ao / a representação do ar e do oxigênio medicinal para pacientes

VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
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PO - 36
A REPRESENTAÇÃO DO AR E DO OXIGÊNIO MEDICINAL
PARA PACIENTES COM DOENÇA PULMONAR
Bellkiss Wilma Romano, Amanda Lacerda de Almeida Costa, Fabiana Aporta Gaspar, Flávia Prado
Monteiro, Francine Morais Approbato, Sirlei Pereira Nunes, Elaine Marques Hojaij.
São Paulo/ SP, Serviço de Psicologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
A administração de oxigênio medicinal (OM) é importante terapêutica para insuficiência respiratória crônica
e/ou hipoxemia persistente. Usado além de 15h/dia, favorece a hemodinâmica, função neuropsicológica
e desempenho físico. O uso prolongado é eficaz, inclusive aumentando sobrevida, no entanto, o avanço
de tratamentos demonstra que sobrevida aumentada não necessariamente indica recuperação de
qualidade de vida. Usuários de OM por longos prazos têm mobilidade reduzida e prejuízo social. Estudos
costumam focar apenas aspectos físicos, e não psíquicos/sociais. Torna-se importante compreender
sentimentos, a experiência de viver dependente do OM e sua representação. Representações mentais
são idéias, conceitos, imagens, formados a partir de significados atribuídos ao mundo externo. Aqui,
serão tratadas como significação, como valor e importância dados a determinado objeto/situação. Assim,
representação é o significado arrogado por este ao vivenciar dor, sofrimento e mal-estar, considerando
sua construção psíquica e contexto sociocultural. Este trabalho objetivou compreender a representação
do ar e do oxigênio medicinal para pacientes com doenças pulmonares em uso contínuo de oxigênio
medicinal. Matarial e Métodos: Participaram deste estudo 20 pneumopatas adultos, com patologias
diversas, que faziam uso de Oxigênio Medicinal (por, no mínimo, 15 horas por dia) há pelo menos três
meses. Treze participantes estavam hospitalizados na enfermaria da Pneumologia, e os outros sete eram
pacientes ambulatoriais. Foram utilizados como instrumentos para coleta de dados: a) duas reproduções
de telas de René Magritte: “O terapeuta” e “Decalcomania”, acompanhadas de três perguntas semidirigidas referentes à percepção dos participantes frente às telas; b) entrevista semi-estruturada, com
seis perguntas sobre o significado de respirar, de sentir falta de ar, do uso do oxigênio medicinal, a
importância deste e sentimentos envolvidos. Mediante assinatura de termo de consentimento, a coleta
dos dados foi aplicada individualmente, num único encontro. A análise qualitativa dos dados baseou-se
na técnica do Discurso do Sujeito Coletivo. Resultados: O fato de estar internado (ou não) não interferiu
nos resultados. Houve projeção maciça de aspectos da doença, para todos os pacientes, nas imagens
apresentadas. Participantes significam o respirar como imprescindível, essencial e representante da vida;
têm representações negativas referentes à falta de ar, descrevendo-a como desesperadora; em grande
parte, significam negativamente o fato de fazerem uso do oxigênio medicinal, sendo ambivalentes ao
ponderarem a importância do seu uso para sua saúde. Todos, independente da patologia, consideram a
oxigenoterapia como importante e essencial para sua saúde. Conclusões: O uso contínuo de Oxigênio
Medicinal parece promover a reabilitação física e funcional dos pacientes, mas causa uma série de
limitações e restrições de ordem psíquica e social, que devem ser consideradas e tratadas.
Palavras-chave: pneumopatias, oxigenoterapia, psicologia.
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