Ensino/Aprendizagem e as novas tecnologias computadorizadas Redação Maio 18, 2012 Os grandes avanços da comunicação, especialmente a Internet, ampliaram a interatividade e o intercâmbio de conhecimentos. Hoje é possível acessar pela rede enciclopédias inteiras, obras clássicas da literatura, da arte, da música, etc. Ficou muito mais estimulante estudar, pois há muitas informações disponíveis, referências bibliográficas, debates online, entre tantas possibilidades. É preciso, portanto que os professores consigam motivar os estudantes a um melhor aproveitamento destas novas tecnologias, para que os alunos saibam não apenas acessar as informações, mas saber refletir sobre elas, enfim, fazer os jovens pensarem. A Internet é meio e não fim, daí que o desafio é fazer os alunos utilizarem os recursos existentes para que possam melhor compreender o mundo, e intervir no processo histórico de modo criativo e crítico. Nesse sentido, a Internet não pode ser visto apenas como entretenimento e sim como poderosa ferramenta para aquisição de conhecimentos. E até quem sabe a convergência de aprendizado como atividade lúdica. Afinal, não deveria ser tão maçante estudar, mas algo prazeroso. Apesar de tanta pujança tecnológica, o que não podemos é nos desumanizarmos, mas aproveitarmos a riqueza ao nosso alcance para justamente nos tornarmos melhores como pessoas, em todos os aspectos. Em tempos de e-books, permanece o gosto pela leitura, e tudo isso deve continuar a fazer parte da vida do estudante, sem que a Internet empobreça e reduza o processo ensino-aprendizagem, pelo contrário. Saber ler um bom livro é também aprender a escrever bem um texto. Por isso, é necessário que saibamos estimular os jovens à leitura, mesmo os textos acadêmicos em pdf, pois é somente lendo, lendo mesmo, é que irão alcançar níveis elevados de reflexão e criatividade. Não será preciso ter medo dos avanços obtidos, mas certamente encontrar os limites apropriados do seu uso, e os ajustes que se fazem necessários para evitar excessos. É muito gratificante ver como hoje podemos ter acesso aos arquivos de museus, baixar letras e músicas de todos os tempos e nações, traduzir com muito mais facilidade e rapidez documentos de diversas naturezas, e tudo isso contribuindo para um dinamismo cultural cada vez mais intenso. Temos que deixar o ceticismo de lado e estarmos abertos ao muito que podemos fazer com tudo isso ao nosso dispor nos dias de hoje. Para Rachel Wandelli, ”a web é, em si, muito mais uma quimera tecnológica, onde coabitam formas passadas, presentes e futuras do que uma superação total do velho pelo novo. Como bem anotou Pierre Lévy, em tecnologias da inteligência, o computador sobrepõe diversas mídias (televisão, telex, livro, rádio, telefone, fax, vídeo, gravador, cinema) em um sincretismo de formas e linguagens (verbal, oral, icônica), sem se reduzir a nenhuma delas. O novo não apaga o velho, como na imagem do palimpsesto, antigo pergaminho submetido a uma solução química para receber nova inscrição, de forma que era possível encontrar sob a superfície raspada, as camadas anteriores de escrita. O novo não apaga o velho, mas ao incidir sobre ele recria-o, transforma-o.” É em vista de uma transformação que aprimore o ser humano que queremos conciliar as velhas formas de aprendizado com as novidades do tempo presente. É assim que conseguiremos superar os desafios atuais e alcançar uma realidade mais humana, com benefícios para todos. Valmor Bolan é Doutor em Sociologia e Presidente da Conap/Mec (Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Prouni).