REVISÃO Câncer de mama associado à gestação Pregnancy-associated breast cancer Luiz Rodrigo Guimarães Ferreira1 Cleverton César Spautz2 Palavras-chave Neoplasias da mama Gravidez Terapêutica Keywords Breast neoplasms Pregnancy Therapeutics Resumo O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Aproximadamente uma a cada 1.000 gestações que chegam ao termo serão complicadas pelo câncer. O câncer de mama está entre as neoplasias mais frequentes nesse grupo de mulheres. No entanto, apesar do aumento do diagnóstico e do desafio de seu tratamento durante a gravidez, os dados disponíveis na literatura até o momento são escassos. A presente revisão tem o objetivo de analisar os dados disponíveis até o momento, o tratamento proposto para estas pacientes e as possíveis repercussões desse tratamento tanto para as gestantes como para os fetos. Abstract Breast cancer is the most common type of cancer among women all over the world, even in developed countries or in emerging countries. Nearly one in 1,000 pregnancies that leads to labour will be complicated by cancer, and pregnancy-associated breast cancer is the most common type encountered in this group. Although, despite the emerging number of cases being diagnosticated and the challenge of treating pregnancy-associated breast cancer, there are a few data about it until the present moment. This paper aims to review the data available until the present moment, about the treatment and possible effects envolving the pregnant mother and the fetus. Estudo realizado no Departamento de Tocoginecologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC/UFPR) – Curitiba (PR), Brasil. 1 Médico-residente em Tocoginecologia do HC/UFPR – Curitiba (PR), Brasil. 2 Preceptor do Departamento de Tocoginecologia do HC/UFPR – Curitiba (PR), Brasil. Endereço para correspondência: Luiz Rodrigo Guimarães Ferreira – Rua General Carneiro, 181 – Alto da Glória – CEP: 80060-900 – Curitiba (PR), Brasil – E-mail: [email protected] Conflito de interesses: não há. Ferreira LRG, Spautz CC Introdução O câncer da mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Em 2012, esperam-se, para o Brasil, 52.680 casos novos com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres1. (D) Aproximadamente, uma a cada 1.000 gestações que chegam ao termo serão complicadas pelo câncer² (A), e esta incidência tende a aumentar ainda mais uma vez que, com o estilo de vida atual, um número cada vez maior de mulheres protelam suas gestações para as 3ª e 4ª décadas de vida. As neoplasias mais comuns encontradas na gestação são os cânceres de mama, colo uterino, sangue (leucemia) e pele (melanoma) e linfomas3 (D). O câncer de mama associado a gestação é a neoplasia mais diagnosticada durante a gravidez, nos primeiros dois anos após a gestação ou em qualquer época da amamentação3 (D). De uma maneira geral, o câncer de mama associado a gestação ocorre numa relação de 1/3.000 a 1/10.000 gestações dependendo do país estudado, sendo que algumas séries atuais apresentam associação de 1/2.000 gestações. É o tipo de câncer mais comum na gestação4 (B) e estabelece uma situação complexa para seu manejo, já que o tratamento materno imediato é essencial embora o cuidado com o bem estar fetal também seja uma preocupação fundamental4 (B). Não existem estudos clínicos randomizados que evidenciem o melhor tratamento e a grande maioria dos dados atualmente disponíveis na literatura são obtidos a partir de estudos retrospectivos e de casos-controle. Esse trabalho tem como objetivo revisar os dados da literatura disponíveis ate o momento, o tratamento proposto para as pacientes com câncer de mama associado à gestação e as possíveis repercussões desse tratamento as gestantes e aos fetos. Metodologia Foi realizada uma revisão sistemática através de artigos científicos que foram selecionados a partir do PUBMED, no período de janeiro de 1996 a julho de 2013, utilizando os termos “câncer de mama”, “gestação”, “neoplasia das mamas” e “tratamento”. Alterações fisiopatológicas As alterações fisiológicas mais comuns que ocorrem nas mamas durante a gestação são o ingurgitamento mamário, hipertrofia e descarga papilar espontânea4 (A). Essas alterações 204 FEMINA | Julho/Agosto 2014 | vol 42 | nº 4 podem impedir, dificultar ou retardar a detecção de massas discretas e o atraso no diagnóstico é comum, levando a estágios mais avançados neste momento quando comparados às mulheres da mesma faixa etária não grávidas5 (A). Esse fato faz com que, de uma maneira geral, o prognóstico das mulheres com câncer de mama associado à gestação seja relativamente mais pobre do que quando compara-se à estatística do câncer de mama em geral, mesmo quando adequado à faixa etária5 (A). Em uma meta análise realizada por Azim et al., foi observado uma taxa de mortalidade 40% maior nas pacientes com câncer de mama associado a gestação quando comparadas ao grupo controle de pacientes na mesma faixa etária com câncer de mama diagnosticado fora do período gravídico puerperal6 (B). O atraso médio do diagnóstico a partir dos primeiros sintomas nas gestantes é de aproximadamente dois meses7 (A) o que leva ao aumento do risco de acometimento linfonodal de 0,9%/mês em gestantes8 (A). Deste modo, uma massa mamária que esteja presente por pelo menos quatro semanas deve ser investigada. O câncer de mama associado à gestação, geralmente, apresenta-se como uma massa palpável e indolor ou, menos comumente, como descarga papilar hemorrágica9,10 (A). As características histológicas e imuno-histoquímicas do câncer de mama associado à gestação são similares as encontradas em pacientes não grávidas abaixo dos 35 anos. A maioria dessas pacientes são diagnosticadas com adenocarcinoma de mama ductal invasivo (71–100%), o qual geralmente associa-se a maior agressividade, com invasão linfovascular e altas taxas de receptores de estrogênio negativos. São, geralmente, tumores maiores e com um maior acometimento linfonodal (51–71%) do que quando comparadas as pacientes não grávidas da mesma faixa etária11 (D). Além disso, os tumores de mama encontrados nas gestantes são frequentemente receptores de estrogênio e progesterona negativos e HER-2/neu positivos. No entanto, esse fato parece estar relacionado diretamente à idade da paciente e não a gestação propriamente dita4 (A). Diagnóstico Embora 80% das lesões mamárias encontradas na gestação serem benignas, a ultrassonografia das mamas e a mamografia podem ser utilizadas com grande segurança para avaliar uma lesão suspeita5 (A). De uma forma geral, a gestante deve ser investigada seguindo a rotina de pacientes com o diagnóstico de câncer de mama com os exames de imagem e biopsia da lesão quando necessárias. A investigação das alterações mamárias com métodos de imagem em pacientes grávidas requer uma experiência Câncer de mama associado à gestação adicional do examinador devido ao aumento da vascularização e da densidade mamária e edemas encontrados nas mamas das gestantes, o que dificulta a interpretação desses exames5 (A). A biopsia de uma lesão suspeita é o padrão-ouro para definir o diagnóstico histológico das lesões. A core biopsy é o exame de escolha, realizado com anestesia local, o que confere grande segurança ao procedimento e apresente uma sensibilidade de 90%11 (A). No entanto, o resultado da core biopsy negativo em lesões altamente suspeitas deve ser desconsiderado. Tratamentos A estratégia terapêutica em pacientes com câncer de mama associado à gestação deve levar em consideração o tipo de tumor, o estádio da doença, a idade gestacional no momento do diagnóstico e o desejo da paciente e dos familiares4 (A). O tratamento proposto deve aproximar-se ao máximo do tratamento proposto para pacientes não grávidas com o mesmo estádio clínico e o intuito do mesmo deve ser o de não postergar o tratamento da paciente ao mesmo tempo em que se deve evitar a prematuridade iatrogênica4,5,14 (A). Ultrassonografia das mamas A ecografia das mamas é um exame de imagem que apresenta uma alta especificidade e alta sensibilidade para o diagnóstico de câncer de mama na gestação5 (A). Devido à diferença radiológica da densidade mamária em mulheres grávidas, a sensibilidade da mamografia para detecção das lesões cancerosas das mamas é em torno de 68%, enquanto a sensibilidade da ecografia nesses casos é próxima de 93%5 (A). Deste modo, a ecografia das mamas mostra-se o exame padrão para a avaliação inicial das massas palpáveis durante a gestação8,9 (A). No entanto, sempre que o diagnóstico de câncer de mama é realizado, é aconselhável realizar a mamografia bilateral para afastar lesões multicêntricas ou bilaterais5,9 (A). Mamografia A mamografia e o único exame de imagem capaz de identificar ou excluir uma microcalcificação em lesões mamárias e deve sempre ser utilizada quando necessária. Com a proteção abdominal adequada, a mamografia apresenta riscos mínimos para o feto. Uma dose de 200–400 mGy e descarregada em um exame de rastreamento bilateral das mamas resulta em menos de 50 mrad de exposição ao embrião/feto. Esse número é muito inferior aos 10 rad que aumentam o risco de malformação fetal em 1% e é inferior até mesmo a exposição ambiental estimada de radiação12 (B). Ressonância Magnética das Mamas A utilização da ressonância magnética com contraste durante a gestação é uma conduta possível. Porém, deve ser reservada aos casos em que o resultado deste exame possa influenciar na decisão clínica do tratamento, uma vez que não existem modelos de estudos estabelecidos para mostrar a eficácia e segurança deste exame para os fetos. Em uma revisão sobre o tema, foi constatado que o contraste com gadolínio atravessa a barreira placentária e entra na circulação fetal e os efeitos do gadolínio nos embriões ainda e muito discutível11,13 (B). Cirurgia Por algum tempo, a mastectomia radical modificada foi considerada o tratamento padrão-ouro para o câncer de mama associado à gestação. O tratamento conservador das mamas consiste em setorectomia e radioterapia adjuvante. Esta pode expor o feto à uma dose de radiação que fica entre 0,1 Gy no início da gestação a 2 Gy no final da gestação — dose que está muito acima do aceitável para o feto sem risco de teratogênese. No entanto, a radioterapia pode ser postergada em quatro meses após a cirurgia sem prejuízo no risco de recorrência local14 (A). Se a quimioterapia está indicada após a setorectomia ou a mastectomia, esse número é ainda maior e pode-se aguardar até seis meses para o início do tratamento radioterápico sem prejuízo ao risco materno14 (A). A cirurgia das mamas pode ser seguramente realizada em qualquer trimestre da gestação com risco mínimo para o desenvolvimento fetal14 (B). Tanto a mastectomia radical modificada quanto a cirurgia conservadora das mamas (com dissecção axilar ou do linfonodo sentinela) podem ser realizadas11 (A). A técnica do linfonodo sentinela envolve a utilização de materiais radioativos — 99 Tc (tecnécio) e isosulfan dye. De acordo com Keleher et al.15 (B), a dose de radiação que o feto é exposto é inferior a 0,15 Gy — nível considerado não teratogênico. Atualmente, o isosulfan não está aprovado para ser utilizado em gestantes pelo Food and Drug Administration (FDA). A utilização de Indigo Carmine é uma opção segura durante a gestação e as taxas de detecção do linfonodo sentinela obtidas é de 98 a 100%, mesmo número encontrado utilizando-se o azul patente16 (A). Devido às alterações fisiológicas das mamas durante a gravidez e com a possibilidade de quimioterapia neoadjuvante no segundo e terceiro trimestres, a cirurgia com reconstrução das mamas, na maioria das vezes, pode ser adiada para o pós parto. No período lactacional, a cirurgia conservadora das mamas pode ser realizada. Porém, a cirurgia de reconstrução ser postergada com um intervalo mínimo de 3 a 6 meses após o fim da lactação3 (D). FEMINA | Julho/Agosto 2014 | vol 42 | nº 4 205 Ferreira LRG, Spautz CC Quimioterapia O efeito da administração de drogas citotóxicas na gestação depende da idade gestacional em que a exposição ocorre. Durante o primeiro trimestre ( mais especificamente entre 10 dias e 8 semanas), o maior risco seria de malformações fetais ou abortamento. O segundo e terceiro trimestres são caracterizados, principalmente, pela maturação e crescimento fetal e um tratamento citotóxico nestas fases não se associa a malformações fetais, embora alguns pesquisadores tenham relatado restrição de crescimento intrauterino, óbito fetal e neonatal, prematuridade e supressão hematológica como possíveis efeitos da quimioterapia durante a gestação17 (B). A quimioterapia é indicada na maioria das pacientes jovens com câncer de mama, fato devido a maior agressividade desse tumor em pacientes jovens11,14 (A). A decisão em utilizar a quimioterapia deve seguir as mesmas diretrizes para pacientes com câncer de mama não gestantes, levando em consideração a idade gestacional e o plano de tratamento da paciente (cirurgia e radioterapia complementar). Segundo Van Calsteren et al.18 (A), algumas alterações fisiológicas que ocorrem durante a gestação (como aumento do volume plasmático e da taxa de filtração glomerular e alterações hormonais e na função hepática) podem diminuir a concentração plasmática e aumentar a depuração dos quimioterápicos19 (A), o que, teoricamente, poderia reduzir a eficácia dos quimioterápicos na dose usual durante a gestação. Inicialmente utilizada somente em casos de doença localmente avançada, a quimioterapia neoadjuvante vem ganhando um papel cada vez maior em pacientes com doença operável e a resposta clínica do tumor a quimioterapia neoadjuvante mostrou-se um importante fator de sobrevida livre de doença19,20 (B,A). FAC (5-fluoruracil, doxorubicina e ciclofosfamida) é um dos esquemas quimioterápicos mais utilizados em pacientes com câncer de mama. Um estudo realizado por Johnson et al. com 57 gestantes com diagnóstico de câncer de mama (das quais 32 receberam quimioterapia adjuvante e 25 neoadjuvante) que foram submetidas ao esquema FAC durante o segundo e terceiro trimestres mostrou que o esquema foi bem tolerado e não alterou o curso normal da gestação21 (B). Todas as pacientes receberam entre 4 e 6 ciclos de FAC, com um intervalo médio de 21 a 28 dias, até a idade gestacional de 35 semanas. No grupo submetido ao tratamento neoadjuvante, 32% tiveram resposta clínica completa. Entre as alterações encontradas nos recém nascidos, foi observado um caso de Síndrome de Down, um caso de pé torto congênito e um caso 206 FEMINA | Julho/Agosto 2014 | vol 42 | nº 4 de refluxo ureteral bilateral. No entanto, esses números são muito pequenos para atribuir esses achados ao tratamento quimioterápico e tal incidência pode estar próxima a encontrada na população geral. Um outro estudo, realizado por Rouzier et al.22, no qual analisaram os dados retrospectivos de 48 pacientes com câncer de mama associado a gestação que receberam quimioterapia neoadjuvante com antraciclinas, taxanos ou com a combinação dessas drogas, demonstrou que os cânceres de mama associados a gestação são tão quimiosensíveis quanto os cânceres de mama não associados a gestação. Esse mesmo estudo ainda sugere que os taxanos devam ser inseridos no tratamento neoadjuvante, uma vez que se evidenciou que nos regimes com antraciclinas isolados o resultado foi inferior22 (B). Amant et al.23 (B) constataram que a exposição fetal a quimioterapia não esta associada a prejuízos no desenvolvimento cognitivo e neurológico ou a alterações cardíacas ou auditivas desses fetos. Entretanto, a prematuridade esta diretamente ligada a um prejuízo no desenvolvimento neurológico e sugere que o parto pré-termo iatrogênico deve sempre ser evitado, quando possível. Anticorpos Monoclonais A utilização de anticorpos monoclonais deve ser evitada durante a gestação. Ao analisar 12 pacientes que foram expostas ao trastuzumab, 8 gestantes apresentaram oligodrâmnio ou adramnia, sendo que, desses casos, 4 foram a óbito neonatal devido a falência renal ou insuficiência respiratória11,14 (A). Tamoxifeno Embora alguns estudos tenham relatado que o uso de tamoxifeno pode ser seguro e bem tolerado durante a gestação, outros estudos associaram o uso desde medicamento a Síndrome de Goldenhar (displasia oculoauriculovertebral), genitália ambígua e a tríade Pierre Robin. O retardo do início da terapia hormonal não reduz sua eficácia e, quando indicada, deve ser iniciada após o nascimento11 (D). Radioterapia A exposição fetal a radiação ionizante pode ocorrer tanto pela radioterapia ou pela exposição da gestante a procedimentos diagnósticos, como a mamografia. Os efeitos descritos nos fetos como malformações fetais, anomalias no desenvolvimento ou óbito fetal estão relacionadas diretamente a dose de radiação em que esses embriões foram expostos intra-útero, e aumentam o risco quando a exposição ultrapassa a dose de 0,1 a 0,2 Gy22 (B). Câncer de mama associado à gestação A irradiação intra-útero em qualquer idade gestacional pode aumentar o risco de câncer na infância11,12 (B). A exposição fetal a radiação pode ser reduzida em ate 75% com a proteção adequada — “blindagem” e com o aumento da distância a partir do campo de irradiação24 (A). Ao analisar retrospectivamente o efeito da radioterapia em 109 neonatos expostos durante os 3 trimestres de gestação, Luis et al. relataram 13 eventos adversos nesses neonatos, que incluíam desde óbito neonatal a desordens neurológicas. No entanto, esses efeitos não podem ser diretamente atribuídos a radioterapia uma vez que a dose a que foram expostos foram estimadas em somente 4 desses neonatos e a exposição foi inferior a 0,1 Gy25 (A). De uma maneira geral, a radioterapia pode ser utilizada principalmente na primeira metade da gestação; e as recomendações atuais sugerem que o tratamento complementar com a radioterapia pode ser postergado sem grandes prejuízos até o pós parto3 (D). Conclusão O câncer de mama associado à gestação é uma condição clínica cada vez mais prevalente nos dias atuais. Esse fato acontece, principalmente, pelo número crescente de mulheres que cada vez mais postergam sua gestação, além da melhora no diagnóstico dessa patologia. O diagnóstico e o tratamento são um desafio para o médico assistente, uma vez que esse deve tratar a paciente sem prejuízo para o desenvolvimento fetal. O câncer de mama associado à gestação deve ser tratado buscando aproximar-se ao máximo o tratamento proposto para o câncer de mama diagnosticado fora do período gestacional. O diagnóstico do câncer de mama associado à gestação é realizado de maneira semelhante aos das pacientes com câncer de mama em geral. Os exames de ecografia e de mamografia podem ser realizados com grande segurança, assim como as técnicas de biópsia para o diagnóstico histopatológico. Com a possibilidade de tratamento com a quimioterapia neoadjuvante no segundo e terceiro trimestres, o tratamento cirúrgico com a possibilidade de reconstrução pode ser adiado até o pós-parto. De uma maneira geral, quando o diagnóstico acontece no primeiro trimestre da gestação, tanto a mastectomia quanto a cirurgia conservadora, quando indicadas, podem ser opções. No segundo e terceiro trimestres, tanto a quimioterapia como a cirurgia podem ser utilizadas. As alterações mamárias são mais evidentes e o resultado da reconstrução menos previsível. Assim, a cirurgia conservadora pode ser realizada, mas a reconstrução deve ser postergada para após o parto. Durante o período lactacional, se faz necessário a cessação da amamentação e, na possibilidade de uma cirurgia conservadora com reconstrução, esta deve ser postergada, no mínimo, de 3 a 6 meses após o fim da lactação para que a mama retome suas características pré-gestacionais. A hormonioterapia e a utilização de anticorpos monoclonais devem ser evitadas durante a gestação e, consequentemente, postergadas para após o parto. Leituras suplementares 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2012: incidência de câncer no Brasil. [cited 2012 Jul 08]. Available from: <http://portal.saude.sp.gov.br/resources/ses/ perfil/gestor/homepage/estimativas-de-incidencia-de-cancer-2012/estimativas_ incidencia_cancer_2012.pdf> Penteheroudakis G, Pavlidis N. 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