A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA ESTUDO DA VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL EM PARACATU-MG: UMA ANÁLISE DOS SETORES CENSITÁRIOS EM SITUAÇÃO DE RISCO DEVIDO A PROXIMIDADE COM OS CURSOS D’ÁGUA PATRÍCIA SOARES REZENDE1 ROBERTO ROSA2 Resumo: O presente trabalho tem objetivo identificar e caracterizar os setores censitários localizados em situações de risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água na área urbana de Paracatu. Para este estudo adaptou-se a metodologia de Alves (2006) que utiliza um indicador que analisa a exposição ao risco ambiental dos setores censitários localizados próximos aos cursos d’água (inferior a 50 metros) na região metropolitana de São Paulo. Verificou-se no trabalho que as áreas de alta exposição ao risco ambiental são agravadas por piores condições socioeconômica e sanitária, já nas áreas de baixa exposição ao risco ambiental apresentam as melhores condições socioeconômica e sanitária. Palavras-chave: Desigualdade social; Geoprocessamento; Risco ambiental. Abstract: The present work it has goal to identify and characterize census tracts located in environmental risk situations due to proximity to watercourses in the urban area of Paracatu. For this study adapted the methodology Alves (2006) which uses an indicator that analyzes exposure to environmental risk of census tracts located next to watercourses (below 50 meters) in the metropolitan region of São Paulo. It has been found at work that high exposure to environmental risk areas are aggravated by the worst socioeconomic and sanitary conditions, already in the areas of low exposure to environmental risk have the best socio-economic and sanitary conditions. Key-words: Social inequality; GIS; environmental risk 1 – Introdução Para identificação dos riscos a que uma população está sujeita quando está próxima ou inserida em áreas naturalmente mais vulneráveis é importante o uso de ferramentas e metodologias que facilitem a identificação e análise apurada dessa condição de risco, oferendo aos gestores públicos subsídios técnicos para tomada de decisão. Nesse contexto, esta pesquisa apoia-se na utilização de geotecnologias para identificação e análise das áreas expostas ao risco ambiental. 1 - Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de UberlândiaMG. E-mail de contato: [email protected] 2 Docente do programa de pós-graduação da Universidade Federal de Uberlândia-MG. E-mail de contato: [email protected] 5734 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Geotecnologias oferecem recursos que permitem à elaboração de proposições que possibilitam abrandar ou impedir o surgimento de problemas socioambientais, notadamente, a ocupação humana desordenada de ambientes frágeis. Além disso, a indicação de áreas potenciais para usos diversos , reduzindo, assim a exposição de indivíduos e bens aos riscos socioambientais (DIAS et al., 2010). A área de estudo se limita ao polígono urbano do município de Paracatu, delimitada pelas coordenadas geográficas: latitude -17º08’43” e -17º16’57” Sul e longitude 46º50’37” e 46º53’33” Oeste de Greenwich, localizado na Mesorregião do Noroeste de Minas Gerais (Figura 01), situado às margens das rodovias BR-040 e MG-188. Figura 01 – Localização da área de estudo Elaboração: os autores (2015) Segundo dados do Censo Demográfico de 2010, o município abrigava 84.718 habitantes, sendo que desse total, 73.772 pessoas ocupavam a área urbana e o restante, 10.946 a área rural. Considerou-se para este estudo uma população de 73.571 pessoas tendo em vista que dos 91 setores urbanos, apenas 88 setores contem informações do Censo de 2010. Para o ano de 2014 foi estimado uma população de 90.294 habitantes. Trata-se do município mais populoso do Noroeste de Minas (IBGE, 2015). Partindo da importância dos estudos sobre vulnerabilidade ambiental, principalmente no que tange as áreas urbanas, esse trabalho justifica-se pela 5735 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO necessidade de identificar os setores localizados próximos aos cursos d’água, pois são áreas que estão mais sujeitas a enchentes e doenças de veiculação hídrica, colocando as pessoas residentes nesses locais em situações de risco. O trabalho teve como objetivo identificar e caracterizar os setores censitários localizados em situações de risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água na área urbana de Paracatu, por meio da vetorização dos cursos d’água; delimitação das margens de 50 metros desses cursos; quantificação do percentual de área do setor censitário que se encontra sobreposta ao trecho de 50 metros das margens dos cursos d’água; classificação dos setores quanto ao grau de exposição ao risco ambiental e por fim a caracterização das áreas de risco ambiental a partir de variáveis socioeconômicas e cobertura de esgoto segundo dados do último Censo (2010). 2 – Geotecnologias como suporte ao estudo dos riscos e vulnerabilidade socioambiental O uso de geotecnologias em estudos urbanos permite não só a indicação de áreas potenciais para os diversos usos como construção de bairros, rodovias, dentre outros, mas também para a elaboração de proposições que visam abrandar ou impedir os problemas socioambientais, principalmente aquele relacionado disseminação da ocupação humana sobre ambientes frágeis. à Além dessas aplicações, as geotecnologias podem ser usadas para estudos que ajudem a reduzir a exposição de indivíduos e bens aos riscos socioambientais (DIAS et al., 2010). Uma das técnicas existentes no geoprocessamento, refere-se à análise espacial, através de interpoladores. Para esse estudo, optou-se em utilizar o inverso do quadrado da distância (IDW). Esse interpolador parte do pressuposto de que as coisas mais próximas entre si são mais parecidas do que as mais distantes, por isso é mais adequado para visualização ou interpretação da interpolação de dados em uma superfície. (JAKOB, 2006) Por meio de técnicas de geoprocessamento, a construção de um mapa de vulnerabilidade socioambiental é possível à identificação de áreas que podem apresentar fragilidades à ocupação humana, tornando-se uma ferramenta essencial 5736 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO ao planejamento e ao ordenamento territorial. Essas técnicas ainda possibilitam a elaboração de sugestões que busquem melhorar o aproveitamento das potencialidades do espaço geográfico e, consequentemente, diminuam suas fraquezas (GRIGIO, 2003). A diferença entre risco e vulnerabilidade são sutis e, de acordo com Alcântara (2012), são observadas na forma de avaliação de uma e outra. A identificação de uma situação de risco é feita a partir de uma análise imediata e pontual, tendo como foco apenas os perigos que são introduzidos na sociedade, no que se refere às condições físicas e sociais. Já a vulnerabilidade abrange uma análise da escala de tempo de exposição àquela situação de risco e o diagnóstico das múltiplas dimensões (social, econômico e natural) que estão influenciando a ocorrência da vulnerabilidade. Incluem ainda, nessa análise os múltiplos conflitos decorrentes da ocupação humana e o interesse público. Para Marandola Jr e Hogan (2005) o conceito de risco está relacionado aos fenômenos que geram perigos de ordem natural, os “natural hazads”. As enchentes, deslizamentos, terremotos, erupções, furacões, vendavais, granizo, geadas, incêndio e assim por diante, enquanto fenômenos naturais podem causar danos a população que vive em áreas vulneráveis, caso não haja o manejo adequado dessas áreas por parte do poder público. No caso da vulnerabilidade é importante observar duas condições, segundo Alcantara (2012), a exposição e a incapacidade. Os elementos que estão na área de risco e, portanto, suscetíveis a algum dano, se refere a condição da exposição. Esses elementos podem ser: a população, os bens e os serviços, degradação do solo, desflorestamento, mudança climática, entre outros. E a incapacidade é tudo aquilo que não permite ao indivíduo, grupo ou comunidade de lidar com o perigo natural. 3 – Materiais e métodos Para este estudo optou-se pela adaptação da metodologia de Alves (2006) que utiliza um indicador que analisa a exposição ao risco ambiental dos setores censitários localizados próximos aos cursos d’água (inferior a 50 metros) na região 5737 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO metropolitana de São Paulo. Para classificar os setores censitários quanto à exposição ao risco ambiental, o autor utiliza o seguinte critério: alto risco, setores com mais de 50% de sua área dentro da margem de 50 metros do curso d’água; baixo risco, setores com menos de 50% de sua área dentro da margem de 50 metros do curso d’água. Embasada na metodologia de Alves (2006) e no intuito de alcançar o objetivo proposto, o trabalho foi desenvolvido em etapas que serão descritas a seguir. Foi utilizado o software Qgis para proceder a vetorização dos cursos d’água da área de estudo, a partir da imagem da Nasa disponibilizada no Google Earth-Pro, ano de 2010. Criação do buffer de 50 metros dos cursos d’água e intersecção dessa camada com a camada do setor censitário. Ao realizar esse procedimento de intersecção, obteve-se como resulltado o buffer por setor censitário. Ainda nessa etapa, realizou-se o cálculo de área do setor censitário, área do buffer e gerou a média da área do buffer. Por se tratar de uma cidade pequena com setores censitários grandes, quando comparada com o tamanho dos setores censitários da região metropolitana de São Paulo, para realizar o cálculo do percentual de area do setor sobreposta a margem de 50 metros, conforme proposto por Alve (2006), foi necessário relativizar a área do setor com a média da área do buffer de 50 metros, da sequinte forma: para cada setor censitário, dividiu-se a área do buffer pela média de área do buffer e multiplicou por 100, tendo assim o percentual de área sobreposta a margem de 50 metros dos cursos d’agua, sem a realização desse procedimento tornaria-se impossivel a realização da metodologia de Alves (2006) em cidades pequenas. Tendo o percentual de área do setor que estava sobreposta a margem de 50 metros, realizou-se a classificação dos setores censitários quanto a exposição ao risco ambiental, seguindo o mesmo critério metodológico de Alves (2006): alto risco, setores com mais de 50% de sua área dentro da margem de 50 metros do curso d’água; baixo risco, setores com menos de 50% de sua área dentro da margem de 50 metros do curso d’água. E por fim, no intuito de caracterizar as áreas de exposição ao risco ambiental, fez-se a sobreposição da camada exposição ao risco ambiental com a camada da interpolação Inverse Distance Weighting (IDW) de variáveis do Censo de 2010, que 5738 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO demostram vulnerabilidade social. Para gerar a interpolação IDW, utilizou-se as seguintes variáveis: I) Percentual de domicílios particulares permanentes inadequados quanto à cobertura de esgoto; II) – População residente no setor; III) Percentual de pessoas de 0 a 14 anos de idade; IV) Percentual de pessoas com mais de 64 anos de idade; V) Percentual de pessoas de 10 anos ou mais de idade moradoras em domicílios particulares permanentes sem rendimento nominal mensal. 4 – Resultados e discussões A Figura 2 mostra a exposição ao risco ambiental observado na cidade de Paracatu em relação à proximidade com os cursos d’água. Nota-se que há 74% da área da cidade classificada como de Alta exposição ao risco (2923,7260 ha) e apenas 772,9523 ha (26%) como de baixa exposição ao risco. Em relação à classe de baixa exposição, a maioria dos setores nessa classe localizam-se, principalmente, na zona central e ao norte da cidade. Já os setores de alta exposição, estes não estão concentrados numa determinada extensão, pois seguem a localização dos córregos, estando assim espalhados por toda cidade. Figura 02 – Áreas de exposição ao risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água Elaboração: os autores (2015) 5739 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO A área de estudo possui uma população de 73.571 pessoas, desse total, 35.644 pessoas estão localizadas nos setores considerados de alta exposição ao risco ambiental e 38.107 pessoas estão nos setores considerados como baixa exposição ao risco ambiental. Segundo Alves (2006) quando se faz a combinação da variável exposição ao risco ambiental com informações referentes a residências com baixa cobertura de esgoto, denominada pelo autor de “degradação ambiental” tem-se como resultado uma situação de vulnerabilidade ambiental. Nas áreas com alta exposição ao risco ambiental e alto percentual de inadequação de cobertura de esgoto (Figura 03), encontram-se setores que além de estarem próximos aos cursos d’água, sendo estes locais frágeis ambientalmente, e, portanto não deveriam ser ocupados, há também a contaminação do solo, geração de doenças acarretados pela inexistência de cobertura de esgoto, colocando as pessoas que ali residem em situação de vulnerabilidade socioambiental. Figura 03 – Percentual de domicílios particulares permanentes inadequados quanto à cobertura de esgoto em áreas de exposição ao risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água Elaboração: os autores (2015) Percebe-se na área de estudo (Figura 03) que os maiores percentuais de domicílios particulares permanentes com inadequação quanto à cobertura de esgoto, concentram-se nas áreas de alto risco, com percentuais acima de 30%, já os 5740 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO setores com baixa exposição ao risco ambiental, observa-se a existência de baixo percentual de inadequação de cobertura de esgoto, variando até setores com existência de cobertura de esgoto, sendo estes setores considerados como não vulneráveis. A presença de crianças, adolescentes e idosos (Figura 04) é um fator importante na análise de vulnerabilidade, tendo em vista que as crianças, por exemplo, requerem mais zelo, no que tange à ocorrência de perigos naturais, além de apresentarem limitações físicas e psíquicas em relação tomadas de decisão rápida num fenômeno de risco; e os idosos por apresentarem mobilidade comprometida e/ou dificuldade de locomoção e resiliência diminuída, principalmente em situações inesperadas. (ALMEIDA, 2010) Figura 04 – Percentual de pessoas de 0 a 14 anos de idade e com mais de 64 anos de idade em áreas de exposição ao risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água Elaboração: os autores (2015) Observa-se que o maior percentual (>25%) de pessoas de 0 a 14 anos de idade (Figura 04- mapa à esquerda) estão localizadas em áreas de alta exposição ao risco ambiental, já os menores percentuais de pessoas de 0 a 14 anos de idade estão localizados principalmente na área central da cidade, nos setores de baixa exposição ao risco ambiental. Ressalta-se que nos setores de alta exposição ao risco ambiental, com alto percentual de pessoas de 0 a 14 anos é necessário maior 5741 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO atenção dos setores públicos por se tratarem de grupos vulneráveis e que estão expostos a estas situações de risco. Em relação à espacialização do percentual de pessoas com mais de 64 anos de idade (Figura 04- mapa à direita) observa-se que os maiores percentuais (> 8%) estão localizados na área central da cidade, nos setores de baixa exposição ao risco ambiental. Ressalta-se que os setores onde há maior presença de pessoas com mais de 64 anos de idade apresentam também boa cobertura de esgoto e melhores condições socioeconômicas, característica essa que contribui para que esse grupo não contribui para a vulnerabilidade social, justamente por estarem inseridos em setores com boas condições socioeconômica, infraestrutura e não estão exposto ao risco ambiental. E por fim, outro fator que contribui para vulnerabilidade, refere-se a renda, pois “há uma tendência de os grupos de baixa renda residirem em áreas com mais condições urbanísticas e sanitárias e em situações de risco e degradação ambiental (como, por exemplo, terrenos próximos de cursos d’água e de lixões ou com alta declividade.” (ALVES, 2006, p.45) Entretanto o que se percebe na área de estudo é que não há um padrão na distribuição espacial da variável renda, pois, há setores com altos percentuais de pessoas sem renda nos locais de baixa exposição ao risco ambiental, assim como encontra-se altos percentuais de pessoas sem renda em locais de alta exposição ao risco ambiental. 5742 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO Figura 05 – Percentual de pessoas de 10 anos ou mais de idade moradoras em domicílios particulares permanentes sem rendimento nominal mensal em áreas de exposição ao risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água Elaboração: os autores (2015) Observa-se que o centro da cidade apresenta os setores com mais moradores sem rendimento nominal mensal, esse alto percentual (>30%) pode estar relacionado a existência de pessoas idosas e por se tratar de uma área comercial importante da cidade. 5 – Considerações finais As de técnicas de geoprocessamento utilizadas neste trabalho contribuíram para identificar os setores censitários que estavam expostos ao risco ambiental devido a proximidade com os cursos d’água. Assim, após a classificação dos setores quanto a exposição ao risco ambiental, fez-se uma caracterização a partir de variáveis do Censo de 2010 que demostram desvantagem social. Com essa sobreposição, verificou-se que na área de estudo, das cinco variáveis utilizadas para caracterizar as áreas de exposição ao risco ambiental, apenas três variáveis contribuem para vulnerabilidade socioambiental: percentual de domicílios 5743 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO particulares permanentes inadequados quanto à cobertura de esgoto; população residente no setor e percentual de pessoas de 0 a 14 anos de idade. O que se percebe na área de estudo é que, em relação ao grau de exposição ao risco ambiental, o maior percentual encontrado refere-se a alta exposição ao risco ambiental, entretanto, tem –se mais pessoas residindo em áreas de baixa exposição ao risco ambiental. Nas áreas de alta exposição ao risco ambiental, diagnosticou-se os maiores percentuais de inadequação de cobertura sanitária e pessoas de 0 a 14 anos de idade, criando assim uma vulnerabilidade socioambiental. Fica nítido no trabalho que as áreas de alta exposição ao risco ambiental são agravadas por piores condições socioeconômicas e sanitárias e nas áreas de baixa exposição ao risco ambiental apresentam os menores percentuais de desvantagem social, entende-se que nessas áreas existam melhores condições econômicas e infraestrutura adequada. Por fim, justifica-se a importância desse trabalho uma vez que os gestores urbanos necessitam entender a dinâmica socioambiental da cidade para criarem politicas habitacionais e de urbanização que reduzam situações de vulnerabilidade social e ocupação em áreas de risco ambiental, pois a cada dia têm-se mais pessoas em situações de vulnerabilidade socioambiental nas pequenas cidades. Agradecimentos Os autores agradecem ao CNPQ pela bolsa de estudo de Mestrado para realização dessa pesquisa. Referências ALCANTARA, V. S. de. Vulnerabilidade Socioambiental na Macrorregião da Costa Verde. 2012. 127f. Dissertação (Mestrado em Estudos Populacionais e Pesquisa Social) – Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, Rio de Janeiro, 2012. ALMEIDA, L. Q. Vulnerabilidades socioambientais de rios urbanos: bacia hidrográfica do rio Maranguapinho, região metropolitana de Fortaleza, Ceará. Tese Doutorado. Rio Claro-SP: [s.n.], 2010. 5744 A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO ALVES, H. P. F. Vulnerabilidade socioambiental na metrópole Paulistana: uma análise sociodemográfica das situações de sobreposição espacial de problemas e riscos sociais e ambientais. Revista Brasileira de Estudos Populacionais. São Paulo, v.23, n.1, p. 43-59, jan/jun. 2006. ALVES, H. P. 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