I PACIENTE 1 Anos SINDSAÚDE-RN Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN Contatos: 4006.2950 / www.sindsaudern.org.br Junho/Julho de 2009 Pacientes reclamam da falta de estrutura e descontam nos funcionários Sindsaúde exigiu a presença da Guarda Municipal para proteger servidores Falta de estrutura leva pacientes a agredir funcionários Duas agressões já foram registradas no Posto de Saúde Básica das Rocas. Poder público empurra problema com a barriga. O Posto de Saúde Básica do bairro das Rocas, Zona Leste de Natal, vem sofrendo com um problema que parece não ter fim. A falta de estrutura no local faz usuários do SUS perderem a cabeça e partirem para agredir os funcionários. O estresse causado pelas agressões tem levado funcionários a se licenciar por problemas de saúde, diminuindo a quantidade de atendimentos. A prefeitura que virou as costas para o problema por um bom tempo, colocou uma equipe da guarda municipal para fazer a segurança do local. Mas já avisou. É temporário. Em março houve o primeiro caso de agressão física no lugar. A vítima foi uma agente de saúde, que não pode atender a exigência de marcar uma consulta por falta de fichas. Já em maio dois profissionais, uma agente de saúde e uma técnica de enfermagem voltaram a ser agredidas por falta de fichas para atendimento. Desde o início o Sindsaúde solicitou à Secretaria Municipal de Saúde que tomasse providências com relação à segurança dos funcionários, mas somente no início de junho uma equipe da guarda começou a fazer a segurança no local. Com a sensação de medo, o estresse tomou conta dos servidores. Dois, dos três clínicos gerais que atendiam no posto, entraram de licença-médica depois das agressões. Bem como a agente de saúde agredida. A situação é ainda pior se tomarmos como base as agressões psicológicas. Servidores relatam que usuários da unidade chegam a colocar facas e revólveres sobre a me sa p a ra a me a ç a r os funcionários ao fazerem exigências, como atendimento ou entrega imediata de exames. Problemas se multiplicam A Aposentada reclama da falta de remédios violência nunca é a melhor saída. Mas os pacientes alegam que é difícil conviver com a falta de eficiência do posto. Sem nunca ter recorrido a violência que ela considera absurda a dona de casa Maria Alves da Silva, 50, diz que vai sempre ao posto, mas não é possível saber se vai ser atendida. “Às vezes tem, às vezes não, mas acho que o que temos que fazer é aguardar”, falou. O aposentado Francisco Estevam, 65, é outro que enfrenta problemas ao procurar os serviços do posto. “Quase nunca tem médico, e o remédio que eu preciso também é difícil de conseguir”, afirmou. Os funcionários do posto preferem não se identificar, mas garantem que o problema atinge os 3.200 pacientes atendidos pela unidade. Faltam medicações, curativos, remédios para hipertensão e diabetes, há mofo e infiltrações nas salas e no centro odontológico, e ainda por cima, com o afastamentos dos médicos, o atendimento está sendo feito por enfermeiros. I Página 2 Julho/Julho de 2009 PACIENTE Gripe suína preocupa o mundo Ainda não houve contaminação no Brasil e os poucos casos estão controlados, mas é sempre bom saber direitinho o que fazer se ela chegar por aqui. N os últimos tempos um só assunto tomou conta dos noticiários a chamada gripe suína. Suíno quer dizer que vem do porco. Mas não, a gripe não é transmitida pelo porco. Ela é transmitida por virus que evolui de doenças humanas e animais e se tornou muito forte. Mas como se prevenir. Como não pegar. O que fazer se tiver isso chegar na sua rua, na sua escola. Vamos tentar entender. O virus é transmitido de pessoa para pessoa, e o papel do porco encontra-se sob investigação. Contudo, é certo que não há qualquer risco de contaminação através da alimentação de carnes suínas cozinhadas. Cozinhar a carne de porco mata o vírus, assim como outros vírus e bactérias. Assim como a gripe humana comum, a gripe sína apresenta como sintomas febre repentina, fadiga, dores pelo corpo, tosse. Esse novo surto, aparentemente, também causa mais diarreia e vômitos que a gripe convencional. Mas isso não quer dizer que se sentir esses sintomas a doença será essa. Somente são considerados suspeitos da gripe suína, pessoas que tenham vindo de países Como surgiu a gripe suína A gripe sempre foi uma doença comum entre homens e animais. Mas a gripe suína começou a preocupar o mundo porque pode causar a morte de adultos, deiferente do vírus comum. Este novo vírus é uma mistura de vírus que atacavam os porcos, os homens e as aves. Eles se misturaram devido a proximidade destes seres. Nas grandes fazendas de porcos do México e dos Estados Unidos os porcos são criados em grandes galpões e tem menos de um metro quadrado para se locomover. Isso faz com que ganhem peso rápido e deem mais lucro. Na ganância de gerar cada vez mais riqueza os proprietários dessas grandes fazendas colocam cada vez mais animais e dão remédios cada vez mais fortes para curar suas doenças. Pois bem, os vírus foram ficando mais resistentes e acabaram por contaminar o homem. EXPEDIENTE Publicação do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde) Secretaria de Comunicação: Paulo Martins, Vivaldo Augusto onde existe contágio como Estados Unidos e México, ou que tenham contato com estas pessoas. A contaminação se dá da mesma forma que a gripe comum, por via aérea, contato direto com o infectado, ou indireto (através das mãos) com objetos contaminados. Não há contaminação pelo consumo de carne ou produtos suínos. Ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos, é uma das formas de prevenir a transmis- são da doença. Ao se perceber que muitas pessoas estavam evitando consumir a carne de porco, a Organização Mundial da Saúde tentou mudar o nome da gripe para Influeza A (H1N1), mas já era tarde demais. Todos conhecem a doença com gripe suína. Dúvidas mais frequentes sobre a gripe suína A gripe já chegou no Brasil? Sim. Mas só atingiu pessoas que estiveram em países com alto índice de contaminação ou que tiveram contato com essas pessoas. Pego gripe se comer carne de porco? Não se a carne for bem cozida. Carne de porco mal cozida pode transmitir várias doenças. Preciso usar máscara? As máscaras são indicadas para pessoas que estejam com a doenças ou em lugares em que o vírus já esteja no ar. Esse não é o caso do Brasil. Se eu tiver contato com estrangeiros ou fizer uma viagem para fora do país e apresentar os sintomas da gripe, o que devo fazer? Procure imediatamente o Hospital Giselda Trigueiro. EQUIPE Jornalistas Responsáveis: Ana Paula Costa DRT 1235 JP/RN Rafael Duarte DRT 1250 JP/RN Ilustração: Amâncio Sede Própria: I Página 3 Junho/Julho de 2009 PACIENTE Vale Dourado é exemplo de abandono da saúde pública Rachaduras, infiltrações, falta de médicos, material e medicamentos este é o retrato do Posto de Saúde do Vale Dourado, mas poderia ser de qualquer outro posto da capital O s moradores do posto de saúde do Vale Dourado, na Zona Norte de Natal, clamam por atenção. Mas cansaram de esperar pelo poder público e resolveram botar o bolo na rua. Caminhada e coleta de assinaturas em um abaixoassinado são algumas das armas usadas pelos moradores para sensibilizar a prefeitura. Na unidade funciona uma unidade de saúde básica e um Posto de Saúde da Família. Na unidade básica não há médicos, então os médicos do PSF se dispõem a atender duas vezes por semana os demais pacientes. Mas não é suficiente. As filas são intermináveis e os problemas começam a aparecer também no PSF. Distância é problema Além disso há outro problema, como relata a dona de casa Geralda Barbosa. “Moro a duas ruas daqui, mas não faço parte do PSF, tenho que ir andando até o Bela Vista (distante quase 4 quilômetros) para conseguir meus medicamentos. É muito longe, tenho problemas de pressão e pra mim é uma dificuldade”, falou. O problema de Dona Geralda é vivido por várias Sindsaúde promoveu um Ato Público para denunciar descaso no posto pessoas desde que o Posto do Paraíso fechou, eles ficaram de fora dos programas de PSF e devido a deficiência na saúde básica acabam sendo prejudi- Falta tudo nos hospitais do RN Pacientes e funcionários expostos ao mesmo perigo, infecções decorrentes de falta de material de trabalho: o retrato do abandono dos Hospitais do Estado O que era comum de ocorrer no final do ano na maior parte dos hospitais do estado, agora não tem mais data: o desabastecimento de materiais e alimentos. Some-se a isso a falta de profissionais em diversas áreas e está formada a imagem do serviço público de saúde no Rio Grande do Norte. Antes restrito a certos medicamentos de uso específico, o desabastecimento chegou a materiais básicos como luvas de procedimento, esparadrapo, sabão, álcool e hipoclorito. Sem esses utensílios, procedimentos simples como troca de curativos e banhos. Quem mais vem sofrendo com o problema são os Hospitais Walfredo Gurgel, sete horas por uma ambulância. “Desde às 4h da manhã estamos esperando, ele é cardíaco e está sentado nesta cadeira de rodas, isso é um absurdo”, falou próximo das 11h quando seu pai foi levado para fazer um exame em um hospital público. No Santa, as pessoas estão sendo impossibilitadas de fazer nebulizações, nesse período chuvosos os casos de problemas respiratórios aumentam e essa negativa faz com que muitos doentes voltem para casa sem o tratamento devido. Giselda Trigueiro e Santa Catarina. No Walfredo, devido à alta demanda o abastecimento não chega a durar 24h. Isso sem falar nos problemas pontuais como quebra de elevadores e ambulâncias. A dona de casa Geíres Macedo da Costa Souza, que estava há mais de um mês com o pai no Walfredo esperou por A situação é semelhante no Giselda. Um hospital de doenças infectocontagiosas em que falta o mínimo para a desinfecção de materiais. I Página 4 Junho/Julho de 2009 PACIENTE Festas juninas aninam o Nordeste No Brasil todo os Santos são reverenciados nesse período, mas especialmente no Nordeste do país as festas são mais animadas e cheias de devoção D e acordo com historiadores, as festas juninas foram trazidas para o Brasil pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal). Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, é no Nordeste as festas ganham uma grande expressão. O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio. São João é tido como aquele que mais dorme. É para ele que os devotos costumam soltar os balões que Humor colorem os céus nesse período. São Pedro é quem tem as chaves do Céu e Santo Antônio é quem mais recebe pedidos das mulheres casamenteiras. Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura. A l é m d e alegrar o povo, as festas representam um importante momento econômico, pois muitos turistas visitam cidades nordestinas para acompanhar os festejos. Hotéis, comércios e clubes aumentam os lucros e geram empregos nestas cidades. O forro pé-deserra está dando espaço aos famosos forrós eletrônicos e descaracterizando as origens nordestinas, mas ainda é possível encontrar Arraiás que preservem os velhos trios de sanfona, zabumba e triângulo.