UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC : CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período : _Agosto_/__2014___ a ___Julho_/_2015__ ( ) PARCIAL ( X ) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Projecto CHUVA - Cloud processes of the main precipitation systems in Brazil: A contribution to cloud resolving modeling and to the GPM (Global Precipitation Measurement) Nome do Orientador: Maria Isabel Vitorino Titulação do Orientador: Doutora Faculdade : Faculdade de Meteorologia - FAMET Instituto/Núcleo: Instituto de Geociências - IG Laboratório: Laboratório de Meteorologia Sinótica - LABSIN Título do Plano de Trabalho: A Influência dos Mecanismos Climáticos na Precipitação da Região Costeira do Pará. Nome do Bolsista: Samyr Barata Chebly. Tipo de Bolsa: ( ) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( X) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/PIBIT INTRODUÇÃO A região da costa norte do Brasil sofre a influência de diversos sistemas meteorológicos associados à ocorrências de precipitação que se organizam em diferentes escalas de tempo (BARROS, 2008). A Região Amazônica possui uma atmosfera com grande atividade convectiva, devido à grande disponibilidade de vapor d’água e energia solar que chega à superfície, sendo assim uma das mais importantes fontes de calor latente do planeta. (MOHR; FAMIGLIETTI; ZIPSER, 1999). A variabilidade temporal da precipitação em grandes áreas nos trópicos é modulada pela variação intrasazonal de 20-60 dias (KOUSKY; KAYANO, 1994; MADDEN; JULIAN, 1994). Embora, a precipitação nesta região seja dominada pela influência da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que é o principal sistema causador de precipitação do Norte e Nordeste. Também temos as Linhas de Instabilidades (Lis) que são sistemas convectivos formados pelo contraste de temperatura entre o continente e o oceano juntamente com a confluência dos ventos alísios na região costeira (HASTENRATH; HELLER, 1977; KOUSKY,1980; COHEN; SILVA DIAS; NOBRE, 1995). Estudos preliminares feitos por COHEN, SILVA DIAS E NOBRE (1989) mostraram que estas LIs contribuem com 45% da chuva que cai durante o período chuvoso no nordeste paraense; podem permanecer ativas por mais de 48 horas, tendo o seu deslocamento ente 6° a 13° de longitude por dia e sua maior ocorrência se dá nos meses de abril e agosto. Durante a noite sua atividade convectiva diminui, voltando a intensificar-se durante o dia devido o aquecimento solar (MOLION; KOUSKY, 1981). De acordo com SOARES E BATISTA (2004), a precipitação é o resultado de um estado avançado de condensação. Ela ocorre quando a força gravitacional supera a força que mantém a umidade suspensa então, a umidade atinge o solo sob a forma liquida (chuva ou chuvisco/garoa), ou sólida (granizo, saraiva e neve). A precipitação dentro da região amazônica é um parâmetro meteorológico de grande variabilidade no tempo e espaço, que está associada à influência de diferentes sistemas de mesoescala, escala sinótica e de grande escala (ROCHA, 2001). A atuação do dipolo caracteriza-se pela manifestação de um padrão de aTSM, configurando-se especialmente com sinais opostos sobre as bacias Norte (N) e Sul (S) do Atlântico. Esse padrão inverso de aTSM gera, consequentemente, a presença de um gradiente térmico meridional e interhemisférico com baixos níveis do Atlântico Equatorial que, agindo em conjunto com os padrões anômalos de Pressão ao Nível Médio do Mar (PNMM) e vento horizontal, desempenham influencias diretas na manutenção, posicionamento e intensidade da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (HASTENRALH, 1978). Em regiões costeiras as brisas terrestres e marítimas são ventos locais que ocorrem principalmente nas costas tropicais. São causadas pela diferença de pressão existente entre o continente e o mar, e essa, por sua vez tem origem nas diferenças térmicas. A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) nos oceanos tropicais Pacífico e Atlântico é a principal variável física influenciadora das condições climáticas em várias áreas do globo. No Pacífico Tropical, a presença de eventos quentes (frios) denominados de El Niño (La Niña), com anomalias positivas (negativas) de TSM, causa fenômenos climáticos diferenciados em várias áreas do globo (BJERKNES, 1969; RASMUSSON & CARPENTER, 1982; ROPELEWISK & HALPERT, 1997). Anomalias positivas (negativas) da temperatura da superfície do mar (TSM) no Oceano Pacifico associadas aos episódios El Niño (La Niña) produzem circulações anômalas de grande escala na atmosfera, gerando impactos significativos no clima da região do Atlântico e da América do Sul (ACEITUNO 1988; GRIMM ET AL. 2000; GRIMM 2004). A Temperatura da Superfície do Mar (TSM) e sua interação com a atmosfera terrestre são os principais fatores responsáveis pela formação de zonas de convecção na faixa tropical dos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico (PHILANDER, 1991). Desta forma, este estudo visa analisar a variabilidade temporal da anomalia da temperatura da superfície do mar (aTSM) para as áreas do Atlântico e Pacifico Equatorial e sua relação com a precipitação mensal no litoral nordeste do Pará. JUSTIFICATIVA Estudos observacionais e numéricos indicam que a anomalia da temperatura da superfície do mar pode causar anomalias na circulação atmosférica tropical e consequentemente, provocar variações espaciais e temporais na precipitação climática de diferentes regiões do planeta (Grimm at al., 1996; Souza et al., 1994, Moura e Shukla, 1977). A região nordeste do Pará concentra os municípios mais populosos do estado, tornando-se uma área relevante para o entendimento da precipitação climática e de sua relação com as variações da temperatura da superfície dos oceanos adjacentes. Isto pode auxiliar principalmente nas pesquisas científicas utilizando os modelos climáticos numéricos e estatísticos de previsão de chuva. Além disso, previsões mais realistas podem corroborar com o planejamento e desenvolvimento socioeconômico da região. OBJETIVOS: Objetivo geral: Este trabalho tem como objetivo principal estudar a influencia dos mecanismos climáticos de grande escala sobre os oceanos Atlântico e Pacifico, associados a precipitação no nordeste do Estado do Pará. Objetivos Específicos: a) Analisar a variabilidade temporal da anomalia da temperatura da superfície do mar (aTSM) para as áreas do Atlântico e do Pacifico Equatorial, com a precipitação climática no nordeste do Pará; b) Investigar a dinâmica da circulação atmosférica relacionada com os episódios extremos de anomalia de precipitação. MATERIAL E MÉTODOS ÁREA DE ESTUDO A área de estudo desta pesquisa compreende os oceanos Atlântico e Pacifico Equatorial e os municípios de Salinópolis-PA, Soure-PA, TracuateuaPA e a Vila de Cuiarana situada no litoral do nordeste do estado do Pará. Salinópolis é um município do estado do Pará que se localiza a uma latitude 00º36'49" S e a uma longitude 47º21'22" W, estando a uma altitude de 21 metros, distante cerca de 220 km da capital de Belém-PA. Tracuateua-PA localiza-se a uma latitude 01º04'34" S e a uma longitude 46º54'11" W, estando a uma altitude de 20 metros, área da unidade territorial de 934,272 km². Soure se Localiza na mesorregião do Marajó a uma latitude 00º43'00" S e a uma longitude 48º31'24" W, estando a uma altitude de 10 metros e área de 3.517,318 km2. Está localizada a 80 km da capital paraense, Belém. (Fonte IBGE/2013). A figura 1 mostra a localização geográfica das medições de Anomalia da Temperatura da Superficie do Mar (aTSM) nas regiões Pacifico Equatorial do (Niño 3.4) e Atlântico Tropical. Figura 1. Representação geográfica das medições dos Oceanos Pacifico e Atlântico. Fonte: Autor. A figura 2 mostra a localização geográfica dos municípios e de suas respectivas estações meteorológicas e da aTSM do Atlântico Tropical no litoral da região nordeste do Pará Figura 2. Representação geográfica região de estudo. Fonte: Do autor. DADOS UTILIZADOS Os dados coletados da região de estudo localiza-se no nordeste paraense que será representada pelos municípios de Tracuateua- PA (Estação Nº 82145, Lat. -1.07°, Lon. -46.9°), Soure-PA (Estação N° 82141, Lat. -0.73°, Lon. -48.52°), Salinópolis-PA (Estação NºA215, Lat. -0.62°, Lon. -47.36°) e sendo a de Cuiarana utilizou-se dados do sítio experimental Modesto Rodrigues que se encontra-se instalado em uma área de cultivo de mangueira, com aproximadamente 25,8 hectares, situada na localidade (0°39’49.72’’S, 47°17’03.41’’O, 17 m), município de Salinópolis, região nordeste do estado do Pará, pertencente a Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Utilizou-se dados diários e mensais de precipitação compreendendo o período de 2010 à 2014. Os totais de precipitação mensal de Soure e Tracuateua – Pará, foram coletados do Banco de Dados Meteorológicos para Ensino e Pesquisa (BDMEP) e de Salinópolis – PA foram dados diários do pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e de Cuiarana no sítio experimental Modesto Rodrigues com a torre de 10 metros de altura que coleta dados meteorológicos contínuos a cada 10 minutos, desde setembro de 2010 até os dias atuais. Os dados de anomalia de TSM mensal do Atlântico Equatorial das seguintes Lat.:0°25’32 S e Lon.: 47°20’31 W foram compiladas do site do NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) Kaplan Extended SST V2. Tabela 1 – Intensidade do El Niño e de La Niña durante o período de 2010 a 2014. DESCRIÇÃO: Forte (vermelho) e (azul) períodos de frio com base em um limite de +/- 0,5 o C para o Índice Niño Oceanic (ONI) [3 mês consecutivo média de anomalias de TSM ERSST.v3b na região Niño 3.4 (5 o N-5 o S, 120 o -170 o W)]. Ano DJF JFM FMA MAM AMJ MJJ JJA JAS ASO SON OND NDJ 2010 1.6 1.3 1.0 0,6 0,1 -0.4 -0.9 -1.2 -1.4 -1.5 -1.5 -1.5 2011 -1.4 -1.2 -0.9 -0.6 -0.3 -0.2 -0.2 -0.4 -0.6 -0.8 -1.0 -1.0 2012 -0.9 -0.6 -0.5 -0.3 -0.2 0.0 0,1 0,4 0,5 0,6 0,2 -0.3 2013 -0.6 -0.6 -0.4 -0.2 -0.2 -0.3 -0.3 -0.3 -0.3 -0.2 -0.3 -0.4 2014 -0.6 -0.6 -0.5 -0.1 0,1 0,1 0.0 0.0 0,2 0,5 0,7 0,7 Fonte: NOAA. METODOLOGIA Para esse estudo foram coletados dados diários e mensais de precipitação dos municípios de Salinópolis, Soure e Tracuateua – PA, obtidos das estações automáticas e convencionais do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e de Cuiarana – PA da torre meteorológica, no qual os dados diários foram feitos, calculando o somatório de cada mês, respectivamente de cada localidade. Para as analises estatisticas foram somados dados mensais de precipitação de cada mês correspondente, para se obter a média, variancia, desvio padrão e coeficiente de variação.Enquanto que os dados de anomalia de TSM mensal do Atlântico Equatorial foram gerados pela PSD Kaplan Extended SST V2 mensalmente. Nas análises de correlação geral das 04 localidades em estudo, foram feitos de forma de defasagem de tempo de 2 a 4 meses entre a precipitação mensal e o Índice de Oscilação Sul (IOS). ANOMALIA DE PRECIPITAÇÃO MENSAL A metodologia usada para achar as anomalias positivas e negativas de precipitação foi à fórmula, Anomalia de Precipitação observada menos a Precipitação normal, de cada localidade em todos meses, e também foram elaborados gráficos de dispersão pra as analises. aPRP = PRP (Observado) – PRP (Climatológico) MEDIDAS ESTATISTICAS MÉDIA ARIMÉTICA É O Método clássico de se calcular a média; soma-se todos os valores da série de dados e divide-se essa soma, pelo número de valores. Em que: 𝑥̅ = valores da variável X n = número de dados MEDIDAS DE DISPERSÃO As medidas de dispersão representam, coomo o próprio nome sugere, a dispersão ou a variabilidade dos dados em torno do valor central, a média. A medida de dispersão mais simples é a amplitude que é a diferença entre os valores extremos. As mais utilizadas sao a Variancia, o Desvio adrão e o Coeficiente de Variação. VARIÂNCIA É a média dos desvios quadráticos de cada valor em relação à média. Em que: xi = valores de variável x n = número de dados 𝑥̅ = média aritmética “n-1” no denominador quando n< 30 e “n” no denominador quando n ³ 30. DESVIO PADRÃO É a raiz quadrada da variância. S= √𝑺² COEFICIENTE DE VARIAÇÃO É a divisão do desvio-padrão pela média multiplicado por 100. É sempre dado em percentual. O coeficiente de variação fornece a dispersão dos dados em torno da média em percentual, constituindo uma medida alternativa ao desvio-padrão. Quando se deseja comparar a variabilidade entre dois conjuntos de dados, o coeficiente de variação é a medida de dispersão indicada. CV = Em que: S: Desvio Padrão 𝑥̅ = média aritmética 𝑺 𝑿 X100 CORRELAÇÃO DE REGRESSÃO LINEAR É o método para se estimar a condição de uma variável Y, dados os valores de algumas outras variáveis X. A regressão, em geral, trata da questão de se estimar um valor condicional esperado. Em muitas situações, uma relação linear pode ser válida para sumarizar a associação entre as variáveis Y e X. Onde X e precipitação mensal e Y Índice de Oscilação Sul (IOS) (NAGHETTINI, M.; PINTO, E.J.A. , 2007). 𝒚𝒊 = 𝒂 + 𝒃𝒙𝒊 COEFICIENTE DE CORRELAÇÃO LINEAR Duas variáveis apresentam uma correlação linear quando os pontos do diagrama de dispersão se aproximam de uma reta. Essa correlação pode ser positiva (para valores crescentes de X, há uma tendência a valores também crescentes de Y) ou negativa (para valores crescentes de X, a tendência é observarem-se valores decrescentes de Y). (NAGHETTINI, M.; PINTO, E.J.A. 2007) 𝒓= 𝑺(𝒙, 𝒚) 𝑺𝒙𝑺𝒚 r -> Mede o grau de relacionamento linear entre valores emparelhados x e y em uma amostra; COEFICIENTE DE DETERMINAÇÃO. Mede a intensidade e a direção da relação linear entre duas variáveis quantitativas; Chamado também de Coeficiente de Correlação de Pearson (Karl Pearson, 1857-1936). RESULTADOS ANALISE PRECIPITAÇÃO E ATSM Na figura 3 mostra que a anomalia de temperatura da superfície do mar (aTSM), tanto no Atlântico Tropical próximo ao litoral nordeste do Pará como no Pacifico Equatorial observou-se comportamentos opostos em quase todo o período estudado, sendo que as águas mais frias no Pacifico Equatorial favorecem a precipitação sobre a região como o aquecimento do Atlântico próximo a região, mostrando forte influência do fenômeno El Niño (EN) e La Niña (LN) sobre a precipitação local, causada por uma possível inibição dos sistemas atmosféricos de meso e grande escala que atuam na região como: a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (UVO,1989), Linhas de Instabilidades (LIs) próximas à costa que são responsáveis por grandes acumulados de precipitação (COHEN, 1989; BARROS, 2008), Brisas Marítimas-Terrestre (KOUSKY, 1980), a Confluência dos Ventos Alísios, Alta de Bolívia (AB) que influencia no período de verão na América do Sul e dos sistemas da circulação dos ventos em altos níveis na atmosfera que favorecem áreas de instabilidade, também como o Dipolo no Atlântico Tropical que pode contribui ou inibir para a formação de nuvens, assim diminuindo ou aumentando a precipitação local. Ao observa, notamos que a precipitação anual no ano de 2011 foi bem acima da média climatológica, pois nos anos de 2010, 2012, 2013 e 2014 foi abaixo da normal climatológica, notamos que em 2011 e 2014 no período chuvoso da região a precipitação foi bem acima em relação aos anos de 2012 e 2013 em Cuiarana, sendo os maiores registro de precipitação foi no período chuvoso no mês de Abril de 2011, observou-se um acumulado de precipitação de 672,1mm e 460,0mm climatológica (INMET), e em Fevereiro de 2014 que foi de 689,4 mm em comparação com a climatologia que e de 428,0 mm (INMET), no período menos chuvoso em destacou-se em outubro de 2011 registrou uma precipitação de 104,9 mm em comparação no mesmo período nos anos de 2010 com 1,02 mm, 2012 com 0,0 mm, 2013 com 4,8 mm e em 2014 com 4,6 e que na média climatológica é de 37,0 mm (INMET). Figura 3. Anomalia de TSM e Precipitação de Cuiarana – PA e climatologia INMET mensal do período de 2010 a 2014. Fonte: Do autor. A figura 4 mostra que a aTSM do Atlântico Tropical próximo a costa como a do Pacifico Equatorial se comportou de forma igual ao de Cuiarana, pois a precipitação local ocorreu diferente, sendo que nos anos de 2010 a 2014 foi abaixo de normal climatológica (INMET), pois no ano de 2013 a precipitação anual foi de 696,2 mm em relação a normal climatológica anual que é de 2908,0 mm (INMET), ou seja, uma redução acima de 75% de chuvas, percebemos que tanto os eventos de EN e LN influenciarem nos sistemas de meso e grande escala na região, e observa-se que devido tanto aTSM Atlântico Tropical próximo a costa e do Pacifico Equatorial apresentarem condições de neutralidade desde maio de 2012 e permanecer quase todo o período de 2013, assim como o Dipolo do Atlântico Tropical que influencia no regime de precipitação da região caracterizado pela influência de sistemas de meso e grande escala (El Niño, La Niña, ZCIT, frentes, linhas de instabilidades) que intensificam ou inibem as atividades convectivas na região (SILVA e MOTA, 1990; OLIVEIRA, 1994; MOTA e SOUZA, 1996). Observa-se que no mês de Abril de 2011 foi registrado uma precipitação de 793,6 mm, cerca de 72,5 % acima da normal climatológica que é de 460,0 mm (INMET) para esse período, influenciado por uma banda dupla da ZCIT nesse período de 2011, enquanto no mesmo período de 2010, 2012 e 2013 foi abaixo e pouco acima em abril de 2014, pois no período menos chuvoso, observa-se que ocorreu mais abaixo das demais localidades. Figura 4. Anomalia de TSM, Precipitação de Salinópolis – PA e climatologia INMET mensal do período de 2010 a 2014. Fonte: Do autor. A figura 5 mostra o mesmo comportamento de anomalia de TSM que ocorreu nas demais localidades analisadas, entretanto a precipitação se comportou de forma bem mais elevada que as outras localidades durante o período de 2010 a 2014, por ter um clima quente e úmido e onde a precipitação ser a principal variável meteorológica que sofre grande influência, portanto percebemos que a precipitação anual de 2011 foi de 3296,0 mm e de 2014 foi de 2861,0 acima do normal climatológica de 2724,0 mm (INMET) e 2010, 2012 e 2013 foi abaixo, mesmo com o enfraquecimento do fenômeno LN no ano de 2011, sendo notado sobre o Pacífico Equatorial, onde as águas superficiais permaneceram mais frias, pois próximo à costa as anomalia de TSM se apresentou com águas mais quentes o que não inibiu as chuvas próximas da região Soure, por ser uma região que sofre bastante influência da ZCIT (UVO, 1989), e assim como o dipolo do atlântico tropical positiva (negativa) que contribuindo para a elevação (diminuição) das chuvas e também pela influência de circulação de brisas que é provocado pelo diferencial de temperatura entre oceano e continente (CAVALCANTI, 1982), a precipitação tanto no período chuvoso como no menos chuvoso, foram bem elevadas. Observa-se que no período mais chuvoso, obteve-se maiores registros significativos de precipitação no período de Janeiro a Maio de 2011, Fevereiro a Março de 2012 e de Fevereiro a Maio de 2014 e no período menos chuvoso, observou-se três meses sem registro de precipitação que ocorreu de Outubro a Novembro de 2012 e Novembro de 2014. Figura 5. Anomalia de TSM, Precipitação de Soure – PA e climatologia INMET mensal do período de 2010 a 2014. Fonte: Do autor. A figura 6 mostra o mesmo comportamento de anomalia de TSM que ocorreu nas demais localidades analisadas, entretanto a precipitação se comportou de forma diferente nesse período, pois em 2010, 2012, 2013 e 2014 a precipitação ficou abaixo da média climatológica na maioria dos meses observados, sendo que para a precipitação em 2011 a influência do fenômeno La Niña, em conjunto com os sistemas influenciadores próximo da região como a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) (UVO,1989), Linhas de Instabilidade (COHEN, 1989), Brisas que surgem com a circulação de brisa marítima ao longo do litoral e adentra no continente (CAVALCANTI E KOUSKY, 1982; KOUSKY, 1980), Dipolo do Atlântico Tropical. Notou-se que nesse período de 2011, mesmo com as águas mais frias no oceano Pacifico e as águas estando mais aquecida do oceano Atlântico próximo a região de estudo, a precipitação se comportou mais abaixo da média climatológica, tanto no período chuvoso como menos chuvoso, sendo que em Jan/11 precipitou ocorreu bem acima da média climatológica com 449,1mm, pois o Vórtices Ciclones de Altos Níveis (VCAN) que favoreceram as chuvas no norte e nordeste do Brasil nesse período, em comparação no mesmo período dos outros anos que foi de Jan/10 de 118,2mm, Jan/12 86,0mm e Jan/13 85,6mm. Figura 6. Anomalia de TSM e Precipitação de Tracuateua – PA e climatologia INMET mensal do período de 2010 a 2014. Fonte: Do autor. ANALISE ESTATISTICA DA PRECIPITAÇÃO A tabela 2 mostra as médias, as variâncias, os desvios padrões e os coeficientes de variação, para os anos das séries estudadas de 2010 a 2014, em cada estação. Os dados apresentados observa-se médias de precipitação em Soure-PA é mas elevada que as demais que se comportaram parecidas, e a partir das médias mensais examina-se que, no geral, em ambas as localidades as chuvas são mais abundantes no primeiro semestre do ano e menos no segundo semestre, e durante todo o ciclo anual as maiores médias mensais de precipitação registradas nas seguintes localidades estudadas foram: Em Cuiarana – PA são verificadas entre os meses de Fevereiro a Maio, com o máximo ocorrendo no mês de Março; Em Salinópolis – PA os maiores valores das médias mensais de precipitação foi de Março a Abril, sendo o máximo ocorrendo em Abril; Em Soure – PA ocorrendo nos meses de Janeiro a Maio as maiores médias mensais de precipitação, sendo o máximo em Março; Em Tracuateua – PA no período de Fevereiro a Julho, e a maior média mensal de precipitação registrada no mês de Abril. Também se observou que o desvio padrão mais elevados se apresentaram mais no período chuvoso nas demais localidades estudadas, sendo os menores valores do coeficiente de variação da precipitação mensal estão mais associados há meses considerados chuvosos e o menos chuvosos um maior valor de coeficiente de variação. Tabela. 2 – Médias (M), variâncias (Var), Desvio Padrão (D.P.) e Coeficientes de Variação (C.V.) da precipitação nas estações de Cuiarana - PA, SalinópolisPA, Soure-PA e Tracuateua-PA, no período mensal de 2010 a 2014. MESES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ M 175,1 470,4 500,7 455,8 322,1 141,7 151,8 38,7 2,0 28,6 6,1 28,5 MESES JAN M 110,5 CUIARANA - PA Var 23678,15 41139,79 7133,20 31336,20 32378,40 4834,30 7931,45 520,97 16,52 2593,55 52,33 122,43 SALINÓPOLIS - PA Var. 8916,5 D.P 153,87 202,82 84,45 177,02 278,94 69,52 131,51 22,82 4,06 50,92 7,23 11,06 C.V. 87,9 43,1 16,9 38,8 86,6 49,0 86,6 59,0 199,8 178,2 145,1 47,5 D.P. 94,42 C.V. 85,5 FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 184,0 422,8 423,0 298,2 135,9 123,2 22,2 0,96 34,0 26,7 37,8 MESES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ M 314,26 449,68 534,44 523,18 309,12 154,22 149,14 129,52 27,06 34,98 36,12 55,04 MESES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ M 155,8 252,1 297,5 396,5 274,8 196,1 209,5 92,1 37,2 20,6 14,6 72,5 20745 67570 61576 27437 8250,8 2992,9 136,04 2,3336 5122,9 2380 3570,7 SOURE - PA Var. 44892 17555 45751 7341 11571 5186,4 3312,8 3701,9 528,68 1825,1 1838,2 1286,4 TRACUATEUA - PA Var. 27662 17924 9520,2 5227,6 19180 6061,5 10390 1828,1 1019,6 646,48 322,93 5641,7 OBS: Em Cuiarana – PA o período é de 2011 a 2014. Fonte: Autor. 144,03 259,94 248,14 165,63 90,83 54,7 11,66 1,52 71,57 48,78 59,75 78,3 61,5 58,7 55,5 66,8 44,4 52,5 158,3 210,3 182,8 158,2 D.P. 211,87 132,49 213,89 85,67 107,56 72,01 57,55 60,84 22,99 42,72 42,87 35,86 C.V. 67,4 29,5 40,0 16,4 34,8 46,7 38,6 47,0 85,0 122,1 118,7 65,2 D.P 166,31 133,88 97,57 72,3 138,49 77,85 101,92 42,75 31,93 25,42 17,97 73,34 C.V. 106,8 53,1 32,8 18,2 50,4 39,7 48,6 46,4 85,9 123,2 123,3 101,2 ANALISE DAS CORRELAÇÕES ESTATISTICAS Conforme monstra a figura 7, no período de 2010 a 2014 em Cuiarana PA com defasagem de 2 meses entre IOS e PRP, foi observado que durante esse período o resfriamento das águas oceânicas do Pacifico contribuiu para o aumento da precipitação, sendo a fase mais intensa de La Niña no período de Out/10 a Fev/11, com temperatura oceânica diminuindo 0,9º C a 1,5º C e Set/11 a Mar/12 de 0,5º a 1,0ºC ocasionando uma precipitação acima da média climatológica no período de Janeiro a Abril de 2011, com maior registro em Abr/11 com 672,1 mm, pois na fase não tão intensa do LN, a precipitação ocorreu abaixo da média climatológica, pois no período em que de aquecimento das águas no oceano Pacifico a precipitação se comportou abaixo. Figura 7. Dispersão defasada em Cuiarana – PA da precipitação em relação ao Índice de Oscilação Sul ao período de 2010 a 2014. Fonte: Do autor. De acordo com a figura 8, durante o período de estudos a correlação de defasagem foi de 4 meses para o município de Salinópolis, onde os fenômenos de El Niño e La Niña exerceram um papel importante na precipitação local, pois no período de Set/09 a Mar/10 houve um maior aquecimento das águas do oceano Pacifico e onde a temperatura máxima chegou a 1,6º C nos meses de Dez/09 à Jan/10 assim causando uma diminuição na precipitação local de Jan/10 a Nov/10, entretanto na fase em que ocorreu o resfriamento do oceano Pacifico, a temperatura chegou de 1,2ºC a 1,5º C de Ago/10 a Fev/11, o que provocou uma precipitação bem elevada nos meses de Março com 599,2 mm e Abril de 793,6 em 2011. Figura 8. Dispersão defasada em Salinópolis – PA da precipitação em relação ao Índice de Oscilação Sul ao período de 2009 a 2014. Fonte: Do autor. Na figura 9, a correlação de defasagem para o município de Soure foi de 2 meses, sendo que o aquecimento (resfriamento) El Niño (La Niña) teve uma relação um pouco diferente das demais localidades estudadas, pois no período de El Niño a precipitação local não sofreu tanta influência no período chuvoso como menos chuvoso no ano de 2010, em que o aquecimento da temperatura do oceano Pacifico foi de 1,0º C a 1,6º C de Out/09 a Mar/10, entretanto havendo uma tendência na diminuição da precipitação em alguns meses do ano de 2010, destacando o mês de Mar/10 com 214,6 mm de precipitação, sendo que para esse período é de 467,0 mm (INMET), pois no período de resfriamento que ocorreu de 2010/2011 e de 2011/2012 do oceano Pacifico, observou-se que o resfriamento contribuiu para o aumento da precipitação local, tendo os maiores registros nos meses de Jan/11 com 667,6 mm, Mar/12 com 808,2 mm e Abr/14 com 652,3 mm. Figura 9. Dispersão defasada em Soure – PA da precipitação em relação ao Índice de Oscilação Sul ao período de 2009 a 2014. Fonte: Do autor. De acordo com a figura 10, a correlação de defasagem para o município de Tracuateua, foi a de 2 meses, para o período de 2009 a 2014 e observa-se que durante o aumento da temperatura nas águas do Pacifico , ocorre um aumento da precipitação e no período de aquecimento da temperatura no oceano Pacifico, a uma tendência de diminuição na precipitação local, sendo que a temperatura do oceano Pacifico diminuiu máxima até 1,5º C e aumento 1,6º C, e precipitação máxima em Jan/11 com 449,1 mm estando sob influência do fenômeno La Niña e em Jan/10 com 118,2 mm influenciado pelo El Niño ficando abaixo da média climatológica. Figura 10. Dispersão defasada em Tracuateua – PA da precipitação em relação ao Índice de Oscilação Sul ao período de 2009 a 2014. Fonte: Do autor. DINÂMICA DA CIRCULAÇÃO E EXTREMOS DA PRP E ATSM A figuras 11 mostra aTSM no mês de Jul/10 no Oceano Pacifico Equatorial apresentou águas mais frias e no Atlântico Tropical mais aquecidas, favorecendo a precipitação local, pois neste período as chuvas são associados com uma maior atividade de circulação de brisas que advecta bandas de nebulosidade para o continente, bem como também está relacionada com os distúrbios ondulatórios de leste, que são responsáveis pelas chuvas entre os meses de Maio e Agosto (YAMAZAKI & RAO, 1977), e no qual foi registrado em Tracuateua – PA uma precipitação de 375,9 mm. Figura 11. Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em Julho de 2010. Fonte: Climanalise. Nos meses de Janeiro a Abril de 2011 foram registrados altos índices de precipitação nas seguintes localidades estudadas: Cuiarana – PA em Abr/11 com 672,1 mm, Salinópolis – PA em Mar/11 com 793,6 mm, Soure – PA em Jan/11de 667,6 mm, Fev/11 de 493,1 mm, Mar/11 com 597,1 mm e Abr/11 com 555,2 m, Tracuateua – PA no mês de Jan/11 com 449,1 mm. No seguinte período observado a aTSM apresentou águas mais frias, em torno de -2ºC a 1ºC no Oceano Pacifico Equatorial, caracterizando o evento de La Niña nesse período, enquanto no Atlântico Tropical águas mais aquecidas, em conjunto com ZCIT que é um grande sistema causador de chuvas próximo a região, também como ZCIT os sistemas durante esse período Figura 12. Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em 2011, nos meses de: Janeiro (A), Fevereiro (B), Março (C), Abril (D). (A) (B) (C) (D) Fonte: FUNCEME. Na figura 13 mostra águas mais frias no Pacifico Equatorial com -1°C com menor magnitude e enquanto no Atlântico observou-se que as águas mais frias proximo a costa sudeste da América do Sul e Africa no mês de Mar/12 o que nao inibiu as chuvas proximo na região estudo, e onde foi registrado uma precipitação bem elevada em Soure – PA com 808,2 mm. Figura 13 Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em 2012, no mês de Março. Fonte: FUNCEME. Na figura 14 o período observado a aTSM apresentou águas frias em torno de -1ºC no Oceano Pacifico Equatorial e diminuindo sua magnitude no período de Fevereiro a Abril, pois no Atlântico apresentou aguas mais aquecidas ao Sul e neutra próxima ao Atlântico Tropical e influenciados pela ZCIT, Lis, VCAN e entres outros mecanismos Oceano-Atmosfera contribuiu para a precipitação local. Nos meses de Fevereiro a Abril de 2014 foram registrados altos índices de precipitação nas seguintes localidades: Cuiarana – PA em Fev/14 com 689,4 mm, Salinópolis – PA em Mar/11 com 680,4 mm, Soure – PA em Fev/11 de 507,4 mm e Abr/14 com 655,3 mm. Figura 14. Anomalia da Temperatura da Superfície do Mar em 2014, nos meses de: Fevereiro (A), Março (B) e Abril (C). (A) (B) (C) Fonte: FUNCEME. Na figura 15 no mês de Julho de 2010 no nivel de 850 hPa apresentaram ventos mais intenso que o normal sobre o Pacífico Oeste, favoreceu o aumento das anomalias negativas de TSM adjacente à costa oeste da América do Sul e ao longo do Pacífico Equatorial. Esta configuração no campo de vento próximo à superfície foi consistente com a atuação do fenômeno La Niña. Em 200 hPa, observa-se os anomalia de ventos menos intensos no Pacifico Cental e Atlantico Tropical. Figura 15. Anomalia de Vento no nivel de 850 hPa e 200 hPa no mês de Julho de 2010. (A) (B) Fonte: Climanalise. Na figura 16 mostra que em Jan/11 os ventos apresentaram anomalias de leste (oeste) nos baixos (altos) níveis do Pacífico Equatorial, no campo de anomalia de ventos em 850 hPa, na região equatorial do Atlântico, mostrou alísios mais fracos (anomalias de oeste), porém as anomalias de norte adjacentes à costa norte do Brasil foram consistentes com as chuvas acima da média. Em 200 hPa, foi notado anomalias de ventos menos intenso próximo a costa sul/sudeste da América do Sul. Figura 16. Anomalia de Vento no nivel de 850 hPa (A) e 200 hPa (B) no mês de Janeiro de 2011. (A) (B) Fonte: Climanalise. Na figura 17 mostra que em Fev/11 os ventos em 850 hPa apresentaram-se mais intensos no Pacífico Oeste e Central e menos intenso no Pacífico Leste. Sobre a faixa equatorial do Atlântico, destacaram-se alísios mais fracos que o normal e anomalias de norte no interior da América do Sul, ao norte de 20ºS. No nível de 200 hPa o campo de anomalia do vento em altos níveis, observaram-se ventos mais intensos no Pacífico Central influenciado pela condição de La Niña e nas latitudes subtropicais notou-se anomalia de ventos mais intensos. Figura 17. Anomalia de Vento no nivel de 850 hPa (A) e 200 hPa (B) no mês de Fevereiro de 2011. (A) (B) Fonte: Climanalise. Na figura 18 mostra que ainda ocorre o fenômeno de La Niña no mês de Mar/11 os ventos de leste em 850 hPa apresentaram-se mais intensos que o normal a oeste de 120ºW na região equatorial, e em 200 hPa ventos mais intensos no Pacifico Central e sobre o norte e leste da América do Sul, os ventos próximos à superfície estiveram mais fracos que o normal. Figura 18. Anomalia de Vento no nivel de 850 hPa (A) e 200 hPa (B) no mês de Março de 2011. (A) (B) Na figura 19 nota-se que no mes de Abr/11 os ventos em 850 hPa apresentaram-se mais intensos que o normal na região do Pacífico Central e Oeste. Nos altos níveis de 200 hPa, o campo de anomalia do vento mostrou anomalias de oeste sobre o Pacífico Central, pois nesta região equatorial consiste com a condição de La Niña. As águas mais quentes que o normal no Atlântico Tropical Sul, próximo à costa Sudeste do Brasil. Figura 19. Anomalia de Vento no nivel de 850 hPa (A) e 200 hPa (B) no mês de Abril de 2011. (A) (B) Na figura 20 mostra que durante o mês de Mar/12 o escoamento em 850 hPa que próximo à costa da Região Nordeste da Ásia os ventos de sudeste apresentaram-se mais intensos que o normal, enquanto que anomalias de norte foram observadas no interior do continente sul-americano, a leste do Chile. Na região do Atlântico Equatorial, as anomalias dos ventos em baixos níveis também foram consistentes com a atuação da ZCIT ao norte de sua posição climatológica, próximo à costa norte da América do Sul. No nivel de anomalia de vento em 200 hPa, observa-se que as anomalias de oeste e setor leste do Pacífico, com a persistência do fenômeno La Niña e sobre o continente sul-americano, o enfraquecimento dos ventos de oeste. Figura 20. Anomalia de Vento no nivel de 850 hPa (A) e 200 hPa (B) no mês de Março de 2012. (A) (B) Fonte: Climanalise. Na figura 21 mostram a circulação da anomalia de vento durante o período de Fev/14 a Mar/14 e observa-se que o escoamento em 850 hPa próximo ao Pacifico Equatorial Central os ventos mostraram-se menos intenso e mais intenso no Atlântico Norte em Fev/14, pois no Atlântico Equatorial, as anomalias dos ventos em baixos níveis também foram mesmo intenso, devido a atuação da ZCIT nesse período. No nível de 200 hPa a anomalia de vento, observa-se que as a intensidade dos ventos no setor central do Pacifico no mês de Fev/14 e Abr/14 foram mais intensos em altos níveis e mais ao Sul do Brasil observa-se um anticiclone e no Atlântico Tropical menos intenso, enfraquecimento dos ventos de leste. Figura 21. Anomalia de Vento no nível de 850 hPa (A),(C) e (E) e 200 hPa (B), (D) e (F), nos mês de Fevereiro (A) e (B),Março (C) e (D), Abril (E) e (F) de 2014. (A) (B) (C) (D) (E) (F) Fonte: CPTEC/INPE. PUBLICAÇÕES ACEITAS E SUBMETIDAS: CHEBLY, S. B. ; VITORINO, M. I. ; SANTOS, W. L. ; SOUTO, J.I.O. . A Influência dos Mecanismos Climáticos na Precipitação da Região Costeira do Pará.. In: XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE METEOROLOGIA, RECIFE - PE.2014. CHEBLY, S. B. ; VITORINO, M. I. ; SANTOS, W. L. ; SOUTO, J.I.O. CONCEIÇÃO. D. L. A PRECIPITAÇÃO MENSAL EM SOURE-PARÁ E A ANOMALIA DE TSM DOS OCEANOS PACÍFICO E ATLÂNTICO TROPICAL. XXVII Semana Nacional de Oceanografia. Belém – PA. 2015. CONCLUSÃO Os resultados deste trabalho mostram que no período de estudo de 2010 a 2014 entre a aTSM dos Oceanos Pacifico e Atlântico próximo ao litoral do nordeste do Pará, influenciaram da seguinte maneira: - No período de 2013 ocorreu uma diminuição da precipitação em Salinópolis; - Em Cuiarana – Pa e Tracuateua – PA tiveram comportamento de precipitação próximo a média climatológica. - Soure – PA foi o município que mais registrou elevadas precipitações no período de estudo. - Na período do fenômeno La Niña, percebeu-se que nem sempre quando as águas estão mais frias no Pacifico, ocorrerá chuvas acima da média climatológica - A Correlação defasada para todo o período entre IOS e a PRP, apresentou melhor correlação positiva em Cuiarana do que nas demais localidades. - Para os eventos mais significativos de El Niño e La Niña, a correlação entre IOS e aPRP, os que apresentaram maior correlação estatística foram: El Niño: Tracuateua e Salinópolis. La Niña: Cuiarana e Soure - As aTSM do Pacifico e Atlântico, contribuíram para altos registros de precipitação mensal em alguns meses dentro o período de estudo. - A anomalia dos ventos tanto em Baixos como em Altos Niveis observada influiu diretamente na precipitação da região em estudo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYOADE .J. O. – Introdução à Climatologia para os Trópicos – 11ª Edição, Cap.: 10, p 205. ; BARROS, S. S. Precipitação no Centro de Lançamento de Alcântara: aspectos observacionais e de modelagem. 2008. 112 p. (INPE-15319-TDI/1362). Dissertação (Mestrado em Meteorologia) - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos. 2008. BJERKNES, J. Atmospheric teleconnections from the equatorial Pacific. Monthly Weather Review, v.97, p.163-172. 1969. Centro de Pesquisas de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC: Disponível em: http://climanalise.cptec.inpe.br>. Acesso em Jun. Jul. e Ago. 2014. COHEN, J.C.P. Um estudo observacional de Linhas de Instabilidade na Amazônia. Dissertação de MSc em Meteorologia, INPE, São José dos Campos, 1989. (INPE-4865-TDL/376) COHEN, J. C. P; SILVA DIAS, M. A F.; NOBRE C. A. Aspectos climatológicos das linhas de instabilidade na Amazônia. Climanálise, São José dos Campos, v. 4, n.11, p. 34-40, Nov. 1989. COHEN, J. C. P.; DIAS, M. A. F. SILVA; NOBRE C. A. Environmental conditions associated with Amazonian squall lines: A case study.Monthly Weather Review, v. 123, n.11, p. 3163-3174, nov. 1995. EVERALDO B. DE SOUZA, JOSÉ M. BRADO ALVES, PAULO NOBRE. Anomalia de precipitação nos setores norte e leste do nordeste brasileiro em associação aos eventos do padrão de dipolo observados na bacia do Atlântico Tropical, Revista Brasileira de Meteorologia, v.13, n2, 45 – 55, 1998. F.N. de Assis, H.V. de Arruda, A.R. Pereira – Aplicações de Estatistica à Climatologia – Teoria e Prática, Cap.: 3, p 31 – 33. http://www.cpc.ncep.noaa.gov/products/analysis_monitoring/ensostuff/ensoyear s.shtml. Acesso em: Mai. 2014. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE: Disponível em: http://www.ibge.gov.br>. Acesso em Out. 2014. MADDEN, R.A. & P. R. JULIAN, 1994: Observations of the 40-50 day tropical oscillation - a review. Mon. Wea. Rev., 122, 814-837. MÁRCIO NIRLANDO GOMES LOPES, NECHET, DIMITRIE – A Influência da Zona de Convergência Intertropical e d e Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis sobre a precipitação de Imperatriz – MA: Estudo De Caso, Congresso Brasileiro de Meteorologia - Florianópolis – 2006. MOLION, L. C. B.; KOUSKY, V. E. Uma contribuição à climatologia de dinâmica da troposfera tropical sobre a Amazônia. São José dos Campos: Instituto Nacional dePesquisas Espaciais. (Relatório Técnico INPE – 3560-RPE/480), mar. 1981 PHILANDER, S.G.H ; YI CHAO, On the contrast between the seasonal cycles of the equatorial Atlantic and Pacific Oceans, J. Phys. Oceanogr., 21, 1399-1406, 1991. PING CHANG, LINK JI & HONG LI. A decadal climate variation in the tropical Atlantic Ocean from thermodynamic air-sea interactions, Nature 385, 516 - 518 (06 February 1997) P.ROLIM, D. SANTOS, E. ROCHA – Variabilidade da Precipitação na Amazonia: Implicações socioeconomicas – XIV Congressp Brasileiro de Meteorologia. 2006 – Florianópolis – SC. RASMUSSON, F. M.; CARPENTER, T. H. Variations in tropical sea surface temperature and surface wind fields associated with the Southern Oscillation/El Niño. Monthly Weather Review, v. 110, n.5, p.354-384. 1982. ROPELEWSKI, C. F.; HALPERT, M. Global and regional scale precipitation patterns associated with the El Niño/Southern Oscillation. Montlhy Weather Review, v.115, p.1606-1626. 1997. SOARES, R. V.; BATISTA, A. C. Meteorologia e Climatologia Florestal. Curitiba: UFPR. 2004. SOUZA JÚNIOR, J. A.; OLIVEIRA, M. C. F.; DANTAS, V. A. ; SOUZA, P. F. S. ; BARROS, A. N. F. . Influência da precipitação no balanço hídrico nos municípios de Soure e Monte Alegre / PA 1971 A 2000. In: XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, 2006, Florianópolis. UVO, C.R.B., 1989. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e sua Relação com a Precipitação da Região Norte do Nordeste Brasileiro. Dissertação de Mestrado em Meteorologia, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, SP. 82 págs. DIFICULDADES – Em analisar os campos de anomalia de vento e no programa GRADS para poder gerar os dados de aTSM na execução do projeto. PARECER DO ORIENTADOR: Diante do exposto deste relatório final do projeto pibic, considero este relatório aprovado, principalmente devido o aluno ter cumprido todas as etapas do projeto e com isso ter apresentado motivação e desenvolvimento científico. No entanto, o mesmo ainda precisa se empenhar para buscar maiores desafios numa pós-graduação e assim crescimento profissional. DATA : _09_/_08_/_2015 Maria Isabel Vitorino _________________________________________ ASSINATURA DO ORIENTADOR Samyr Chebly ____________________________________________ ASSINATURA DO ALUNO