Lição 7 – José: fé em meio às injustiças INTRODUÇÃO - Na sequência do estudo de exemplos bíblicos de provisão divina, estudaremos a vida de José. - A vida de José é um exemplo eloquente da provisão divina Lição 7 – José: fé em meio às injustiças I – A PREDILEÇÃO DE JACÓ POR JOSÉ E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS - Depois de ter finalmente entrado no centro da vontade de Deus, Jacó teve a ocorrência de dois fatos que marcariam o seu comportamento dali para a frente, quais sejam, a morte de Raquel no parto do seu último filho Benjamim (Gn.35:16-21) e a desonra sofrida por parte de seu primogênito, Rúben, que se deitou com a concubina de seu pai, Bila (Gn.35:22). - Jacó, diante desta circunstância, passou a demonstrar uma predileção pelo seu filho José. O patriarca, lembrando do que ocorrera com ele mesmo, passou a acalentar a ideia de que a bênção de Abraão haveria de ser transferida a José, o primogênito de Raquel, que, afinal de contas, era a mulher amada por Jacó. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Dentro desta ideia, bem como como consequência de seu grande amor por Raquel, Jacó repete o erro de seus pais e passa a manifestar uma predileção por seu filho José em detrimento dos outros doze filhos que possuía. - José era um rapaz muito correto e, por ser mais novo que seus irmãos, com exceção de Benjamim, sofreu muito menos as nefastas consequências da má educação que a família de Jacó tinha tido enquanto esteve em Padã-Arã. Trazia ao seu pai Jacó informações da conduta nada agradável de seus irmãos (Gn.37:2) e, como Israel amava a José mais do que a todos os seus filhos (Gn.37:3), tais notícias fizeram com que a predileção por José se aguçasse ainda mais, a ponto de Jacó, imprudentemente, ter confeccionado uma túnica de várias cores e a presenteado a seu filho predileto. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Esta túnica de muitas cores acabou por gerar nos irmãos de José um ódio de tal maneira que seus irmãos já não podiam mais falar pacificamente com ele (Gn.37:4). - Esta situação deteriorou-se ainda mais porque José teve dois sonhos e os contou a seus irmãos e a seu pai, sonhos em que se mostrava que José teria ascendência sobre toda a sua família. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Diante destes sonhos, a inveja e o ódio dos irmãos de José alcançaram níveis muito intensos. - Jacó, então, mandou que José fosse até junto de Siquém, onde seus irmãos estavam a apascentar o rebanho, mas lá chegando, não os achou, sendo informado de que tinham ido a Dotã. Quando José se aproximava de seus irmãos, estes viram uma ocasião para se livrar daquele irmão que tanto odiavam e invejavam e resolveram matá-lo (Gn.37:14-18). Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - José foi aprisionado por seus irmãos, que queriam matá-lo, jogá-lo numa cova e, depois, diriam que uma besta-fera o havia comido e, assim, queriam invalidar os sonhos tidos pelo irmão (Gn.37:20). - Rúben, o primogênito de Jacó tomou a frente de seus irmãos, impediu que fosse derramado o sangue de José. Uma demonstração da Divina Providência: o primogênito, mais “ameaçado” por José, impede que seu irmão seja morto. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Na ausência de Rúben, Judá convenceu seus irmãos a vender José para os ismaelitas que por ali passavam e José foi vendido a eles por vinte moedas de prata. Outra ação da Divina Providência: na ausência de Rúben, vende-se José em vez de matá-lo. - Os irmãos de José tomaram a sua túnica, tingiram com sangue de um cabrito e a levaram a Jacó, que passou a crer que seu filho tinha sido comido por uma fera. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças II – JOSÉ NO EGITO - Os ismaelitas foram para o Egito e puseram José à venda e José foi comprado por Potifar, capitão da guarda de Faraó (Gn.38:36; 39:1). - Apesar de abandonado por seus irmãos e vendido como escravo numa terra estranha, o texto bíblico é claro ao afirmar que o Senhor estava com José (Gn.39:2), prova de que tudo era provisão divina. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - José passou a executar corretamente seu papel de escravo na casa de Potifar e o Senhor o fez prosperar, de tal maneira que José passou a ser o mordomo de Potifar, tendo pleno controle de tudo o que acontecia em sua casa. - A mulher de Potifar passou a assediar José, mas este se manteve fiel a seu senhor e acabou sendo caluniado pela mulher de Potifar, quando não aceitou deitar-se com ela num dia em que só os dois estavam em casa, fugindo dela, embora ela tenha ficado com os vestidos dele. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Ante a acusação feita pela sua mulher, Potifar mandou José para o cárcere onde ficam os presos do rei e lá o Senhor continuou a estar com José. Outra ação da Divina Providência: José deveria ser morto mas é poupado por Potifar. - José tornou a executar fielmente o seu serviço e, em pouco tempo, já se tornara o mordomo do carcereiro-mor. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Certo dia, José observou que dois altos funcionários de Faraó que se encontravam presos, o padeiro-mor e o copeiro-mor estavam perturbados. Ao saber que isto se dera por causa de sonhos que eles tiveram, pediu para lhos contar e os interpretou. - A interpretação de José mostrou-se correta e, em três dias, o copeiro-mor tornou à sua função e o padeiro-mor foi enforcado. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Passados dois anos deste episódio, Faraó tem dois sonhos que o perturbam e, como não havia quem os interpretasse, o copeiro-mor lembrou-se de José e contou o caso a Faraó. - Faraó mandou chamar José que, não só interpretou o sonho como também deu a solução ao monarca: haveria sete anos de fartura seguidos de sete anos de fome e, por isso, deveria Faraó acercar-se de um homem sábio que administrasse a fartura para que se tivesse comida nos anos de fome. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Diante de tal interpretação precisa, acompanhada de solução para o problema, Faraó não teve dúvidas de que a pessoa mais preparada para lidar com aquela situação era o próprio José e, em razão disto, o constituiu como governador do Egito, como a segunda autoridade no reino, inferior somente a Faraó. Ação direta e imediata da Divia Providência: José vai direto do cárcere para o cargo de governador. - Retirou seu anel do seu dedo e o pôs na mão de José, fê-lo vestir de vestidos de linho e pôs um colar de ouro no seu pescoço, determinando que todos se prostrassem diante de José, tendo, ademais, dado a José o nome de Zafenate-Paneia, cuja tradução é o “salvador do mundo” (Gn.41:38-45). Terminaram os 13 anos de sofrimento de José. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças III – JOSÉ, O GOVERNADOR DO EGITO - Faraó deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om para esposa a José que, assim, pôde constituir família, tendo tido a dois filhos: Manassés e Efraim (Gn.41:50-52). - Nestes nomes dados por José a seus filhos, notamos que o governador do Egito ainda não compreendera o que estava a se passar. José achava que deveria esquecer das promessas de Abraão e se conformar em ser próspero no Egito. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Assim como José havia dito, o Egito teve sete anos de fartura e, durante este tempo, José se encarregou de armazenar o mantimento para os sete anos de fome que haveriam de vir. - Findos os sete anos, sobreveio a fome, conforme a interpretação do sonho dado a José e, então, forma abertos os armazéns e José começou a vender mantimento para os egípcios e não só para os egípcios, mas também dos povos em volta, pois a fome prevalecia em todas as terras. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Esta fome também atingiu Canaã e Jacó, então, mandou que seus filhos fossem ao Egito, pois havia notícia de que ali havia comida para ser adquirida. - José reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram (Gn.42:8), tendo José os tratado asperamente com dois objetivos: descobrirlhes o coração e ter informações a respeito de como estava a sua família. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - José ordenou que um dos seus irmãos ficasse preso no Egito e que, quando retornassem, deveriam trazer-lhe Benjamim, tendo, também, mandado devolver o dinheiro com que eles compraram o mantimento que, ficou assim, à sua conta perante o tesouro de Faraó (Gn.42:25-34). - Ao chegar a Canaã, os irmãos de José tudo relataram a Jacó, que se sentiu desfilhado, já que, depois de ter perdido José, agora via Simeão mantido preso no Egito e, mais, com a obrigação de, ao tornar ao Egito, deverem os seus filhos levar Benjamim, o outro filho de Raquel (Gn.42:36). Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Embora, de primeiro, tenha se recusado a deixar ir Benjamim, Jacó, ante a severidade da fome, aquiesceu que Benjamim fosse com os seus irmãos de volta para o Egito. - Lá chegando, José os recebeu novamente. Seus irmãos logo lhe relataram a respeito do dinheiro devolvido, que tinham tornado a trazer. José viu Benjamim e montou novo estratagema para testar seus irmãos, pois já havia entendido que era um instrumento de Deus para conservar em vida o clã de Israel para que se cumprisse a promessa dada a Abraão (Cf. Gn.45:5-8; 50:20,21). Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - José mandou que se colocasse um copo de prata no saco de Benjamim e, depois que despediu seus irmãos, mandou persegui-los. Com a descoberta do copo de prata, Judá, que havia se feito fiador de Benjamim diante de Jacó, confessou diante de José os pecados cometidos com relação ao próprio José e pediu para ficar no lugar de Benjamim. - Ante tal confissão e gesto de Judá, José não mais suporta e se dá a conhecer a seus irmãos e lhes explica o plano de Deus para as suas vidas, dizendo que ainda haveria mais cinco anos de fome e que todos deveriam vir para o Egito, habitando na terra de Gósen (Gn.45:1-14). Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Faraó, ao saber da existência dos irmãos de José, aquiesceu com o plano de José e autorizou a vinda de sua família para o Egito. - Os irmãos de José voltaram para Canaã e tudo contaram para Jacó, que, assim, passou a entender tudo, teve seu espírito revivido e ansiou por ver novamente o seu filho predileto (Gn.45:26-28). Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Embora tivesse muita vontade de rever José, Jacó somente saiu de Canaã depois que Deus assim lhe ordenou (Gn.46:1-4). - Jacó encontrou-se com seu pai e este encontro deve ter sido maravilhoso, um encontro depois de vinte e dois anos, em que tanto Jacó achava ter perdido seu filho José para sempre, como José achava ter perdido o convívio de sua família para sempre. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Jacó é levado à presença de Faraó e, instruído por José, diz que era pastor de ovelhas e, por causa disso, como tal atividade era abominável aos egípcios, foi determinado que morasse na terra de Gósen, que era propícia para a criação de ovelhas, tudo conforme o plano arquitetado pelo próprio José. - Deus dava ao clã de Israel a melhor terra para a criação de ovelhas, o ambiente propício para a grande multiplicação que se seguiria e que tornaria setenta pessoas numa nação de seiscentos mil homens prontos para a guerra, fora as mulheres e crianças, num espaço de apenas 215 anos. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Jacó viveu ainda dezessete anos na terra do Egito (Gn.47:28). - Depois de sua morte, os irmãos de José, temerosos de que o governador do Egito aproveitasse a morte do seu pai para se vingar deles, mentiram para José, dizendo que, antes de morrer, Jacó havia determinado que José não lhes fizesse mal, mas José lhes mostrou que tinha plena consciência de que não lhes poderia fazer mal, que ele havia sido o “salvador” do seu clã, o instrumento para que o povo se multiplicasse no Egito e se tornasse uma grande nação. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - José mostra-se perdoador, sem qualquer rancor ou ressentimento, como também tinha, na sua comunhão com Deus, bem entendido o plano divino para Israel. - Tamanha era a confiança de José a este respeito que fez seus irmãos jurarem que não deixariam o seu corpo no Egito, mas que, quando de lá saíssem para Canaã, deveriam levar os seus restos mortais, para que eles fossem sepultados na terra que Deus prometera dar a Abraão. Seus irmãos assim juraram. Lição 7 – José: fé em meio às injustiças - Tendo José morrido na idade de cento e dez anos (Gn.50:26), seu corpo não foi sepultado, mas foi mantido num caixão, caixão que seria levado por Moisés, cerca de 144 anos depois, para Canaã (Ex.13:19), restos mortais que, finalmente, seriam sepultados, muito provavelmente por Josué, cerca de 185 anos depois da morte do próprio José (Js.24:32). - Quase dois séculos depois, José viu realizada a sua última profecia, inserindo-se naqueles de que fala Hb.11:13. José entendera a Divina Providência na sua vida.