SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ZOONOSES - GDTVZ INFORME TÉCNICO 005/2015 Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses - GDTVZ Vigilância Epidemiológica do ZIKAV através de Unidades Sentinela, no Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 03 de dezembro de 2015. INFORME TÉCNICO 005/2015 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DO ZIKAV ATRAVÉS DE UNIDADES SENTINELA, NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 1. JUSTIFICATIVA Durante o ano de 2015 (até 7 de novembro) foram notificados 445 casos suspeitos de Zika no estado, dos quais 117 foram confirmados, sendo 67 pelo critério laboratorial. Durante a primeira etapa da vigilância por unidades sentinelas (US) do Zika V, foi detectada sua circulação tendo como local provável de infecção (LPI) os municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Belford Roxo, Nilópolis e Nova Iguaçu. Existe 1 caso confirmado laboratorialmente em que não foi possível identificar o LPI. Entretanto, durante o processo de implantação da vigilância da doença, foi observado que serão necessárias algumas adequações, dentre elas a definição de US em todos os municípios do estado. Desde 18 de novembro de 2015, quando se tornou obrigatória, no estado, a notificação de gestantes com manchas vermelhas na pele (exantema), já foram notificados 150 casos de grávidas nessa situação. Até o momento, apenas uma teve a confirmação de infecção pelo Zika Vírus, as demais estão em investigação laboratorial. Entretanto, até o momento, não há confirmação se o feto apresenta microcefalia. Até 28 de novembro de 2015 foram notificados 1.248 casos de microcefalia no Brasil, em 311 municípios de 13 estados e Distrito Federal (segundo informações do MS à imprensa em 31/12). Um dos recém-nascidos apresentou resultado positivo para infecção pelo Zika Vírus. Os demais estão sendo investigados. No ano de 2014 foram notificados 147 casos de microcefalia no país, comparado a este ano, em 2015 houve um acréscimo de 749%, até o momento. No estado do Rio de Janeiro, no período de 1º/01/15 até 1º/12/15 foram registrados 23 casos de microcefalia, sendo que 19 crianças já nasceram e 4 tiveram a identificação intrauterina. Desse total, 08 mulheres relataram histórico de manchas vermelhas pelo corpo ao longo da gravidez. A média anual de registros de microcefalia no estado é de 13 casos (média calculada no período de 2006 a 2014). 2. DEFINIÇÃO DE UNIDADES SENTINELA PARA O ZIKAV Solicitamos que cada município defina a unidade de saúde que será Sentinela para Zika vírus, devendo informar o nome e endereço da unidade, nome e contato do responsável técnico pela mesma, para a Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses – GDTVZ/CVE/SVS/SES/RJ, através do e-mail: [email protected]. Para seleção das unidades sentinela, o município deverá considerar uma unidade de saúde que atenda um número representativo de pacientes residentes em seu território, que possua pronto-atendimento, tenha boa articulação com a Vigilância Epidemiológica Municipal através da presença, em sua estrutura, de um Serviço de Vigilância Epidemiológica Hospitalar. 2.1. Atribuições das Unidades Sentinelas: Atender os casos suspeitos de infecção por Zika Vírus; Avaliar se atende à definição de caso, mencionada no item 03; Alimentar o FormSUS, conforme item 04; NÃO coletar amostra biológica para diagnóstico laboratorial de Zika Vírus, EXCETO em casos de gestantes ou pacientes com sintomas neurológicos. 2|P á g i n a INFORME TÉCNICO 005/2015 3. DEFINIÇÃO DE CASOS SUSPEITOS DE INFECÇÃO POR ZIKA VÍRUS Exantema máculo-papular pruriginoso com febre baixa (até 38,5o C) medida ou referida ou ausente E acompanhado DE PELO MENOS UM dos seguintes sinais e sintomas: Hiperemia conjuntival sem secreção e prurido; Artralgia; Edema de membros. 3.1 DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 4. Dengue: febre e duas ou mais das seguintes manifestações: náusea, vômitos, exantema, mialgia, artralgia, cefaleia, dor retro orbital, petéquias, prova do laço positiva ou leucopenia. Chikungunya: febre de início súbito, acima de 38,5°C, e artralgia ou artrite intensa de início agudo, não explicado por outras condições, com histórico de viagem para locais de reconhecida transmissão do CHIKV. Sarampo: febre e exantema máculo-papular acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite. Rubéola: febre e exantema máculo-papular, acompanhado de linfoadenopatia retroauricular, occipital e/ou cervical. Outros agravos que causem exantema: parvovirose, citomegalovírus, mononucleose, entre outros. NOTIFICAÇÃO DOS CASOS SUSPEITOS DE ZIKAV NAS UNIDADES SENTINELAS TODOS os casos atendidos nas Unidades Sentinelas deverão ser notificados no FormSUS, no endereço eletrônico: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=23248 Em caso de confirmação laboratorial de casos para infecção por ZIKAV, encerrar a investigação no FormSUS como caso confirmado e notificar no SINAN usando a ficha de notificação/conclusão, sob CID A92.8 (Outras febres virais transmitidas por mosquito). Os casos não confirmados laboratorialmente para ZIKAV, notificados no FormSUS, NÃO DEVEM SER DIGITADOS NO SINAN. Em caso de identificação laboratorial de Dengue ou outro agravo de notificação compulsória (do caso inicialmente suspeito de ZIKAV), inseri-lo no SINAN e encerrá-lo no FormSUS como caso descartado; Acompanhar a evolução do paciente suspeito de infecção por ZIKAV, a fim de avaliar algum comprometimento neurológico. Neste caso notificar no SINAN (ficha der notificação/conclusão, CID A92.8) e colocar as informações no campo observação. OBSERVAÇÃO: Se alguma gestante apresentar suspeita de infecção por ZIKAV ou qualquer outra síndrome exantemática, sendo atendida ou não em unidade sentinela, deverá ser notificada imediatamente (em até 24 horas), (Resolução SES nº 1.296 de 18 de novembro de 2015), em formulário do FormSUS disponível no site www.riocomsaude.com.br/exantema: http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=23642, conforme orientações contidas no INFORME TÉCNICO GDTVZ Nº4 - SÍNDROME EXANTEMÁTICA EM GESTANTES, de 25 de novembro de 2015. Elaboração: Cristina Giordano, Paula Almeida e Rita Vassoler 3|P á g i n a INFORME TÉCNICO 005/2015 Para mais informações contate a Área Técnica responsável. Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses: Rua México, 128 Sala 414 - Castelo - Rio de Janeiro/RJ. Tel.: (21) 2333.3878 / 2333.3881 E-mail: [email protected] Contatos: Ângela Veltri, Carlos Henrique, Gualberto Júnior, Jane Maia, Maria Inês, Patrícia Moza, Paula Almeida e Solange Nascimento. Gerente: Cristina Giordano 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Brasil. Ministério da Saúde. Nota Informativa MS N⁰ 01/2015 Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2015/novembro/18/microcefalia-nota-informativa-17nov2015-c.pdf>. Acesso em 20 nov 2015. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Nota informativa n° 6/2015 CIEVS/DEVIT/SVS/MS. ESP relacionado a casos de síndrome exantemática em estados da região NE do Brasil em 2015. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico. Brasília, v.46, n°15, 2015. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Nota Informativa: Procedimentos a serem adotados para a vigilância da Febre do Chikungunya no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Diretoria Técnica de Gestão. Dengue: diagnóstico e manejo clínico: adulto e criança / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Diretoria Técnica de Gestão. – 4. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 80 p.: il. Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais. CIEVS Minas, Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte. CIEVS Belo Horizonte. -. Manual de Treinamento em Vigilância Sindrômica - Minas Gerais, 2014. Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco. Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Protocolo Clinico e Epidemiológico para investigação de casos de microcefalia no estado de Pernambuco. Versão N° 01. Pernambuco, Novembro de 2015. 1º edição – Pernambuco, 2015. Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. SES/RJ. Ficha de Notificação/Investigação de Exantema em Gestante. Disponível em < http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=23642> Acesso em 20 nov 2015. Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. SES/RJ. Resolução SES/RJ Nº 1.296, de 18 de novembro de 2015. Disponível em <http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=Qw7UdLfGvPk%3d> Acesso em 20 nov 2015. 4|P á g i n a