessárias para estabelecer um diagnóstico preciso. Os métodos disponíveis para detecção de anticorpos ou antígenos são: isolamento viral, testes sorológicos e testes moleculares. O isolamento viral em cultivo celular é considerado o método de diagnóstico etiológico padrão ouro (TAKIUCHI et. al., 2001; OLIVEIRA, 2006). Muitos vírus, quando infectam as células, promovem sua destruição e infectam novas células, produzindo alterações e possibilitando a visualização dessas alterações, os chamados efeitos citopáticos (ECP) (FLORES & CARGNELUTTI, 2012). O método destaca-se pela universalidade (aplicável a quase todos os vírus) e a obtenção do vírus viável para manutenção e posteriores estudos. Porém o método possui desvantagens por ser uma técnica laboriosa, com alto custo e que necessita de correto acondicionamento das amostras por depender de partículas virais viáveis. Além disto, o tempo necessário para obtenção dos resultados pode levar alguns dias e os tecidos podem conter enzimas que são tóxicas para o cultivo de células (FLORES, 1999; TAKIUCHI et. al., 2001). KUNERT FILHO, 2011 utilizou o isolamento viral em encéfalos bovinos submetidos ao diagnóstico de raiva, na busca do BoHV-1 e também do tipo 5, todas as amostras foram negativas, porém as mesmas amostras quando submetidas à amplificação por “nested PCR” apontaram como positivas. Estes resultados devem ser analisados com cautela, pois mesmo com presença do genoma dos vírus não é possível afirmar que ambos os vírus são causadores de encefalites devido a impossibilidade de isolar o vírus em forma infecciosa. Apenas com a observação do efeito citopático pode não ser possível a identificação viral, sendo necessário agregar outras técnicas como a como imunofluorescência (IF), imunoperoxidase (IPX) e técnicas moleculares (ROEHE et al., 1997). Os testes sorológicos podem ser usados na pesquisa de antígenos virais ou de anticorpos. Várias técnicas têm sido aplicadas para o diagnóstico do herpesvírus bovino, como a imunofluorescência( IF), soroneutralização (SN) e o teste de ELISA (“Enzyme-Linked Immunosorbent Assay") (FRANCO & ROEHE, 2007). A imunofluorescência (IF) permite a visualização de antígenos nos tecidos ou em suspensões celulares utilizando substâncias fluorescentes (FLORES, 1999). A especificidade e a rapidez de obtenção dos resultados são 11 vantagens da técnica. No entanto o sucesso da técnica depende da correta coleta e estocagem do material, apesar de não exigirem a infecciosidade da partícula viral, é fundamental a integridade estrutural da partícula e das proteínas virais. (TAKIUCHI et al., 2001; KUNRATH et al., 2004). ALKAN e colaboradores (2000) apontaram a técnica de imunofluorescência como importante ferramenta para detectar o antígeno do BoHV-1 em suabes. KUNRATH et al., 2004 detectaram antígenos virais do BoHV-1 em secreções nasais de bezerros por imunofluorescência em células descamativas e compararam o resultado com a técnica de isolamento viral, 89,6% apresentaram resultados concordantes nos dois testes, demostrando que a IF pode representar uma alternativa para o diagnóstico de infecções agudas pelo BoHV-1. Outra técnica é a soroneutralização, que detecta a presença de anticorpos neutralizantes. Alguns autores pesquisaram métodos para a realização do teste de soroneutralização utilizando anticorpos monoclonais no intuito de uma técnica mais rápida e obtiveram sucesso nos resultados (KUNRATH et. al, 2004). Outro aspecto a ser levado em consideração é o fato de existir vários subtipos de vírus, tornando difícil a escolha de qual subtipo utilizar para realização do teste. Com relação a este fato, estudos comprovaram que existe variação na detecção de soros positivos dependente da amostra viral utilizada, podendo alterar a sensibilidade da técnica. Para a otimização da técnica HOLZ, 2008 realizou uma investigação constatando que a utilização de apenas um subtipo viral nos testes pode prejudicar a detecção de animais soropositivos, comprometendo programas de controle. Ao utilizar apenas um cepa viral a sensibilidade mostrou-se reduzida. Porém, quando o teste foi realizado com seis cepas virais (entre tipos e subtipos), a sensibilidade apresentou-se bastante elevada e viável para utilização em estudos soroepidemiológicos. Geralmente é utilizado somente uma amostra viral para realização da SN, sendo que o uso de várias amostras demonstrou melhorar a sensibilidade do teste. (HOLZ et al., 2009, VARELA et al., 2010; HOLZ et al., 2010). Para minimizar o risco da introdução de animais infectados em rebanhos, os testes sorológicos devem ser sensíveis o suficiente para evitar resultados falsonegativos. O teste sorológico imunoenzimático conhecido como ELISA é bastante utilizado, sendo uma técnica sensível e especifica, é aplicado para detectar 12 antígenos ou anticorpos, com base em interações anticorpo-antígeno, estando disponíveis comercialmente testes que visam a detecção de anticorpos. No caso do BoHV-1 que causa infecções persistentes, a detecção de anticorpos indica a condição de portador, podendo ser utilizada para a detecção individual ou do rebanho em estudos de monitoramentos epidemiológicos (FLORES & CARGNELUTTI, 2012). A técnica apresenta vantagens em comparação a SN, permitindo o processamento de um grande número de amostras, é também de relativa facilidade e de rápida execução. Uma das principais desvantagens dessa técnica é que o uso destes testes é dificultado pelo custo de aquisição de kit para realização do ELISA, em virtude disto alguns laboratórios produzem e padronizam seu próprio material (TEIXEIRA et al., 2001; SPILKI et al., 2005; ESTEVES, 2007). Outro aspecto a ser levado em consideração é a incapacidade de diferenciação sorológica entre os animais vacinados e os naturalmente infectados. Devido a isso, vacinas diferenciais com deleção da glicoproteína E (gE) têm sido desenvolvidas. Na vacina o gene está deletado, desta forma, apenas animais naturalmente infectados irão apresentar o antígeno da gE (BRUM et al., 2010; OLIVEIRA, 2012). A utilização de testes diagnósticos capazes de diferenciar a produção de anticorpos vacinais dos induzidos pelo vírus de campo são necessários quando utilizadas estas vacinais. Esta diferenciação pode se realizada por um teste de ELISA que detecta anticorpos contra a proteína ausente no vírus vacinal (gE), mas presente no vírus de campo (OLIVEIRA, 2012). Na Europa, há algum tempo já se utiliza testes de ELISA para detecção da gE, devido ao uso de vacinas com vírus com deleção da gE (MUYLKENS et al., 2007), no Brasil, OLIVEIRA et al., 2013, desenvolveram um teste diferencial de ELISA com esta finalidade que foi capaz de diferenciar sorologicamente animais vacinados com a cepa gE deletada do herpesvírus bovino tipo 5 dos animais experimentalmente infectados com BoHV-1 ou BoHV-5. Apesar da padronização da técnica por alguns autores do Brasil, o teste não é comercializado, e as vacinas diferenciais não estão disponíveis no país. Visando a detecção do genoma viral, a técnica molecular conhecida como reação em cadeia da polimerase (PCR) tem bastante utilidade, apresenta elevados índices de sensibilidade e especificidade, além da rapidez de execução 13 (ESTEVES, 2007). Existe uma ampla variedade de amostras biológicas que podem ser utilizadas no diagnóstico, contendo partículas virais viáveis e não viáveis, sendo que a técnica possibilita a detecção de partículas virais latentes, pois a análise é feita por meio da identificação do genoma viral, o que confere a técnica com de extrema importância nos casos de latência. Também pode ser realizada em tecidos parafinizados, permitindo estudos retrospectivos (TAKIUCHI et al., 2001, ARRUDA et al., 2010; FINO et al., 2012). Vários protocolos de PCR (ESTEVES, 2007; FIGUEIREDO, 2009), e suas variações como a nested PCR (CAMPOS, et al., 2009) e multiplex-PCR (CLAUS et al., 2005; ARRUDA et al., 2010; FONSECA Jr. et al., 2011) vêm sendo desenvolvidos e padronizados para identificação do BoHV-1. 2.7 Estrutura geral dos anticorpos Os anticorpos ou imunoglobulinas fazem parte do sistema imune dos vertebrados, sendo capazes de reconhecer, localizar e ligar-se a antígenos específicos com intuito de inativar ou elimina-los. Sua produção é restrita aos linfócitos B, existindo cinco classes de imunoglobulinas (IgM, IgG, IgA, IgD e IgE) (MARANHÃO & BRIGIDO, 2001). A molécula de imunoglobulina apresenta estrutura básica, simétrica, apresentando forma de Y e pode ser caracteristicamente separada em duas cadeias pesadas idênticas e duas cadeias leves idênticas. (MARANHÃO & BRIGIDO, 2001). Tanto as cadeias leves quanto as cadeias pesadas possuem regiões aminoterminais variáveis e regiões carboxiterminais constantes. A cadeia leve é composta por uma porção variável (VL do inglês Variable Light) e uma porção constante (CL do inglês Constant Light), e a cadeia pesada é composta de uma porção variável (VH do inglês Variable Heavy) e três ou quatro porções constantes, dependendo da classe de imunoglobulina, chamadas de CH (do inglês Constant Heavy) CH1, CH2, CH3 e CH4 ( Figura 1). As cadeias pesadas e leves são unidas entre si por pontes dissulfeto, essas pontes variam de acordo com o tipo de anticorpo e a espécie que os produziu (PAUL, 2003; MAK & SAUNDERS). 14 Figura 1- Representação esquemática da molécula de anticorpo e seus principais Fragmentos. Fonte: Adaptado de MARANHÃO & BRIGIDO (2001). A justaposição das regiões variáveis de ambas as cadeias forma os dois sítios de ligação ao antígeno (região Fab- fragment antigenbinding), enquanto as regiões constantes (Fc- fragment cristallizable) são separadas do local de ligação ao antígeno e não participam do seu reconhecimento. Regiões aminoterminais dos domínios variáveis nas cadeias leve (VL) e pesada (VH) constituem a região variável (Fv) e representam os pontos de ligação aos antígenos. Cada domínio variável (V) possui três regiões que são hipervariáveis em suas seqüências de aminoácidos, e ocorrem em forma de loops. Estes loops hipervariáveis, denominados regiões determinantes de complementariedade (CDRs), são os principais responsáveis pelo reconhecimento antigênico e, em conjunto, formam o paratopo do anticorpo. Os resíduos de aminoácidos presentes nas regiões variáveis, porém fora das CDRs, são enovelados de forma a dar suporte aos loops, assim, estes resíduos apresentam a função de manter cada loop em posição adequada para interagir com o antígeno (KIM et al., 2005). 15 2.8 Fragmento variável em cadeia única- scFv A molécula de anticorpo intacta possui aproximadamente 150 kDa, uma molécula grande, estimulando pesquisadores a desenvolveram métodos para criação de fragmentos de anticorpos – scFv (single-chain variable fragment) para utilização em vários fins, como por exemplo no diagnóstico e tratamento de doenças. Os primeiros scFvs foram desenvolvidos independentemente por HUSTON et al., (1988) e BIRD et al., (1988) e foram originalmente derivados de genes isolados de linhagens celulares de hibridomas. Os fragmentos de anticorpos scFv são moléculas de 26 a 28 quilodalton (kDa), compostas pelas cadeias VH e VL unidas por um peptídeo conector flexível (MAYNARD & GEORGIOU, 2000). Os peptídeos conectores que ligam as cadeias VH e VL são usualmente compostos por 10 a 25 aminoácidos, sendo o decapeptídeo (Gly4Ser)3 o mais comum deles. As regiões variáveis podem ser conectadas no sentido VH-conector-VL ou VL-conector-VH e a orientação das cadeias no scFv pode afetar a eficiência da expressão, a estabilidade e a capacidade de ligação do mesmo ao antígeno (DESPLANCQ et al., 1994; MERK et al., 1999; LEONG & CHEN, 2008; WEISSER & HALL, 2009). Os fragmentos scFv quando comparados com moléculas de anticorpos inteiras, apresentam várias vantagens atribuídas ao tamanho reduzido e a ausência da porção Fc, contribuindo na diminuição de ligação em alvos inespecíficos. Outros aspectos positivos da utilização destes fragmentos são: a maior facilidade de manipulação gênica, alta capacidade de penetração em tecidos e tumores, curto tempo de circulação e rápida eliminação do organismo, facilitando a administração em radioimunoterapias e desintoxicação de drogas (LEONG & CHEN, 2008). Quando selecionados para fins diagnósticos, estes fragmentos apresentam-se bastante eficientes, podendo ser fusionados com fosfatase alcalina, proteínas fluorescentes e estreptoavidina, desenvolvendo reações em menor tempo quando comparadas com moléculas inteiras fusionadas com as mesmas substancias, pois a detecção do antígeno é feita diretamente com a molécula marcada, diminuindo o número de incubações e reagentes utilizados (PETRENKO & SOROKULOVA, 2004; CONROY et al., 2009) Estudos demonstram a produção de scFv contra vários patógenos e finalidades, como no diagnóstico hepatite B (SANCHEZ et al., 1999), da raiva 16 (RAY et al., 2001), detecção de metabólitos de drogas (MOGHADDAM et al., 2003) e príons (NAKAMURA et al., 2004), detecção de poluentes orgânicos (BROMAGE et al., 2007), análise de qualidade na indústria alimentícia (VICO et al., 2010) para seleção e caracterização de antígenos do carrapato bovinoBoophilus microplus visando posterior desenvolvimento de novas vacinas conta o parasita (SOUZA, 2007), contra o parvovírus canino-2 (BATISTA, 2008), seleção de clone scFv neutralizante de toxinas presentes na peçonha de Bothrops pauloensis (CARDOSO, 2008), para seleção e caracterização de scFv ligante a proteínas intestinais de diatraea saccharalis (NASCIMENTO, 2009), na detecção do vírus da bronquite infecciosa aviária e diferenciação de estirpes variantes desse vírus (FERNANDES et al., 2010) e contra toxina termo-lábil Escherichia coli enterotoxigênica (OZAKI, 2011). 2.9 Bibliotecas de Anticorpos Apresentadas em Fagos: Phage Display Em 1985, SMITH estabeleceu um método para exibir polipeptídeos na superfície de bacteriófagos filamentosos. A técnica conhecida como Phage Display baseia-se na tecnologia do DNA recombinante, que conduz a criação de uma biblioteca de apresentação de fragmentos de anticorpos monoclonais de cadeia única (scFv) ou peptídeos em bacteriófagos, para seleção de clones relevantes, produtores de anticorpos scFv para o antígeno desejado (SMITH , 1985; SCOTT & SMITH, 1990) Para que todo este procedimento de construção de biblioteca de anticorpos seja realizado através da técnica de Phage Display, é necessária a imunização dos hospedeiros com o antígeno de interesse, induzindo a produção de anticorpos específicos e aumentando significativamente as chances de sucesso da seleção (BURTON et al., 1991). O repertório da biblioteca é geralmente criado a partir de RNAs codificantes de imunoglobulinas obtidos de humanos (DOUGUCHI et al., 2009), coelhos (RADER, 2009), camelídeos (ARBABI-GHAHROUDI et al., 2009), camundongos (MAKVANDI-NEJAD et al., 2010) e galinhas (NAKAMURA et al., 2004) e os transcritos são extraídos de órgãos produtores de linfócitos B, como baço, medula óssea e amídalas, ou ainda 17 de células do sangue periférico (SOUZA, 2007; SCHOFIELD et al., 2007; JUNG et al., 2008; CHEN et al., 2008; URUSHIBATA et al., 2010). Basicamente a técnica se refere à exposição de moléculas na superfície de vírus bacteriófagos e à seleção destas com base na sua afinidade por uma molécula-alvo (BENHAR, 2001). Os primeiros fragmentos de anticorpos expressos em fagos ocorreram na década de 90 (McCAFFERTY et al., 1990). Os bacteriófagos utilizados são na grande maioria da família Inoviridae (M13, fd, f1) (SIDHU, 2001), vírus bacteriófagos filamentosos que parasitam bactérias gram-negativas que possuem o pílus F(Figura 2) (BRÍGIDO & MARANHÃO, 2002; RUSSEL et al., 2004). O vírus aproveita a maquinaria de replicação, transcrição e tradução da bactéria para se reproduzir. O bacteriófago M13 não provoca lise na célula hospedeira, mas induz um estado no qual a célula infectada origina e libera partículas virais, causando uma queda na taxa de reprodução bacteriana (AZZAZY & HIGHSMITH, 2002; MCAULIFFE et al., 2007). Estes bacteriófagos são compostos por uma fita simples e circular de DNA de cerca de 6400 bases, envolta em um capsídeo composto pelas proteínas pIII, pVI, pVII, pVIII e pIX (SMITH & PETRENKO, 1997), e as mais empregadas para apresentação de moléculas são as pVIII e pIII, sendo que das cinco, a pVIII apresenta 2800 cópias e a pIII apresenta cinco cópias. (RUSSEL et al., 2004). Neste sistema, o gene codificador da proteína de interesse é geralmente fusionado a um dos genes destas duas proteínas da capa protéica do fago (PHIZICKY & FIELDS, 1995). A pVIII é a principal componente da partícula viral , formando o corpo cilíndrico do vírus. A proteína pIII tem papel fundamental na reprodução viral, pois é ela a responsável pela ligação do fago ao pilus sexual da célula bacteriana. Neste sistema é possível o uso de fagomídeos como alternativa prática ao uso e manipulação do DNA viral para expressão de anticorpos recombinantes. Fagomídeos são plasmídeos que possuem origem de replicação bacteriana, origem de replicação viral, gene de fusão (pIII ou pVIII), sítio de inserção do fragmento codificante do anticorpo ou qualquer outra proteína de interesse e genes de resistência a antibióticos para seleção em meio apropriado. Porém os fagomídeos não possuem todas as proteínas necessárias para a encapsidamento da partícula viral, desta forma, é necessário o acréscimo nas culturas de células transformadas com o fagomídeo de fagos auxiliares (helper) contendo todos os 18 genes dos bacteriófagos, codificando assim, todas as proteínas virais indispensáveis à replicação. Durante a infecção viral o DNA proveniente dos fagomídeos é preferencialmente revestido pelas proteínas estruturais, pois os fagos helper (fagos auxiliares) possuem mutações na origem de replicação, dificultando sua reprodução e empacotamento de seu próprio material genético (BARBAS et al., 2001). Figura 2: Representação esquemática de um fago filamentoso. Partícula viral com as proteínas pIII, pVI, pVII, pVIII e PIX com ênfase no fragmento scFv fusionado ao fago. 19 3 OBJETIVOS Com o presente estudo objetivou-se: Construir uma biblioteca de anticorpos (scFv) apresentada em fagos (Phage Display) a partir de galinhas imunizadas com herpesvírus bovino tipo 1 (BoHV-1). Selecionar os anticorpos específicos ao vírus para que estes possam ser utilizados no desenvolvimento de testes diagnósticos. Avaliar os clones reativos ao BoHV-1. 20 4 MATERIAL E MÉTODOS Para a construção da biblioteca foram utilizados kits e suas recomendações, e os protocolos de produção com algumas modificações de BARBAS et al., 2001 e RADER et al., 2000. 4.1 Local de desenvolvimento O estudo foi desenvolvido na Universidade Federal de Goiás, no Instituto de Ciências Biológicas 2 (ICB 2) e no Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (IPTSP). 4.2 Cultivo e manutenção do herpesvírus bovino tipo 1 Os procedimentos de multiplicação, manutenção e quantificação do BoHV-1 foram realizados utilizando células “Madin-Darby bovine kidney” (MDBK) cultivadas em meio essencial mínimo- GIBCO® (MEM) suplementado com soro fetal bovino 10%- GIBCO® e antibiótico- estreptomicina (10.000 ug/ml) e penicilina (10.000 Units/ml)- GIBCO®. A titulação viral foi realizada pelo método de Späerman-Kärber (THRUSFIELD, 1997). 4.3 Imunizações das galinhas com o BoHV-1 Duas galinhas de três semanas de idade, da raça White Leghorn foram imunizadas com 0,5ml de uma suspensão de BoHV-1 a uma concentração de 105,5 DICC50/mL e em uma galinha foi inoculado apenas meio MEM – meio essencial mínimo - Gibco®, como controle. As aves foram mantidas em gaiolas do aviário da Universidade Federal de Goiás, supridas com ração própria para a idade, assim como água foi fornecida a vontade. O esquema de imunização seguiu o método descrito por BARBAS et al. (2001). Foi coletado soro pré-imune 21 das três aves e realizadas quatro imunizações por via intramuscular em intervalos de 15 dias e a coleta de soro foi realizada na quarta semana das imunizações para avaliação por imunoensaios (ELISA) do título de anticorpos específicos. 4.4 Ensaio imunoenzimático Para o teste de ELISA, placas de microtitulação de alta afinidade (NUNC) foram sensibilizadas com 100µl de vírus a concentração de 105,5 DICC50/mL, diluído em tampão carbonato/ bicarbonato, durante toda a noite a 4°C. Em seguida, as placas foram bloqueadas com tampão de bloqueio (tampão carbonato/bicarbonato, leite desnatado 1%), para posterior adição das amostras de soro das galinhas antes e após as imunizações e soro controle sendo incubadas por 1 hora a 37°C. Após esse período, as placas foram lavadas 5 vezes com PBST 0,5% e adicionado o 50µl de conjugado (anti IgY de galinhas marcado com peroxidase) diluído em tampão de bloqueio, durante 1 hora a 37°C. A reação foi revelada pela adição de substrato enzimático contendo ofenilenodiamino (OPD). Após a constatação da reação medida visualmente entre as reações positivas e controles negativos (cerca de 20 min após a colocação do substrato OPD) a reação foi interrompida com ácido sulfúrico e efetuada a leitura a 492 nm em leitor de microplaca (Flow Titertek Multiskan Plus - USA). Verificado um título satisfatório (acima de 1:2000), as galinhas foram sacrificadas, seus baços retirados e imediatamente acondicionados em recipientes com nitrogênio líquido e posteriormente em ultrafreezer a uma temperatura de – 80ºC até sua utilização. 4.5 Extração de RNA total e síntese de cDNA Os baços das aves foram macerados em cadinho com nitrogênio líquido e imediatamente transferidos para tubos Falcon contendo Trizol. A extração de RNA total dos baços foi realizada conforme protocolo descrito pelo fabricante (Invitrogen). Após a extração, o RNA foi quantificado, aliquotado, analisado quanto a sua qualidade, em gel de agarose 2% e armazenado a – 80ºC. 22 Aproximadamente 60g/l de RNA total foram utilizados para a síntese de cDNA pelo kit Acess Quick RT-PCR system (Promega) e oligo(dT)12-18 (invitrogen), de acordo com o protocolo descrito pelo fabricante. As condições para a reação no termociclador foram otimizadas em 70ºC por 10 min, 4ºC por 1 min, adição da enzima transcriptase reversa (AMV) e continuação do ciclo por 1h a 48ºC. O produto foi mantido a -20ºC. 4.6 Amplificação dos fragmentos das cadeias leve (VL) e pesada (VH) de anticorpos de galinha Para amplificação dos fragmentos de DNA das cadeias leves e pesadas dos anticorpos, foram realizadas cinco reações utilizando 10 μL de cDNA como molde. Cada reação terá um volume final de 50 μL (10 μL de tampão de PCR 10X, 8 μL de dNTPs 2,5 mM e 0,5 μL de Taq DNA polimerase 5U/ μL) com 60 pmoles dos pares de oligonucleotídeo para amplificação dos genes VH e VL respectivamente: CSCVHo-F (senso) 5’GGTCAGTCCTCTAGATCTTCCGCCGTGACGTTGGACGAG3’ CSCG-B (reverso)5’CGTGCCGGCCTGGCCACTAGTGGAGGAGACGATGACTTCGGTCC 3’ CSCVK (senso) 5'GTGCCCAGGCGGCCCTGACTCAGCCGTCCTCGGTGTC3' CKJo-B (reverso) 5'GGAAGATCTAGAGGACTGACCTAGGACGGTCAGG3'. As reações foram otimizadas em termociclador inicialmente utilizando 94ºC durante 5 min; 30 ciclos de: 94ºC durante 45s; 56ºC durante 1 min; 72ºC durante 2 min e uma extensão final: 72ºC durante 10 min. Os fragmentos de DNA correspondentes aos genes VH e VL foram purificados utilizando o kit Wizard SV Gel up-System (Promega). As amostras eluídas e purificadas do gel foram quantificadas em gel de agarose 1% utilizando um marcador padrão (Low DNA Mass ladder - Invitrogen). 4.7 Produção dos fragmentos scFv – (Overlap) Overlap definido como a sobreposição dos fragmentos VH e VL e posterior amplificação do fragmento unido (scFv) só é possível pelo fato de os 23 iniciadores utilizados na amplificação dos fragmentos variáveis possuírem uma “cauda” complementar entre os fragmentos, formando um peptídeo conector (linker), permitindo sua ligação. Um novo par de oligonucleotídeos externos foi utilizado para a amplificação do scFv. Dez reações de PCR foram realizadas para um volume final de 50 μL contendo os seguintes componentes: 200ng de VH e VL purificados, 60 pmoles de oligonucleotídeos CSC-F (senso) 5' GAGGAGGAGGAGGAGGAGGTGGCCCAGGCGGCCCTGACTCAG 3' e CSC-B (reverso)5'GAGGAGGAGGAGGAGGAGGAGCTGGCCGGCCTGGCCACTAGTG GAGG 3', 10 μL de tampão de PCR 10X, 8 μL de dNTPs 2,5 mM, MgCl2 50 mM, 0,5 μL de Taq DNA polimerase 5 U/μl e água MilliQ q.s.p 50 µl. As reações de PCR foram conduzidas em termociclador com as seguintes condições: 94ºC durante cinco minutos; 25 ciclos de: 94ºC durante um minuto; 56ºC durante um minuto; 72ºC durante 1,5 segundos e extensão final: 72ºC durante 11 minutos. Os fragmentos scFv amplificados foram visualizados em gel de agarose 1%, purificados utilizando o kit Wizard SV Gel up-System (Promega), quantificados em nanodrop 2000 Thermo Scientific®. 4.8 Digestão dos fragmentos scFv e do vetor pComb3X Os fragmentos scFv e o vetor pComb3x (fagomídeo) foram digeridos separadamente em duas reações, cada uma contendo 15 unidades de enzima Sfi I (20 U/μL - Biolabs) para cada 1 μg de DNA e tampão NEBuffer 2, em concentração final de 1X e água destilada autoclavada q.s.p. 50 µl. As reações foram incubadas a 50ºC durante 16 horas, e em seguida analisadas em gel de agarose. Os fragmentos digeridos foram purificados do gel utilizando o NucleoSpin ® (Macherey-Nagel), seguido de quantificação em nanodrop 2000 Thermo Scientific®. A Figura 3 demonstra o esquema do vetor fagomidial pComb3X. 24 Figura 3: Representação esquemática do vetor Pcomb3X. (H6) região com seis histidinas utilizada para purificação do fragmento em coluna de Niquel. (HA) epítopo de hemaglutinina que possibilita a detecção por anticorpos anti-HA, Códon âmbar (TAG) que dependendo da linhagem bacteriana utilizada permite a produção do fragmento scFv solúvel. Fonte: SOUZA, 2007. 4.9 Ligação dos fragmentos de DNA scFv com o vetor pComb3X Após a digestão separada do scFv e do vetor, eles foram ligados seguindo as condições: 20ng de pComb3X digerido com Sfi I, 18 ng de scFv digeridos com Sfi I, 2 L de tampão da enzima 5X (Promega), 0,5L de T4 DNA Ligase (Promega 3U/L) e água MilliQ q.s.p para 20L. As reações foram incubadas a 16ºC durante 20 horas. Cinco sistemas de ligação idênticos foram realizados para aumentar a variabilidade da biblioteca. As amostras foram armazenadas no freezer -20°C para posterior transformação de células competentes- E. coli XL1-Blue. 4.10 Preparação de células XL1-Blue eletrocompetentes Uma colônia de células XL1-Blue foi isolada e inoculada em 10 mL de meio SB contendo tetraciclina (20 μg/mL), este pré-inóculo foi incubado a 37ºC durante a noite, sob agitação de 230 rpm. Foi inoculado 5 mL do pré-inóculo em 500 mL de meio SB contendo e incubado a 37ºC sob agitação de 250 rpm até D.O.600nm de 0,6. Os frascos foram resfriados no gelo durante 15 minutos e a cultura foi centrifugada a 5000 rpm durante 20 minutos a 4ºC. O sobrenadante foi 25 descartado e os sedimentos ressuspendidos em 20 mL de glicerol 10% gelado. A suspensão de células foi centrifugada a 7000 rpm durante 15 minutos a 4ºC e o sobrenadante descartado. Os sedimentos foram submetidos a mais duas lavagens com 20 mL de glicerol 10% gelado. Após a terceira lavagem, as células foram ressuspendidas no volume residual de glicerol e aliquotadas em volume de 50 μL e transferidas para microtubos novos e estéreis. As alíquotas foram congeladas em banho de álcool e gelo seco e estocadas a -80ºC até serem utilizadas para eletroporação e para os experimentos de seleção. 4.11 Transformação de células E. coli (XL1-Blue) por eletroporação Para a transformação das células, 2 μL do sistema de ligação foi misturado a 50 μL de células competentes. Em seguida, a mistura foi transferida para uma cubeta de 0,2cm (Biorad®) previamente resfriada em gelo e submetida ao choque no eletroporador com os seguintes parâmetros elétricos: 2,5 kV, 25 μF e 200 Ω. O esperado nessas condições é entre 4,0 e 5,0 milisegundos. Após a eletroporação, as células foram recuperadas, imediatamente, em 1 mL de meio SOC, transferidas para um tubo Falcon de 50 mL estéril e incubadas a 37ºC sob agitação de 250 rpm durante 1 hora. Diluições desta cultura foram semeadas em placa de petri com meio LB ágar contendo carbenicilina 100 μg/mL para a determinação da eficiência de transformação. 4.12 Extração de DNA fagomidial e digestão das amostras para avaliação da variabilidade da biblioteca Foram utilizadas 15 colônias da etapa anterior e a extração de DNA fagomidial foi realizada utilizando o Qiaprep Spin Mini Kit. Para digestão das amostras foi utilizado 5U- 0,5 µl de enzima BstNI (New England Biolabs®, sítio de restrição: CCWGG), tampão- 2,4µl, BSA- 0,25µl, amostra- 1µl, e água autoclavada 11,85µl com incubação de 2 horas a 60°C. 26 4.13 Expressão da biblioteca de anticorpos Foi inoculado 10ml de meio SB com 200 µl da biblioteca de anticorpos acrescido de 50 μg/mL de carbenicilina com agitação de 250 rpm a 37 ºC por 1214 h. Após a incubação foi transferido 10 mL da cultura para 300 mL de meio SB + carbenicilina + 6 ml de MgCl2 1M e incubados a 37ºC com agitação de 250 rpm por 8 horas. Foi adicionado 800µl de IPTG 0,5M e incubados 12 horas a 37°C. A cultura foi centrifugada por 30 minutos a 3000xg em 4°C. O pellet foi ressuspendido em 1 ml de PBS 1X, coloca em novo frasco e sonicado em sonicador de células (Sonics Vibra Cell, Sonics & Materials, VCX 500), no gelo durante 3 minutos. O material foi centrifugado a 14000 rpm durante 30 minutos a 4°C e o sobrenadante transferido para tubo limpo. 4.14 Dot blot para análise da expressão da biblioteca Para analisar a expressão da biblioteca foi realizado um ensaio de dot blot. Para isso, uma membrana de nitrocelulose 0,45 μm (Hybridization transfer membranes Amersham Biosciences) foi pipetada com 5μL do BoHV-1 e 5 μL da cultura da biblioteca, deixado secar a temperatura ambiente. Em seguida, a membrana foi bloqueada com uma solução de BSA 3% em PBS e incubada a 4ºC sob agitação, durante a noite. A membrana foi lavada, rapidamente, 3 vezes com PBST 0,05%, imersa com o sobrenadante da biblioteca de anticorpos scFv sonicado na etapa anterior e deixado a temperatura ambiente por 2 horas. A membrana foi imersa em uma solução contendo o anticorpo primário (coelho- IgG anti-HA), diluído 1:1000 em PBS e incubada durante 2 horas a temperatura ambiente, sob agitação. Em seguida, a membrana foi lavada três vezes, rapidamente, com PBST e incubada com o anticorpo secundário (anti IgG de coelho conjugado com fosfatase alcalina), diluído 1:000 em PBS. A membrana foi lavada 3 vezes com PBST e 1 vez com APB (tampão da fosfatase alcalina). O ensaio foi revelado com o substrato NBT/BCIP. Para parar a reação, a membrana foi lavada em água corrente. 27 4.15 Preparação do fago auxiliar VCSM13 4.15.1 Obtenção do fago auxiliar Foram inoculadas 5 μL de células XL1- Blue competente em 5 mL de meio SB contendo tetraciclina 20 μg/mL, incubado a 37ºC sob agitação até atingir D.O.600nm entre 0,6–1,0. Em seguida, foram feitas alíquotas de 50 μL de células em microtubos, adicionado 1 Μl (1x1011ml) de fagos auxiliares diluídos (10-6, 10-7 e 10-8), para garantir a formação de placas de lises isoladas, e incubados durante 15 minutos a temperatura ambiente. Os 50 μL da cultura foram adicionados em 3 mL de meio LB top ágar liquefeito (50ºC) e vertido em uma placa de petri contendo LB ágar. As placas foram Incubadas a 37ºC durante a noite e no dia seguinte à incubação observou-se a formação de placas de lise. 4.15.2 Amplificação do fago auxiliar Para a amplificação das placas de lise, foram inoculados 10 μL de células XL1-Blue competente em 10 mL de meio SB pré-aquecido a 37ºC, contendo tetraciclina 10 μg/mL, em um tubo Falcon de 50 mL e incubado a 37ºC durante uma hora sob agitação. Uma placa de lise foi selecionada com o auxílio de um palito estéril e transferida para o tubo contendo a cultura de bactérias, para que ocorresse a infecção, incubado a 37ºC sob agitação durante 2 horas. A cultura infectada foi então transferida para um erlenmeyer de 1litro com 250 mL de meio SB pré-aquecido a 37ºC contendo tetraciclina 10 μg/mL e incubada a 37ºC sob agitação durante 1 hora, adicionado kanamicina 70 μg/mL e incubado a 37ºC sob agitação durante a noite. No dia seguinte, a cultura foi transferida para tubos, centrifugado a 2500 x g durante 15 minutos e o sobrenadante coletado em tubos novos. O sobrenadante foi submetido à incubação a 70ºC durante 20 minutos para eliminar as células residuais e centrifugado a 2500 x g durante 15 minutos. O sobrenadante foi estocado em tubos estéreis a 4ºC. 28 4.15.3 Determinação do título da preparação de fagos auxiliares Para determinar o título da preparação dos fagos auxiliares foram inoculados 2 mL de meio SB, contendo tetraciclina 20 μg/mL, com 2 μL de células XL1-blue competentes e incubado a 37ºC em agitação até atingir a D.O.600nm de 0,6 a 1,0. As células foram aliquotadas em 50 μL para microtubos e adicionado 1μL de fagos auxiliares diluídos (10-6, 10-7 e 10-8) e incubado a temperatura ambiente durante 15 minutos. Foram adicionados os 50 μL de células infectadas a 3 mL de meio LB top ágar, misturado e espalhado em placas contendo meio LB ágar. As placas foram incubadas a 37ºC durante a noite e no dia seguinte a incubação as placas de lise foram contadas e o título de fagos foi determinado em unidades formadoras de placas pfu/mL de fagos. 4.16 Expressão dos fragmentos de anticorpos scFv como proteínas de fusão na superfície de bacteriogafos filamentos – phage display Foram adicionados 13,5 ml de meio SB em 1,5 ml de cultura de células transformadas juntamente com 3 μL de carbenicilina (100 mg/mL) e 7,5 μL de tetraciclina (20 mg/mL) e incubado a 250 rpm durante 1 hora a 37°C. Em seguida, foram adicionados 4,5 μL de carbenicilina (100 mg/mL) incubando as células por mais uma hora, nas mesmas condições anteriores. A cultura foi então transferida para um erlenmeyer de 1 L e foram adicionados 3 mL de fago auxiliar VCSM13 (1,52 x 108 pfu/mL) e 183 mL de meio SB pré-aquecido a 37°C, contendo 92,2 μL de carbenicilina (100 mg/mL) e 92,5 μL de tetraciclina (20 mg/mL) e incubado em agitador durante 1,5 a 2 horas, a 300 rpm, a 37°C. Foram adicionados 280 μL de kanamicina (50 mg/mL) e mantido nas condições descritas anteriormente durante a noite. No dia seguinte a cultura foi submetida à centrifugação a 3000 x g durante 15 minutos a 4°C. O sedimento foi estocado a -20ºC para futuras preparações plasmidiais. Ao sobrenadante foram adicionados 8g de PEG 8000 (polietilenoglicol) e 6g de cloreto de sódio e agitado a 250 rpm, durante 10 minutos, a 37°C para dissolver a fase sólida. Em seguida, o sobrenadante foi incubado em banho de gelo durante 30 minutos. Os fagos foram coletados por 29 centrifugação a 10.000 x g durante 30 minutos a 4°C. O sobrenadante foi descartado e a garrafa mantida invertida sobre papel toalha, por pelo menos 10 minutos. Para garantir a secagem do sedimento, as bordas da garrafa foram enxugadas com papel toalha. O sedimento foi ressuspendido em 2 mL de TBS/BSA 1% (p/v), a suspensão foi transferida para dois microtubos e centrifugada a 12000 rpm, durante 5 minutos, a 4°C. Em seguida, o sobrenadante, contendo as partículas virais, foi transferido para um tubo novo e estocado a 4°C. 4.17 Seleção de partículas virais (scFv fusionados) ligantes ao BoHV-1Biopanning Em dois poços de uma placa de microtitulação foram adsorvidos 50 μL de BoHV-1 diluídos em 75 μL de tampão bicarbonato de sódio (0,1 M pH 8,6). A placa foi incubada a 4ºC durante a noite. No dia seguinte, a solução foi descartada. Aos dois poços foram adicionados 200L de TBS-BSA 3% para bloquear, seguido de incubação a 37ºC durante 1 hora. A solução bloqueadora foi descartada e 100 L da biblioteca de anticorpos em fagos, adicionados a cada poço. A placa foi selada e incubada durante 2 horas a 37ºC, em estufa. A solução de fagos foi desprezada, e os poços lavados de acordo com o seguinte método: o volume de 200L de TBST 0,5% foi pipetado vigorosamente por 5 vezes, a solução de lavagem permaneceu nos poços por 5 minutos antes de ser desprezada. O número de repetições deste passo variou de acordo com o ciclo de seleção (1° e 2° ciclos – 5 lavagens, 3° e 4° ciclos – 10 e 15 lavagens, respectivamente). Descartada a solução de lavagem, fagos ligados foram eluídos por incubação de 10 minutos à temperatura ambiente, com 100 L de tampão de eluição ácido (Glicina-HCl 0,1M, pH 2,2), e vigorosas pipetagens (10X) foram realizadas nos poços com este mesmo tampão; de imediato, o eluato foi transferido a um novo tubo contendo 6 L do tampão de neutralização (Tris-base 2M) e incubou-se à temperatura ambiente durante 15 minutos. Nesta etapa 30 reservou-se 50 μL da bactéria e foi realizado a titulação dos fagos de entrada e e posteriormente a titulação dos fagos de saída. O restante da cultura foi transferida para um tubo falcon de 50 mL, no qual foram adicionados 6 mL de meio SB pré-aquecido a 37ºC, 1,6 L de Carbenicilina (100 mg/mL) e 3 L de tetraciclina (20 mg/mL). O tubo foi incubado a 37C, durante 1 hora, sob agitação de 250 rpm. Após 1 hora, foi adicionado 2,5 L de Carbenicilina (100 mg/mL) e uma nova incubação foi realizada nas mesmas condições do passo anterior. Em seguida, o volume de 2 mL de fago auxiliar VCSM13 foi acrescido ao tubo, e a cultura foi transferida para um Erlenmeyer de 500 mL, no qual estavam 91 mL de meio SB pré-aquecido a 37C suplementado com 46L de carbenicilina (100 mg/mL) e 46L de tetraciclina (20 mg/mL). O erlenmeyer foi mantido durante 1,5 a 2 horas sob agitação de 300 rpm a 37C. Seguidas 2 horas, o volume de 140 L de kanamicina (50 mg/mL) foi acrescentado ao meio e, então, a cultura foi incubada durante a noite nas condições descritas anteriormente. No dia seguinte, a cultura foi submetida à centrifugação a 3.000 x g durante 15 minutos a 4C. O sedimento foi estocado para futuras preparações plasmidiais a -20ºC. Para precipitar fagos, foram adicionados ao sobrenadante 4 g de PEG 8000 (polietilenoglicol) e 3 g de cloreto de sódio, esta solução foi agitada a 250 rpm, durante 10 minutos, a 37C, para dissolver a fase sólida. Posteriormente, o sobrenadante foi incubado em banho de gelo durante 30 minutos. A solução contendo os fagos foi submetida à centrifugação a 15000 x g, durante 15 minutos a 4C. O sobrenadante foi descartado e o tubo mantido invertido sobre papel toalha por, pelo menos, 10 minutos, para garantir a secagem do sedimento. Após esse tempo, as proximidades da boca do tubo foram enxugadas com papel toalha e o sedimento ressuspendido em 2 mL de TBS/BSA 1% (p/v). A suspensão foi transferida para dois microtubos e centrifugada a 14000 rpm durante 5 minutos a 4C. Em seguida, o sobrenadante contendo as partículas virais foi transferido para um novo tubo e estocado a 4C. Foram realizados seis ciclos de seleção (Biopanning) para que ocorresse um aumento da afinidade dos anticorpos ao ligante e enriquecimento da biblioteca. 31 4.18 Ensaio imunoenzimático O teste de ELISA foi realizado para avaliar a reatividade dos fragmentos de anticorpos- scFv. Dois poços de uma placa de microtitulação foram sensibilizados com 100 μL do BoHV-1 (105,5 DICC50/mL), dois poços foram sensibilizados com meio MEM como controles negativos e dois poços foram sensibilizados com o vírus sendo o controle “branco” da reação. A placa foi incubada durante a noite a 4ºC. As soluções foram descartadas e os poços bloqueados com 100 μL da solução bloqueadora (tampão carbonato/bicarbonato, leite desnatado 1%) e incubados durante 1 hora a 37ºC. A solução bloqueadora então foi descartada e os poços lavados 2 vezes com PBS. O sexto ciclo da seleção foi inoculado nos poços (100 µl- aproximadamente 1011 ufp) e a placa foi incubada durante 2 horas a 37ºC. A solução foi descartada e os poços lavados 6 vezes com PBST. Foram adicionados 50 μL do anticorpo anti-M13 conjugado com peroxidase diluído 1:2000 em solução de bloqueio e incubado durante 1 hora a 37ºC. Após a incubação, a solução de anticorpo foi descartada e a placa lavada 6 vezes com PBST 0,05%. Foram adicionados 100 μL da solução do substrato OPD em cada poço e incubado a temperatura ambiente até a visualização da reação (aproximadamente 15 minutos). A placa foi lida a 492 nm em leitor de microplaca (Flow Titertek Multiskan Plus - USA). 4.19 Sequenciamento das cadeias variáveis pesadas dos clones selecionados Para a realização do sequenciamento, o DNA foi extraído pelo Qiaprep Spin Mini Kit e visualizados em gel de agarose 2% corados com brometo de etídeo. O seqüênciamento foi realizado utilizando o DyEnamic ET Dye Terminator Cycle Sequencing Kit (Amershan Biosciences) utilizando um sequenciador automático capilar MegaBaceTM 1000 (GE Healthcare). As amostras foram preparadas para seqüenciamento em placas de 96 wells contendo aproximadamente 400 ng de DNA fagomidial e 2,5 pmoles do oligonucleotídeo mmB5 em um volume final de 10 μL. As condições da reação de sequenciamento foram: 25 ciclos de: 95ºC por 20 segundos; 50ºC por 15 segundos e 60ºC por 1 minuto. A reação foi precipitada conforme descrito no Kit de sequenciamento e as 32 placas de sequenciamento foram injetadas imediatamente no sequenciador automático MegaBace (GE). 4.20 Análise das sequências O sequenciador gerou cromatogramas que foram processados e analisados nos programas Phred basecalling. A qualidade das seqüências foi verificada manualmente diante dos cromatogramas. As seqüências obtidas foram traduzidas com auxílio de alinhamentos realizados com o banco de dados do programa IgBlast no NCBI (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/igblast/) e as regiões determinates de complementariedade (CDRs) foram definidas e alinhadas manualmente . 33 5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 5.1 Imunizações das aves com o BoHV-1 As duas aves imunizadas com o BoHV-1 apontaram no teste de ELISA que produziram anticorpos reativos contra o vírus, a ave imunizada como controle negativo apresentou uma reatividade no teste, provavelmente devido ao fato desta aves serem vacinadas para doença de Marek, causada pelo vírus da mesma família do BoHV-1, sendo provável uma reação cruzada, levando a um resultado falso positivo. Os títulos de anticorpos observados nas diluições no soro das galinhas imunizadas com o BoHV-1 apresentaram-se altos mesmo na diluição de 1:4000, indicando que as aves já poderiam ser sacrificadas, uma vez que títulos acima de 1:1000 são suficientes para a construção da biblioteca de anticorpos (Barbas et al., 2001). Os títulos obtidos após o esquema de imunização podem ser visualizados na Figura 4 e a análise estatista demostrando que houve diferença significativa até a diluição 1/64000 entre os soros das galinhas imunizadas com o BoHV-1 e as ave controle negativo na Figura 5. . Figura 4: Resposta de anticorpos em soros de galinhas imunizadas com o BoHV-1 e MEIO MEM. G1, G2 e G3 PRÉ- representam o soro préimune das aves. G1- 4ª e G2- 4ª representam as aves 1 e 2 imunizadas com o BoHV-1 e a coleta de soro na quarta semana após a primeira imunização, a G3-4ª corresponde a ave 3 controle negativo na quarta semana de inoculação. 34 Figura 5: Análise estatística dos soros pré e pós imunes e do controle negativo. A escolha de galinhas para a geração de anticorpos para construção de uma biblioteca combinatorial de anticorpos apresentada em fagos, se deu devido à maneira pela qual a diversidade de anticorpos é gerada. Durante os rearranjos gênicos e o processo de conversão gênica, as cadeias leves e pesadas são geradas diversificadas e com as extremidades terminais apresentando sequências de aminoácidos idênticas. Neste caso, o repertório de genes variáveis (VH e VL) pode ser amplificado utilizando apenas um par de iniciadores distintos para cada fragmento gênico (WYNGAARDT et al., 2004). Para amplificação dos segmentos gênicos de mamíferos, por exemplo, necessitaríamos de um maior número de oligonucleotídeos e de reações de amplificações (DANTAS-BARBOSA et al., 2004). Desta forma, as galinhas apresentaram-se como uma fonte adequada de moléculas de mRNA, as quais codificam cadeias variáveis pesadas e leves de anticorpos, e estes mRNA foram utilizados na confecção da biblioteca de anticorpos. As aves são capazes de produzir anticorpos com alta afinidade, altos títulos e de grande persistência na resposta imune (LEMAMY et al. 1999), o que concorda com os elevados títulos obtidos neste trabalho. Apenas a galinha 1 foi sacrificada para a sequencia dos procedimentos. O RNA extraído do baço da ave foi analisado e quantificado em gel de agarose mostrando uma concentração de 20g/l. A partir deste RNA produziu-se a cDNA através de PCR. 35 5.2 Amplificação dos fragmentos das cadeias leve (VL) e pesada (VH) de anticorpos de galinha e amplificação do fragmento scFv (Overlap) Para amplificar os genes da região variável da cadeia leve, foram utilizados os oligonucleotídeos CSCVK (senso) e CKJo-B (reverso). Os amplicons foram visualizados em gel de agarose 2% corados com brometo de etídeo. Os tamanhos observados dos genes para cadeias leve foi em cerca de 350 pb e para cadeia pesada de 400 pb. Neste ponto de amplificação cita-se novamente a uma vantagem na utilização de galinhas para produção de anticorpos, utilizando apenas um par de iniciadores distintos para cada fragmento gênico (WYNGAARDT et al. 2004). Posteriormente, os fragmentos VH e VL produzidos foram purificados e utilizados como molde na montagem do gene scFv (overlap). A reação de sobreposição é promovida por uma seqüência nucleotídica codificadora de um peptídeo ligante (short linker) presente nos oligonucleotídeos CkJo-B (VL) e CSCVHo-F (VH). Outros iniciadores CSC-F (senso) e CSC-B (reverso), externos ao fragmento sobreposto, foram utilizados para amplificar o gene scFv de aproximadamente 800 pb (Figura 6). Figura 6: Amplificação dos fragmentos das cadeias leve (VL) e pesada (VH) de anticorpos de galinha. Análise em gel de agarose 2% do fragmento scFv purificado. 36 5.3 Construção da biblioteca combinatorial de anticorpos (scFv) e análise da diversidade desta biblioteca por enzima de restrição. Para a construção da biblioteca, os fragmentos scFv e o pComb foram digeridos por enzima de restrição Sfi I e purificados do gel de agarose afim de eliminar os resíduos de enzima que comprometem a eficiência da ligação. Os fragmentos foram então clonados no vetor, o procedimento de ligação foi realizado e utilizado na transformação em XL1-Blue eletrocompetente e plaqueadas em placas de petri. Foram selecionadas 15 colônias para extração do DNA fagomidial e o produto foi analisado em gel de agarose 2%. O DNA extraído foi digerido com a enzima de restrição BstNI afim de avaliar a variabilidade da biblioteca através da análise dos fragmentos de restrição. A variabilidade dos 15 clones foi demostrada através da visualização de diferentes bandas em gel de agarose 2% corados com brometo de etídeo sob luz UV. Os clones 5 e 6, 7 e 8, 14 e 15 compartilham o mesmo tamanho de fragmento caracterizando o restante dos clones (80%) como únicos e com especificidades teoricamente distintas, necessitando da seleção de anticorpos específicos para o BoHV-1. (Figura 7). MM 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Figura 7: Clones digeridos com enzima de restrição BstNI, demostrando os diferentes tamanhos de fragmentos. MM: marcador molecular (Amresco) de 50pb a 2000pb e em seguida os 15 clones. Observando o gel acima, verificou-se uma variabilidade da biblioteca, este fato pode ser justificado pelo fato de que as aves utilizadas para a 37 imunização não eram livres de patógeno e nem o ambiente onde viviam era estéril. Sendo assim, as galinhas entraram em contato com uma ampla gama de microorganismos presentes no ambiente, alimentos e água. Este contato gera uma resposta imunológica contra estes organismos e consequentemente a amplificação de fragmentos gênicos de anticorpos sem especificidade ao BoHV-1, desta forma o procedimento do Biopanning para seleção dos anticorpos se fez necessário. Em outro estudo realizado em 2007 esta variabilidade de anticorpos gerada pelas aves não foi verificada, provavelmente devido a imunodominância de alguma proteína especifica do antígeno em questão (SOUZA, 2007). 5.4 Dot blot para análise da expressão da biblioteca Foi realizado o dot blot para analisar a expressão dos fragmentos scFv indiretamente pela observação da expressão do epítopo da hemaglutinina (HA) fusionada ao anticorpo clonado no vetor pComb. O reconhecimento do epítopo HA pelo anticorpo monoclonal anti-HA reflete a expressão correta deste epítopo e, consequentemente, pela sua proximidade ao fragmento scFv, pode-se inferir a integridade de todo o sistema de expressão. A área sensibilizada com a biblioteca de fragmentos scFv apresentou forte marcação, demonstrando níveis de expressão detectáveis visualmente porém a área sensibilizada com BoHV-1 apresentou-se fracamente marcada, demostrando ainda que os fragmentos de anticorpos produzidos até o momento não eram específicos para o vírus sendo necessário a realização dos procedimentos de seleção (Figura 8). A B Figura 8: Análise por dot blot dos clones expressando fragmentos scFv. AMembrana sensibilizada com BoHV-1. B- Membrana sensibilizada com fragmentos de anticorpos scFv. 38 5.5 Seleção de partículas virais (scFv fusionados) ligantes ao BoHV-1- Biopanning Esta fase do processo de construção da biblioteca de anticorpos teve como objetivo a seleção dos clones gerados contra o antígeno de interesse, para isto, o BoHV-1 foi sensibilizado em placas de microtitulação e submetido ao reconhecimento pelos anticorpos recombinantes expressos em fagos. Os fagos não ligantes foram lavados e os reativos eluídos e amplificados em E. coli (Figura 9) (SMITH & SCOTT, 1993). O título de entrada dos fagos no quinto e sexto ciclo foi aproximadamente 108, o título de saída do quinto ciclo foi de 2x104, já o título de saída do sexto ciclo foi de 1x106. Esses resultados constatam que houve um aumento da especificidade da biblioteca de anticorpos durante os ciclos de seleção, pois mesmo aumentando a estringência da reação (quantidades de lavagens em cada ciclo) ocorreu enriquecimento dos clones. Nos estudos disponíveis na literatura, 3 a 4 ciclos são suficientes para um resultado satisfatório, no caso deste trabalho foram realizados 6 ciclos para aumentar o enriquecimento de clones ao alvo visando o desenvolvimento de testes diagnósticos. (SOUZA, 2007; CARDOSO, 2008; NASCIMENTO, 2009; NOLL, 2011). Figura 9: Seleção de fagos, expressando as diferentes formas scFvs. A cada ciclo os ligantes específicos foram selecionados e reamplificados. Fonte: Adaptado de SIDHU & FELLOUSE, 2006; SOUZA, 2007. 39 A técnica de Phage Display utilizada neste estudo apresenta vantagens quando comparados com a outra forma de obtenção de anticorpos recombinantes conhecida como tecnologia de hibridoma. Cita-se como ponto positivo do Phage Display o consumo de tempo utilizado na construção, já que dispensa o passo de imunização de animais e cultivo celular em larga escala, além de apresentarem elevada afinidade pelo alvo (AZZAZY & HIGHSMITH, 2002). 5.6 Análise da biblioteca pelo ELISA Após os 6 ciclos de ligação, eluição e amplificação na presença do fago auxiliar e antibióticos adequados foi realizado o teste de ELISA para monitoramento da reatividade da biblioteca ao vírus, para isto, duplicata das amostras do sexto ciclo de seleção, das amostras de controle negativo (Meio MEM) e dos brancos da reação (BR-ausência de clones scFv) foram utilizados. A leitura (OD) demostrou a reatividade dos clones durante o último ciclo de seleção. Nenhuma reação inespecífica ocorreu como demonstra a baixa leitura do branco (BR-ausência de clones scFv). A baixa leitura do controle negativo (Meio MEM) demonstra que ocorreu uma baixa especifidade da biblioteca com o meio de cultura, demonstrando que o vírus é que gerou resposta imune na galinha e não o meio de cultura. Os resultados podem ser observados na Figura 10. Houve diferença significativa entre os tratamentos. Figura 10: Imunoensaio dos clones do ciclo 6 contra o hespersvírus bovino tipo1. B= branco, CN= controle negativo, R6= ciclo 6. Os tratamentos foram comparados entre si pelo teste ANOVA seguido do teste de Bonferroni e foi considerada diferença estatística quando p<0,05. 40 A afinidade da biblioteca de anticorpos scFv ao BoHV-1 observada no teste de ELISA mostra que os fragmentos produzidos são reativos ao vírus, sendo possível a utilização destes anticorpos no desenvolvimento de novas plataformas de diagnóstico, como um teste rápido de fluxo lateral. Na maioria dos laboratórios, a técnica de diagnóstico utilizada para detecção das doenças causadas pelo BoHV-1 é o teste de ELISA que possibilita a detecção de anticorpos contra o vírus, porém uma das dificuldades encontradas com este tipo de diagnóstico, é a impossibilidade de diferenciar anticorpos produzidos em resposta à infecção natural daqueles produzidos pela vacinação, sendo que, a vacina é uma forma de controle do vírus e é utilizada no Brasil. Diante disto, na tentativa de melhor auxiliar nos resultados dos diagnósticos, e focar na detecção de antígenos em oposição a anticorpos, eliminando assim o questionamento do animal apresentarse positivo devido à vacina ou vírus de campo, o desenvolvimento de testes rápidos que detectem antígenos se torna importante, sendo utilizado o scFv produzido neste trabalho. (TEIXEIRA et al., 2001; SPILKI et al., 2005; BAUERMANN et al., 2010). Desde a década de 90, testes rápidos vem sendo estudados e disponibilizados no mercado para diagnóstico de várias enfermidades, como: AIDS, dengue, rotavirose, amebíase, hanseníase, entre outras (CAVALCANTI et al., 2008). Não existe até o momento um teste rápido para detecção de antígenos do BoHV-1 em bovinos, sendo que a detecção rápida de animais doentes feita a campo auxiliaria no controle da enfermidade evitando maiores prejuízos. 41 5.7 Sequenciamento das cadeias variáveis pesadas dos clones selecionados Os clones do sexto ciclo de seleção reativos no ELISA foram utilizados para reação de sequenciamento. O DNA para a reação de sequenciamento foi extraído segundo o kit Qiaprep Spin Mini Kit. As amostras foram analisadas em gel de agarose 2% para avaliação da qualidade. (Figura 11) MM Amostras Figura 10: Gel de agarose 2% dos DNA extraídos dos clones do sexto ciclo de seleção.MM: marcado molecular 1Kb Amresco. A placa contendo amostras de DNA foi sequenciada utilizando o iniciador mmB5 (extremidade 3’ do fragmento scFv). As reações foram injetadas no sequenciador automático MegaBace (GE). Após o sequenciamento, as seqüências foram analisadas utilizando o programa IgBlast e a seqüências protéicas alinhadas manualmente (Figura 11). Dos 48 clones sequenciados, apenas 19 (39,6%) tiveram sequencias capazes de serem analisadas, destes 12 (63,1%) apresentaram regiões hipervariáveis (CDRs) com grande similaridade entre si, demostrando uma provável diminuição da variabilidade dos anticorpos após a seleção do biopanning o que é desejado para os ensaios futuros de diagnósticos, porém, apenas a cadeia 42 pesada foi sequenciada, necessitando também do sequenciamento das cadeias leves e novamente dos clones já sequenciados. A baixa qualidade das seqüências atribuídas possivelmente a problemas na extração do DNA com alguns contaminantes ou no próprio equipamento. Devido a estes problemas não foi possível determinar todas as CDRs presentes em todos os clones. 43 44 6 CONCLUSÕES A clonagem em vetor pcomb3X dos genes codificadores dos fragmentos de anticorpos contra o BoHV-1 foi bem sucedida, sendo a expressão na forma solúvel realizada com sucesso por células de E. coli XL1-BLUE. A utilização da biblioteca de fragmentos scFvs em fagos por seis ciclos de seleção mostrou enriquecimento nos títulos de fagos selecionados contra a antígeno. O imunoensaio demonstrando confirmou a a validade afinidade do dos processo fragmentos de seleção. scFv O ao BoHV-1 processo de sequenciamento mostrou uma diminuição da variabilidade em comparação ao dot blot realizado anteriormente, sendo uma característica desejável neste processo, porém não foi possível sequenciar os clones de modo eficiente, verificando-se, portanto, a necessidade de analisar de forma mais aprofundada os resultados obtidos. Mesmo com a necessidade deste novo sequenciamento, a realização deste estudo mostrou que os fragmentos scFv podem ser utilizados futuramente na detecção do BoHV-1 no desenvolvimento de testes diagnósticos. 45 REFERÊNCIAS 1. AFFONSO, I. B.; AMORIL, J. G.; ALEXANDRINO, B.; BUZINARO, M. G.; MEDEIROS, A. S. R.; SAMARA, S. I. Anticorpos contra o herpesvírus bovino tipo 1 (bohv-1) nas dez regiões de planejamento do estado de goiás, Brasil. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v. 11, n. 4, p. 892-898, 2010. 2. ALICE, F. J. Isolamento do vírus da rinotraqueíte infecciosa bovina (IBR) no Brasil. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, v. 38, n. 4, p.919-920, 1978. 3. ALKAN, F.; OZKUL, A.; BILGE-DAGALP, S.; YESILBAG, K.; OGUZOGLU, T. C.; AKÇA, Y.; BURGU I. Virological and serological studies on the role of PI-3 virus, BRSV, BVDV, and BHV-1 on respiratory infections of cattle. I. The detection of etiological agents by direct immunofluorescence technique. 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