Entrevista Letícia Alcantara - Tokuntigo

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Entrevista Letícia Alcantara
Tokuntigo – Certo Letícia, antes de começar algumas perguntas, fala um pouco sobre
você, qual sua formação? O que te inspira como músico e o que você gosta e escuta
dentro desse meio musical.
Letícia Alcantara: Bom, queria te agradecer pela oportunidade de responder essas
perguntas e divulgar um pouquinho sobre o que é ser músico, acho extremamente
importante mostrar para o público em geral como funciona essa vida. Atualmente eu
curso bacharelado em canto erudito na Faculdade de Arte Alcântara Machado (FAAM),
sou integrante do coral da CESP e dou aulas de canto e musicalização na escola de
música Mousikê Central Art. Eu não tenho grandes inspirações no meio musical, na
verdade eu costumo buscar em cada artista ou banda que eu ouço alguns pontos nos
quais eu possa me espelhar e me tornar cada vez melhor como cantora e musicista. Eu
escuto e gosto de diversos tipos de música, acho que no mundo da arte o preconceito
não deve existir, e eu creio que toda música tem sua beleza, mesmo quando ninguém
mais consegue enxergar.
Tokuntigo – Você acha que existe uma diferença entre gravações e shows ao vivo?
Qual seria, ou quais seriam, essas diferenças, e qual você acha mais prazerosa?
Letícia: Com certeza, muitas vezes as gravações tiram a mágica do momento, o calor
da música, e a expressão que só podemos ver em um show ao vivo. É claro que as
gravações deixam a música com um aspecto mais bonito por causa de toda regulagem
de alturas e timbres, mas às vezes o som natural dos instrumentos e da voz sem
nenhum tipo de efeito é imensamente mais belo. Fora isso, nada se compara com a voz
da platéia cantando junto.
Tokuntigo – Você costuma gravar “covers” de muita qualidade, como você escolhe a
música que vai gravar, e qual uma dificuldade e um ponto agradável de
interpretação da música?
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Letícia: Eu costumo escolher músicas nas quais eu me identifique musicalmente e
consiga sentir dentro de mim o sentimento que o autor quis demonstrar na canção, já
que pra mim a música é, acima de qualquer outra coisa, sentimento. Às vezes é difícil
interpretar um sentimento que você nunca sentiu ou não está sentindo no momento, é
preciso entrar na pele do autor e se esquecer do mundo ao seu redor. O ponto
agradável da interpretação é poder se expressar sem medo de ser julgado, poder
colocar seu coração na música e ser feliz, hahaha.
Tokuntigo – Aproveitando a pergunta, você já trabalhou, ou está trabalhando em
alguma música própria? O que você considera uma grande dificuldade para o
mercado de músicas próprias?
Letícia: Já trabalhei em algumas músicas próprias para a minha antiga banda e no
momento estou compondo algumas letras que farão parte de um futuro trabalho. Acho
que a maior dificuldade nesse mercado de música própria é o preconceito, já que
quando você não tem um nome, as pessoas costumam menosprezar algumas
composições sem ao menos ouvi-las. O jeito é ser persistente e mostrar de alguma
forma que mesmo você não sendo famoso, a sua música pode surpreender e ser muito
boa.
Tokuntigo - O quão importante você diria que é ter um estudo “correto” sobre
música? Você leciona aulas de canto certo? Por exemplo, muitas pessoas não gostam
de estudar Teoria Musical, saber ler uma partitura, você julga importante esse
estudo? Por que?
Letícia: Importância máxima. Os meus alunos sabem da importância de ler uma
partitura e de entender o que eles estão fazendo, mesmo que eles não usem em
determinados casos. Eu sou um pouco rígida nessa parte, porque eu acredito que você
pode ser um simples cantor ou um músico, você pode simplesmente repetir o que ouviu
ou aprender a entender a melodia e futuramente colocar os seus próprios melismas e
sua própria interpretação. Mas vai de cada pessoa decidir o que ela quer ser, um
cantor de verdade ou um papagaio que imita melodias.
Tokuntigo – O meio musical, grandes artistas, bandas que fazem sucesso e o próprio
processo de composição parece ter mudado bastante nas últimas décadas. Qual você
acha que é a função da música atualmente? Quais artistas você destacaria na
atualidade?
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Letícia: Acho que a função da música nunca mudou, ela ainda é a chave para
demonstrar os sentimentos e alegrar o espírito. Apesar da grande mudança melódica,
rítmica e harmônica da música nos dias atuais, é possível encontrar no meio de tantas
misturas, uma essência. É verdade que surgem muitos artistas que não se importam
muito com conteúdo, porém eu acredito que está nascendo uma era de artistas que
fazem parte do “pop music” e trazem muita técnica, por exemplo, a própria Lady Gaga,
que pode ser extravagante e compor músicos com letras sem nenhum sentido, mas dá
um banho de técnica vocal, além de ser uma ótima pianista. Outro nome que eu não
poderia deixar de citar é o da cantora Adele, que quebrou todos os tipos de
estereótipos e mostrou que qualquer um pode chegar no topo se tiver uma bela voz,
independente do padrão de beleza estipulado nos dias atuais.
Tokuntigo – Cite um trabalho de um músico, que você admire, por que essa música e
por que este trabalho?
Letícia: Tem mil nomes que me vem a cabeça, mas se for pra destacar apenas um, eu
destacaria o cd “Dois” do Legião Urbana. Eu tenho ouvido muito esse cd enquanto vou
pra faculdade de metro e cada vez que eu ouço uma nova música, eu me surpreendo
com o significado das palavras e me identifico com cada uma delas de uma forma tão
forte que eu nem sei explicar, é como se estivessem falando da minha própria vida.
Nem preciso falar que o Renato é um poeta, e a emoção que ele passa nas músicas
dele é algo que eu espero que algum dia eu possa fazer igual, é surreal, é mágico. As
músicas “Tempo Perdido” e “Pais e Filhos” são as que mais me emocionam, e assim
como o Renato, eu acredito que nós devemos viver e amar como se não houvesse o
amanhã, porque se você parar pra pensar, na verdade não há.
Tokuntigo – Você sempre quis cantar? De onde nasceu essa vontade e o que você
mais gosta nessa “posição” musical?
Letícia: Eu tive interesse pelo canto desde criança, costumava fazer “shows
particulares” para a minha família e amigos, e foi então que eu percebi que era o que
eu queria para minha vida. Com sete anos eu já cantava no coral da escola, e aos treze
comecei a fazer aula de canto particular, o que me deixou ainda mais encantada com a
música e o canto. Essa vontade nasceu espontaneamente, eu cresci ouvindo cantoras
como Laura Pausini, Celine Dion e Sarah Brightman, que me faziam imaginar como
seria estar em um palco e cantar para milhares de pessoas, e apesar de hoje elas não
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fazerem muito meu estilo, tenho certeza que elas contribuíram para o meu
desenvolvimento vocal. Ser cantora é uma posição que remete a muitos preconceitos,
mas também é uma das mais gostosas posições. Mesmo sem querer, o cantor de uma
banda sempre acaba se tornando o centro das atenções, e eu não vou mentir que isso
não é gostoso, às vezes é muito bom ouvir elogios e tudo mais, mas a melhor coisa em
ser uma cantora é poder ter a sua própria voz e tentar passar com a sua música, um
pouco de cultura e aprendizado para a nova geração, tentar fazer com que as pessoas
sintam a sua música e possam tirar das suas letras algum tipo de força, coragem e
determinação para seguir em frente. Acho que o que mais falta no mundo hoje são
pessoas que incentivem os jovens a terem positividade, e eu creio que esse seja meu
maior objetivo cantando.
Tokuntigo – Você poderia comentar sobre um trabalho seu que você gostou muito de
fazer? Um show e/ou uma gravação?
Letícia: Acho que todos os shows que eu já fiz foram muito especiais,tudo o que eu já
fiz foi um aprendizado que eu nunca mais vou esquecer, mas o cover de Rolling in the
Deep foi algo que me surpreendeu, em algumas horas já tinha mil visualizações e
muitos comentários positivos, isso me deu um gás para continuar correndo atrás do
meu sonho que é viver de música e abriu um monte de novas portas e oportunidades.
Tokuntigo – Dentro de uma escala de 0 à 10, o quão importante você julga ter
conhecimento em mais de um instrumento, no seu caso, você acha importante ter
conhecimento sobre outros instrumentos além da sua voz?
Letícia: 10. Eu mesma comecei a estudar música com uma guitarra durante cinco anos,
e depois fui aprendendo outros instrumentos, como bateria, baixo e piano. No caso da
voz, o instrumento serve para dar uma base, e em minha opinião embeleza ainda mais
a música. É difícil se guiar sem uma harmonia pré-estabelecida. Acho que é uma
relação recíproca, onde o instrumento ajuda a voz e a voz ajuda o instrumento. Além
de tudo isso, o instrumento ajuda muito no estudo de qualquer matéria musical.
Tokuntigo – Por fim, o que a música representa para você?
Letícia: Vida. Acho que tudo ao nosso redor é música, nós nascemos produzindo música
com o nosso choro, nossos passos possuem um ritmo musical, nossa fala possuem uma
própria melodia, nossa vida é toda baseada nos sons e na música. Toda vez que eu me
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imagino sem a música, tudo o que eu vejo é a escuridão. Eu devo à música o que eu sou
hoje, o meu caráter e a minha personalidade, e também toda a minha vontade de
seguir meus sonhos e objetivos. Acho que cada um de nós temos um propósito na vida,
e cada dia que passa eu percebo que o meu é a música, e através dela tentar tornar
esse mundo um pouco melhor.
Canal no Youtube: http://www.youtube.com/user/LcAlcantara
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