influência da profundidade e da posição de semeadura na emergên

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Influência da profundidade e da posição de semeadura na emergência e
desenvolvimento de plântulas de moringa.
Adalberto Hipólito de Sousa¹; Victor Hugo de Carvalho Mendes¹; Daniel Medeiros da
Costa¹; Aurélio Paes Barros Júnior¹; Lindomar Maria da Silveira¹; Welber Eustáquio
de Vasconcelos¹; Maria Clarete Cardoso Ribeiro¹
¹ESAM, Núcleo de Pós-Graduação, C.Postal:137- 59625-900-Mossoró-RN; e-mail: [email protected].
RESUMO
Com o objetivo de estudar a influência da posição da semente e profundidade de
semeio na emergência e no desenvolvimento de plântulas de Moringa oleifera Lam.,
foram conduzidos dois experimentos no Laboratório de Botânica da Escola Superior da
Agricultura de Mossoró-RN (ESAM). No primeiro experimento, avaliaram-se três
profundidades de semeadura: 2; 3 e 4 cm. No segundo experimento, estudou-se a
influência de três posições de semeadura: ápice para cima, lateral e ápice para baixo. O
delineamento utilizado, nos dois experimentos, foi o inteiramente casualizado, com quatro
repetições de 50 sementes. Avaliaram-se, no primeiro experimento, as porcentagens de
emergência, o índice de velocidade de emergência (IVE), a altura e a massa seca da
parte aérea. No segundo experimento, avaliaram-se as porcentagens de emergência, o
índice de velocidade de emergência (IVE), a altura, o comprimento de raiz e as massas
fresca e seca da plântula inteira. A profundidade de semeadura de 2 cm proporcionou às
plântulas melhor resposta para o IVE. Não houve interferência da posição da semente em
relação a porcentagem de emergência, massa seca, altura e comprimento de raiz.
Entretanto, quando as sementes foram postas com o ápice para cima ou deitadas,
tiveram melhor resposta para massa fresca e índice de velocidade de emergência.
Palavras-chave:
Moringa
oleifera,
condições
de
semeio,
componentes
do
desenvolvimento inicial.
ABSTRACT
Influence of different sowing positions and depths in the emergency and
development of water-cooler seedlings
The influence of seed position and sowing depth on seedling emergence and
growth in Moringa oleifera Lam. in two laboratory experiments at Escola Superior de
Agricultura de Mossoró (ESAM), Mossoró-RN. In one experiment, the influence of three
sowing depths (2, 3 and 4 cm) were evaluated through percent of emergence, emergence
velocity index (EVI), seedling height, and whole seedling dry matter. In the second, it was
studied the influence of seed position (apex upward, lateral and apex down) on percent of
emergence, EVI, seedling height, root length, and whole seedling fresh and dry matters.
Both experiments were completely randomized with four replications of 50 seeds. Sowing
at 2 cm deep provided higher IVE. Seed position did not affect percent of emergence and
seedling dry matter, height and root length, however, when the seeds were sown with the
apex upward or lying, seedlings had greater fresh matter and higher EVI.
Key Words: Moringa oleifera, Sowing conditions, initial growth components.
A Moringa (Moringa oleifera Lam.) pertence a família Moringaceae. Pode ser
cultivada a partir de sementes que germinam facilmente. Suas sementes contêm cerca de
30% de óleo, e polissacarídeos. As folhas possuem alto teor de proteína e vitaminas A e
C. Estudos básicos sobre seu desenvolvimento inicial em diferentes profundidades e
posições de semeadura se fazem necessários, tendo em vista que as Regras para
Análise de Sementes (Brasil, 1992) não lhe fazem referência.
A profundidade de semeadura deve ser um pouco maior que o diâmetro da
semente (Deichmann, 1967). Semeaduras muito profundas dificultam a emergência das
plântulas e aumentam o período de susceptibilidade a patógenos (Napier, 1985). Por
outro lado, semeaduras rasas podem facilitar o ataque de predadores ou danos
decorrentes da irrigação, ou ainda, a exposição da radícula causando sua destruição.
Embora bem adaptada ao Nordeste do Brasil, a moringa é pouco conhecida em
nossas condições, principalmente na sua fase inicial. Portanto objetivou-se neste trabalho
avaliar a influência da profundidade e posição de semeadura de sementes de moringa na
emergência e desenvolvimento das plântulas.
MATERIAL E MÉTODOS
Foram
conduzidos
dois
experimentos
no
Laboratório
de
Botânica,
do
Departamento de Fitossanidade, da Escola Superior de Agricultura de Mossoró – ESAM a
27 ± 2,0º C, UR 65  5%.
O município de Mossoró está a 18 m de altitude, a 5° 11’ de latitude Sul e 37° 20’
de longitude Oeste. O clima da região, de acordo com a classificação Köppen, é BSwh’,
isto é, seco e muito quente, com duas estações climáticas: uma seca que vai geralmente
de junho a janeiro, e uma chuvosa, de fevereiro a maio (Carmo Filho et al.,1991). A
temperatura média anual é de 27,5°C com 68,9% de umidade relativa.
As sementes foram colhidas em plantas localizadas no Campus da ESAM. Foram
selecionadas e colocadas, sobre folhas de jornal, em ambiente sombreado e arejado por
48 horas.
Utilizaram-se bandejas plásticas com dimensões de 18,5cm x 19,0cm x 11,0cm de
largura, comprimento e profundidade, respectivamente. O substrato utilizado foi areia
lavada. Após a seleção das sementes, procedeu-se a semeadura, colocando-se uma
semente por cova.
Foram avaliadas, no primeiro experimento, três profundidades de semeadura: 2,0;
3,0 e 4,0 cm. No segundo experimento, compararam-se três posições de semeadura:
com ápice para cima, deitada e com ápice para baixo.
O delineamento experimental utilizado, nos dois experimentos, foi o inteiramente
casualizado com três tratamentos e quatro repetições de 50 sementes, considerando-se
10 plântulas centrais para as análises. Os resultados obtidos foram submetidos a análise
de variância e o teste de Tukey ao nível de significância de 1 % de probabilidade foi
usado para comparar as posições de semeadura.
Foi avaliado, no primeiro experimento, a porcentagem de emergência, o índice de
velocidade de emergência (IVE), altura de plantas, massa fresca e seca da planta inteira.
No segundo experimento foram analisadas as porcentagens de emergência, IVE, altura
de plantas, comprimento de raiz, massa fresca e seca da planta inteira.
Para os pesos secos, as plântulas foram colocadas em estufa com ventilação
forçada a 60°C durante 48 horas dentro de sacos de papel. Após pesagem em balança
analítica com precisão de 0,001 g, dividiu-se a massa seca total pelo número de
plântulas, para obtenção da massa seca por plântula.
O índice de velocidade de emergência foi determinado registrando-se diariamente
o número de sementes germinadas até o décimo terceiro dia e calculado pela fórmula
proposta por Maguire (1962). Foram consideradas como emergidas as plântulas que
apresentavam os cotilédones totalmente livres.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado efeito curvilinear decrescente apenas para o índice de velocidade
de emergência com aumento da profundidade de semeadura (Figura 1). Decréscimo
deste índice foi registrado a medida que a profundidade de semeadura aumentou.
Com relação as posições de semeadura foi observado diferença significativa entre
elas apenas no IVE, altura de plantas e na massa fresca da planta inteira (Tabela 1). As
posições ápice para cima e ápice deitado destacaram-se da posição ápice para baixo no
IVE, enquanto que, ápice para cima sobressaiu-se dos demais na altura de planta e
massa fresca da planta inteira.
As sementes postas na posição ápice para baixo desfavorecem o tempo de
emergência, certamente apresentam menor IVE pelo fato das sementes germinarem
mais rapidamente quando o poro de germinação está mais próximo da superfície do
substrato e, nesta condição, não há necessidade da plúmula contornar todo o diâmetro
da semente para emergir.
De maneira geral foi observado que a profundidade de semeadura de 2,0 cm
proporcionou às plântulas melhor resposta para o IVE. Quando as sementes foram
postas com o ápice para cima e deitadas tiveram a melhor resposta para a massa fresca
da parte aérea e índice de velocidade de emergência.
LITERATURA CITADA
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de sementes.
Brasília: LAVARV/ SNAD, 1992. 365p.
CARMO FILHO, F.; ESPÍNOLA SOBRINHO, J.; MAIA NETO,
J. M. Dados
Meteorológicos de Mossoró (Jan. de 1988 a dez 1990). Mossoró: ESAM/FGD, 121 p.
1991 (Coleção Mossoroense, série C).
DEICHMANN, V. Noções sobre sementes e viveiros florestais. Curitiba, Escola de
Florestas, 1967. 365p.
MAGUIRE, J.D. Speed of germination aid in selection and evaluation for seedling
emergence and vigor. Crop Science, Madison, v.2, n.2, p.176-177, 1962.
NAPIER, I. Técnicas de viveiros florestais com referencial especial a centroamerica.
Costa Rica, Signa Tepec: Ed. Espemacifor, 1985. 247p.
Figura 1 – IVE (%) das plântulas de moringa submetidas a diferentes profundidades de
semeadura.
Tabela 1 – Emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE), altura de plantas
(AP), massa fresca da planta inteira (MFPI), massa seca da planta inteira (MSPI) e
comprimento de raiz (CR). Mossoró-RN, ESAM, 2003.
Posição de semeadura
E
IVE
AP
MFPI
MSPI
CR
(%)
(%)
(cm)
(g/planta) (g/planta) (g/planta)
Ápice para cima
68,50 a 4,93 a 22,25 a
22,25 a
2,69 a
5,83 a
Ápice deitado
67,00 a 4,69 a
21,02 ab 21,02 ab
2,80 a
6,07 a
Ápice para baixo
67,00 a 3,42 b 20,22 b
20,22 b
2,69 a
5,84 a
Médias seguidas pela mesma letra nas colunas não diferem estatisticamente entre si pelo
teste de Tukey a 1% de probabilidade.
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