QUESTÃO 2 A resistência de um fio condutor pode ser calculada de acordo com a seguinte equação, (Alexander e Sadiku, 2010): 𝑅= 𝜌. 𝑙 𝐴 [Ω], em que: 𝜌 é a resistividade do material condutor, 𝑙 é o comprimento do fio e 𝐴 é área da seção transversal desse fio. Dessa forma, pode-se concluir o seguinte: 𝑅 ∝ 𝑙, ou seja, a resistência de um fio elétrico é proporcional ao seu comprimento. A Questão 2 pede para calcular o valor da resistência entre os pontos A e B, sendo que esse fio é ligado com dois seguimentos iguais entre os pontos A e C e 2 seguimentos iguais entre os pontos B e C e o comprimento do seguimento 𝐴𝐶 é L/10. SOLUÇÃO As resistências dos fios ligados conforme apresentado na Figura 2 (Questão 2) podem ser representadas por resistores conforme o circuito abaixo: Figura 1: Circuito equivalente ao esquema apresentado na Figura 2(da Questão 2). 1 em que 𝑅1 = 𝑅2 e 𝑅3 = 𝑅4, pois a resistividade do material e a sua seção transversal não foi modificada, sendo modificadas somente as distâncias entre os pontos A e C e C e B, ou seja, o comprimento do fio. Como 𝐴𝐶 = 𝐿/10, tem-se que 𝐶𝐵 = 𝐿 − 𝐿/10 = 9𝐿/10. Como a resistência é proporcional ao comprimento, ficando os demais parâmetros constantes, o valor das resistências equivalentes (𝑅𝑒𝑞 ) das associações dos resistores apresentados na Figura 1 podem ser obtidos como se segue: 𝑅𝑒𝑞 1 = 𝑅1||𝑅2 (seguimento 𝐴𝐶 ) 𝑅𝑒𝑞 1 𝐿 𝐿 × 10 𝐿 10 ∝ = 𝐿 𝐿 20 + 10 10 𝑅𝑒𝑞 2 = 𝑅3||𝑅4 (seguimento 𝐶𝐵) 𝑅𝑒𝑞 1 9𝐿 9𝐿 × 9𝐿 ∝ 10 10 = 9𝐿 9𝐿 20 10 + 10 A resistência total do fio elétrico será dada pela associação em série de 𝑅𝑒𝑞 1 e 𝑅𝑒𝑞 2 : 𝑅 𝐴𝐵 = 𝑅𝑒𝑞 1 + 𝑅𝑒𝑞 2 𝑅𝐴𝐵 ∝ 𝐿 9𝐿 + 20 20 𝑅𝐴𝐵 ∝ 10𝐿 20 𝑅𝐴𝐵 ∝ 𝐿 2 2 Se a resistência inicial do fio elétrico era 𝑅 com (𝑅 ∝ 𝐿), a resistência final será de 𝑅 2 com (𝑅 ∝ 𝐿/2). Dessa forma, a opção correta é letra C. QUESTÃO 8 De acordo com a norma NBR 5410:2008: 6.2.6.2 Condutor neutro 6.2.6.2.1 O condutor neutro não pode ser comum a mais de um circuito. 6.2.6.2.2 O condutor neutro de um circuito monofásico deve ter a mesma seção do condutor de fase. 6.2.6.2.3 Quando, num circuito trifásico com neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 15%, a seção do condutor neutro não deve ser inferior à dos condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores de fase se essa taxa não for superior a 33%. NOTAS 1 Tais níveis de correntes harmônicas são encontrados, por exemplo, em circuitos que alimentam luminárias com lâmpadas de descarga, incluindo as fluorescentes. 2 O caso de taxas superiores a 33% é tratado em 6.2.6.2.5. 6.2.6.2.4 A seção do condutor neutro de um circuito com duas fases e neutro não deve ser inferior à seção dos condutores de fase, podendo ser igual à dos condutores de fase se a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos não for superior a 33%. NOTA O caso de taxas superiores a 33% é tratado em 6.2.6.2.5. 6.2.6.2.5 Quando, num circuito trifásico com neutro ou num circuito com duas fases e neutro, a taxa de terceira harmônica e seus múltiplos for superior a 33%, pode ser necessário um condutor neutro com seção superior à dos condutores de fase. 3 NOTAS 1 Tais níveis de correntes harmônicas são encontrados, por exemplo, em circuitos que alimentam principalmente computadores ou outros equipamentos de tecnologia de informação. 2 Para se determinar a seção do condutor neutro, com confiança, é necessária uma estimativa segura do conteúdo de terceira harmônica das correntes de fase e do comportamento imposto à corrente de neutro pelas condições de desequilíbrio em que o circuito pode vir a operar. O anexo F fornece subsídios para esse dimensionamento. 6.2.6.2.6 Num circuito trifásico com neutro e cujos condutores de fase tenham uma seção superior a 25 mm2 , a seção do condutor neutro pode ser inferior à dos condutores de fase, sem ser inferior aos valores indicados na tabela 48, em função da seção dos condutores de fase, quando as três condições seguintes forem simultaneamente atendidas: a) o circuito for presumivelmente equilibrado, em serviço normal; b) a corrente das fases não contiver uma taxa de terceira harmônica e múltiplos superior a 15%; e c) o condutor neutro for protegido contra sobrecorrentes conforme 5.3.2.2. NOTA Os valores da tabela 48 são aplicáveis quando os condutores de fase e o condutor neutro forem do mesmo metal. A assertiva 𝚰 da QUESTÃO 8 diz o seguinte: Para o dimensionamento da seção do condutor neutro em função da terceira harmônica (THD3) e suas múltiplas, são consideradas as seguintes faixas: 𝑇𝐻𝐷3 < 15%, 15% ≤ 𝑇𝐻𝐷3 ≤ 33% e 𝑇𝐻𝐷3 > 30%. Pode-se verificar na norma NBR 5410:2008 que em nenhum momento é citada a taxa de distorção harmônica THD3 de 30%. Portanto, a assertiva Ι está errada. QUESTÃO 14 Esta questão fornece os seguintes dados dos equipamentos: 4 PN é a potência nominal (mecânica) em [cv]; VN é a tensão nominal em [V]; FP é o fator de potência; R é o rendimento; O valor do fator de utilização é 𝐹𝑢 = 0,8; O fator de simultaneidade é 𝐹𝑠 = 0,85. SOLUÇÃO O fator de utilização é o fator que deve ser multiplicada a potência nominal do equipamento para se obter a potência média absorvida pelo mesmo, (Mamede Filho, 2010). O fator de simultaneidade é a relação entre a demanda máxima do grupo de aparelhos pela soma das demandas individuais dos aparelhos do mesmo grupo num intervalo de tempo considerado, (Mamede Filho, 2010). O cálculo da demanda solicitada da rede de energia pelos motores pode ser calculada por meio da equação (1): 𝐷= 𝑃𝑒𝑖𝑚 × 736 𝜂 × 𝐹𝑃 [VA], (1) em que: D é a demanda solicitada da rede de energia, 𝑃𝑒𝑖𝑚 é a potência no eixo do motor, 𝜂 é o rendimento do motor e FP é o fator de potência. A potência no eixo do motor é calculada por meio da equação (2): 𝑃𝑒𝑖𝑚 = 𝑃𝑁 × 𝐹𝑢 [cv]. (2) Na equação (1), ao multiplicar a potência 𝑃𝑒𝑖𝑚 (em cv) por 736 está realizando a conversão de cv para W(watt). A potência em watt é a potência ativa. Quando se divide a potência ativa pelo fator de potência tem-se a potência aparente, cuja unidade é volt-ampère (VA). Este conceito pode ser deduzido da própria equação do cálculo do fator de potência, como apresentado na equação (3) e da Figura 1: 𝐹𝑃 = 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 (𝑊) 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 (𝑉𝐴) (3) 5 Figura 2: Triângulo de Potências. Dessa forma tem-se: 𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑝𝑎𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑝𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑎 𝐹𝑃 Sendo que 𝐹𝑃 = 𝑐𝑜𝑠𝜙. Contudo, aplicando os valores apresentados na Questão 14, tem-se: 1) Demanda dos tornos (2 tornos): 𝐷= 0,8 × 5 × 736 = 4618,0392 𝑉𝐴 0,85 × 0,75 𝐷 = 2 × 4618,04 = 9236,0784 𝑉𝐴 2) Demanda do bebedouro: 𝐷= 0,8 × 0,5 × 736 = 646,1808 𝑉𝐴 0,67 × 0,68 3) Demanda das fresas (3 fresas): 𝐷= 0,8 × 3 × 736 = 2730,9833 𝑉𝐴 0,84 × 0,77 𝐷 = 3 × 2730,98 𝑉𝐴 = 8192,9499 𝑉𝐴 4) Demanda da plaina: 𝐷= 0,8 × 2 × 736 = 1970,5488 𝑉𝐴 0,83 × 0,72 𝐷= 0,8 × 1 × 736 = 1154,5098 𝑉𝐴 0,75 × 0,68 5) Demanda da serra: 6) Demanda da bancada de trabalho: 6 𝐷 = 1800𝑉𝐴 7) Demanda da iluminação: 𝐷 = 3400𝑉𝐴 O fator de simultaneidade fornecido foi de 𝐹𝑠 = 0,85, assim a demanda total dos motores foi de: 𝐷𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 0,85 × 9236,0784 + 646,1808 + 8192,9499 + 1970,5488 + 1154,5098 𝐷𝑚𝑜𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 18020,2275 𝑉𝐴 Dessa forma, a demanda total solicitada pelo setor considerado será de: 𝐷𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 18020,2275 + 1800 + 3400 = 23220,2 𝑉𝐴 = 23,22 × 103 = 23,22𝑘𝑉𝐴 Contudo, a única questão possível seria letra A: 23,8𝑘𝑉𝐴. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Alexander, Charles; Sadiku, Matthew N. O. Fundamentos de Circuitos Elétricos. 5ª edição, 2013, Editora McGraw-Hill. Mamede Filho, João. Instalações Elétricas Industriais. 8ª edição, 2010, Editora LTC. NBR 5410 Instalações elétricas de baixa tensão: procedimentos. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. 7