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Lista de exercícios – UNESP – Prof. David Nogueira.
1. (Unesp 2013) O Brasil assistiu, nos últimos meses de 1822 e na primeira metade de 1823,
a) ao reconhecimento da Independência brasileira pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e por
Portugal.
b) ao esforço do imperador para impor seu poder às províncias que não haviam aderido à
Independência.
c) à libertação da Província Cisplatina, que se tornou independente e recebeu o nome de
Uruguai.
d) à pacífica unificação de todas as partes do território nacional, sob a liderança do governo
central, no Rio de Janeiro.
e) à confirmação, pelas Cortes portuguesas e pela Assembleia Constituinte, do poder
constitucional do imperador.
2. (Unesp 2013) [...] até a década de 1870, apesar das pressões, os escravos continuavam a
ser a mão de obra fundamental para a lavoura brasileira, sendo que nessa época todos os 643
municípios do Império [...] ainda continham escravos.
(Lilia Moritz Schwarcz. Retrato em branco e negro, 1987.)
A redução da importância do trabalho escravo, ocorrida após 1870, deveu-se, entre outros
fatores,
a) ao aumento das fugas e rebeliões escravas e ao crescimento das correntes migratórias em
direção ao Brasil.
b) ao desinteresse dos cafeicultores do Vale do Paraíba em manter escravos e à intensa
propaganda abolicionista direcionada aos próprios escravos.
c) à firme oposição da Igreja Católica ao escravismo e ao temor de que se repetisse, no Brasil,
uma revolução escrava como a que ocorrera em Cuba.
d) à pressão inglesa e francesa pelo fim do tráfico e à dificuldade de adaptação do escravo ao
trabalho na lavoura do café.
e) à diminuição do preço do escravo no mercado interno e à atuação abolicionista da Guarda
Nacional.
3. (Unesp 2013) A Revolução Farroupilha foi um dos movimentos armados contrários ao poder
central no Período Regencial brasileiro (1831-1840). O movimento dos Farrapos teve algumas
particularidades, quando comparado aos demais.
Em nome do povo do Rio Grande, depus o governador Braga e entreguei o governo ao seu
substituto legal Marciano Ribeiro. E em nome do Rio Grande do Sul eu lhe digo que nesta
província extrema [...] não toleramos imposições humilhantes, nem insultos de qualquer
espécie. [...] O Rio Grande é a sentinela do Brasil, que olha vigilante para o Rio da Prata.
Merece, pois, maior consideração e respeito. Não pode e nem deve ser oprimido pelo
despotismo. Exigimos que o governo imperial nos dê um governador de nossa confiança, que
olhe pelos nossos interesses, pelo nosso progresso, pela nossa dignidade, ou nos
separaremos do centro e com a espada na mão saberemos morrer com honra, ou viver com
liberdade.
(Bento Gonçalves [carta ao Regente Feijó, setembro de 1835] apud Sandra Jatahy Pesavento.
A Revolução Farroupilha, 1986.)
Entre os motivos da Revolução Farroupilha, podemos citar
a) o desejo rio-grandense de maior autonomia política e econômica da província frente ao
poder imperial, sediado no Rio de Janeiro.
b) a incorporação, ao território brasileiro, da Província Cisplatina, que passou a concorrer com
os gaúchos pelo controle do mercado interno do charque.
c) a dificuldade de controle e vigilância da fronteira sul do império, que representava constante
ameaça de invasão espanhola e platina.
d) a proteção do charque rio-grandense pela Corte, evitando a concorrência do charque
estrangeiro e garantindo os baixos preços dos produtos locais.
e) a destruição das lavouras gaúchas pelas guerras de independência na região do Prata e a
decorrente redução da produção agrícola no Sul do Brasil.
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4. (Unesp 2013) Eu acho que a anistia foi a solução, mas ela não foi completa. Quer dizer, não
podiam ser anistiados aqueles que mataram torturando, porque esse é um crime inafiançável.
Quem mata calmamente, friamente, tem de sofrer um processo e tem de sofrer também as
consequências do seu ato. Isso nunca foi executado no Brasil como foi executado na Argentina
com todos os generais. O Brasil fez uma anistia pela metade, mas nós ficamos contentes
porque não houve derramamento de sangue.
(D. Paulo Evaristo Arns. Cult, março de 2004.)
Segundo a declaração de D. Paulo Evaristo Arns, Arcebispo de São Paulo entre 1970 e 1998,
a Lei da Anistia no Brasil, de 1979,
a) perdoou opositores e defensores do regime militar e, a despeito de suas imperfeições,
impediu confrontos e mortes entre setores políticos rivais.
b) inspirou-se na lei de anistia argentina, que julgou e condenou militares que mataram e
torturaram durante o regime militar.
c) foi inútil, uma vez que não puniu aqueles que atuaram, durante o regime militar, nos órgãos
de repressão política e policial.
d) foi equivocada, pois determinou o posterior levantamento, análise e julgamento dos crimes
cometidos durante o período do regime militar.
e) beneficiou os opositores do regime militar e condenou aqueles que os reprimiram por meio
da violência e da tortura.
5. (Unesp 2013) Durante o regime militar brasileiro (1964-1985), ocorreram:
a) fim do intervencionismo estatal na economia, ampliação da autonomia dos estados e
controle militar do sistema de informações.
b) ampliação dos programas sociais voltados à saúde e à educação, crescimento industrial e
saneamento completo das contas públicas.
c) limitação dos investimentos estrangeiros no país, erradicação da inflação e pagamento da
dívida externa brasileira.
d) fortalecimento do poder executivo, relativo esvaziamento do legislativo e do judiciário e
aumento da participação estatal na economia.
e) modernização tecnológica nas comunicações, incremento dos transportes aéreo e ferroviário
e maior equilíbrio na distribuição de renda.
6. (Unesp 2013) A disputa pelo Acre, entre Brasil e Bolívia, na passagem do século XIX para o
XX, envolveu
a) guerra entre os dois países, que durou mais de dez anos e provocou a destruição de boa
parte das áreas de plantio e extrativismo na região.
b) atuação militar e política da Grã-Bretanha, que mediou as negociações entre os países sulamericanos e estabeleceu a hegemonia britânica na região amazônica.
c) interesses dos dois países relacionados à exploração do látex, que atraíra grande
contingente de brasileiros para a região, na segunda metade do século XIX.
d) intervenção dos Estados Unidos, que aproveitaram o conflito entre os países sul-americanos
para assumir o controle sobre a exploração do gás natural boliviano.
e) conflitos armados, que se alastraram por toda a região amazônica no princípio do século XX
e dos quais participaram, também, a Colômbia e a Venezuela.
7. (Unesp 2013) Os caminhões rodando, as carroças rodando,
Rápidas as ruas se desenrolando,
Rumor surdo e rouco, estrépitos, estalidos...
E o largo coro de ouro das sacas de café!...
Na confluência o grito inglês da São Paulo Railway...
Mas as ventaneiras da desilusão! a baixa do café!...
(Mário de Andrade. Paisagem n° 4. Poesias completas, 1987.)
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O poema de Mário de Andrade, escrito em 1922, revela características da cidade de São Paulo
na época. Entre elas, podemos citar
a) o desinteresse dos cafeicultores em controlar o preço do café no mercado internacional.
b) o limitado crescimento econômico, que eliminou o peso e a influência da capital paulista nas
decisões do governo federal.
c) a harmonização social, após o período de revoltas sociais do início da República.
d) a hegemonia do capital estrangeiro, que impedia o crescimento da burguesia nacional.
e) a persistência de aspectos tradicionais durante o processo de modernização e
reurbanização.
8. (Unesp 2013) Leia.
Quando sua influência [de Péricles] estava no auge, ele poderia esperar a constante aprovação
de suas políticas, expressa no voto popular na Assembleia, mas suas propostas eram
submetidas à Assembleia semanalmente, visões alternativas eram apresentadas às dele, e a
Assembleia sempre podia abandoná-lo, bem como suas políticas, e ocasionalmente assim
procedeu. A decisão era dos membros da Assembleia, não dele, ou de qualquer outro líder; o
reconhecimento da necessidade de liderança não era acompanhado por uma renúncia ao
poder decisório. E ele sabia disso.
(Moses I. Finley. Democracia antiga e moderna, 1988.)
Ao caracterizar o funcionamento da democracia ateniense, no século V a.C., o texto afirma que
a) os líderes políticos detinham o poder decisório, embora ouvissem às vezes as opiniões da
Assembleia.
b) a eleição de líderes e representantes políticos dos cidadãos na Assembleia demonstrava o
caráter indireto da democracia.
c) a Assembleia era o espaço dos debates e das decisões, o que revelava a participação direta
dos cidadãos na condução política da cidade.
d) os membros da Assembleia escolhiam os líderes políticos, submetendo-se a partir de então
ao seu poder e às suas decisões.
e) os cidadãos evitavam apresentar suas discordâncias na Assembleia, pois poderiam assim
provocar impasses políticos.
9. (Unesp 2013) Leia.
Nos arredores de Assis, dois leprosários [...] hospedavam os homens e mulheres de visão
repugnante escorraçados por todos: considerava-se que os leprosos eram assim por castigo de
Deus, por causa dos pecados cometidos, ou porque tinham sido concebidos em pecado. Por
isso, ao se movimentarem, eram obrigados a bater certas castanholas, para que os sãos
pudessem evitá-los, fugindo a tempo.
(Chiara Frugoni. Vida de um homem: Francisco de Assis, 2011.)
A lepra e as demais doenças recorrentes durante a Idade Média
a) resultavam do descuido das vítimas e os médicos se dedicavam apenas aos doentes graves
ou terminais.
b) atingiam basicamente as populações rurais, pois as condições de higiene e saneamento nas
cidades eram melhores.
c) atacavam e matavam igualmente nobres e pobres, pois não existiam hospitais ou remédios.
d) eram consideradas contagiosas e, devido a isso, não havia pessoas dispostas a cuidar dos
enfermos.
e) eram muitas vezes atribuídas à ação divina e as vítimas eram tratadas como responsáveis
pelo mal.
10. (Unesp 2013) “Servir” ou, como também se dizia, “auxiliar”, – “proteger”: era nestes termos
tão simples que os textos mais antigos resumiam as obrigações recíprocas do fiel armado e do
seu chefe.”
(Marc Bloch. A sociedade feudal, 1987.)
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O mais importante dos deveres que, na sociedade feudal, o vassalo tinha em relação ao seu
senhor era:
a) o respeito à hierarquia e à unicidade de homenagens, que determinava que cada vassalo só
podia ter um senhor.
b) o auxílio na guerra, participando pessoalmente, montado e armado, nas ações militares
desenvolvidas pelo senhor.
c) a proteção policial das aldeias e cidades existentes nos arredores do castelo de seu senhor.
d) a participação nos torneios e festejos locais, sem que o vassalo jamais levantasse suas
armas contra seu senhor.
e) a servidão, trabalhando no cultivo das terras do senhor e pagando os tributos e encargos
que lhe eram devidos.
11. (Unesp 2013) No final do século XVIII, a Inglaterra mantinha relações comerciais regulares
com várias regiões do continente africano. O interesse de ingleses nesse comércio derivava,
entre outras coisas, da necessidade de
a) mercado consumidor para os tecidos, produzidos em escala industrial nas fábricas inglesas
e francesas.
b) especiarias e sal, utilizados na conservação de alimentos consumidos nas grandes cidades
europeias.
c) petróleo, utilizado como fonte principal de energia nas fábricas instaladas em torno das
grandes cidades inglesas.
d) matérias-primas, como o algodão e os óleos vegetais, que eram utilizadas pelas fábricas
inglesas.
e) mão de obra a ser empregada nas manufaturas e fábricas que proliferavam na Inglaterra e
na França.
12. (Unesp 2013) Leia.
Todo processo de industrialização é necessariamente doloroso, porque envolve a erosão de
padrões de vida tradicionais. Contudo, na Grã-Bretanha, ele ocorreu com uma violência
excepcional, e nunca foi acompanhado por um sentimento de participação nacional num
esforço comum. Sua única ideologia foi a dos patrões. O que ocorreu, na realidade, foi uma
violência contra a natureza humana. De acordo com uma certa perspectiva, esta violência pode
ser considerada como o resultado da ânsia pelo lucro, numa época em que a cobiça dos
proprietários dos meios de produção estava livre das antigas restrições e não tinha ainda sido
limitada pelos novos instrumentos de controle social. Não foram nem a pobreza, nem a doença
os responsáveis pelas mais negras sombras que cobriram os anos da Revolução Industrial,
mas sim o próprio trabalho.
(Edward P. Thompson. A formação da classe operária inglesa, vol. 2, 1987. Adaptado.)
O texto afirma que a Revolução Industrial
a) aumentou os lucros dos capitalistas e gerou a convicção de que era desnecessário criar
mecanismos de defesa e proteção dos trabalhadores.
b) provocou forte crescimento da economia britânica e, devido a isso, contou com esforço e
apoio plenos de todos os segmentos da população.
c) representou mudanças radicais nas condições de vida e trabalho dos operários e envolveuos num duro processo de produção.
d) piorou as condições de vida e de trabalho dos operários, mas trouxe o benefício de
consolidar a ideia de que o trabalho enobrece o homem.
e) preservou as formas tradicionais de sociabilidade operária, mas aprofundou a miséria e
facilitou o alastramento de epidemias.
13. (Unesp 2013) As redes de comércio, os fortes costeiros, as relações tecidas ao longo dos
séculos entre comerciantes europeus e chefes africanos, continuaram a ser o sustentáculo do
fornecimento de mercadorias para os europeus, só que agora estas não eram mais pessoas, e
sim matérias-primas.
(Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano, 2007.)
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O texto refere-se à redefinição das relações comerciais entre europeus e africanos, ocorrida
quando
a) portugueses e espanhóis libertaram suas colônias africanas e permitiram que elas
comercializassem marfim, café e outros produtos livremente com o resto do mundo.
b) norte-americanos passaram a estimular a independência das colônias africanas, para
ampliar o mercado consumidor de seus tecidos e produtos alimentícios.
c) ingleses e holandeses estabeleceram amplo comércio escravista entre os dois litorais do
Atlântico Sul.
d) ingleses e franceses buscaram resinas, tinturas e outros produtos na África e
desestimularam o comércio escravista.
e) portugueses e espanhóis conquistaram e colonizaram as costas leste e oeste da África.
14. (Unesp 2013) Podemos afirmar que as obras A divina comédia, escrita por Dante Alighieri
no início do século XIV, e Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes no início do século
XVII,
a) parodiaram as novelas de cavalaria e defenderam a hegemonia da Igreja Católica e da
aristocracia, respectivamente.
b) derivaram de registros orais e foram apenas organizadas e sistematizadas na escrita de
seus autores.
c) contribuíram para a unificação e o estabelecimento da forma moderna dos idiomas italiano e
espanhol.
d) assumiram forte conotação anticlerical e intensificaram as críticas renascentistas à conduta
e ao poder da Igreja Católica.
e) retrataram o imaginário da burguesia comercial ascendente na Itália e na Espanha do final
da Idade Média.
15. (Unesp 2013) Leia.
A Itália deseja a paz, mas não teme a guerra.
A justiça sem a força é uma palavra sem sentido.
Nós sonhamos com a Itália romana.
Os três lemas acima foram amplamente divulgados durante o governo de Benito Mussolini
(1922-1943) e revelam características centrais do fascismo italiano:
a) a perseguição aos judeus, a liberdade de expressão e a valorização do direito romano.
b) o culto ao corpo, o pacificismo e a ânsia de voltar ao passado.
c) o nacionalismo, a valorização do espírito clássico e o materialismo.
d) a beligerância, o culto à ação e o esforço expansionista.
e) o revanchismo, a socialização da economia industrial e a perseguição aos estrangeiros.
16. (Unesp 2013) O colapso e o fim da União Soviética, no princípio da década de 1990,
derivaram, entre outros fatores,
a) da ascensão comercial e militar da China e da Coreia do Sul, o que provocou acelerada
redução nas exportações soviéticas de armamentos para os países do leste europeu.
b) da implantação do socialismo nos países do leste europeu e da perda de influência política e
comercial sobre a África, o Oriente Médio e o sul asiático.
c) dos altos gastos militares e das disputas internas do partido hegemônico, e facilitaram a
eclosão de movimentos separatistas nas repúblicas controladas pela Rússia.
d) da derrubada do Muro de Berlim, que representava a principal proteção, por terra, do mundo
socialista, o que facilitou o avanço das tropas ocidentais.
e) da ascensão política dos partidos de extrema direita na Rússia e do surgimento de um
sindicalismo independente nas repúblicas da Ásia.
17. (Unesp 2013) [Na Mesopotâmia,] todos os bens produzidos pelos próprios palácios e
templos não eram suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na
exploração da população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram
principalmente duas: os impostos e os trabalhos forçados.
(Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002.)
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Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a
a) internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de
algodão, cevada e sésamo.
b) utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de
gado bovino e caprino.
c) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava
o sistema econômico mesopotâmico como escravista.
d) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores
aos credores.
e) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo
rei, como templos ou muralhas.
18. (Unesp 2013) Leia.
É uma ideia grandiosa pretender formar de todo o Novo Mundo uma única nação com um único
vínculo que ligue as partes entre si e com o todo. Já que tem uma só origem, uma só língua,
mesmos costumes e uma só religião, deveria, por conseguinte, ter um só governo que
confederasse os diferentes Estados que haverão de se formar; mas tal não é possível, porque
climas remotos, situações diversas, interesses opostos e caracteres dessemelhantes dividem a
América.
(Simón Bolívar. Carta da Jamaica [06.09.1815]. Simón Bolívar: política, 1983.)
O texto foi escrito durante as lutas de independência na América Hispânica. Podemos dizer
que,
a) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar não aceitou a diversidade americana e, em sua
ação política e militar, reagiu à iniciativa autonomista do Brasil.
b) ao contrário do que afirma na carta, Bolívar combateu as propostas de independência e
unidade da América e se empenhou na manutenção de sua condição de colônia espanhola.
c) conforme afirma na carta, Bolívar defendeu a unidade americana e se esforçou para que a
América Hispânica se associasse ao Brasil na luta contra a hegemonia norte-americana no
continente.
d) conforme afirma na carta, Bolívar aceitou a diversidade geográfica e política do continente,
mas tentou submeter o Brasil à força militar hispano-americana.
e) conforme afirma na carta, Bolívar declarou diversas vezes seu sonho de unidade americana,
mas, em sua ação política e militar, reconheceu que as diferenças internas eram
insuperáveis.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Leia o texto para responder à questão.
[Os tupinambás] têm muita graça quando falam [...]; mas faltam-lhe três letras das do ABC, que
são F, L, R grande ou dobrado, coisa muito para se notar; porque, se não têm F, é porque não
têm fé em nenhuma coisa que adoram; nem os nascidos entre os cristãos e doutrinados pelos
padres da Companhia têm fé em Deus Nosso Senhor, nem têm verdade, nem lealdade a
nenhuma pessoa que lhes faça bem. E se não têm L na sua pronunciação, é porque não têm
lei alguma que guardar, nem preceitos para se governarem; e cada um faz lei a seu modo, e ao
som da sua vontade; sem haver entre eles leis com que se governem, nem têm leis uns com os
outros. E se não têm esta letra R na sua pronunciação, é porque não têm rei que os reja, e a
quem obedeçam, nem obedecem a ninguém, nem ao pai o filho, nem o filho ao pai, e cada um
vive ao som da sua vontade [...].
(Gabriel Soares de Souza. Tratado descritivo do Brasil em 1587, 1987.)
19. (Unesp 2013) Os comentários de Gabriel Soares de Souza expõem
a) a dificuldade dos colonizadores de reconhecer as peculiaridades das sociedades nativas.
b) o desejo que os nativos sentiam de receber orientações políticas e religiosas dos
colonizadores.
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c) a inferioridade da cultura e dos valores dos portugueses em relação aos dos tupinambás.
d) a ausência de grupos sedentários nas Américas e a missão civilizadora dos portugueses.
e) o interesse e a disposição dos europeus de aceitar as características culturais dos
tupinambás.
20. (Unesp 2013) O texto destaca três elementos que o autor considera inexistentes entre os
tupinambás, no final do século XVI. Esses três elementos podem ser associados,
respectivamente,
a) à diversidade religiosa, ao poder judiciário e às relações familiares.
b) à fé religiosa, à ordenação jurídica e à hierarquia política.
c) ao catolicismo, ao sistema de governo e ao respeito pelos diferentes.
d) à estrutura política, à anarquia social e ao desrespeito familiar.
e) ao respeito por Deus, à obediência aos pais e à aceitação dos estrangeiros.
TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:
Com a vinda da Corte, pela primeira vez, desde o início da colonização, configuravam-se nos
trópicos portugueses preocupações próprias de uma colônia de povoamento e não apenas de
exploração ou feitoria comercial, pois que no Rio teriam que viver e, para sobreviver, explorar
“os enormes recursos naturais” e as potencialidades do Império nascente, tendo em vista o
fomento do bem-estar da própria população local.
(Maria Odila Leite da Silva Dias.
A interiorização da metrópole e outros estudos, 2005.)
21. (Unesp 2013) A alteração na relação entre o governo português e o Brasil, mencionada no
texto, pode ser notada, por exemplo,
a) na redução dos impostos sobre a exportação do açúcar e do algodão, no reforço do sistema
colonial e na maior integração do território brasileiro.
b) no estreitamento dos vínculos diplomáticos com os Estados Unidos, na instalação de um
modelo federalista e na modernização dos portos.
c) na ampliação do comércio com as colônias espanholas do Rio da Prata, na reurbanização
do Rio de Janeiro e na redução do contingente do funcionalismo público.
d) na abertura de estradas, na melhoria das comunicações entre as capitanias e no maior
aparelhamento militar e policial.
e) no restabelecimento de laços comerciais com França e Inglaterra, na fundação de casas
bancárias e no aprimoramento da navegação de cabotagem.
22. (Unesp 2013) A vinda da Corte portuguesa para o Brasil, ocorrida em 1808 e citada no
texto, foi provocada, sobretudo,
a) pelo fim da ocupação francesa em Portugal e pelo projeto, defendido pelos liberais
portugueses, de iniciar a gradual descolonização do Brasil.
b) pela pressão comercial espanhola e pela disposição, do príncipe regente, de impedir a
expansão e o sucesso dos movimentos emancipacionistas na colônia.
c) pelo interesse de expandir as fronteiras da colônia, avançando sobre terras da América
Espanhola, para assegurar o pleno domínio continental do Brasil.
d) pela invasão francesa em Portugal e pela proximidade e aliança do governo português com
a política da Inglaterra.
e) pela intenção de expandir, para a América, o projeto de união ibérica, reunindo, sob a
mesma administração colonial, as colônias espanholas e o Brasil.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Leia o texto para responder à(s) seguinte(s) questão(ões):
Enquanto a economia balançava, as instituições da democracia liberal praticamente
desapareceram entre 1917 e 1942; restou apenas uma borda da Europa e partes da América
do Norte e da Austrália. Enquanto isso, avançavam o fascismo e seu corolário de movimentos
e regimes autoritários.
A democracia só se salvou porque, para enfrentá-lo, houve uma aliança temporária e
bizarra entre capitalismo liberal e comunismo [...]. Uma das ironias deste estranho século é que
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o resultado mais duradouro da Revolução de Outubro, cujo objetivo era a derrubada global do
capitalismo, foi salvar seu antagonista, tanto na guerra quanto na paz, fornecendo-lhe o
incentivo — o medo — para reformar-se após a Segunda Guerra Mundial [...].
(Eric Hobsbawm. Era dos extremos, 1995.)
23. (Unesp 2013) Ao mencionar a aliança temporária e bizarra entre capitalismo liberal e
comunismo, o texto refere-se
a) ao esforço conjunto de União Soviética, França, Inglaterra e Estados Unidos na reunificação
da Alemanha, após a Segunda Guerra Mundial.
b) à articulação militar que uniu Estados Unidos e União Soviética, na Segunda Guerra
Mundial, contra os países do Eixo.
c) à constituição da Entente que, na Primeira Guerra Mundial, permitiu que países do Ocidente
e a Rússia lutassem lado a lado contra a Alemanha.
d) à corrida armamentista entre União Soviética e Estados Unidos, que estimulou o
crescimento econômico e industrial dos dois países.
e) aos acordos de paz que, ao final das duas guerras mundiais, ampliaram a influência política
e comercial da Rússia e dos países liberais europeus.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[B]
O período que se seguiu a proclamação da independência foi marcado por um conjunto de
conflitos e denominado de “guerras de independência”. A cultura social foi marcada
historicamente pela ideia de que a Independência do Brasil foi pacífica, desprezando as lutas
das populações urbanas e das elites agrárias regionais, destacando-se as províncias do norte
(nordeste) do Brasil. Tais conflitos se deram pela resistência de militares e mercadores
lusitanos, contrários à Independência, e, em diversas casos, a vitória ocorreu com a ajuda de
mercenários.
Resposta da questão 2:
[A]
Diversos fatores contribuíram para a substituição do trabalho escravo, principalmente após
1870, quando do fim da Guerra do Paraguai. Tradicionalmente, a historiografia dá maior
destaque às pressões realizadas pela Inglaterra – iniciadas desde 1810 – no meio do exército,
(influenciado pelos ideais positivistas), entre jornalistas e intelectuais e, ao mesmo tempo, dá
pouco destaque às ações dos próprios escravos, com suas fugas e confrontos com os capitães
do mato. Ao mesmo tempo o governo brasileiro iniciara uma política de incentivo a vinda de
imigrantes, grande parte concentrada na lavoura cafeeira de São Paulo.
Resposta da questão 3:
[A]
A Revolução Farroupilha iniciou-se durante o período regencial e se estendeu até o Segundo
Reinado, liderada pela elite gaúcha, formada principalmente por estancieiros criadores de gado
e produtores de charque. É considerado um movimento republicano e separatista, apesar de
que, no texto, ainda no primeiro momento da Revolução, os representantes dos rebeldes façam
reivindicações, exigindo direitos e maior autonomia, e não a separação.
Resposta da questão 4:
[A]
O Arcebispo de São Paulo faz críticas ao processo de Anistia, considerando-o imperfeito, pois
tratou torturadores e torturados da mesma maneira, fazendo ainda uma comparação com
situação semelhante na Argentina, mas que teve desfecho diferente, uma vez que no país
vizinho os responsáveis pela tortura em nome do Estado foram punidos. No entanto, o religioso
vê um elemento positivo nesse desfecho, que foi o de evitar novos conflitos.
Resposta da questão 5:
[D]
O regime militar brasileiro foi, para muitos, uma “ditadura disfarçada”, pois manteve o
funcionamento do Legislativo por quase todo o período; no entanto, o Poder Executivo se
sobrepôs aos demais, na medida em que o presidente passou a governar por decretos leis e
por medidas de exceção, como os Atos Institucionais. Além disso, a participação no Legislativo
era limitada, pois centenas de cidadãos perderam seus direitos políticos, foram presos ou
exilados.
Resposta da questão 6:
[C]
Não houve guerra entre os países e aquela não era uma área de plantio, mas de extrativismo
do látex dos seringais, numa época de expansão da indústria na Europa e EUA. Apesar das
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tensões entre os dois países, a situação foi contornada definitivamente com a assinatura do
Tratado de Petrópolis.
Resposta da questão 7:
[E]
A expansão da lavoura cafeeira, desde o século XIX, possibilitou a modernização da cidade de
São Paulo. Surgiram indústrias, bancos, casas de câmbio e as ferrovias. A vida urbana
modificou-se, mas, ao mesmo tempo, guardou características do mundo rural, como as
carroças e uma riqueza que, direta ou indiretamente, derivou do café.
Resposta da questão 8:
[C]
O texto mostra claramente que, apesar da popularidade do líder Péricles, ele dependia da
aprovação da Assembleia. A democracia que se desenvolveu em Atenas a partir do século V
a.C. é considerada direta, pois todos os cidadãos podiam participar da Assembleia e votar ou
não nas leis propostas pelos governantes, ou seja, não existia o modelo representativo que
conhecemos hoje, quando vereadores ou deputados – representantes dos cidadãos – votam as
leis.
Resposta da questão 9:
[E]
Interpretação de texto que destaca a intensa religiosidade do período a visão teocêntrica de
mundo, que determina que a compreensão da vida humana se dê apenas como expressão da
vontade de Deus. No entanto, as demais alternativas podem induzir o vestibulando ao erro,
pois a lepra era contagiosa e se manifestava tanto entre camponeses como entre nobres.
Resposta da questão 10:
[B]
A relação de suserania e vassalagem se estabelecia entre dois nobres, sendo que um deles
era considerado vassalo, aquele que devia obrigações ao outro por conta de ter recebido um
beneficio. Era uma relação eventual entre iguais do ponto de vista social, estabelecida em
comum, dada a necessidade em determinado momento. O nobre que concedia algo (proteção
ou terras) era denominado suserano e o nobre que recebia era o vassalo, este último devedor
de obrigações costumeiras como a defesa militar.
Resposta da questão 11:
[D]
O século XVIII foi caracterizado pela Revolução Industrial na Inglaterra e, apesar de destacarse a indústria têxtil e sua matéria-prima fundamental, o algodão, outros componentes eram
necessários para o desenvolvimento, funcionamento e manutenção do maquinário. No século
XVIII, o mercado era essencialmente inglês e europeu, e a mão de obra era composta por
antigos camponeses expulsos de suas terras. As especiarias já não tinham grande importância
comercial, e o petróleo e seus derivados não haviam sido descobertos.
Resposta da questão 12:
[C]
O autor destaca aspectos sociais da Revolução Industrial, na medida em que promove a
separação definitiva entre capital e trabalho e agudiza as distinções sociais. Mais do que um
avanço tecnológico, aponta o retrocesso social, na medida em que trabalhadores são
submetidos a uma condição de vida e de trabalho marcada pela exploração e pela miséria.
Resposta da questão 13:
[D]
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Lista de exercícios – UNESP – Prof. David Nogueira.
A partir do século XVIII, com a expansão da manufatura e da Revolução Industrial na
Inglaterra, os interesses europeus, principalmente de Inglaterra e França, se modificaram e a
África se tornou fonte de matérias-primas industriais ou de produtos utilizados como
complemento dessa atividade. Desse modo, o tráfico negreiro que criava instabilidade entre
povos africanos e em sua economia básica passou a ser condenada.
Resposta da questão 14:
[C]
Os dois autores são considerados como marcos do movimento renascentista, ao longo da
Idade Moderna. Nesse período, as características nacionalistas se desenvolveram ou se
aprofundaram. Apesar da região italiana não ter se unificado politicamente, o renascimento
resgatou a cultura antiga romana, dando maior unidade cultural à península. No caso espanhol,
a formação da nação ocorreu no final século XV, porém, a unificação política não eliminou as
divisões internas nem as influências de origem árabe. Nesse sentido, pode-se entender a
importância de um grande autor que seja considerado como “espanhol” e, ao ser difundido em
todo o país, gerar forte influência linguística para maior padronização.
Resposta da questão 15:
[D]
A primeira frase parece moderada, mas apresenta o país preparado e sem temer uma eventual
guerra. A segunda frase destaca a importância da força para a execução da justiça e não se
refere à força das leis, mas sim à força no sentido da violência e da autoridade do Estado
fascista. A terceira frase resgata e valoriza o momento histórico de maior projeção da Itália, a
época do Império Romano, marcada pelo expansionismo e pela subordinação de diversos
povos.
Resposta da questão 16:
[C]
A crise da URSS está vinculada diretamente às disputas com os Estados Unidos, que exigiam
constantes e maciços investimentos na indústria bélica para preservar o equilíbrio da Guerra
Fria, consumindo a economia do país. As disputas internas pelo poder e principalmente os
interesses separatistas ou autonomistas das repúblicas, que eram parte do sistema, foram
determinantes para sua implosão.
Resposta da questão 17:
[E]
Na região da Mesopotâmia viveram diferentes povos durante a antiguidade, que, de uma forma
geral, são estudados superficialmente a partir de características gerais, classificadas dentro do
“modo de produção asiático” no qual predominavam as relações de servidão coletiva de
trabalho; ou seja, as comunidades camponesas deviam tributos ao Estado, normalmente parte
de sua produção e, em menor grau, o trabalho em obras.
Resposta da questão 18:
[E]
Os ideais de unidade latino-americana de Simon Bolívar representam o “pan-americanismo”,
que passou a ser chamado de bolivarismo, pois o líder da independência da Venezuela foi um
dos seus mais destacado defensor. As lutas contra a dominação espanhola e o
reconhecimento dos interesses imperialistas da Inglaterra – a grande potência da época –
impulsionaram a visão de que a unidade seria a melhor forma política para o desenvolvimento
independente das novas nações.
Resposta da questão 19:
[A]
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Lista de exercícios – UNESP – Prof. David Nogueira.
No texto, percebe-se a falta de compreensão quanto à pronúncia dos nativos e à falta de letras
que, para os portugueses, eram essenciais e vista como um grande desvio.
Resposta da questão 20:
[B]
Questão de interpretação de texto. Produzido no século XVI, ainda nos primórdios do processo
de colonização, quando a ação dos jesuítas ainda estava em seu início, o autor desenvolve
uma teoria para justificar não apenas a inferioridade indígena, mas a pouca importância que as
autoridades devem dispensar a este povo.
Resposta da questão 21:
[D]
Apesar do aumento dos impostos, pode-se dizer que, principalmente com a “abertura dos
portos”, o sistema colonial se afrouxou. A monarquia centralizada ampliou o número de
funcionários públicos e da estrutura militar, aprofundou seus vínculos com a Inglaterra e
rompeu relações política e comercial com a França e Espanha.
Resposta da questão 22:
[D]
A corte portuguesa se transferiu para o Brasil no contexto do Bloqueio Continental. Há que se
considerar alguns fatores para essa mudança, como a invasão protagonizada por franceses, as
pressões da Inglaterra sobre o governo lusitano e os interesses da Corte em preservar o
controle sobre todos os seus territórios na América e África.
Resposta da questão 23:
[B]
Se por um lado fascismo e comunismo eram críticos da economia liberal, durante a Segunda
Guerra, os comunistas apoiaram os países liberais na luta contra o nazi-fascismo. A URSS
entrou na Guerra depois de ser invadida pela Alemanha em 1941 e, no final desse ano, os
Estados Unidos entraram na Guerra depois do ataque japonês à Pearl Harbor.
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