A questão étnicorracial na Geografia escolar: o debate ou o silêncio nas escolas públicas de ensino básico? Profa. Dra. Lorena Francisco de Souza Este trabalho visa discutir a questão étnico-racial nas escolas de ensino básico a partir da geografia escolar. Desde a implementação da Lei 10.639/03 que obriga o ensino de história da África e cultura afro-brasileira nos currículos escolares, a Geografia, mais precisamente as reflexões e pesquisas sobre o ensino de geografia, pouco tem tratado sobre os caminhos pelos quais a geografia escolar, em suas especificidades, com conceitos e categorias próprios, pode contribuir com o ensino das relações étnico-raciais em seus conteúdos, seja a partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais, seja a partir de sua matriz curricular. Diante da ausência do tratamento da questão étnico-racial nos conteúdos de geografia (SANTOS, 2009), podemos lançar questionamentos acerca da atuação dos profissionais docentes de geografia no tratamento desta temática enquanto obrigatoriedade curricular. Quais momentos o/a professor/a de geografia tem destinado ao tratamento das relações étnico-raciais e as africanidades no conteúdo programático? Como os/as alunos/as percebem e vivenciam a ligação desta temática com seus conhecimentos prévios (CAVALCANTI, 2005)? Como os livros didáticos de geografia apresentam a temática das relações étnico-raciais em seus conteúdos programáticos? Qual o papel da escola no enfrentamento dos conflitos raciais? A interdisciplinaridade pedagógica e curricular tem sido uma preocupação das escolas de ensino básico no tratamento destas questões? Propõe-se, assim, analisar a abordagem étnicoracial presente/ausente nos conteúdos programáticos da geografia escolar, bem como o tratamento das relações étnico-raciais e “africanidades” nos materiais didáticos e nas práticas pedagógicas de professores/as de geografia do ensino básico. PALAVRAS-CHAVE: Lei 10.639/03, ensino de Geografia, formação de professores