Boletim Epidemiológico

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Boletim Epidemiológico Nº 02 - 2016
Situação Epidemiológica da Dengue
Em 2015, foram registrados 13.721 casos prováveis de dengue no estado do Acre até a
semana epidemiológica 52(27/12/2015 a 02/01/2016). O município de Cruzeiro do
Sulfoi o que registrou maior número de notificações, 8.038 casos, com 4.345
confirmados, sendo que 3.605 casos foram descartados e 88 estão em investigação,
representando 89,7% dos casos confirmados no Estado.
Em 2016, até a semana epidemiológica nº1 (03/01/2016 a 09/01/2016) foram
notificados 169 casos suspeitos de dengue no Estado do Acre e todos estão em
investigação. Rio Branco foi o município que teve o maior número de notificações, 131
casos (77,5%). No mesmo período, em 2015, foram notificados 821 casos; observa-se
uma redução de 20,5% comparando o mesmo período do ano corrente.
Nº de casos notificados no ano de 2015 e 2016
900
821
800
700
600
500
2015
400
2016
300
169
200
100
0
2015
2016
*comparativo de Dados até a semana epidemiológica nº1(03/012016 a 09/01/2016) de 2015 e 2016.
Fonte: Sinan- net 13/01/2016
Situação Epidemiológica da Febre Chikungunya
A Febre de Chikungunya, doença infecciosa causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV),
cujos sinais e sintomas são: febre alta, de início súbito, artralgia (dor articular
principalmente nas mãos, pés, cotovelos e joelhos) ou artrite intensa com início agudo e
que tenham histórico recente de viagem às áreas nas quais o vírus circula de forma
contínua; que pode ser transmitida pelos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus. O
vírus é transmitido pela picada da fêmea de mosquitos infectados.
Até o dia 15 de novembro o Ministério da Saúde registrou 1.364 casos de Febre
Chikungunya no Brasil, sendo 125 confirmados por critério laboratorial e 1.239 por
critério clínico-epidemiológico. Do total, 71 casos são importados, ou seja, de pessoas
que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana,
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Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa.
Os outros 1.293 foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem
internacional para países onde ocorre a transmissão. Destes casos, chamados de
autóctones, 531 foram registrados no município de Oiapoque (AP), 563 em Feira de
Santana (BA), 196 em Riachão do Jacuípe (BA), um em Matozinhos (MG), um em
Pedro Leopoldo (MG) e um em Campo Grande (MS).
No Acre, foram notificados 68 casos suspeitos de febre chikungunya, sendo 41
notificações em Rio Branco; 13 em Xapuri, 05 em Cruzeiro do Sul e 09 em Brasileia.
04 notificações do município de Rio Branco já foram descartadas pelo laboratório
referência Instituto Evandro Chagas (IEC) e 64 estão sob investigação. (tabela 01 e 02)
Tabela 01 – Distribuição de casos suspeitos de Febre Chikungunya, segundo
município de notificação - Acre
Município de notificação
2015*
2016
Total
Rio Branco
34
07
41
Xapuri
13
0
13
Brasileia
06
03
09
Cruzeiro do Sul
03
02
05
Total
56
12
68
Fonte: SINAN NET 13/01/2016
*A partir de fev/2015
Tabela 02 – Distribuição de casos suspeitos de Febre Chikungunya, segundo
município de residência- Acre
Município de Residência
2015
2016
Total
Brasileia
2
1
3
Cruzeiro do Sul
3
2
5
Epitaciolândia
3
2
5
Feijó
1
0
1
Jordão
1
0
1
Porto Acre
2
0
2
Rio Branco
27
7
34
Senador Guiomard
1
0
1
Xapuri
13
0
13
Envira (Amazonas)
1
0
1
Cobija - Bolívia
1
0
1
Porto Velho
1
0
1
Total
56
12
68
Fonte: SINAN NET 13/01/2016
Situação Epidemiológica da Zíka Vírus
A Secretaria de Estado de Saúde implantou as unidades sentinelas do ZikaVírus
conforme preconiza o ministério da saúde, em razão das características da doença. O
principal objetivo da rede sentinela é detectar oportunamente casos de ZIKAV, com o
intuito de conhecer a distribuição geográfica, as principais manifestações clínicas e os
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casos que possa evoluir com sintomas neurológicos.
Unidades selecionadas:
Regional Baixo Acre: Upa tucumã, Upa II distrito e HUERB (Rio Branco);
Regional Alto Acre: Hospital Raimundo Chaar (Brasileia);
Regional Juruá: Hospital regional do Juruá (Cruzeiro do sul).
Definição
de
Caso:
Pacientes
que
apresentem
exantema
maculopapularpruriginoso, acompanhado de pelo menos DOIS dos seguintes sinais
e sintomas: febre e/ou hiperemia conjuntival sem secreção e prurido e/ou
poliartralgia e/ou edema periarticular.
No Acre, de novembro de 2015 até 13 de janeiro de 2016, foram notificados 53
casos suspeitos de Zika vírus, sendo 03 RN de 03 puéperas que apesar de não
apresentarem sintomas, devido os mesmos nascerem com microcefalia foram coletadas
amostras para ZIKAV, IgG,IgM, diferencial para dengue e enviado ao laboratório de
referência (IEC). 01(uma) gestante no 3º trimestre de gestação e 02 (dois) gestantes no
2º trimestre de gestação, foram notificadas na Maternidade Bárbara Heliodora, além da
coleta foram orientadas sobre a importância do pré-natal e a realização de exames
adicionais.
Os 44 casos restantes são provenientes das unidades sentinelas de Rio Branco.
Tabela 03 – Número de casos notificados de Zika Vírus, segundo unidade
notificadora
Unidade sentinela
Nº de casos
Maternidade
09
Upa tucumã
12
Huerb
06
Upa sobral
02
Upa II distrito
14
Vigilância Epidemiológica-DVEAS/RBR
10
TOTAL
53
Fonte: FORMSUS
Situação Entomológica - Índice de Infestação Predial - IIP
O último Levantamento de Índice Rápido - LIRAa foi realizado no mês de
novembro com participação de 16 municípios. O resultado do Índice de Infestação
Predial - IIP indica que 04 municípios encontram-se em situação de risco de epidemia
de dengue, 06 em Alerta e 06 em situação satisfatória.
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5,4
0,5
2,1
0,7
0,0
4,1
2,2
0,0
0,0
1,5
2,0
5,9
3,1
2,6
0,5
0,0
0,8
18,0
16,0
14,0
12,0
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
-
16,2
Índice de Infestação Predial nos município do estado do Acre,
LIRAa realizado no mês de Novembro de 2015
Município não realizou LIRAa durante o ano
** Resultado do LIRAa realizado no mês de setembro de 2015
Depósitos predominantes
Cada região, município ou mesmo localidades tem características próprias que
influenciam na infestação vetorial: dinâmica e regularidade do abastecimento de água,
coleta de lixo, costumes locais quanto o tratamento de material inservível, entre outros.
Com isso, deve-se considerar a grande capacidade de adaptação do vetor ao ambiente e
na ausência de um tipo de recipiente que acaba por se desenvolver em outros
disponíveis.
Dos 14 municípios que realizaram o LIRAa no mês de novembro, 09
apresentaram depósito do tipo A2 (depósitos de grande porte para armazenamento de
água para consumo doméstico)predominante em positividade.
O segundo maior índice de positividade apresentado foi nos depósitos do tipo B
(depósitos de utilidade doméstica), seguidos pelos depósitos tipo D2 (lixo e descartáveis
em geral).
Estratégias de Enfrentamento
O Governo Federal instalou a Sala Nacional de Coordenação e Controle para
gerenciar e monitorar a intensificação das ações de mobilização e combate ao mosquito
Aedes aegypti, que transmite a dengue, a febre chikungunya e o vírus Zika, bem como a
execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. A Sala
Nacional é coordenada pelo Ministério da Saúde.
O Decreto nº 3874 de 17 de dezembro de 2015, institui a sala de comando e
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controle do Estado do Acre, que é composta por representante das seguintes instituições
I – Gabinete do Governador; II – Ministério da Saúde; III – Secretaria de Estado de
Saúde – SESACRE; IV – Secretaria Municipal de Saúde; V – Coordenadoria Estadual
de Proteção e Defesa Civil; VI – Secretaria de Estado de Segurança Pública – SESP;
VII – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social – SEDS; VIII – Secretaria de
Estado de Educação – SEE; IX – Ministério da Defesa / Exército Brasileiro; X – Corpo
de Bombeiros Militar do Estado do Acre – CMBAC; XI – Secretaria de Estado de
Comunicação – SECOM; XII – Ministério Público do Estado do Acre – MPAC; e XIII
– Secretaria de Estado de Políticas para as Mulheres – SEPMULHERES.
§ 1º A Presidência da Sala de Comando e Controle será exercida pelo Secretário
de Estado de Saúde ou, na sua ausência, pelo Coordenador Estadual de Defesa Civil, e
sua composição contará com titulares e suplentes dos diversos órgãos e entidades que
dela farão parte.
Atribuições
 Definir diretrizes para execução coordenada e controlada das ações de
mobilização e combate ao mosquito em seu território;
 Apoiar Municípios com pessoal, insumos, equipamentos e logística;
 Coordenar, monitorar e supervisionar a implementação das ações de mobilização
e combate ao mosquito em seu território;
 Intensificar as ações de combate ao vetor de forma complementar aos
Municípios;
 Gerenciar os estoques estaduais de adulticidas e larvicidas;
 Informar à Sala Nacional de Coordenação e Controle as necessidades logísticas
para o pronto cumprimento da mobilização e combate ao mosquito;
 Elaborar Plano de Ação para o combate ao vetor em seu território;
 Consolidar dados e informações provenientes dos Municípios;
 Validar e remeter dados à Sala Nacional de Coordenação e Controle;
 Mobilizar as instituições de ensino em todos os níveis da educação;
 Conscientizar a sociedade sobre a importância da atuação de cada cidadão nos
cuidados preventivos necessários para evitar a proliferação do mosquito nos
ambientes;
 Mobilizar o Ministério Público e o Poder Judiciário;
 Criar mecanismos para o engajamento da sociedade civil no combate ao
mosquito;
 Avaliar resultados da intensificação da campanha para orientar a continuidade
das ações;
 Prestar suporte técnico aos Municípios.
Rio Branco/Acre, 14 de janeiro de 2016
Elaboração:
Ana Paula Medeiros
Erika Rodrigues de Abreu
Eliane Alves Costa
Nicolau Abdalah
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