Concerto Orante

Concerto Vigília Orante
14 de Outubro
Vésperas da Solenidade de Santa Teresa de Jesus
Amigos fortes de Deus; Amigos fortes
uns dos outros!
Orar é o momento do compromisso, de ser cada vez mais amigos de Cristo, para ser cada vez mais amigos uns dos outros... Recolhendo­nos, silenciando­nos e serenando­nos, tomamos consciência de que estamos
na presença de Deus, de que o seu Espírito nos habita... Talvez estejamos cansados ou
cheios de medo, de preocupações... Teresa lança­nos no mar da confiança, da infinita
misericórdia de Deus! Poesia: Vossa Sou, para Vós nasci, de Santa Teresa de Jesus
1. CANTATE DOMINO
Esta composição de estilo clássico, de um autor contemporâneo, Hermínio
González Barrionuevo, diretor do coro da Catedral de Sevilha, convida­nos a rezar
o salmo 95 (96) para cantarmos o cântico novo, que é Cristo e a sua Palavra,
renovada a cada manhã e permanecendo para sempre.
“Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor terra inteira,
Bendizei o seu nome, anunciai dia a dia a Sua salvação.”
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Teresa encontrou em Nossa Senhora a sua Mãe, primeiro, quando ficou orfã, depois, ao
longo de toda a sua caminhada espiritual. Nela sempre encontrou, não só o modelo fiel
de amor a Jesus, como a própria ternura e bondade de Deus.
Pensamento: Santa Teresa e Nossa Senhora
“Recordo­me que, quando morreu minha mãe, fiquei da idade de doze anos, pouco
menos. Quando comecei a perceber o que tinha perdido, fui­me, aflita, a uma imagem
de Nossa Senhora e supliquei­Lhe, com muitas lágrimas, que fosse minha Mãe.
Embora o fizesse com simplicidade, parece­me que me tem valido; porque
conhecidamente tenho encontrado esta Virgem soberana, sempre que me tenho
encomendado a Ela, e, enfim, tornou­me a Si.”(Vida, 1,7) 2. AVE MARIA
Esta versão polifónica da oração Ave Maria usa o texto conhecido atualmente. Às
palavras do anjo Gabriel na Anunciação a Maria, foram acrescentadas a partir do
séc. II as palavras de Santa Isabel: «Bendita és Tu entre as mulheres e bendito o
fruto do Vosso ventre». No séc. XIV a oração foi completada com a terceira parte, a
qual era diferente da atual. Só no séc. XVII foi adotada a versão atual que inclui
«Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores», apresentada neste motete
polifónico. Embora esta peça seja atribuída a Jacob Arcadelt (c.1514­c.1562/1572),
este compositor renascentista da escola franco­flamenga viveu antes de poder
conhecer a atual fórmula. 3. O SANCTISSIMA
Conhecida melodia popular siciliana, de temática Mariana que recupera a oração
de S. Bernardo a Nossa Senhora, aqui apresentada numa harmonização para 4
vozes mistas, de efeito muito agradável.
“Ó santíssima, ó piíssima, doce virgem Maria.
Mãe amada, pura, reza por nós.
Tu és consolo e refúgio, ó Virgem Mãe Maria.
Quando em ti confiamos, por ti esperamos: reza por nós.”
Teresa contemplando o mistério de Deus feito Menino e Homem por nosso amor,
redobra n'Ele as suas forças para viver, ou melhor, n'Ele encontra o sentido pleno da
vida e uma convicta determinação de a viver em esperança e alegria, porque "muito
bom amigo é Cristo, porque O vemos Homem e com fraquezas e trabalhos, e serve­nos
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de companhia" (V. 22, 10). Pensamento: Santa Teresa e a Sagrada Humanidade de Jesus
“E vejo eu claramente e vi depois que, para contentar a Deus e para Ele nos fazer
grandes mercês, quer que seja por mãos desta Humanidade Sacratíssima, na qual Sua
Majestade disse que Se deleita. Tenho visto claramente que por esta porta temos de
entrar, se queremos que a soberana Majestade nos mostre grandes segredos. É por este Senhor nosso que nos vêm todos os bens. Ele o ensinará; olhando a Sua
vida, é o melhor modelo. Que mais queremos com um tão bom Amigo ao nosso lado,
que não nos deixará nos trabalhos e tribulações, como fazem os do mundo? Bem­
aventurado quem de verdade O amar e sempre O trouxer ao pé de si. 4. ADESTE FIDELES
Este é o título do conhecido hino português escrito por D. João IV, o “Rei Músico”
nascido em 1604. “Acorrei fiéis, alegres e triunfantes, vinde a Belém.
Vede o nascido, Rei dos anjos. Vinde, adoremos o Senhor.”
Teresa encontra na Eucaristia uma presença transbordante de Cristo. Aqui, na Eucaristia,
Cristo está disfarçado, sim, como ela dizia, mas... está! Aqui está o Amigo, aqui nos
convida ao diálogo, ao encontro! Acolhemos e adoramos esta presença salvadora de Jesus.
Pensamento: Santa Teresa e Jesus Eucaristia
“...sabemos que, enquanto o calor natural não consome os acidentes do pão, está
connosco o bom Jesus, cheguemo­nos a Ele. Se vos dá pena o não O ver com os olhos corporais, olhai que não nos convém: ...
vendo tão grande Majestade, como ousaria uma pecadorazinha como eu, que tanto O
tenho ofendido, estar tão perto d’Ele? Debaixo das aparências daquele pão está mais
acessível; porque, se o rei se disfarça, parece que nada se nos daria de conversar com
ele sem tantas cerimónias e respeitos; parece estar obrigado a sofrê­lo, pois se
disfarçou. Quem ousara aproximar­se tão indignamente, com tanta tibieza, com tantas
imperfeições!
... àqueles a quem vê que se hão­de aproveitar de Sua presença, Ele se descobre; e,
ainda que O não vejam com os olhos corporais, tem muitos meios de se mostrar à
alma por grandes sentimentos interiores e por diversas vias. Ficai­vos com Ele de boa
vontade; a hora depois de ter comungado...é boa ocasião para que vos ensine o nosso
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Mestre, e para o ouvirmos e Lhe beijarmos os pés por nos ter querido ensinar, e
suplicar­Lhe que não se vá.” (Caminho de Perfeição, 34,8.9.10)
5. O SALUTARIS HOSTIA
O Salutaris Hostia é um hino cristão latino cantado desde o séc. XIII para glorificar
a Jesus Cristo presente na Eucaristia, da autoria de S. Tomás de Aquino (1225­
1274) para a Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. A composição polifónica é
atribuída a Josquin des Prés (1440­1521), compositor franco­flamengo conhecido e
admirado pelo modo como ressaltava o sentido das palavras no canto.
“Ó Hóstia que salva, que abre as portas do céu.
Lutas adversas nos oprimem; dá­nos força, traz­nos auxílio.
Ao Deus uno e trino, glória para sempre;
Que nos dê a vida eterna na Pátria Celeste.”
6. AVE VERUM
Pequeno hino Eucarístico, atribuído ao Papa Inocêncio VI, tem sido musicado desde
o séc. XIV por muitos compositores, entre os quais Camille Saint­Saëns (1835­
1921), compositor romântico de origem francesa. “Salve, ó verdadeiro corpo nascido da Virgem Maria
Que verdadeiramente padeceu e foi imolado na cruz pelo homem.
De seu lado transpassado fluiu água e sangue;
Sê para nós remédio na hora tremenda da morte.”
7. STABAT MATER
Este poema medieval é uma Sequência do séc. XIII atribuída ao franciscano Frei
Jacopone de Todi.
Salientando a dor de Maria ao contemplar a agonia de seu Filho na Cruz, tem sido
inspiração para inúmeros artistas, entre os quais se conta o compositor húngaro
Zoltán Kodály (1882­1967).
“Estava a Mãe, dolorosa, chorando junto à cruz, donde o Filho pendia,
Cuja alma que gemia, aflita e em dor, uma espada atravessou.
Oh, quão triste e aflita, esteve ela, bendita Mãe do Unigénito.”
Teresa recorda­nos que podemos viver em paz, no meio deste mundo com tantos
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sofrimentos, e isto é possível, porque Deus nos brinda com a sua amizade. A oração é
para Teresa a “porta do castelo” da Amizade com Cristo. Teresa diz­nos que n ão
somos ocos, e lança­nos na aventura de nos descobrirmos habitados por Deus.
Poesia: Alma, busca­te em Mim, de Santa Teresa de Jesus
8. VENI CREATOR SPIRITUS
Invocação ao Espírito Santo, provavelmente da autoria de Rabano Mauro
(776­856), este hino é normalmente cantado na liturgia de Pentecostes e
noutras ocasiões. Embora a versão comum seja totalmente interpretada em
canto gregoriano (monodia), esta composição vai alternando com estrofes
em polifonia de bom efeito. “Vem, Espírito Criador, as mentes dos teus visita.
Enche com a graça do céu os corações que criaste.
Tu que és chamado Paráclito, altíssimo dom de Deus,
Água viva, fogo, amor e unção espiritual.
Doador dos sete dons, dedo da destra de Deus,
Solene promessa do Pai, pões nos lábios a Palavra.
Acende a tua luz na mente, infunde no coração amor,
Aquilo que em nosso corpo está enfermo, cura­o com o teu eterno poder.
Para longe repele o inimigo e a paz nos dá sem demora.
E assim por ti conduzidos, evitaremos todo o mal.
Por ti conheçamos o Pai e conheçamos também o Filho,
E em ti, Espírito de ambos, creiamos todos eternamente.
Seja dada ao Pai a glória e ao Filho que ressuscitou dentro os mortos,
Pelo Espírito, pelos séculos dos séculos. Amén.
Teresa diz­nos: confiar...confiar em Deus… quem tem Deus tem paz.... nada perturba
quem tem Deus… nem nada falta a quem tem Deus... Teresa recorda­nos que podemos
viver em paz no meio deste mundo sofredor, que é possível, porque Deus oferece­nos a
sua amizade... que, se acolhemos o seu amor, acreditaremos que tudo é possível...
que, com Ele a nosso lado, não há desânimos, nem fraquezas… que Ele tudo torna
possível... Que com Ele ao nosso lado, a paz é possível... E quem tem paz no seu
coração pode ser semeador de paz...
Poesia: Nada te perturbe, de Santa Teresa de Jesus
9. DEIXO­VOS A PAZ
As palavras de Jesus aquietando os seus amigos com a certeza de que nada
os poderá perturbar, são o tema para esta peça polifónica da autoria o P e
José Pedro Martins (1942­ ), compositor algarvio de inúmeros cânticos
litúrgicos conhecidos em todo o país, numa escrita melódica de primordial
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referência gregoriana que evoluiu no contacto com as bases da música
tradicional do Algarve.
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