LIÇÃO 6 * COMPROMETIDO POR AMOR

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LIÇÃO 12 – COMPROMETIDO POR AMOR
Guilherme de Amorim Ávilla Gimenez
INTRODUÇÃO
O tema compromisso é bem amplo e merece um pouco mais de
nossa atenção. Nos dedicaremos hoje a analisar alguns outros aspectos
importantes da relação entre o compromisso e o amor.
LEMBRANDO DA LIÇÃO ANTERIOR
Semana passada, estudamos sobre um culto diferente que acontece
com a administração de nossos bens. Fomos desafiados a honrar a Deus
com tudo aquilo que possuímos e também percebemos o quanto nossas
atitudes em relação ao dinheiro mostram o nosso compromisso com Deus.
Você tem cultuado a Deus com seus bens?
PARE E PENSE
Qual é sua verdadeira motivação para:
- Ler a Bíblia;
- Orar;
- Participar de um culto;
- Entregar seus dízimos ou ofertar;
- Cantar hinos ou cânticos de louvor.
Para muitas pessoas, a resposta a todas as perguntas acima é:
OBRIGAÇÃO. Muitos cristãos se sentem pressionados a realizar atos
religiosos e acabam criando um relacionamento de pura obrigação com
Deus. São comprometidos com o Senhor, mas sua motivação não é o amor
e sim a obrigação.
Larry Coy, conhecido escritor evangélico, escreveu um artigo sobre
“OBRIGATORIEDADE DA RELIGIÃO”, e mencionou três grandes
motivos por que muitos cristãos se sentem obrigados a orar, ler a Bíblia ou
participar de um culto:
a) Medo de Deus;
b) Método para conseguir algum favor divino para a vida;
c) Entendimento de que a religião é muito importante para a
moralidade.
Talvez esses motivos também sejam a sua motivação para ter um
compromisso com Deus e com a igreja.
Será a obrigação a motivação correta para o nosso compromisso?
Será que Deus espera que sejamos comprometidos com ele movidos por
temor ou pela busca de alguma resposta às nossas orações?
Leia os textos abaixo e depois responda qual a motivação que está
por trás deles:
“Eis que tenho desejado os teus preceitos; vivifica-me na tua justiça”.
(Salmo 119.40)
“Estendo para ti as minhas mãos; a minha alma tem sede de ti, como
terra sedenta”. (Salmo 143.6)
“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me
apresentarei ante a face de Deus?” (Salmo 42.2)
“Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu gemido não te é
oculto”. (Salmo 38.9)
“Ó Deus, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem
sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada,
onde não há água”. (Salmo 63.1)
É difícil enxergar obrigação nessas frases. Vemos amor e não
obrigação. São expressões que mostram um desejo sincero de se relacionar
com Deus e não uma obrigação fria motivada por medo ou tradição.
O povo de Israel foi ensinado a amar a Deus. Os pais ensinavam
isso a seus filhos, e em uma frase resumiam essa intenção: “Amarás, pois,
o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todas
as tuas forças”. (Deuteronômio 6.5).
A obrigação não é a motivação correta para a vida cristã.
Comprometer-se com Jesus por obrigação não é o que Deus espera de nós.
Somente o amor pode ser a motivação correta para uma vida de total
comprometimento com Deus.
I - CARACTERÍSTICAS
OBRIGAÇÃO - João 4.7-29
DE
UM
COMPROMISSO
POR
Leia o texto e medite por alguns minutos. Ele narra a conhecida
história do encontro de Jesus com a mulher samaritana. Podemos dizer que
ela é exemplo de alguém dominado pela obrigação. As principais
características e consequentes perigos em termos a obrigação como
motivação são:
1. A obrigação nos faz tradicionalistas
“És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele
próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?” (Verso 12)
Quando Jesus Cristo falou àquela mulher sobre “água viva”, ela
não compreendeu. Na realidade, todas as suas expectativas religiosas
estavam associadas com práticas legalistas e não com “vida”. Jesus falou a
ela sobre algo totalmente novo, ofereceu a ela uma experiência com Deus
e não uma prática religiosa. Isso a assustou de tal maneira que
imediatamente sua resposta foi tradicionalista, remetendo-se a um
personagem do passado: Jacó.
A tradição religiosa dos samaritanos exaltava a figura de Jacó e
também seus feitos. Aquele poço onde a mulher e Jesus estavam era um
grande símbolo da religiosidade dos samaritanos e foi a ele que aquela
mulher se apegou.
O tradicionalismo pode ser compreendido como o apego a alguma
coisa do passado, seja religiosa ou não. Quando falamos em
tradicionalismo religioso, estamos nos referindo a eventos, práticas,
estilos, pensamentos ou personagens que, para nós, se tornaram
verdadeiros símbolos de nossa espiritualidade e relacionamento com Deus.
O tradicionalismo é perigoso porque acaba substituindo o
relacionamento com Jesus. Quando ele é a motivação para nosso
compromisso, nos leva a nos comprometermos com um pastor, uma
programação ou mesmo com a história da igreja. Mas isso não deve ser a
razão para o nosso compromisso. Amar a Deus sempre é a razão.
Aquela mulher estava tão acostumada com o tradicionalismo que,
mesmo estando diante de Jesus Cristo, preferiu Jacó que já havia morrido
há centenas de anos, mas estava ainda vivo em sua mente e suas tradições.
2. A obrigação limita a nossa entrega total de vida ao Senhor
“Jesus respondeu, e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a
ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede,
porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte
para a vida eterna. Disse-lhe a mulher: Senhor, dá-me dessa água, para
que não mais tenha sede, e não venha aqui tirá-la. Disse-lhe Jesus: Vai,
chama o teu marido, e vem cá. A mulher respondeu, e disse: Não tenho
marido. Disse-lhe Jesus: Disseste bem: Não tenho marido; Porque tiveste
cinco maridos, e o que agora tens não é teu marido; isto disseste com
verdade”. (Versos 13-18)
A mulher samaritana estava até disposta a experimentar a “água
viva”. Aliás, ela se entusiasmou com isso. Receber alguma coisa sempre
acaba nos motivando e, portanto, ela aceitou receber algo de Jesus.
Mas receber não é tudo na vida cristã. Deus quer um
relacionamento e não apenas nos dar algo. Foi por isso que Ele mencionou
um grande problema daquela mulher, que era uma vida totalmente
desconcertada na família. Foi só Jesus tocar no assunto que ela já tentou
desviar a conversa. Ela não queria falar sobre aquele assunto tão pessoal.
Isso porque suas obrigações religiosas nunca lhe haviam feito meditar
sobre o tema família. Ela nunca precisou acertar a vida, entregar-se
totalmente a Deus, apesar de ter uma vida religiosa bem ativa.
Quando nossa motivação para o compromisso é a obrigação, nós
estamos preocupados apenas em cumprir com alguma regra ou atividade.
Usamos o ativismo religioso até para esconder questões não resolvidas na
vida com Deus. A obrigação não nos motiva a confessarmos os nossos
erros e viver uma vida que honre a Deus. Nosso foco acaba sendo apenas
“fazer coisas” e não “viver para Deus”.
É atribuída a João Calvino a seguinte frase:
“As canções entoadas com beleza servem muitas vezes para encobrir o
som desconcertado de nossos pecados não confessados”. (João Calvino).
familiar e nem a sua vida espiritual. Como ela, muitos de nós nos
prendemos a coisas semelhantes: lugares, gestos, vocabulário. São a
formalidade e a exterioridade da religião. A obrigação religiosa tem essa
característica: sempre nos remete a práticas, encobrindo questões sérias na
vida que precisam ser consertadas.
Compromisso com Cristo é entrega de vida, e não cumprimento de
regras. Se não houver amor suficiente para vivermos de modo agradável a
Deus, então estaremos fadados a práticas religiosas e não a um
relacionamento agradável e abençoado com Deus.
B - O que os pais haviam feito no passado – “Nossos pais adoraram
neste monte...”
3. A obrigação nos faz reféns da formalidade e exterioridade
“Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em Jerusalém o
lugar onde se deve adorar. Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora
vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós
adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação
vem dos judeus. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros
adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai
procura a tais que assim o adorem”. (Versos 20 a 23)
Diante da palavra tão firme de Jesus, aquela mulher começou a
falar sobre os aspectos formais e exteriores de sua religiosidade:
A - O lugar onde se deve adorar – “vós dizeis que é em Jerusalém o
lugar onde se deve adorar...”
Em nenhum momento Jesus iniciou o tema adoração. Muito menos
questionou o lugar onde os samaritanos adoravam. Jesus estava falando
sobre a vida daquela mulher e sua condição familiar. Mas esse assunto não
fazia parte dos temas da religiosidade daquela samaritana. Ela trouxe à
mente o que lhe era bem comum: falar sobre o exterior e sobre a
formalidade. Ela se lembrou de uma discussão entre judeus e samaritanos
sobre o lugar onde se devia adorar. Os samaritanos adoravam no monte
Gerizim, enquanto os judeus, em Jerusalém.
A formalidade religiosa era um tema bem importante para a
samaritana. Porém, essa formalidade nunca havia resolvido seu problema
Tentando defender sua fé e religião, a mulher samaritana
reivindicou a autoridade da tradição, trazendo a expressão “nossos pais
adoraram...” Era uma maneira polida de dizer a Jesus: “quem é você para
falar desse assunto?” Ela literalmente questionou a autoridade de Jesus.
Muitas vezes nós também nos prendemos tanto à tradição, àquilo
que nossos pais, avós ou nós mesmos vivemos no passado, que acabamos
fazendo da tradição a nossa vida com Deus. Nós vivemos da fé do
passado.
“Tradição é a fé viva dos mortos. Tradicionalismo é a fé morta dos vivos”.
(Charles Swindoll)
A obrigação sempre nos prenderá ao exterior e às formalidades.
Seremos incentivados por ela a escondermos nossos erros e paixões
carnais atrás de grandes gestos, eventos históricos ou regras humanas.
Lembre-se: Jesus quer um relacionamento pessoal conosco e não um
cumprimento frio de formalidades.
II - NOSSO COMPROMISSO PRECISA ESTAR BASEADO EM
UM RELACIONAMENTO DE AMOR COM JESUS
Nosso relacionamento com Jesus deve estar baseado no amor. É
esse amor que nos motivará a uma vida de compromisso com Ele.
1. Um relacionamento de amor que transmite vida
“Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a
água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida
eterna”. (Verso 14)
Amor genuíno está relacionado com vida, com intensidade, com
um relacionamento real e não com regras ou formalidades. Um
relacionamento de amor provocará em nós vida. E essa vida nos dará todo
o sentido para o compromisso.
“Viver para Jesus” deve ser o nosso lema de vida. Não fomos
salvos para fazer coisas para Jesus, mas sim para viver para Ele. É uma
entrega total. Uma vida que se rende a Jesus integralmente.
2. Um relacionamento de amor verdadeiro
“Disse-lhe Jesus: Vai, chama o teu marido, e vem cá.
A mulher respondeu, e disse: Não tenho marido. Disse-lhe Jesus: Disseste
bem: Não tenho marido; Porque tiveste cinco maridos, e o que agora tens
não é teu marido; isto disseste com verdade”. (Versos 16-18)
A verdade é uma das expressões mais nítidas da vida. E é isso que
Jesus espera de nós. Ele está mais interessado em nossa verdade do que no
modo como cantamos ou oramos. É a verdade que transformará nosso
compromisso.
Para sermos verdadeiros, é necessário amarmos a Jesus. A
obrigação pode nos levar à hipocrisia de fazer coisas para sermos vistos
como religiosos, enquanto a verdade nos faz assumir nossa condição e, se
for necessário, nos dá a coragem para arrependimento, confissão e
mudança de vida.
Qual é a tua verdade? O que está realmente acontecendo com
você?
3. Um relacionamento de amor que vá além da forma, estética e
exterioridade
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão
o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o
adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em
espírito e em verdade”. (Versos 23 e 24)
O importante no relacionamento não é o lugar ou a forma. O ensino
de Jesus nesses versos serve para adoração e qualquer outro ato que
fazemos no nosso relacionamento com Deus.
O amor está relacionado com o interior, com a verdade, com a
essência. Já a obrigação, nos remete a atos exteriores, a formalidades e ao
cumprimento de regras.
Nosso compromisso é baseado no exterior ou no íntimo?
CONCLUSÃO
Você faz com prazer e alegria o que está relacionado ao amor. Por
outro lado, o que está relacionado com a sua obrigação nem sempre é feito
com alegria, disposição e prazer. Qual é a base de seu compromisso com
Jesus e a igreja: amor ou obrigação?
Jesus Cristo quer ser amado. Ele também quer que amemos a
igreja. Se você não ama, então seu compromisso será um fardo pesado a
ser carregado pelo resto da vida. Mas, se você amar a Jesus, então será
uma grande alegria viver para Ele, servi-lO e se comprometer com Sua
igreja.
LEITURAS DIÁRIAS
*Segunda: João 4
*Terça: Mateus 22
*Quarta: Lucas 16
*Quinta: Lucas 5
*Sexta: João 7
*Sábado: Mateus 16
*Domingo: Isaías 6
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