PEÇA DO MÊS MARÇO 2015 Monograf ia “El-Rei Sebas tião” MVC-00110-CJR Século XX 19,5 x 13 cm Autor: José Régio “A mim me parece limitação definir teatro como um simples género literário [...] teatro está longe de ser só a sua literatura, por isso mesmo que sempre há-de ser espectáculo.” José Régio No âmbito das comemorações do Dia Mundial do Teatro, comemorado a 27 de março, selecionamos a obra de Teatro “El-Rei Sebastião”, publicada por José Régio, em 1949. A obra convida o leitor a travar conhecimento com um rei obstinado, prestes a lançar-se na aventura africana, fazendo face e enfrentando os seus Fidalgos, insultando os seus Conselheiros, discutindo com sua avó D. Catarina, em prol de um ideal – readquirir a glória recente do país. No dia 19 de Outubro de 1985 e, pela primeira vez, a peça foi levada à cena no Cine-Teatro Crisfal, em Portalegre, tendo como principais intérpretes: Amélia Rey-Colaço, José Wallenstein, Carlos Wallenstein, Manuel Cavaco, António Feio e Tó Zé Martinho. Encenou a peça Carlos César. Amélia Rey-Colaço desempenhou o seu último papel como atriz, representando a personagem de “D. Catarina”, tendo sido homenageada por Maria Barroso. Em 2004, e baseando-se na peça teatral, Manoel de Oliveira realizou o filme «O Quinto Império - Ontem Como Hoje» . O autor pretendeu analisar o Rei, o Homem e a mítica personagem. O Rei D. Sebastião, depois da estrondosa derrota na batalha de Alcácer-Quibir (1578), mais conhecida pela Batalha dos Três Reis, e por jamais ter sido identificado o seu corpo após a batalha, tornou-se no mito do Encoberto, ele que fora antes o Desejado. O rei, acreditava ter uma missão divina a cumprir e desejava honrar os seus gloriosos antepassados, os anteriores reis de Portugal. Com a batalha de Alcácer Quibir, D. Sebastião ambicionava a conquista de um mundo novo, a formação de um Quinto Império, um reino em que todos os povos estariam convertidos ao Cristianismo. No entanto, na batalha, D. Sebastião desaparece, nunca sendo o seu corpo identificado. A partir daí, o mito, a esperança do dia em que o rei voltará num cavalo branco, numa manhã de nevoeiro, para derrubar o mal do mundo e estabelecer a concórdia entre os povos. CÂMARA MUNICIPAL DE VILA DO CONDE