sentidos e significados compartilhados de práticas criativas

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SENTIDOS E SIGNIFICADOS COMPARTILHADOS DE PRÁTICAS
CRIATIVAS PRODUZIDAS NO ÂMBITO ESCOLAR DOS ANOS INICIAIS NO
ENSINO DE GEOGRAFIA
Thiago Henrique Araujo de Morais (Bolsista de Iniciação Científica-CNPQ), Ivana
Maria Lopes de Melo Ibiapina (Orientadora, Departamento Centro de Ciência da
Educação - UFPI)
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1. INTRODUÇÃO
A prática docente tem relação direta com a prática social, constituindo-se em atividade
teórica e prática que possui o lado idealizado e o lado real do agir docente. Nesta pesquisa,
recorremos aos estudos sobre a prática docente, dentre os quais destacamos Amaral (2003),
Cavalcanti (2003) e Gasparotti (2011) para demonstrar que teoria e prática não existem
isoladas, e que a finalidade da teoria é transformar a prática e que, esta, é sempre guiada por
uma teoria. É na relação teoria e prática que o professor de geografia aprende a enfrentar os
conflitos, vencê-los e se desenvolver pessoal e profissionalmente.
Nesta pesquisa-formação, apresentamos práticas criativas por meio da cartografia para o
ensino de geografia, como possibilidade de formação e de produção de conhecimentos nessa
disciplina, que auxiliam na transformação desse ensino na educação básica, permitindo o
desenvolvimento de ações que superam a realidade escolar e transformam as condições
materiais em que o docente atua.
Acreditamos que essa pesquisa favorece a formação criativa dos docentes que ensinam
geografia, tornando-os capazes de desenvolver práticas criativas em sala de aula e possibilita a
transformação de práticas no processo de ensino e aprendizagem, pois beneficia a formação
dos estudantes, transformando-os em cidadãos críticos e criativos.
2. METODOLOGIA
Esta pesquisa se fundamentou em documentos oficiais e em pesquisas desenvolvidas
com o objetivo de produção do ensino crítico, conforme Cavalcanti (2003). A metodologia desta
pesquisa foi inspirada na concepção do Grupo Formar-Ciências, década de 1990, cuja
participação de professores em um Programa de Educação Continuada (PEC), promovido pela
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo, produziu condições para o ensino de Ciências
reflexivo, que foi responsável por transformações na prática Cotidiana da escola. Esse projeto
atendeu cerca de quinhentos professores de Ciências do magistério público estadual de São
Paulo, especialmente na região de Campinas. Devido ao sucesso obtido na metodologia
utilizada nesse Programa, esta pesquisa-formação se inspira nas contribuições desse grupo
para o desenvolvimento desta investigação, cuja proposta metodológica foi denominada de
Oficinas de Produção de Conhecimentos Cartográficos. As práticas criativas foram
apresentadas por meio dessas atividades.
A Oficina de Produção de Conhecimento Cartográfico teve os seguintes temas:
fundamentos curriculares, função do professor, geografia como ferramenta de mudança, a
produção de reflexões cartográficas sobre a possibilidade de formação docente, para o uso
dessa perspectiva no ensino escolar. O seu objetivo principal foi de motivar o profissional
partícipe a produzir sentidos e significados sobre a cartografia, bem como produzir práticas de
ensino críticas e criativas no ensino de geografia. Os princípios desta pesquisa indicam que
todos os participantes envolvidos tem participação direta no andamento dela em todas as suas
etapas, tendo vez e voz para se manifestaram e se posicionarem criticamente.
O princípio fundamental que foi utilizado para o desenvolvimento desta pesquisa é o da
dupla função do pesquisador, que deve assumir a função tanto de pesquisador quanto de
formador. O que nos faz afirmar que o princípio orientador da investigação é o da articulação
entre formação e pesquisa.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A pesquisa foi realizada entre os meses de junho e agosto de 2013, na turma do 8ª ano
da escola estadual Teresinha Nunes, escola de ensino fundamental, localizada no bairro
Vermelha, na zona sul de Teresina. A professora que contribui para esse trabalho foi Magda
Santos, Professora do ensino fundamental da rede estadual do Piauí e licenciada pela
Universidade Estadual do Piauí (UESPI).
Essa pesquisa apresenta práticas criativas no ensino de geografia, por meio de
estratégias e de conteúdos da cartografia usados como mediadores da formação e produção
de conhecimentos críticos nessa disciplina. As práticas apresentadas neste trabalho são
resultantes das oficinas de produção de conhecimento que tiveram como objetivo formar o
professor crítico, para que ele tenha a capacidade de interpretar e construir mapas
conjuntamente com os alunos. Nessa perspectiva foram desenvolvidas quatro oficinas, das
quais duas foram escolhidas pela docente: Trabalhando com Mapas, Transformações Urbanas.
Figura 1 – Professora Mágda Santos discutindo com a turma na atividade Trabalhando
com Mapas
Fonte: Arquivo pessoal de Thiago Henrique – bolsista ICV. Agosto 2013.
Cada oficina tem objetivo e motivação específicos e relacionados com a perspectiva de
formação crítica e criativa. No total foram produzidos cerca de oito encontros, divididos em
apresentações, planejamentos, oficinas e observação. As oficinas foram ministradas dentro de
uma sala de aula e o pesquisador de iniciação científica foi o mediador das práticas realizadas.
Foram necessários dois encontros para cada uma das duas oficinas.
Observamos na execução, dessas práticas, uma relação de comunicação aberta entre
professor e aluno e uma inter-relação entre os diversos assuntos da geografia, trabalhados de
forma contextualizada. Esses fatores contribuem para o desenvolvimento desse indivíduo, uma
vez que tanto os estudantes quanto o professor e o pesquisador se tornam sujeitos ativos,
críticos e criativos. Outro fator observado foi o domínio por parte da professora em relação às
práticas e sua dedicação em trabalhá-las, bem como o reconhecimento por parte dela, da
importância dessas práticas docentes.
4. CONCLUSÃO
Nesse trabalho foram apresentadas uma das possibilidades de realizar a pesquisa
colaborativa com professores de geografia, que atuam no terceiro ciclo da educação básica,
especialmente no oitavo ano. Os resultados alcançados demonstram a importância das
práticas criativas e como elas funcionam como mediadoras para instauração de um contexto
crítico e reflexivo, contribuindo para a formação docente.
Neste relatório, destacamos a importância da cartografia no ambiente escolar como
ferramenta de desenvolvimento de práticas criativas e de formação de um sujeito crítico e
modificador do seu meio. Na pesquisa concluímos também que existem várias formas de
abordagem da cartografia e das inter-relações que ela estabelece com outras áreas do
conhecimento e com outras áreas da própria geografia.
5. APOIO: CAPES
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Ivan Amorosino do. Oficinas de Produção de Ensino de Ciências: uma proposta
metodológica de formação continuada de professores. In: TIBALLI, Eliandra F. Arantes;
CHAVES, Sandramara Matias. Concepções e práticas em formação de professores:
diferentes olhares. Rio de Janeiro: DP&DA, 2003.
BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacional:
geografia. Brasília: MEC/ SEF, 2001.
CAVALCANTI, Lara de Souza. Formação de Professores de Geografia – um lugar da prática
de ensino. In: TIBALLI, Eliandra F. Arantes; CHAVES, Sandramara Matias. Concepções e
práticas em formação de professores: diferentes olhares. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.
GASPAROTTI, Flaviana Nunes. Novos olhares e práticas. Mato Grosso do Sul: Editora
UFGD, 2011.
SIMIELLI, Elena Maria Ramos. Primeiros Mapas. São Paulo: Ática, 1993.
Palavras-chave: Práticas criativas. Formação docente. Cartografia escolar.
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