161 VIII Congresso Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária ResumoID:02.510-3 Area: OFTALMOLOGIA IRRADIAÇÃO COM ESTRÔNCIO-90 ASSOCIADA À RESSECÇÃO CIRÚRGICA DE CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS DA TERCEIRA PÁLPEBRA BILATERAL EM EQÜINO. RELATO DE CASO Fernanda Bovino (UNESP - campus de Araçatuba); Rafaela S. Stuchi (UNESP - Campus de Araçatuba); Francisco Leydson Formiga Feitosa (UNESP - Campus de Araçatuba); Celso Antônio Rodrigues (UNESP Campus de Araçatuba); Maria Cecíia Rui Luvizotto (UNESP - Campus de Araçatuba); Rodrigo Antonio Lopes (UNESP - Campus de Araçatuba); Alexandre Lima de Andrade (UNESP - Campus de Araçatuba) Resumo O carcinoma de células escamosas, também denominado carcinoma epidermóide é uma neoplasia cutânea comum em eqüinos. As neoplasias oculares de origem epitelial podem se originar de vários tecidos, incluindo a córnea, limbo, conjuntiva, pálpebra, terceira pálpebra e órbita. Podem variar de tamanho, e em alguns casos, formam-se lesões neoplásicas proliferativas extensas. É comum em países de clima tropical como o Brasil, devido à exposição crônica dos animais à radiação ultravioleta. Nos eqüinos, ocorre primariamente nas junções mucocutâneas, como por exemplo, no tarso palpebral. O tratamento pode se constituir de excisão cirúrgica, criocirurgia, hipertermia por rádio fluorescência, cirurgia a laser, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e/ou a combinação de todas as modalidades. Foi atendido no Hospital Veterinário “Luiz Quintiliano de Oliveira”, um eqüino, fêmea, 4 anos, da raça Quarto de Milha, com histórico de secreção mucopurulenta em ambos os olhos, há 5 meses. Ao exame clínico, constatou-se uma neoformação de aspecto verrucoso na terceira pálpebra, hiperemia da mucosa ocular e presença de secreção mucopurulenta. Foi realizada colheita de material da terceira pálpebra para realização de exame citopatológico, cujas alterações encontradas foram compatíveis com carcinoma de células escamosas. O tratamento preconizado para este animal constitui-se da remoção cirúrgica das neoformações com margens de seguranças associada à beta-terapia com Estrôncio-90. A dose total empregada foi 2.000 cGy por sítio de área desnuda da neoplasia. As neoformações excisadas foram avaliadas por meio de exame histológico, comprovando tratar-se de neoplasia de origem epitelial (carcinoma de células escamosas). No pós- operatório foi recomendada a utilização de associação de tobramicina e dexametosona (Tobradex®) três vezes ao dia, durante 20 dias para profilaxia da infecção. Após alguns dias da cirurgia o animal ainda apresentava secreção serosa bilateral e hiperemia da mucosa ocular bilateral, que involuíram ao longo do tempo de 30 dias. O tempo de seguimento atual é de cinco meses, e podemos afirmar a boa resposta a esta associação terapêutica na cura destas neoplasias e nesta localização. Enfatiza-se a importância de estudos prospectivos por períodos mais longos e com uma casuística maior. Salientamos que se trata do primeiro relato utilizando-se desta modalidade terapêutica para CEC em terceira pálpebra de eqüinos. Palavras-chave: Estrôncio-90, Carcinoma de células escamosas, Eqüino Ciênc. vet. tróp., Recife-PE, v. 11, suplemento 2, p. 101- 546 – nov., 2008