|VIAGENSNOTEMPO| Guerra Junqueira e a "Unidade dos mais recentes avanços da sua obra maior, já hipo- Já no ocaso dos seus dias, que findariam a 7 de Julho de 1923, Guerra Junqueiro, tecada pelas debilidades da saúde. "A voz arrastada e do Ser" tual", como salientou, que almejava oferecer ao país irmão. sumida do cérebro imortal Era este o projecto de vida tão perseguido por ouviu-se de novo: A minha Junqueiro, tria, que o visitara no Porto, na sua casa da Rua de Santa preocupação agoraé terminar "A Unidade do Ser". então ao jornalista como "um moribundo que fala". Catarina. Viera o visitan- Ao repórter brasileiro, garantiu que só a ele competiria terminar a ambicionada obra, espécie de Santo Graal do seu o pensador da Totalidade, confessava-se ao jornalistadodiário brasileiro A Pá- o filósofo te numa "fugida" à Invicta, em Outubro de 1922, para entrevistar o poeta que o acolheu nas sombras de grande e austera sala, mobilada de pau-preto e deco- segundo ancoradouro sentimental, que a Academia sus Cristo. Brasileira de Letras reconhecera. Amparado pela esposa, debilitado e proibido pelos médicos de rece- O Brasil havia sido para o autor de Os Simples um ber visitas, Junqueiro abrira uma excepção parafalar rada por litografias presididas por Santa Cecília e Je- génio sintetizador. Um terceiro volume, em fragmentos, carecia de revisão, num total de mais de 3 mil folhas de papel almaço, trabalho de duas décadas, "expressão do meu eu espiri- confessando-se Cremos ser a hora de ques- tionar os depositários do legado do escritor: para quando a urgente edição crítica de "A Unidade do Ser", súmula capital de um singular espírito que ousou explorar a condição cósmica da espécie humana?