Artigo-2-pp-21-34-HPV-3

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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DO HPV DA POPULAÇÃO FEMININA SEXUALMENTE
ATIVA, NA FAIXA ETÁRIA DE 10 A 80 ANOS
OLIVEIRA, Rita de Cássia Esteves de1
FECURY, Amanda Alves2
DIAS, Cláudio Alberto Gellis de Mattos3
OLIVEIRA, Euzébio de4
OLIVEIRA, Rita de Cássia Esteves de; et. al. Perfil epidemiológico do HPV da população
feminina sexualmente ativa, na faixa etária de 10 a 80 anos - Revista Científica Multidisciplinar
Núcleo do Conhecimento, Ano 1, Vol. 4, pp. 21-34 - Julho 2016 – ISSN: 2448-0959
RESUMO
O Papilomavírus Humano (HPV) infecta as células basais do epitelio escamoso podendo causar
lesões benignas ou malignas. O HPV 16 e 18 são os agentes etiologicos do carcinoma cervical
enquanto o 06 e 11 formam o condiloma acuminado. O objetivo dessa pesquisa foi caracterizar o
perfil epidemiológico da população feminina sexualmente ativa na faixa etária de 10 a 80 anos na
região metropolitana de Belém. A pesquisa foi realizada por meio da averiguação Epidemiológica
dos dados notificados no SINAN. O bairro da Marambaia teve o maior número de notificação
(10,32%), seguido do Guamá (9,39%) e Terra Firme (6,91%); os bairros com menor número de
notificação foram o bairro distrital de Cutijuba (0,21%) e do Aurá (0,10%). A faixa etária
predominante dos 20-34 anos com (44,73%), seguida de 15-19 anos (34,29%). A maioria das
mulheres acometidas pelo HPV tem nível médio de ensino incompleto (43,59%). Foi possível
constatar como é grande a necessidade de se discutir, implementar políticas públicas com
programas de prevenção e controle ao combate deste vírus por meio de ações emblemáticas que
possam prevenir a referida população.
PALAVRAS-CHAVE: HPV; Epidemiológico, População feminina. Belém.
______________________________________
1
Bióloga. Pós-graduanda em Microbiologia pela Faculdade Ipiranga: E-mail: [email protected];
Biomédica. Doutora em Doenças Tropicais. Docente e Pesquisadora da Universidade Federal do Amapá, AP. Email: [email protected]
3
Biólogo. Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento. Docente e Pesquisador do Instituto Federal do Amapá IFAP. E-mail: [email protected]
4
Biólogo. Doutor em Medicina/Doenças Tropicais. Docente e Pesquisador na Universidade Federal do Pará - UFPA.
Pesquisador do Programa de Pós Graduação do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA E-mail:
[email protected] (Autor correspondente).
2
21
1. INTRODUÇÃO
O Câncer de colo de útero é o segundo tipo de câncer com maior freqüência entre a
população feminina com uma estimativa de 500 mil novos casos no mundo de acordo com Agência
Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC), todavia, quando o diagnóstico é descoberto
precocemente também é o câncer com maior potencial de cura (BRASIL/INCA, 2009).
No Brasil a estimativa de câncer de colo de útero para o ano de 2010/2011 era de
aproximadamente 18.430 novos casos permanecendo ter 18 casos para cada 100.000 mulheres
(18/100.000). A infecção que pode está relacionada com esse tipo de câncer está diretamente
relacionada com o Papilomavirus Humano (HPV). É uma Doença Sexualmente Transmissível
(DST) de etiologia viral e como principal fator de risco a multiplicidade de parceiros onde a
maioria das vezes a infecção é transitória, porém podendo ser também cancerígena caracterizada
por co-fatores como tabagismo, contraceptivos orais (PINTO, 2002).
Foram realizados no Brasil 12 milhões de exames beneficiando 80% da população
feminina sexualmente ativa, permanecendo a região Norte do país com a maior incidência de
câncer de colo do útero (23/100.000), com segunda maior incidência a região Centro-Oeste
(20/100.000) e a região Sul (21/100.000) e Sudeste (16/100.000) (BRASIL/INCA, 2009).
Com base nessas informações, bem como em todos os demais dados existentes referentes
ao HPV em mulheres, é que se tem a pergunta: Até que ponto a dificuldade para obter informação
é a vilã na luta contra a diminuição de incidência do HPV na população feminina sexualmente
ativa?
Diante disso, a realização da pesquisa pressupôs delinear maior compreensão acerca da
epidemiologia do HPV em mulheres sexualmente ativas no período de 2008 a 2014, visto que
novas percepções podem ser desencadeadas a partir da construção dos conhecimentos científicos,
apontando as características e o perfil epidemiológico da população acometida pelo HPV, e assim
servindo de material cientifico de caracter educativo, informativo, reflexivo e didático.
Sendo assim a presente pesquisa teve como objetivo caracterizar o perfil epidemiológico
da população feminina sexualmente ativa na faixa etária de 10 a 80 anos na região metropolitana
de Belém. Analisando os casos incidentes por bairros e faixa etária e descrevendo o perfil sócioeconômico da população infectada pelo HPV.
22
2. METODOLOGIA
Neste estudo foram utilizados métodos descritivos, com uma abordagem quantiqualitativa; sendo adaptada a comunidade local conforme o Guia Brasileiro Epidemiológico
(1998), onde relata que a investigação tem como objetivo: Conduzir a confirmação do diagnóstico,
a determinação das características epidemiológica da doença, á orientações sobre as medidas de
controle.
Para este estudo houve a seleção da população feminina sexualmente ativa na faixa etária
de 10 a 80 anos da região metropolitana de Belém, que tiveram amostra positiva para HPV (06,
11, 30, 42, 43, 45, 51, 54, 55,70), que são os Condilomas acuminados conhecidos vulgarmente
como verruga genital.
Foi realizado no Centro de Atendimento em Doenças Infecciosas Adquiridas (Casa Dias)
localizada na Travessa Diogo Moia N°1119 – Umarizal, Belém, PA, CEP: 66055170.
Esta pesquisa foi operacionalizada por meio de averiguação Epidemiológica nos Bairros
Notificados através do rastreamento dos dados existentes do Sistema de Informação de Agravos
de Notificação (SINAN).
A análise dos dados foi realizada por meio de agrupamentos em tabelas por Bairro na
Cidade de Belém- PA e faixa etária, a apresentação dos dados foi realizada por meio de tabelas e
gráficos seguidos da discussão dos dados presentes nos mesmos.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A tabela 1, a seguir mostra que o município de Belém teve uma incidência de 968 casos
de HPV notificados no período de 2008 a 2014, onde se evidenciou o Bairro da Marambaia com
100 casos confirmados seguidos dos Bairros do Guamá 91casos e Terra Firme com 67 casos
confirmados. Dados do Ministério da Saúde do ano de 2009 relatam que o Brasil é um dos lideres
mundiais em incidência de HPVs, tendo à região Norte do País a maior notificação (INCA, 2009).
Esses dados mostram a necessidade de ser fazer uma política educacional nesta população que
precisa ter acesso a fatores condicionantes e determinantes ofertadas peo SUS, como prevenção,
tratamento e bom atendimento.
Panisset e Fonseca (2009) afirmam que os dados do Brasil são escassos e não traduz a
verdadeira magnitude da infecção, haja vista que há a incidência mundial confirmando o avanço
23
da virose. Esse acesso escasso relatado pelos autores se confirma na tabela 01 nos Bairros de classe
média alta como: Cidade Velha e Batista Campos.
O alto índice de adolescentes e adultos jovens em todo país contribui para o fato de que
a maioria da população brasileira que esta concentrada basicamente na periferia de grandes
cidades, apresente baixo nível sócio-econômico, na qual constitui para o processo de transmissão
do HPV. Sendo provável que essa população jovem também receba informações mínimas com
relação ao risco de doença, embora seja a população mais acometida ao risco.
Tabela 1. Número de casos de HPV (condiloma acuminado) em pacientes do sexo
feminino residentes em Belém-PA, no período de 2008 a 2014.
Sexo Feminino (Nº de Casos)
Freqüência Absoluta Freqüência Relativa
Bairros
(fa)
(fr)
Marambaia
100
10,32%
Guamá
91
9,39%
Terra Firme
67
6,91%
Águas Lindas
66
6,81%
Tapanã
53
5,47%
Sacramenta
45
4,64%
Marco
44
4,54%
Pedreira
40
4,13%
Condor
38
3,92%
Jurunas
37
3,82%
Benguí
34
3,51%
Telégrafo
34
3,51%
Cabanagem
32
3,30%
Cremação
31
3,20%
Icoaraci
27
2,79%
Canudos
23
2,37%
Fátima
23
2,37%
Tenoné
21
2,17%
Pratinha
21
2,17%
Val de Cans
17
1,75%
Parque verde
14
1,44%
Coqueiro
14
1,44%
Umarizal
13
1,34%
Curió Utinga
12
1,24%
Outeiro
9
0,93%
Mangueirão
9
0,93%
Castanheira
8
0,83%
Uma
8
0,83%
São Brás
7
0,72%
24
Mosqueiro
Guanabara
Cidade Velha
Batista Campos
Parque Guajará
Souza
Cotijuba
Aurá
Total
7
5
4
4
4
3
2
1
0,72%
0,52%
0,41%
0,41%
0,41%
0,31%
0,21%
0,10%
968
100,00%
Fonte: SESMA-CMDST/AIDS, Belém-SINAN NET.
Ressalta-se que os dados foram analisados por faixa etária, com o intuito de identificar o
número de casos. Como pode ser observado na figura 1.
Figura 1. Amostragem Aleatória Simples por Bairro de Faixa Etária de 10-14 anos.
De acordo com os dados obtidos na presente pesquisa, foram analisados os dados por
faixa etária onde se observa na figura1, 38 casos notificados na faixa etária de 10 a 14 anos no
município de Belém, onde o Bairro da Terra Firme, aparece com 04 casos com maior notificação.
Pinto et al. (2002), informam que a infecção do HPV é transmitidada e disseminada de
pessoa para pessoa por contato direto como a multiplicidade de parceiros principalmente no inicio
da relação sexual que é um grande fator de risco para se contrair o HPV. Segundo Rehme et al.
(1998) a diceminação do HPV durante a infância e a adolescência não se causa morbidade imediata
grave, porém a contaminação precoce retarda o acometimento de cânceres anogenitais.
25
Na adolescência as relações sexuais têm início cada vez mais precoces e com uma maior
promiscuidade devido o maior número de parceiros, o que contribui para aumentar a ocorrência
do HPV. Porém, é importante salientar que a descentralização do SUS e a formação inadequada
dos profissionais em saúde dificultam o diagnóstico precoce, contribuindo para a disseminação da
doença principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país devido à ampla extensão territorial.
Figura 2. Amostragem aleatória simples por bairro e faixa etária de 15-19 anos.
A amostragem, apresentada na figura 2, é representada por 332 casos na faixa etária de
15 a 19 anos onde o bairro mais notificado é o Guamá com 34 casos, seguidos de Terra Firme com
33 casos e Tapanâ com 29 casos notificados.
De acordo com Moscick (2007), os adolescentes com vida sexual ativa possuem uma alta
taxa de prevalência e de infecção para o HPV, onde a maioria das infecções é assintomática.
Porém, Brasil (2002), ressalta que o exame citopatológico não diagnostica a infecção por HPV e
nem detecta o seu tipo, mas tem grande importância para ajuda no diagnóstico precoce de um
câncer cervical nesses adolescentes por ajudar a diferir prováveis células do vírus.
Evidenciou-se nestes resultados, bem como na literatura, a grande importância de se fazer
uma política educacional com maior esforço coletivo para aumentar a oferta de realização do
exame de Papanicolau preconizado pelo Ministerio da Saúde. Para a detecção de qualquer
anormalidade nesta população, visto que, os adolescentes nesta faixa etária raramente procuram
um ginecologista e não estão preparados ainda para diagnosticar sinais e sintomas dessa
enfermidade.
26
Figura 3. Amostragem aleatória simples por bairro de faixa etária de 20-34 anos.
Analisando-se os dados do (Figura. 03) por faixa etária de 20 a 34 anos, verificou-se uma
elevada predominância nesta faixa etária com 433 casos notificados ficando os Bairros da
Marambaia com 42 casos seguidos de Águas Lindas com 33 casos notificados.
De acordo com Brasil (2006), a infecção por HPV é de predominância na faixa etária dos
25 anos devido à vulnerabilidade relacionada à co-fatores que podem causar lesões
condilomatosas, neoplásicas, intra-epiteliais com possibilidade de desemvolver câncer de vulva,
vagina, região anal. Segundo Murta (2001) o hábito do tabagismo está diretamente relacionado
com a grande incidência de prevalência da infecção do HPV e de neoplasias pré-invasivas do
dessemvolvimento do colo de útero.
Ao limitar o número de parceiros sexuais, reduz-se a quantidade de mulheres infectadas
por HPV, visto que a camisinha não cobre toda área da região genital o HPV se acomede por
contato intimo sem precisar do ato sexual, permanecendo claro mais uma vez que essa população
precisa de uma educação em saúde coletiva.
27
Figura 4. Amostragem aleatória simples por bairro e faixa etária de 35-49 anos.
Quando analisado a faixa etária de 35 a 49 (figura 4), observa-se 113 casos notificados, onde
o Bairro mais notificado é a Marambaia com 19 casos, seguido de Águas Lindas com 10 casos e
o bairro do Marco com 09 casos notificados e percebe-se um começo de um declinio.
Nakagawa (2010) afirma que a prevalência da infecção por HPV de alto risco é maior em
mulheres na faixa etária apartir dos 35 anos até os 65 anos onde as maiores incidências são nos
países pobres como África, América do Sul, que inclui o Brasil. Nakagawa também descreve que
países que conseguiram reduzir os casos de doenças por HPV foi com a implantação de políticas
e programas de rastreamento ao combate do HPV.
A pesquisa mostra que 271 mulheres contaminadas pelo HPV têm ensino médio completo
residindo 17 mulheres no bairro do Tapanã, seguido de 15 na Terra Firme e 12 no Telégrafo. A
maioria das mulheres acuminada por HPV tem o perfil sócio econômico aquisitivo baixo,
concentram-se na periferia e provalvemente desconhecé o comprometimento da doença. A falta
de preparo dos profissionais da saúde, principalmente da família saudável influencia diretamente
nessa população doente que precisa de informação e tratamento correto para recuperação.
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Figura 5. Amostragem Aleatória Simples por Bairro de Faixa etária de 50-64 anos.
Na faixa etária de 50 a 64 anos, como mostra o (Figura. 05), observa-se 41 casos
permanecendo o bairro da Marambaia com 17 casos confirmados seguido de Águas Lindas com
13 casos.
De acordo com INCA (2009) o câncer do colo do útero tem maior incidência em mulheres
na faixa etária de 40 a 60 anos, contaminada pelo HPV, formando-se em forma lentas passas
despercebidas por fases pré-clínicas detectáveis até sofrer alteração de alto grau, tormando-se em
câncer.
O Programa Viva Mulher que faz o controle do câncer de colo de útero tem como objetivo
realizar ações de prevenção a toda mulher que teve ou tem vida sexual ativa. Porém precisa sofre
uma grande mobilização nacional para garantir o tratamento adequado às mulheres que possuem
lesões precursoras, para melhorar a qualidade do atendimento à mulher, nas diferentes etapas do
Programa.
Ao analisar os bairros limítrofes com Ananindeua e distritais observa-se 128 casos, onde
os bairros notificados são: Coqueiro apresenta 14, Castanheira 08, Águas Lindas 66, sendo que em
ambos a faixa etária prevalente para HPV é de 20 a 34 anos com 46 casos notificados já o Aurá
com 01 notificação na faixa etária de 80 anos.
Os bairros limítrofes distritais notificados por casos são: Icoaraci apresenta 20 casos,
Mosqueiro 07 casos, Outeiro 10 casos, Cotijuba 02 casos. A faixa etária predominante em ambos
os casos é de 20 a 34 anos com 19 casos notificados.
29
Na tabela
2, a distribuição
de casos
de HPV,
nos Bairros
Limítrofesem
com
Ananindeua
Tabela
2. Distribuição
de casos
de HPV
(condiloma
acuminado)
pacientes
e Distritais.
residentes em Belém, em Bairros de Município Limítrofe e Distritos de Belém do
Fonte: SESMA-CMDST/AIDS,
Belém-SINAN
Sexo Feminino,
noNET.
período de 2007 a 2010.
Sexo Feminino (Nº de Casos)
Localização
Frequência
Frequencia Relativa
Absoluta (fa)
(fr)
Bairros Limítrofes (Águas Lindas e
89
9,18%
Aurá)
Distritos de Belém (Icoaraci,
38
4,02%
Outeiro, Cotijuba e Mosqueiro)
Belém
841
86,79%
Total
968
100,00%
Segundo Santos (2008), a prevalência da infecção por HPV está diretamente relacionada
ao número de parceiros sexuais e seu pico observado é entre mulheres adolescentes adultas na
faixa etária de 15 a 30 anos .Rossenblatt(2008). Relata que após essa faixa etária ocorre um
decrécimo linear devido o grupo de risco para o HPV ser mulheres no início precoce da ativadade
sexual , não casadas e múltiplo parceiros , nulipara com mais de um parceiro.
Vale relatar que o grupo de mulheres jovens pode ter uma infecção por HPV trasitória já
o grupo de mulheres maduras com infecções percistentes para HPV oncogênicos requer demanda
e cuidado contantes para rastreamento do câncer do colo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término de um trabalho dessa natureza percebe-se como é grande a necessidade de se
discutir, formulr e implementar políticas públicas com programas de prevenção, controle e o
combate desta enfermidade. Os resultados obtidos na pesquisa apontaram que:
 A falta de conhecimento e a dificuldade de informação contribuem e muito para
disseminação do HPV, visto que a população sexualmente ativa só conhece
basicamente o vírus da AIDS, difundidas nas campanhas de orientação do Ministério
da Saúde;
30
 A faixa etária mais acometida pelo HPV é de 20 a 34 anos, com 44,68% casos
notificados nos adolescentes adultos;
 Houve um declínio quando a faixa etária chega à idade de 50 a 64 anos com 4,23%
dos casos notificados;
 O bairro mais notificado foi o da Marambaia com 10,32% de casos notificados;
 O perfil sócio econômicos mostra que o nível médio incompleto notificado é de 422
casos com 43,55%, onde o bairro do Guamá tem uma incidência de 45 casos ou 9,64%,
seguido pelo bairro da Terra Firme com 42 casos ou 4,33% de incidências notificadas.
Diante disso, percebe-se que a maioria das mulheres contaminadas por HPV tem o perfil
sócio econômico de aquisitivo baixo, e concentram-se na periferia da cidade desconhecendo as
causas e as consequências da DST/HPV. Esses resultados levam a acreditar que a população
pesquisada está nas estatísticas com uma baixa escolarização (semi-alfabetizada ou analfabeta),
influenciando na sua vida no que diz respeito à saúde e, acima de tudo o amor próprio.
Percebe-se também que os bairros considerados nobres, não aparecem nas notificaçõesdo
SINAN, no entanto não significa que não ocorram casos de HPV nessa população. O que se se
acredita ocorrer é que essas pessoas têm um poder aquisitivo maior, o que as propicia a procurar
atendimento médico em redes particulares e que infelismente esses hospitais e clínicas não fazem
notificação de casos positivos de HPV para o SINAN, por não ser uma doença de notificação
compulsória.
Sendo assim, conclui-se que há necessidade de maior empenho por parte da saúde pública
no Brasil em cobrar das redes privadas de saúde as notificações de agravos nusitados para tal
situação, para não mascarar os registros e as concluções do SINAN.
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