Cérebro das mulheres apresenta DNA masculino após gravidez de

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Cérebro das mulheres apresenta DNA
masculino após gravidez de meninos, diz
estudo
Mãe e feto trocam células e DNA durante a gravidez, e material pode ficar alojado no sangue, nos ossos e no cérebro das mulheres.
Os cérebros de grávidas que esperam meninos podem apresentar DNA masculino até
o fim da vida, mostra nova pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) no periódico
PLoS ONE. Já é conhecido que as células e o DNA trocado entre as mães e os fetos na
gravidez podem persistir no sangue e nos ossos das mulheres após o nascimento do
bebê – condição chamada de microquimerismo fetal.
Mas os resultados obtidos pelo centro de pesquisas de câncer Fred Hutchinson, em
Seattle, nos Estados Unidos, mostram que o material pode ultrapassar essa barreira
e se alojar em outros órgãos das mulheres – e isso acontece com bastante frequência
no cérebro feminino, revela o estudo.
Para fazer a pesquisa, o time liderado pelo reumatologista J. Lee Nelson examinou
autópsias feitas em cérebros de 59 mulheres que tinham entre 32 anos e 101 anos
quando morreram. O grupo encontrou evidências do cromossomo Y em múltiplas
regiões do cérebro, afetando 63% das amostras analisadas. Além disso, eles
detectaram que o DNA masculino perdurou no organismo das mães até o fim da vida
– a mulher mais velha com microquimerismo fetal cerebral tinha 94 anos.
Riscos do DNA masculino
Mesmo os efeitos secundários do alojamento de DNA no cérebro ainda serem pouco
conhecidos, os pesquisadores levantam a hipótese de que esse material genético
intruso pode combater o mal de Alzheimer.
Isso porque, das 59 mulheres analisadas, 33 delas apresentavam sinais da doença
degenerativa e outras 26 não tinham problemas neurológicos. As portadoras da
síndrome, no entanto, estavam no grupo de mulheres com a menor concentração de
células fetais masculinas no cérebro - ou seja, a maioria tinha pouca proteção contra
a doença de Alzheimer, afirma o estudo.
Os pesquisadores lembram, ainda, que o microquimerismo fetal pode tanto ajudar a
saúde feminina, com a reparação de tecidos e a melhora na imunidade do organismo,
quanto reagir negativamente, com a aparição de doenças autoimunes e câncer.
Publicada em 27 de setembro de 2012
Na Uol São Paulo
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