SIMULAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA LITOLOGIA NOS PERFIS DE POÇO E APLICAÇÃO COM DADOS DO CAMPO NAMORADO NA BACIA DE CAMPOS LEONARDO MESQUITA CAETANO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE LABORATÓRIO DE ENGENHARIA E EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO MACAÉ - RJ JULHO - 2014 SIMULAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA LITOLOGIA NOS PERFIS DE POÇO E APLICAÇÃO COM DADOS DO CAMPO NAMORADO NA BACIA DE CAMPOS LEONARDO MESQUITA CAETANO Monografia apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro de Exploração e Produção de Petróleo. Orientador: Prof. Antonio Abel González Carrasquilla, D.Sc. MACAÉ - RJ JULHO - 2014 SIMULAÇÃO DA INFLUÊNCIA DA LITOLOGIA NOS PERFIS DE POÇO E APLICAÇÃO COM DADOS DO CAMPO NAMORADO NA BACIA DE CAMPOS LEONARDO MESQUITA CAETANO Monografia apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense, como parte das exigências para obtenção do título de Engenheiro de Exploração e Produção de Petróleo. Aprovada em 18 de julho de 2014. Comissão Examinadora: Prof. Antonio Abel González Carrasquilla (D.Sc., Geofísica) - LENEP/CCT/UENF (Orientador) George Guilherme Cândido Nocchi (D.Sc, Engenharia) - LENEP/CCT/UENF Prof. Marco Antonio Rodrigues de Ceia (D.Sc, Geofísica) - LENEP/CCT/UENF Prof. Victor Hugo Santos (D.Sc, Geologia) - LENEP/CCT/UENF Dedicatória A meus avós - Zélia e José - por me ensinarem o que tem valor na vida. ii Agradecimentos A Deus por tudo. A meus pais, Josenir e Sérgio, por tudo que fizeram para que eu pudesse ter essa oportunidade e a minha irmã Laís por me incentivar. Obrigado ao orientador, professor Antonio Abel González Carrasquilla, pelas oportunidades oferecidas e ensinamentos que contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. A todos os professores pelos conhecimentos transmitidos, em especial ao professor membro desta banca Victor Hugo Santos. A UENF/CCT/LENEP pela estrutura física. A SPE Seção Macaé pelo financiamento ao acesso aos artigos do OnePetro. A todos os amigos da Graduação, em especial aos amigos de república: Thiago Pessanha, Rafael Boechat, Bernardo Lacerda, Gabriel Salomão. Aos que contribuíram para um melhor convívio no LENEP: Igor Sobral, Leonardo Marinho, Luan Teixeira, Pedro Mureb, Lucas Armando, Ely Tavares, João Ricardo, Natieli Lima, Fernanda Tavares, Thayná Angelo, Hilda Lessa, Jefferson Barreto, Fernando Vizeu, entre outros. iii Epígrafe "O que destrói o ser humano? Política sem princípios, prazer sem compromisso, riqueza sem trabalho, sabedoria sem caráter, negócios sem moral, ciência sem humanidade, oração sem caridade". Mahatma Gandhi iv Sumário Resumo xii Abstract xiii 1 Introdução 1 1.1 Escopo do Problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 1.3 Organização do Documento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 2 Revisão Bibliográfica 4 2.1 Perfis Geofísicos de Poço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2.2 Propriedades Petrofísicas dos Minerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 2.3 Campo de Namorado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3 Revisão de Conceitos e Modelos 25 3.1 Conceitos Gerais Referentes Às Rochas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 3.2 Mineralogia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 3.3 Conceitos Referente À Litologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 3.4 Propriedade Petrofísicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 3.5 Modelo Rocha Fluido - Lei das Misturas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 3.6 Modelo de Classificação dos Arenitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 3.7 Modelo de Classificação dos Carbonatos . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 3.8 Modelo de Classificação das Rochas Lutáceas . . . . . . . . . . . . . . 49 4 Metodologia 51 Sumário 4.1 Motivação Para o Tema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 4.2 Classificação da Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 4.3 Instrumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 4.4 Experimentos, Ensaios e Simulações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 5 Desenvolvimento 55 5.1 Simulação do Perfil Raio Gama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 5.2 Simulação do Perfil Densidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 5.3 Simulação do Perfil Resistivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 5.4 Simulação do Perfil Sônico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 5.5 Simulação do Perfil Porosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 5.6 Ajuste Volumétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 6 Resultados e Análises 6.1 Litologias Simuladas 63 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 6.2 Ajuste do Volume dos Minerais e Fluidos em Dados Reais . . . . . . . . 74 7 Conclusões 78 7.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 7.2 Sugestões Para Trabalhos Futuros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Apêndice A -- Códigos em Matlab 87 A.1 Incluindo Listagens de Código do MATLAB . . . . . . . . . . . . . . . . Apêndice B -- Códigos em C++ 87 110 B.1 Incluindo Listagens de Código em C++ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Apêndice C -- Propriedades Petrofísicas de Minerais 130 C.1 Propriedades Elásticas dos Minerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 vi Lista de Figuras 1 Resposta típica do perfil raio gama para típicas litologia. M = Mica, * = glauconita. Modificado de Rider (apud NINCI, 2009) . . . . . . . . . . . . 2 6 Variação de densidade das litologias mais comuns. Note os intervalos similares de folhelho/argila, calcário e arenito. Modificado de Rider (2000). 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Resposta típica do perfil de densidade. *Densidade e porosidade com a água doce (densidade 1.0 g/cm3). Modificado de Rider (apud NINCI, 2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 11 Fator pseudogeométrico radial J para diversas ferramentas de perfil. Fluido de perfuração com resistividade maior que as do fluido da formação (linhas contínuas), fluido de perfuração com resistividade dez vezes menor que a resistividade do fluido da formação (linhas tracejadas). Modificado de Schlumberger (1972). . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 13 Resposta típica do perfil resistivo. A figura mostra o efeito da litologia e dos fluidos por ela contida na passagem da corrente elétrica. Modificado de Rider (2000). *Aplicável igualmente para calcário, dolomita e outras rochas sedimentares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 15 Resposta típica do perfil sônico. A figura mostra a habilidade da formação de transmitir a onda acústica, expressa em intervalo de tempo de trânsito (µs/pé). Modificado de Rider (2000). . . . . . . . . . . . . . . . . 7 17 Resposta típica do perfil neutrônico. O perfil neutrônico mostra o índice de hidrogênio que é convertido em unidades de porosidade. *Valores de porosidade com água doce e compatíveis com a ferramenta CNL da Schlumberger. Modificado de Rider (apud NINCI, 2009). . . . . . . . . . 19 8 Diagrama da série dos feldspatos. (SMITH; BROWN, 1988) . . . . . . . . 33 9 Intervalos típicos de resistividade de rochas, de Palacky (1988). . . . . 38 10 Diagrama do modelo rocha-fluido modificado de Crain (2000). . . . . . 44 Lista de Tabelas 11 Classificação de Dott (apud SUGUIO, 1980) para arenito com o tamanho dos grãos como critério, gradando de areias para argila. . . . . . . . . 46 12 Classificação de arenitos adaptada de Pettijohn et al. (1973). . . . . . . 47 13 Diagrama de classificação de rochas carbonáticas que contenham pelo menos 50 % de carbonato na sua sua composição (MACHADO, 2002). . 49 14 Diagrama de classificação das rochas lutáceas (ALLING, 1945). . . . . . 50 15 Ambiente de Poço. Modificado de Anderson (apud RIBEIRO, 2007). . . . 58 16 Resposta teórica de perfis geofísicos de rochas formadas a partir de sedimentos alóctones segundo a classificação de Pettijohn et al. (1973). No poço fictício, de cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: quartzo arenito, arenito subarcosiano, arenito arcosiano, arenito sublítico, wacke e folhelho. O fluido que satura a rocha é água da formação (20% de porosidade) - resistividade de 0,02 ohm.m e resistividade do fluido de perfuração de 0,2 ohm.m. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 65 Resposta teórica de perfis geofísicos do arenito subarcosiano com mudança de fluido. De cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: 20% de gás, 18% de gás e 2% de água, 20% de óleo, 18% de óleo e 2% de água, 20% de água. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18 66 Resposta teórica de perfis para rochas carbonáticas segundo a classificação de Machado (2002). No poço fictício, de cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: dolomito, dolomito calcítico, carbonato dolomítico, calcário. O fluido que satura a rocha é água da formação (20% de porosidade) - resistividade de 0,02 ohm.m e resistividade do fluido de perfuração de 0,2 ohm.m). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 68 Resposta teórica de perfis geofísicos do carbonato dolomítico com mudança de fluido. De cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: 20% de gás, 18% de gás e 2% de água, 20% de óleo, 18% de óleo e 2% de água, 20% de água. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 69 Resposta teórica de perfis para rochas sedimentares formadas por componentes ortoquímicos. De cima para baixo com intervalo de 50 metros 21 tem-se: halita, anidrita, gipsita, e evaporito potássico. . . . . . . . . . . 70 Perfil que simula os grupos de facies do poço NA22 . . . . . . . . . . . 76 viii Lista de Tabelas 22 Perfis simulados e ajustados para um erro menor que 1,6% em comparação com os valores reais dos grupos de facies do poço NA22. . . . . ix 77 Lista de Tabelas 1 Parâmetros petrofísicos para minerais mais comuns em rochas sedimentares. Note que os valores aplicados são para os minerais isolados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 21 Gupo de fácies e dados estatísticos do poço NA22. Origem dos dados em Ninci (2009). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 3 Classificação de Wentworth-Udden quanto ao tamanho das partículas . 28 4 Rochas sedimentares terrígenas e sua composição mineralógica respeitando a classificação de Pettijohn et al. (1973). Porosidade de 20% com água da formação como fluido saturante. . . . . . . . . . . . . . . . 64 5 Arenito Subarcosiano com mudança de fluidos. 66 6 Rochas sedimentares carbonáticas e sua composição mineralógica se- . . . . . . . . . . . . . gundo a classificação de Machado (2002). Porosididade de 20%. . . . . 67 7 Carbonato dolomito com mudança de fluidos. 68 8 Rochas sedimentares formadas por componentes ortoquímicos. Porosididade de 0%. 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Interpretação e ajuste da mineralogia dos grupos de fácies encontrados no poço NA22. Estes valores foram os usados como entrada para simular os perfis e os valores ajustados. 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . 75 Resposta esperada de perfis para as rochas sedimentares. Porosidade efetiva de 20% (saturada com água da formação) para as rochas com detrito clásticos e zero para as formadas por componentes ortoquímicos. 79 11 Resposta teórica de perfis geofísicos com variação do fluido saturante para as rochas arenito subarcosiano e carbonato dolomítico. . . . . . . 80 12 Propriedades dos minerais (SCHLUMBERGER, 1972 apud CRAIN, 2000) . 130 13 Propriedades dos minerais. Incluem a ambas densidade de elétrons e massa específica. (SCHLUMBERGER, 1972 apud CRAIN, 2000) . . . . . . 132 Lista de Tabelas 14 Propriedades elásticas dos minerais. (CRAIN, 2000) . . . . . . . . . . . 134 xi Simulação Da Influência Da Litologia Nos Perfis De Poço E Aplicação Com Dados Do Campo Namorado Na Bacia De Campos Resumo Este trabalho teve como objetivo simular a influência das litologias nos perfis de poço, utilizando de métodos computacionais. Com o estudo de modelos de física das rochas, mineralogia e dos princípios de funcionamento das ferramentas de perfil geofísico identificaram-se as equações mais representativas das respostas dos perfis: raios gama, resistividade, densidade, sônico e porosidade (neutrônica, densidade e sônico). Uma vez definidos tais modelos, desenvolveu-se um algoritmo na plataforma MATLAB e na linguagem C++ para implementar as equações que modelam as respostas nos perfis de poço segundo a composição mineralógica das rochas sedimentares. Com o uso da rotina de código criaram-se modelos de respostas para as diferentes litologias de rochas sedimentares que chamou-se de resposta teórica de perfis geofísicos das rochas sedimentares. Tais respostas foram submetidas a análise para verificar se as mesmas são fidedignas com o que pode-se encontrar em perfis reais. Na etapa final do trabalho criou-se um novo algoritmo que, dados uma estimativa da composição mineralógica de uma rocha, com origem nos conhecimentos geológicos, ajusta o volume fracional dos minerais que a compõe. Trata-se de uma ferramenta que utiliza-se dos perfis reais e dos dados de perfuração para estimar o volume fracional dos minerais. Palavras chave: [simulação de perfil, litologia, ajuste da litologia, perfis de poço]. xii Geophysical Well Logging Numerical Simulation Through Review of Lithology Influence Abstract In the most straightforward purpose of this undergraduation these is simulates the lithology influence on well loggings, through physical-mathematical models using computational methods. From the study of physical models of rocks, mineralogy and principles of operation of the geophysical logging devices was identified the most representative responses equations of the following well loggings: gamma ray, resistivity, density, sonic and (neutron, density and sonic) porosity. Once defined the best models, was developed an algorithm in MATLAB platform and the C++ language to implement the same. By using the code routine was created response models for different lithologies of sedimentary rocks that was called theoretical answer of geophysical well logging to: siliciclastic and carbonate rocks. Such answer were submitted to experiment to verify whether they are trustworthy with the field reality. At this step was created a new algorithm that sets the fractional volume of the minerals that compose the rock, given a previously estimated of initial composition, from geological knowledge. Hence, using field well logging answers and previous expectation of mineralogy, from the developed program is possible estimate the fractional volume of minerals. Keywords: [simulation, well logging, adjustment, lithology]. xiii 1 1 Introdução No presente trabalho (i) realiza-se um estudo da influência dos diferentes litotipos de rochas sedimentares nos perfis geofísicos de poço. (ii) Modela-se a resposta dos perfis básicos para cada litologia sedimentar. (iii) Desenvolve-se um novo algoritmo para ajustar a composição mineralógica das litologias através de dados de perfis reais. No final, validam-se os modelos criados na etapa (ii) contra modelos já desenvolvidos na literatura, assim como, validam-se os resultados alcançados na etapa (iii) comparando-os com dados de testemunho de poço e com perfis do poço NA22 do Campo de Namorado na Bacia de Campos. 1.1 Escopo do Problema Sabe-se que uma rocha sedimentar é composta por um conjunto de minerais, sendo um destes predominante. Diferentes autores criaram modelos para classificar as rochas sedimentares de acordo com a sua composição: • Folk (1954), Dott (1964), Pettijohn et al. (1973) classificam as rochas silicicláticas (Seção 3.6), • Folk (1959), Machado (2002) classificam as rochas carbonáticas (Seção 3.7). Diversos autores apresentaram modelos físicos que caracterizam as respostas dos perfis geofísicos. Pode-se citar: • Nery (1990), Ellis e Singer (2007), Rider (2000), Serra (1984), Crain (2000); entre outros. Com base na classificação das rochas sedimentares e nos modelos físicos dos autores listados acima, faz parte do escopo deste trabalho construir modelos teóricos de 2 resposta de perfis geofísicos de poço através de simulações1 . Outros autores, como Rider em 2000, construíram modelos teóricos de resposta de perfis (Figuras 1, 3, 5, 6, 7), porém sem distinguir por exemplo se o arenito era quartzo arenito ou um arenito arcosiano, como os encontrados no Campo de Namorado (Seção 2.3). Ora, os feldspatos presentes nos arenitos arcosianos podem mudar significativamente a respostas dos perfis, pois apresentam densidade, velocidade da onda mecânica e radioatividade diferentes do quartzo. Também compreende o escopo deste trabalho encontrar uma metodologia para estimar o volume mineralógico das formações atravessadas pelo poço dado uma estimativa inicial. 1.2 Objetivos Esta monografia tem como principal objetivo simular nos perfis de poço a influência das litologias, através de modelos de composição mineralógica das rochas. Os objetivos específicos deste trabalho têm caráter científico e tecnológico. Científico, pois objetiva-se a criar um modelo de resposta para as diferentes litologias de rochas sedimentares que chamar-se-á de resposta teórica de perfis geofísicos para rochas: siliciclásticas e carbonáticas. Tecnológico, pois objetiva-se a criar um novo algoritmo que dado uma estimativa da composição inicial de uma rocha, com base em dados de campo e conhecimentos geológicos, ajustará o volume fracional dos minerais que a compõe. Do ponto de vista prático, a originalidade do tema está associada à criação de um programa que fornece os valores volumétricos dos minerais que compõe a rocha sedimentar. Do ponto de vista acadêmico, a originalidade do tema está associada à criação de um padrão de resposta para diferentes tipos de rocha, ainda não encontrada na bibliografia com o nível de detalhamento proposto, trazendo como benefício uma melhor compreensão do comportamento dos perfis de poço. 1 Simulação é a técnica de estudar o comportamento e reações de um determinado sistema através de modelos, que imitam na totalidade ou em parte as propriedades e comportamentos deste sistema, permitindo sua manipulação e estudo detalhado. 3 1.3 Organização do Documento Apresenta-se nesta seção a organização do documento. No Capítulo 2, “Revisão Bibliográfica”, apresenta-se uma revisão bibliográfica detalhada dos trabalhos, técnicos e científicos, que estão diretamente relacionados ao presente trabalho. No Capítulo 3, “Revisão dos Conceitos e Modelos”, apresenta-se um conjunto de conceitos e modelos que estão diretamente relacionados a este trabalho e que serão amplamente utilizados. No Capítulo 4, “Metodologia”, apresenta-se a metodologia científica a ser utilizada no desenvolvimento deste trabalho. Inclui-se informações sobre motivação, área da pesquisa, instrumentos (materiais, equipamentos, “softwares”) utilizados, dados e formas de análise e interpretação. No Capítulo 5, “Desenvolvimento”, apresentam-se os modelos/métodos/algoritmos/ensaios que foram desenvolvidos. No Capítulo 6, “Resultados e Análises”, apresentam-se os resultados obtidos e análises desenvolvidas. No Capítulo 7, “Conclusões”, apresenta-se neste capítulo as conclusões e sugestões para trabalhos futuros. Apresenta-se a seguir as “Referências Bibliográficas” e os “Apêndices”: Apêndice_A: códigos em MATLAB. Apêndice_B: códigos orientado a objeto em C++ com objetivo de facilitar futuras implementações. Apêndice_C: propriedades petrofísicas dos minerais. 4 2 Revisão Bibliográfica No escopo do problema, apresentou-se uma breve revisão dos trabalhos relacionados a monografia. Assim, apresenta-se neste capítulo uma revisão bibliográfica detalhada dos trabalhos, técnicos e científicos, que estão diretamente relacionados à esta monografia. 2.1 Perfis Geofísicos de Poço Muitos perfis geofísicos são usados para identificação da mineralogia: raios gama (RG), densidade (RHOB), resistividade galvânica (LLS e LLD), sônico (DT), neutrônico (NPHI) e geoquímico (ECS). A seguir, mostrar-se-a o uma breve revisão dos princípios de funcionamento dos perfis e como estes são usados para aferir os minerais presentes nas rochas. 2.1.1 Perfil de raios gama (RG) Todas as rochas sedimentares apresentam alguma radioatividade natural. O perfil de Raios Gama (RG), mede a amplitude de um pulso radioativo natural proveniente das rochas, que é função da energia do fóton que penetra no detector. A intensidade, ou quantidade da radiação, está relacionada com o número de fótons detectados na unidade de tempo. A energia do fóton que penetra no detector é função da concentração de material radioativo nas rochas. As rochas são radioativas dependendo da quantidade de elementos radioativos presentes em sua constituição, sendo as rochas ígneas e metamórficas mais radioativas do que as sedimentares. Tais rochas são naturalmente radioativas por terem em sua constituição elementos instáveis. Entre os 65 átomos radioativos encontrados nas rochas, os mais significantes devido sua abundância são da série do urânio, tório, e o isótopo radioativo do potássio (40 K). 5 Dessa forma, a magnitude da radioatividade natural das rochas depende do teor dos três elementos: urânio, tório e do isótopo, massa atômica 40, do potássio. Esses elementos são importantes devido à relativa abundância geológica em relação a outros elementos radioativos e devido aos seus tempos de meia vida elevados (na ordem de bilhões de anos, comparáveis ou superiores a idade da Terra). O perfil de RG pode ser usado para determinar litologia, isso porque os átomos que emitem radiação gama tem maior concentração em determinadas rochas (ELLIS; SINGER, 2007). Na maioria dos sistemas petrolíferos as sequências litológicas são simples, sendo ciclos de folhelhos, arenitos e carbonatos e evaporitos, segundo Stow (2005). O padrão de resposta dos litotipos no perfil raio gama pode ser observado na Figura 1. 6 Figura 1: Resposta típica do perfil raio gama para típicas litologia. M = Mica, * = glauconita. Modificado de Rider (apud NINCI, 2009) . Segue uma análise bibliográfica da radioatividade destes litotipos no perfil RG. 7 2.1.1.1 Radioatividade dos folhelhos e argilas Ao passo que o perfil RG atravessa as formações, “altos valores de radioatividade são registrados, comumente, nos folhelhos” devido a habilidade deste de reter íons metálicos (RIDER, 2000). Típicos folhelhos mostram uma presença significativa de ambos elementos químicos: K, Th e U; e cada um contribui para o valor médio da radioatividade. As argilas são compostas por uma mistura de minerais, que resulta em uma porcentagem de potássio entre 2%-3,5%. É notório que a presença de potássio nos argilominerais varia consideravelmente (e.g., a ilita contem maior quantidade de K comparada com a caulinita). Dessa forma a resposta radioativa para as argilas varia significativamente e compreende um intervalo entre 32,64 à 57,12 °API (segundo a Equação 3.5 que será vista no Capítulo 3). O tório e o urânio estão menos presentes nas argilas. A presença do urânio varia consideravelmente e está fortemente associado a presença de matéria orgânica de origem marinha. Portanto, em média, a concentração de urânio nas rochas sedimentares varia entre 2 ppm à 8 ppm (16 °API a 48 °API), no entanto, em alguns casos estes valores crescem dramaticamente. O tório por ser eletricamente reativo, se deposita junto com os argilominerais que possuem a capacidade de troca catiônica. Dessa forma o tório está presente nas argilas de forma homogênea com uma distribuição regular de 12ppm (intervalo de 8-18ppm), e segundo a Equação 3.5, a resposta radioativa para o Th presente nas argilas é de 47,16 °API (intervalo de 31,44 °API - 70,74 °API). (ELLIS; SINGER, 2007) 2.1.1.2 Radioatividade dos arenitos e outras rochas siliciclásticas O principal constituinte dos arenitos, o quartzo, não é radioativo. Portanto, os valores de radioatividade dos arenitos são associados com detritos de feldspatos e micas, que contém potássio, minerais pesados com tório em sua composição, e fragmentos líticos que contêm argila. Um exemplo de arenito radioativo é o arenito arcosiano (mais que 25% de feldspato) da Formação Namorado. Sendo que os feldspatos ortoclassios contém 14%16% de potássio por massa, o que em média corresponde à 220 °API, segundo a Equação 3.5. (RIDER, 2000) 8 2.1.1.3 Radioatividade nos carbonatos Os carbonatos em seu estado puro não são radioativos, o que contribui para sua identificação. No entanto, em algumas fácies, carbonatos são radioativos devido ao urânio encontrado no hidrocarboneto proveniente da matéria orgânica de origem marinha. Segundo Hassan (1975) a radioatividade nos carbonatos é devida somente ao urânio. 2.1.1.4 Radioatividade nos evaporitos Os mais comuns dos evaporitos, tais como anidrita e halita, apresentam extrema e abnormal valores baixos de radioatividade, segundo Schlumberger (1972). Porém, grandes valores de radioatividade em alguns evaporitos são causados por minerais de potássio, tal como a silvita (KCl), na ordem de 500 °API (ELLIS; SINGER, 2007). Resumindo, os folhelhos são as rochas que apresentam os mais altos valores de radioatividade após os evaporitos potássicos. Porém, deve-se notar que nem todo folhelho é radioativo e tudo o que é radioativo não é necessariamente um folhelho. As demais rochas sedimentares importantes para acumulação de hidrocarbonetos, como calcários ou arenitos, normalmente possuem valores baixos de radioatividade e, consequentemente, um baixo valor na leitura do perfil RG. Quando esse tipo de rocha tem um valor elevado no perfil RG deve-se investigar a presença de micas (potássio), feldspatos (potássio), glauconita (potássio), minerais pesados (tório) e fragmentos líticos (contém argila) nessas litologias. Considerando o calcário, a radioatividade costuma ser baixa, mas quando ocorre acumulação de hidrocarbonetos nesta litologia, a radioatividade do calcário aumenta devido à presença do Urânio. Se for verificado um valor alto de RG em uma litologia com alto conteúdo de Potássio, esta litologia pode não ser um folhelho, havendo a possibilidade de ser um arenito feldspático, glauconítico ou micáceo (RIDER, 2000; HASSAN, 1975; NERY, 1990). 2.1.2 Perfil de densidade O perfil de densidade (RHOB) é o registro contínuo das variações das densidades das rochas atravessadas por um poço. No caso de rochas porosas, as medidas realizadas pelo perfil incluem tanto a densidade da matriz da rocha, como a do fluido contido no espaço poroso. Um feixe monoenergético de RG, de intensidade fixa, ao sair da fonte, choca-se 9 sucessivamente com os elétrons da formação, de acordo com o efeito Compton. A proporção que os RG vão se dispersando, ou sendo absorvidos, a intensidade do feixe inicial diminui. Esta diminuição de intensidade, que é função da mudança na densidade eletrônica do meio, é então medida pelo detector. Assim, quanto mais densa for a rocha menor a intensidade da radiação no detector, e vice-versa. (SERRA, 1984) A ferramenta de perfil mede a densidade eletrônica (ρe ) da formação, a qual é bem próxima da densidade total da formação e facilmente corrigida (NERY, 1990). Esta correção é aplicada internamente na ferramenta através da Equação 2.1. ρb = 1.0704ρe − 0.1883. (2.1) Observe a variação de densidade das litologias mais comuns na Figura 2. Figura 2: Variação de densidade das litologias mais comuns. Note os intervalos similares de folhelho/argila, calcário e arenito. Modificado de Rider (2000). Uma vez conhecida a densidade dos grãos do arcabouço e a densidade do fluido, é possível calcular a densidade da formação pela Equação 2.2. A densidade do arcabouço (ρma ), a densidade do fluído existente nos poros da zona lavada (ρf ), e a densidade da formação lida no perfil (ρb ), estão relacionadas. Assim, a porosidade a partir do perfil de densidade (φD ) é dada pela Equação 2.3. Como padrão no campo, usa-se a densidade do fluido igual a densidade da água da formação. ρb = φD ρf + (1 − φD )ρma . (2.2) 10 φD = ρb − ρma . ρf − ρma (2.3) No caso da presença de argila, seu efeito deve ser corrigido para o cálculo da porosidade. Para isso, basta acrescentar a densidade dos argilominerais a densidade do arcabouço. As aplicações deste tipo de perfil compreendem o cálculo direto de porosidade1 , a identificação da litologia e de zonas de gás, identificação de minerais em depósitos evaporíticos, determinação de densidade de hidrocarbonetos, avaliação de litologias complexas, determinação de folhelhos geradores, cálculo de sobrecarga de pressão e propriedades mecânicas das rochas (SERRA, 1984; SCHLUMBERGER, 1972). Observe a respostas típicas do perfil de densidade para diferentes litologias na Figura 3. 1 O cálculo direto de porosidade a partir do perfil de densidade é possível se conhecidos a densidade dos sólidos e do fluído. 11 Figura 3: Resposta típica do perfil de densidade. *Densidade e porosidade com a água doce (densidade 1.0 g/cm3). Modificado de Rider (apud NINCI, 2009). 12 2.1.3 Perfil resistivo O perfil resistivo com eletrodos galvânicos mede a resistência à passagem da corrente elétrica através das camadas localizadas entre eletrodos que se deslocam no poço. Como a corrente enviada ao eletrodo emissor é mantida constante, o que a curva registra é o potencial. Posteriormente esse potencial é convertido em valores de resistividade elétrica. Dentro desta linha de raciocínio o sistema Duplo Lateroperfil (DLL) foi desenvolvido. Trata-se de dois sistemas com sete eletrodos montados em uma mesma ferramenta. Através da alternância da frequências de trabalho (35 Hz e 280 Hz) denominadas, respectivamente, de LLD (Deep) e LLS (Shallow). (ELLIS; SINGER, 2007) Os macroperfis de resistividade focalizam a corrente elétrica para atingir zonas mais profundas da formação que não estejam contaminadas com o fluido de perfuração, visando investigar grandes volumes de rocha para a obtenção da resistividade da zona virgem (Rt). Os perfis de microresistividade, entretanto, são miniaturas das macroferramentas. Tal artifício, por consequência, diminui sensivelmente o raio de investigação que investiga apenas as zonas próximas à parede do poço (região da zona lavada - Rxo). Nesse modelo de Duplo Lateroperfil, a resposta da ferramenta de perfilagem (Ra ) pode ser pensada como uma combinação linear da resistividade da zona invadida (Rxo ) com a zona virgem (Rt ) (ELLIS; SINGER, 2007). Essa relação é dada pela Equação 2.4. Ra = J(di )Rxo + (1 − J(di ))Rt . (2.4) E o fator J (ou pseudo fator geométrico) é o peso normalizado que fornece a contribuição relativa de ambas zonas de investigação em função do diâmetro di - observe a Figura 4. 13 Figura 4: Fator pseudogeométrico radial J para diversas ferramentas de perfil. Fluido de perfuração com resistividade maior que as do fluido da formação (linhas contínuas), fluido de perfuração com resistividade dez vezes menor que a resistividade do fluido da formação (linhas tracejadas). Modificado de Schlumberger (1972). Na Subseção 3.4.1 faz-se uma revisão das características elétricas aplicáveis as rochas sedimentares: Worthington et al. (1985) apresenta diversos trabalhos com diferentes equações para caracterizar a resistividade da formação. Todos os trabalhos tomaram como base o trabalho de Archie et al. (1942). Doveton aplicou as equações mostradas por Worthington et al. (1985) e identificou quais delas tem melhor aplicabilidade para o cálculo da resistividade da formação. Ele destaca as seguintes equações: Patchett et al. (1967): Sw φ2 .Sw2 + . aRw Rsh (2.5) φ2 .Sw2 Sw Vsh + . aRw Rsh (2.6) Ct = Bardon et al. (1969): Ct = 14 Schlumberger (1972): φ2 .Sw2 Sw Vsh Ct = + . a(1 − Vsh )Rw Rsh (2.7) Juhasz et al. (1981): Ct = φsh Sw Vsh φ2sh 1 φ2 .Sw2 + ( − ). aRw φ Rsh Ro (2.8) sendo, Rt = 1 . Ct (2.9) Observe que as equações encontradas na literatura não foram estudadas quando o fluido que satura a rocha é hidrocarboneto ou até mesmo uma mistura de fluidos polares e apolares. Quando o fluido de perfuração é resistivo é necessário utilizar as ferramentas de indução que medem a capacidade da formação permitir a passagem de campo magnético.(SERRA, 1984) Perfis resistivos não podem ser usados para o reconhecimento das litologias. Não há característica para a resistividade dos folhelhos, carbonatos, ou arenitos. Taís valores depende de muitas variáveis, tais como compactação, conteúdo de fluído entre outros. No entanto, apesar dos perfis resistivos não poderem ser usados para identificar litologias, este é muito sensível a presença dos minerais que as compõe (NERY, 1990), conforme mostrado na Subseção 3.4.1. Observe as respostas típicas do perfil resistivo na Figura 5. É notório que o perfil resistivo sofre grande influência do fluido no volume poroso. 15 Figura 5: Resposta típica do perfil resistivo. A figura mostra o efeito da litologia e dos fluidos por ela contida na passagem da corrente elétrica. Modificado de Rider (2000). *Aplicável igualmente para calcário, dolomita e outras rochas sedimentares. 2.1.4 Perfil sônico O Perfil Sônico ou Acústico mede o tempo de trânsito de uma onda elástica através da formação. Ou seja, ferramenta sônica consiste, basicamente, no registro do tempo 16 decorrido entre o momento em que um pulso sonoro - compressional ou cisalhante - é emitido por um transmissor, até sua chegada a dois receptores distintos. Esse sistema com dois receptores é utilizado para remover a contribuição do caminho que a onda compressional percorre no fluido de perfuração (ELLIS; SINGER, 2007). Primeiro chega a onda compressional e depois as ondas com menor velocidade de propagação como a onda cisalhante. A diferença entre os dois tempos de chegada (transmissor e receptor mais distante menos transmissor e receptor mais próximo) é chamada de tempo de trânsito (∆t) ou “delay time”, sendo a unidade usual é µsegundos/pé. O intervalo de tempo de trânsito registrado no perfil depende da litologia e da porosidade, isto é, o intervalo registrado é a soma do tempo que um sinal acústico leva para viajar através da parte sólida da rocha (matriz da rocha) e o tempo que ela leva para viajar através dos fluidos presentes nos poros. Em 1956 Wyllie et al. propôs uma Equação para o conjunto rocha fluido segundo a lei das misturas vista na Seção 3.5. Transcrevemos a Equação 3.6 aplicada aos perfis acústicos para o tempo de transito da onda mecânica segundo Wyllie et al. (1956): ∆t = φDT ∆tf + (1 − φDT )∆tma . (2.10) Percebe-se, portanto, que o perfil acústico também é usado para calcular porosidade (φDT ) embora o valor calculado seja usualmente menor quando comparado com a porosidade derivada dos perfis de densidade e de nêutrons. Teoricamente a porosidade deste perfil só é sensível porosidade intergranular das rochas sedimentares. Da mesma forma, observou-se que o valor do calculo da porosidade a partir da Equação de Wyllie et al. (1956) fornecia valores superestimados para rochas sedimentares pouco consolidadas. Raymer et al. (1980) criaram uma relação entre tempo de transito e porosidade medida em testemunho, e definiram uma Equação diferente da de Wyllie, para calcular da porosidade em rochas sedimentares consolidadas e não consolidadas, ou seja, sem que haja a necessidade da correção quanto a compactação: 1 (1 − φ)2 φ = + . ∆t ∆tma ∆tf (2.11) Nery (1990), através das Equações 2.10 e 2.11, concluiu que Wyllie et al. considera a o tempo de transito da onda como sendo um sistema rocha-fluido em serie, resolvido pela media ponderada volumetricamente entre os tempos dos diversos ma- 17 teriais componentes da rocha (fluidos e matriz). Já em 1980 Raymer et al., admitem um sistema em paralelo, resolvido pela média harmônica do sistema. Observe a respostas típicas do perfil sônico para diferentes litologias na Figura 6. Figura 6: Resposta típica do perfil sônico. A figura mostra a habilidade da formação de transmitir a onda acústica, expressa em intervalo de tempo de trânsito (µs/pé). Modificado de Rider (2000). 18 2.1.5 Perfil Neutrônico A maioria das ferramentas neutrônicas são constituídas por uma fonte de nêutrons e de um, dois ou quatro detectores (ferramentas SNP e CNL), sensíveis aos nêutrons termais e aos epitermais. A fonte emite nêutrons rápidos que penetram nas camadas adjacentes ao poço. Para reduzir a probabilidade dos nêutrons da fonte viajarem até os detectores sem interagir com a formação, uma blindagem é colocada entre a fonte e os detectores (ELLIS; SINGER, 2007). Através de sucessivas colisões elásticas, os nêutrons perdem parte da energia com que foram emitidos, atingindo os estágios epitermal e termal. A maior quantidade de perda energética ocorre quando os nêutrons se chocam com núcleos de massa praticamente igual à sua, portanto, com o núcleo de hidrogênio (ou demais absorvedores menos expressivos). Além da massa praticamente igual à massa do nêutron, outro fator que contribui para a grande perda de energia do nêutron é a seção eficaz de amortecimento do hidrogênio, que é a maior encontrada. Sabendo que o a maior concentração de hidrogênio em uma formação porosa se concentra nos fluidos presentes nos poros, assim, a perda de energia pode ser diretamente relacionada com a porosidade da formação. Portanto, as ferramentas são calibradas em unidades de porosidade. Nenhuma ferramenta neutrônica é capaz de diferenciar essas fontes distintas de hidrogênio, portanto, a alta concentração de hidrogênio será interpretada como alta porosidade. Dentre todos os efeitos que podem influenciar nas medidas das ferramentas neutrônicas, três merecem maior destaque: o efeito da litologia, o efeito do gás (ou óleo leve) e o efeito da argila. (SERRA, 1984) Sempre que os poros estiverem preenchidos por gás, a porosidade neutrônica será menor que a real. Isso ocorre pois o gás apresenta uma menor concentração de hidrogênio quando comparado com óleo ou água. Os argilominerais apresentam hidroxilas (OH) como parte da sua estrutura ou, em alguns casos, apresentam água adsorvida em sua estrutura, aumentando a concentração de hidrogênio. Esse hidrogênio afetará o amortecimento dos nêutrons da mesma maneira que o hidrogênio presente nos poros da formação. Portanto, a porosidade medida em zonas argilosas será maior que a real (ELLIS; SINGER, 2007). Observe a respostas típicas do perfil neurônico para diferentes litologias na Figura 7. 19 Figura 7: Resposta típica do perfil neutrônico. O perfil neutrônico mostra o índice de hidrogênio que é convertido em unidades de porosidade. *Valores de porosidade com água doce e compatíveis com a ferramenta CNL da Schlumberger. Modificado de Rider (apud NINCI, 2009). 20 2.2 Propriedades Petrofísicas dos Minerais Com base no modelo rocha-fluido (Subseção 3.5), para compor os vetores de respostas dos perfis, é necessário identificar o valor correto dos parâmetros petrofísicos para cada mineral. Por exemplo, o vetor densidade contem a densidade do quartzo, calcita, dolomita e assim por diante. Na pesquisa para encontrar tais características, foram consultadas diversos trabalhos tais como Ellis e Singer (2007), Wyllie et al. (1956), Raymer et al. (1980), Hassan (1975), Nery (1990), Schlumberger (1972), Rider (2000), Serra (1984). Todos estes trabalhos nos fornecem dados petrofísicos referentes aos minerais existentes nas rochas sedimentares. Observe, na Tabela 1, os minerais mais comuns em rochas sedimentares e os valores de seus parâmetros físicos aplicados a perfilagem geofísica (os vetores de ρLOG , φN , ∆tP , e GR de cada mineral estão presentes nos algoritmos encontrados no apêndice). No Apêndice C poderão ser encontradas outras tabelas (extensivas), semelhantes, com quantidades maiores de minerais e de parâmetros petrofísicos. 2.3 Campo de Namorado O Campo de Namorado é um dos campos de petróleo da Bacia de Campos que nos dias de hoje é considerado um campo maduro por possuir uma produção em declínio. A grande quantidade de dados coletados ao longo dos anos fez com que o Campo Namorado fosse considerado um Campo Escola. Seus dados são disponibilizados para instituições de pesquisa e ensino pela agência regulamentadora desse setor - Agência Nacional do Petróleo, ANP - para estudos de geofísica e geologia. Para este trabalho o poço NA22 foi o escolhido por três motivos: (i) suíte completa de perfis de poço, (ii) testemunhado pela PETROBRAS e (iii) estudos estatísticos relacionados. Observe a seguir a descrição2 das fácies testemunhadas e a correlação com perfil de poço feita por Ninci (2009) que realizou estudos estatísticos das medidas dos perfis. Na Tabela 2 a média e o desvio das resposta dos perfis para o poço NA22. Grupo 1: contém fácies formadas apenas por arenitos, sem intercalações com outras litologias e cimentação predominante. A ausência de folhelho/argila e a gra2 Descrição realizada pela Petrobras de acordo com critérios geológicos, tais como constituição da rocha e granulometria. O Campo Namorado teve 26 fácies numeradas pela Petrobras. Ilita Clorita Montemorilonita Barita Albita Anortita Ortoclasse Siderita Anquerita Pirita Fluorita Halita sivita Carnalita Água Óleo Gás (K, H3 O)(AL, M g, F e)2 (Si, Al)4 O10 [(OH)2 , (H2 O)] (M g, F e, Al)6 (Si, Al)4 O10 (OH)8 (Ca, N a)7 (Al, M g, F e)4 (Si, Al)8 O20 (OH)4 (H2 O)4 BaSO4 N aAlSi3 O8 CaAlSi3 O8 KAlSi3 O8 F eCO3 Ca(M g, F e)(CO3 )2 F eS2 CaF2 N aCl KCl KM gCl3 .6(H2 O) H2 O Hidrocarbonetos fração liquida Hidrocarbonetos fração gasosa SiO2 CaCO3 CaCO3 M gCO3 CaSO4 CaSO4 (H2 O) KAl2 (Si3 AlO10 )(OH)2 K(M g, F e)3 (Si3 AlO10 )(OH)2 Al4 Si4 O10 (OH)8 K(M g, F e)2 Al6 (Si4 O10 )(OH)12 Quartzo Calcita Dolomita Anidrita Gipsita Muscovita Biotita Caulinita Glauconita b (ELLIS; SINGER, 2007) (CRAIN, 2000; SCHLUMBERGER, 1972) c (TIMUR et al., 1987; WYLLIE et al., 1956; RAYMER et al., 1980) d (SCHLUMBERGER, 1972; HASSAN, 1975) a Fuidos Evaporitos Férricos K-Feldspatos Na-Feldspatos Argilas Micas Principais Formula Nome 2,77 2,87 2,62 4,08 2,58 2,74 2,54 3,91 3,08 5,0 3,12 2,03 1,86 1,56 1,2-1,4 0,6-1,0 <0,04 2,65 2,71 2,87 2,95 2,35 2,83 3,2 2,64 2,83 ρLOG a g/cm3 15,8 42,8 11,5 0,2 -1,3 -1,8 -1,1 12,9 5,7 -1,9 -0,6 -1,8 -4,1 58,4 110,0 126,0 20,0 -2,8 0,5 0,2 50,7 16,5 22,5 49,1 17,5 φN b % 64,6 64,6 64,6 69,8 47,2 45,1 69,8 43,9 45,7 39,6 45,7 67,1 73,8 78,0 189,0 240,0 760,0 55,5 47,2 43,9 50,0 52,4 47,2 55,5 64,3 55,5 ∆tP c µs/pé 270,0 275,0 80-130 90,5116 250-300 180-250 150-200 220,0 500,0 200,0 ? - GRd ◦ AP I Tabela 1: Parâmetros petrofísicos para minerais mais comuns em rochas sedimentares. Note que os valores aplicados são para os minerais isolados. 21 22 nulometria média a grossa sugerem um maior potencial de conter óleo. As fácies existentes neste grupo são: • Fácies 6 - Arenito Grosso, Amalgamado: camadas de arenito arcosiano de até 3 metros, amalgamadas. Em geral, a base é constituída por arenitos conglomeráticos, gradando para arenito grosso a médio em direção ao topo. Delgados níveis de gradação inversa/normal na base. • Fácies 7 - Arenito Médio-Fino Laminado: camadas de até 1 metro de espessura com trend de gradação normal com base areia grossa a média e topo areia fina. Laminações plano-paralelas. • Fácies 8 - Arenito Médio Gradado ou Maciço: composição arcoseana, bem selecionado, às vezes com gradação grossa ou incipiente. Grupo 2: composto por arenitos com menor capacidade de conter óleo em rela- ção ao grupo 1, por ser constituído por granulação mais fina ou associado à rochas argilosas. As fácies existentes neste grupo são: • Fácies 3 - Diamictito Arenoso Lamoso: arcabouço desagregado, suportado por matriz siliciclástica arenosa/lamosa. Formado por cascalho de matriz lítica (quartzo, granito, calcilutito e folhelho). Feições de deformação. • Fácies 10 - Arenito/Folhelho Interestratificado: intercalações de até 1 metro de arenito médio gradacional a arenito fino com ripples e folhelho (Sequência de Bouma completa). • Fácies 11 - Arenito/Folhelho Finamente Interestratificado: camadas de arenito fino com laminação plano-paralela nos “sets” mais espessos e que grada para arenito fino/muito fino com ripple, às vezes com “climbing”, e estes para siltito e folhelho. • Fácies 15 - Interlaminado Arenoso Bioturbado: arenito fino a médio, argiloso, completamente bioturbado. Grupo 3: a terceira classificação considerou apenas arenitos e folhelhos que con- têm carbonatos em sua constituição (fácies cimentadas e margas). Estas fácies foram colocadas no mesmo grupo devido à presença do cimento faz com que os arenitos 23 cimentados apresentem valores no perfil de densidade mais elevados do que arenitos não-cimentados (NINCI, 2009). As fácies existentes neste grupo são: • Fácies 9 - Arenito Médio Cimentado: forma níveis e lentes descontínuas (<1 centímetro) de arenito médio, totalmente cimentado. Ocorrem intercalados às fácies arenosas porosas. • Fácies 21 - Arenito Cimentado, com Feições de Escorregamento: arenito médio, com feições de deformação interna (escorregamento) e totalmente cimentado. Clastos mal selecionados e angulosos, com arranjo desordenado, aspecto brechóide. Grupo 4: composto por fácies com predominância de sedimentos muito finos, como silte e argila, sendo considerados como não-reservatório. As fácies existentes neste grupo são: • Fácies 12 - Siltito Argiloso Estratificado: camadas centimétricas (< 20 centímetros) de siltito, gradando a folhelho. Alta razão folhelho/areia. Sequência de Bouma. • Fácies 16 - Interlaminado de Siltito e Folhelho, Deformado, Bioturbado: formam níveis irregulares de espessura variável de silte cinza claro e folhelho cinza escuro, bioturbados. Arenito Grosso, Amalgamado Arenito Médio Gradado ou Maciço Arenito Médio Gradado ou Maciço Diamictito Arenoso Lamoso Arenito/Folhelho Interestratificado Arenito/Folhelho Finamente Interestratificado Interlaminado Arenoso Bioturbado Arenito Médio Cimentado Arenito Cimentado com Feições de Escorregamento Siltito Argiloso Estratificado Interlaminado de Siltito e Folhelho, Deformado, Bioturbado Facie 16 M = 81, 38 σ = 19, 83 M = 76, 91 σ = 17, 02 12 4 M = 57, 53 σ = 21, 94 M = 52, 40 σ = 12, 11 9 21 M = 67, 19 σ = 18, 70 15 3 M = 77, 10 σ = 19, 49 M = 64, 97 σ = 9, 15 11 2 M = 67, 44 σ = 14, 73 3 10 M = 54, 00 σ = 7, 3 8 M = 59, 45 σ = 12, 11 Raio Gama M = 52, 87 σ = 1, 83 1 Grupo 7 6 N° M = 79, 68 σ = 20, 04 M = 47, 86 σ = 14, 64 M = 67, 44 σ = 15, 7 M = 55, 18 σ = 9, 12 M = 22, 71 σ = 6, 39 M = 20, 16 σ = 5, 20 M = 16, 42 σ = 6, 9 M = 18, 05 σ = 6, 48 M = 20, 85 σ = 5, 89 M = 21, 66 σ = 3, 48 M = 23, 85 σ = 3, 15 M = 22 σ = 4, 91 M = 23, 08 σ = 3, 6 M = 21, 04 σ = 3, 47 M = 21, 08 σ = 3, 55 M = 21, 58 σ = 5, 7 M = 12, 99 σ = 5, 59 M = 22, 07 σ = 4, 75 M = 22, 58 σ = 3, 68 Porosidade Neutão M = 2, 43 σ = 0, 1 M = 2, 43 σ = 0, 09 M = 2, 48 σ = 0, 1 M = 2, 37 σ = 0, 12 M = 2, 36 σ = 0, 11 M = 2, 36 σ = 0, 13 M = 2, 27 σ = 0, 07 M = 2, 38 σ = 0, 1 M = 2, 25 σ = 0, 09 M = 2, 26 σ = 0, 12 M = 2, 43 σ = 0, 09 M = 2, 51 σ = 0, 11 M = 2, 36 σ = 0, 11 M = 2, 26 σ = 0, 1 Densidade M = 2, 32 σ = 0, 09 Tabela 2: Gupo de fácies e dados estatísticos do poço NA22. Origem dos dados em Ninci (2009). 24 25 3 Revisão de Conceitos e Modelos Na revisão bibliográfica apresentou-se uma avaliação dos trabalhos relacionados a esta monografia. Apresenta-se agora, neste capítulo, um conjunto de conceitos e modelos que estão diretamente relacionados a este trabalho e que serão amplamente utilizados. Para entender a influência da litologia na respostas dos perfis geofísicos os conceitos a seguir são necessários. 3.1 Conceitos Gerais Referentes Às Rochas Uma rocha é composta por um conjunto de minerais, sendo um destes predominante. Por exemplo, os arenitos feldspáticos são compostos por mais de 65 % de quartzo, mais de 25 % de feldspato e uma ocorrência pequena de outros minerais, por exemplo: micas e minerais máficos. Outro exemplo é o calcário onde predomina a calcita. Devido a Terra ter uma superfície dinâmica, as rochas e seus minerais sofrem transformações. O magma presente no manto pode ser exposto através da dinâmica das crostas e então esfriar-se e transforma-se em rochas ígneas extrusivas ou intrusivas. A medida que as rochas ígneas são expostas a condições climáticas e a água, estas perdem grãos que se transformam em sedimentos. Tais sedimentos ao passar por processos de soterramento e pressão se transformam em rochas sedimentares. Caso ambas rochas ígneas e sedimentares passarem por altas pressões e temperaturas, capazes de mudar suas estruturas cristalinas, elas se transformarão em rochas sedimentares. Todos os três tipos de rochas podem se transformar novamente em magma através da subducção das placas tectônicas - este processo é chamado de ciclo das rochas. 26 Qualquer uma destas rochas pode conter porosidade para aprisionar quantidades economicamente viáveis de petróleo, no entanto as rochas sedimentares representam 99 % das rochas reservatório, sendo, portanto, as principais rochas de estudo desse trabalho de monografia. As rochas sedimentares são uma acumulação de fragmentos de outras rochas preexistentes. O processo pelo qual as rochas são quebradas em sedimentos é chamado de erosão, sedo esta: • Mecânica - quando as rochas sofrem processos físicos tais como erosão eólica • Química - quando as rochas sofrem processos químicos tais como oxidação. O transporte descreve o processo pelo qual os sedimentos são transportados pelo vento, pelas águas de rios, geleiras e força da gravidade. O ambiente deposicional é definido pelo local onde os sedimento se deposita, sendo os principais ambientes deposicionais: • continental - e.g. desertos, lagos, leito de rios, pântanos, • continental e marinho - i.e. deltas, • marinho - i.e. oceano. Litificação é o processo pelo qual os sedimentos se unem para formar uma rocha sedimentar. Há três maneiras em que isto é feito: • compactação - ocorre com o soterramento das camadas que fornecem esforços capazes de unir os sedimentos para formar uma rocha sedimentar, • cimentação - os sedimentos são unidos por partículas menores que aderem a sua superfície, • cristalização - processo pelo qual uma solução se transforma em um no tipo de rocha. A textura da rocha é baseada no tamanho do grão, na forma, e no arranjo dos grãos. As rochas sedimentares podem ser subdivididas em cinco diferentes texturas (MACHADO, 2002): • clástica - consiste em fragmentos de outras rochas, 27 • bioclásticas - consiste em vestígios de material orgânico, • cristalina (não clástica) - os minerais se apresentam em um padrão entrelaçado, • amórfica - não há estrutura cristalina, • oolítico - consiste em pequenas partículas redondas de carbonato de cálcio. Muitos termos descritivos são usados para definir amostras de rochas, dos quais muitos não podem ser determinados diretamente através perfis petrofísicos. Forma, seleção e tipo de estratificação, e espessura da camada são termos comuns. O tamanho das partículas sedimentares é uma abordagem semiquantitativa da descrição de uma amostra e auxilia a petrofísica no entendimento das texturas das rochas. Neste contexto, uma das mais usadas classificações granulométrica por ser bastante representativa é a de Wentworth-Udden (WENTWORTH, 1922; UDDEN, 1914) - esta é uma escala granulométrica com razão 2 entre as classes sucessivas como mostra a Tabela 3: 28 Tabela 3: Classificação de Wentworth-Udden quanto ao tamanho das partículas Diâmetro (mm) Nome Rocha Carbonato > 256 Matacão Conglomerado Calcirudito 256-128 Bloco Grosso - - 128-64 Bloco - - 64-32 Seixo Muito Grosso - - 32-16 Seixo Grosso - - 16-8 Seixo Médio - - 8-4 Seixo Fino - - 4-2 Grânulo - - 2-1 Areia muito Grossa Arenito Calcarenito 1-1/2 Areia Grossa - - 1/2-1/4 Areia Média - - 1/4-1/8 Areia Fina - - 1/8-1/16 Areia Muita Fina - - 1/16-1/32 Silte Groso Siltito Calcisiltito 1/32-1/64 Silte Médio - - 1/64-1/128 Silte Fino - - 1/128-1/256 Silte Muito Fino - - 1/256-1/512 Argila Grossa Argilito, Folhelho Calcilutito 1/512-1/1024 Argila Média - - 1/1024-1/2048 Argila fina - - Nery e Barros (2000) lembram que as rochas sedimentares, terrígena ou carbonática, para efeito petrofísico descritivo, são constituídas mineralogicamente por três elementos: arcabouço, matriz e cimento: Arcabouço Representa a fração do material granular da dimensão das areias (1/16 a 2 mm de diâmetro) que compõe a rocha arenito (PETTIJOHN et al., 1987). Existem diferentes tipos de grãos que compõe a fração areia: • grão de quartzo (SiO2 ) é mineral mais dominante das rochas sedimentares; isto porque este tem propriedades físico-químicas excepcionais, tais como alta dureza (7 na escala de Mohs) e estabilidade química (STOW, 2005). Estas propriedades permitem que os grãos de quartzo sobrevivam a múltiplos eventos de 29 reciclagem, enquanto o arredondamento do grão se desenvolve. Os grãos de quartzo tem origem em rochas plutônicas félsicas, e de outras rochas sedimentares. • grão de feldspato é o segundo mais abundante mineral nos arenitos (STOW, 2005). Este é subdividido nos subgrupos feldspatos alcalino (ou potássicos devido sua composição variar de N a a K −AlSi3 O8 ) e plagióclasio (sua composição varia de N aAlSi3 O8 a CaAl2 Si2 O8 ). • grão lítico é um fragmento de rocha de origem chamado de fragmentos líticos ou clásticos, sendo os que os fragmentos líticos mais comuns em rochas sedimentares são clásticos ou vulcânicos. • minerais acessórios são todos os demais grãos de mica (moscovita e biotita), olivina, piroxênios, corundum, zircão, turmalina, rútilo, magnetita, granada presentes no arenito; que comumente representam um pequena fração dos grãos das rochas sedimentares. Matriz Trata-se do material clástico fino (diâmetro menor que 1/16 mm) entre os grãos do arcabouço, como as argilas (caulinita, montmorillonita, ilita, clorite) Cimento É a fração precipitada quimicamente nos poros das rochas clásticas e é o responsável por agregar os minerais da rocha. Quando existente tende a obliterar os espaços vazios preexistentes, tornando a rocha mais fechada ou menos porosa. Geralmente o cimento é constituído por: • sílica ou opal (sílica amorfa hidratada): quando há cimento de sílica nos arenitos é notável que estes são atraídos pelos grãos de quartzo do arcabouço, pois ambos são compostos pelos mesmos elementos químicos. Dessa forma os minerais de sílica crescem ao redor dos grãos de areia preenchendo os espaços intersticiais. • calcitas: são os cimentos carbonáticos mais comuns. • hematita (oxido de ferro III), • limonita (F e2 O3 N H2 O), 30 • feldspatos, • anidrita (mineral composto por sulfato de cálcio CaSO4 ), • gipsita (sulfeto de cálcio Ca(SO4 ).2H2 O), • barita (BaSO4 ), • minerais de argila, e minerais zeólitos (aluminossilicatos hidratados que possuem uma estrutura aberta que pode acomodar uma grande variedade de cátions, como os N a+ , K + , Ca2+ , M g 2+ ) A composição mineral em rochas sedimentares varia muito. 3.2 Mineralogia O mineral é uma ocorrência natural de componentes inorgânicos com uma específica formula química e uma estrutura cristalina definida. Muitas das ocorrências de minerais são impuras e, portanto há uma pequena variação nas formulas químicas dos mesmo (MACHADO, 2002). Pode-se citar os minerais de quartzo (SiO2 ) e calcita (CaCO3 ) como os constituintes mais comuns das rochas sedimentares. As condições termodinâmicas e a concentração de elementos químicos são os fatores principais no surgimento de um mineral. O oxigênio representa mais que 60 % da crosta terrestre em proporção atômica, seguido por um pouco mais que 20 % de silício e 6-7 % de átomos de alumínio e cerca de 2 % para Fe, Ca, Mg, Na e K . Portanto, os minerais serão formados por combinações destes através de estruturas cristalinas bem definidas. Cerca de 3600 minerais já foram identificados na crosta terrestre, no entanto alguns são mais comuns e significativos (DYAR et al., 2008). A mineralogia, em especial de reservatórios, tem impacto direto nos cálculos petrofísicos. O ambiente deposicional e o tipo de sedimento depositado definirão o tamanho dos grãos, a seleção dos grãos, e sua distribuição (STOW, 2005). Segundo Tucker e Wright (2009) o histórico diagenético determina o grau em que: a proporção dos grãos foram lixiviados; os cimentos foram depositados; os minerais autigênicos se formam. A mineralogia de uma rocha sedimentar resulta da combinação de seu histórico deposicional e diagenético. Em arenitos, o ambiente deposicional controla os percentuais de quartzo, sílex, feldspato, grãos detríticos de argilominerais e outros minerais 31 que podem compor a matriz, assim como a relação de permo-porosidade (PETTIJOHN, 1987). Para rochas carbonáticas, os fatores diagenéticos e deposicionais também estão presentes, no entanto a mineralogia é diferente. Nas formações carbonáticas, as formações rochosas consistem tipicamente de sequências intercaladas de carbonatos, dolomita, anidrita, sal, e camadas de folhelho (MORSE; ARVIDSON, 2002). As chaves para o entendimento dos reservatórios dentro das camadas de carbonato são o tamanho original dos grãos e como estes foram alterados por processos diagenéticos (FOLK, 1954). Ao passo que essas reações químicas ocorrem, a distribuição do tamanho dos poros muda (e.g., por dolomitização). A porosidade de rochas carbonáticas também é bastante influenciada pelo intemperismo, dissolução e fratura. No âmbito mineralógico, as propriedades dos argilominerais também são muito importantes. Existem diferentes tipos de minerais de argila, e sua influência nos perfis de poço são diferentes. Há diferença entre argilominerais de folhelhos e aqueles que estão entre intervalos de arenito. Enquanto os minerais detríticos de argilas nos arenitos são os mesmos que dos folhelhos, os argilominerais autigênicos são diferentes dos primeiros (GUGGENHEIM; MARTIN, 1995). A seguir mostrar-se-a os grupos de minerais mais presentes nas rochas sedimentares. Silicatos Segundo Greenwood et al. (1984), a base de unidade dos silicatos é o tetraedro [SiO4 ]4− . Esta classe de minerais representa 40 % dos minerais comuns, e 95 % do volume da crosta terrestre – sendo 59,5 % para os feldspatos, 16,8 % para os anfibólios (Am Xn Yo /Z8 O22 (OH)2 ) e piroxênios (Bn Co /Si2 O6 ), 12 % para o quartzo e 3,8 % pelas micas e 2,9 % outros minerais. Nas rochas sedimentares, os minerais mais significativos desde grupo nas rochas sedimentares são: • quartzo (SiO2 ), • beta-cristobalita (polimorfo do quartzo), • opala (SiO2 .nH2 O), • almandita (granada do ferro-alumínio F e3 Al2 (SiO4 )3 ), 32 • hornblenda (anfibólio (Ca, N a)2 − 3(M g, F e, Al)5 (Al, Si)8 O22 (OH, F )2 ), • turmalina (N a(M g, F e, Li, M n, Al)3 Al6 (BO3 )3 Si6 .O18 (OH, F )4 ), • zircão (nesossilicato ZrSiO4 ). Carbonatos Minerais carbonatos são aqueles que contém o ânion CO32− , dentro do grupo isoestrutural dos carbonatos ortorrômbicos (grupo da calcita) ocorrem substituições dos cátions Ca,Fe, Mn, Mg, Zn. O mineral carbonático mais estável é a calcita (CaCO3 ), seguido pela dolomita (CaM g(CO3 )2 ), Ankerite Ca(F e, M g)(CO3 )2 e Siderita (F eCO3 ) (DEER et al., 1992). Óxidos Ocorrem geralmente como precipitados em depósitos próximos da superfície, como produtos de oxidação de metais sendo os mais comuns o ferro (hematita (F e2 O3 ), magnetita (F e3 O4 ), geotita (F eO(OH)), limonita (F eO(OH).nH2 O) e alumínio (gibbsite - mineral principal constituinte da bauxita Al(OH)3 ) (GREENWOOD et al., 1984). Fosfatos Este grupo representa os minerais que contém o fosfato tetraedricamente coordenados ao longo do ânion (P O43− ). O constituinte mais importante e frequente dessa classe é a apatita - com as seguintes variantes: hidroxiapatita (Ca5 (P O4 )3 OH), clorapatita (Ca5 (P O4 )3 Cl) e a fluorapatita (Ca5 (P O4 )3 F ), assim como a carbonapatita (Ca5 (P O4 )3 CO3 H2 O) (PETERSON; DEPAOLO, 2007). Feldspatos Os feldspatos pertencem ao grupo dos silicatos, foi separado em grupo diferente por causa da sua expressividade. Sua composição pode ser expressa em termos dos cátions que ocupam a posição catiônica: K, Na, Ca, Ba, Fe, Pb, Rb e o Cs. Desses cátions, apenas são importantes os três primeiros (Figura 8), segundo Smith e Brown (1988): • Feldspatos Alcalinos – K[AlSi3 O8 ]– ortoclásio , 33 – K[AlSi3 O8 ]- microclina1 , – (K, N a)[AlSi3 O8 ]– anortóclase (N a/K = 3). • Feldspatos Plagioclásios (sódico-cálcicos) – N a[AlSi3 O8 ]– albita, – Ca[Al2 Si2 O8 ]- anortita. Figura 8: Diagrama da série dos feldspatos. (SMITH; BROWN, 1988) Micas O grupo de minerais mica da classe dos filossilicatos (um dos grupos de minerais de argila), que têm a divisão basal altamente perfeita. Pode-se citar como os mais representativos a (DEER et al., 1992): • muscovita KAl2 (Si3 Al)O10 (OH, F )2 , • glauconita (K, N a)(F e3+ , Al, M g)2 (Si, Al)4 O10 (OH)2 , • biotita K(M g, F e)3 (OH, F )2 (Al, F e)Si3 O10 , • flogopita KM g3 (AlSi3 O10 )(F, OH)2 (extremo magnésio da série biotite). 1 O feldspato alcalino microclina é quimicamente idêntica à ortóclasio mas cristaliza-se no sistema triclínico 34 As micas não tem capacidade de troca catiônica, e portanto não influenciam nas medidas elétricas dos perfis. Argilas Os minerais de argila são filossilicatos de alumínio hidratado, por vezes, com quantidades variáveis de ferro, magnésio, metais alcalinos, alcalino-terrosos, e outros cátions que se encontram na crosta da terra. Tais minerais são muito comuns em rochas sedimentares de granulação fina, como o xisto, argilito e siltito e como matriz das rochas sedimentares. Os minerais de argila estão subdivididos nos grupos (DEESON, 1973): • caulinita - onde se encontram os minerais polimorfos de Al2 Si2 O5 (OH)4 , • clorita - este grupo as vezes é considerado como um grupo fora dos argilominerais e apresenta uma formula genérica igual a (M g, F e, Al)6 (Si, Al)4 O10 (OH)8 , • ilita - representa basicamente o grupo da moscovitas microscopicamente hidratadas com formula geral (K, H)Al2 (Si, Al)4 O10 (OH)2 − nH2 O, • montimorilonita ou esmectita - é encontrada como impureza nos arenitos e sua fórmula química geral é (Ca, N a, H)(Al, M g, F e, Zn)2 (Si, Al)4 O10 (OH)2 − nH2 O (GUGGENHEIM; MARTIN, 1995). Evaporitos Evaporito é um nome para um sedimento mineral solúvel em água, que resulta da concentração e cristalização por evaporação a partir de uma solução aquosa. (GUGGENHEIM; MARTIN, 1995) Minerais evaporíticos são precipitados quimicamente quando a sua concentração na água atinge um nível tal que já não podem existir como solução solutos. Os minerais são precipitados na ordem inversa da sua solubilidade, de modo que a ordem de precipitação da água do mar é: 1. calcita (CaCO3 ) e dolomita (CaM g(CO3 )2 ), 2. gesso ou gipso (CaSO4 − 2H2 O) e anidrita (CaSO4 ), 3. halita (cloreto de sódio), 4. sais de potássio e magnésio. 35 3.3 Conceitos Referente À Litologia Segundo Allaby e Allaby (2008) litologia significa a descrição das características físicas da rocha conforme a determinado através dos olhos ou com uma lupa de baixa potência, e baseia-se na cor, estrutura, composição mineralógica, e o tamanho dos grão. Outra definição, mais aplicada a indústria petroleira é: litologia significa a composição ou tipo de rocha tal como arenito ou carbonato (HYNE, 1991). O histórico deposicional e diagenético (i), a estrutura dos poros (ii), assim como a mineralogia (iii) especificam detalhadamente as características de uma rocha sedimentar. Em geral, o termo litotipo é usado para uma identificação grosseira das camadas de rocha em subsuperfícies e usa famílias de nomes tais como (DEESON, 1973): arenito, calcário, dolomita, argilito, siltito, carvão, folhelho , diatomito, halita, anidrido, gipsita, tufo calcário. Outro termo usado na literatura para litologia é o nome grego litofácies - que são unidades litológicas que caracterizam o ambiente de formação e aspectos composicionais das rochas (ALLABY; ALLABY, 2008). A definição de litofácies foi estendida pela introdução do conceito de eletrofácies, constituído com base nos dados de perfis em todos os intervalos de profundidade. (STOW, 2005) definiu eletrofácies como o conjunto de respostas de perfil que caracterizam um sedimento e permite que o sedimento possa ser distinguido de outros. Eletrofácies podem ainda ser definidas como o conjunto de respostas de perfis que caracteriza uma camada e permite distingui-la das demais, ou ainda é a diferenciação de uma litofácies a partir da determinação de características físicas da rocha por meio de perfis. Uma vez definidas, as eletrofácies podem ser correlacionadas com as fácies geológicas verdadeiras, se o intervalo foi testemunhado. A identificação das litologias das camadas é fundamental na exploração petrolífera para toda a caracterização de reservatório porque a física e a química das rochas que aprisionam os hidrocarbonetos assim como a água afetam a resposta de todas as ferramentas usadas para medir as propriedades da formação. Compreender a litologia dos reservatórios é fundamental para todos os cálculos petrofísicos. As diferentes litologias das camadas que compreendem as rochas reservatório - e até mesmo as não reservatório - devem ser identificadas. 36 3.3.1 Determinação direta da litologia na exploração do petróleo A obtenção de uma amostra física do reservatório e de outras rochas que compõem o sistema petrolífero é o caminho mais seguro para determinar de forma inequívoca o litotipo, mas a obtenção desta amostra física nem sempre é fácil. Amostras de cascalhos obtidas através do fluido de perfuração é a primeira escolha em poços pioneiros, mas a atribuição exata de um fragmento de rocha a uma profundidade particular é passível de erro. O tamanho da amostra de rocha individualmente examinada na superfície é bastante pequeno, porque é limitada pelo tamanho do cascalho de perfuração e resistência da rocha. Rochas fracas, ou seja, sem cimento, são muitas vezes reduzidas a tamanho original dos grãos deposicionais pelo processo de perfuração, o que torna difícil determinar o tipo de rocha, mas ainda é possível determinar litologia. Uma vez que o poço é perfurado e perfilado e as camadas de rocha são marcadas para um estudo mais aprofundado, amostras de rochas podem ser obtidas através do uso de ferramentas de testemunho ou por amostras laterais tiradas por “plugs”. Se nenhuma amostragem de testemunho está disponível para uma determinada zona, a respostas dos perfis geofísicos devem ser usados para determinar simultaneamente a eletrofácie, porosidade, e saturação de fluidos. 3.3.2 Determinação indireta da litologia na exploração do petróleo A perfilagem geofísica de poço é uma operação de registro das características físicas das formações geológicas e dos fluidos presentes nas mesmas condições mecânicas do poço, através de sensores apropriados (ELLIS; SINGER, 2007). Segundo Hambalek e González (2003), a descrição de tipos litológicos utilizando dados provenientes de perfis é um problema usual na caracterização de reservatórios, e baseia-se em como encontrar uma relação entre dados de perfis e testemunhos e na extrapolação dessa análise para poços apenas perfilados. Os tipos de rochas que podem ser identificadas com perfil de poço depende da sonda de perfilagem que será corrida no poço, da espessura das camadas, e do conhecimento geológico local. Em seções carbonáticas e clásticas, pode-se identificar quartzo, folhelho, calcário, dolomita, anidrita, carvão, pirita ou minerais pesados tais como glauconita ou siderita ou outros, sal, potássio, enxofre, gipsita, e alguns minerais mais raros como fluorita ou barita. No entanto as técnicas de perfilagem - sejam de natureza elétrica, quer acústica ou radioativa - são incapazes de distinguir os grãos de 37 sílica de uma matriz ou cimento silicoso, ou grãos carbonáticos (fósseis ou intraclastos) do cimento carbonático (NERY; BARROS, 2000). 3.4 Propriedade Petrofísicas As propriedades físicas mais importantes para a avaliação das formações por meio dos perfis geofísicos são as elétricas, as acústicas e as radioativas (NERY, 1990). As seguir, é feita uma breve revisão dos conceitos destas disciplinas com foco nas características geológicas. 3.4.1 Propriedades elétricas São três os parâmetros que caracterizam eletricamente as rochas: (i) condutividade (C) ou resistividade (R = 1/C ), (ii) permeabilidade magnética e (iii) permissividade dielétrica. Resistência elétrica é a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica (I) quando existe uma diferença de potencial aplicada (V). Seu cálculo é dado pela Primeira Lei de Ohm como R = V /I . Uma corrente eléctrica pode passar através de uma formação condutora porque esta contém água com íons dissolvidos. A rocha matriz é uma boa isolante elétrica, com algumas raras exceções - como os sulfetos metálicos e o grafite (Figura 9). As formações em subsuperfície têm resistividades quantificáveis por causa da água em seus poros, adsorvida nas suas superfícies dos grãos, ou em argilo minerais hidratados. Uma rocha se torna mais (ou menos) condutora da corrente elétrica, na dependência da qualidade e quantidade (saturação) de seu eletrólito2 , e na natureza de sua distribuição interporosa. A presença de fluidos isolantes, tais como água doce, ar, óleo e/ou gás, torna a rocha menos condutiva, ou seja, mais resistiva. O trabalho com rochas limpas (isentas de argila e outros minerais condutivos) de Archie et al. (1942) estabelece relações entre a saturação de água (Sw ), a condutividade da água da formação (Cw ), condutividade total da formação (Ct ) e o fator de formação F = 2 1 aφm (onde “m” representa o coeficiente relativo à cimentação e “a” o Em média a água do mar tem uma concentração de 35000 ppm de sólidos disolvidos e uma resisti2 vidade de 0,19 ohm.m /m @24°C; já a água da formação tem em média 200000 ppm e uma resistividade 2 correspondente de 0,045 ohm.m /m @24°C. (PALACKY, 1988) 38 Figura 9: Intervalos típicos de resistividade de rochas, de Palacky (1988). fator de tortuosidade). Através de tais relações obtém-se uma Equação (3.1) para a resistividade total de um meio poroso conhecida como Lei de Archie: Rt = Rw . aφm .Swn (3.1) Em 1985 Worthington et al. citam diversos autores que estudaram os efeitos das argilas e outros minerais condutivos na resposta da resistividade total (Rt ). Estes observaram que a condutividade total (Ct ) fornecia valores maiores a medida que o volume de argila (Vsh ) aumentava. Worthington et al. observaram que a resistividade da rocha com os argilominerais era a soma da lei de Archie mais um fator X referente referente ao efeito da argila (Equação 3.2). Rt = 3.4.2 Rw + X. aφm .Swn (3.2) Propriedades acústicas A onda é definida como o fenômeno físico, pelo qual ocorre a propagação da energia no tempo e no espaço. No caso das ondas acústicas, quando é aplicado algum tipo de força na superfície de um corpo, ela pode causar mudanças na forma e/ou no volume deste corpo. Na perfilagem geofísica, as ondas longitudinal ou compressional (P) e cisalha- 39 mento ou transversal (S) são as de maior interesse. Onda P Durante a passagem de uma onda longitudinal, as partículas do corpo vibram na mesma direção da propagação da onda. Ondas S Durante a passagem das ondas transversais, as partículas do corpo vi- bram perpendicularmente em relação a direção de propagação desta ondas A velocidade de propagação das ondas sísmicas depende das propriedades elásticas e da densidade do material no qual ela se propaga. Ela é diretamente proporcional aos parâmetros elásticos e inversamente proporcional à densidade dos corpos (WHITE, 1983): VP = v u uK t v u + 34 µ u E =t ρB ρB 2σ 2 1+ 1 − σ − 2σ 2 s VS = µ = ρB s s ! = E 1−σ , ρB (1 − 2σ) (1 + σ) 1 E . , ρB 2 (1 + σ) (3.3) (3.4) sendo: ρB a massa específica do meio, K o módulo de Bulk ou massa ou resistência a deformação, µ o módulo de rigidez ou cisalhamento, E o módulo de Young ou de elasticidade, σ o modulo de Poisson. Observa-se, portanto, que o som propaga-se com diferentes velocidades a depender do meio em que as ondas viajam. Ele é mais rápido nos sólidos do que nos líquidos e nos gases. Portanto, caso um meio qualquer seja composto de materiais sólidos, líquidos e gasosos (como nas rochas sedimentares), a velocidade de propagação de uma onda acústica depende diretamente da proporção de cada um de seus componentes (vide a Equação 3.5), assim como a forma que estes vão estar compactados. 40 3.4.3 Propriedades radioativas A radioatividade é a propriedade de certos átomos de emitir espontaneamente radiação, por efeito da instabilidade de seus núcleos. Definem-se isótopos de um elemento químico como nuclídeos (combinação específica de nêutrons e prótons) que apresentam diferentes valores de massa atômica, porém com mesmos valores para número atômico (ou número de prótons), ou seja, diferentes números de nêutrons. Para ilustrar pode-se citar o 39 19 K (estável) e o 40 19 K (instável). Um isótopo instável é dito radioativo pois libera energia na forma de radiação para se estabilizar - isso provoca o decaimento espontâneo deste isótopo em outros isótopos (e.g., 40 19 K de caia para 40 Ar e para 40 Ca (88.8%)). Exemplo, o princi- pais elementos filhos do decaimento radioativo: 235 urânio: 234 tório, 232 tório: 228 rádio, 40 potássio: 40 calcio (88.8%) e 40 argónio. Muitos isótopos encontrados naturalmente nas rochas são estáveis. Dessa maneira, a magnitude da radioatividade natural das rochas depende principalmente do seu teor de três elementos: o isótopo radioativo do potássio (40 K), tório (232 T h) e urânio (238 U ). Esses elementos são importantes devido à relativa abundância geológica em relação a outros elementos radioativos e devido aos seus tempos de meia vida elevados (comparáveis ou superiores a idade da Terra). Nos primeiros estudos sobre radiação três tipos de radiação foram identificados e nomeados como radiação α, β e γ. Posteriormente descobriu-se que a radiação α é igual a o átomo de hélio sem seus elétrons: 42 He2+ onde 4 refere-se a U.M.A. (unidade de massa atômica), 2 refere-se ao número atômico indicando o número de prótons e 2+ refere-se ao balanço de carga; a radiação β é um eletron de alta energia/velocidade; e as radiações γ referem-se a radiações eletromagnéticas de alta frequência e por possuir características tanto de partícula como de ondas de alta frequência e energia o termo fóton é também utilizado. Uma vez que as radiações α e β apresentam cargas positivas e negativas, respectivamente, estas pedem energia rapidamente através da interação com o meio que atravessam. Consequentemente, estas não tem importância para os perfis geofísicos, por outro lado, a radiação γ tem uma alta capacidade de penetração capazes de fornecer sinais mesuráveis das formações. 41 A energia das radiações são medidas em elétron-volt (eV) que é definido como “a quantidade de energia cinética ganha por um único elétron quando acelerado por uma diferença de potencial elétrico de um volt, no vácuo”. (SERRA, 1984) 3.4.3.1 Raios gama natural Na indústria de petróleo a unidade de medida da radiação natural da formação é o “American Petroleum Institute Gamma Ray Unit”, que é definida empiricamente tomando como referência um poço de teste na Universidade de Houston. Tal formação de referência contém cerca de 4% K, 24 ppm de Th e 12 ppm de U, e definiu-se como sendo 200 unidades de °API. A relação entre a concentração dos três componentes radioativos com o sinal total de raios gama em unidades de °API é dada aproximadamente por: γAP I = 3, 93T hppm + 8, 09Uppm + 16, 32K% . (3.5) Apresenta-se a seguir a ocorrencia nas litologias desses minerais: • Potássio O potássio está presente em minerais tanto de origem química quanto vulcânica. Ele está presente na estrutura dos argilominerais, ocorre quimicamente como o sal silvita, e nos minerais que compõe a estrutura da rocha - tais como os k-feldspatos. Referente aos feldspatos, os ortoclassies contem 14%-16% de potássio por massa, com valores médio de 220 °API. Os minerais menos comuns de K são os evaporitos, porem significativos quando presentes pois contem de 10-50% de K por massa desses minerais. • Urânio Esse elemento tem origem nas rochas sedimentares através de fragmentos das rochas ígneas ácidas. Nos perfis de RG, sua presença é notada por picos altos e irregulares. A solubilidade dos compostos de urânio explica seu transporte e sua ocorrência frequente em xistos orgânicos. O urânio também está associado com alguma formações dolomíticas. Apresenta uma distribuição heterogênica nas rochas sedimentares. Segundo Hassan (1975), Rider (2000) a presença de urânio está associado ao 42 ambiente marinho de deposição dos sedimentos. O mesmo não vale para sedimentos de ambientes de deposição terrestre (MEYER; NEDERLOF, 1984). Adams e Weaver (1958) fizeram um estudo do tório e urânio e sua relação com os processos sedimentares. • Tório O tório é frequentemente associada com minerais pesados, como monazita e zircão, que também são conhecidos minerais com grande resistividade. Está presente nas argilas de forma homogenia com uma concentração média de 12.0ppm (8-18ppm), segundo a Equação 3.5, a resposta radiativo para o Th presente nas argilas é 47,16 °API (31,44-70,74 °API). 3.4.3.2 Indução de raios gama Na obtenção do perfil de densidade, a formação é sujeita à emissão de RG a partir de uma fonte especial (Cobalto-60 ou Césio-137). Estes RG, ou fótons, colidem com a matéria e sofrem três tipos de interação, dependendo da energia incidente: produção de pares elétron-pósitron, espalhamento Compton e efeito fotoelétrico: • Produção de pares: acontece normalmente para radiações incidentes de alta energia. Após a radiação ser absorvida é produzida, em contrapartida, um par elétron-pósitron. • Efeito Fotoelétrico: ocorre para radiações de menor intensidade, para raios gama com energia menor que 0.5 Mev. Após a radiação ser absorvida, os elétrons das formações são excitados. Os elétrons são deslocados de sua órbita normal e ocorre a emissão de um Raio X. • Efeito Compton: no contexto da perfilagem é o tipo de interação da radiação com a matéria que ocorre com maior frequência, em razão do controle da faixa energética das radiações interagentes que permanecem entre 0.6 e 1.3 Mev. Durante a ocorrência do efeito Compton, os raios gama são defletidos pelos elétrons da formação. Parte da energia cinética dos RG incidentes é transferida aos elétrons dos elementos da formação. 43 3.4.4 Propriedades dos nêutrons Enquanto o raio γ é energia o nêutron é partícula não ionizante, de massa igual ao hidrogênio (1 H 1 ). Da mesma forma que os RG, os nêutrons produzidos artificialmente possuem alta capacidade de penetração nos materiais densos - mas que são amortecidos (ou termalizados) pelos materiais hidrogenados. Os nêutrons se classificam, de acordo com seu nível energético em : (a) Rápido, com energia maior que 0,1 MeV; (b) Epitermal, com energia entre 0,1 MeV e 0,025 eV , e (c) Termal, quando se encontra em equilíbrio térmico com o meio ambiente, i.e., com energia cinética média na ordem de 0,025 eV a 20º.C, em um meio não absorvedor. Os nêutrons interagem com os núcleos dos elementos componentes da matéria de três modos: (i) absorção, captura ou ainda reação (acompanha de emissão imediata de prótons ou partículas alfa); (ii) espalhamento elástico (o nêutron muda de direção e transfere parte de sua energia cinética para o núcleo atingido) e, (iii) espalhamento inelástico (a energia cinética não é conservada porque o núcleo atingido é deixado em estado excitado). Muito embora os nêutrons que sofrem espalhamento inelástico possam apresentar grandes perdas de energia, eles constituem uma população relativamente pequena, quando comparada a dos nêutrons de baixa energia. A probabilidade de ocorrência de cada uma destas interações depende do nível de energia do nêutron incidente e da natureza do núcleo envolvido no choque. Por outro lado, a velocidade com que uma reação nuclear se desenvolve, em um determinado material, depende do número e da energia do nêutron incidente e do número e tipo do núcleo envolvido. É importante acrescentar que nos choques entre nêutrons e núcleos, os nêutrons não são influenciados pelas combinações químicas dos elementos do meio. Na realidade os nêutrons se comportam como se estivesse "vendo bolas" de vários tamanhos e massas, de tal forma que as "bolas" de hidrogênio são as que mais influenciam no espalhamento e perda de energia, independente do local onde os hidrogênios estejam alojadas: nas moléculas de hidrocarbonetos líquidos e gasos, da água porosa, da água adsorvida aos argilominerais, ou ainda, nas águas de cristalização, como no caso da gipsita (CaSO4 .2H2 0). 44 3.5 Modelo Rocha Fluido - Lei das Misturas Crain (2000) apresenta o modelo rocha fluido que divide a rocha nas suas partes fundamentais, definindo de forma clara cada fração - veja na Figura 10. Figura 10: Diagrama do modelo rocha-fluido modificado de Crain (2000). Através do modelo rocha fluído é possível aplicar a lei das misturas na resposta dos perfis geofísicos. Esta é uma Lei Física que diz que : “em um sistema multicomposto cada componente contribui volumetricamente para as propriedades da mistura na razão da fração volumétrica de um dos componentes vezes a propriedade deste, elevada a um fator (m) referente a sua distribuição geométrica”. Esta lei tem como base física a linearidade dos efeitos. Nery (1990) apresenta de forma simples a Equação que rege esta lei: para 2 componentes, um sólido e um líquido de propriedades US e UL respectivamente, a propriedade da mistura UM será dada por: 45 1 UM = [φULm + (1 − φ)USm ] m (3.6) • quando m=1 significa dizer que a propriedade está sendo medida em série; (modelo descrito por Voigt (1889), por exemplo) • quando m=-1 significa que a propriedade está sendo medida em paralelo; (modelo descrito por Reuss (1929), por exemplo) • teoricamente m pode assumir qualquer valor no conjunto de números reais (−∞ < m < +∞). 3.6 Modelo de Classificação dos Arenitos Segundo Machado (2002) o termo arenito corresponde à areia litificada. Sua composição compreende os minerais de origem ígnea tais como quartzo, feldspato e fragmentos líticos. O primeiro modelo de classificação tomava como base apenas as frações detríticas e os três constituintes principais - quartzo, feldspato e fragmentos de rochas - através de diagramas triangulares (FOLK, 1954). Sendo dessa forma, a composição mineralógica o critério mais importante. Os modelos desenvolveram-se para classificações que considera o tamanho dos grãos como critério, gradando do arcabouço areia a matriz silte e argila, acrescentando o índice de maturidade a classificação, como mostra a Figura 11 de Dott (apud SUGUIO, 1980). 46 Figura 11: Classificação de Dott (apud SUGUIO, 1980) para arenito com o tamanho dos grãos como critério, gradando de areias para argila. 3.6.0.1 Maturidade Química As ações intempéricas na rocha-matriz promovem a destruição dos minerais relativamente instáveis ao passo que aumenta volume fracional dos minerais estáveis. Neste âmbito, o feldspato e o quartzo são os minerais instáveis e estáveis respectivamente mais abundantes. Portanto o índice de maturidade mineralógica química de uma rocha pode ser expresso pela razão quartzo/feldspato, segundo Machado (2002). 3.6.0.2 Maturidade Física Esta maturidade representa as mudanças texturais - tais como grau de seleção da fração arenosa e variação da quantidade de matriz (fração sílico-argilosa) - que um sedimento sofre durante os processos de desagregação da rocha, erosão, transporte e deposição. Em 1973 Pettijohn et al. apresentaram uma classificação para rochas arenáceas que leva em conta a composição mineralógica e a quantidade de matriz (Figura 12). 47 MINERAIS ACESSÓRIOS • MINERAIS PESADOS (pirita, hematita) • MINERAIS PESADOS RADIOTIVOS (zircon, monazita, mica) • FRAGMENTOS LIGNÍTICOS CIMENTO • CALCITA • DOLOMITA • ANIDRITA • HALITA • ARGILA Figura 12: Classificação de arenitos adaptada de Pettijohn et al. (1973). 3.7 Modelo de Classificação dos Carbonatos Rochas carbonáticas são uma classe de rochas sedimentares composta principalmente de minerais de calcita e aragonita. Estas são rochas bioconstruídas ou resultantes do retrabalhamento de substâncias precipitadas na própria bacia (NERY, 1990). Dentre as rochas sedimentares formadas por sedimentos autóctones os carbonatos perfazem cerca de 25 a 35% das seções estratigráficas.São formados pela precipitação química de minerais carbonáticos, como calcita, dolomita, magnesita, siderita e ankerita. 48 As rochas carbonáticas podem ser classificadas de acordo com critérios texturais e critérios mineralógicos. 3.7.1 Classificação de Folk (1959) Robert L. Folk desenvolveu um sistema de classificação que dá ênfase principal na composição detalhada de grãos e de material intersticial em rochas carbonáticas. O sistema Folk usa nomes de duas partes: a primeira refere-se ao arcabouço e o segundo ao carbonato intersticial: “O arcabouço fornece o prefixo do nome da rocha: oo (para oóide), bio (para fósseis), pel (para pelotilhas) e intra (para intraclastos). O carbonato intersticial fornece o sufixo do nome da rocha: micrito (para matriz lamítica calcária, com ambiente de deposição calmo) e esparito (cristais de carbonato, maiores de 30 mm, precipitado em calcarenito de alta energia).” (FOLK, 1959 apud MACHADO, 2002) 3.7.2 Classificação de Dunham (1962) Dunham (1962) em Suguio (1980), propuseram uma classificação onde deu destaque às texturas deposicionais. 3.7.3 Classificação segundo critério mineralógico Observe na Figura 13 o critério de classificação segundo a mineralogia (MACHADO, 2002). 49 Figura 13: Diagrama de classificação de rochas carbonáticas que contenham pelo menos 50 % de carbonato na sua sua composição (MACHADO, 2002). 3.8 Modelo de Classificação das Rochas Lutáceas As rochas lutáceas são formadas pela litificação de sedimentos sílticos e, principalmente, argilosos (vide Tabela 3). Diferentes nomes são utilizados para designar as rochas lutáceas. Argilito‚ um termo usado para designar rochas lutáceas mais maciças, correspondendo à argila litificada. Folhelho ‚ um nome empregado para designar uma rocha argilosa com foliação. Lamito refere-se à lama (mistura de fragmentos de areia e lama) consolidada. Entre as rochas sedimentares mais comuns, os folhelhos são os mais abundantes, formando de 50 a 80% das seções estratigráficas medidas e conhecidas no mundo, sendo que eles podem variar amplamente de composição, semelhante aos arenitos. O diagrama de Alling (apud MACHADO, 2002) ilustra o modelo de classificação das rochas lutáceas levando em consideração a proporção relativa de três componentes: argilominerais, carbonatos e sílica. Observe o diagrama na Figura 14, no interior do diagrama estão assinaladas os diferentes tipos de estruturas associadas às diversas rochas sedimentares. 50 Figura 14: Diagrama de classificação das rochas lutáceas (ALLING, 1945). 51 4 Metodologia Apresenta-se neste capítulo a metodologia a ser utilizada no desenvolvimento deste trabalho. Incluem-se informações sobre a motivação para o tema, classificação da pesquisa, instrumentos utilizados (materiais, equipamentos, “softwares”), dados, experimentos/ensaios/simulações e formas de análise e interpretação. 4.1 Motivação Para o Tema A motivação para este trabalho vem da oportunidade de aplicar os conhecimentos obtidos no curso de graduação. O curso de Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro propõe a formação de um engenheiro híbrido com um conhecimento horizontal. São diversos ramos da ciência (engenharia básica, engenharia de reservatórios, engenharia de poço, geologia, geofísica e petrofísica) estudando um único tema: exploração e produção de petróleo. Transcrevo o objetivo deste trabalho: simular a influência das litologias nos perfis de poço, através de modelos de composição mineralógica das rochas na simulação da resposta dos perfis geofísicos de poço. Ora, para cumprir com esta proposta todas as disciplinas deste curso da UENF foram necessárias. A perspectiva de resultado no desenvolvimento deste trabalho de monografia também foi um fator motivacional. De fato, até então modelos teóricos do efeito das rochas sedimentares em perfis de poço, bem organizados e de fácil visualização, não existem na literatura. Igualmente, uma algoritmo que ajusta o volume dos minerais e dos fluidos presentes nas diferentes litologias atravessadas pelo poço apenas com perfis da suíte básica ainda não foi desenvolvida pela indústria petroleira. 52 4.2 Classificação da Pesquisa O presente trabalho é de caráter indutivo e dedutivo. Indutivo, pois partiu de conhecimentos específicos aplicados a alguns tipos de rocha sedimentares e depois generalizou-se para diferentes tipos de rochas. Dedutivo, pois estima o volume fracional dos minerais e fluidos de uma rocha a partir de uma prévia estimativa desses. Validou-se a aplicabilidade dessa pesquisa através da comparação com outros trabalhos dos autores citados na bibliografia. 4.2.1 Limitação do trabalho O instrumento da metodologia científica é o experimento. Ou seja, para saber se uma teoria é certa esta deve ser submetida ao experimento, e é ele que revelará a confiabilidade dos resultados. Esse trabalho teve como principal limitação a falta de perfis reais dos diferentes tipos litológicos para compará-los com os perfis sintéticos. Também faltou oportunidade para validar a veracidade dos ajustes mineralógicos dos perfis simulados. A falta desse material é justificada porque as empresas não costumam fornecer dados de perfil pois estes são sigilosos, e ao mesmo tempo são caros e de difícil aquisição. 4.2.2 Pressupostos • Todas as formulações e dados conseguidos na bibliografia estão corretos. • Não considera-se nos perfis a influência do reboco nem do fluido de perfuração, a não ser quando mencionado. • Os dados das propriedades dos minerais encontrados na literatura estão corretos (Tabela 1). • Os valores de densidade e velocidade da onda não sofrem variação com a pressão e temperatura da rocha. • Os modelos e equações aplicadas são válidas para todos os tipos de rochas sedimentares. 53 • Na simulação dos perfis são desconsideradas quaisquer variações decorrentes de mudanças no formato dos poros das rochas. 4.3 Instrumentos Os materiais, dados, equipamentos e softwares necessários para desenvolver o projeto foram: • A biblioteca do LENEP, as bibliotecas virtuais da CAPES e da OnePetro. • Os dados do Campo de Namorado (Bacia de Campos) cedidos pela ANP. • Sistema computacional do LENEP. • Computador particular modelo Vostro 3550 com Windows 7 home basic, processador intel i3 (2ª geração) e 4 Gb de RAM. Fabricante: Dell do Brasil. • MATLAB, versão R2013b, site: http://www.mathworks.com • Dev - C++, versão 4.9.9.2, site: http://www.bloodshed.net • Gnuplot, versão 4.6, site: http://www.gnuplot.info 4.4 Experimentos, Ensaios e Simulações A metodologia para simular a influência da litologia nos perfis de poço seguiu o seguinte roteiro: 1. Revisão bibliográfica tanto das leis físicas que governam as respostas nas ferramentas de perfilagem como também das propriedades petrofísicas dos minerais e fluidos. 2. Aplicação numérica e computacionalmente dos modelos estudados. 3. Construção de cartas teóricas de respostas de perfis para as litologias sedimentares. 4. Revalidação dos modelos aplicados comparando-os com outros trabalhos científicos e dados reais. 54 Por exemplo, para simular o perfil raio gama, primeiro identificamos o princípio de funcionamento desta ferramenta e viu-se que ela respondia proporcionalmente e linearmente a radioatividade gama do meio, conforme a Equação 3.5. Em seguida identificou-se a intensidade de radiação que é emitida por cada mineral através da aplicação da Equação 3.5. Dessa forma é possível simular o perfil raio gama com base no modelo rocha-fluido (Seção 3.5). Para alguns tipos de perfis existia mais que um modelo, como o caso dos perfis resistivos. Neste caso, como mostrado na Seção 2.1.3, existem diferentes equações que modelam a resistividade da rocha na presença dos argilominerais. Felizmente, quanto testadas tais equações, os resultados da resistividade usando as diferentes equações foram próximos com sensibilidades iguais aos argilominerais. Uma vez simulados os perfis, validou-se a sua confiabilidade comparando-os com os modelos de Rider (2000) A metodologia para ajustar o volume dos minerais a partir de uma prévia estimativa destes consistiu no desenvolvimento de uma rotina lógica que implementa um conjunto de equações que modificam as variáveis de entrada (que são os volumes dos minerais) nos algoritmos que simulam perfis com o intuito de que os valores dos perfis simulados caminhem para os valores de perfis reais da litologia investigada. 55 5 Desenvolvimento Este capítulo mostrará os modelos usados para compor os perfis sintéticos. O programa foi desenvolvido em duas linguagens de programação (MATLAB e C++) e o mesmo simula a influência de cada litologia em cada perfil de poço. Para um dado litotipo, o programa faz uso do modelo rocha-fluido descrito na Subseção 3.5. A partir deste modelo observa-se que cada constituinte de um volume de rocha tem influência na resposta final de uma medida geofísica (e.g., radioatividade, densidade, etc). A seguir descreve-se como cada componente de uma rocha influencia em um perfil específico através de suas características, assim como se aplica a Equação 3.5. As equações a seguir foram as utilizadas no programa. 5.1 Simulação do Perfil Raio Gama Conforme visto na revisão de modelos (Capítulo 3), a radioatividade natural total de uma rocha será linearmente proporcional a concentração de elementos radioativos, dos quais os mais significativos são: potássio, tório e urânio. Dentre estes três, o potássio é o mais expressivo, pois este compõe diretamente a estrutura cristalina de alguns minerais descritos na Seção 3.2; o tório está associado a deposição dos argilo minerais devido ao fato deste ser eletricamente ativo e associar-se quimicamente com os filossilicatos de alumínio; o urânio é associado com a presença de matéria orgânica marinha. Dessa forma, a Equação que compõe o programa é dada por: GRt = n X (Vi GRMi ) + Vsh GRT h + i=1 Voleo GRU, φ (5.1) sendo: GRt é a resposta do perfil raios gama (NERY; BARROS, 2000; CRAIN, 2000), n é o número de minerais, 56 i é o índice do mineral, Vi é o volume fracional de cada mineral, GRMi é a radioatividade média, proveniente do potássio, em 100% de cada mineral (°API) (SCHLUMBERGER, 1972; DYAR et al., 2008; SMITH; BROWN, 1988), Vsh é o volume fracional de argila, φ é a porosidade, GRT h é a radioatividade média, proveniente do tório, em 100% de argila (°API) (ADAMS; WEAVER, 1958; WORTHINGTON et al., 1985; RIDER, 2000; ELLIS; SINGER, 2007), Vóleo é o volume fracional de hidrocarboneto fração liquida, GRU é a radioatividade média, proveniente do urânio (°API) (ADAMS; WEAVER, 1958; TUCKER; WRIGHT, 2009; RIDER, 2000). A sensibilidade do perfil radioativo é resultante da velocidade da descida da ferramenta de perfilagem, sofrendo pouca influência da espessura da camada caso a ferramenta desça em velocidades pequenas ao passar por estratificações com espessura finas. (SERRA, 1984) 5.2 Simulação do Perfil Densidade Como foi visto (Subseção 2.1.2), a medida realizadas pelo perfil inclui tanto a densidade da matriz da rocha, como a do fluido contido no espaço poroso e é descrita pela Equação 2.3. Assim, o programa simula a detecção dos RG defletidos pelos elétrons orbitais dos elementos componentes das rochas, após terem sido emitidos por uma fonte pressionada contra a parede do poço. Problemas tais como lama ou reboco com baritina (sulfato de bário usado como adensante no fluido de perfuração) são corrigidos. Dessa forma, simulou-se o perfil de densidade através da expressão . RHO = n X (Vi .DEN Si ), i=1 (5.2) 57 sendo: RHO é a reposta do perfil densidade em g/cm3 , n é o número de minerais mais fluidos considerados, i é o índice do mineral ou fluido, Vi é o volume fracional de cada mineral ou fluido, DEN Si é a massa específica de cada mineral ou fluido. É importante destacar que DEN Si já é o valor da massa específica real ajustada através da densidade eletrônica lida pela sonda de perfil. Esta sonda faz a conversão automática, de densidade eletrônica para densidade real, usada a Equação 2.1. 5.3 Simulação do Perfil Resistivo O código que simula o perfil resistivo (Duplo Lateroperfil) aplica as equações de resistividade que melhor caracterizam as rochas sedimentares. Estas equações foram mostradas na Subseção 2.1.3. As Equações 2.5, 2.6, 2.8 e 2.7 foram testadas e tiveram valores de resistividade muito próximos para todas as litologias, confirmando que os resultados do trabalho de Doveton são validos. Como exemplo, apresenta-se a Equação 2.6 aplicada no programa: φ2 .Sw2 Sw Vsh −1 + , aRw Rsh ! Rbar = (5.3) Rbar é a resistividade profunda (Rt) da formação2.6, φ é a porosidade, Sw é a saturação de água da formação, a é uma variável que compensa variações quanto a compactação, estrutura dos poros e distribuição dos tamanhos dos grãos (’a’ igual a 1,22 é o mais aplicado), Vsh é o volume fracional de argila. 58 Todavia as equações encontradas na literatura não foram estudadas quando o fluido que satura a rocha é hidrocarboneto. Dessa forma, acrescentou-se o efeito da resistividade da formação na resistividade total (Equação 5.4). Segundo a premissa de Archie et al. (1942): a resistividade da matriz (Figura 9) é maior que a da água de formação1 , portanto, a corrente elétrica aplicada percorrerá somente o eletrólito. Pois bem, a resistividade dos hidrocarbonetos (ordem de 108 Ω.m para óleo) é muito maior que a resistividade das rochas secas (Figura 9), portanto, assume-se como premissa que a corrente elétrica atravessa somente a matriz. Rt = 1 Rmodelo + 1 Rrocha −1 , (5.4) sendo, Rmodelo uma das equações 2.5, 2.6, 2.8 e 2.7. Uma vez definida a Equação adequada, utilizou-se a mesma para o cálculo da resistividade na zona virgem e na zona lavada, assim como na região conhecida como “annulus” (Figura 15). Posteriormente, implementou-se uma função (Equação 2.4) que simula as respostas da ferramenta Duplo Lateroperfil (LLD e LLS) através da implementação de um algorítimo (Apêndice A.2) representativo do fator geométrico J (Figura 4). Figura 15: Ambiente de Poço. Modificado de Anderson (apud RIBEIRO, 2007). 1 Água da formação 0,09 ohm.m @75°F (81.000ppm de NaCl), água do mar 0,2 ohm, água de beber de 20 ohm.m a 2000 ohm.m. 59 É importante mencionar que apesar do código usar modelos de resistividade para arenitos, as equações foram estendidas para outros litotipos, tais como calcário e dolomita. Os calcários são heterogêneos e sofrem muitas mudanças, em parâmetros tais como a permeabilidade, essa característica não permite a atribuição de um único valor do fator de tortuosidade usado na lei de Archie et al.. Isto não é problema para efeito de simulação, pois estatisticamente existem carbonatos que respondem com valores de resistividade iguais ao dos arenitos (ANDERSON, 2001). 5.4 Simulação do Perfil Sônico Este perfil também sofre influência tanto dos minerais como dos fluidos e é a forma mais peculiar da lei das misturas encontrada na Subseção 3.5. O perfil sônico é modelado segundo o trabalho de Raymer et al. (1980) que é genérico quanto ao efeito da compactação. O calculo da vagarosidade considera o tempo de transito da onda como sendo um sistema rocha-fluido em paralelo. Observe que o sistema rocha-fluido de Raymer et al. (1980) considera a vagarosidade equivalente da mistura de sólidos e a vagarosidade equivalente da mistura de fluidos. Os cálculos das velocidades equivalentes das misturas de sólidos e fluidos são modelados com base nos seguintes modelos: • O valor da velocidade equivalente da onda nos sólidos é resolvido pelo limite superior da lei das misturas, ou seja, pela média harmônica, ponderada volumetricamente, entre o tempo de transito dos minerais. Este modelo foi descrito por Voigt em 1889; • O valor da velocidade equivalente da onda nos fluidos é calculado em paralelo usando o limite inferior de Reuss (1929). A Equação 5.5 expressa matematicamente o modelo de velocidade aplicado no simulador considerando o sistema rocha-fluido de Raymer et al. e as respectivas velocidades equivalentes. DT log = (1 − φ)2 P Vmi/(1−φ) −1 ∆t mi sendo: + hP Vf −1 φ i φ .∆tfi i , (5.5) 60 DT log a resposta do perfil sônico em µs/pé (RAYMER et al., 1980), Vmi o volume fracional do mineral correspondente, V fi o volume fracional do fluido correspondente, ∆tm a vagarosidade da onda P no mineral i em µs/pé (SCHLUMBERGER, 1972 apud ELLIS; SINGER, 2007), a vagarosidade da onda P no fluido i em µs/pé (SCHLUMBERGER, 1972 apud ∆tf ELLIS; SINGER, 5.5 2007). Simulação do Perfil Porosidade Os perfis porosidade simulados são o neutrônico (simula a ferramenta de perfil de neutro), porosidade a partir do perfil de densidade e porosidade a partir do perfil sônico. 5.5.1 Porosidade neutrônica Este perfil simula genericamente as quatro ferramentas neutrônicas2 : neutrônico omnidirecional (RG de captura), neutrônico epitermal (nêutrons epitermais), neutrônico compensado (nêutrons termais) ou duplo neutrônico (nêutrons termais mais epitermais), após a excitação artificial por meio de bombardeio dirigido de nêutrons rápidos. Estas ferramentas são comumente calibradas para matriz calcita com água observe o vetor porosidade que o efeito da calcita é nulo (Tabela 1). Problemas tais como argilosidade, hidrocarbonetos leves ou gás, altas porosidades e altas salinidades (presença de outros absorvedores) são simulados. Os efeitos do diâmetro do poço e da lama e reboco não são contemplados. A Equação implementada no código é dada por: P HIN L = n X (Vi .P HINi ), (5.6) i=1 sendo: 2 Existem quatro ferramentas neutrônicas. Para qualquer uma delas, a redução do nível energético dos nêutrons, depende da quantidade de hidrogênio (e/ou demais absorvedores), por unidade de volume, das camadas próximas às paredes do poço. (NERY, 1990) 61 P HIN L a resposta do perfil neutrônico em unidades de porosidade (CRAIN, 2000; ELLIS; SINGER, 2007), Vi é o volume fracional de cada mineral ou fluido, DEN Si é a influência de cada mineral ou fluido na resposta da ferramenta neutrônica (CRAIN, 2000; SCHLUMBERGER, 1972), 5.5.2 Porosidade sônica Fornece a porosidade da formação a partir do perfil sônico e sua equação é obtida através da Equação de Wyllie et al. (Equação 2.10) isolando o termo φDT . 5.5.3 Porosidade do perfil densidade Simula a porosidade através do perfil de densidade descrito acima e a Equação de implementação no “software” é dada pela Equação 2.3, sendo a densidade do fluido (ρf ) sempre igual a da água de formação (igual a 1,2 g/cm3 ). 5.6 Ajuste Volumétrico Com as equações deste capítulo implementadas no algoritmo é possível simular a respostas dos perfis dados os volumes dos minerais e fluidos. Da mesma forma, porém no sentido contrário, a Equação de ajuste pretende encontrar o volume dos minerais que melhor justifica as respostas dos perfis reais. O sistema de equações que geram os perfis é composto por 23 minerais e 3 fluidos, dessa forma há infinitas combinações para resposta dos perfis, pois este é um sistema subdeterminado. Neste contexto, estimar o correto volume fracional dos minerais se torna um problema pois o número de observações é menor que o número de parâmetros, e modelos matemáticos usuais não são convenientes, como por exemplo o estimador de mínimos quadrados subdeterminado. O objetivo do algoritmo desenvolvido é mostrar a melhor combinação volumétrica dado uma estimativa inicial (uma tentativa inicial dada por um geólogo, por exemplo). Trata-se de um ajuste interativo do volume de cada mineral, considerando dados deamostras de calha e conhecimentos geológicos até que os valores dos perfis reais e simulados sejam semelhantes. 62 Considerando apenas o perfil densidade, o ajuste no volume dos minerais é descrito matematicamente pela Equação 5.7. O código considera o erro (Equação 5.7) entre o perfil real (RHreal) e simulado (RHO) e a influência do mineral na resposta do perfil simulado. A influência do mineral depende do seu volume fracional e da diferença entre o valor do perfil simulado e o valor da sua propriedade física (e.g., quanto mais distante for a densidade do mineral do perfil densidade mais uma variação do volume deste mineral vai influenciar na variação do perfil). Observe que para ajustar o volume de um mineral, não considerase só o erro de cada perfil e a a influência do mineral no perfil, mais considera-se também a taxa de variação do erro e a velocidade com que o erro muda3 . n E = n RHreal − RHOn DEN Si − RHOn . , RHreal RHOn ! h i h Vin = Vin−1 + 1 + kp. E n − E n−1 + ki.E n + kd. E n − 2.E n−1 − E n−2 (5.7) io , (5.8) sendo: o índice referente ao passo do ajuste (e.g., Vi0 é o valor inicial do volume n do mineral i), kp constante proporcional4 ao erro, kd constante proporcional5 ao produto (erro vs. tempo), ki constante proporcional6 a taxa de variação do erro. Resumindo, através dos valores dos perfis reais (RG, densidade e porosidade) é possível obter o volume fracional dos minerais que compõe a rocha dado uma estimativa prévia. Observe no Apêndice os códigos em MATLAB e C++ desenvolvidos para ajustar a composição mineralógica da rocha. 3 Vide conceitos da técnica de controlador proporcional integral derivativo (PID). Essa constante permite que a correção aplicada no ajuste cresça na proporção que cresce o erro entre o valor do perfil simulado e o real. 5 Essa constante permite uma correção mais intensa a erros pequenos mas persistentes. 6 Essa constante permite que elimine erros estacionários 4 63 6 Resultados e Análises O objetivo desta monografia é poder criar um modelo de resposta teórico dos perfis geofísicos de poço para as rochas sedimentares e encontrar uma ferramenta para ajustar o volume dos minerais e fluidos da formação. Portanto, este capítulo divide-se em duas seções: na seção que mostrar a respostas teóricas de perfis para as rochas sedimentares e na seção que objetiva-se aplicar o simulador em dados reais para ajustar a mineralogia. 6.1 Litologias Simuladas Utilizando-se dos modelos de nomenclatura de rocha de Dott (1964), Pettijohn et al. (1973) - para as rochas formadas por sedimentos alóctones (fragmentos de rocha) e de Machado (2002) - para as rochas formadas por sedimentos autóctones (químicos) - criaram-se tabelas composicionais com a porcentagem de cada mineral formador das respectivas rochas sedimentares. A partir de então simulou-se as litologias e obteve as respostas teóricas de perfis geofísicos para essas formações. 6.1.1 Rochas formadas por componentes terrígenos (detríticos ou clásticos) Simularam-se as formações formadas principalmente por minerais provenientes da erosão da área situada fora da bacia deposicional e transportadas até o local de sedimentação como fragmentos sólidos. Nesses tipos de rochas os minerais predominantes são quartzo, feldspato e argila. A Tabela 4 mostra a composição das rochas simuladas e a resposta teórica de perfis geofísicos para essa composição está na Figura 16. 64 Tabela 4: Rochas sedimentares terrígenas e sua composição mineralógica respeitando a classificação de Pettijohn et al. (1973). Porosidade de 20% com água da formação como fluido saturante. (-) profundidade (+) Quartzo Arenito Arenito Arenito Arenito Subarco- Arcosiano Sublítico Wacke Folhelho siano Quartzo 76% 60% 40% 60%+5% 30% 20% Feldspato - 16% 30% 4% 8% - Calcita 0,2% 0,2% 0,9% 2% 12% 8% Dolomita 0,7% 0,7% 0,9% 1% 10% 7% Anidrita e - - 0,7% - 1% 1% Evaporitos - - - - - Mica e 2,7% 2,7% 6% 5% 19% 43% 0,4% 0,4% 1,5% 3% 1% 1% Gipsita Argila Minerais acessórios 65 Figura 16: Resposta teórica de perfis geofísicos de rochas formadas a partir de sedimentos alóctones segundo a classificação de Pettijohn et al. (1973). No poço fictício, de cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: quartzo arenito, arenito subarcosiano, arenito arcosiano, arenito sublítico, wacke e folhelho. O fluido que satura a rocha é água da formação (20% de porosidade) - resistividade de 0,02 ohm.m e resistividade do fluido de perfuração de 0,2 ohm.m. A Tabela 5 mostra a composição de um arenito subarcosiano com mudança dos fluidos que o satura e a resposta teórica de perfis geofísicos para essas mudanças está na Figura 17. 66 Tabela 5: Arenito Subarcosiano com mudança de fluidos. Arenito Subarcosiano Quartzo 60% Feldspato 16% Calcita 0,2% Dolomita 0,7% Anidrita e - Gipsita Evaporitos - Mica e 2,7% Argila Minerais 0,4% acessórios Água - 2% - 2% 20% Óleo - - 20% 18% - Gás 20% 18% - - - Figura 17: Resposta teórica de perfis geofísicos do arenito subarcosiano com mudança de fluido. De cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: 20% de gás, 18% de gás e 2% de água, 20% de óleo, 18% de óleo e 2% de água, 20% de água. 67 6.1.2 Rochas formadas por componentes aloquímicos (detríticos ou clásticos) Simularam-se as formações compostas principalmente por substâncias químicas precipitadas na própria bacia de sedimentação. Esses componentes são remobilizados em estado solido dentro da bacia. Neste tipo de rochas os principais sedimentos têm origem em conchas de moluscos, oólitos e pisólitos e fragmentos de calcários. A Tabela 6 mostra a composição das rochas simuladas, formadas por estes tipos de sedimentos, e a resposta teórica de perfis geofísicos para essa composição está na Figura 18. Tabela 6: Rochas sedimentares carbonáticas e sua composição mineralógica segundo a classificação de Machado (2002). Porosididade de 20%. (-) profundidade (+) Dolomito Dolomito Carbonato Calcítico Dolomítico Calcário Quartzo 2% 2% 2% 2% Feldspato - - - - Calcita 5% 24% 48% 71% Dolomita 67% 48% 25% 5% Anidrita e 3% 3% 3% - Evaporitos 1% 1% - - Mica e 2% 2% 2% 2% Gipsita Argila 68 Figura 18: Resposta teórica de perfis para rochas carbonáticas segundo a classificação de Machado (2002). No poço fictício, de cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: dolomito, dolomito calcítico, carbonato dolomítico, calcário. O fluido que satura a rocha é água da formação (20% de porosidade) - resistividade de 0,02 ohm.m e resistividade do fluido de perfuração de 0,2 ohm.m). A Tabela 7 mostra a composição de um carbonato dolomítico com mudança dos fluidos que o satura e a resposta teórica de perfis geofísicos para essas mudanças está na Figura 19. Tabela 7: Carbonato dolomito com mudança de fluidos. Carbonato Dolomítico Quartzo 3% Calcita 60% Dolomita 12% Anidrita e 2% Gipsita Evaporitos 1% Mica e 2% Argila Água - 2% - 2% 20% Óleo - - 20% 18% - Gás 20% 18% - - - 69 Figura 19: Resposta teórica de perfis geofísicos do carbonato dolomítico com mudança de fluido. De cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: 20% de gás, 18% de gás e 2% de água, 20% de óleo, 18% de óleo e 2% de água, 20% de água. 6.1.3 Rochas formadas por componentes ortoquímicos Simularam-se as formações formadas principalmente por precipitados químicos normais e produzidos quimicamente na bacia, sem evidencias significativas de transporte ou agregação. Este litotipo é constituído principais por calcita e dolomita microcristalinas e alguns evaporitos. A Tabela 8 mostra a composição das rochas simuladas, formadas por estes tipos de sedimentos autóctones, e a resposta teórica de perfis geofísicos para essa composição está na Figura 20. 70 Tabela 8: Rochas sedimentares formadas por componentes ortoquímicos. Porosididade de 0%. (-) profundidade (+) Halita Anidrita Gipsita Evaporito Potássico Calcita 1% 1% 1% 1% Dolomita 1% 1% 1% 1% Anidrita 1% 97% 1% 1% Gipsita 1% 1% 97% 1% Fluorita 9% - - 1% Halita 87% - - 1% Silvita e - - - 94% Carnallita Figura 20: Resposta teórica de perfis para rochas sedimentares formadas por componentes ortoquímicos. De cima para baixo com intervalo de 50 metros tem-se: halita, anidrita, gipsita, e evaporito potássico. 6.1.4 Análise dos resultados A partir dos resultados pode-se entender melhor a influência da litologia no comportamento da resposta dos perfis geofísicos. Todos os perfis respondem conforme descrito na bibliografia e com o que se encontra no campo. A seguir, comenta-se de 71 forma crítica os resultados de cada perfil segundo o comportamento do simulador com base em três vertentes: (i) análise, (ii) comparação1 e (iii) validação. Perfil de raio gama (i) É notório que, em geral, o valor deste perfil é proporcional e linear a presença dos argilominerais, como os que formam os folhelhos, e estão presentes como impureza primeiro nas rochas arenitos e mais raramente nas rochas carbonáticas. Um outro mineral que influência na resposta deste perfil é o feldspato alcalino ou potássico presentes nos arenitos arcosianos. Os sais radioativos ou potássicos quando presentes provocam altas leituras de radioatividade, porem são os mais raros pois são mais solúveis em água. Quando há hidrocarboneto, com origem em matéria orgânica marinha saturando a rocha, os valores de radioatividade aumentam simulando a presença de urânio (vide a seção 3.4.3). (ii) Compara-se os perfis de RG simulados com o modelo de Rider (2000) visto na Figura 1: ele considera diferentes tipos de folhelhos e arenitos, dos quais a maioria apresenta respostas iguais aos criados por este trabalho. No entanto, Rider propõe uma leitura instável em intervalos de areia/silte fina com presença de minerais pesados, tal instabilidade não é contemplada no algoritmo deste trabalho por não haver bons modelos para simular este comportamento. Porém, a Figura 1 não descreve o comportamento do perfil de RG na presença de rochas evaporíticas (ortoquímicos). (iii) Os perfis RG gerados para os diferentes tipos de rochas sedimentares são válidos pois respondem conforme a bibliografia, assim como perfis reais de campo. Perfil de resistividade (i) Observa-se que este perfil responde proporcionalmente a resistividade dos ele- trólitos que saturam a rocha. É notório a influência de ambos fluidos de perfuração e fluido da formação, assim como o raio de invasão da lama. Quando não há água 1 Comparam-se os perfis simulados com os modelos visto na bibliografia, destacando o trabalho de Rider (2000) que combinou de forma organizada os valores de cada perfil com o esparado por diferentes litotipos (Figuras 1, 3, 5, 6, 7). 72 nos poros das rochas, a resistividade simulada equivale-se a resistividade da formação. As plotagens deste perfil são representativas das ferramentas duplo lateroperfil profundo e raso (LLD e LLS) e estão de acordo com as leis de Ohm e Archie et al. (ii) Comparam-se os perfis resistivos simulados com o modelo de Rider (2000) visto na Figura 5: observa-se que tanto o perfil resistivo simulado quanto o de Rider dependem basicamente da resistividade dos fluidos. Os valores de resistividade em zonas com água são menores nos perfis simulados, o que indica que Rider considera valores maiores para resistividade dos fluidos. Ele também propõe uma mudança gradual da resistividade em zonas com gás, óleo e água, característica não contemplada pelo código. Rider destaca que o mesmo modelo apresentado para arenitos é valido para calcário, dolomita e outras rochas sedimentares. (iii) Os perfis resistivos simulados modelam bem as rochas sedimentares terríge- nas, afinal este é gerado por equações validas para esse tipo de rocha. Este perfil, também é valido para as rochas carbonáticas pois geram resultados semelhantes aos encontrados na literatura. Perfil densidade (i) O resultado deste perfil, para grande maioria das rochas reservatório, fornece um intervalo de densidade de 2,35 g/cm3 à 2,55 g/cm3 (com água na formação), sendo as rochas carbonáticas mais densas que as rochas siliciclásticas. Este perfil sofre grande influência da porosidade, assim como do fluido saturante (uma mesma rocha com 20% de porosidade responde com 2,36 g/cm3 quando saturada com água, 2,29 g/cm3 quando saturada com óleo e 2,12 g/cm3 quando saturada com gás); em sentido contrário os minerais acessórios influenciam para o aumento da densidade - tais como pirita, barita e siderita. (ii) Compara-se os perfis de densidade simulados com a Figura 3: ambos perfis apresentam respostas semelhantes. Por exemplo, quando a porosidade no arenito é de 20% sua densidade simulada é de 2,36 g/cm3 e a proposta por Rider é de 2,32 g/cm3 . Na Figura 3, quando há uma sequência de óleo e água no mesmo arenito, Rider não propõe mudança na leitura da densidade, no entanto essa mudança é contemplada no nosso modelo. 73 (iii) Os perfis de densidade simulados para os diferentes tipos de rochas sedimen- tares são válidos pois são compatíveis com os valores visto nos perfis reais assim como no modelo de Rider (2000). Perfil sônico (i) Observa-se que o valor simulado médio da vagarosidade para arenito é de 80 µs/pé, 69 µs/pé para calcário e 66 µs/pé para dolomitos quando a porosidade destas rochas é de 20% com água da formação. O efeito do fluido é notório, a vagarosidade da onda de 80 µs/pé no arenito quando o fluido é água, passa a ser 82 µs/pé quando é óleo e 86 µs/pé quando gás. (ii) Comparam-se os perfis sônicos simulados com a Figura 6: os valores do tempo de trânsito das rochas no modelo de Rider (2000) são menores que as dos perfis simulado, pois as rochas consideradas por Rider são compactas, ou seja, com menores valores de porosidade. Quando considerado arenito com 20% de porosidade os valores de ambos perfis foram iguais a 80 µs/pé. (iii) Os perfis sônicos simulados para os diferentes tipos de rochas sedimentares são válidos pois são compatíveis com os valores visto nos perfis reais assim como no modelo de Rider (2000). Perfis de porosidade (i) São três porosidades calculadas: • porosidade do perfil de nêutron, que responde de acordo com a presença de minerais absorvedores e o fluido. Observa-se que este perfil é sensível há argilosidade, hidrocarbonetos fração gás, altas porosidades e altas salinidades; • porosidade derivada do perfil densidade, que é o mais fidedigno a porosidade real quando a densidade da matriz e do fluído forem conhecidas. Observa-se que quando o fluido é hidrocarboneto os valores da porosidade deste perfil aumentam, isso porque a equação implementada não considera mudança de fluido, sendo esta água da formação por padrão de campo. 74 • porosidade derivada do perfil sônico que usualmente é menor quando comparado com os perfis de densidade e nêutrons. O efeito da mudança de fluido é notório: observa-se que os valores deste perfil são menores na presença de gás, óleo e água respectivamente. (ii) Comparam-se os perfis de porosidade neutrônica simulados com o modelo de Rider (2000) visto na Figura 7: os valores da porosidade nos arenitos simulados são maiores que a porosidade real (20%), enquanto o modelo de Rider propõe valores menores para porosidade neutrão do que a porosidade real. O efeito da redução na porosidade causado pelo gás é observado em ambos perfis. É notório a influência dos argilominerais na resposta dos perfis simulados e este comportamento é representado na Figura 7 pela instabilidade do folhelho (25% à 75%). (iii) Os perfis de porosidade simulados para as litologias sedimentares respondem conforme os valores visto em perfis reais assim como no modelo de Rider (2000). 6.2 Ajuste do Volume dos Minerais e Fluidos em Dados Reais Para validar os modelos criados, simularam-se as fácies do poço NA22 do Campo de Namorado. A partir da interpretação mineralógica deste poço criou-se uma estimativa de sua composição (Tabela 9) que serviu de entrada para simular a resposta dos perfis desse grupo. Observe na Figura 21 os resultados, os perfis simulados ficaram dentro dos intervalos de erro das análises estatística (Tabela 2), o que indica que a interpretação composicional dada as litologias é representativa da mineralogia verdadeira desses grupos. 75 Tabela 9: Interpretação e ajuste da mineralogia dos grupos de fácies encontrados no poço NA22. Estes valores foram os usados como entrada para simular os perfis e os valores ajustados. (-) profundidade (+) grupo 1 grupo 2 grupo 3 grupo 4 Entrada Ajuste Entrada Ajuste Entrada Ajuste Entrada Ajuste Quartzo 40% 41,38% 45% 45,21 38% 39,85 39% 44,27% Feldspato 30% 33,89% 4% 8,22% - - 4% 6,26% Calcita 0,3% 0,31% 5% 4,99% 19% 19,65% 2% 2,24 Dolomita 0,7% 0,43% 2% 1,49% 15% 7,53% 1% 0,86 2% 1,4% 2% 0,76% 1% 0,6% - - 1% 1,91% - - - - Anidrita e Gipsita Evaporitos Mica e 3% 1,23% 20,5% 16,54% 15% 17,31 33% 27,01% 4% 1,66% 0,5% 0,21% 1% 0,09% 1% 0,55% Água 2% 1,11% 2% 1,27% 11% 14,95 18% 18,43% Óleo 18% 18,58% 18% 15,71% - - - - Gás - Argila Minerais acessórios - - 76 Figura 21: Perfil que simula os grupos de facies do poço NA22 Com intuito de melhorar os resultados dos perfis simulados, desenvolveu-se um algorítimo que ajusta o volume dos minerais para que o erro entre os perfis reais e simulado seja menos que um erro previamente estipulado (no caso, um erro menor que 1,6%). Como exemplo, analisar-se-á os resultados do grupo 3. Observa-se que nesse grupo o volume de água da formação, calcita, micas e argilas aumentaram e diminuíram os volumes de dolomita (significativamente), minerais acessórios (significativamente), anidrita e gipsita. Transcreve-se a análise do Grupo 3 dada na Seção 2.3: arenitos e folhelhos que contêm carbonatos em sua constituição (fácies cimentadas e margas). De fato, não sabíamos se o cimento e a marga eram formados por calcita ou dolomita e portanto superestimamos o valor da dolomita e subestimamos o valor da calcita. Igualmente, superestimou o volume de minerais acessórios (siderita, anquerita, pirita), anidrita e gipsita e subestimou o valor da porosidade, e o volume dos argilominerais. A lógica de análise feita para o grupo 3 vale para os demais grupos. Uma das hipóteses é que os valores do volume dos minerais ajustados serão próximos aos valores reais destes. Com os experimentos realizados neste trabalho essa hipótese não foi negada. No em tanto, sugere-se que confronte está ferramenta contra resultados de perfis geoquímicos, que fornecem os valores da mineralogia. Com esse ajuste (Figura 22), é possível identificar quais minerais foram subesti- 77 mados ou superestimados pela interpretação inicial. Nesse sentido, mesmo que os valores volumétricos do ajuste não sejam exatos, o programa é uma ótima ferramenta de orientação para saber se a composição interpretada a partir de análise composicional através de outros métodos está correta. Figura 22: Perfis simulados e ajustados para um erro menor que 1,6% em comparação com os valores reais dos grupos de facies do poço NA22. 78 7 Conclusões Apresentam-se neste capítulo as conclusões e sugestões para trabalhos futuros. 7.1 Conclusões Esta monografia teve como objetivo simular a influência das litologias nos perfis de poço, através de modelos físico-matemáticos utilizando métodos computacionais. Para tal, (i) realizou-se um estudo da influência dos diferentes litotipos de rochas sedimentares nos perfis geofísicos de poço. (ii) Modelaram-se a resposta dos perfis básicos para cada litologia sedimentar. (iii) Desenvolveram-se um novo algoritmo para ajustar a composição mineralógica das litologias através de dados de perfis reais. No final, validaram-se os modelos criados na etapa (ii) contra modelos já desenvolvidos na literatura, assim como, validaram-se os resultados alcançados na etapa (iii) comparando-os com dados de testemunho de poço e com perfis do poço NA22 do Campo de Namorado na Bacia de Campos. Resume-se a metodologia utilizada nas seguintes etapas: 1. Estudo sobre perfilagem de poços e seus conceitos físicos. 2. Estudo dos diversos tipos de rochas sedimentares. 3. Desenvolvimento dos algoritmos de simulação na plataforma MATLAB e na linguagem C++. 4. Simulação das respostas para as diferentes litologias sedimentares das rochas. 5. Criação de uma ferramenta que utiliza perfis reais de poço e dados da mineralogia das amostras de calha para estimar a fração volumétrica dos minerais que compõem as rochas 79 Os modelos de respostas para as rochas sedimentares que foram criados estão resumidos nas Tabelas 10 e 11. Estas tabelas juntam os resultados de todos os perfis das rochas sedimentares e apresentam os valores teóricos esperados para cada rocha. Tabela 10: Resposta esperada de perfis para as rochas sedimentares. Porosidade efetiva de 20% (saturada com água da formação) para as rochas com detrito clásticos e zero para as formadas por componentes ortoquímicos. Rocha Raios Porosidade Densidade Gama Sônico (Nφ, %) (g/cm3 ) (µs/pé) 20,9 2,374 79 (°API) Quartzo Baixo Arenito (~10) Arenito Su- 35 20,8 2,360 80 65 21,7 2,374 81 22 22,1 2,436 78 Wacke 60 24,3 2,467 75 Folhelho 120 31,6 2,692 72 Dolomito Baixo (~5) 23,5 2,512 66 Dolomito Baixo (~5) 23,0 2,479 67 Baixo (~5) 22,4 2,446 68 Calcário Baixo (~5) 20,7 2,416 69 Halita - -2 2,154 64 Anidrita - -1 2,939 50 Gipsita - 58 2,363 52 Evaporito >300 16,6 1,816 73 barcosiano Arenito Arcosiano Arenito Sublítico Calcítico Carbonato Dolomítico Potássico 80 Tabela 11: Resposta teórica de perfis geofísicos com variação do fluido saturante para as rochas arenito subarcosiano e carbonato dolomítico. Raios Resistividade Porosidade Densidade Gama Rocha Fluido (ohm.m) (Nφ, %) (g/cm3 ) (°API) 20% gás Arenito Subarcosiano Sônico (µs/pé) Resistividade 35 da 2,8 2,120 85,86 4,6 2,144 85,70 24,0 2,290 81,85 formação 18% gás 2% 35 56,9 água 20% óleo Resistividade 35 da formação 18% óleo 2% 35 56,9 23,7 2,297 81,73 35 0,6 20,8 2,360 80,37 4,4 2,206 71,58 6,2 2,230 71,47 25,6 2,376 68,78 água 20% água 20% gás Carbonato Dolomítico Resistivide 5 da formação 18% gás 2% 5 56,9 água 20% óleo Resistivide 14 da formação 18% óleo 2% 13 56,9 25,3 2,383 68,69 5 0,6 22,4 2,446 67,73 água 20% água 81 Os perfis gerados pelo simulador para os diferentes tipos de rochas sedimentares são válidos pois concordam com resultados da bibliografia, assim como, com perfis reais de campo. O nível de detalhamento consegue discriminar os diferentes litotipos que podem ser encontrados durante a perfuração de um poço. O padrão de resposta criado para os diferentes tipos de rochas servirá de fonte de consulta para futuros estudos e trabalhos de campo. Quanto ao ajuste volumétrico dos minerais, uma hipótese é que este levará a valores reais do volume fracional de cada mineral. No entanto, mesmo que os valores volumétricos encontrados não sejam exatos, os resultados mostram que este é uma ótima ferramenta de orientação para saber se a composição mineralógica obtida por outras técnicas é coerente. Pois com o ajuste mineralógico é possível identificar quais minerais foram subestimados ou quais foram superestimados na interpretação inicial. Portanto, trata-se de uma ótima ferramenta de orientação para saber se a mineralogia dada por outros métodos está correta. 82 7.2 Sugestões Para Trabalhos Futuros • Recomenda-se testar outros modelos de simulação do perfil sônico. Enquanto neste trabalho a velocidade da onda é calculada diretamente pela velocidade da onda em cada mineral, seria interessante utilizar-se de modelos que usam as constantes elásticas dos minerais para o cálculo da velocidade da onda nas rochas porosas. • Como melhoria futura para este trabalho, sugere-se que realize-se mais testes para a metodologia de ajuste mineralógico e encontre quais os valores das variáveis kp, ki e kd da Equação 5.8 melhor ajustam a concentração correta dos minerais. Também poderá ser aplicado outras formas de calcular o erro entre os perfis reais e simulados (neste trabalho o cálculo de erro foi o relativo). • Recomenda-se que os códigos na linguagem C++ sejam documentados. • Como sugestão para trabalhos futuros: – recomenda-se que sejam implementados novos modelos de simulação para outros perfis de poço, tais como perfil de indução e perfil NMR; – recomenda-se que a metodologia de ajuste seja aplicada nos perfis resistivos para ajustar as variáveis da Equação 5.3 (i.e., saturação e resistividade da água da formação). • Como exemplo de trabalhos que podem ser desenvolvidos relacionados a esta monografia, destaco o desenvolvimento de uma metodologia que corrija ruídos nos perfis reais. Tratar-se-á de aplicar a metodologia de ajuste num conjunto de perfis (e.g., neutrônico, RG e densidade) e então simular outro perfil (e.g. sônico). É bem verdade que existirá uma relação entre o perfil (sônico) simulado e o real. Pois bem, qual seria essa relação? Será que o perfil real convergiria para o valor simulado caso eliminasse os ruídos? 83 Referências ADAMS, J. A.; WEAVER, C. E. Thorium-to-uranium ratios as indicators of sedimentary processes: example of concept of geochemical facies. AAPG Bulletin, American Association of Petroleum Geologists, v. 42, n. 2, p. 387–430, 1958. ALLABY, A.; ALLABY, M. Oxford dictionary of earth sciences. [S.l.]: Oxford University Press Oxford, 2008. ALLING, H. L. Use of microlithologies as illustrated by some new york sedimentary rocks. Geological Society of America Bulletin, Geological Society of America, v. 56, n. 7, p. 737–756, 1945. ANDERSON, B. I. Modeling and inversion methods for the interpretation of resistivity logging tool response. [S.l.]: Delft University Press, 2001. ARCHIE, G. E. et al. The electrical resistivity log as an aid in determining some reservoir characteristics. Trans. AIMe, v. 146, n. 1, p. 54–62, 1942. BARDON, C.; PIED, B. et al. Formation water saturation in shaly sands. 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Listing A.1: Arquivo que gera os perfis. 1 function data = LOG_MODEL ( filein ) 2 % 3 % LOG_MODEL gera perfis convencionais colocando - os em uma matriz de 4 % ndata por 10 com as seguintes saidas por coluna : 5 % (1) Profundidade (2) GR (3) Rxo (4) LLs (5) LLd (6) NPHI (7) DTPHI (8) RHPHI 6 % 7 % 8 % (9) RHOB (10) DTP As entradas sao feitas atraves de uma matriz ndata por 2: 9 % (1 ,1) Numero de Camadas (1 ,2) Resistividade Lama Filtrada 10 % 11 % FOR k =1: Numero de Camadas (2 ,1) Espessura da Camada (2 ,2) Resistividade Auga Formacao 12 % (3 ,1) Numero de Minerais (3 ,2) Origem deposicional da materia arganica 13 % FOR i =1: Numero de Minerais 14 % (4 ,1) Mineral Index " i " Mineral . " i " (4 ,2) Vomume Fracional do 88 15 % END 16 % (5 ,1) Numero de Fluidos (5 ,2) Raio de Invasao da Lama ( metro ) 17 % FOR j =1: Numero de Fluidos 18 % (6 ,1) Fluido Index " j " (6 ,2) Vomume Fracional do fluido " j " 19 % END 20 % 21 % 22 % 23 PI =3.141593; a =1.22; Rsh =4.0; GRTh =47.16; % GRTh = (31.4 to 70.7) END , Rsh = (1.0 to 20.0 , Default = 4.0) 24 % GR schlumberger1972log , hassan1975use 25 % PHIN crain2000crain , schlumberger1972log 26 % DENS ellis2007well 27 % DELT timur1987acoustic , wyllie1956elastic , raymer1980improved 28 GRm =[0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 29 270.0 ,275.0 ,... % micas : muscovita , biotita 30 101.98 ,102.46 ,273.86 ,212.13 ,173.2 ,0.0 ,... % argilomineral + barita 31 0.0 ,0.0 ,220.0 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse ( K ) 32 0.0 ,0.0 ,0.0 ,... % minerais com ferro : siderita , ankerita , pirita 33 0.0 ,0.0 ,500.0 ,220.0... % evaporitos : fluorita , halita , silvita , carnalita 34 35 ,0.0 ,0.0 ,0.0]; % fluidos : agua , ole , gas DENS =[2.65 ,2.71 ,2.87 ,2.95 ,2.35 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 36 2.83 ,3.2 ,... % micas : muscovita , biotita 37 2.64 ,2.83 ,2.77 ,2.87 ,2.62 ,4.08 ,... % argilomineral + barita 38 2.58 ,2.74 ,2.54 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse ( K ) 89 39 3.91 ,3.08 ,5.00 ,... % minerais com ferro : siderita , ankerita , pirita 40 3.12 ,2.03 ,1.86 ,1.56 ,... % evaporitos : fluorita , halita , silvita , carnalita 41 42 1.20 ,0.85 ,0.000677]; % fluidos : agua , ole , gas DELT =[55.5 ,47.2 ,43.9 ,50.0 ,52.4 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 43 47.2 ,55.5 ,... % micas : Muscovita , Biotita 44 64.3 ,55.5 ,64.6 ,64.6 ,64.6 ,69.8 ,... % argilomineral + barita 45 47.2 ,45.1 ,68.9 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse 43.9 ,45.7 ,39.6 ,... % Miderais q conteem ferro : Siderita , 46 ankerita , Pirita 45.7 ,67.1 ,73.8 , 78.0 ,... % evaporitos : Fluorita , halita , 47 silvita , carnalita 189.0 ,240.0 ,760.0]; % fluidos : agua , ole , gas 48 49 PHIN =[ -0.02 , -0.03 ,0.01 , -0.02 ,0.60 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 50 0.20 , -0.21 ,... micas : Muscovita , Biotita 51 0.37 ,0.38 ,0.30 ,0.52 ,0.44 , -0.02 ,... 52 -0.02 , -0.02 , -0.03 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse 53 0.12 ,0.01 , -0.03 ,... % contem ferro : Siderita , ankerita , Pirita 54 -0.006 , -0.03 , -0.03 ,0.60 ,... % evaporitos : Fluorita , halita , silvita , carnalita 55 1.10 ,1.26 ,0.20]; 56 57 kk =1; 58 NCAM = filein ( kk ,1) ; % pega o numero de camadas 59 Rmf = filein ( kk ,2) ; % pega Rmf = resistividade da lama filtrada 60 for I =1: NCAM ; % da primeira camada até a ultima : 61 V (1:55) =0.0; % seta igual a zero o volume de todos minerais 62 NC (1:55) =0.0; 63 kk = kk +1; 64 DL ( I ) = filein ( kk ,1) ; % pega a espessura da camada % KK =2 90 65 Rw ( I ) = filein ( kk ,2) ; % pega Rw 66 kk = kk +1; % KK =3 67 NCRIS = filein ( kk ,1) ; % pega numero de minerais = 23 68 MO = filein ( kk ,2) ; 69 if ( MO == 1) ; GRm (25) =48.0; else ; if ( MO ==2) ; GRm (25) =27.0; % pega o tipo de materia de arganica . else ; GRm (25) =0; end ; end ; % 3 se continental ( e . g . desertos , lagos , leito de rios , pantanos ) ; 2 se continental e marinho ( i . e . deltas ) ; 1 se marinho - i . e . oceano 70 for J =1: NCRIS ; % de J =1 até 23 ( numero de minerais ) : kk = kk +1; % kk =4++ ( dentro do for ) 71 72 NC ( J ) = filein ( kk ,1) ; % posicao do mineral ( ou índice do mineral ) ex .: NC (1) = quartzo , NC (8) = calcita V ( NC ( J ) ) = filein ( kk ,2) ; % volume fracional do mineral 73 74 end ; 75 kk = kk +1; % k =5+ NCRIS 76 NFLU = filein ( kk ,1) ; % pega numero de fluidos 77 Rinv ( I ) = filein ( kk ,2) ; % raio de invasao do fluido de perfuração 78 for J = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; % de J = número de minerais +1 até J = numero de mineral mais fluidos 79 kk = kk +1; 80 NC ( J ) = filein ( kk ,1) ; 81 V ( NC ( J ) ) = filein ( kk ,2) ; % volume do fluído % índice do fluído 82 end ; 83 kk = kk +2; % 17 -05 essa pula duas linhas ( as linhas são usadas na funcao AJUSTE ) 84 PHI =0.0; % seta porosidade igual a zero 85 DTF =0.0; 86 RHOF =0.0; 87 for K = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; 88 PHI = PHI + V ( NC ( K ) ) ; % seta porosidade ( efetiva ) igual ao volume de fluido 89 end ; 90 for K = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; % parametros do fluido 91 91 DTF = DTF +( V ( NC ( K ) ) / PHI ) * DELT ( NC ( K ) ) ; % 05 -22 vagarosida equivalente da onda P no fluido , calculada pelo limite inferior de Reuss 92 RHOF = RHOF + ( V ( NC ( K ) ) / PHI ) * DENS ( NC ( K ) ) ; % densidade media do fluido somada em série 93 end ; 94 VSH =0.0; 95 for K =8:13; 96 VSH = VSH + V ( K ) ; % seta o volume de argila ( com capacidades de troca catiônica ) igual a soma dos argilominerais : glauconita , ilita , caolinita , montmorilonita ) 97 end ; 98 99 GRt ( I ) =0.0; 100 RHO ( I ) =0.0; 101 RHOM ( I ) =0.0; 102 PHINL ( I ) =0.0; 103 PHIDT ( I ) =0.0; 104 PHIRH ( I ) =0.0; 105 DTM1 ( I ) =0.0; 106 DTMS ( I ) =0.0; 107 for K =1: NCRIS + NFLU ; % parametros da matriz mais fluido 108 GRt ( I ) = GRt ( I ) + V ( NC ( K ) ) * GRm ( NC ( K ) ) ; % radiotividade total dos minerais e fluidos 109 RHO ( I ) = RHO ( I ) + V ( NC ( K ) ) * DENS ( NC ( K ) ) ; % densidade total dos minerais e fluidos 110 % DTMS ( I ) = DTMS ( I ) + V ( NC ( K ) ) * DELTS ( NC ( K ) ) ; % vagarosidade onda S 111 PHINL ( I ) = PHINL ( I ) + V ( NC ( K ) ) * PHIN ( NC ( K ) ) ; % porosidade perfil neutrao 112 end ; 113 for K =1: NCRIS ; % parametros da matriz 114 DTM1 ( I ) = DTM1 ( I ) +( V ( NC ( K ) ) /(1 - PHI ) ) / DELT ( NC ( K ) ) ; % velocidade da onda P calculada pelo limite superior de voigt 115 RHOM ( I ) = RHOM ( I ) + ( V ( NC ( K ) ) /(1 - PHI ) ) * DENS ( NC ( K ) ) ; 116 end ; 92 117 DTM ( I ) =1/ DTM1 ( I ) ; 118 DTlog ( I ) =1/((1 - PHI ) ^2/ DTM ( I ) + PHI / DTF ) ; % perfil onda P raymer1980improved 119 % a = DTF ; b =( DTM ( I ) -2* DTF ) ; c = DTF *( DTlog ( I ) - DTM ( I ) ) / DTlog ( I ) ; delta = b *b -4* a * c ; 120 % PHIDT ( I ) =( -b - sqrt ( delta ) ) /(2* a ) ; % porosidade sonica atraves da eq . de 121 raymer1980improved PHIDT ( I ) =( DTlog ( I ) - DTM ( I ) ) /( DTF - DTM ( I ) ) ; % porosidade sonica atraves da eq . de wyllie1956elastic 122 % PHIRH ( I ) =( RHO ( I ) - RHOM ( I ) ) /( RHOF - RHOM ( I ) ) ; % porosidade derivada do perfil densidade 123 PHIRH ( I ) =( RHO ( I ) - RHOM ( I ) ) /(1.2 - RHOM ( I ) ) ; % porosidade derivada do perfil densidade , sendo a densidade do fluido igual a da agua 124 GRt ( I ) = GRt ( I ) +( VSH /(1 - PHI ) ) * GRTh ; % Perfil radiotivo = radioatividade de cada mineral + radiotividade do thorio ( homogenia ) associada ao volume de argila + radiotividade do urânio ( GRU ) associada ao materia organica 125 126 SW = V (24) / PHI ; % seta Sw ( volume de agua / porosidade ) 127 % SWt =( V (24) + PHINL ( I ) - PHI ) / PHINL ( I ) ; % SW total ( valido para zona sem gas ) crain2000crain 128 Sxo =( V (24) /2+ V (25) /1.5+ V (26) ) / PHI ; % saturacao do fluido de perfuracao na zona lavada , efeito da embebição 129 RMM =1/((1 - Sxo ) / Rw ( I ) + Sxo / Rmf ) ; % resistividade do eletrólito na zona lavada 130 if ( Rinv ( I ) == 0.0) ; RMM = Rw ( I ) ; Sxo =0; end ; 131 Rslb ( I ) =1.0/(( PHI * SW ) ^2/( a * Rw ( I ) *(1 - VSH ) ) + VSH * SW / Rsh ) ; % schlumberger1972log 132 133 Rbar ( I ) =1.0/(( PHI * SW ) ^2/( a * Rw ( I ) ) + 1/1000 +... VSH * SW / Rsh ) ; % use aqui um dos modelos comentados abaixo , no caso bardon1969 134 % 0) ; % archie1942 135 % SW / Rsh ) ; % patchett1967 93 % VSH * SW / Rsh ) ; % bardon1969 - parecido com 136 schlumberger1972log % ( VSH * SW *( PHINL ( I ) ) / PHI ) *(( PHINL ( I ) ) ^2/ Rsh -( PHINL ( I ) - 137 PHI ) ^2/ Rsh ) ) ;% juhasz1981normalised RO = condutividade deviduo a argila 138 % Rxo ( I ) =1.0/(( PHI * Sxo ) ^2/( a * RMM *(1 - VSH ) ) + VSH * Sxo / Rsh +1/1000) ; % resposta do perfil de resistividade rasa , modelo de schlumberger1972 139 Rxo ( I ) =1.0/(( PHI * Sxo ) ^2/( a * RMM ) + 1/1000 +... 140 VSH * Sxo / Rsh ) ; % resposta do perfil de resistividade rasa , modelo de bardon1969 141 end ; 142 143 H (1) =0.0; 144 for J =2: NCAM +1; 145 H ( J ) = H (J -1) + DL (J -1) ; % ajustar o tamanho do perfil : camada1 + camada2 + camada3 ... 146 end ; 147 NMED = H ( NCAM +1) /5.0+1; % numero de medidas de perfil , passo 5 metros 148 149 for nperf =1:6; % FOR novo 150 if ( nperf == 1) ; A1 =5.0; B1 =10.0; end ; 151 if ( nperf == 2) ; A1 =5.0; B1 =10.0; end ; 152 if ( nperf == 3) ; A1 =5.0; B1 =10.0; end ; 153 if ( nperf == 4) ; A1 =5.0; B1 =10.0; end ; 154 if ( nperf == 5) ; A1 =5.0; B1 =10.0; end ; 155 if ( nperf == 6) ; A1 =5.0; B1 =10.0; end ; 156 S1T = PI * A1 * B1 /2.0; 157 for J =1: NMED ; 158 DH =( J -1) *5.0; 159 x ( J ) = DH ; 160 for I =1: NCAM ; % FOR para simula o efeito da espessura da % posição das medidas 0m , 5m , 10 m , até DLm camada no perfil 161 X1 =0.0; X2 =0.0; % - A1 = < X1 = <0 e 0= < X2 = < A1 162 if ( H ( I ) >= ( DH - A1 ) & H ( I +1) <= ( DH + A1 ) ) ; 94 163 X1 = H ( I ) - DH ; 164 X2 = H ( I +1) - DH ; 165 if ( DH <= A1 & I == 1) ; X1 = - A1 ; end ; 166 if ( H ( I +1) < ( DH + A1 ) & I == NCAM ) ; X2 = A1 ; end ; 167 end ; 168 if ( H ( I ) >= ( DH - A1 ) & H ( I +1) > ( DH + A1 ) ) ; 169 X1 = H ( I ) - DH ; 170 X2 = A1 ; if ( DH < A1 & I == 1) ; X1 = - A1 ; end ; 171 172 end ; 173 if ( H ( I ) < ( DH - A1 ) & H ( I +1) <= ( DH + A1 ) ) ; 174 X1 = - A1 ; 175 X2 = H ( I +1) - DH ; if ( H ( I +1) < ( DH + A1 ) & I == NCAM ) ; X2 = A1 ; end ; 176 177 end ; 178 if ( H ( I ) < ( DH - A1 ) & H ( I +1) > ( DH + A1 ) ) ; 179 X1 = - A1 ; 180 X2 = A1 ; 181 end ; 182 U1 = asin ( X1 / A1 ) ; % U1 estará sempre entre - PI /2 < U1 <0 183 U2 = asin ( X2 / A1 ) ; % U2 estará sempre entre 0 < U2 < PI /2 184 S1 = A1 * B1 *( U2 - U1 +( sin (2.0* U2 ) - sin (2.0* U1 ) ) /2.0) /2.0; 185 S (J , I ) = real ( S1 / S1T ) ; % S1 / S1T = ( U2 - U1 +( sin (2.0* U2 ) - sin (2.0* U1 ) ) /2.0) / PI ; Este valor multiplicará o valor de resposta dos perfís . Para camadas maiores que 10 metros o valor multiplicado ( S1 / S1T ) sempre será 1 e para camadas menores que 10 m S estará entre 0 <S <1. Ou seja , simula o efeito da espessura da camada no perfil . 186 187 end ; end ; 188 189 if ( nperf == 1) ; 190 GR = real ( S * GRt ’) ; 191 GRruido = GR + GR .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /(3*20) ; 192 end ; 95 193 if ( nperf == 2) ; 194 PH = real ( S * PHINL ’) ; 195 PHruido = PH + PH .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /(1*50) ; 196 PHDT = real ( S * PHIDT ’) ; 197 PHDTruido = PHDT + PHDT .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /(1*50) ; 198 PHRH = real ( S * PHIRH ’) ; 199 PHRHruido = PHRH + PHRH .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /(50) ; 200 end ; 201 if ( nperf == 3) ; 202 RHOB = real ( S * RHO ’) ; 203 RHOBruido = RHOB + RHOB .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /(4*250) ; 204 end ; 205 if ( nperf == 4) ; 206 DT = real ( S * DTlog ’) ; 207 DTruido = DT + DT .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /150; 208 end ; 209 if ( nperf == 5) ; 210 RTslb = real ( S * Rslb ’) ; % resistividade zona virgem 211 RTslbruido = RTslb + RTslb .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /10; 212 RTbar = real ( S * Rbar ’) ; 213 RTbarruido = RTbar + RTbar .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /10; 214 RRXO = real ( S * Rxo ’) ; % resistividade zona invadida 215 RRXOruido = RRXO + RRXO .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) /10; 216 end ; 217 if ( nperf == 6) ; 218 Ri = real ( S * Rinv ’) ; 219 end ; 220 end ; 221 222 for i =1: NMED ; % chama o algoritimo para caculara a resistividade da ferramenta LLD e LLS [ RS1 ( i ) , RM1 ( i ) , RD1 ( i ) ]= MOD_DLL ( max (0 , Ri ( i ) ) , RRXOruido ( i 223 ) , RTbarruido ( i ) ) ; 224 end ; 225 226 data (: ,1) =x ’; 96 227 data (: ,2) = GRruido ; 228 data (: ,3) = RS1 ’; % resistividade zona invadida 229 % data (: ,3) = RRXO ; % resistividade zona lavada 230 data (: ,4) = RM1 ’; % resistividade raza ( shallow dual laterolog device ) 231 data (: ,5) = RD1 ’; % resistividadd profunda ( deep dual laterolog device ) 232 % data (: ,5) = RTbar ; % resistividade total Rt 233 data (: ,6) =100* PHRHruido ; 234 data (: ,7) =100* PHDTruido ; 235 data (: ,8) =100* PHruido ; 236 data (: ,9) = RHOBruido ; 237 data (: ,10) = DTruido ; 97 Apresenta-se na listagem A.2 o programa que usa o gráfico do fator geométrico (Figura 4) e a equação 2.4 para gerar os perfis resistivos LLD e LLS. Listing A.2: Arquivo que simula as ferramentas duplo lateroperfil. 1 function [ rxo , lls , lld ]= MOD_DLL ( ri , rs , rt ) ; 2 3 rll = [0 0.0508 0.1778 0.3048 0.4318 0.5588 0.6858 0.8128 0.9398 1.0668... 4 1.1938 1.3208 1.4478 1.5748 1.7018 1.8288 2.7182]; % eixo X do gráfico de J 5 % abaixo , os Js do eixo Y do gráfico de J 6 xrxo =[0.0 0.98 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ]; 7 xlls = [0 0.053332 0.1666625 0.29657 0.34667 0.419995 0.493331 0.5533345... 8 0.6 0.639999 0.679998 0.706664 0.73333 0.759996 0.7719957 0.7799955 0.836024]; 9 xlls2 = [0 0.13333 0.190000 0.37334 0.639999 10 0.453332 0.546668 0.70000... 0.746668 0.786667 0.8200 0.83999 0 ,8666665 0.87998 0.89331 0.90664 1]; 11 xlld = [0 0.0333325 0.093331 0.16983 0.18667 0.226666 0.266665 0.293331... 12 0.319997 0.333335 0.360001 0.3800005 0.4 0.413333 0.426666 0.439999 0.53338]; 13 14 for i =2:17; % fato J ( Livro : Well logging for earth scientists . grafico na pg .109) 15 if ( ri >= rll (i -1) & ri <= rll ( i ) & ( rs >= rt ) ) ; grxo = xrxo (i -1) +( ri - rll (i -1) ) *( xrxo ( i ) - xrxo (i -1) ) /( 16 rll ( i ) - rll (i -1) ) ; % Série de Taylor ( só até a primeira derivada ) é utilizada para usar numericamente o grafico glls = xlls (i -1) +( ri - rll (i -1) ) *( xlls ( i ) - xlls (i -1) ) /( rll 17 ( i ) - rll (i -1) ) ; % Série de Taylor glld = xlld (i -1) +( ri - rll (i -1) ) *( xlld ( i ) - xlld (i -1) ) /( rll 18 ( i ) - rll (i -1) ) ; % Série de Taylor 19 end ; 98 if ( ri >= rll (i -1) & ri <= rll ( i ) & ( rs < rt ) ) ; 20 grxo = xrxo (i -1) +( ri - rll (i -1) ) *( xrxo ( i ) - xrxo (i -1) ) /( 21 rll ( i ) - rll (i -1) ) ; % Série de Taylor glls = xlls2 (i -1) +( ri - rll (i -1) ) *( xlls2 ( i ) - xlls2 (i -1) ) /( 22 rll ( i ) - rll (i -1) ) ; % Série de Taylor glld = xlld (i -1) +( ri - rll (i -1) ) *( xlld ( i ) - xlld (i -1) ) /( rll 23 ( i ) - rll (i -1) ) ; % Série de Taylor end ; 24 25 end ; 26 rxo = rs * grxo + rt *(1 - grxo ) ; % resistividade zona invadida ( Livro : Well logging for earth scientists . equação na pg .108) 27 lls = rs * glls + rt *(1 - glls ) ; % resistividade raza ( shallow dual laterolog device ) 28 lld = rs * glld + rt *(1 - glld ) ; % resistividadd profunda ( deep dual laterolog device ) 99 Apresenta-se na listagem A.3 o arquivo de entrada de dados da classe que cria os perfis. Só foi incluido uma camada de rocha de 50 metros com 23 minerais e 3 fluidos para efeito ilustrativo. Listing A.3: Arquivo com a entrada de dados. 1 5 58.99 2 % Dolomito 3 50 % Número de camadas 0.9 % Espessura da camada Rmf Rw ( agua formacao 0 ,09 ohm . m @75°F (81.000 ppm NaCl ) , agua do mar 0 ,2 ohm , agua de beber de 20 a 2000 ohm . m ) 4 23 1 % Número de minerais Tipo ambiente deposicional . 3 se continental ( e . g . desertos , lagos , leito de rios , pântanos ) ; 2 se continental e marinho ( i . e . deltas ) ; 1 se marinho - i . e . oceano 5 1 0.02 % Quartzo - SiO2 6 2 0.08 % Calcita - CaCO3 7 3 0.63 % Dolomita - CaCO3MgCO3 8 4 0.02 % Anidrita - CaSO4 9 5 0.01 % Gypsita - Ca ( SO4 ) .2 H2O 10 6 0.01 % Muscovita 11 7 0.00 % Biotita 12 8 0.01 % Caulinita - Al2Si2O5 ( OH ) 4 13 9 0.00 % Glauconita - (K , Na ) ( Fe3 + , Al , Mg ) 2( Si , Al ) 4 % Ilita - (K , H3O ) ( Al , Mg , Fe ) 2( Si , Al ) 4 O10 - ( Mg , Fe ) 3( Si , Al ) 4 O10 ( OH ) 2 · ( Mg - KAl2 ( Si3Al ) O10 ( OH , F ) 2 K ( Mg , Fe ) 3( OH , F ) 2( Al , Fe ) Si3O10 O10 ( OH ) 2 14 10 0.01 [( OH ) 2 ,( H2O ) ] 15 11 0.00 % Clorita , Fe ) 3( OH ) 6 16 12 0.00 % Montmorilonita -( Ca , Na , H ) ( Al , Mg , Fe , Zn ) 2( Si , Al ) 4 O10 ( OH ) 2. nH2O 17 13 0.00 % Barita - BaSO4 18 14 0.00 % Albita - Na [ AlSi3O8 ] Feldspatos - Ca [ Al2Si2O8 Feldspatos K [ AlSi3O8 ] Feldspatos Plagioclásios 19 15 0.00 % Anortita Plagioclásios 20 16 0.00 Alcalinos % Ortoclásio - 100 21 17 0.00 % Siderita - FeCO3 - presente com mais frequencia0 -0.35 22 18 0.00 % Ankerita - Ca ( Fe , Mg ) ( CO3 ) 2 23 19 0.00 % Pitira - FeS2 24 20 0.00 % Fluorita - CaF2 25 21 0.01 % Halita - NaCl 26 22 0.00 % Sylvita - KCl 27 23 0.00 % Carnallita - 28 3 1.00 % Número de fluído 29 24 0.20 % Agua 30 25 0.00 % Oleo 31 26 0.00 % Gas 32 % Dolomito Calcítico 33 50 0.9 KMgCl3·6 ( H2O ) Raio de invação da lama % Espessura da camada Rw 101 Apresenta-se na listagem A.4 o programa que ajusta o volume dos minerais para que os perfís criados sejam iguais aos valores dos perfis reais. Listing A.4: Arquivo que ajusta o volume dos minerais. 1 function ajuste = AJUSTE ( filein ) 2 3 4 PI =3.141593; a =1.22; Rsh =4.0; GRTh =47.16; % GRTh = (31.4 to 70.7) , Rsh = (1.0 to 20.0 , Default = 4.0) 5 % Origem da equacao GR -> schlumberger1972log , hassan1975use 6 % PHIN -> crain2000crain , schlumberger1972log 7 % DENS -> ellis2007well 8 % DELT -> timur1987acoustic , wyllie1956elastic , raymer1980improved 9 10 GRm =[0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 11 270.0 ,275.0 ,... % micas : muscovita , biotita 12 101.98 ,102.46 ,273.86 ,212.13 ,173.2 ,0.0 ,... % argilomineral + barita 13 0.0 ,0.0 ,220.0 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse ( K ) 14 0.0 ,0.0 ,0.0 ,... % minerais com ferro : siderita , ankerita , pirita 15 0.0 ,0.0 ,500.0 ,220.0... % evaporitos : fluorita , halita , silvita , carnalita 16 17 ,0.0 ,0.0 ,0.0]; % fluidos : agua , ole , gas DENS =[2.65 ,2.71 ,2.87 ,2.95 ,2.35 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 18 2.83 ,3.2 ,... % micas : muscovita , biotita 19 2.64 ,2.83 ,2.77 ,2.87 ,2.62 ,4.08 ,... % argilomineral + barita 20 2.58 ,2.74 ,2.54 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse ( K ) 21 3.91 ,3.08 ,5.00 ,... % minerais com ferro : siderita , ankerita , pirita 22 3.12 ,2.03 ,1.86 ,1.56 ,... % evaporitos : fluorita , halita , silvita , carnalita 102 23 24 1.20 ,0.85 ,0.000677]; % fluidos : agua , ole , gas DELT =[55.5 ,47.2 ,43.9 ,50.0 ,52.4 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 25 47.2 ,55.5 ,... % micas : Muscovita , Biotita 26 64.3 ,55.5 ,64.6 ,64.6 ,64.6 ,69.8 ,... % argilomineral + barita 27 47.2 ,45.1 ,68.9 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse 43.9 ,45.7 ,39.6 ,... % Miderais q conteem ferro : Siderita , 28 ankerita , Pirita 45.7 ,67.1 ,73.8 , 78.0 ,... % evaporitos : Fluorita , halita , 29 silvita , carnalita 189.0 ,240.0 ,760.0]; % fluidos : agua , ole , gas 30 31 PHIN =[ -0.02 , -0.03 ,0.01 , -0.02 ,0.60 ,... % Pincipais : Qtz , Calc , Dolo , Anhy , Gips 32 0.20 , -0.21 ,... micas : Muscovita , Biotita 33 0.37 ,0.38 ,0.30 ,0.52 ,0.44 , -0.02 ,... 34 -0.02 , -0.02 , -0.03 ,... % feldspatos : albita , anortita , ortoclasse 35 0.12 ,0.01 , -0.03 ,... % contem ferro : Siderita , ankerita , Pirita 36 -0.006 , -0.03 , -0.03 ,0.60 ,... % evaporitos : Fluorita , halita , silvita , carnalita 37 1.10 ,1.26 ,0.20]; 38 39 kk =1; 40 NCAM = filein ( kk ,1) ; % pega o numero de camadas 41 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 42 Rmf = filein ( kk ,2) ; % pega Rmf = resistividade da lama filtrada 43 ajuste ( kk ,2) = filein ( kk ,2) ; 44 for I =1: NCAM ; % da primeira camada até a ultima : 45 V (1:26) =0.0; % seta igual a zero o volume de todos minerais 46 NC (1:26) =0.0; 47 kk = kk +1; 48 DL ( I ) = filein ( kk ,1) ; % pega a espessura da camada 49 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 50 Rw ( I ) = filein ( kk ,2) ; % pega Rw % KK =2 103 51 ajuste ( kk ,2) = filein ( kk ,2) ; 52 kk = kk +1; % KK =3 53 NCRIS = filein ( kk ,1) ; % pega numero de minerais = 23 54 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 55 MO = filein ( kk ,2) ; 56 ajuste ( kk ,2) = filein ( kk ,2) ; 57 if ( MO == 1) ; GRm (25) =48.0; else ; if ( MO ==2) ; GRm (25) =27.0; % pega o tipo de materia de arganica . else ; GRm (25) =0; end ; end ; % 3 se continental ( e . g . desertos , lagos , leito de rios , pantanos ) ; 2 se continental e marinho ( i . e . deltas ) ; 1 se marinho - i . e . oceano 58 for J =1: NCRIS ; % de J =1 até 23 ( numero de minerais ) : kk = kk +1; % kk =4++ ( dentro do for ) 59 60 NC ( J ) = filein ( kk ,1) ; % posicao do mineral ( ou índice do mineral ) ex .: NC (1) = quartzo , NC (8) = calcita V ( NC ( J ) ) = filein ( kk ,2) ; % volume fracional do mineral 61 62 end ; 63 kk = kk +1; % k =5+ NCRIS 64 NFLU = filein ( kk ,1) ; % pega numero de fluidos 65 Rinv ( I ) = filein ( kk ,2) ; % raio de invasao do fluido de perfuração 66 for J = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; % de J = número de minerais +1 até J = numero de mineral mais fluidos 67 kk = kk +1; 68 NC ( J ) = filein ( kk ,1) ; 69 V ( NC ( J ) ) = filein ( kk ,2) ; % volume do fluído % índice do fluído 70 end ; 71 % pega os valores esperados dos perfis reais 72 kk = kk +1; 73 GRreal ( I ) = filein ( kk ,1) ; 74 RHreal ( I ) = filein ( kk ,2) ; 75 76 kk = kk +1; 77 PHreal ( I ) = filein ( kk ,1) ; 78 DTreal ( I ) = filein ( kk ,2) ; 79 104 80 PHI =0.0; % seta porosidade igual a zero 81 for K = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; 82 PHI = PHI + V ( NC ( K ) ) ; % seta porosidade ( efetiva ) igual ao volume de fluido 83 end ; 84 VSH =0.0; 85 for K =8:13; 86 VSH = VSH + V ( K ) ; % seta o volume de argila ( com capacidades de troca catiônica ) igual a soma dos argilominerais : glauconita , ilita , caolinita , montmorilonita ) 87 end ; 88 GRt ( I ) =0.0; 89 RHO ( I ) =0.0; 90 PHINL ( I ) =0.0; 91 92 93 for K =1: NCRIS + NFLU ; % parametros da matriz mais fluido GRt ( I ) = GRt ( I ) + V ( NC ( K ) ) * GRm ( NC ( K ) ) ; % radiotividade total dos minerais e fluidos 94 RHO ( I ) = RHO ( I ) + V ( NC ( K ) ) * DENS ( NC ( K ) ) ; % densidade total dos minerais e fluidos 95 PHINL ( I ) = PHINL ( I ) + V ( NC ( K ) ) * PHIN ( NC ( K ) ) ; % porosidade perfil neutrao 96 end ; 97 GRt ( I ) = GRt ( I ) +( VSH /(1 - PHI ) ) * GRTh ; % Perfil radiotivo = radioatividade de cada mineral + radiotividade do thorio ( homogenia ) associada ao volume de argila + radiotividade do urânio ( GRU ) associada ao materia organica 98 99 E (1: NCRIS + NFLU ) = 0; 100 E2 (1: NCRIS + NFLU ) = 0; 101 EGRreal = ( GRreal ( I ) - GRt ( I ) ) / GRreal ( I ) % erro do perfil raio gama 102 ERHreal = ( RHreal ( I ) - RHO ( I ) ) / RHreal ( I ) 103 EPHreal = ( PHreal ( I ) - PHINL ( I ) ) / PHreal ( I ) 105 104 % Ajuste do volume dos mineras para um erro nos perfis menor que 0 ,016 105 while (( EPHreal ^2 >0.00025) || ( ERHreal ^2 >0.00025) || ( EGRreal ^2 >0.00025) ) ; 106 107 for K =1: NCRIS + NFLU ; 108 E1 ( NC ( K ) ) = E2 ( NC ( K ) ) ; 109 E2 ( NC ( K ) ) = E ( NC ( K ) ) ; 110 111 EGR ( NC ( K ) ) = EGRreal *( GRm ( NC ( K ) ) - GRt ( I ) ) / max ( GRt ( I ) , GRm ( NC (K))); 112 ERH ( NC ( K ) ) = ERHreal *( DENS ( NC ( K ) ) - RHO ( I ) ) / max ( RHO ( I ) , DENS ( NC ( K ) ) ) ; 113 EPH ( NC ( K ) ) = EPHreal *( PHIN ( NC ( K ) ) - PHINL ( I ) ) / max ( PHINL ( I ) , PHIN ( NC ( K ) ) ) ; 114 E ( NC ( K ) ) = EGR ( NC ( K ) ) + ERH ( NC ( K ) ) + EPH ( NC ( K ) ) ; 115 end ; 116 117 Vsoma =0.0; 118 kp =0.02; ki =0.50; kd =0.01; % kp eh proporcional ao erro , ki proporcional a taxa de variacao do erro , kd proporcional do tempo 119 for K =1: NCRIS + NFLU ; V ( NC ( K ) ) = V ( NC ( K ) ) *(1+ kp *( E ( NC ( K ) ) - E2 ( NC ( K ) ) ) + ki * E ( NC 120 ( K ) ) + kd *( E ( NC ( K ) ) -2* E2 ( NC ( K ) ) + E1 ( NC ( K ) ) ) ) ; 121 if ( V ( NC ( K ) ) <0.0) ; V ( NC ( K ) ) =0.0; end ; 122 Vsoma = Vsoma + V ( NC ( K ) ) ; 123 end ; 124 for K =1: NCRIS + NFLU ; V ( NC ( K ) ) = V ( NC ( K ) ) / Vsoma ; 125 126 end ; 127 128 129 PHI =0.0; % seta porosidade igual a zero 130 RHOF =0.0; 131 for K = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; 106 132 PHI = PHI + V ( NC ( K ) ) ; % seta porosidade ( efetiva ) igual ao volume de fluido 133 end ; 134 for K = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; 135 RHOF = RHOF + ( V ( NC ( K ) ) / PHI ) * DENS ( NC ( K ) ) ; % densidade media do % parametros do fluido fluido somada em série 136 end ; 137 VSH =0.0; 138 for K =8:13; VSH = VSH + V ( K ) ; % seta o volume de argila ( com capacidades 139 de troca catiônica ) igual a soma dos argilominerais : glauconita , ilita , caolinita , montmorilonita ) 140 end ; 141 GRt ( I ) =0.0; 142 RHO ( I ) =0.0; 143 PHINL ( I ) =0.0; 144 145 for K =1: NCRIS + NFLU ; % parametros da matriz mais fluido GRt ( I ) = GRt ( I ) + V ( NC ( K ) ) * GRm ( NC ( K ) ) ; % nova radiotividade 146 total dos minerais e fluidos RHO ( I ) = RHO ( I ) + V ( NC ( K ) ) * DENS ( NC ( K ) ) ; % nova densidade 147 total dos minerais e fluidos PHINL ( I ) = PHINL ( I ) + V ( NC ( K ) ) * PHIN ( NC ( K ) ) ; % nova porosidade 148 perfil neutrao 149 end ; 150 GRt ( I ) = GRt ( I ) +( VSH /(1 - PHI ) ) * GRTh ; % novo Perfil radiotivo = radioatividade de cada mineral + radiotividade do thorio ( homogenia ) associada ao volume de argila + radiotividade do urânio ( GRU ) associada ao materia organica 151 152 % recalcula o novo erro com os novos GRt , RHO e PHINL 153 EGRreal = ( GRreal ( I ) - GRt ( I ) ) / GRreal ( I ) 154 ERHreal = ( RHreal ( I ) - RHO ( I ) ) / RHreal ( I ) 155 EPHreal = ( PHreal ( I ) - PHINL ( I ) ) / PHreal ( I ) 156 end ; 107 157 158 159 160 161 % volta com kk para salvar os novos valores de volume kk = kk -3; for J =1: NCRIS + NFLU ; kk = kk -1; end ; % define os novos volumes for J =1: NCRIS ; % de J =1 até 23 ( numero de minerais ) : 162 kk = kk +1; % kk =4++ ( dentro do for ) 163 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; ajuste ( kk ,2) = V ( NC ( J ) ) ; 164 165 end ; 166 kk = kk +1; % k =5+ NCRIS 167 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 168 ajuste ( kk ,2) = filein ( kk ,2) ; 169 for J = NCRIS +1: NCRIS + NFLU ; % de J = número de minerais +1 até J = numero de mineral mais fluidos 170 kk = kk +1; 171 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 172 ajuste ( kk ,2) = V ( NC ( J ) ) ; 173 end ; 174 kk = kk +1; 175 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 176 ajuste ( kk ,2) = filein ( kk ,2) ; 177 kk = kk +1; 178 ajuste ( kk ,1) = filein ( kk ,1) ; 179 ajuste ( kk ,2) = filein ( kk ,2) ; 180 181 182 end ; 108 Apresenta-se na listagem A.5 o programa que plota os perfís criados. Listing A.5: Arquivo que plota os perfis. 1 clear all ; 2 close all ; 3 load namorado . m ; % load modelo . m -> inicialisa o arquivo a ser ajustado e plotado 4 % ajuste = AJUSTE ( namorado ) ; 5 % data = LOG_MODEL ( ajuste ) ; % executa o programa que gera os perfís ( modelo ) 6 data1 = LOG_MODEL ( namorado ) ; 7 8 subplot (151) ; 9 % plot ( data (: ,2) , data (: ,1) ,’b - ’ , data1 (: ,2) , data1 (: ,1) ,’b - - ’) ; grid ; axis ij ; 10 % legend ( ’ GR ajustado ’ , ’ GR interpretado ’) ; 11 plot ( data1 (: ,2) , data1 (: ,1) , ’b - ’) ; grid ; axis ij ; 12 title ( ’ GR ( °API ) ’) ; 13 ylabel ( ’ Profundidade ( m ) ’) ; 14 % set ( gca , ’ XTick ’ ,[0 150]) ; % ajusta a escala 15 % set ( gca , ’ XTick ’ ,[0 10 20 30 40 50 60 70 80 90]) ; % ajusta o intervalo a ser mostrado 16 17 18 subplot (152) ; 19 semilogx ( data1 (: ,3) , data1 (: ,1) , ’k - ’ , data1 (: ,4) , data1 (: ,1) , ’b ’ , data1 (: ,5) , data1 (: ,1) , ’r - ’) ; grid ; axis ij ; 20 legend ( ’ Rxo ’ , ’ LLs ’ , ’ LLd ’) ; 21 title ( ’ Resistividade ( ohm . m ) ’) ; 22 set ( gca , ’ XTick ’ ,[0 1 e0 1 e1 1 e2 1 e3 1 e4 1 e5 1 e6 ]) ; % ajusta a escala 23 set ( gca , ’ XScale ’ , ’ log ’ , ’ XLim ’ ,[0 1 e3 ] , ’ XGrid ’ , ’ on ’) ; % ajusta o intervalo a ser mostrado 24 25 26 subplot (153) ; 109 27 % plot ( data (: ,8) , data (: ,1) ,’g - ’ , data1 (: ,8) , data1 (: ,1) ,’g - - ’) ; grid ; axis ij ; 28 % legend ( ’ NPHI ajustado ’ , ’ NPHI interpretado ’ , ’ DTPHI ’ , ’ RHPHI ’) ; 29 plot ( data1 (: ,8) , data1 (: ,1) , ’g - ’ , data1 (: ,7) , data1 (: ,1) , ’r - ’ , data1 (: ,6) , data1 (: ,1) , ’b - ’) ; grid ; axis ij ; 30 legend ( ’ NPHI ’ , ’ DTPHI ’ , ’ RHPHI ’) ; 31 title ( ’ Porosidade (%) ’) 32 ylabel ( ’ Profundidade ( m ) ’) ; 33 % set ( gca , ’ XTick ’ ,[ -5 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45]) ; 34 35 subplot (154) ; 36 % plot ( data (: ,9) , data (: ,1) ,’r - ’ , data1 (: ,9) , data (: ,1) ,’r - - ’) ; grid ; axis ij ; 37 % legend ( ’ RHOB ajustado ’ , ’ RHOB interpretado ’) ; 38 plot ( data1 (: ,9) , data1 (: ,1) , ’r - ’) ; grid ; axis ij ; 39 title ( ’ Densidade ( g / cm ^3) ’) ; 40 ylabel ( ’ Profundidade ( m ) ’) ; 41 % set ( gca , ’ XTick ’ ,[2.05 2.15 2.25 2.35 2.45 2.55 2.65 2.75]) ; 42 % set ( gca , ’ XScale ’ , ’ log ’ , ’ XLim ’ ,[ min ( data1 (: ,10) ) -0.05 0.05+ max ( data1 (: ,10) ) ] , ’ XGrid ’ , ’ on ’) ; % ajusta o intervalo a ser mostrado 43 44 subplot (155) ; 45 plot ( data1 (: ,10) , data1 (: ,1) , ’m - ’) ; grid ; axis ij ; 46 legend ( ’ DTP ’) ; 47 title ( ’ Sônico ({\ mu } s / pé ) ’) ; 48 ylabel ( ’ Profundidade ( m ) ’) ; 110 APÊNDICE B -- Códigos em C++ Descreve-se neste apêndice as rotinas de códigos estruturados a objetos na linguagem C++ que usa o programa externo Gnuplot para plotar os respectivos gráficos. Também é mostrado as figuras com os perfis simulados como prova da funcionalidade do programa. B.1 Incluindo Listagens de Código em C++ Apresenta-se na listagem B.1 o arquivo .h com código que declara as variáveis e funções, da classe que cria os perfis. Listing B.1: Arquivo .h que gera os perfis. 1 # ifndef _LOGMODEL 2 # define _LOGMODEL 3 # include < iostream > 4 # include < vector > 5 6 using namespace std ; 7 8 class Log_model 9 { 10 11 public : 12 vector < double > x ; 13 vector < double > GR ; 14 vector < double > GRruido ; 15 vector < double > RTslb ; 16 vector < double > RTslbruido ; 17 vector < double > Rxo ; 111 18 vector < double > Rxoruido ; 19 vector < double > PH ; 20 vector < double > PHruido ; 21 vector < double > PHDT ; 22 vector < double > PHDTruido ; 23 vector < double > PHRH ; 24 vector < double > PHRHruido ; 25 vector < double > RHOB ; 26 vector < double > RHOBruido ; 27 vector < double > DT ; 28 vector < double > DTruido ; 29 30 31 void Logmodel ( double filein [88][2]) ; 32 double RandomDouble ( double min , double max ) ; 33 34 35 }; 36 # endif 112 Apresenta-se na listagem B.2 o arquivo .cpp com código que implementa as variáveis e funções, da classe que cria os perfis. Listing B.2: Arquivo .cpp que gera os perfis. 1 # include " Log_model . h " 2 # include < iostream > 3 # include < math .h > 4 # include < vector > 5 using namespace std ; 6 7 double Log_model :: RandomDouble ( double min , double max ) 8 { double r = ( double ) rand () / ( double ) RAND_MAX ; 9 return min + r * ( max - min ) ; 10 11 } 12 13 void Log_model :: Logmodel ( double filein [88][2]) 14 { 15 16 double PI =3.141593 , a =1.22 , Rsh =1.26 , GRTh =47.16; // GRTh = (31.4:70.7) , Rsh =5.8; 17 18 double Grm_ []={0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,270.0 ,275.0 ,80.0 ,90.5 ,250.0 ,180.0 ,150.0 , 19 0.0 ,220.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0 ,500.0 ,220.0 ,0.0 ,0.0 ,0.0}; 20 21 vector < double > GRm ( Grm_ , Grm_ + sizeof ( Grm_ ) / sizeof ( double ) ) ; 22 23 double DENS_ []={2.65 ,2.71 ,2.87 ,2.95 ,2.35 ,2.83 ,3.2 ,2.64 ,2.83 ,2.77 ,2.87 ,2.62 ,4 24 25 2.58 ,2.74 ,2.54 ,3.91 ,3.08 ,5.00 ,3.12 ,2.03 ,1.86 ,1.56 ,1.10 ,0.85 ,0.0006 113 26 vector < double > DENS ( DENS_ , DENS_ + sizeof ( DENS_ ) / sizeof ( double ) ) ; 27 28 double DELT_ []={55.5 ,47.2 ,43.9 ,50.0 ,52.4 ,47.2 ,55.5 ,64.3 ,55.5 ,64.6 ,64.6 ,64.6 29 47.2 ,45.1 ,68.9 ,43.9 ,45.7 ,39.6 ,45.7 ,67.1 ,73.8 , 78.0 ,189.0 ,240.0 ,760.0}; 30 31 vector < double > DELT ( DELT_ , DELT_ + sizeof ( DELT_ ) / sizeof ( double ) ) ; 32 33 double DELTS_ []={88.0 ,88.4 ,72.0 ,90.3 ,94.3 ,149.0 ,224.0 ,115.75 ,100.0 ,116.3 ,116 34 132.7 ,85.0 ,81.2 ,124.0 ,84.9 ,82.3 ,62.1 ,84.1 ,120.0 ,132.4 ,140.4 ,350.00 35 36 vector < double > DELTS ( DELTS_ , DELTS_ + sizeof ( DELTS_ ) / sizeof ( double ) ) ; 37 38 double PHIN_ []={ -0.028 ,0.0 ,0.005 ,0.002 ,0.507 ,0.165 ,0.225 ,0.491 ,0.175 ,0.158 , 39 0.002 , -0.013 , -0.018 , -0.011 ,0.129 ,0.057 , -0.019 , -0.006 , -0.018 , -0.04 40 41 vector < double > PHIN ( PHIN_ , PHIN_ + sizeof ( PHIN_ ) / sizeof ( double ) ) ; 42 43 44 45 46 int kk =0; 47 double NMED ; 48 vector < double > DL ; 114 49 vector < double > Rw ; 50 vector < double > NC ; 51 vector < double > V ; 52 vector < double > Rinv ; 53 vector < double > H ; 54 vector < double > GRt ; 55 vector < double > RHO ; 56 vector < double > RHOM ; 57 vector < double > PHINL ; 58 vector < double > PHIDT ; 59 vector < double > PHIRH ; 60 vector < double > DTM ; 61 vector < double > DTlog ; 62 vector < double > DTM1 ; 63 vector < double > DTMS ; 64 vector < double > Rslb ; 65 vector < double > Rxo_ ; 66 67 68 double NCRIS ; 69 double AD ; 70 double GRU ; 71 double NFLU ; 72 double DH ; 73 double X1 ; 74 double X2 ; 75 double S1 ; 76 double DL_ ; 77 double S [31][3]; 78 79 80 double NCAM = filein [ kk ][0]; // pega o numero de camadas 81 double Rmf = filein [ kk ][1]; // pega Rmf = resistividade da lama filtrada 82 115 83 for ( int I =1; I <= NCAM ; I ++) // da primeira camada até a ultima : 84 { 85 NC . clear () ; 86 V . clear () ; 87 H . clear () ; 88 x . clear () ; 89 90 kk = kk +1; // KK =2 91 DL_ = filein [ kk ][0]; 92 DL . push_back ( DL_ ) ; 93 Rw . push_back ( filein [ kk ][1]) ; // pega Rw 94 kk = kk +1; // KK =3 95 NCRIS = filein [ kk ][0]; // pega numero de minerais = 23 96 AD = filein [ kk ][1]; // pega a espessura da camada // pega o tipo de ambiente de deposicional . 97 98 if ( AD == 1) 99 GRU =48.0; 100 else 101 if ( AD ==2) 102 GRU =27.0; 103 else 104 GRU =0; // 3 se continental ( e . g . desertos , lagos , leito de rios , pântanos ) ; 2 se continental e marinho ( i . e . deltas ) ; 1 se marinho - i . e . oceano 105 106 for ( int J =1; J <= NCRIS ; J ++) // de J =1 até 23 ( numero de minerais ) : 107 { kk = kk +1; // kk =4++ ( dentro do for ) 108 NC . push_back ( filein [ kk ][0]) ; // posição do mineral ( ou 109 índice do mineral ) ex .: NC (1) = quartzo , NC (8) = calcita V . push_back ( filein [ kk ][1]) ; // volume fracional do 110 mineral 111 } 116 112 113 kk = kk +1; // k =5+ NCRIS 114 NFLU = filein [ kk ][0]; // pega numero de fluidos 115 Rinv . push_back ( filein [ kk ][1]) ; // raio de invasao 116 117 for ( int J = NCRIS +1; J <=( NCRIS + NFLU ) ; J ++) // de J = número de minerais +1 até J = numero de mineral mais fluidos 118 { 119 kk = kk +1; 120 NC . push_back ( filein [ kk ][0]) ; 121 V . push_back ( filein [ kk ][1]) ; // volume do fluído 122 // índice do fluído } 123 124 double PHI =0.0; // seta porosidade igual a zero 125 double DTF1 =0.0; 126 double RHOF =0.0; 127 128 for ( int K = NCRIS +1; K <=( NCRIS + NFLU ) ; K ++) PHI = PHI + V [ NC [K -1] -1]; // seta porosidade igual ao volume de 129 fluido 130 131 for ( int K = NCRIS +1; K <=( NCRIS + NFLU ) ; K ++) 132 { 133 DTF1 = DTF1 +( V [ NC [K -1] -1]/ PHI ) / DELT [ NC [K -1] -1]; 134 RHOF = RHOF +( V [ NC [K -1] -1]/ PHI ) * DENS [ NC [K -1] -1]; // densidade media do fluido somada em série 135 } 136 137 double DTF =1/ DTF1 ; // vagarosidade média da onda nos fluido somada em paralelo 138 double VSH =0.0; 139 140 for ( int K =8; K <=13; K ++) 141 { 142 VSH = VSH + V [K -1]; // seta o volume de argila ( com capacidades de troca catiônica ) igual a soma ( 117 glauconita , ilita , caolinita , montmorilonita ) 143 } 144 145 146 double SW = V [24 -1]/ PHI ; // seta Sw igual volume de agua / porosidade 147 double GRt_ =0.0; 148 double RHO_ =0.0; 149 double RHOM_ =0.0; 150 double PHINL_ =0.0; 151 double DTM1_ =0.0; 152 double DTMS_ =0.0; 153 154 155 for ( int K =1; K <=( NCRIS + NFLU ) ; K ++) 156 { 157 GRt_ = GRt_ + V [ NC [K -1] -1]* GRm [ NC [K -1] -1]; 158 RHO_ = RHO_ + V [ NC [K -1] -1]* DENS [ NC [K -1] -1]; 159 DTMS_ = DTMS_ + V [ NC [K -1] -1]* DELTS [ NC [K -1] -1]; 160 PHINL_ = PHINL_ + V [ NC [K -1] -1]* PHIN [ NC [K -1] -1]; 161 } 162 163 GRt_ = GRt_ + VSH *( GRTh + GRU ) ; 164 GRt . push_back ( GRt_ ) ; 165 RHO . push_back ( RHO_ ) ; 166 DTMS_ = DTMS_ /(1 - PHI ) ; 167 DTMS . push_back ( DTMS_ ) ; 168 PHINL . push_back ( PHINL_ ) ; 169 170 for ( int K =1; K <= NCRIS ; K ++) 171 { 172 DTM1_ = DTM1_ +( V [ NC [K -1] -1]/(1 - PHI ) ) * DELT [ NC [K -1] -1]; 173 RHOM_ = RHOM_ + ( V [ NC [K -1] -1]/(1 - PHI ) ) * DENS [ NC [K -1] -1]; 174 } 175 176 DTM1 . push_back ( DTM1_ ) ; 118 177 RHOM . push_back ( RHOM_ ) ; 178 DTM . push_back ( DTM1 [I -1]) ; 179 DTlog . push_back (1/( pow ((1 - PHI ) ,2) / DTM [I -1]+ PHI / DTF ) ) ; // perfil onda P de raymer1980improved 180 181 // a = DTF ; b =( DTM ( I ) -2* DTF ) ; c = DTF *( DTlog ( I ) - DTM ( I ) ) / DTlog ( I ) ; delta = b *b -4* a * c ; 182 // PHIDT ( I ) =( -b - sqrt ( delta ) ) /(2* a ) ; // porosidade sonica atraves da eq . de raymer1980improved 183 PHIDT . push_back (( DTlog [I -1] - DTM [I -1]) /( DTF - DTM [I -1]) ) ; // porosidade sonica atraves da eq . de wyllie1956elastic 184 PHIRH . push_back (( RHO [I -1] - RHOM [I -1]) /( RHOF - RHOM [I -1]) ) ; 185 186 double RMM =0.0; 187 double Sxo =0.0; 188 Sxo = pow ( SW ,0.5) ; // Sxo = saturação do fluido de perfuração na zona invadida 189 RMM =1.0/((1.0 - Sxo ) / Rw [I -1]+ Sxo / Rmf ) ; 190 if ( Rinv [I -1] == 0.0) { RMM = Rw [I -1]; Sxo =0.6;} 191 Rxo_ . push_back (1.0/( pow (( PHI * Sxo ) ,2.0) /( a * RMM *(1.0 - VSH ) ) + VSH * Sxo / Rsh ) ) ; // resposta do perfil de resistividade rasa 192 Rslb . push_back (1.0/( pow (( PHI * SW ) ,2.0) /( a * Rw [I -1]*(1.0 - VSH ) ) + VSH * SW / Rsh ) ) ; // schlumberger1972log 193 // Rbar ( I ) =1.0/(( PHI * SW ) ^2/( a * Rw ( I ) ) +... 194 // 0) ; // archie1942 195 // SW / Rsh ) ; // patchett1967 196 // VSH * SW / Rsh ) ; // bardon1969 -> melhor ajuste , parcedo com schlumberger1972log 197 // ( VSH * SW *( PHINL ( I ) - PHI ) / PHI ) *(( PHINL ( I ) - PHI ) ^2/ Rsh - Rw ( I ) ) ) ; // juhasz1981normalised 198 199 200 201 H . push_back (0.0) ; 202 double H_ =0.0; 119 203 for ( int J =2; J <= NCAM +1; J ++) 204 { 205 H_ = H_ + DL_ ; 206 H . push_back ( H_ ) ; 207 } 208 209 NMED = H [ NCAM ]/5.0+1; // numero de medidas ajustado pelo numero da soma das camadas , passo 5 210 double A1 =5.0; 211 double B1 =10.0; 212 double S1T ; 213 double U2 ; 214 double U1 ; 215 S1T = PI * A1 * B1 /2.0; 216 217 for ( int J =1; J <= NMED ; J ++) 218 { 219 DH =( J -1) *5.0; 220 x . push_back ( DH ) ; // posição das medidas 0m , 5m , 10 m , até DLm 221 222 for ( int I =1; I <= NCAM ; I ++) // simula o efeito da espessura da camada no perfil 223 { 224 X1 =0.0; 225 X2 =0.0; // - A1 = < X1 = <0 e 0= < X2 = < A1 226 if (( H [I -1] >= ( DH - A1 ) ) && ( H [ I +1 -1] <= ( DH + A1 ) ) ) 227 { 228 X1 = H [I -1] - DH ; 229 X2 = H [ I +1 -1] - DH ; if (( DH <= A1 ) && (( I ) == 1) ) 230 X1 = - A1 ; 231 if (( H [ I +1 -1] < ( DH + A1 ) ) && (( I -1) == NCAM ) ) 232 X2 = A1 ; 233 234 } 235 if (( H [I -1] >= ( DH - A1 ) ) && ( H [ I +1 -1] > ( DH + A1 ) ) ) 120 { 236 237 X1 = H [I -1] - DH ; 238 X2 = A1 ; if (( DH < A1 ) && (( I ) == 1) ) 239 X1 = - A1 ; 240 241 } 242 if (( H [I -1] < ( DH - A1 ) ) && ( H [ I +1 -1] <= ( DH + A1 ) ) ) 243 { 244 X1 = - A1 ; 245 X2 = H [ I +1 -1] - DH ; if (( H [ I +1 -1] < ( DH + A1 ) ) && (( I ) == NCAM ) ) 246 X2 = A1 ; 247 248 } 249 if (( H [I -1] < ( DH - A1 ) ) && ( H [ I +1 -1] > ( DH + A1 ) ) ) 250 { 251 X1 = - A1 ; 252 X2 = A1 ; } 253 254 255 U1 = asin ( X1 / A1 ) ; // U1 estará sempre entre - PI /2 < U1 <0 256 U2 = asin ( X2 / A1 ) ; // U2 estará sempre entre 0 < U2 < PI /2 257 S1 = A1 * B1 *( U2 - U1 +( sin (2.0* U2 ) - sin (2.0* U1 ) ) /2.0) /2.0; 258 if (( S1 / S1T ) != ( S1 / S1T ) ) 259 S [J -1][ I -1]= -0.00; 260 else 261 S [J -1][ I -1]=( S1 / S1T ) ; // S1 / S1T = ( U2 - U1 +( sin (2.0* U2 ) - sin (2.0* U1 ) ) /2.0) / PI ; Este valor multiplicará o valor de resposta dos perfís . Para camadas maiores que 10 metros o valor de S1 / S1T sempre será 1 e para camadas menores que 10 m S estará entre 0 <S <1. Ou seja , simula o efeito da espessura da camada no perfil . } 262 263 } 264 265 } 121 266 267 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * GRt ’ 268 { 269 double _soma =0; 270 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 271 { 272 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* GRt [J -1]; 273 } 274 GR . push_back ( _soma ) ; 275 } for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * RHO ’ 276 277 { GRruido . push_back ( GR [I -1]+ GR [I -1]*(1 -2* 278 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /60) ; 279 } 280 281 282 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * Rslb ’ 283 { 284 double _soma =0; 285 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 286 { 287 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* Rslb [J -1]; 288 } 289 RTslb . push_back ( _soma ) ; 290 } for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * RHO ’ 291 292 { RTslbruido . push_back ( RTslb [I -1]+ RTslb [I -1]*(1 -2* 293 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /10) ; 294 } 295 296 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * Rslb ’ 297 { 298 double _soma =0; 299 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 122 300 { 301 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* Rxo_ [J -1]; 302 } 303 Rxo . push_back ( _soma ) ; 304 } for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * RHO ’ 305 306 { Rxoruido . push_back ( Rxo [I -1]+ Rxo [I -1]*(1 -2* 307 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /10) ; 308 } 309 310 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * PHINL ’ 311 { 312 double _soma =0; 313 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 314 { 315 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* PHINL [J -1]; 316 } 317 PH . push_back (100* _soma ) ; 318 } for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) 319 320 { PHruido . push_back ( PH [I -1]+ PH [I -1]*(1 -2* 321 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /50) ; 322 } 323 324 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * PHIDT ’ 325 { 326 double _soma =0; 327 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 328 { 329 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* PHIDT [J -1]; 330 } 331 PHDT . push_back (100* _soma ) ; 332 333 } for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) 123 334 { PHDTruido . push_back ( PHDT [I -1]+ PHDT [I -1]*(1 -2* 335 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /50) ; 336 } 337 338 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * PHIRH ’ 339 { 340 double _soma =0; 341 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 342 { 343 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* PHIRH [J -1]; 344 } 345 PHRH . push_back (100* _soma ) ; 346 } 347 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) 348 { PHRHruido . push_back ( PHRH [I -1]+ PHRH [I -1]*(1 -2* 349 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /50) ; 350 } 351 352 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * RHO ’ 353 { 354 double _soma =0; 355 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 356 { 357 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* RHO [J -1]; 358 } 359 RHOB . push_back ( _soma ) ; 360 } for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) 361 362 { RHOBruido . push_back ( RHOB [I -1]+ RHOB [I -1]*(1 -2* 363 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /1000) ; 364 } 365 366 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // S * DTlog ’ 124 367 { 368 double _soma =0; 369 for ( int J =1; J <= NCAM ; J ++) 370 { 371 _soma = _soma + S [I -1][ J -1]* DTlog [J -1]; 372 } 373 DT . push_back ( _soma ) ; } 374 375 for ( int I =1; I <= NMED ; I ++) // DT + DT .*(1 -2* rand ( NMED ,1) ) 376 /150 { 377 DTruido . push_back ( DT [I -1]+ DT [I -1]*(1 -2* 378 RandomDouble (0.0 ,1.0) ) /150) ; } 379 380 } 125 Apresenta-se na listagem B.3 o arquivo .h com código que declara as variáveis e funções, da classe que faz a leitura da matriz de entrada em um arquivo .dat. Listing B.3: Arquivo .h que lê o arquivo .dat com a matriz com as variáveis de entrada. 1 # ifndef _FILEIN 2 # define _FILEIN 3 # include < iostream > 4 # include < vector > 5 6 using namespace std ; 7 8 class CFilein 9 { 10 11 public : 12 double matriz_filein [88][2]; 13 14 15 void Leraquivo () ; 16 17 18 }; 19 # endif 126 Apresenta-se na listagem B.4 o arquivo .cpp com código que implementa as variáveis e funções, da classe que faz a leitura da matriz de entrada em um arquivo .dat. Listing B.4: Arquivo .cpp que lê o arquivo .dat com a matriz com as variáveis de entrada. 1 # include " CFilein . h " 2 # include < fstream > 3 # include < iostream > 4 5 using namespace std ; 6 7 void CFilein :: Leraquivo () 8 { int linha , coluna ; 9 const char * filename = " filein . dat " ; 10 11 12 linha =0; 13 coluna =0; 14 ifstream fin ; 15 fin . open ( filename ) ; 16 while (! fin . eof () ) 17 18 { 19 20 21 fin > > this - > matriz_filein [ linha ][ coluna ]; 22 coluna = coluna +1; 23 fin > > this - > matriz_filein [ linha ][ coluna ]; 24 linha = linha +1; 25 coluna =0; } 26 27 28 } 127 Apresenta-se na listagem B.5 o arquivo principal com código que usa as variáveis e funções das classe CFilein, CGnuplot, Log_model, e o programa Gnuplot para simular os perfis de poço. Listing B.5: Arquivo principal que simula perfis geofísicos de poço. 1 # include " CGnuplot . h " 2 # include < iostream > 3 # include < vector > 4 # include < string > 5 # include < math .h > 6 # include < fstream > 7 # include " Log_model . h " 8 # include " CFilein . h " 9 10 using namespace std ; 11 12 int main () 13 { 14 15 CFilein meu_arquivo ; 16 17 meu_arquivo . Leraquivo () ; 18 19 Log_model modelo ; 20 21 modelo . Logmodel ( meu_arquivo . matriz_filein ) ; 22 23 string titulo1 , tituloa , titulob , tituloc , titulod , tituloe , titulof , titulog , tituloh , tituloi ; 24 25 titulo1 = " " ; 26 tituloa = ( " Profundidade ( m ) " ) ; 27 titulob = ( " GR ( API ) " ) ; 28 tituloc = ( " Resistividade ( ohm . m ) " ) ; 29 titulod = ( " Porosidade (%) " ) ; 30 tituloe = ( " (%) NPHI " ) ; 31 titulof = ( " DTPHI " ) ; 128 32 titulog = ( " RHPHI " ) ; 33 tituloh = ( " Densidade ( g / cm ^3) " ) ; 34 tituloi = ( " DTP (\ mu segundos / ft ) " ) ; 35 36 ofstream fout1 ( " GR . dat " ) ; 37 ofstream fout2 ( " RTslb . dat " ) ; 38 ofstream fout3 ( " PH . dat " ) ; 39 ofstream fout4 ( " PHDT . dat " ) ; 40 ofstream fout5 ( " PHRH . dat " ) ; 41 ofstream fout6 ( " RHOB . dat " ) ; 42 ofstream fout7 ( " DTruido . dat " ) ; 43 44 for ( int i =0; i < modelo . x . size () ; i ++) 45 { 46 fout1 < < modelo . GRruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 47 fout2 < < modelo . RTslbruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 48 fout3 < < modelo . PHruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 49 fout4 < < modelo . PHDTruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 50 fout5 < < modelo . PHRHruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 51 fout6 < < modelo . RHOBruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 52 fout7 < < modelo . DTruido [ i ] < < " " << modelo . x [ i ] < < endl ; 53 } 54 55 Gnuplot :: set_GNUPlotPath ( " C :/ Progra ~2/ gnuplot / bin / " ) ; 56 Gnuplot fig ( " lines " ) ; 57 fig . Grid () ; 58 fig . cmd ( " set multiplot layout 1 , 5 title \" Perfis Geofisicos \" " ) ; 59 fig . cmd ( " unset key " ) ; 60 fig . cmd ( " set xtics rotate " ) ; 61 fig . set_xlabel ( titulob ) ; 62 fig . set_ylabel ( tituloa ) ; 63 fig . set_yrange (150 ,0) ; 64 fig . cmd ( " plot [ -50:220] \" GR . dat \" with lines " ) ; 65 fig . cmd ( " unset key " ) ; 66 fig . set_xlabel ( tituloc ) ; 129 67 fig . set_ylabel ( tituloa ) ; 68 fig . cmd ( " set logscale x 10 " ) ; 69 fig . cmd ( " set xrange [0.1:1 e1 ] " ) ; 70 fig . cmd ( " plot \" RTslb . dat \" with lines " ) ; 71 fig . cmd ( " unset logscale x 10 " ) ; 72 fig . set_xlabel ( titulod ) ; 73 fig . set_ylabel ( tituloa ) ; 74 fig . cmd ( " set key vert " ) ; 75 fig . cmd ( " set key center " ) ; 76 fig . cmd ( " set key right " ) ; 77 fig . cmd ( " plot [0:40] \" PH . dat \" title ’ PH ’ with lines , \" PHDT . dat \" title ’ PHDT ’ with lines , \" PHRH . dat \" title ’ PHRH ’ with lines " ) ; 78 fig . cmd ( " unset key vert " ) ; 79 fig . cmd ( " unset key center " ) ; 80 fig . cmd ( " unset key right " ) ; 81 fig . set_xlabel ( tituloh ) ; 82 fig . set_ylabel ( tituloa ) ; 83 fig . cmd ( " plot [2.2:2.5] \" RHOB . dat \" with lines " ) ; 84 fig . set_xlabel ( tituloi ) ; 85 fig . set_ylabel ( tituloa ) ; 86 fig . cmd ( " plot [60:88] \" DTruido . dat \" with lines " ) ; 87 88 system ( " pause " ) ; 89 return 0; 90 } 130 APÊNDICE C -- Propriedades Petrofísicas de Minerais Inclui-se neste apêndice as tabelas extensivas com as propriedades petrofísicas dos minerais. A Tabela 12 mostra os minerais subdivididos em seus respectivos grupos e incluem a densidade de elétrons, mas não a massa específica destes minerais. Tabela 12: Propriedades dos minerais (SCHLUMBERGER, 1972 apud CRAIN, 2000) 131 A Tabela 13 mostra os minerais subdivididos em seus respectivos grupos e incluem a ambas densidade de elétrons e massa específica destes minerais. C.1 Propriedades Elásticas dos Minerais A Tabela 14 reproduzida a partir da Schlumberger Chartbook, contém a maior parte dos dados minerais necessários para estimar as propriedades elásticas das rochas não-porosas. Como a maioria das rochas de interesse econômico na indústria de petróleo são porosas, essa tabela tem seu valor limitado. Métodos de cálculo os valores corretos para o caso de rochas porosas são mostrados em Crain (2000). 132 Tabela 13: Propriedades dos minerais. Incluem a ambas densidade de elétrons e massa específica. (SCHLUMBERGER, 1972 apud CRAIN, 2000) 133 134 Tabela 14: Propriedades elásticas dos minerais. (CRAIN, 2000) 135 136 Índice Remissivo Abstract, xii Agradecimentos, iii Ambiente de Poço, 58 Análise dos resultados, 70 Análises, 63 Arcabouço, 28 Arenito Subarcosiano com mudança de fluidos., 66 Campo de Namorado, 20 Carbonato dolomito com mudança de fluidos., 68 Cimento, 29 Classificação da Pesquisa, 52 classificação das rochas lutáceas, 49 Classificação de arenitos, 47 Classificação dos arenitos, 45 Classificação dos carbonatos, 47 Comissão Examinadora, i Conclusões, 78 dedicação, ii Desenvolvimento, 55 Determinação direta da litologia, 36 Determinação indireta da litologia, 36 Diagrama da série dos feldspatos., 33 Escopo do Problema, 1 Fator pseudogeométrico radial para diversas ferramentas de perfil, 13 Gupo de fácies e dados estatísticos do poço NA22., 24 Interpretação mineralógica dos grupos de fácies encontrados no poço NA22, 75 Intervalos típicos de resistitividade de rochas, 38 Introdução, 1 Lei das misturas, 44 Litologia, 35 Matriz, 29 Maturidade Física, 46 Maturidade Química, 46 Metodologia, 51 Mineralogia, 30 Modelo rocha fluído, 44 Motivação Para o Tema, 51 Objetivos, 2 Organização do Documento, 2 Parâmetros petrofísicos para minerais mais comuns em rochas sedimentares, 21 Perfil de densidade, 8 Perfil de raios gama, 4 Perfil Neutrônico, 18 Perfil resistivo, 12 Perfil sônico, 15 Perfis Geofísicos de Poço, 4 Propriedade petrofísicas, 37 Propriedades acústicas, 38 Propriedades dos nêutrons, 43 Propriedades elétricas, 37 Propriedades Petrofísicas dos Minerais, 20 Propriedades radioativas, 40 Radioatividade dos arenitos e outras rochas siliciclásticas, 7 Radioatividade dos folhelhos e argilas, 7 Radioatividade nos carbonatos, 8 Radioatividade nos evaporitos, 8 Resposta esperada de perfis com variação do fluido saturante, 80 Resposta esperadas para as rochas sedimentares, 79 Resposta típica do perfil de densidade, 11 137 Resposta típica do perfil neutrônico, 19 Resposta típica do perfil raio gama, 6 Resposta típica do perfil resistivo, 15 Resposta típica do perfil sônico, 17 Resposta teórica de perfis geofísicos de rochas formadas por sedimentos alóctones, 65 Resposta teórica de perfis geofísicos do arenito subarcosiano com mudança de fluido, 66, 69 Resposta teórica de perfis geofísicos para rochas formadas a partir de sedimentos autóctones, 68 Resposta teórica de perfis para rochas sedimentares formadas por componentes ortoquímicos., 70 Resultados, 63 Resultados e Análises, 63 Resumo, xi Revisão Bibliográfica, 4 Revisão de Conceitos e Modelos, 25 Rochas, 25 Rochas sedimentares carbonáticas e sua composição mineralógica, 67 Rochas sedimentares formadas por componentes ortoquímicos, 70 Rochas sedimentares terrígenas e sua composição mineralógica, 64 Trabalhos Futuros, 82 Variação de densidade das litologias mais comuns, 9