12 O mundo O Estado do Maranhão - São Luís, 25 de setembro de 2009 - sexta-feira O Mundo O presidente dos EUA, Barack Obama, irá à Dinamarca para anúncio da sede da Olimpíada [email protected] ONU vai debater hoje a crise em Honduras Vacina contra Aids reduz risco de infecção Dependendo do resultado, Conselho de Segurança pode ser convocado. Zelaya, presidente deposto de Honduras,continua na embaixada brasileira Teste em fase experimental, anunciado em Bangcoc, traz nova esperança para o campo de imunização contra o vírus HIV Agência EFE N OVA YORK - O subsecretário-geral da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, Enio Cordeiro, anunciou ontem que será realizada hoje uma reunião de consultas do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para debater a crise em Honduras. Dependendo do resultado desta reunião, o Conselho de Segurança poderá ser convocado para debater a questão. O Brasil já pediu que o Conselho entre no tema. “Amanhã, vai acontecer, a pedido do Brasil, uma reunião de consultas do Conselho de Segurança. Não é ainda uma reunião aberta, como desejamos, mas é um primeiro passo”, disse Cordeiro. A situação de Honduras tornou-se mais crítica desde que na segunda-feira (21) o presidente deposto do país, Manuel Zelaya, voltou à capital hondurenha, Tegucigalpa, e abrigou-se na embaixada brasileira. Ao todo, 313 pessoas chegaram a ficar abrigadas na embaixada brasileira. Segundo o Ministério de Relações Exteriores, cerca de 70 pessoas continuam na embaixada. Também hoje chegará a Honduras uma missão preparatória Negociação O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse na tarde de ontem que ele já começou a negociar com o governo interino de Roberto Micheletti para encontrar uma "saída pacífica" para a crise política e diplomática do país Zelaya, ao lado de sua mulher, Xiomara, e do bispo Juan José Pineda das Organizações dos Estados Americanos (OEA). O evento precede a chegada da missão oficial, na qual estará o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, prevista para a próxima semana. 'Hóspede’ – Enio Cordeiro afirmou que Zelaya continuará abrigado na embaixada o tempo que for necessário. “A presença de Zelaya na embaixada não é promovida pelo governo brasileiro, mas é consentida. Ele é hóspede do governo brasileiro e assim permanecerá pelo tempo que for necessário.” O diretor do departamento de América Central e Caribe do Itamaraty, Gonçalo Mourão, disse que “o limite (para a permanência de Zelaya) é a pacificação do país e a restauração da ordem institucional do país”. Segundo os diplomatas brasileiros, a situação na embaixada está calma.Quarta-feira, houve um pequeno corte de energia elétrica, mas, aparentemente, não foi determinado pelo go- verno de fato de Honduras. Mourão afirmou que, apesar do cerco, está chegando comida e roupas para os hóspedes e funcionários da embaixada. Crise - Derrubado e expulso por um golpe militar em 28 de junho, Zelaya acirrou a crise política no país ao voltar de supresa ao país na última segunda-feira, abrigando-se na Embaixada do Brasil. A comunidade internacional pressiona pela volta de Zelaya ao poder, mas o governo interino ameaça prendê-lo por "traição" se ele deixar a Embaixada. Zelaya afirmou que conversou na noite de quarta com "um representante do governo de facto", mas ele não quis identificá-lo. BANGCOC - Pela primeira vez, uma vacina experimental ajudou a reduzir o risco de infecção pelo vírus da Aids. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) afirmaram que os resultados "trouxeram nova esperança" para o campo das pesquisas de uma imunização contra o vírus. A vacina reduziu o risco de infecção por HIV em mais de 31%. O resultado foi anunciado ontem em Bangcoc. O teste de vacinas foi o maior já feito no mundo e envolveu 16 mil voluntários na Tailândia. A vacina é uma combinação de duas versões anteriores que não haviam dado resultados. Ainda que o benefício seja modesto, "é a primeira evidência de que nós poderemos ter uma vacina segura e efetiva", disse o médico norte-americano Jerome Kim, coronel que ajudou a liderar os estudos para o Exército dos Estados Unidos, que patrocinam a iniciativa, junto com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. O diretor do instituto, An- thony Fauci, advertiu que "esse não é o fim da linha", mas também se disse surpreso e bastante satisfeito com o resultado. "Isso me dá um otimismo cauteloso sobre a possibilidade de melhorar esse resultado e desenvolver mais vacinas contra a Aids", afirmou Fauci. "Isso é algo que podemos fazer." O Ministério da Saúde Pública da Tailândia conduziu o estudo, usando cepas do vírus comuns no país asiático. Os cientistas ressaltaram que ainda não se sabe se a vacina será efetiva contra outras linhagens, como as presentes nos EUA e na África, entre outros pontos do mundo. Porém mesmo uma vacina parcialmente efetiva já teria um grande impacto. Todos os dias, 7.500 pessoas contraem o vírus HIV. Dois milhões de pessoas morreram após pegar a doença em 2007, segundo a Unaids. "Hoje é um marco histórico", afirmou em comunicado o diretor executivo da Coalizão por uma vacina para a Aids, um grupo internacional que trabalha pelo desenvolvimento da vacina.