EIXO TEMÁTICO LINGUAGEM E LINGUA Tema 2: Suportes textuais Tópico 30: Conexão textual e frasal Habilidade 30.0. Reconhecer e usar mecanismos de conexão textual e frasal, produtiva e autonomamente. Por que ensinar o tópico O processamento textual e frasal é uma estratégia fundamental para a construção do sentido global do texto e para sua produção, conduzindo, assim, à interação autor /leitor ou autor/ouvinte. E, para que isso ocorra, há que se considerar o texto como suporte para os estudos gramaticais, já que a conexão, seja textual, seja frasal, nele será efetivada,mediante a prática de retomada ou antecipação por palavra gramatical: pronomes, verbos, numerais, advérbios e por retomada por palavra lexical: substantivos, verbos, adjetivos; Mediante o reconhecimento de conectores ou operadores discursivos, palavras ou expressões que promovem não só a concatenação e o estabelecimento de relações entre os segmentos do texto, como também o estabelecimento da ordem do texto, realizada ou não com seqüenciadores. Condições prévias para ensinar A condição básica para a aprendizagem deste tópico associa-se diretamente ao (re) conhecimento de que o sentido do texto não reside apenas no conhecimento prévio do leitor/ouvinte nem na materialidade lingüística do texto, que, nesse sentido, funciona como pista que pode ser (re)conhecida e produzida por ele. Antes, tanto esse conhecimento quanto essa materialidade, existindo em função da compreensão de textos orais e escritos, agem conjuntamente e conduzem à interação supracitada. As demais condições decorrem dessa condição básica. Assim, o aluno deverá inferir que · nenhuma língua é uniforme já que todas as línguas variam de forma natural, de acordo com as condições da comunidade e com o tempo em que é falada; · o ato de linguagem, sendo ato de “dizer”, se concretiza através do léxico, da gramática e do contexto; · o conhecimento implícito ou intuitivo que todo falante tem das regras que especificam o uso de sua língua pode ser ampliado mediante o estudo do conhecimento explícito, isto é, da explicitação dessas regras; Nesse sentido, cabe ao professor, a mediação de princípios que fundamentam essa compreensão funcional e discursiva da gramática por parte do aluno, selecionando e explicitando itens gramaticais relevantes, funcionais, contextualizados. Enfim, esses itens, adequados ao seu nível de escolaridade, conduzirão à compreensão de uma gramática que prevê mais de uma norma, caracterizando, eficazmente, a norma culta e de uma gramática da língua que é, efetivamente, das pessoas. O que ensinar TÓPICO E SUBTÓPICOS DE CONTEÚDO 30. Conexão textual e frasal • Conexão sintática, semântica e discursiva: articuladores e operadores argumentativos. • Processos de articulação sintática: subordinação, coordenação e correlação. • O período composto e suas orações. • Construções coordenativas, subordinativas e correlativas: articulação, relações temporais, lógicas e discursivas, pontuação. HABILIDADES 30.0. Reconhecer e usar mecanismos de conexão textual e frasal, produtiva e autonomamente. 30.1. Reconhecer princípios sintáticos de estruturação e encadeamento de seqüências textuais (frase, parte de frase, conjunto de frases, etc.) por subordinação, coordenação e correlação. 30.2. Reconhecer efeitos de sentidos do uso de operadores argumentativos em um texto ou seqüência textual. 30.3. Reconhecer o papel sintático, semântico e discursivo de articuladores em um texto ou seqüência textual. 30.4. Identificar, em um texto ou seqüência textual, efeitos de sentido de construções aditivas, adversativas, alternativas, explicativas e conclusivas. 30.5. Identificar, em um texto ou seqüência textual, efeitos de sentido de construções causais, consecutivas, concessivas, condicionais, finais, temporais, comparativas, proporcionais, conformativas, modais e locativas. 30.6. Identificar, em um texto ou seqüência textual, efeitos de sentido de construções adjetivas restritivas e explicativas. 30.7. Identificar, em um texto ou seqüência textual, efeitos de sentido de construções com orações substantivas. 30.8. Avaliar a propriedade da seleção de articuladores, estruturas sintáticas e sinais de pontuação em um texto ou seqüência textual. 30.9. Corrigir impropriedades de uso de articuladores, estruturas sintáticas e sinais de pontuação em um texto ou seqüência textual. 30.10. Manter ou alterar o sentido e/ou o efeito argumentativo de um texto ou seqüência textual, incluindo, substituindo, omitindo ou deslocando elementos. 30.11. Relacionar o objetivo comunicativo e a direção argumentativa de seqüências textuais à seleção de itens lexicais e construções sintáticas. 30.12. Estabelecer relações sintáticas e semânticas adequadas entre seqüências textuais. 30.13. Produzir textos ou seqüências textuais com conexão textual e frasal adequada aos efeitos de sentido pretendidos, à situação comunicativa e ao gênero textual.textual, efeitos de sentido de construções adjetivas restritivas e explicativas. 30.7. Identificar, em um texto ou seqüência textual, efeitos de sentido de construções com orações substantivas. 30.8. Avaliar a propriedade da seleção de articuladores, estruturas sintáticas e sinais de pontuação em um texto ou seqüência textual. 30.9. Corrigir impropriedades de uso de articuladores, estruturas sintáticas e sinais de pontuação em um texto ou seqüência textual. 30.10. Manter ou alterar o sentido e/ou o efeito argumentativo de um texto ou seqüência textual, incluindo, substituindo, omitindo ou deslocando elementos. 30.11. Relacionar o objetivo comunicativo e a direção argumentativa de seqüências textuais à seleção de itens lexicais e construções sintáticas. 30.12. Estabelecer relações sintáticas e semânticas adequadas entre seqüências textuais. 30.13. Produzir textos ou seqüências textuais com conexão textual e frasal adequada aos efeitos de sentido pretendidos, à situação comunicativa e ao gênero textual. Como ensinar(como trabalhar o tópico) No ensino/aprendizagem deste tópico, o aluno já deverá ter apreendido certos princípios ou conhecimentos já mencionados no item “Condições para aprender” e aqui reproduzidos: · nenhuma língua é uniforme já que todas as línguas variam de forma natural, de acordo com as condições da comunidade e com o tempo em que é falada; · o ato de linguagem, sendo ato de “dizer”, se concretiza através do léxico, da gramática e do contexto; · o conhecimento implícito ou intuitivo que todo falante tem das regras que especificam o uso de sua língua pode ser ampliado mediante o estudo do conhecimento explícito, isto é, da explicitação dessas regras. Nesse sentido, ao ensinar, o professor deve fazer a mediação de conhecimentos que fundamentam essa compreensão funcional e discursiva da língua por parte do aluno, selecionando textos que sintonizem com sua faixa etária e explicitando itens gramaticais relevantes, funcionais, contextualizados. Enfim, esses itens, adequados ao nível de escolaridade do aluno, conduzirão à compreensão de uma gramática que prevê mais de uma norma, caracterizando, eficazmente, a norma culta ou língua padrão e de uma gramática da língua que é, efetivamente, das pessoas. Como avaliar O processo de avaliação deste tópico (ou de qualquer outro) deve ter em vista a interdependência presente no ensino /aprendizagem. Disso decorre ter em vista, também, os itens supramencionados, especialmente “O que aprender” e “Como ensinar”, e neles a avaliação deve estar fundamentada, pois, de acordo com ANTUNES, 2006, p. 129, Não teria sentido avaliar o que não foi objeto de ensino, como não teria sentido também avaliar sem que os resultados dessa avaliação se refletissem nas próximas atuações de ensino. Assim, um alimenta o outro – tudo, e claro, em função de se conseguir realizar o objetivo maior que é desenvolver competências nos campos que elegemos. As atividades propostas em uma avaliação, sejam de reconhecimento, sejam de aplicação, constituem-se como averiguação de resultados e devem evidenciar uma reorientação quanto ao ensino da língua. Assim, qualquer tópico ou subtópico trabalhado com vistas à aquisição de determinada habilidade deve se caracterizar como uma possibilidade de reflexão, de pesquisa, de uma nova orientação do que foi anteriormente ensinado e aprendido. Uma avaliação bem construída possibilita, então, identificar a trajetória percorrida pelo aluno e, com base nos resultados nela obtidos, levá-lo a se conscientizar quanto a seu desenvolvimento na apreensão das competências propostas, além de apontar ao professor o objeto de estudo subseqüente. Assim sendo, a avaliação, seja na leitura, seja na escrita, poderá incentivar cada conquista do aluno, desenvolvendo sua auto-estima ou aumentando-a. Referências bibliográficas ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e Coerência textuais. São Paulo: Ática, 1993. KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1992. SAVIOLI, Francisco Platão & FIORIN, José Luiz. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2006 TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2005. Orientação Pedagógica: Tópico 30:Conexão textual e frasal Currículo Básico Comum - Língua Portuguesa Ensino Médio Autor(a): Carolina Antunes Centro de Referência Virtual do Professor - SEE-MG/2009