CANCER DE liNGUA - TCC On-line

Propaganda
Daniely Cristina Giandotti
CANCER DE liNGUA
E DISFAGIA
OROFARiNGEA:
REVISAo
DA LITERATURA
Monografia apresentada
no Programa de
P6s-Gradua93o
em
Fonoaudiologia
Clinica: Disfagia da Universidade
Tuiuti do
Parana como requisito parcial para a
obten9ao
do Grau de Especialista.
Orientador:
Coordenador
D. M. Filho
CURITIBA
2002
Dr. Guilherme F. Gomes
: Ana Cristina e Dr. Evaldo
Aos meus pais JoseLllcio
e Nadir Giandotti,
e a minha irma Renata Gi:tndotti,
minha eterna gratidao
pelos incentivos,
pelas palavras de otimismo
e amizade.
Urn tempo
para cada coisa
I Para tudo h<i.urn tempo, para cada coisa h<i.urn momento
debaixo dos ceus;
2 tempo para nascer,
e tempo para morrer;
tempo para plantar,
e tempo para arrancar
o que foi plant ado;
3 tempo para matar,
e tempo para sarar;
tempo para demolir,
e tempo para construir;
4 tempo para chorar,
e tempo para rir;
tempo para gemer,
e tempo para danyar;
5 tempo para atirar pedras,
e tempo para ajunta-las;
tempo para dar abrayos,
e tempo para apanar-se.
6 tempo para procurar,
e tempo para perder;
tempo para guardar,
e tempo para jogar fora;
7 tempo para rasgar,
e tempo para costurar;
tempo para calar,
e tempo para falar;
8 tempo para amar,
e tempo para odiar;
tempo para a guerra, e tempo para a paz.
I Eele 3,1-81
AGRADECIMENTOS
Agradeco
a Deus, que a cada dia de minha vida vern restaurando-me.
rortalecendo-me
para enfrentar
as lutas conslantes
que aparecem
fazendo com que eu acredile carla vez mais que tudo
Agradeco
ao
disponibilidade,
Agradeco
Professor
Dr.
Guilherme
atencao e profissionalismo
a Fonoaudi61oga
e Amiga Maria
transformando-me
no decorrer
e
de minha vida,
posso naquele que me fortalece.
F. Gomes
, orientador
deste
diante a orientacao
deste trabalho
Leila CreSI)an,
que gentilmente
estudo,
pela
contribui
com
o sell tempo e amizade para que este trabalho se tornasse passive!.
Agradeco
aos meus pais que sempre estiveram
presentes
em lodos os passDS da minha vida
e que hoje sao muilo mais que pais, e sim os meus melhores e verdadeiros
iii
amigos.
SUMARIO
..... vi
RESUMO
viii
ABSTRACT.
INTRODUCAO
.
Objetivo ..
REVISAO
DA LITERATURA
.
2.1
Anatomia
e fisioiogia
da lingua
2.1.1
Musculos
intrinsecos
da lingua
eXlrillsecos da lingua
.
2.1.2
Musculos
2.2
Cancer da lingua - incidencia
2.3
Tratamento
2.3.1
Glossectomias
parciais..
12
2.3.2
Glossectomias
totais..
12
2.4
Cancer da lingua e disfagia
2.4.1
Disfagia apos radiolerapia..
2.4.2
Disfagia apos tratamento
radioterapico
2.4.3
Disfagia apos
cirurgico..
2.4.3.1
Rcsseccoes
de lingua - glossectomia
parcial.
2.4.3.2
Resseccoes
de lingua - glossectomia
total ..
2.5
Diagnostico
2.5.1
Avaliavao
cirurgico
7
do cancer da lingua..
II
tratamento
medinica...
a beira
13
13
da disfagia mecanica
c1inica
.
e diagnostico
e quimioterapico
adjuvante..
14
15
ap6s tratamento
16
17
cirurgico
.
18
18
do leito ...
iv
2.5.2
Videofluoroscopia
2.5.3
Estudo endosc6pico
2.5.4
Outros metodos inslrumentais
2.6
Avaiiay30
2.6.1
Importancia
2.6.2
Avalia~ao
da degluti~ao..
da degiuti,ao
e inlerven~30
da avaliay30
20
(FEES).
22
de avalia~ao da disfagia
fonoaudiologica
nas disfagias
...
23
mecanicas..
24
no pre-operatorio..
no pos-operatorio
imediato..
25
2.7
Terapia da degluti~ao
2.7.1
Terapia nas glossectomias
2.7.2
Terapia nas glossectomia
2.7.3
Crilerios de alta da terapia da deglutiyao...
..31
CONCLUSOES
33
REFERENCIAS
em pos-operat6rio
24
parciais
..
totais
do cancer da lingua..
26
..... 28
.. 29
35
RESUMO
o cancer
carcinoma
de cavidade oral compreende
e
de lingua
0
segundo
de 2 a 8% de todos os dinceres,
mais frequentc,
acometendo
os individuos
sendo que
0
principalmente
decada de vida, numa ocorrencia de 5 homens para I mulher. Q
entre a quinta e sexta
cancer de lingua esta associado
a falores desencadeantes
como furno, consumo
substancial
de illeoal, higiene oral precaria e Huores gem!ticos.
o
palpac;:ao,
diagnoslico
tecnicas
menos radical
do individuo
do cancer
de imagem
sera
0
tralamento,
menores
e
realizado
Quanta
rneio da observa~ao visual,
por
mais precoce
ea
excisao cirurgica
urn sistema universal
de parte au de tada a lingua, e nao hit, ate
de c1assificac;ao de extensao
As giosseclomias
podem
da ressecc;ao,
mobilidade
de outras estruturas,
acarretar
pre·operatorio
das ressecc;6es.
motivac;ao e capacidade
DOYLE,
0
A quantidade
do tumor.
cuja severidade
estani
tipo de reconstruc;ao,
relacionada
a
envolvimento
de adaptac;ao do paciente.
no tratamento
do cancer de lingua se inicia no period9
e se acentua no p6s-operatorio.
A orientac;ao
fonoaudiol6gica,
entre terapeuta,
fonoaudiol6gicas
disfagias,
da porc;ao residual,
A atuac;ao do fonoaudi61ogo
vinculo
diagnostico,
0
serao as seqilelas e mel her a qualidade de vida
de excisao da lingua depende da iocalizac;ao, tamanho e extensao
extensao
ocorrer
apos 0 lratamento.
A glossectomia
momento,
de lingua
e/ou biopsia.
paciente
tanto
e sabre as possibilidades
1994, VICENTE
pre como
pos·operatoria,
e familia, e conscientizando
de reabilitac;ao
et aI., 1997; MARTINS
vi
(CASPER
et aI., 1999).
visa estabelecer
a lodos
sobre
0
as sequeJas
E COLTON,
1993 ;
Palavras-Chave:
disfagia
~ glossectomia
lingua.
vii
-
ressecvoes
cirurgicas
-
deglutivao
-
ABSTRACT
The cancer of verbal socket to understands
the tongue
carcinoma
and sixth decade
associated
is 2° more rrequent,
of 2 8% of all the cancers,
to assaull
of life, in an occurrence
the individuals
of 5 men for
the to unchain factors as tobacco,
substantial
woman.
J
consumption
being that
fifth
mainly between
The tongue
cancer
of alcohol,
precarious
is
verbal hygiene and genetic factors.
The diagnosis
of the tongue
cancer
is carried
through
palpation, and techniques of image and/or biopsy. The
comment,
the diagnosis,
by means
of the visual
precocious to occur
mOfC
it will be and better the quality of life of the individual after th~
less radical
treatment.
The glossectomy
is the surgical excision of part or all the tongue,
the moment, a universal system of classification
The
extension
glossectomy
of the
can cause
resection,
mobility
evolvernelll of other structures,
The performance
tongue
if initiates
phonologic
DOYLE,
of the
motivation
whose
residual
orientation,
therapist,
VICENTE
oflhe
severity
portion,
pathologists
and no has,
until
resection.
will be related
type
and capacity of adaptation
of the speech-language
to the
of reconstruction,
of the patient.
in the treatment
of cancer of
and if it accents
in the post operative
as much daily pay as postoperative,
aims at to establish
patient and family. and acquiring
and the possibilities
1994;
dysphagia,
in the period daily pay-operative
one. The phonologic
the bond between
of extension
of whitewashing.
et aI., 1997 ,MARTINS
viii
knowledge
(CASPER
to all on problem
E COLTON,
et aI., 1999).
1993
;
Words-Key.
dysphagia- glossectomy
- resection surgical-
ix
deglutiton -tongue.
J - INTRODU(:AO
E OBJETIVO
I - lNTRODU(:AO
o
pacienle
dificuldades
submetido
em uma
localiza((80
do
tumor
comprometimentos
tipo de
ou
e
ao tratamento
mais
fases
tipo
0
funcionais.
da deglutiyao
e
de tratamento
(preparatoria,
que
No casa da cirurgia
cancer da ingua, pede vivenciar
de
oral
e faringea).
vao determinar
alem da regiao,
A
serao os
quais
a extens30
exata e
0
reconstnH;:ao vao influenciar na habilidade da masligaC;8o e deglutiy80.
Muilas
das sequelas
alimentares
durante as refei90es e fazem com que
Sabendo
significativas
na qualidade
lingua, e abordar
terapeulicos,
da
0
submetido
fisio-patologicos
expectativa
e proporcionar
paciente
de poder
do convivio
familiar
passe a ser realizado
sejam elas parciais
0
ou totais,
presente
acarretam
trabalho
e social
com privac;3o.
alterac;5es
tern como
intuito,
a ressec<;:6es cirllrgicas
totais ou parciais da
das seqOelas cirurgicas,
fatores etiologicos
contribuir
para
a pratica
da
uma reflexao sobre a atuava,o em programas
ao cancer de lingua, fator fimdamental
progn6stico
isolam
alO prazeroso
de vida do individuo,
ao paciente
os aspectos
alem
fonoaudiologica
0
que as glossectomias
reunir dados referentes
1.1
oncol6gico
para a obten<;:ao de diagnosticos
e
abordagem
de preven<;:ao
precoces
e melhor
das fun<;:6es vilais.
OB.fETlVO
o
tratamento
objetivo
deste
estudo
foi realizar
da disfagia mecanica decorrente
revisao
da literatura
do cancer da lingua.
sobre
0
diagnostico
e
2 - REVTSAO DA LTTERATlJRA
2 - REVISAo DA LlTERATURA
2.1-
ANATOMIA
A lingua
e
DA LiNGUA
urn 6rgao
sabre lim eixo em rota'tao
tlexivel,
sem urn ponto
em sua parte superior.
sua inerva~ao e, por Dutro lado,
a distribui~o
A lingua e divida em tres partes:
fixo de
insen;ao
A flexibilidade
de diferentes
a pane posterior
e
em osso, que age
devida,
por urn lado,
a
e variadas fibras musculares.
( raiz da lingua), a parte media
(dorsa da lingua) e a parte anterior (apice da lingua).
A lingua esta diretamente
motricidade
A parte posterior
desses elementos
delerminados
Para
utilizados
no 50alho da boca; por esta razao
da lingua indiretamente
da lingua esta conectada
pode-se,
e
passive1 inftuir na
atraves da estimula<;:ao do 50alho da boca.
tambem,
com
agir indiretamente
0
hi6ide e com a laringe.
na lingua atraves
Atraves
da realiza<;:ao de
exercicios.
se poder
entender
melhor
a atividade
da lingua,
dividimos
os musculos
em dois grupos:
2.1.1- Musculos intrinsecos da lingua
Esses rnuscuJos tern
da lingua denlro da boca.
a fi.mvao de dar forma, relrair e executar os rnais sutis movimenlos
•
M. longitudinal
da
mucosa
glossoepigl6tica.
fibras
seguern
extremidade
Fun9ao:
•
superior:
da
por cirnaJfrenle,
do hi6ide.
par.
A
parte
no meio
anterior
mediana
nascem nos pequenos
se juntarn
nasce
por baixo
na
preg"
ramos do hi6ide. Essas
da lingua
e se dirigem
para
a
M. estiloglosso
e
anterior lingua (apice) para traS/cirna.
e
0
M. transversa
0
na parte inferior da lingua sob
M. hioglosso.
Suas fibras dirigem
mucosa que recohre a extremidade
Fun930: dirninui
•
desde a base ate a extremidade
musculo
inferior: encontra-se
M. genioglosso
menores
urn
anterior da lingua.
M. longitudinal
0
E
As duas partes laterais
puxa a extremidade
entre
estende-se
lingua.
comprometimento
0
Sua origem esta, principal mente, nos cornos
para frente e se fixarn na eamada
inferior
da
anterior da lingua (apiee).
da lingua e puxa 0 apice para tras/baixo.
da lingua: fixa-se nos dois lados do septo da lingua. Os feixes vao do
septa para as bordas laterais da mucosa da lingua.
Fun9ao: quando se contrai, simultaneamente,
Inerva9ao:
lodos os musculos
•
da
Septo
lingua:
genioglossos.
concavo
e uma
placa
da lingua sao inervados
fibrosa
entre
as dais
museulos
superior
e urn lado
inferior bern como duas superficies
que
se enconlra
pelo N. hipoglosso.
Tern a fonna de uma meia lua com urn lado convexo
em fonna bern pontuda
posterior
intrinsecos
a lingua sofre afilamento.
laterais. A extremidade
entre as fibras musculares
e mais am pia e se fixa na membrana
anterior
desaparece
do apice da lingua. A eXlremidade
do hipoglosso
e no hi6ide.
2.1.2 - M (Isculos
•
extrinsccos
M. genioglosso:
origina-se
lingua
dll
na parte
anterior
e interna
do corpo
da mandibula,
na
espinha mental.
A partir dai os feixes de
fibras inferiores
seguem
As fibras medianas,
fibras se abrem em leque e vao da raiz ate
0
horizontal mente para mls e se fixam na pane
que sao a maioria, se estendem
para cimaJfrente
apice da lingua. As
superior
do hi6idc.
em dire~ao ao apice da
lingua.
Fun~ao:
0
ponlo
fixo
conslante
genioglosso
causa urn descolamento
genioglosso
causa
e a espinha
mental.
A contra~ao
lateral da lingua. A contra~ao
urn descolamento
lateral
da lingua
para
0
simetrica
unilateral
lado oposto
de
do
M.
urn M.
do musculo
contraido.
•
M. hioglosso:
superior
enconlra-se
na parte
lateral
e inferior
da lingua.
Origina-se
na parte
do corpo do hi6ide e no como maior do hi6ide. Suas fibras se estendem
cimalfrente,
se entrela~am
com
0
feixe de
fibras do M. estiloglosso
para
e se fixam em todo
o septo da lingua.
Fun~ao:
com ajuda
lingua para trasibaixo.
dos musculos
infra-hioideos,
os quais
estabilizam
0
hioide,
puxa a
•
M. eSliloglosso:
senlido diagonal
origina-se
no processo
para frentelbaixo
estil6ide.
As tibras
inferiores
seguem
e se cruzam com as tibras do M. hioglosso.
medias terminam no apice da lingua, e as superiores
em
As tibra~
no seplo da lingua.
Fun~ao: eleva~ao e retrai(ao da lingua
•
M. palatoglosso:
palatin~.
origina-se
na aponeurose
As tibras se dirigem
principal mente no M. transverso
Func;:ao: seu ponto
aproximam
e
fixo
do alimento de volta para a cavidade
alimentac;:ao:
cavidade
centro
recebe
0
formado;
propulsiona
A lingua
temperatura
os arcos
do veu
do palato
se
para tntS/cima e raiz da ligua se ergue.
da lingua sao inervados
cortado
impede
0
refluxo
pelo N. hipoglosso.
pelos
incisivos
fun~ao durante
ou depositado
auxilia na triturac;:ao do alimento;
a dieta para a orofaringe;
como
anteriores
que a lingua tern uma importante
ou copo;
os mecanismos
tern ainda
arco anterior
oral.
todos
alimento
bucal pelos talheres
deglutic;:ao que aciona
esofago.
de
0
na borda lateral da lingua,
anterior da faringe. Este mecanismo
Inervac;:ao: todos os mllsculos intrinsecos
do conhecimento
do palato;
a lingua se movimenta
Na degiutic;:ao, funciona como cordao
E
e forma
e penetram
da lingua.
a aponeurose
da linha mediana,
do palato
para baixo/frente
de
ajuda
identificar
recolhe
no disparo
protec;:ao nasal e laringea
func;:5es, a de
no interior
de
abertura
dq
e reconhecer
E OIAGNOSTICO
da
no seu
do reflexo
e de
do alimento a ser ingerido, e por tim a de auxiliar na higiene bucal.
2.2 CANCER DA LiNGUA - INCmENCIA
a
0
tipo e a
o
cancer e a
doen'Vas infecciosas
na realidade
)a
causa de
e parasitarias
a segunda
morte
causa de
morte.
aparelho
digestivo
indicam
mortes/ano
incidencia
de canceres
de
Segundo
os primeiros
dincer
ocidentais
6.000.0000/ano
para as
e1
de
pessoas
do cancer de pulmao, do
e, no sexo feminino
do cancer
geogrMica
par 40%
faringe, e glandulas
de
as maiores
analisada.
lodos
de
novos/ano
de
salivares,
pele, pois rnoramos
que
0
entre
num pais
cancer da Cabeca e
a incidencia
do cancer bucal em
6% de lodos os diagnosticados,
sendo
Sabe-se que estes valores variarn de
Em algumas
as turnores
com cerca
diagnosticadas.
Mundial da Sallde (OMS),
iugares, representando
de
Unidos,
oral e 11.000 casos
it luz solar. Podemos considerar
mais comum no mundo.
regioe$
malignos,
da india,
enquanto
0
cancer
na maioria
0
acordo
bucal
e
dos paises
este indice varia de 3 a 5%
No Brasil, durante
neoplasias
apenas
Em alguns paises
nos Estados
cavidade
10% de todas as neoplasias
1980 ocupava
a regiao
novos/ano
a alta incidencia
a Organizacao
sexto tipo de
responsavel
casos
cancer de
de labio, boca, laringe, lire6ide,
com grande exposi'Vao
Pescoyo representa
com
cerca de
alta a incidencia
da boca e da laringe
29.000
decorrentes
oUlros, sem considerarmos
tropical,
perdendo
sao dos canceres de mama, colo de utero e do sistema digestivo.
Estatlsticas
9.500
, da pr6stada,
Morrem
e bastanle
vitimas de cancer. No sexo masculino
incidencias
na popu!a'Vao mundial,
e para as doen'Vas cardiovasculares.
0
mais freqOentes
diagnosticados
peJiodo de
para ambos
Atualmente,
1976 a 1985,
0
cancer bucal estava entre as olto
os sex os, representando
tern - se verificado
aumentos
4,2% do total de
significativos
casos
na incidencia
do
cancer buca!, principal mente em Sao Paulo e no Recife.
Aproximadameme
acometem
4%
a boca (VANDERLEI
de
lodos
os
turnores
malignos
nOlificados
et ai, 1998). Alem da alta incidencia,
no
Brasil
esses canceres
se
caracterizavam
associados
pela
fato
de
a habitos evitaveis
cunl.veis,
principal mente
1997; FRANCO
CARVALHO
ser diagnosticados
(labagismo
quando
el ai, 1989;
e etilismo)
diagnosticados
DIB
el ai,
precocemente.
e por serem trataveis
por
e • muitas vezes,
em fases inicias (TA V ARES
1990;
DURAZZO
estarem
E NOMA,
E SILVA-FILHO,
1997;
E FAVA,1989).
No Brasil,
numero
0
e
ano de
1999
mulheres,
representando
sao alco6latras,
neoplasia
poderem
de
estimado
5.850
de casos novos de cancer de cavidade
para cada
100.000
3,03% da incidencia
tabagistas
e negligenciam
de origem epitelial na cavidade
homens
e de
geral dos canceres
2.100
.Em geral esses pacientes
oral.
0 risco de
oral e diretamente
proporcional
a higiene
oral, para q
para cad a 100.000
desenvolver
a
uma
intensidade
e
a
duracao da exposiCao ao tabaca.
No ambito mundial, a incidencia
canceres
(Instituto
numeros
diferentes.
entre
os canceres
Cirurgi6es
o
(86,07%),
dos
-1999).
a terceira
no sexo masculino
Em
No BrasH, porem,
loealizacao
e a setima
1996.
597
cancer
brancos
desenvolvimento
dentarias
Denlislas-1999).
anat6rnica
nas mulheres
6bilos
do cancer de boca ai incluindo as lewes de
OncocentfO
portadores
pr6teses
do Cancer
A boca oeupa
Dentistas-1999).
decorrentes
(Fundacao
nacional
do cancer de boca e de menos de 5% de todos os
no
0
cancer
oral produz
de maior ocorrencia
(Associacao
Estado
de
Sao
Paulista
Paulo
hibios, Iinf:,'lJae glandulas
de
foram
salivares
de Sao Paulo-1999).
de boca
ocorre
(84,84%)
rnais freqOentemente
em pessoas
de
sexo masculino
e em idades que variam entre 45 e 55 anos. A grande
e tabagista
(95,08%).
Outros
tatores
que
tambem
maioria
predisp6em
ao
deste tipo de cancer sao: etilismo, condic;oes precil.lias de bigiene bucal e
mal ajustadas
Oll
em mas condicoes
(Associacao
paulista
de
Cirurgi6es
10
A identifica~ao
dispensadas
dispoe
de
para
diagn6stico
individuos
expostos
aos
fatores
de
risco
Fisico sao as poucas armas de que os profissionais
no exame
diagnosticar
cancer
0
tao precoce
quanta
de
lingua
passivei.
lingua (em fase inicial au avanc;:ada)
em fases
Na grande
podem
iniciais.
maiaria
seT diagnosticados
devida
Dai a importancia
dos cases,
do revestimento
paJpac;.ao devem seT partes integrantes
medicos,
cirurgioes-dentistas
da cavidade
do exame fisico de
e fonoaudi61ogos.
0
do
as turnOfes
de
sem muita dificuldade.
fato, para a realizac;:ao do exame da cavidade oral bast am, sob boa iluminayao,
boca e a palpac;:ao da mucosa
a eJes
area de saude
da
De
a abertura
da
oral. Assim, a oroscopia
todo individuo
proprio
individuo
examinado
pode
e a
por
proceder
ao
chamado "auto-exame"
Exames laboratorias
complementares
avalia~ao do tumor prima rio de
dissemina~ao
para
(DURAZZO,
1997; SHAH,
o
os linfonodos
diagnostico
crescimento
mist as. Nos casos
de
textura
de lesoes
lesoes
endllrecida.
mais
frequentes
e
it
no que se concerne
eslruturas
it disseminavao
it
adjacentes,
para orgaos
distante~
no relato
de
uma lesao ulcerada
geralmente
(mica, d~
e indolor. Essas lesoes podem ser eritroplasicas,
invasivas
sempre trata-se de uma lesao ulcerada
de
pesco~o
de
1999)
baseia-se
progressivo
tambem sao importantes
lingua, ao comprometimento
As bordas
podem
0
aspecto
sao geralmente
ter
pode
com aspecto
as fonnas
ser bastante
granuloso
irreglilares
diverso,
grosseiro,
e elevadas.
ulcero-infiltrativas,
leucoplasicas
irregular
ou
mas quast;
e friavel,
Basicamente
u!cero-vegetante
as
ou
ulcerada superficial.
A bi6psia e
em local de tecido
representativas.
0
unico metodo diagnostico
suspeito
definitivo.
As biopsias devem ser efetuadas
viavel, principal mente nas suas bord~s,
colhendo-se
arnostra&
II
Os
de lingua
turnores
individuos
sao
bastante
comuns em nossa meio. Atingem em sua maiaria
de 40 a 60 anos de idade na propor~ao
que 80% deles ocarrem
inferior e assoalho
dissemina~ao
de
tambem uma grande parte da gengiva
boca. Devido a grande rcdc linfMica existe na regiao suprag\otica,
do cancer de cavidade
Os
problemas
de tres homens para uma mulher, seodo
na borda da lingua, atingindo
oral
it
e muito
cirurgia
a
mais nipida.
pacienles
submetidos
funcionais
multi pI os e muitas vezes graves na fala, mastiga<;ao, deglutivao e
de
Tlulril(ao. Alem disso, passam par alteral(oes
alem de sofrerem
BOWMAN
a\tera<;oes
E GOEPFERT,
esteticas
ressec~ao
destes
nas suas atividades,
(OLSON
1986; HARlBHAKTI,
tumores
enfrentam
e sociai~
protissionais
E SHEDD,
1978; TEICHGRAEBER,
KAVARANA
E TIBREWALA,
1993).
2.3 - TRATAMENTO CIRURGICO DO CANCER DA LiNGUA
As ressecyoes
infihracao
pon;:ao
da lesae. As ressecc5es
anterior
ressecc6es
ou lateral
em torna
glossectomias
pode
da lingua - glossectomias
de
tres quartos
totais (WEDER
seT necessiu;o
incluir
alveolar, pon;ao do segmento
As reconstnJcoes
no local da lesao,
retalhos
miocutaneas,
de menos de
da lingua
-
tern
relava,o com
de
(ressecc5es
do
da mandibula e esvaziamento
cirurgicas
osteamiocutaneos,
- mucosa
e/ou retalhos
assoalho
parciais,
e
em
as
e as maiores,
eslruluras
adjacentes,
da boca),
rebordo
do pescoco.
vao desde 0 fechamento
proximais
subtotais
envolvem
turnOfes
extensao
turnOfes
glossectomias
ou mais sao denominadas
et aL, 1991). Se os
ate reconstnJcoes
tamanho,
50% da lingua que envolvem
sao denominados
pelvectomjas
0
primario,
sutura borda a borda
e lingua,
au dislais,
livres revascularizados
como
os
por tecnica
12
rnicrocinirgica
(LOWLEN
monobloco
do tumor
primario
insen;ao da musculatura
& KOLHE,
et aI., t984; WEDA et aI., 1985; LEONARD
et aI., 1987). A glossectomia
MULDOONEY
e esvaziamento
1987;
ressec9ao erTl
pilI! Ihl'oliKh consiste
na
cervical,
a manutencao
da lingua, com boa sustenlacito
possibilitando
e mobilidade,
e 0 contorno
da
da face
pode ser mantido.
2.3.1 - Glossectomias parciais
Nas
excessiva
glossectomias
parciais,
a utilizacao
da lingua remanescente
pode acarretar
Em les6es unilaterais
bern deJimitadas,
mobilidade.
possibilitando
reconstrUl;ao microcirilrgica
uma
volume.
Os retalhos
revestir
a lingua
Iivres
Oll
e assoalho
enxertos
bucal
dos
retalhos
linguais
posicao e
a inervacao
e mantida
que
motora
preserva
unilateral
a mobilidade,
livres de antebrac;:o- delgados
possibilitam
e manipulacao
alteracao da torma, volume,
a reinervac;:ao
forma
e maleaveis
sensorial
com
e
- para
a lingua
remanescente.
2.3.2 - Glosscctomias
totais
Nas glossectomias
lingua e suprahi6ideos,
totais,
de pele (CONLEY
aumento
da dimensao
nao tern objetivo
de
preservar
com a colocac;:ao do retalho volumoso
e enxerto
fonemas linguo-dentais.
se for possiveJ
& SACHS,
vertical,
1982; ROBERTSON
facilitando
pediculado
extrinsecos
do peitoral
da
maior
et aI., 1987), propiciara
urn
a fase prai da deglutic;:ao e a articulac;:ao dos
A reinervac;:ao de urn grupo muscular
preser-·lar a mobilidade,
os musculos
mas de
na reconstruc;:ao, a principio,
impedir a alrofia do retalho.
Para a
adequada.
Os retalhos
recuperayao
dificuldade
livres inervados,
da sensibilidade
e volumes
a proximidade
funcionais,
0
adequados,
mas apresentam
permit em a
como desvantagem
a
a neolingua.
de oferecer sllstentay80
Em alguns serviyos,
devido
como parte lateral da coxa e antebrayo,
retalho
do musculo
e possibilidade
de
peitoral
reinervayao,
sendo que os retalhos livres rnicrocirurgicos
• fJI'acilis tambem estao sendo utilizados
maior e ampJamente
apresentando
utilizado,
bons
como antebraquial
resultado~
e lateral da coxa
em alguns casos.
2.4 - CANCER I>A LiNGUA E I>ISFAGIA MECANICA
o cancer
quimioterapia.
dificuldade
dosagem
Todos
esses tipos de
no processo
tratamento
da degluti<;:ao sera
aplicada, pela natureza
tumor, e pel a natureza
2.4.1 -
e/ou por meio de radioterapia
de lingua pode ser tratado cirurgicamente
e extensao
de reconstruyao,
podem
ocasionar
determinado
da ressecy80
pelo(s)
necessaria
0 grau de
disfagias.
tipo(s)
ou
realizado(s)
para a remoyao
e
total do
se realizada
I>isfagia .pos radioterapia
o emprego
da radioterapia
o pacienle
se ali men tar durante
irradiac;ao
sao
mastigac;ao,
edema,
a fonnayao
no cancer de boca habitual mente causa transtornos
e apos
mucosite,
0
periodo
anorexia
do bolo alimentar,
das aplicac;oes.
e alterayao
e causam
do
Os efeitos
paladar
odinifagia.
que
para
precoces
da
dificultam
a
Alem disso,
0
estado
14
nutricional
do paciente
nasoenteral
em alguns casas
Vale destacar
fica ffequenternente
que
0
e necessaria
debilitado
nesse
periodo.
0 usa de
sonda
para se evitar a desnutrir;ao.
edema intra-bucal
e a mucosite
proteses dentarias durante a realiza<;ao da radioterapia
podem impossibilitar
e logo apos
seu tennina,
0
0
usa de
devendo
0
paciente l1utrir-se com alimentos de consistencia Iiquida e pastosa.
No
podendo
periodo
interferir
p6s-radioterapia
comum p6s-radioterapia
bolo ali mentar.
carie de
tardio,
nas fases preparatorias,
para
Oessa
radiayao,
0
as
efeitos
0
da deglutjeao.
cancer de boca, prejudicando
e
fomla, 0 paciente
a osteoradionecrose
a formacao
irreversiveis,
A xerostomia
e a propu\sao
obrigado a digerir alimentos umedecidos.
da mandibula,
ocorrer como seqUela a longo prazo, comprometendo
transito oral e
sao praticamente
oral e faringea
a fibrose e
0
a mastigayao,
e
do
A
trisrno tam bern podem
a propulsao,
0
tempo de
renexo de deglutiyao.
A fonoterapia
durante
e apcs a radioterapia
otirnizar as funyoes de mastigayao
e deglutiyao
e fundamental
a equipe da nutriyao
para se garantir
1
visa mini mizar essas conseqUencias
e a higiene oral.
urn adequado
0 trabalho conjunto com
est ado nutricional
para
0
paciente.
2.4.2 - Disfagia apos tratamento
A associayao
tern side utilizado
procedimenlo
denominado
da radioterapia
em diversas
inicial
(KRAUS
radiotenipico
e quimioterapico
e da quimioterapia
instituiyoes
el aI.,
1994;
organ reserva';Of/ - preservayao
no tratamento
e a cimrgia
ROBBINS
de 6rgaos-
e
realizada
el aI.,
e indicado
adjuvante.
do cancer de lingua
mediante
1996).
0
a falha do
tratamenlo
para tumores
extensos
15
e irresecaveis
au
acompanhados,
verificou-se
do reflexo
deglutic;:ao, diminuic;ao
valecula
de
quando
e esfincter
LAZARUS
eJ
0
paciente
a presenc;a
esofagico
superior,
As sequeJas de
alirnentacao
partir da localizac;:ao do tumor.
uma estmtura
senda
disfagia orofaringea
grande
basicas
comprometem
de
caracterizando,
decorrentes
cases
cervical,
alraso
acumulo de
lima disfagia
Entrelanto,
do tratamento
vale lembrar que
mastiga.;:ao,
essas regioes
a boca
alimento
em
apos a deglutic;ao
meio
preyer
outras
cirurgico
sao encontradas
cancer pode acometer
0
(
a
mais
regioes e, consequentemente,
sao fundamentais
degluti.;:ao
em relavao
pelos pacientes
da compreensao
as possiveis
ressecc.:ao, mobilidade
de
e produc.:ao
podem gerar sequelas
seqi.ielas
denervac.:ao do hipoglosso,
temporarias
uma das sequelas
desempenho
As
cirurgias
eJu permanentes,
a
em maior
relacionadas
como
de
do ponto
de
e da fonoarticulac.:8o,
e
ao local e tamanho
tipo de reconstruc.:ao,
e fatores
de
que
1999).
da deglutivao
que estarao
adjacentes,
xerostomia
0
fala.
mais devastadoras
-ANGELlS,
da fisiologia
estruturas
para
da
it alimentac.:ao via oral e it inteligibilidade
vista funcional, estetico e social (CARRARA-DE
de
Nos
cirurgico
que constituem
fala, sendo considerada
possivel
cin:lrgico.
fibrose da musculatura
da elevac;:ao da laringe,
necessaria a exerese de
ou mellor grau, principalmente
Par
procedimento
sera de acordo com a intervenc;:ao realizada.
As estruturas
fun.;:oes
de
0
aI., 1996) .
2.4.3 - Disfagia apos tratamento
de
reeusa
da
bern como presen9a
motivac.:ao,
idade,
audic.:ao e
16
oulros
problemas
fisicos,
1998, CARRARA-De
e/ou
ANGELlS,
o tratamento
radioterapico,
sociais
primario
sendo
em
psico16gicos
(CARRARA-DE
-ANGELlS
et aL,
1999).
do cancer de
POllCQS
casos
boca compreende
necessaria
0
0 Iratamenta
cinlrgico
tratamento
combinado
combinada
au naD com
e/ou
com
a
quimioterapia.
2.4,3,1 - Rcssec~ocs de lingua - glossectomia parcial
A ressec~o
estruturas
da lingua pode
da cavidade
bucal
ser parcial
orofaringe.
e/Oll
au total,
Sendo assim, pode ocorrer
disfagia
Olltras
em uma
ou mais fases da degluticao.
No tratamenlo
ea
e
preparatorio.
atingida.
cirurgico
Vale destacar,
cirurgica e a mobilidade
Na ressec~ao
higiene
oral.
do terco anterior da lingua, a fase da degluticao prejudicada
comprometendo
a lateralizacao
que lais seqOe1as sao diretamente
de
hemilingua,
a grau
as dificuldades
de
JiI. as glossectomias
0
do lado contrario
do ter~o posterior
0 tempo de transito
normal devido a dificuldade
A mobilidade
rest rita da regiiio posterior,
lingua
0
contra
pilar palatoglosso,
tambem
comprometimento
anterior pela facilidade de compensa~ao
durar mais que
proporcionais
a extensa~
da lingua remanescente.
EntretanLO,
faringea da degluti~ao.
do bolo ali men tar. A higiene oral tambem
0
se dao na mastiga~ao
e menor
e na
a exerese
it cirurgia.
tende a apresentar
do bolo alimentar
de realiza~ao
altera~5es
dos movimentos
urn atraso
nas fases oral e
da boca para a faringe pode
pode ainda, prejudicar
que causa,
em reJa~ao
a cantata
no disparo
de propulsao.
do dorsa
da
do renexo
da
17
degillti~ao.
deglutivao
aiteraltoes sao, na maioria das vezes, as causas para a aspirayao antes da
Tais
nessa mobilidade
Para
de tralamento.
LOGEMANN
conscientemente
(1983),
0
paciente
a via aerea inferior durante a alimentavao,
do bolo alimentar
favorece
seT
precisa
ensinado
a
uma vez que a falta de controle
seu escape para esta regiao antes que a degluti9ao
0
proteger
voluntaria
se inicie.
Vale ressaltar
alterayoes
de
adaptac;;ao.
funcionais
Ao passo
menores
nonnalmente
que,
a extensao
Nesse
50%
a reabilitac;;ao
minimas
de
facil
os comprometimentos
vai depender
de
da reconstrucao,
diversos
0
grall de
et aI.,
0
aspecto
sendo
e da presenCa au ausencia dos dentes (VlCENTE
0
tipo e
apresentar
imediato,
maio res de
caso,
da cirurgia,
da lingua remanescente
que 50% podem
no pes-operatorio
nas ressecc;;5es
sao mais importantes.
fat ores, tais como,
mobilidade
que as giossectomia
deglutic;;ao,
1997).
2.4.3.2 - Ressec~iies de lingua - glossectomia total
Dentre
mutilacao
limitando
os tratamentos
mais
grave,
de maneira importante
cirurgia de cabeca e pescoco
Como
mastigar;
saliva;
cirurgicos
resultando
seqOela
ausencia
podendo
do cancer
em prejuizos
sua qualidade
alimentar
apos
sialorreia
e/ou
total da lingua e a
irreversiveis
ao paciente
e
de vida. Por essa razao muitos servicos de
na.o realizam tal procedimento
a glossectomia
do cant role e propulsao
causar
da boca, a exerese
funcionais
terapeutico.
total
do bolo alimenlar;
aspiracao;
dificuldade
temos:
dificuldade
impossibilidade
de degluticao
no disparo
do reflexo
de
da
da
18
deglutiyao;
aspirayao
tempo de transito oral e faringeo maior que
antes,
nutricional
durante
debilitado;
ou apos
anorexia
a deglutivao;
(perda
de
apetite);
A reconstru<;ao
nac
realizada
apresenta
casos,
geralmente
oral e
Alem das altera~oes
aliment ares
rerei~oes
solitarias,
familiares e sociais.
restrita aquelas
que
0
fisiol6gicas,
e de
glossectomizado
nao se alimentando
IlIAGNOSTICO
CIRURGICO
(}O CANCER
estado
durante
a
do
miocLitaneo
como resultado
da falta de
da faringe
e, conseqiientemente,
importante
em lugares
vivencia.
publicos
ter prazer
1983).
mencionar
Com
as mudan~as
nos
freqi.iI~ncia ele realiza
como
em comer.
restaurantes
e festas
Sua dieta passa a ser
liquid a e pastosa
o paciente a aceitar as limitacoes
-
0 retalho
(LOGEMANN,
total
Alem disso, ele deixa de
de consistencia
de ocorrer
paJadar);
ausencia do disparo do reflexo de deglutit;80,
peristaiticos
A fOlloterapia para esses casos contribui
2.5
e
na cavidade
acumulo de alimento nesta regiao ap6s a degluti~ao
hitbitos
de
oral e faringea
A aspira<;ao pode ocorrer
dos movimentos
possibilidade
(ausencia
mobilidade.
controle do bolo alimentar
causando uma redu«ao
nesses
nennal;
higieniz3<;ao bucal precaria
alimentayl'io, ou seja, uma disfagia nas rases preparatoria,
peitoral que
0
ageusia
para minimizar tais alteracoes
funcionais inerentes aD tratamento
(}A
IlISFAGIA
(}E LiNGUA
2.5.1 - Avalia'r3o cHnica it beira do leito
MECANICA
e para ajudar
oncol6gico.
APOS
TRATAMENTO
I"
A avaliavao
da deglutir;ao
sob varios aspectos,
incluindo
inclui uma anamnese
deglutir.
sistemica,
etc.), envolvimenlo
traqueostomia
deve englobar
neurol6gico
a hist6ria
sintomas
deve seT
(como
0 est ado mental do pacieme
e comunicativo.
oromotora,
examinando
movimentos
isoJados,
Essa avaliac;ao
de
( ou seja, neurol6gica,
(cabec;a
e pescoc;o,
caluna,
usa de medicac;ao e hist6ria de
tamhem pesquisada
estase
de alimento
pastoso
a velocidade,
amplitude,
respiratorios).
temperatura
e textura.
reflexo
lais como:
~o reflexo de gag nao necessariamente
faringea da degluti~lio
1993~ LEDER,
funcionamento
for~a,
(JENKINS
se
alerta,
niye!
coordena~ao
e precisao
de
lingua,
a analise da sensibilidade
do bolo,
os reflexos do trato aerodigestivo
determina
el e\., 1982; HORNER
a avaliacao
e
problema
do trato vocal (hibios,
palatal, de gag e tosse (LOGEMANN,
1996). No entanto,
0
engasgo)
sensorial das caracteristicas
Devem ser avaliados
superior,
1
tosse,
peJo nlyel de
Alem disso, compreende
presenca
ao aparecimento
no leito deve incluir uma avalia~ao
ou nao-verbais
oral por melD de toques leves, bern como a percep~ao
por exemplo,
em faringe,
deve ser determinado
da degluti~ao
verbais
quanta
e solido) frente aos quais
A ayalia~ao
e seqOencias
palato, laringe e musculos
1983). A ausencia
a presenCa ou ausenda
el a\., 1988; DAVIES
desses reflexos fomece informa~oes
0'1
da fase
& KIDD,
sobre
0
dos nervos cranianos.
A avaJia~ao
disparo
deglutir.
diagn6stica
etc), cirurgica
( aguda e/ou progressivo),
da degluliyao
ocorrencia,
manifesta.
de
sabre 0 paciente,
medica e a hist6ria da alterayao
a investigayao
onco16gica,
tipo de alimento (liquido, liquido-pastoso,
cognitivo
excelentes
da sua capacidade
ahordando
gastroesofagica,
informaQoes
au inlubac;ao.
A alterac;ao
frequencia,
as alterar;oes
detalhada,
A hist6ria medica
pulmonar,
no leila femeee
no leito pode fornecer
da fase faringea
da degll1ti~ao,
uma estirnativa
Oll seja, adequado,
aproxirnada
ausente
do mecanismo
do
ou alrasC1;\lo, mas nao
20
possibilita
informavoes
detalhadas
rase faringea da degiutil(ao (fisiologia
sabre a
Alem disso, apesar da avalia~ao no leila identificar
detectar
entre 20 e 25% dos pacientes
LOGEMANN,
1983; SPLAINGARD
AJem disso, a etiologia
nao podem
e
ser detenninados
apenas urn procedimento
a
capacidade
que
0
nutrivao
oral adequada,
atenvao,
orientavao,
disartria,
se presente,
se
0
paciente
exemplo,
0
e
de
de
1983).
fisiologia da deglutivao
as estrategias
aiteravao
de
da
nas desordens
do paciente
dessa avaliac;ao ser
como
a ordens,
nesses fatores,
modificada
modificada
Esse procedimento
orofaringea
reabilitayao
de
da deglutivao
neurol6gicas
depois da degluti((ao)
instrumental
0
manter
nivel de
uma,
alerta,
tipo e severidade
da
c1inico pode detenninar
da deglutivao,
como
por
com bario.
d. degluti~ao
de deglutivao
deglutivao,
videofllloroscopia
e passivel
et aI., 1982;
import antes no que diz respeito
para atender
uma avaliavao
de deglutivao
2,5,2 - Videofluoroscopia
nao
uma diet a por via oral e de
fadiga. Baseado
tolerar
elOli
no leiLa. Apesar
informacoes
tolerar
capacidade
e grau de
o procedimenlo
ferneee
tern de
bern como caracteristicas
procedimento
(LOGEMANN,
triagem,
Iinguagem,
capaz
(antes, durante
por meio da avaliayao
paciente
de aspira«ao,
silente (JENKINS
et aI., 1988; SORIN et aI., 1988; KIDD et aI., 1993).
da aspirayao
momento
0
a presen~a
com aspiral(ao
faringea).
e
com bario fbi desenvolvido
utilizado
para:
1) examinar
de varios volumes e viscosidades
para melhorar
maneira
a funQao de
a
pennitir
pode ser realizada
quanta !las estruturais
do bolo;
deglutiQao
uma
em pacientes
ingestao
de
por Logeman
a anatomia
e 2) avaliar
e/oll compensar
oral
e
segura.
a
A
todas as idades, tanto
das regioes da cabeQa e do pescoyo.
o
procedimento
videofluorosc6pico,
incluir
toda
a regiao
superiormente
subgl6tico.
faringe,
de degluti\=ao modificada
em posi\=ao lateral
orofaringea,
palato,
0
Essa visao pennite
bolos com volumes
calibrados
de
aI., DANATS
degluti~ao
espessos,
volume
de fonna
Jiquidos,
pastosos
diferente
terapeuticas
e
0 paciente
orientado
quantidade
seja posit iva com uma determinada
sistematicamente.
quantidade.
Na presen~a
lerapeuticas
serao novamente
A consish~ncia
mistura
de
mistura
espessa
de
casos
que
aspira~ao
na boca,
deve incluir
de
I ml ate 3,5,
pais
el aI., 1992). Ap6s a
0
paciente
inc1uindo
duas vezes,
0
vez que
0
das posturas,
do bolo. Caso a intervenQao
0
volume
as intervenc;;oes
do bolo deve ser
forem
fac;;a a ingeslao
com as consistencias
liquidos
variando
toda
islO e, a modifica~ao
consistencia,
et
oral
mais espessas,
eficazes
com
apenas
dessa
as estratt.~gias
introduzidas.
Iiquida
0 suficiente
presentes
ser acionada
sensorial
em que
utilizada
durante
bario liquido e agua, e a rauo
simular a viscosidade
ROBBINS
deve
e consistencia,
diretas e/ou a modifica~ao
recomenda-se
espa\=o
0
bolo sao avaliados,
a deglutir
terapeutica
aumentado
volumes,
de
deve
os (abios,
materiais
aliment os mais consistentes,
terapeutica
pequenos
de
comec;;ando com quantidades
el aI., 1993;
A interven~ao
Nos
anteriormente
e inferiormente
A apresentac;;ao
volumes
em video
as fases oral e faringea da deglutil;3.0 (LAZARUS
apresentam-se
paciente aspirar com qualquer
limites:
das altera\=oes estruturais
superior.
liquidos,
A imagem
cervical
110 copo. Os diferentes
e s61idos.
e a viscosidade.
as manobras
a col una
el aI., 1990; KAHRILAS
de
1983).
os seguintes
a identifica~ao
esofagico
10ml e a deglutic;;ao continua
podem estimular
com
posteriormente
laringe e esfincter
com bario e iniciado por meio do exame
(LOGEMAN,
para visualizar
da agua.
0
estudo
na videofluoroscopia
entre os dois liquidos
0
Iiquido, mas tambern
0 Jiquido pastoso
deve resultar
tina
pode ser engrossado
e uma
em uma
suticiente
para
utilizando-se
urn
0
22
espessante
comercial
ell
adicionado-se
uma mistura para pudim, que em gemJ consiste
uma comercial
de pudim com contraste
em geml inc\ui
v.. de biscoito recobeno
A posiyao antero-posterior
orais e/ou faringeos
1983,
funcionamento
observado
das
durante
as posturas
(ou seja, se
&
DODDS
ha
a visualizavao
a
mais residua
1990).
vocais
direila au it esquerda)
visao fomeee
Essa
verdadeiras,
de assimetrias
especificamente
nos recessos
(LOGEMANN,
in[ormayoes
do
sabre
fechamento
como a rota9ao
de cabeya, melhoram
a seguranca
0
g16tico
a fOn398.0. Alem disso, a visao AP tambern permite que se determine
terapeuticas,
em
para mastigayao,
com I au 3011 de mistura de bario-pasta.
(AP) pennite
LOGEMANN,
pregas
de baric em pasta. A consislencia
se
e a eficacia da
degiutilYao.
2.5.3 - Avalia~lio Endoscopica da degluti~iio (FEES"')
A avaiia<;.ao endosc6pica
colaboradores
determinar
(LANGMORE
se a ingestao
Posleriormenle,
da deglutiyao
(FEES~
et aL, 1988) principalmenle
oral
era
Wilson e colaboradores
segura
em
(WILSON
informa<;.ao sobre a degluti<;.ao podia ser cotlseguida
Atraves
mobilidade
consiste
deste exame pode-se
de laringe e estase
na introduyao
da degluti<;.ao com
fechamento
observar
material
contrast ado,
Grande aten<;.ao
eram
e
por
para identificar
pacientes
neurol6gicos
el aI., 1992) mostraram
do que simplesmente
mobilidade
salivar em valeculas
do nasofaringo1aringosc6pio
velofaringeano.
foi descrita
de palato,
e hipofannge.
Langmore
e
a aspirayao
e
com
disfagia.
que muito mais
a aspira<;,8o.
mobilidade
A tecnica
de lingua,
endosc6pica
pe1a nann a e, antes de iniciar a estudo
observados
dispensada
a motilidade
do
palata
e
para deteclYao e quantificalYao da
23
estase saJivar em vah::culas e seios piriformes
e testada
A sensibilidade
da regiao de faringe e laringe
por meio do toque corn a eX1remidade distal do aparelho,
o reflexo protetivo
da tosse. Outra vantagem
por ser urn produto
inorganico,
da
sendo passive! observar
utilizacao do antiitcido com a anilina
reduz as chances
de complicayoes
respiratorias,
e que,
devido
a
coionizacao bacteriana que 0 meiD organico favorece. Recentemente, Langmore e
colaboradores
(LANGMORE
et aI., 1996) tern utilizado
bolos de diferentes
consistencias
e
temperaturas.
E oferecida
retenha
na boca.
prematura
ao paciente uma pequena quantidade
Nesse
do conlraste
momento
podemos
de contraste,
observar-se
pede-se
se houve
ao pacienle
regurgitayao
para
nos informa a respeito
aspirac;ao para a laringe e a traqueia
necessarios
para
0
deglutir
nasal, acumulo
pirifonnes,
e
de
0
que ele a
a contenyao oral e se ocorre
estudar
para a faringe. Essa observac;ao
func;ao de lingua e palato. cuja participac;ao e fundamental
Em seguida
solicitando
para a conclusao
0
contraste
contraste
numero de
da fase oral.
imedialamente
em valeculas
movimenlos
perda
da adequada
apos
elou seios
de degluti~ao
c1earcllce total do contraste.
2.5.4 - Qutros metod os instrumentais.
Sao metodos
a pesquisas.
pouco ulilizados
Neste contexto,
das aspira~oes.
possibililando
11apnitica c1inica diaria, pennanecendo
a cintilografia
0
permite de
estabelecirnento
lambem tern sido objeto de pesquisas.
de
de uso restrito
modo mais preciso a quantificayao
lima melhor
porem a profundidade
conduta;
e
0
ultrassom
da laringe impede urn estudo
24
dinamico
da deglutiv30,
quando
comparados
a videofluorosc6pica
au estudo
endosc6pico
da deglutiyao.
2.6
-
AVALIACAO
E
INTERVENCAO
FONOAUDIOLOGICA
NAS
D1SFAGIAS MECANICAS
2.6.1 - Importancia da avaliat;ao no pn~-operat6rio
Na ronoaudiologia,
reabilitac;ao.
pre-operat6ria
supone e seguranC;a para
vinculo e promover
avaliar as habilidades
para a perda
a orienlac;ao
e/Oll
de
altera((30
da fala e deglulic;ao,
conjugue,
que
Sempre
duvidas
e
de
que possive!,
0 sucesso
deixar
do parceiro
claro
que
discutindo
personalidade,
procuramos
da reabilita<;;ao esla
frente as deficiencias
esclarecer
realizar uma anamnese
de
detalhada
os metodos
de
acordo com
sellS
sua capacidade
orientar
0 conjugue,
intimamenle
relacionado
paciente
necessita
de
il/siKhl e
de
lima vez que
e seu esforyo para falar e deglutir.
0
e
para a cirurgia,
tambem
ao paciente e familiares
sao fornecidas
desejos e necessidades, com a estrutura
nivel educacional.
paciente,
de estabelecer
comunicac;ao e deglutic;ao, e, finaimente, preparar
As informalfoes
observamos
0
abrange os objetivos
ajuda,
it atitude
do
Procurou-se
suporte
e
encorajamento.
Acredita-se
pacienle
que a orienta<;;ao pre-operat6ria
que eSlara nurn momento
urn conlato
inicial com a pessoa
disso, a orientayao
pre-operat6ria
mais propicio
e de urn valor inquestionavel
para lidar com informayoes,
que Ihe ajudara
tambem
apresenta
em seu processo
para 0
propiciando
de reabilita<;;ao. Alem
urn valor para 0 fonoaudi6logo,
uma
25
vez que se estabelece
um vinculo
diferente
com
0
paciente,
quando
a possibilidade
de
comul1ica~ao oral esta preservada.
2.6.2 - Avalia~iio no pos-operat6rio
No periodo
desenvolve
0
0
trabalho de orienta93o
Segundo
mudan~as
que antecede
decimo quinto dia p6s-cirurgico,
p6s-operat6ria
0
da cirurgia
e as habilidades
fonoaudi61ogo
imediata.
eL aI., 1994) a orienta~ao pes - operat6ria
Doyle, (DOYLE
decorrenles
imediato
dos pacientes
deve enfocar as
em se ada pta rem a essas
mudancas.
Neste momento,
essenciais
sabre a
deve-se
retornar
com os pacientes
e seus famiiiares alguns ponlos
reabilitacao. Na maiaria dos casos, eles esquecem
no pre-operat6rio
devido
ao grau de
ansiedade
e estresse,
as orientac6es
dadas
que faz com que eles nao
assimilem lodas as inrorma.-;oes.
Na primeira consulta
pos-operat6ria,
uma reavalia.-;ao da morrofisiologia
novos
tambem
mecanismos
de
deve ser avaliada,
satisfal6rio
das estruturas
fala e degluti.-;ao
os pacientes,
remanescentes
utilizados.
para entender
A sensibilidade
pois auxilia na propiocepcao,
senl necessario
importanle
intra
melhor
os
e extra-oral
para um desempenho
destas func6es.
Na avaliaCao
espontanea
alESmde orientar
de
da degluti.-;ao
e
necessario
observar
saliva e realizar testes com alimentos
variando
Deve-se estar atento a:
•
introducao
do alimento em cavidade oral,
a habilidade
quantidade
de
degluticao
e consistencias.
26
•
prcpara((ao
do bolo (mastigac;ao)
•
movimento
de propulsao
•
prcscnr;:a de
residuos
ali men tar,
do bolo
alimentares
ern sulcos,
lingua,
assoalho
de
boca, palato e pilafes.
•
Movimento
•
Presenca
vertical de laringe durante a degluti~ao,
de
!osse antes,
ell apos a degluticao
durante
e qualidade
vocal do paciente apos a deglutiyao.
A partir
das resposlas
obtidas
com esta avaliacao,
pode-se
traear
urn plano
de
terapia especif:ico para cada paciente e cirurgia.
2.7 - TERAPIA
DE DEGLUTI(:A.O
EM POS- OPERATORIO
DE TUMORE~
DA CAVIDADE ORAL
o
slicesso da reabilitacao
capacidade
referentes
o
de
habilidade
0
o
fonoaudi61ogo
cirurgia, tentando
deve reconhecer
reabilitacao
ressecadas
pianejamenlo
mais extensa for a cirurgia e mais estruturas
dos pacientes,
a sua
propria
assim com aDs aspectos
1993).
exato das estruturas
para determinar
it motivacao
da equipe de
& COLTON,
(CASPER
conhecimento
fundamental
a
adaptacao,
a cirurgia
esta relacionado
e
terapeutico
envolver,
0
e
tipo de reconstruc;ao
0
possivel
prognostico.
0
prognostico.
e aceitar as limitayoes
funcionais
ajudar os pacientes e conviverem
pior sera
com suas diticuldades.
e
realizado
Quanto
decorrenles
da
exercicios que visem
a melhora
das run~5es comprometidas.
Na terapiC! especifica para disfagia inclui basicamente:
1. Excrcicios
envolvendo
Of As
(mobilidade,
tonus,
resish~ncia,
objetivo
ensinar
sensibilidade).
2. Treino
paciente
formas
de deglutic;ao
ou rnanobras
nito - nutritiva
de
prote~o
de
: Tem como
vias aereas
saliva. Este treino nao envolve a utiliza~ao de alimenlos.
vias aereas mais comumente
A - Manobras
de
cabec;a virada para
cabec;a inclinada para
•
cabec;a levernente inclinada para tdi.s.
de empuxo
at"!
de
de protec;ao de
de caber;:a:
•
brac;os simultaneos
As manobras
a degluti~80
usadas sao:
•
o . Tecnica
bruscos
posturais
durante
0
lade;
0
lado; queixo abaixado;
com sons plosivos - Consiste
a emissoes
de
na realizar;:ao de movimentos
silabas com consoantes
plosivas
sonoras.
Esta tecnica pode ser realizada logo apos a deglutir;:ao.
C - Deglutic;ao supragl6tica
tossir com forr;:a imediatamente
apos.
- Os pacientes
devem prender
a respira':;8o,
deglutir
e
2S
D - Degluticao
"dura"
- Os pacientes
manter a laringe elevada, por alguns segundos,
devem
deglutir
no momento
com esfon;:o,
procurando
da degluti~ao.
E - Multiplas degluticoes
Escalas
isoladamente
vocais
a
reintroducao
presumive1mente
nm9ao
de deglutil;ao
da alimentacao
de
tons
lIutritiva:
graves
e agudos-
Neste momento,
por via oral. Deve-se
mais fitcil para os pacientes,
Pode
ser
utilizada
consistencia,
te>..1ura e temperatura
tonoaudiol6gico
0 trabalho
iniciar
levando-se
ressecadas e as possiveis
das estruturas
quantidade,
variacao
ou apos a degluticao.
3 - Treino
visa
com
0 tTeino
com
em consideracao
aitera«oes decorrentes.
do alimento sao importantes
0
alimento
a cirurgia,
Fatores
a
como
para motivacao
dos pacientes para alimentac;ao.
Quando
a dificuldade
reduc;ao acentuada
maior estiver na propulsao
da mobilidade
do alimento,
da lingua, os pacientes
devido
se beneficiam
it allsencia Oll
de alimentos
mais
liquid os ou liquidos engrossados.
2.7. t) Tel'apia
nas glossectomias
Nas glossectomias
for pequena,
cases.
praticamente
parciais
parciais com ressecyao
nao havera dificuldade.
anterior
portanto
de lingua,
se a pon;:ao ressecada
, a terapia nao de aplica nestes
29
Ja na ressecc;ao posterior
favorecem
0
contato
de lingua, as exerdcios
da estrutura
remanescente
de mobilidade
com
0
palato
de lingua tam bern
e a faringc,
facilitando
0
disparo da degluti~ao.
Ja
na ressecc;ao lateral de lingua, deve-se posicionar
ressecado,
para facilitar
0
transporte
0
alimento
sempre do lado nao
do bolo para faringe, sem que haja grande acumulo
em
cavidade oral.
2.7.2) Terapia
nas glossectomias
Nas glossectomias
corn as estruturas
totais,
e
essencial
0
remanescentes.
totais
desenvolver
a tim de minimizar
movirnentos
as altera90es
compensatorios
de
articulaC;3o
e
degiutiyao.
Os exercicios
de
tonus
e mobilidade
da musculatura
Icrapia de disfagia, pais auxiliam na manutcnyao
e alimentos e evitam acumulo de residuos alimentares
Devido
dorsa
ao alraso
no disparo
gel ado.
laringeo 0.0 embebido
Para
proteger
variayao
de
e empuxo
isso, realizam-se
de
na
de saliva
em sulcos laterais e anteriores.
deglutiyao,
estes devem
toques
sao importalltes
labial e conteoyao
pela falta de
ser estimulados
repetidos
nos pilares,
contato
do
termicamente
com
espelho
em gelo.
Alem disso, manobras
deglutiyoes
de
do reflexo
da lingua com os pilares palatoglosso,
com material
perioral
do selamento
como a deglutiyao
podem ser ensinados
suas vias aereas para degluti9ao.
tons graves
e agudos
re1axamento do estincler cricofaringeo.
supragl6tica,
aos pacientes,
favorece
A realizayao
a elev8yao
deglutiyao
"dura",
multiplas
a tim de que eles sejam capazes
de
laringea
exerdcios
com escalas
e. conseqo.enternente.
de
0
30
Para aux:iliar a passagem
cabe~a levemente
tras, facilitando
inc1inada para
para baixo evitando
inicialmente
do alimento para a faringe, pode utilizar-se
assim a
a descida
uma postura
do alirnemo,
de
e posterionnente
aspiracao. 0 tTeino dest8s manobras pade nao utilizar alimento
e it. medida que os pacientes
cstiverem
realiza-Ias, estc come<;:a a seT
aptos a
introduzido.
Geralmente,
que facilitam
0
inicia-se por aliment os nas consislencias
transito
da cavidade
maior e uma
pastosos.
0 simples posicionamento
a eliminar
impossiveis
as primeiras
destes alimentos
fases
de serern introduzidos
Finalmente,
pressionar
faringe,
nos panlgrafos
bolo alimentar
as bochechas
pois 0 espa90
Seb'1lintes sera comentado
permile tal contato.
necessarios
derivada
palato
mecanismos
substitui
musculatura
da
conduzindo-o
a faringe,
bochecha
0
oa cavidade
s6lidos
procura,
ali menlo,
0
e funcionais
malignos,
parcial removivei,
para diminuir
0
pela ressecc;ao
pressionem
no ate da degluti9aO.
para
0 bolo
espa90
paciente
deficiencia
resulta
em
da Lingua, naQ
sejam menores,
sao
0 glossectomizado
e
cujo palalo deve ser
funcional
da lingua
alimentar
0
em dire.yao ao
essa
pela ausencia
A protese
de lingua. A
impede
compensar
embora as dificuldades
uma protese
presentes.
0 que nem sempre
aumentado
parciais,
espa.yo deixado
entao,
oral
sao praticamente
palalo duro, para impulsiona-Io
horizontal,
e labios
passar para alimentos
sobre as proteses
de tumores
compensatorios.
tOlal ou de
com rebaixamento
rebaixado
0
livre bastante
Nas glossectomias
tambem
de uma protese
confeccionado
contra
e os labios contra
funcional
Alimentos
devido as limita90es anatornicas
0 paciente
no ato da degluti9ao.
pressionando
sucesso,
0
ja hOllver urn controle
mais posterionnente
da degluti.yao.
rem09ao parcial ou total da lingua, em decorrencia
de
rnedida que
adaptacao as manobras ensinadas, procura-se
muscular
ajuda
A
oral para faringe.
liquida au liquida-engrossada,
livre.
e pennite
contra
Esse
que a
a protese,
31
2.7.3- Criterios de alta dn ter"pia da degluti~iio.
A terapia
e fina1izada
objetivos alcanvados,
disfagico
quando
0
fonoaudi61ogo
e
0
paciente estao de acordo
sera considerado
reabilitado
quando
a estabilizayao
oral conseguc oferecer suporte nutricional adequado, e
compativel
cnfermagem,
com os
geralmente apcs urn seguimento de dais a IfeS meses. 0 paciente
com as atividades
fonoaudiologia.
de vida diaria. Evidentemente,
nutrivao e estomatologia
da terapia,
0
a alimentavao
via
tempo de alimentar;ao
a integrayao
e fundamental
cabc.;:a e pescoyo,
em todos os casas.
e
32
3 - CONCLlJSOES
31
3 - CONCLUSOES
A alimentacao
tcm uma importancia
nutricional
lingua J11uitas vezes acarreta sequeJas no processo
de
vida do individuo.
eu cirurgico
na lingua
reabilitacao
mais
restabelecimento
Sabe-se
exclusivamente
local,
As disfagias associadas
quando
nipida
e
do estado nutricional
que
os diferentes
do tipo de
Porem,
talvez
reconstrucao
0
e
utilizados,
vern apresentando
esteticos,
para conseqi.ientemente
As
envolvimento
a
nas
piorando
a
permit
em a
possibilidade
de
tres
acarretar
motivayao
assim
0
cada
decadas
de melhorar
disfagias,
vez
0
oncol6gicos
maior
individuais.
aos
tipos
as tecnicas
de
os aspectos
funcionais
cuja
residual,
e capacidade
progn6stico
envolvendo
de
cirurgia
e
de vida do paciente
da poreao
orais estiverem
fatores
os tratamentos
assim como os aspectos
com objetivo
mobilidade
de
social
nao dependem
p6s-operat6rios
atencao
ultimas
pod em
mais estruturas
estarao comprometidas,
oral,
resseccao;
melhorar a qualidade
de outTas estruturas,
nltido que, quanta
de
de uma
avanco
da resseccao,
quimiotenipico
e avaliadas,
via
funcionais
fonoaudiol6gico,
que
glossectomias
extensao
identificadas
degluticao
cirurgica
a importancia
reparadora
relacionada
radiotenipico,
reconstrw;:ao e sim de urn conjunto
visto
do cancer de
do paciente e sua passivel reintcgracao
acompanharnento
clara
da
resultados
a ext en sao e a abordagem
complementares;
ao tratamento
prontamenle
efetiva
e social. 0 tratamento
de degluti~ao que limitam a qualidade
de adaptaCao
envolvidas,
do caso.
severidade
estani
tipo de reconstrucao,
do paciente.
mais fases da degluticao
E
34
Pode-se
procedimentos
perceber
degJutic;ao, das
possibilitam
atuaQao do
tambem,
clinicos, das
0
diferenles
aumento
que
0
os
avanQOs
proteses restauradoras,
opQoes
da sobrevida
de
das
manobras
do paciente,
fonoaudi61ogo na area de oncologia
das
tecnicas
cirurgicas,
dos
avaliaQoes objetivas e dinamicas da
facilitadoras
enfatizando
para
a
e ampliando
alimentacao
0
papeJ de
35
REFERENCIAS
MACEDO
ED,
Multidisciplinar.
JC,
CARNEIRO
J,
GOMES
l A. Evaluation
and
Treatment
G.
Disfagia:
Abordagem
1998,
3
LOGEMANN,
College-Hill
PISSANI
2 ed, Sao Paulo: Fronlis Editorial,
of Swallowing
Disorders.
San Diego:
Press, 1983.
MARCHESAN
IQ. et al. Topicos
de Fonoaudiologia.
Sao Paulo: Editora Lovise.
1995.
MARCIIESAN
IQ. el al. Topicos
de Fonoaudiologia
Sao Paulo: Editora Lovise.
1996,
DANGELO,
J. G., FATTINl,
C. A. Anatomia
Humana
Rasica.
Sao Paulo:
Arheneu.
1988.
CARRARA-DE
ANGELlS,
E; FURIA,
atll~l~ao da FONOAUDIOLOGIA
Lovise.
CL.B.
no Cancer
Cabe~a
L.F.; KOWALSHI,
e Pesco~o.
L.P. - A
Sao Paulo: Editora
2000.
LAGROTTA,
M.G.M;
Paulo: Editora Lovise.
HERNANDEZ,
A.M;
CESAR,
CP.I-LAR.
MARCHESAN,
I. -
Rio de Janeiro: Revinter. 2001.
MORALES,
R.C., Terapia
FURKIM,
AM.;
- A Fonoandiologia
nas
[nstitui~iics.
Sao
1997.
I-Iospitalar.
1999_
; MouRAO,
de
de Regula~ao
& SANTINI,
Alua~lio
Orofacial.
C.S. Disfagias
Fonoaudiologica
Sao Paulo: Memnon.
Orofaringeas.
No Ambiente
1999.
1:' ed. Sao Paulo: Pro-Fone.
36
FUNDA<;:AO
ONCOCENTRO
DE
SAO PAULO.
2000. Camite de Fonoaudiologia
em Cancerologia,
LOPES rrU-IO,
de Fonoaudiologia.
Manual
de
0 .C . Tratlldo
Oncologia
sa ed,
Clinica,
Fonoaudiologia
em Cancerologia
Imprcnsa Oficial, 2000
Sao Paulo: Roea. 1997.
Funda~ao Oncoccmro
de Sao Paulo:Spting-Verlag,
1991.
CARRARA-DE
Rumos
atllais
FOlloaudiologia,
ANGELlS,
da
E.; BRANDAO,
fonoaudiologia
p. 46-53.
Cademos
SERV1<;:O
DE
ARARAQUARA.
A .P.; MARTINS,
oncologia.
In:
Rcvista
N.M.
; FURIA,
Consclho
CLB.
Federal
de
1998.
FUNDA<;:AO ONCOCENTRO
2000.
em
DE SAO PAULO.
Fosp - Vol II. Secretaria
MEDICINA
BUCAL
Reabilitacao
em cancer
de Estado da Saude de
DA
Cancer Bueal: Prevalencia
FACULDADE
do
DE
da CP 1974-
Sao Paulo. 2001
ODONTOLOGIA
DE
Cancer Bueal. RGO, n. 45, v.2, p. 101-
104, 1997
SERVI<;:O
DE
MEDICINA
ARARAQUARA
Cancer
e Comportamento
Biol6gico.
BUCAL
DA FACULDADE
Buea!: Carcinoma
Epiderm6ide
RGO, n. 45, v.2, p71-78,
DE
ODONTOLOGIA
Bueal - Aspectos
1997.
DE
Microsc6picos
Download