Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Resumo Atividade gripal baixa Tendência estável Na semana 01 de 2016 (04 de janeiro a 10 de janeiro): a taxa de incidência de síndrome gripal foi de 47,2 por 100.000 habitantes, indicando início do período epidémico. em 34 casos de síndroma gripal, foram detetados 20 vírus da gripe A(H1)pdm09, pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios. foram admitidos 7 novos casos de gripe nas 26 UCI que reportaram informação, estimando-se em 2,4% a taxa de admissão por gripe em UCI. Este valor é menos de metade do que foi estimado para a semana anterior. Em todos os doentes foi identificado o vírus influenza A (H1N1)pdm09. mortalidade observada por “todas as causas” com valores de acordo com o esperado. Boletim emitido no dia 14/01/2016 Rede de hospitais para a vigilância clínica e laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos Parceiros Contatos: Departamento de Epidemiologia do INSA, tel 217526488 | Laboratório Nacional de Referência da Gripe, tel 217526455 Av. Padre Cruz 1649-016 Lisboa Portugal tel: (+351) 217 519 200 fax: (+351) 217 526 400 [email protected] Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Vigilância epidemiológica clínica Rede “Médicos-Sentinela” Área de atividade basal linha base e limite superior do IC a 95% 240 Taxa de incidência provisória de Síndroma Gripal (2014/2015) 210 Taxa de incidência provisória de Síndroma Gripal (2015/2016) Época de Gripe Sazonal 180 Atividade muito alta 150 p95 Atividade alta p90 120 90 Atividade moderada p50 60 Atividade baixa 30 Ausência de atividade 0 25/2015 27/2015 29/2015 31/2015 33/2015 35/2015 37/2015 39/2015 41/2015 43/2015 45/2015 47/2015 49/2015 51/2015 53/2015 2/2016 4/2016 6/2016 8/2016 10/2016 12/2016 14/2016 16/2016 18/2016 20/2016 22/2016 24/2016 26/2016 28/2016 30/2016 32/2016 34/2016 36/2016 38/2016 40/2016 42/2016 44/2016 46/2016 Taxa de incidência provisória (/100000 habitantes) Na semana 01 de 2016, estimou-se uma taxa de incidência de síndroma gripal de 47,2 casos por cada 100.000 habitantes, encontrando-se acima da área de atividade basal com tendência estável. Início do período epidémico. Nota - A semana 53 só existe para o ano de 2015 pelo que foi feita uma interpolação dos dados de 2014/15 para construção gráfica. Figura 1— Evolução da taxa de incidência semanal de síndroma gripal, na Rede Médicos-Sentinela (taxas provisórias) Número de casos de Síndroma Gripal Estimativa provisória da taxa de incidência de Síndroma Gripal População sob observação 23 47,2/105 48 708 Contatos: Departamento de Epidemiologia do INSA, tel 217526488 | Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, tel 217526455 2 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Vigilância Laboratorial da Gripe No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, até à semana 1/2016, foram notificados laboratorialmente 360 casos de síndroma gripal (SG), dos quais 102 positivos para o vírus influenza (97 positivos para o vírus influenza A(H1)pdm09, 4 influenza A(H3) e 1 influenza B da linhagem Yamagata). Na semana 1/2016, em 34 casos de SG foram detetados 20 vírus influenza A(H1)pdm09. 150 100 Pesquisa Laboratorial do Vírus da Gripe 90 120 80 Influenza Negativos Influenza B(Yamagata) Nº casos SG 90 60 Influenza A(H3) 50 Influenza A(H1)pdm09 % Positivos Gripe 60 40 30 30 % casos positivos 70 Influenza B(Victoria) 20 10 0 0 40 42 44 46 48 50 52 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 1 2014/2015 3 5 7 9 11 13 15 17 19 2015/2016 Figura 2 — Número de casos de síndroma gripal analisados laboratorialmente e casos positivos para gripe por tipo/subtipo, por semana. Nos 360 casos de SG foram detetados outros agentes virais respiratórios em 83 amostras (23%): 5 vírus sincicial respiratório, 36 rinovírus humano, 29 coronavírus humano, 6 vírus parainfluenza, 1 adenovírus e 2 metapneumovírus humano. Em 4 casos de SG foram detetados 2 ou mais vírus respiratórios. Vírus da gripe e outros vírus respiratórios em casos de SG 2015/2016 n=360 Gripe 102; 28% Negativos 175; 49% Vírus respiratórios 2015/2016 Vírus da gripe (tipos/subtipos) 2015/2016 RSV 5; 6% IM 4; 5% A(H1) pdm09 97; 95% Outros Vírus Respirat. 83; 23% hCoV 29; 35% A(H3) 4; 4% B/Yam 1; 1% hRV 36; 43% PIV 6; 7% AdV hMPV 1; 1% 2; 3% Figura 3 — Numero e percentagem de vírus influenza e de outros vírus respiratórios detetados nos casos de síndroma gripal. Dados da vigilância laboratorial realizada pelo Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios do INSA (dados cumulativos da época 2015/2016). hRV — rinovírus humano; PIV — vírus parainfluenza; hCoV — coronavírus humano; RSV—vírus sincicial respiratório; AdV—adenovírus; hMPV—metapneumovírus humano; IM — infeções por 2 ou mais vírus respiratórios. Nota: Na última semana, são indicados apenas os casos recebidos e analisados até à data de publicação do boletim . *A metodologia utilizada na detecção, tipagem e sub-tipagem dos vírus influenza é o RT-PCR em tempo real, que consiste na pesquisa de RNA viral na amostra biológica. 3 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, conta na época de 2015/2016, com a participação de 16 laboratórios, na sua maioria, de hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, assegurando a deteção e caraterização dos vírus da gripe que podem estar na origem de casos mais graves da doença. Desde o início da época 2015/2016 até à semana 1/2016 (Figura 4), os laboratórios da rede* notificaram 1470 casos de síndroma gripal (SG), dos quais 94 foram positivos para o vírus influenza [81 vírus A(H1)pdm09, 6 vírus do tipo B, 2 vírus A(H3) e 4 vírus do tipo A não subtipados]. Foram também detetados outros agentes respiratórios em 635 casos de SG (Figura 5). Nas última semanas registou-se um aumento de deteções do vírus sincicial respiratório (RSV). Vírus da gripe Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe 40 Nº de vírus da gripe 35 Infeções Mistas C 30 B 25 A não subtipado 20 A(H3) A(H1)pdm09 15 10 5 0 38 40 42 44 46 48 50 52 1 3 Semanas 2015/2016 5 7 9 11 13 15 17 19 21 n=1470 Figura 4 — Número de casos de síndroma gripal e vírus da gripe detetados pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, na época 2015/2016 (n= 1470). Outros agentes respiratórios Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe 100 hBoV hMPV Parechovírus Coronavírus RSV Infecções mistas Bacterias Adenovírus Vírus Parainfluenza Picornavírus (hRV/hEV) Nº de agentes respiratórios 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 38 40 42 44 46 48 50 52 1 3 Semanas 2015/2016 5 7 9 11 13 15 17 19 21 n=635 Figura 5 — Número de outros agentes respiratórios detetados pela Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, na época 2015/2016 (n= 635). * - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. (Hospital de São José e Hospital de Curry Cabral), Centro Hospitalar de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E., Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E., Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave. 4 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 49 - de 29/11/2015 a 06/12/2015 Vigilância dos internamentos por gripe em Unidades de Cuidados de Intensivos A informação disponibilizada nesta página é da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. Contatos: [email protected]. Foram admitidos 7 novos casos de gripe nas 26 UCI que reportaram informação, estimando-se em 2,4% a taxa de admissão por gripe em UCI. Este valor é menos de metade do que foi estimado para a semana anterior. Verificou-se que a maior parte dos doentes (6; 85,7%) tinha idade compreendida entre 15 e 64 anos. Nenhum dos 2 doentes em que o estado vacinal é conhecido tinha sido vacinado contra a gripe sazonal. Verificou-se que 4 doentes (57,1%) tinham doença crónica subjacente, considerada de risco para a evolução do quadro de gripe. Foi prescrito oseltamivir a todos os doentes, foram submetidos a ventilação mecânica invasiva 5 (71,4%) e tiveram suporte de ECMO 5 doentes (71,4%). Em todos os doentes foi identificado o vírus influenza A(H1N1)pdm09. Desde o início da época gripal foram reportados 31 casos de gripe admitidos em UCI. Verificou-se que 22 doentes (71%) tinham idades compreendidas entre 15 e 64 anos e 7 (22,6%) tinham 65 e mais anos. Dos 13 doentes em que o estado vacinal é conhecido apenas 1 (7,7%) estava vacinado contra a gripe sazonal. Verificou-se que 20 doentes (64,5%) tinham doença crónica subjacente, considerada de risco para a evolução do quadro de gripe. Foi prescrito oseltamivir a todos os doentes, foi aplicada ventilação mecânica invasiva a 24 (77,4%) e 10 (32,3%) tiveram suporte de ECMO. Foi identificado o influenza A em todos os doentes, sendo 27 (87,1%) A(H1N1)pdm09 e 4 não subtipados. Figura 6 — Evolução semanal do nº de casos de gripe em UCI, vários anos Tabela I — Evolução semanal do número de casos de gripe em UCI desde a semana 40 de 2015 Época 2015/2016 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 1 Nº de casos de gripe 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 2 0 4 15 7 Nº de hospitais que reportaram 19 17 19 12 19 18 20 19 16 17 18 14 20 21 21 Nº de UCI que reportaram 25 22 24 16 24 22 25 23 21 22 23 19 24 26 26 Nº Total admissões 279 238 251 162 257 251 268 264 230 238 222 204 240 257 289 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,8 0,0 0,0 0,0 0,4 0,9 0,0 1,3 5,4 2,4 de % de doentes com gripe admitidos em UCI 2 3 4 5 6 7 7 9 10 ... Total 31 Dados de todas as semanas atualizados em 14/01/2016 Hospitais participantes em 2015-2016: Centro Hospitalar Alto Ave (H. Guimarães), Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E. (H. S. José, H. Curry Cabral, H. Capuchos , H. D. Estefânia e H. Stª. Marta), Centro Hospitalar Cova da Beira (H. da Covilhã), Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (H. São Francisco Xavier e H. Egas Moniz), Centro Hospitalar de S. João E.P.E, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Algarve (H. do Barlavento Algarvio), Centro Hospitalar do Médio Tejo (H. de Abrantes), Centro Hospitalar Lisboa Norte E.P.E (H. Stª Maria e H. Pulido Valente), Centro Hospitalar Tondela Viseu (H. S. Teotónio), Hospital Beatriz Ângelo, Hospital Cuf Descobertas, Hospital Distrital de Castelo Branco, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, Hospital do Litoral Alentejano, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, HPP Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, Hospital de Vila Franca de Xira 5 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Vigilância da mortalidade por “todas as causas” Mortalidade observada com valores de acordo com o esperado. 3500 3000 Óbitos (n) 2500 2000 1500 1000 Obitos Linha de base Limite 95% de confiança da Linha de base 500 19/2016 15/2016 11/2016 7/2016 3/2016 52/2015 48/2015 44/2015 40/2015 36/2015 32/2015 28/2015 24/2015 20/2015 16/2015 12/2015 8/2015 4/2015 52/2014 48/2014 44/2014 40/2014 0 Semana Figura 7 - Evolução da mortalidade semanal (nº absoluto) por “todas as causas”, desde a semana 40 de 2014 até à semana 01 de 201 6. Obitos Limite de confiança 95% da linha de base 300 Linha de base Taxa de incidência 3000 250 2500 Óbitos (n) 200 2000 B/A(H3) A(H3) A(H3) 150 A(H1)pdm09 1500 A(H1)pdm09/B A(H1)pdm09/A(H3) 1000 100 B/A(H1)pdm09 B/A(H1) 50 500 0 40/2007 1/2007 14/2008 27/2008 40/2008 1/2008 14/2009 27/2009 40/2009 53/2009 13/2010 26/2010 39/2010 52/2010 13/2011 26/2011 39/2011 52/2011 13/2012 26/2012 39/2012 52/2012 13/2013 26/2013 39/2013 52/2013 13/2014 26/2014 39/2014 52/2014 13/2015 26/2015 39/2015 52/2015 12/2016 0 Taxa de incidência (/100000 habitantes) 3500 Semana Figura 8 - Evolução da mortalidade semanal por “todas as causas” (nº absoluto) e taxa de incidência de síndroma gripal por 100.000 habitantes (Rede Médicos-Sentinela) e vírus predominante por época gripal, desde a semana 40 de 2007 até à semana 01 de 2016. O sistema VDM avalia diariamente a informação disponível sobre a mortalidade “por todas as causas” disponível. VDM / Departamento de Epidemiologia do INSA / Instituto dos Registos e Notariado (IRN) / Instituto de Tecnologias de Informação na Justiça (ITIJ) 6 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Vigilância da mortalidade por “todas as causas” De acordo com os dados disponibilizados pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês de dezembro, o valor da temperatura mínima do ar, 7.40ºC, foi superior ao valor médio (+1.35ºC), sendo o 11º mais alto desde 1931 e o mais alto dos últimos 15 anos (desde 2000). O valor médio da temperatura mínima do ar, na semana de 4 a 10 de janeiro de 2016 foi de 8.5ºC (valor acima do normal). De acordo com a previsão mensal do IPMA, disponível em http://www.ipma.pt/pt/otempo/prev.longo.prazo/mensal/ index.jsp, na temperatura média semanal preveem-se valores acima do normal, para todo o território, na semana de 01/02 a 07/02. Nas semanas de 11/01 a 17/01, de 18/01 a 24/01 e de 25/01 a 31/01 não é possível identificar a existência de sinal estatisticamente significativo. Figura 9– Evolução da mortalidade semanal por “todas as causas” (nº absoluto), temperatura mínima média (Continente) e taxa de incidência de síndroma gripal por 100.000 habitantes (Rede Médicos-Sentinela) da época 2015/2016. Fontes: Instituto Português do Mar e da Atmosfera (Valores da média da temperatura mínima diária do ar (0-24 UTC) obtidos pela média espacial da interpolação (método IDW) dos valores de temperatura mínima diária do ar observados na rede de estações automáticas do IPMA); Sistema de Vigilância Diária da Mortalidade e Rede Médicos-Sentinela. 7 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Nota metodológica Sistema Nacional de Vigilância da Gripe Boletim de vigilância epidemiológica da gripe O Sistema Nacional de Vigilância da Gripe foi ativado em outubro de 2015, na semana 40 e funcionará até à semana 20, em maio de 2016. A componente clínica deste sistema, que se descreve adiante, manter-se-á ativa durante todo o ano. À 5ª feira à tarde será elaborado, pelo INSA, o Boletim de Gripe, baseado no conjunto de dados e informações gerados pelos 6 componentes descritos a seguir, sumariamente. Fontes de informação e indicadores produzidos Fontes de informação Indicadores produzidos Médicos-Sentinela Taxa de incidência de síndroma gripal na população geral, identificação e caracterização laboratorial de vírus Influenza circulantes Serviços de Urgência Identificação e caracterização laboratorial de vírus Influenza circulantes Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe Resistência aos Antivirais Resistência do vírus Influenza aos antivirais por tipo e sub-tipo Internamento em Unidades de Cuidados intensivos Caracterização epidemiológica e laboratorial dos casos de infeção respiratória admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos Vigilância Diária da Mortalidade Evolução do número de óbitos por semana, em Portugal Rede Médicos-Sentinela Serviços de Urgência A Rede Médicos-Sentinela é um sistema de informação em saúde constituído por cerca de 123 Médicos de Família, distribuídos pelo território do Continente e Regiões Autónomas, cuja atividade profissional é desempenhada em Unidades de Saúde Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP). A rede dos serviços de urgência é operacionalizada pelos Serviços de Urgência Hospitalar e Serviços de Atendimento Permanente ou similares dos Centros de Saúde do Serviço Nacional de Saúde. Participam na componente laboratorial que constitui um indicador precoce do início de circulação do vírus da gripe em cada época de vigilância. Enviam para o Laboratório de Referência para o Vírus da Gripe no INSA, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e tipificação dos vírus Influenza. Os casos são selecionados de acordo com a opinião do médico tendo em conta a definição de caso de síndroma gripal usada pelo ECDC. A participação destes médicos é voluntária e consiste na notificação semanal, para o Departamento de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), dos novos casos de síndroma gripal (numerador para o cálculo da taxa de incidência) que ocorreram nos utentes inscritos das respetivas listas (componente clínica do sistema de vigilância); simultaneamente, enviam para o laboratório, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e tipificação dos vírus (componente laboratorial). As estirpes do vírus da gripe isoladas são caracterizadas antigénica e geneticamente, permitindo avaliar a sua semelhança com as estirpes vacinais e ainda monitorizar a ocorrência de mutações. A população sob vigilância é constituída pelo somatório dos utentes inscritos nas listas dos Médicos-Sentinela que estiveram “ativos” em determinada semana, ie, que reportaram, pelo menos, 1 caso de doença ou que informaram explicitamente não terem casos para reportar. Definição de caso de síndroma gripal (usada pelo ECDC): Início súbito, + 1 dos seguintes sintomas sistémicos: - Febre ou febrícula, - Mal-estar, debilidade, prostração, - Cefaleia, - Mialgias ou dores generalizadas, + 1 dos seguintes sintomas respiratórios: - Tosse, - Dor de garganta ou inflamação da mucosa nasal ou faríngea sem sinais respiratórios relevantes, - Dificuldade respiratória. Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe Rede ativada em 2009 pelo despacho ministerial nº 16548/2009, de 21 de Julho (Diário da República, 2ª série, Nº 139: 28507), é atualmente constituída por 16 laboratórios*, na sua maioria de hospitais do continente e regiões autónomas. Assegura a deteção e caracterização dos vírus Influenza que estão na origem de casos mais graves da doença. A análise laboratorial envolve a utilização de métodos de biologia molecular para a caracterização dos vírus Influenza em circulação na população. Em colaboração com o laboratório de referência do INSA é efetuado o isolamento das estirpes do vírus da gripe e a sua caracterização antigénica e genética. A população sob vigilância é constituída pelos utentes com suspeita de terem gripe, pertencentes à área de influência dos hospitais ou laboratórios da Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe. * - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. (Hospital de São José e Hospital de Curry Cabral), Hospital de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., Hospital Central do Funchal, E.P.E., Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E., Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, E.P.E., Centro Hospitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto, E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave, Hospital do Espírito Santo (Évora), Laboratório de Saúde Pública Dra. Laura Ayres (ARS Algarve). Resistência aos Antivirais Resistência do vírus Influenza aos antivirais por tipo e sub-tipo. Os dados são referentes à pesquisa de marcadores moleculares de resistência ou à caracterização fenotípica (determinação do IC50) em estirpes do vírus da gripe isoladas de amostras enviadas ao Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe. 8 Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2015/2016 Internamento em Unidades de Cuidados Intensivos (A informação referente aos internamentos por gripe em UCI é da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. Contatos: [email protected]) Na época 2011-2012, foi realizado um estudo piloto com o objetivo de fazer a vigilância epidemiológica dos casos graves de gripe admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos de alguns hospitais. Participaram nesse ano 6 hospitais. Nas épocas seguintes, utilizando a metodologia testada, foi possível estender a vigilância a mais hospitais. Hospitais participantes em 2015-2016: Centro Hospitalar Alto Ave (H. Guimarães), Centro Hospitalar Lisboa Central, E.P.E. (H. S. José, H. Curry Cabral, H. Capuchos, H. D. Estefânia e H. Stª. Marta), Centro Hospitalar Cova da Beira (H. da Covilhã), Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental (H. São Francisco Xavier e H. Egas Moniz), Centro Hospitalar de S. João E.P.E, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Centro Hospitalar do Algarve (H. do Barlavento Algarvio), Centro Hospitalar do Médio Tejo (H. de Abrantes), Centro Hospitalar Lisboa Norte E.P.E (H. Stª Maria e H. Pulido Valente), Centro Hospitalar Tondela Viseu (H. S. Teotónio), Hospital Beatriz Ângelo, Hospital Cuf Descobertas, Hospital Distrital de Castelo Branco, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, Hospital do Litoral Alentejano, Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, HPP Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, Hospital de Vila Franca de Xira. Definição de caso: Doentes admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos dos hospitais participantes, com gripe confirmada laboratorialmente. Vigilância diária da mortalidade O VDM é um sistema de vigilância epidemiológica que pretende detetar e estimar de forma rápida os impactos de eventos ambientais ou epidémicos relacionados com excessos de mortalidade. Este sistema funciona com base num protocolo de cooperação entre o INSA e Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ) do Ministério da Justiça. Para isso, diariamente o IGFEJ envia de forma automática o número de óbitos registados no dia anterior em todo o país. Esta componente pretende avaliar o impacto da epidemia de gripe em termos de severidade. Definição de caso: óbito, por qualquer causa, de individuo residente em Portugal. Semana 01 - de 04/01/2016 a 10/01/2016 Indicadores de dispersão geográfica da atividade gripal Ausência de atividade gripal Pode haver notificação de casos de SG mas a taxa de incidência permanece abaixo ou na área de atividade basal, não havendo a confirmação laboratorial da presença do vírus Influenza; Atividade gripal esporádica Casos isolados, confirmados laboratorialmente, de infeção por vírus Influenza, associados a uma taxa de incidência de SG que permanece abaixo ou na área de atividade basal; Surtos locais Casos agregados, no espaço e no tempo, de infeção por vírus Influenza confirmados laboratorialmente. Atividade gripal localizada em áreas delimitadas e/ou instituições (escolas, lares, etc), permanecendo a taxa de incidência de SG abaixo ou na área de atividade basal; Atividade gripal epidémica Taxa de incidência de SG acima da área de atividade basal, associada a uma confirmação laboratorial da presença de vírus Influenza; Atividade gripal epidémica disseminada Taxa de incidência de SG, por mais de duas semanas consecutivas, acima da área de atividade basal e com uma tendência crescente, associada à confirmação da presença de vírus Influenza. Indicadores da intensidade da atividade gripal A intensidade da atividade gripal é definida com base em toda a informação de vigilância recolhida através das várias fontes de dados e é avaliada tendo em consideração a informação histórica nacional sobre a gripe, segundo o método MEM (Moving Epidemic Method). Ausência Taxa de incidência de SG abaixo ou na área de atividade basal; Baixa Nível de atividade gripal associado à presença de vírus Influenza e correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior à área de atividade basal mas inferior ou igual a 83,04/105. Moderada Nível de atividade gripal associado à presença de vírus Influenza e correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior a 83,04/10 5 e inferior ou igual a 127,24/105. Alta Definições utilizadas Época de Gripe Definida como o período de tempo de aproximadamente 33 semanas que decorre entre a semana 40 de um determinado ano (início de outubro) e a semana 20 do ano seguinte (meados de maio). Linha de base e respetivo limite superior do intervalo de confiança a 95% Designada também por área de atividade basal, constitui o intervalo de valores da taxa de incidência correspondente a uma circulação esporádica de vírus Influenza. Permite definir períodos epidémicos, comparar as epidemias anuais em função da sua intensidade e duração e determinar o impacto dessas epidemias na comunidade. Atividade gripal Definida pelo grau de intensidade da ocorrência da doença, medido pela estimativa semanal da taxa de incidência de síndroma gripal (SG) e do seu posicionamento relativo à área de atividade basal, e pelo número de vírus circulantes detetados. Nível de atividade gripal associado à presença de vírus Influenza e correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior 127,24/10 5 e inferior ou igual a 143,60/105. Muito Alta Nível de atividade gripal associado à presença de vírus Influenza e correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG superior 143,60/105 Indicadores da tendência da atividade gripal Estável Os últimos três valores da taxa de incidência não se encontram em tendência crescente nem decrescente. Crescente Os últimos três valores encontram-se em tendência crescente. Decrescente Os últimos três valores encontram-se em tendência decrescente. Percentagem de doentes com gripe admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) Percentagem de doentes com gripe admitidos, em UCI, em determinada semana = nº de admissões por gripe confirmada, em UCI, na referida semana/ nº de admissões por qualquer causa, em UCI, na mesma semana x 100 utentes. 9