Atividades de Geografia (Recuperação) – 1º ano - 2016 1) As gestões de algumas cidades do mundo e variados pesquisadores de distintas áreas do conhecimento vêm apostando na construção de ‘telhados verdes’ como uma das possíveis estratégias criativas que podem modificar a maneira como o meio ambiente urbano deve ser tratado, melhorando-se a qualidade de vida de milhões de habitantes, em todo planeta. Em relação a essa crescente estratégia em diversas partes do mundo, faça o que se pede. a)Identifique duas mudanças positivas para o clima urbano das cidades, a partir da ampliação do uso de telhados verdes. b)Explique como os telhados verdes influenciam o consumo de energia e água nas grandes cidades. Resposta: a)Os telhados verdes propiciam algumas mudanças positivas no clima urbano como a diminuição da poluição do ar devido ao consumo de gás carbônico da atmosfera, melhorando a qualidade do ar. Outro benefício é a redução de temperatura, amenizando a ilha de calor. Também permite o aumento de umidade e a atração de fauna. b)Os telhados verdes diminuem o consumo de energia, pois a concentração de calor nas superfícies dos prédios é reduzida. Assim, o uso de aparelhos de ar condicionado e ventiladores são diminuídos, propiciando economia de energia. Os telhados verdes podem reter mais água que pode ser utilizada no consumo do próprio edifício. 2) Dez maiores megacidades no mundo em 1990 e em 2030. 1990 1. Tóquio (Japão) 2. Osaka (Japão) 3. Nova Iorque (E.U.A.) 4. Cidade do México (México) 5. São Paulo (Brasil) 6. Mumbai/Bombaim (Índia) 7. Kolkata/Calcutá (Índia) 8. Los Angeles (E.U.A.) 9. Seul (Coreia do Sul) 10. Buenos Aires (Argentina) 2030 1. Tóquio (Japão) 2. Délhi (Índia) 3. Xangai (China) 4. Mumbai/Bombaim (Índia) 5. Beijing/Pequim (China) 6. Daca (Bangladesh) 7. Karachi (Paquistão) 8. Los Angeles (E.U.A.) 9. Cairo (Egito) 10. Cidade do México (México) O conceito de megacidade contribui para o entendimento do processo de urbanização em diferentes países do mundo. Na tabela, mostram-se dados passados e projeções de ocorrência no mundo desse tipo específico de aglomeração urbana. Apresente o critério demográfico que define megacidade. Comparando as duas colunas, identifique uma tendência da distribuição espacial das megacidades no mundo. Resposta: Megacidade é uma cidade cuja população é superior a 10 milhões de habitantes. Comparando as duas colunas é possível estabelecer que a tendência é a concentração das megacidades em países subdesenvolvidos, em razão do processo de metropolização registrado nesses países nas últimas décadas. 3) Observe as charges: As imagens retratam duas situações relacionadas a problemas comuns e atuais das grandes cidades. Considerando que a crítica existente nas mesmas refere-se aos problemas enfrentados pela população urbana, crie uma situação para cada imagem, que demonstre o fenômeno implícito nelas. Resposta: A imagem 1 está associada às enchentes e alagamentos típicos de metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo, onde a excessiva impermeabilização do solo em razão da cobertura asfáltica, impede a infiltração da água e obstrui, em razão do grande volume, os sistemas fluviais. A imagem 2 está associada à elevação do preço do transporte coletivo que, em razão do elevado preço do mercado imobiliário, empurra a população de baixa renda para áreas mais distantes da cidade, elevando os custos dos transportes. 4) a) Por que motivo a pirâmide etária do Japão vem modificando substancialmente sua forma a partir de 1950? b) Apresente duas consequências socioeconômicas enfrentadas pelo Japão, levando em consideração as alterações na estrutura de sua pirâmide etária. Resposta: a) A partir de 1950, o Japão teve um grande crescimento econômico e melhoria nos indicadores de educação e saúde, tornando-se um país desenvolvido. A partir de então, houve uma queda da taxa de natalidade e aumento substancial na expectativa de vida. Assim, o porcentual de jovens foi se reduzindo e os de adultos e idosos crescendo. b) Entre as consequências das mudanças demográficas no Japão, destacam-se: - baixa taxa de natalidade e redução da população absoluta; - crescimento da população de terceira idade e dos custos com previdência social e saúde; - escassez de mão de obra, obrigando o país a utilizar um contingente importante de imigrantes no mercado de trabalho; 5) Pense no seguinte: a população da Terra levou milhares de anos, desde a aurora da humanidade até o início do século XIX, para atingir um bilhão de pessoas. Então, de forma estarrecedora, precisou apenas de uns cem anos para duplicar e chegar a dois bilhões, na década de 1920. Depois disso, em menos de cinquenta anos, a população tornou a duplicar para quatro bilhões, na década de 1970. Como a senhora pode imaginar, muito em breve chegaremos aos oito bilhões. Pense nas implicações. (...) Espécies animais estão entrando em extinção num ritmo aceleradíssimo. A demanda por recursos naturais cada vez mais escassos é astronômica. É cada vez mais difícil encontrar água potável. BROWN, Dan. Inferno. São Paulo: Arqueiro, 2013. A fala do personagem no trecho citado ilustra o ponto de vista defendido por uma teoria demográfica. Nomeie essa teoria e explicite o ponto de vista que ela defende. Nomeie, também, a teoria demográfica que defende o ponto de vista contrário. Resposta: A fala do personagem traz conteúdo da teoria demográfica neomalthusiana, segundo a qual o crescimento acelerado da população é a principal causa dos problemas sociais e ambientais. Os neomalthusianos pregam o controle rigoroso da natalidade, inclusive com métodos autoritários, mas sem mudar estruturas sociais. A teoria reformista é contrária, uma vez que defende o combate à pobreza, a melhoria de acesso à saúde e educação, assim, a população com melhor qualidade de vida tende a reduzir a taxa de natalidade. 6) Segundo dados da ONU (2013), em 2011, 51% da população mundial (3.6 bilhões) passaram a viver em áreas urbanas, em contraste com pouco mais de um terço registrado em 1972. Essa mudança tem implicado grandes metamorfoses do espaço habitado, levando à formação de megacidades (aglomerados urbanos com mais de 10 milhões de habitantes) em todos os continentes. a) Indique os fatores que impulsionam a urbanização mundial, levando à formação de megacidades nos países menos desenvolvidos. b) Aponte, ao menos, três problemas relacionados à dinâmica do espaço urbano das megacidades em países menos desenvolvidos. Resposta: a) Entre os fatores que impulsionam a urbanização mundial, pode-se destacar o êxodo rural, impulsionado pela mecanização agrícola e concentração fundiária. Além disso, em várias áreas do espaço mundial, inclusive nos países subdesenvolvidos, o espaço urbano é visto como o local do progresso, devido à infraestrutura disponibilizada (escolas, hospitais, trabalho, entre outros), o que redunda em maior atração sobre as pessoas advindas do meio rural. O processo de industrialização e expansão do setor terciário também induziu a urbanização devido à geração de empregos. b) Entre os problemas relacionados à dinâmica do espaço urbano das megacidades (regiões metropolitanas com mais de 10 milhões de habitantes), pode-se apontar a insuficiência de saneamento básico (água potável, coleta de lixo e rede de esgotos), o aumento da violência urbana e problemas ambientais (poluição da água e do ar, ilhas de calor, enchentes, entre outros). 7) Leia o texto a seguir. O Brasil faz parte de um grupo relativamente pequeno de países que melhoraram seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2011, segundo o relatório anual divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Entre 187 nações avaliadas, 151 mantiveram ou perderam posição no ano, e o Brasil está entre as 36 nações restantes com um desempenho aceitável. MONTOLA, Paulo. O Brasil avança devagar no ranking mundial do IDH. GE Atualidades, São Paulo, Ed. 15, p. 99, jan./jun. 2012. a) Antes do IDH, utilizava-se o cálculo da renda per capita para avaliação do bem-estar das populações. Por que o cálculo da renda per capita não representa a real situação social de uma nação? b) O cálculo do IDH é obtido a partir da média de três indicadores para medir o bem-estar. Esses indicadores são: Resposta: Renda per capita é um indicador obtido por meio da divisão do PIB (Produto Interno Bruto) pela população absoluta, entretanto, o cálculo não indica a distribuição da riqueza pela sociedade, mascarando a real situação socioeconômica do país. Até o ano de 2009, o IDH utilizava, como critério, os índices de educação, longevidade e renda, contudo, a partir de 2010, ocorreu uma alteração no cálculo dos critérios utilizados que passam então a considerar: a expectativa de vida ao nascer; anos médios de estudo e anos esperados da escolaridade; o PIB per capita. 8) As primeiras regiões metropolitanas foram criadas, no Brasil, no ano de 1974, justificadas pela necessidade de planejamento desses espaços. Explique o que é Região Metropolitana e, citando uma em particular, aponte alguns dos seus problemas de planejamento. Resposta: Região Metropolitana é uma aglomeração urbana cuja cidade central – a metrópole – exerce influência sobre os municípios adjacentes fortemente integrados entre si e com ela própria por meio do processo de conurbação (integração físico-espacial das cidades), constituindo uma interatividade que gera dinâmica territorial e espacial conjunta, demandando a partir disso, a necessidade de coordenação e realização de funções públicas de interesse comum. Dentre as regiões metropolitanas no Brasil, pode-se citar São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, dentre outras, que apresentam de forma geral, problemas de planejamento concernentes ao tráfego e transporte, rede de saneamento, habitação, serviços públicos de educação, saúde e segurança. 9) Observe o gráfico das pirâmides etárias. Explique que tipo de países essas pirâmides podem retratar, justificando sua resposta com análise das referidas pirâmides. Resposta: A pirâmide A com base larga e topo estreito, indica maior número de jovens e menores números de idosos, resultantes de taxas de natalidade elevadas e expectativa de vida menor caracterizando, portanto, um país subdesenvolvido. A pirâmide B indica a redução da base e o alargamento do meio e do topo da pirâmide, demonstrando baixas taxas de natalidade e elevada expectativa de vida sendo, portanto, a pirâmide etária típica de um país desenvolvido. 10) No gráfico abaixo, representa-se o processo de transição demográfica, vivenciado, de forma diferente, nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos. Identifique, a partir do gráfico, uma fase em que há reduzido índice de crescimento vegetativo e outra em que ocorre a elevação desse índice. Em seguida, apresente dois fatores que justificam, em países subdesenvolvidos, a queda da mortalidade na fase 2. Resposta: As fases com reduzido crescimento vegetativo são: 1 (alta mortalidade e alta natalidade) e 4 (baixa mortalidade e baixa natalidade). Parte dos países subdesenvolvidos encontra-se na fase 2; são exemplos várias nações da África, Ásia e América Latina. Nestes países, a taxa de natalidade ainda é elevada com declínio lento, mas houve uma queda substancial na mortalidade, resultando em um elevado crescimento vegetativo. Os fatores que contribuíram para diminuição da mortalidade foram: – melhora nos padrões alimentares; – urbanização com alguns avanços em educação e cuidados com saúde; – expansão do saneamento básico (acesso à água, rede de esgotos e coleta de lixo); – melhoria na saúde preventiva (vacinação), acesso a hospitais e medicamentos. 11) Explique o que significa cidade global e, em seguida, cite três exemplos de cidades globais. Resposta: Cidades globais ou metrópoles mundiais são centros urbanos que exercem polarização ou influência em nível mundial haja vista terem o controle da economia global concentrado as atividades, a estrutura e os negócios que a definem. Para tanto, tais cidades apresentam características comuns como serem sedes de grandes corporações, bolsas de valores e centros tecnológicos; infraestrutura de transportes e infovias; serviços urbanos sofisticados, entre outros. Definem-se atualmente 55 cidades globais que se classificam segundo seu nível de importância em Alfa, cujos exemplos são Londres, Nova York ou Paris, dentre outros; em Beta, como são Paulo, Moscou, Madri; ou em Gama, como Pequim, Berlim, entre outros. 12) As pirâmides etárias mostradas na figura acima representam dois modelos de estrutura demográfica de diferentes grupos de países. a) Caracterize cada uma dessas pirâmides quanto às taxas de natalidade e à expectativa de vida. b) Quais são as condições de desenvolvimento de países representados pela pirâmide etária I? Analise essa pirâmide, considerando aspectos econômicos, sociais e migratórios do grupo de países hipoteticamente representados. Resposta: a) A pirâmide Icaracteriza a estrutura etária de países com baixos índices de natalidade, pois apresenta a base estreita em relação ao corpo, indicativo de um menor percentual de jovens. O corpo e o topo mais largos indicam maior percentual de adultos e idosos, consequência de elevada expectativa de vida. A pirâmide IIpossui base larga, em razão do maior percentual de jovens em países de elevado índice de natalidade. O corpo e o topo mais estreito evidenciam menores percentuais de adultos e idosos, fato típico de países com baixa expectativa de vida. b) A pirâmide I caracteriza países com alto nível de desenvolvimento humano. São países com melhores condições de acesso a serviços de saúde, saneamento e alimentação. Melhores padrões de renda e escolaridade favorecem o planejamento familiar espontâneo por parte da população. Contudo, esses países podem apresentar carência de mão de obra jovem e pouco qualificada, o que poderia incentivar imigrações e o aparecimento de problemas como a xenofobia. 13) As análises das populações humanas utilizam-se de indicadores numéricos interpretados à luz de teorias demográficas às vezes divergentes. Interesses político-econômicos também orientam estas análises e direcionam as ações governamentais relativas ao crescimento da população. As questões a seguir dizem respeito aos conceitos e teorias demográficas, às políticas públicas e ao processo de envelhecimento da população brasileira. a) Defina: I. Taxa de natalidade: II. Taxa de mortalidade: III. Crescimento vegetativo: IV. Crescimento demográfico: b) Cite duas das principais teorias demográficas que procuram explicar as razões e os efeitos do crescimento populacional. c) Nomeie uma ação governamental relacionada a políticas de natalidade implementadas a partir de meados do século XX nos países: I. Desenvolvidos: II. Subdesenvolvidos: d) Apresente duas das principais consequências do envelhecimento da população brasileira, evidenciado, na atualidade, pela pirâmide etária. Resposta: a) O rápido e intenso crescimento da população mundial tem despertado a comunidade internacional para as relações entre população, desenvolvimento econômico e recursos naturais. Para que essas relações sejam compreendidas, é preciso considerar os fatores que norteiam a sua leitura. A taxa de natalidade é a relação entre o número de nascimentos ocorridos no período de um ano e o total de habitantes de uma cidade, um estado, um país ou um continente. Para chegar a essa taxa, multiplica-se por 1.000 o número de nascimentos ocorridos durante um ano e divide-se o resultado pelo número que representa a população absoluta. A fórmula que expressa tal relação é número de nascimento x 1.000 . A relação entre o número de óbitos ocorridos em um ano e o número de número de habitantes habitantes do lugar define a taxa de mortalidade. Para chegar a essa taxa, multiplica-se por 1.000 o número de óbitos ocorridos durante um ano e divide-se o resultado pelo número que representa o total da população. Essa relação é expressa pela fórmula número de óbitos x 1.000 . O crescimento vegetativo consiste na diferença entre a taxa de número de habitantes natalidade e a taxa de mortalidade (TN - TM) em determinado período (geralmente um ano). O crescimento demográfico de um país resulta do crescimento vegetativo acrescido do contingente de imigração e subtraído do contingente de emigração. b) Inúmeras teorias surgiram para tentar explicar o crescimento populacional e suas implicações. Dentre elas, destacam-se a teoria malthusiana, a teoria neomalthusiana e a teoria marxista (também chamada de reformista). A teoria malthusiana foi elaborada pelo economista inglês Thomas Malthus (1776-1834). De acordo com essa teoria, a população mundial cresceria em um ritmo rápido, comparado por ele a uma progressão geométrica (1, 2, 4, 8, 16...), e a produção de alimentos cresceria em um ritmo lento, comparado a uma progressão aritmética (1, 2, 3, 4, 5...). Sendo assim, em um determinado momento, não existiriam alimentos para todos os habitantes da Terra. Muitas são as críticas a essa teoria, como a constatação de que, em nenhum momento, a população mundial cresceu conforme a previsão de Malthus. A teoria neomalthusiana foi elaborada após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A teoria dizia que, se o crescimento demográfico não fosse contido, os recursos naturais da Terra se esgotariam em pouco tempo. Foi sugerida uma rigorosa política de controle da natalidade aos países subdesenvolvidos. A contestação a essa teoria reside no argumento de que se deve melhorar a distribuição de renda. Diferente das teorias anteriores, os reformistas atribuem aos países ricos ou desenvolvidos a responsabilidade pela intensa exploração imposta aos países pobres ou subdesenvolvidos, o que resultou em excessivo crescimento demográfico e pobreza generalizada. Os partidários dessa teoria defendem a adoção de reformas socioeconômicas para superar os graves problemas. A redução do crescimento demográfico seria consequência dessas reformas. c) Com base na leitura neomalthusiana a partir dos anos 70 do século XX, países como o Brasil e o México implementaram uma série de ações para o controle da natalidade. As políticas de planejamento familiar pautaram-se por medidas como o uso de métodos anticoncepcionais, a ligadura de trompas, o uso de dispositivo intrauterino (DIU) e a vasectomia. Por outro lado, em países da Europa, como Alemanha e França, já se adotam políticas natalistas como resposta à queda ocorrida na natalidade. Nelas se incluem licenças maternidades prolongadas, pagamento de elevados salários-família ou salários-maternidade, propagandas de incentivo ao aumento do número de filhos e assistência total do Estado em termos de saúde e educação às crianças e adolescentes. d) Com relação ao envelhecimento da população, as últimas pirâmides etárias do Brasil mostram que a base está se tornando cada vez mais estreita, e o ápice, mais largo. O corpo está cada vez maior, refletindo a diminuição das taxas de crescimento vegetativo. Isso resultou na mudança do perfil da pirâmide etária da população brasileira, que era eminentemente ligada à estrutura de economia subdesenvolvida, mas hoje apresenta um perfil de economia de transição. Países subdesenvolvidos industrializados, como o Brasil, têm apresentado aumento de idosos em sua estrutura etária. Em 2000, 30% dos brasileiros tinham de 0 a 14 anos, e os maiores de 65 anos representavam 5% da população. Em 2050, esses dois grupos etários devem se igualar: cada um deles deverá representar 18% da população brasileira. Tais números revelam a importância cada vez maior das políticas públicas relativas à previdência social, diante do crescente número de pessoas aposentadas em relação àquelas que estão em atividade. Tornam-se também cada vez mais importantes as políticas de saúde e lazer voltadas para a terceira idade. 14) Tradução: "O SUMIÇO DOS BEBÊS" "Para um número cada vez maior de países, o problema não é ter gente demais, mas ter de menos." Apresente os principais problemas resultantes da diminuição da taxa de natalidade em alguns países desenvolvidos. Resposta: A redução da natalidade pode causar: a) aumento da proporção de idosos na estrutura populacional com aumento das despesas previdenciárias; b) redução do número de jovens no mercado de trabalho com necessidade de importação de mão de obra do exterior, o que muitas vezes gera tensões internas, manifestadas por xenofobia; c) o Estado perde simbolicamente o grupo etário que representa o futuro da nação. 15) Leia o fragmento para responder à questão. A partir da década de 1960, o período conhecido como Revolução Verde caracterizou-se pelo aumento do controle humano sobre os processos naturais e pelo domínio de técnicas que impulsionaram o aumento da produção agrícola, em especial o uso de produtos químicos, tais como fertilizantes, adubos e agrotóxicos. Fonte: TERRA, L.; ARAÚJO, R; GUIMARAES, R.B. Geografia Conexões: estudos de Geografia Geral e do Brasil. 2. ed. São Paulo: Moderna Plus, 2010. a) Além das características apresentadas no texto, descreva dois avanços produtivos obtidos com a Revolução Verde. b) Relacione os efeitos sociais desses avanços nos países em desenvolvimento. Resposta: a) Dentre os avanços produtivos obtidos com a revolução verde, pode-se citar: a modificação genética das sementes aumentando a resistência aos elementos externos como o clima ou pragas; melhoria do sistema produtivo com a utilização de maquinários; correção e técnicas para melhoria dos solos aumentando a produção em termos absolutos. b) A revolução verde contempla a capitalização no campo, tornando a produção agrícola, um empreendimento capitalista e, portanto, nos países em desenvolvimento, estimula a concentração fundiária, o êxodo rural, e a subordinação do campo à cidade. 16) “O processo de disputa territorial é uma das dimensões relevantes da questão agrária que tem se acentuado no país nas duas últimas décadas como reflexo do embate entre os dois principais modelos de desenvolvimento no campo, ou seja, do campesinato e do agronegócio”. JUNIOR, João Cleps. “Questão Agrária, Estado e Territórios em Disputa: os enfoques sobre o agronegócio e a natureza dos conflitos no campo brasileiro” In: SAQUET, Aurélio Marques; SANTOS, Roseli Alves dos. Geografia Agrária, território em desenvolvimento. São Paulo: Expressão Popular, 2010. Indique dois efeitos das transformações capitalistas no campo. Resposta: Podem ser considerados como consequência do processo de modernização do campo: a utilização de maquinários, insumos (defensivos, fertilizantes, sementes selecionadas) e transgênicos; o aumento da produção e da produtividade; a financeirização e latifundiarização da produção; o êxodo rural; o aquecimento da produção para o mercado externo. 17) A agricultura contemporânea tem passado por grandes mudanças, como a submissão ao grande capital, industrialização do processo agrícola, aumento de produção, alterações na estrutura fundiária, entre outros. Em razão de tantas mudanças, os impactos sociais são claros. Identifique e comente três impactos decorrentes do êxodo rural. Resposta: Entre os principais impactos do êxodo rural: – urbanização desordenada nas cidades brasileiras que recebem um número substancial de imigrantes provenientes do campo, por vezes com o crescimento dos aglomerados subnormais (favelas); – “desterritorialização” da população, uma vez que os imigrantes enfrentam dificuldades iniciais de adaptação no meio urbano, com consequências psicológicas e sociais; – redução da população rural, no caso do Brasil, tanto em termos porcentuais quanto em termos absolutos; – estímulo à concentração fundiária e ao avanço do agronegócio, uma vez que diversas pequenas propriedades podem ser adquiridas por fazendeiros e empresas rurais. 18) O avanço tecnológico das últimas décadas deu origem a setores muito sofisticados do ponto de vista técnico, tais como a microeletrônica, a biotecnologia, a robótica etc. Eles integram a chamada fábrica global, determinando uma nova distribuição espacial das indústrias, cujas características atendem, em última análise, à lógica do lucro. Com relação aos fatores determinantes da teoria de localização industrial, responda: a) Identifique os fatores que foram fundamentais para a localização industrial na primeira e na terceira Revolução Industrial. b) Explique o significado do termo “fábrica global”. Resposta: a) A Primeira Revolução Industrial de um lado depende de capital acumulado, existência de minérios em abundância como o ferro e o manganês (custo do transporte, distâncias e quantidade) e fontes de energia. De outro lado um mercado consumidor com poder aquisitivo e mão de obra abundante são importantes. A Terceira Revolução Industrial ocorre sobre novas bases. Energia elétrica, informatização, integração pesquisa – tecnologia, terceirização, Toyotismo (just in time), automação e robotização. Os avanços tecnológicos ocorrem em áreas como microeletrônica, nanotecnologia, biotecnologia, química fina entre outras. São aspectos que favorecem a acumulação flexível com desconcentração espacial. b) Trata-se de um novo modelo produtivo com base na desconcentração espacial das atividades; distribuição do processo produtivo de bens por diferentes lugares. A sede administrativa da empresa é num dado país e sua linha de produção é em outro. 19) Um sistema agrário ou agrossistema é um modelo de produção agropecuária em que se observam quais cultivos ou criações são praticados, quais técnicas são utilizadas, o destino da produção, entre outras coisas. Levando-se em conta vários critérios, os sistemas agrários podem se classificar em agrossistemas tradicionais, agrossistemas modernos e agrossistemas alternativos ou orgânicos. Tendo em vista estas considerações, responda: a) Em qual dos agrossistemas se encaixam as plantations e a agricultura de jardinagem? b) Cite quatro características do agrossistema moderno. Resposta: a) O sistema de Plantation e a Agricultura de Jardinagem podem ser classificados como agrossistemas tradicionais. b) A utilização de tecnologia avançada em aspectos como mecanização, adubação e agrotóxicos, biotecnologia e transgenia, informática e geoprocessamento, com uma produção em grande escala. 20) Leia. Multinacionais de alimentos agravam pobreza. Documento da ActionAid, apresentado no Fórum Social Mundial de 2011, revela que um pequeno grupo de empresas domina a maior parte do comércio mundial de itens como trigo, café, chá e bananas. Um terço de todo o alimento processado do planeta está nas mãos de apenas 30 empresas. Outras 5 controlam 75% do comércio internacional de grãos. Do total da produção e da venda de agrotóxicos, também 75% são dominados por 6 companhias, e uma única multinacional, a Monsanto, detém 91% do setor de produção e venda de sementes. Adaptado de www.observatoriosocial.org.br O texto faz referência ao processo de modernização da agropecuária mundial, com a formação e a expansão de complexos agroindustriais. - Defina o que são complexos agroindustriais. - Com base na reportagem, aponte duas consequências socioeconômicas negativas resultantes da situação de reduzida concorrência no setor agrícola. Resposta: Os complexos agroindustriais ou do agronegócio são complexas cadeias produtivas que articulam a produção agropecuária com a produção industrial e o setor terciário (comércio, serviços e finanças), a exemplo da produção de soja para exportação, intermediada por transnacionais, e vendida para diferentes indústrias (óleo, ração para animais, etc.). Entre as consequências negativas da prevalência das transnacionais no agronegócio estão a elevação dos preços dos alimentos devido à lucratividade das empresas, o que pode fazer com que parcelas da população mais pobre não tenham acesso à alimentação. Outra consequência é o aumento da dependência do agricultor em relação às empresas produtoras de sementes, inclusive transgênicos (Monsanto), de agrotóxicos e fertilizantes. 21) A velocidade de transmissão da informação foi acelerada e transformou as noções de próximo e distante. Isso se deve à Revolução Tecnológica ocorrida em todo o mundo nas últimas décadas. Essas mudanças influenciaram diretamente nas estratégias de localização das indústrias. Indique e comente dois fatores que atuam na localização dos estabelecimentos industriais na nova conjuntura econômica. Resposta: Entre os fatores que influenciam a localização das indústrias estão a infraestrutura (transportes, telecomunicações e informática) e os incentivos fiscais (redução ou isenção temporária de impostos). Fatores que explicam inclusive a descentralização da atividade industrial e a instalação de filiais de transnacionais em países subdesenvolvidos. 22) O mercado internacional de produtos de origem agrícola divide-se em dois grandes grupos: o das commodities como o trigo, a soja, o milho e o algodão, e o grupo dos produtos de alto valor unitário como o vinho, as flores e algumas frutas. Os mercados consumidores estão cada vez mais exigentes quanto às condições de produção desses dois grupos de produtos. Apresente duas condições de produção: a) das "commodities" agrícolas; b) dos produtos de alto valor unitário. Resposta: a) Entre as condições de produção das "commodities" agrícolas encontram-se: cultivos realizados em grandes propriedades; alto grau de mecanização; aplicação intensiva de agroquímicos; baixa utilização de mão de obra por hectare cultivado; produção em grande escala com baixa diferenciação. b) Entre as condições de produção das mercadorias de origem agrícola do alto valor unitário estão: produção em pequenas ou médias parcelas; uso intensivo de mão de obra; atributos naturais e culturais do lugar contribuem decisivamente para a composição do valor dos produtos. 23) Três fatores de produção são fundamentais na atividade agrícola: terra, trabalho e capital. Até a Revolução Industrial, a expansão da área colhida era o principal meio utilizado para aumentar a produção de alimentos, fazendo assim com que o fator terra fosse predominante nos sistemas agrários. Com o avanço da industrialização e da urbanização, estabeleceu-se uma distinção entre a agricultura extensiva e a intensiva, e alterou-se a relação campocidade. a) Explique as diferenças entre agricultura intensiva e extensiva. b) Explique a mudança ocorrida na relação campo-cidade com o avanço dos processos descritos. Resposta: a) Intensiva: maior participação do capital, mecanização e insumos, rotação de cultivos, produção comercial, alto rendimento. Extensiva: menor participação de capital, técnicas rudimentares, rotação de solos, produção de subsistência, baixo rendimento. b) O fator terra atualmente é produtivo, pois a terra é mais um instrumento à disposição do capital para aumentar a produção e a produtividade e com isso aumentar seus ganhos. 24) Na década de 1990, verificou-se uma desconcentração industrial no Brasil. a) Quais as consequências para o Estado de São Paulo? b) Quais estados ganharam maior destaque industrial nesse processo? Explique. Resposta: a) O Estado de São Paulo perdeu espaço na produção industrial para outras unidades da federação, embora ainda concentre alguns setores de maior valor agregado como a indústria aeroespacial. b) Alguns dos principais destaques são: o sul de Minas Gerais, a região metropolitana de Curitiba, o Vale do Paraíba no Estado do Rio de Janeiro e partes do Recôncavo Baiano, próximo a Salvador. São localidades que se propiciaram da legislação aprovada na Constituição de 1988 que previa liberdade fiscal e tributária para os Estados desde que não ferissem a Lei de Responsabilidade Fiscal. Esse instrumento favoreceu o uso de isenções ou incentivos fiscais propostos para atrair indústrias. Com a queda de impostos ou valendo-se desses incentivos, muitas indústrias deixaram o Estado de São Paulo em direção a outros estados. 25) O processo de desconcentração industrial no Brasil vem sendo apontado como um dos responsáveis pelos altos índices de desemprego verificados em algumas áreas metropolitanas. Ao mesmo tempo, o setor terciário tem sido, reconhecidamente, o grande empregador no atual estágio de desenvolvimento da economia brasileira. Com base nessas informações e em seus conhecimentos, a) cite e analise duas causas possíveis dessa desconcentração industrial; b) explique por que o setor terciário tornou-se o maior empregador do país. Resposta: a) O processo de desconcentração do parque industrial brasileiro ocorrido com maior intensidade nas últimas décadas decorre do aumento do custo dos insumos de produção, nos velhos centros industriais, principalmente na metrópole paulistana e no ABC paulista, como: mão de obra, em razão de maior organização dos trabalhadores, na sua maioria sindicalizados no setor secundário; energia, em face de perspectiva de ocorrência de um colapso no fornecimento (apagão ou black-out); transporte, por causa da saturação da infraestrutura; terrenos, cujos preços foram majorados pelo processo de especulação imobiliária, inúmeros tributos, problemas ambientais, que impõem restrições legais relacionadas ao uso do solo, emissão de poluentes, geração de resíduos e lixo etc. b) O setor terciário apresenta uma maior diversificação de atividades do que o secundário e o primário, os quais se tornaram mais automatizados nas últimas décadas. Como o setor de serviços absorve tanto a mão de obra de alta qualificação profissional quanto a de baixa qualificação, inclusive um maior contingente de trabalhadores informais, ocorre no País uma hipertrofia do setor terciário – comércio, serviços e profissões liberais. 26) Apresente e explique uma característica a) dos primórdios da industrialização na Europa. b) dos novos espaços industriais europeus. Resposta: a) Nos primórdios da indústria na Europa a atividade era concentrada na Inglaterra, empregava numerosa mão de obra, sem garantias trabalhistas. Posteriormente o processo espalhou-se para o continente europeu (Alemanha, França, Bélgica). b) Os novos espaços industriais europeus caracterizam-se pelas aglomerações de instalações e tecnopolos, incluindo as novas áreas como Sul da Espanha, Finlândia, Irlanda. 27) A figura representa dados estimativos da pirâmide populacional de Zâmbia, África, para o ano 2010, e revela o efeito da epidemia de AIDS nas características demográficas do país. ZAMBIA: PROJEÇÃO DA PIRÂMIDE POPULACIONAL PARA 2010. Fonte: Bastos, 1996. a) Justifique as alterações que poderão ocorrer nas faixas etárias mais jovens (de 0 a 10 anos). b) Considerando as alterações projetadas para as faixas etárias de 35 a 50 anos, o que se pode concluir em termos de impacto na força de trabalho do país? Resposta: a) Aumento da mortalidade e redução da natalidade, devido ao aumento do número de nascidos contaminados pelo vírus HIV. b) Provocará redução dramática no número da população ativa, com diminuição da mão de obra e enfraquecimento econômico. 28) A charge acima ilustra bem o difícil caminho para o emprego formal na nossa sociedade. A partir dessa situação, apresente dois motivos que vêm contribuindo para o alto desemprego do setor secundário da economia brasileira. Resposta: Tecnologia, modernização, abertura econômica, desqualificação profissional, competitividade, corte de custos, lucratividade.