PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES INTERNADOS NA CLÍNICA ONCOLOGICA DO HOSPITAL DOM PEDRO DE ALCÂNTARA Queitiane Batista Carneiro1, Elaine Guedes Fontoura2, Dávisson dos Santos Amaro Lima 3, João Victor de Souza Santos4, Ana Verena Gonçalves Silva5. 2. 1. Graduanda em Enfermagem, Universidade Estadual de Feira de Santana, [email protected] Orientadora, Professora Adjunto do Departamento de Saúde, tutora do PET doenças crônicas, Universidade Estadual de Feira de Santana, [email protected] 3. Graduando em Psicologia, Universidade Estadual de Feira de Santana, [email protected] 4. Graduando em Medicina, Universidade Estadual de Feira de Santana, [email protected] 5. Enfermeira, gerente da unidade de oncologia do Hospital D. Pedro de Alcântara, [email protected] PALAVRAS-CHAVE: estudos retrospectivos, perfil epidemiológico, paciente oncológico. INTRODUÇÃO O número de casos de câncer tem aumentado de maneira considerável em todo o mundo, principalmente a partir do século passado, configurando-se, na atualidade, como um dos mais importantes problemas de saúde pública mundial. A freqüência de distribuição dos diferentes tipos de câncer apresenta-se variável em função das características de cada região, o que enfatiza a necessidade do estudo das variações geográficas nos padrões desta doença, para seu adequado monitoramento e controle. O câncer, termo designado de forma genérica para representar mais de 100 doenças, é atualmente um problema de saúde pública mundial, não somente pelo aumento de sua prevalência, mas também pelos investimentos em ações abrangentes nos diversos níveis de atuação, como na promoção da saúde, na detecção precoce, na assistência, na vigilância, na formação de recursos humanos, na comunicação e mobilização social, na pesquisa e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). Estimou-se para 2008 12 milhões de casos novos de câncer e sete milhões de óbitos por câncer no mundo. No Brasil, constitui a segunda causa de morte, representando 17% dos óbitos por causas conhecidas (Inca, 2010). Com o crescente aumento populacional e o envelhecimento contínuo da população, o perfil epidemiológico do câncer tem sofrido alterações, afetando significativamente o impacto das neoplasias no cenário mundial. Para mudar o panorama atual do câncer, é imprescindível que haja estímulo à busca de informações precisas e de qualidade, sobre a incidência e prevalência da doença nas populações, propiciando a implantação de políticas públicas que levem à realização de ações efetivas de prevenção e detecção precoce, visando à redução de danos, às taxas de mortalidade e às despesas públicas (Veras, 2007). Nesse sentido, este estudo tem por objetivo descrever o perfil clinico demográfico e sobrevida dos usuários atendidos na unidade oncológica do Hospital Dom Pedro de Alcântara, tal atividade foi proposta pelo Pet-Saúde Redes/Doenças Crônicas com objetivo de auxiliar os integrantes do grupo no conhecimento e na construção do processo de acolhimento na unidade. METODOLOGIA Trata-se de um estudo retrospectivo do tipo exploratório, descritivo, com abordagem quantitativa, são de fácil realização e, em saúde pública, tornam-se linha de base para planejamento em saúde (Massad, 2004). Foram analisados 106 pacientes internados na unidade de clínica oncológica do Hospital Dom Pedro de Alcântara da cidade de Feira de Santana, Bahia. A coleta de dados foi realizada através do livro de registro de entrada e saída da clínica oncológica criado pelos profissionais da própria unidade, referente ao período de fevereiro de 2013 a novembro de 2013. Foi elaborado um instrumento para coleta de dados através de uma planilha individual contendo dados como: sexo, idade, atual situação, data de admissão, diagnóstico de base, motivo de internamento, esquema terapêutico e data de alta. Para a análise foram criados gráficos com os resultados a fim de auxiliar na interpretação. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram internados na clínica oncológica 106 pacientes, sendo 55% do sexo masculino (58 pacientes) e 45% do sexo feminino (48 pacientes). A faixa etária variou de 10 à 89 anos, sendo que, a maior incidência de internamentos (20%) se deu na faixa etária compreendida entre os 60-69 anos, enquanto que a menor incidência (2%) ocorreu na faixa entre os 10 à 19 anos. Dentre a amostragem dos pacientes, no que diz respeito à situação terapêutica dos pacientes 53% estão em situação desconhecida, 23% se encontram sob terapêutica, 9% vieram à óbito e 15% foram transferidos. Relacionado aos diagnósticos 25% dos casos correspondem ao Câncer Gástrico, 19% Câncer de Colón e 11% a Leucemia Mielóide Aguda. A média de dias de internamento desses pacientes na unidade oncológica variou de 2 à 5 dias. Através dos dados colhidos é possível identificar variáveis importantes que podem contribuir para um combate mais eficaz contra o câncer na cidade de Feira de Santana. O perfil epidemiológico da unidade segue o descrito na literatura, em que os pacientes internados são principalmente do sexo masculino, idosos, vítimas de câncer, vindos da própria residência. Com um público-alvo bem delimitado - como o que aqui foi traçado - ações intervencionistas podem ser definidas com maior eficácia e exatidão. Pensamos que ações ligadas à educação em saúde, fazem-se necessárias, a fim de que consiga-se com uma frequência cada vez maior prevenir a incidência do câncer. Pensamos que uma maior articulação, nesse sentido, entre os diversos componentes do Sistema Único de Saúde pode contribuir para o alcance de resultados cada vez mais positivos. Tabela 1. Número de casos por tipo de câncer diagnosticado. Tipo de câncer Leucemia Mielóide Aguda Pênis Linfoma Não Hodgkin Gástrico Cólon Linfoma de HodgKin Nasofaringe Esôfago Rabidomiosarcoma Mama Abdômem Próstata Língua Amígdala Colo uterino Orofaringe Ovário Reto Cerebelo Vulva Pulmão Bexiga Linfoma de Burkitt Total Total 12 2 1 26 20 4 3 4 1 3 2 3 1 2 2 6 2 5 1 2 1 1 2 106 Tabela 2. Número de casos por faixa etária. Incidência por faixa etária Idade 0 à 9 anos 10 à 19 anos 20 à 29 anos 30 à 39 anos 40 à 49 anos 50 à 59 anos 60 à 69 anos 70 à 79 anos 80 à 89 anos 90 à 99 anos Total Número 2 11 15 14 20 21 19 4 106 Tabela 3. Número de casos por situação terapêutica Sob terapêutica Óbito Transferido Desconhecida Total Situação terapêutica Número 24 10 16 56 106 % 23% 9% 15% 53% 100% CONCLUSÃO Os dados analisados permitiram caracterizar o perfil epidemiológico da clínica oncológica do Hospital Dom Pedro de Alcântara, e têm importância, pois pode contribuir na implementação de políticas públicas visando à programação de medidas nos diferentes níveis de atenção à saúde e melhoria da assistência à clientela assistida pelo SUS do município e região. O perfil epidemiológico da unidade nos faz refletir sobre a necessidade de programas de educação, a fim de qualificar e conscientizar a equipe multiprofissional. De forma que possibilitou a identificação dos tipos de cânceres mais incidentes, o que favorece a realização de ações preventivas que devem ser iniciadas desde a unidade básica de saúde, tendo em vista a detecção precoce do câncer e consequentemente o sucesso terapêutico. REFERENCIAS Instituto Nacional de Câncer (Brasil). Estimativas 2010 Incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2009. MASSAD, E., MENEZES, R. X., SILVEIRA, P. S. P., ORTEGA, N. R. S. Métodos quantitativos em medicina. São Paulo: Ed. Manole; 2004. VERAS, R. Fórum. Envelhecimento populacional e as informações de saúde do PNAD: demandas e desafios contemporâneos. Cad Saude Publica, 2007.