UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS ENGENHARIA FLORESTAL CENTRO TECNOLOGICO DE SILVICULTURA CEPEF/FATEC RELATÓRIO DE PESQUISAS PESQUISADORES: PROF Dr. JUAREZ MARTINS HOPPE PROF Dr. MAURO VALDIR SCHUMACHER ACAD. FRANCO FREITAS QUEVEDO ACAD.RODRIGO THOMAS ACAD.GUILHERME IVANOV ACAD.TANIA DIAS ACAD.JUAREZ PEDROSO FILHO SANTA MARIA, FEVEREIRO DE 2005 2 ÍNDICE CAPA AGRADECIMENTO INTRODUÇÃO CAPITULO 1 USO DO BACSOL E ORGASOL COMO ENRAIZANTES NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE PLATANUS X ACERIFOLIA. Introdução 6 Revisão de literatura 7 Importâcia das bactérias 12 Material e métodos 15 Resultados e discussões 19 Conclusão 19 Bibliografia CAPITULO 2 UTILIZAÇÃO DE BACSOL E ORGASOL NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Platanus x acerifolia Introdução 22 Material e Métodos 25 Resultados e Discussão 27 Conclusão 33 Referências Bibliográficas 34 CAPÍTULO 3 USO DO BACSOL NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE FUMO Nicotiana tabacum Introdução 36 Material e Métodos 40 Resultados e Discussão 42 Conclusão 47 Referências Bibliográficas 48 3 CAPÍTULO 4 USO DO BACSOL NA DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS DA INDUSTRIA FUMAGEIRA(BARBANTE) Introdução 49 Material e Métodos 50 Resultados e Discussão 58 Conclusão 63 Referências Bibliográficas 63 CAPÍTULO 5 USO DO BACSOL NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE ERVA – MATE Ilex paraguariensis. Introdução 66 Material e Métodos 72 Resultados e Discussão 73 Conclusão 76 Referências Bibliográficas 77 4 AGRADECIMENTOS "Durante o século XX, aceitou-se definitivamente a relação de dependência mútua entre o homem e a floresta. A combinação do avanço tecnológico com a explosão demográfica demonstrou que a antiga filosofia de destruição não tem futuro. Passou-se a reconhecer que a floresta é um importante recurso renovável: uma fonte perpétua de benefícios, se for bem protegida, e extremamente frágil, se for maltratada.O moderno silvicultor não é mais um mero espectador com um machado nas mãos esperando que as árvores cresçam. Há milhares de anos, o homem selecionou e aperfeiçoou seus alimentos, desenvolvendo plantas cada vez melhores e mais resistentes. Hoje, pode instalar plantações de árvores com modernas tecnologias, ultrapassando continuamente os índices de produtividade. "A FLORESTA E O HOMEM. PG22 O progresso sem duvida alguma só acontece porque ele passa pela cabeça de pessoas que nele acreditem, sendo assim o incentivo a pesquisas, sendo instruidas por centro de estudos como a UFSM, são o começo de um futuro progresso nas novas tecnologias. Empreendedorismo só tem quem tem visão de futuro, assim agradecemos o incentivo a pesquisa que recebemos das empresas RSA e JFC as quais proporcionaram o suporte necessário para realização desse trabalho, fica aqui o agradecimento sincero dos pesquisadores, e alunos que dele participaram. 5 INTRODUÇÃO: O Brasil sempre caracterizou-se por ser um País dotado de grandes riquezas naturais, tanto mineral como vegetal, por isso o extrativismo sempre foi um bom negócio para os exploradores. Assim desde o inicio de sua colonização e, até os tempos atuais são retirados de nosso país ouro, prata, ferro, pedras preciosas e madeira entre outros. No campo vegetal, o mais conhecido produto que sofreu grande exploração foi, sem dúvida alguma, nossa árvore símbolo, o Pau-Brasil (Caesalpinia echinata) espécie de grande dispersão pelo centro-norte brasileiro no período colonial. Um exemplo real é o caso do açoita-cavalo (Luehea divaricata Mart. et Zucc.), que forneceu, por longo período, madeira de boa qualidade para a Indústria Moveleira, especialmente para fabricação de móveis vergados e, atualmente no Rio Grande do Sul, são raros os exemplares em condições de desdobro, embora seja satisfatória a regeneração natural, especialmente na bacia do Rio Camaquã, RS. A alternativa técnica e econômica encontrada para substituir o açoita-cavalo (Luehea divaricata), surge com o plátano, (Platanus x acerifolia), o qual após os estudos tecnológicos, apresentou qualidades excelentes para a fabricação de móveis e muitas outras utilidades, garantindo também a qualidade do produto final. Assim o uso de novas técnologias para melhorar as qualidades de mudas e produção tecnologica silvicultural passa por um forte investimento no meio acâdemico das universidades em forma de pesquisa e e projetos, assim toda a forma de pesquisa seja ela social ou empresárial, é bem vinda no meio acadêmico. Por isso o teste do uso dessa nova tecnologia ,Bacsol, torna-se mais uma fonte de informação e conhecimento para o meio acadêmico e empresiarial, assim como o Platanus x a cerifolia, que foi uma nova alternativa para suprir a falta do Acoita- cavalo, o Bacsol é uma alternativa de produto para produção de mudas, decomposição de resíduos e sanador do solo. 6 CAPITULO 1 USO DO BACSOL E ORGASOL COMO ENRAIZANTES NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Platanus x acerifolia. JUAREZ MARTINS HOPPE MAURO VALDIR SCHUMACHER FRANCO FREITAS QUEVEDO RODRIGO THOMAS GUILHERME IVANOV TANIA DIAS JUAREZ PEDROSO FILHO 1.INRODUÇÃO: O Platanus x acerifolia é o resultado do cruzamento interespecífico entre o Platanus orientalis e o Platanus occidentalis, constituindo-se num híbrido de grande potencial madeireiro na região Sul do Brasil e também para outras regiões de clima temperado e frio. Embora seja uma espécie que apresenta grande potencial futuro, devido sua alta versatilidade de aplicação nos mais diversos usos, especificamente móveis vergados, o conhecimento silvicultural da espécie é ainda bastante pequeno. Alguns estudos realizados no Brasil, até o presente momento, referem-se a época de coleta das estacas, profundidade de plantio das estacas, diâmetro das estacas e posição no ramo de onde deve ser efetuada a coleta. Existem, atualmente, deficiência de conhecimento relacionados com produção econômica de mudas, adubação a nível de campo, estudos de espaçamento, plantio direto de estacas a campo, crescimento, mato-competição e condução de povoamentos (desrama e desbaste). A tradicional tecnologia de produção de mudas através de estacas tem se transformado numa atividade muito onerosa, devido ao alto custo de coleta das mesmas, manejo do viveiro e a extração no momento do plantio definitivo e ainda o transporte das mudas. Este trabalho teve como objetivo estudar o uso de Bacsol e Orgasol na produção de mudas de Platanus x acerifolia. 7 2.REVISÃO DE LITERATURA Para Hartman & Kester (1971) a propagação vegetativa de espécies florestais, inclusive o Platanus x acerifolia, é simples e não exige técnicas especiais como aquelas utilizadas para a enxertia. A multiplicação vegetativa do Platanus spp é uma técnica antiga pois Briscoe (1969) já recomendava o uso de estacas, desta espécie, desde que as mesmas fossem dos ramos, cujo crescimento tenha ocorrido no último período vegetativo. A adubação aumenta o crescimento do Platanus spp (Braadfoot & Ike, 1967 Apud Briscoe 1969). No entanto (Gilmore, 1965 Apud Briscoe, 1969) esclarece que são poucas as informações disponíveis sobre experimentação de fertilização com a espécie, embora se saiba que a deficiência de fósforo é fator limitante para o crescimento da mesma. Estas informações tem repercussões até o presente momento uma vez que as pesquisas nesta linha ainda são muito carentes. Orika Ono et al (1994) estudando enraizamento de estacas de Platanus x acerifolia tratadas com auxinas concluíram que a primavera é a melhor época para coleta das mesmas para a propagação vegetativa e as tratadas com ácido indolbutírico (AIB) ou ácido naftalacético (ANA) na concentração de 0,5% na forma de pó, foram mais eficientes no enraizamento. Lazzari (1997) trabalhando com épocas de coletas, tipos fisiológicos, aplicação de boro, zinco e uso de ácido indol butírico no enraizamento de estacas de Platanus x acerifolia concluiu que: o mês de julho é mais adequado para a coleta resultando o melhor o enraizamento; o boro e o zinco não tem influencia no enraizamento das estacas; o AIB em doses acima de 20mg por litro tem influencia negativa no enraizamento e ainda que as estacas basais do crescimento do ano apresentam o maior potencial de enraizamento. Tedesco et al (1998) estudaram o efeito da época de coleta e plantio de estacas de Platanus x acerifolia no enraizamento e concluíram que a melhor época de coleta das estacas compreende os meses de maio e junho. Os mesmos autores estudando a influencia do período de armazenamento de estacas de Platanus x acerifolia no enraizamento, concluíram que as estacas podem ser armazenadas pelo período de 60 dias em temperatura de 5 °C sem prejuízo no enraizamento. Segundo Fachinelo et al (1994 ) para o processo de enraizamento o nível de carbohidratos das estacas tem importância decisiva na quantidade e volume de raízes. 8 No entanto Yung & Yung (1994) referindo-se a produção de mudas indica a primavera como a melhor época para a semeadura, indicando como viável, também o outono ou mesmo o inverno. Neste caso as sementes deverão ser espalhadas em linhas com 15 a 20 cm de distancia e até 370 sementes por m² e cobertas com uma fina camada de humus. Referindo-se a propagação do Platanus spp Vlachov (2001) informa que quando a produção de mudas for realizadas por via sexuada deve-se ter cuidado pois sendo a semente desta espécie muito pequena e frágil pode não germinar devido as condições ambientais, enquanto na propagação vegetativa a porcentagem de enraizamento com estacas coletada no inverno varia de 89% a 100% e, nas estacas colhidas no verão o enraizamento está entre 33% a 62%. O Platanus spp prefere solos profundos, arenosos, bem drenados, porém com bom suprimento de umidade, desenvolvendo muito bem em terrenos aluviais, por isso nas margens de rios alcança suas maiores alturas ( Bernardi 1972 & Ake et al 1991). Para Gambi (1964) o Platanus x acerifolia cresce muito bem quando plantado isoladamente, mesmo em grupo ou misturado com outras espécies num sistema de consórcio. É uma espécie heliófila de crescimento rápido, com sistema radicular profundamente inserido no solo, caracterizando por isso como uma árvores pioneira das margens dos afluentes e terrenos aluviais, onde sua regeneração natural é bastante acentuada ( Magini 1957 & Gambi 1979). Na Europa a propagação do Platanus x acerifolia ocorre principalmente através da clonagem (estaquia), enquanto nos Estados Unidos a produção é realizada basicamente por sementes. Sendo recomendada a realização da estaquia no outono e a semeadura o final do inverno. Na produção de mudas por sementes os autores sugerem a cobertura das mesmas com alguns milímetros de terra ou mulch ( Philippis 1934, Goor 1955 & Bonner 1974). No aspecto da propagação por sementes, (Bachiller 1991 Apud Fowler & Bianchetti 2000) recomenda para o Platanus x acerifolia a imersão das mesmas em água à temperatura ambiente durante quatro dias para a superação da dormência. No entanto Falleri & Pacella (1997), estudando germinação de sementes de Platanus x acerifolia, concluíram que tomando sementes desta espécie baixando seu conteúdo de umidade à 7%, e aplicando teste de flutuação utilizando o éter de petróleo durante 24 horas. Após baixando a umidade até 13%, a germinação das sementes que precipitaram (afundaram 9 no éter) aumentam em 86%, enquanto o lote original sem o teste de flutuação para separação germinou apenas 48% e o período de início da germinação decresceu de 3,5 para 2,4 dias. Iensen et. al. estudando a viabilidade das sementes de Platanus x acerifolia, em Santa Maria – RS obtiveram germinação de 9, 13 e 13% , quando submeteram as sementes a um tratamento pré-germinativo, estratificação, de 0, 2 e 4 semanas a uma temperatura de 5 graus centígrados,, concluindo que é necessário a realização de novas pesquisas para determinar a viabilidade do uso da propagação via sexuada. A propagação vegetativa do Platanus x acerifolia é importante para manter seu caracter híbrido. Neste caso as estacas são obtidas através de cortes dos brotos do crescimento do ano, cujas dimensões são de 20cm de comprimento e com diâmetro que pode variar de 5 a 8cm. Os ramos são colhidos no outono após a queda total das folhas e, imediatamente após o preparo, as estacas são plantadas, em viveiros, utilizando espaçamento de 10cm entre estacas e 25cm entre as linhas. Após um ano de viveiragem as mudas mais vigorosas estão prontas para serem plantadas à campo. O índice de enraizamento é alto, porém pode ser aumentado com o uso de ácido indolbutírico no momento de plantar as estacas nos canteiros.(Magini 1985, Benea e Cristescu 1974, Gellini e Grossoni 1978 & Panetsos et al 1994). Tratando-se de propagação vegetativa, Gjuleva e Atanasov (1994) trabalhando com micropropagação de Platanus x acerifolia in vitro, obtiveram após trinta dias da instalação do experimento 70% de enraizamento dos explantes, quando usaram 0,5 mg/l de IBA. Donkers & Evers (1987), utilizando 90mg de Adenina Benzil (6-BA), obtiveram um aumento médio de brotos por ramo de Platanus x acerifolia, especialmente no ramos retirados na camada superior da copa, enquanto o uso de 45mg de 6-BA possibilitou um aumento significante no número de calos na multiplicação in vitro dos ramos coletados mais no alto da copa. A produção de mudas de Platanus x acerifolia é feita de modo convencional, no entanto não deve-se descuidar da irrigação pois a espécie exige satisfatória umidade para o desenvolvimento normal (Lobeav, 1950 Apud Briscoe 1969). Hoppe et al (1999) estudando a influencia do diâmetro de estacas no desenvolvimento dos brotos de Platanus x acerifolia (Aiton) WILD. O experimento foi instalado utilizando estacas com 30cm de comprimento e diâmetros superior a 2cm, inferior a 2cm e variando entre 1 e 2cm ,concluíram que o desenvolvimento, em altura, das brotações é 10 influenciado pelo diâmetro e, que este deve ter de 1 a 2cm para a produção de mudas deste híbrido. A profundidade do plantio das estacas não interfere no brotação, desenvolvimento da foi o que concluíram Freddo et al (1999), ao trabalhar com influencia da profundidade de plantio de estacas no desenvolvimento dos brotos de mudas de Platanus x acerifolia. Em relação a posição da estaca no ramo de crescimento do último período, Freddo et al ( 2000), estudando produção de mudas com mini-estacas com dimensões de 10cm de comprimento e diâmetro variando de 0, 3 a 7.0 mm retiradas de diferentes posições do ramo do último período de crescimento concluíram que ao melhores enraizamento foram proporcionados pelos diâmetros superior a 0,5 mm e retirados da parte basal do galho. Com o advento da produção de mudas de Platanus x acerifolia através de miniestacas e em tubetes Oliveira et al (2000) avaliando o desempenho das mudas em diferentes tamanhos de tubetes ao compararem o desempenho das mudas em tubetes, cujos volumes de substrato variaram de 53cm³, 115cm³ e 280cm³ respectivamente, após avaliação concluíram que o tubete com maior volume de substrato produziram mudas com melhor padrão de qualidade. Testando diferentes composição de substrato na produção de mudas Oliveira et. al. (2000) concluíram que misturas compostas por casca de Pinus spp triturada adicionada de 50% de vermicomposto e vermiculita acrescida de 50% de vermicomposto são indicadas para a produção de mudas de Platanus acerifolia em tubetes, através de mini-estacas. Atualmente, no Rio Grande do Sul, a produção de mudas de Platanus x acerifolia ocorre somente através de estacas as quais são retiradas de matrizes selecionadas e do crescimento do ano. Lembra-se ainda que através de experimentos realizados, as estacas de Platanus x acerifolia com dimensões de 10cm de comprimento e 0,5cm de diâmetro e utilizando-se tubetes para a produção de mudas tem-se obtidos bons resultados em termos de enraizamento das mesmas. Tisserant et al (1996) analisaram o desenvolvimento do sistema radicular do Platanus x acerifolia em simbiose com micorriza do gênero Glonus fasciculatum, as quais induziram modificações no desenvolvimento do sistema radicular, quando comparado com o sistema radiculares sem micorrizas. Raízes laterais de terceira ordem predominaram em micorrizas arbusculares, enquanto as laterais de Segunda ordem foram mais numerosas em sistemas sem micorrizas. Concluíram também que a colonização de micorrizas arbusculares 11 se relacionou estreitamente com a aparência de diferentes ordens de raízes, pois os micelios mais ativos foram localizados em raízes novas formadas lateralmente. O reflorestamento com plátano, que produz uma madeira de usos diversificados, crescendo rápido e de ótima qualidade é uma boa alternativa de fonte de renda para pequenos, médios e grandes produtores rurais assim como para empresas de base florestal ( Vian 1999). Briscoe (1969), afirma que o Platanus spp não tolera solos rasos, deficientes em fertilidade, em matéria orgânica compactado, muito argiloso e desgastado. O mesmo autor afirma que esta espécie exige, para seu bom desenvolvimento, umidade permanente, porém não suporta stress hídrico ou encharcamento do solo, e o pH adequado deve variar entre 5.0 e 8.0. Segundo o mesmo autor, a maioria dos plantios de Platanus spp. são estabelecidos sem os devidos cuidados, cuja qualidade deixa a desejar, razão pela qual o crescimento é, em certos casos, muito inferior. Quando a plantação é mantida no limpo o desenvolvimento é bem melhor, uma vez que plantios efetuados em solos bem preparado, as mudas conseguem superar a matocompetição das ervas daninhas, evitando a forte concorrência inicial. No primeiro ano, em plantações efetuadas no Rio Grande do Sul, podem ser necessárias até cinco limpezas dependendo das condições do local. A partir do segundo ano, no entanto, esta prática pode ser dispensada tornando-se num investimento muito econômico. Sobre este aspecto, ( Briscoe 1969) referindo-se aos tratos culturais, informa que a espécie é muito susceptível a mato competição quando plantadas mudas de pequeno tamanho, necessitando de várias intervenções durante o primeiro período de crescimento. No que se refere a produção de madeira, no Rio Grande do Sul e no Brasil, ainda são incipientes as informações. A partir do ano dois mil iniciou-se um trabalho de acompanhamento da produtividade dos plantios de Platanus x acerifolia que atingiram dois anos de idade. No entanto nas condições da Europa Mezzalira (1997), informa que a produção varia de 15 – 20 t/há/ano aos 5-6 anos de idade. Já nos Estados Unidos, segundo Steinbeck et al (1972) este tipo de silvicultura de rotação curta para o Platanus occidentalis pode atingir níveis muito mais altos de produção. 12 Neste sentido (Wells & Schmidtling 1990) relatam que o Platanus occidentalis tem um crescimento inicial muito rápido, mesmo em grande diversidade de sítios, por isso é denominado de espécie de rotação curta ou floresta energética, produzindo de 11,2 a 29,1 toneladas de massa seca acima do solo em rotações que variam de 4 a 10 anos. Os mesmos autores informam que a espécie aos 17 anos de idade na Carolina do Norte apresentou diâmetro de 23 cm e altura de 21,3m e uma produção de 126m³/há ou 32,5m³/há de madeira serrada, enquanto outra floresta com 11 anos de idade na Georgia Central cresceu 17,2m³/há/ano com diâmetro e altura média de 15cm e 19metros respectivamente. Já em região do vale do Mississipi produção variou entre 24 e 32m³/há/ano. 2.1.IMPORTÂCIA DAS BACTÉRIAS As bactérias participam ativamente quase se exceção as transferências orgânicas de capital importância para que o solo possa manter com sucesso os vegetais superiores , as mesmas retém o monopólio na transformação em três enzimas básicas : oxidação do nitrogênio (nitrificação), oxidação do enxofre e fixação do nitrogênio . Sob este angulo, são as mais simples e numerosas de todas as formas de vida, e talvez, as de maiores conseqüências (Brady, 1989). Os microorganismos aeróbicos podem fazer um trabalho mais completo de compostagem que os anaeróbios, logo que os aeróbicos degradam os compostos de carbono em gás carbônico e água que os tornam prontamente disponíveis para as plantas, este fato traz vantagens aos vegetais, uma vez que podem utilizar esta energia para crescer mais rápido e degradar mais matéria orgânica quando comparados aos anaeróbicos, além disto liberam nutrientes para as plantas, como nitrogênio, fósforo, magnésio e outros ( Campbell, 1995). 3.MATERIAL E MÉTODOS A presente pesquisa foi instalada no Centro Tecnológico de Silvicultura (CTS), na Universidade Federal de Santa Maria, município de Santa Maria, RS, que encontra-se a aproximadamente 90 metros de altitude, situada entre os paralelos 29° 43’ 57” e 29° 55’ 30” de latitude Sul e entre os meridianos 53° 42’ 13” e 53° 48’ 02” de longitude oeste de Greenwich. 13 O clima da região segundo KÖPENN é subtropical do tipo Cfa, caracterizado por temperatura média anual entre 17,9 e 19,2 graus centígrados, com precipitação média anual de 1500mm (MORENO, 1973). A pesquisa foi instalada em uma caixa continua onde foram realizadas algumas valas para drenagem. O substrato utilizado no experimento foi constituído de casca de arroz e esterco de gado curtido(cama de gado proveniente do parque de exposições da UFSM). BACSOL AGRÍCOLA - É um produto composto de aproximadamente 206 tipos de bactérias e microorganismos, classificados como: risosféricos, decompositores, nitrogenadores, e predadores de pragas de solo. São ativadoras de nutrientes do solo, melhorador do solo, defesas contra nematóides, defesa contra doenças fungicas do solo e defesa contra algumas pragas. As bactérias, especificamente as quelatizantes de ferro, atuam na liberação de fósforo, cálcio e outros elementos retidos nos colóides de ferro, aumentando a disponibilização para as plantas. Os quelatizantes são ácidos orgânicos denominados "sideróforos", produto metabólico da atividade microbiana nas risosferas da planta. Os microorganismos do BACSOL decompositores de matéria orgânica aceleram o processo de uma forma benéfica, aumentando a disponibilidade de elementos com Nitrogênio N, Fósforo P, Potássio K, enxofre, entre outros. O BACSOL contém bactérias transformadoras de nitrogênio, tanto fixador do nitrogênio do ar como os responsáveis pela nitrificação dos nitrogênios dos adubos e matéria orgânica. O uso contínuo do BACSOL, em conjunto com outras práticas de manejo, provocam mudanças significativas no solo, como a reestruturação física, tornando-o mais poroso e criando condições favoráveis ao desenvolvimento dos vegetais. O uso do BACSOL proporciona uma redução na adubação, dependendo da análise de solo, de até 50% ou mais, causando assim uma redução significativa no custo de produção. Os microorganismos presentes no BACSOL atuam diretamente nas risosferas da planta vivendo em simbiose com o meio, reestabelecendo a cadeia biológica natural, melhorando a disponibilização, de nutrientes, defesas naturais do solo, decomposição de material orgânico transformando-os em ácidos orgârnicos aproveitáveis e humus. O BACSOL é registrado e certificado como produto orgânico pelo IBD - Instituto Bio Dinâmico de Botucatu - sendo assim totalmente benéfico para o meio ambiente. 14 O delineamento estatístico foi blocos ao acaso com 6 tratamentos e 3 repetições, sendo que cada repetição foi constituída por 528 mudas. Os tratamentos estão descritos no quadro 1, onde foram aplicadas as diferentes doses: Quadro 1.Descrição dos tratamentos Tratamentos Descrição T0 Sem nada T1 10g de Bacsol por litro de água T2 10ml de Orgasol por litro de água T3 5g de Bacsol + 5g ml de Orgasol por litro de água T4 7,5g de Bacsol + 2,5g ml de Orgasol por litro de água T5 2,5g de Bacsol + 7,5g ml de Orgasol por litro de água As estacas utilizadas na pesquisa foram coletadas de matrizes previamente selecionadas e de ramos de crescimento do ano, provenientes da empresa Thonart em Nova Santa Rita / RS. Foram avaliados os seguintes parâmetros: brotação das mudas, diâmetro do colo do broto, altura do broto. A figura 1 apresenta uma visão geral da pesquisa instalada no viveiro florestal da UFSM. Figura 1-Visaõ geral da pesquisa. 15 As estacas selecionadas foram colocadas no substrato após terem sido mergulhadas suas pontas nas doses dos tratamentos. 4.RESULTADOS E DISCUSSÕES Na análise de porcentagem de brotação, todas as mudas foram avaliadas, inclusive as presentes na bordadura das parcelas. O tratamento 4 obtive melhor resultado, sendo estatisticamente superiores ao tratamento 0(tabela 1). TABELA 1: Efeito dos tipos morfológicos de mini estacas na sobrevivência das mudas. TRATAMENTO BROTAÇÃO DE SOBREVIVÊNCIA T0 55,8% d T1 67,8% b T2 68,8% b T3 69,6% b T4 84,4% a* T5 61,4% c *Médias analisadas no sentido vertical, seguidas da mesma letra, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade. De acordo com a tabela 1, podemos observar que o tratamento 4 obteve o maior grau de brotação diferenciando-se dos demais tratamentos de maneira significativa. A brotação das estacas nos tratamentos e é considerada boa para a produção de mudas, exceto o tratamento 0 o qual obteve a pior percentagem de brotação . Na figura 1 estão representados os resultados parciais em relação a brotação dos respectivos tratamentos aos 120 dias após a instalação da pesquisa 16 Figura1-Efeito dos tratamentos na brotação de Platanus x acerifloia aos 120 de instalação da pesquisa. Sobrevivência em % B r o ta ç ã o d o s r e s p e c tiv o s tr a ta m e n to s . 100 80 60 40 20 0 T0 T1 T2 T3 T4 T5 T ra ta m en tos Nas variáveis seguintes, só foram avaliadas as mudas presentes no interior das parcelas, ou seja, a bordadura não foi avaliada. Outro parâmetro utilizado na avaliação deste trabalho, foi o diâmetro do colo dos brotos(tabela 2). TABELA 2: Efeito dos tipos morfológicos de mini estacas no diâmetro do colo dos brotos. TRATAMENTO DIÂMETRO DO COLO DO BROTO(mm) T0 52,3 c T1 55,9 c T2 62,3 b T3 64,2 b T4 72,5 a* T5 55,4 c *Média seguidas por mesma letra, no sentido vertical, não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade. Podemos observar que as mudas do tratamento 4 foram estatisticamente superiores aos demais tratamentos, e que o tratamento 0 foi o pior em relação ao parâmetro diâmetro do 17 colo do broto das estacas, sendo esse parâmetro o mais indicado para o maior grau de sobrevivência das mudas a campo. Experimentos conduzidos no estado de Oklahoma, EUA, com espécies florestais, tiveram maior índice de sobrevivência mudas com menor altura e maior diâmetro de colo, relata Torres (1978) Apud Santos (1995). Kartelev (1973) Apud Santos (1995) afirmou que o diâmetro de colo de mudas de Pinus sylvestris constitui-se na principal característica que definiu sua qualidade: com o aumento do seu valor, aumentou a freqüência de raízes, a formação de botões e a lignificação dos tecidos das mudas. O parâmetro diâmetro de colo, em geral, é o mais observado para indicar a capacidade de sobrevivência da muda a campo ( Daniel, 1997 ). Abetz & Prange (1975) Apud Carneiro (1995) pesquisando mudas de Picea abies observaram que, mudas com espessas dimensões de diâmetro de colo, venceram mais rapidamente a concorrência com a vegetação, após o plantio. Na figura 2 estão representados os resultados parciais em relação a diâmetro de colo dos respectivos tratamentos aos 120 dias após a instalação da pesquisa DIÂMETROS EM mm RENDIMENTO EM DIÂMETRO 15 10 5 0 T0 T1 T2 T3 T4 T5 TRATAMENTOS Os resultados obtidos na avaliação da altura dos brotos encontram-se na tabela 3. TABELA 3: Efeito dos tipos morfológicos de mini estacas na altura dos brotos. 18 TRATAMENTO ALTURA DOS BROTOS(cm) T0 7,3 c T1 7,8 c T2 8,3 b T3 8,6 b T4 10,8 a* T5 8,1 b *Médias analisadas no sentido vertical, seguidas da mesma letra, não diferem entre si, ao nível de 5% de probabilidade. Podemos observar através da tabela 3, que novamente o tratamento 4 diferenciou-se estatisticamente dos demais tratamentos, apresentando o maior desenvolvimento em altura. Na figura 3 estão representados os resultados parciais em relação a altura dos respectivos tratamentos aos 120 dias após a instalação da pesquisa ALTURA EM m R E N D IME N T O E M AL T U R A D OS T R AT AME N T OS 80 60 40 20 0 T0 T1 T2 T3 TRATAM ENTO S T4 T5 19 Na figura 2 são apresentados uma visaõ da diferença entre os tratamentos aplicados aos 150 dias, na figura 3 estão apresentados a diferença de enraizamento dos diferentes taratamenos. Figura 2- Visão geral dos tratamentos aplicados. Figura 3 estão apresentados a diferença de enraizamento dos diferentes taratamenos T1 T2 T3 T4 T5 T6 5.CONCLUSÃO De acordo com os resultados obtidos no presente trabalho, pode-se concluir de maneira preliminar e parcial que: - O tratamento 4 obteve os melhores resultados em relação a todos os parâmetros avaliados 20 - Preliminarmente a dose mais indicada para produção de mudas de Platanus x acerifolia, foi (7,5 g de Bacsol + 2,5ml de Orgasol em 1litro de água). 6.BIBLIOGRAFIA BRISCOE, C. B. Establishment and early care of sycamore plantations, U.S., Department of Agriculture, Forest Service Research Paper SO-50, 1969, 18p. CARNEIRO, J.G. de A., Produção e controle de qualidade de mudas florestais.Curitiba: UFPR/FUPEF; Campos: UENF, 1995, 451p. DANIEL, O. ; VITORINO, A.C.P.; ALOVISI, A.A. et al. Aplicação de Fósforo em mudas de Acacia mangium WILLD. Revista Árvore, Viçosa, v.21,n.2,p.163-168, 1997. FACHINELO, J. C., HOFFMAN, A., NACHTIGAL, J. C., KERSTEN, E., FORTES, G. R. 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P.601. 22 CAPITULO 2 UTILIZAÇÃO DE BACSOL E ORGASOL NA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Platanus x acerifolia JUAREZ MARTINS HOPPE MAURO VALDIR SCHUMACHER FRANCO FREITAS QUEVEDO RODRIGO THOMAS GUILHERME IVANOV TANIA DIAS JUAREZ PEDROSO FILHO 1.INTRODUÇÃO: Um bom plantio florestal depende em muito da qualidade das mudas produzidas pelo viveirista, e para que estas possuam qualidade superior, é necessário que as mesmas estejam nutridas adequadamente. Para Santos (1995), o êxito de um reflorestamento depende diretamente das potencialidades genéticas das sementes e da qualidade das mudas produzidas. Segundo Gonçalves (2000) as características da muda de boa qualidade estão intrinsecamente relacionadas com seu potencial de sobrevivência e crescimento no campo após o plantio, o que determinará a necessidade de replantio e demanda de tratos culturais de manutenção do povoamento recém implantado. Uma muda com boa qualidade, sem dúvida alguma, passa por um bom substrato, pois a germinação, iniciação radicial e aérea, estão associados com uma boa capacidade de aeração, drenagem e retenção de água. As disponibilidades dos mesmos estão todos intimamente ligados a um bom substrato (Gonçalves e Poggiani, 1996). De acordo com Carneiro (1995) é conhecido o fato de que, em condições favoráveis, como as de viveiro, bons fenótipos podem ser produzidos até por pobres genótipos. As mudas de Platanus x acerifolia são produzidas através de estacas retiradas de seus ramos, e são plantadas em recipientes, como sacos plásticos ou tubetes, ou ainda podem ser produzidas diretamente no solo. Porém, os plantios de Platanus x acerifolia realizado com mudas produzidas em raiz nua torna-se muito oneroso, devido ao tamanho das mesmas as 23 quais exigem grandes covas, resultando num maior gasto com a mão de obra, além dos custos de extração do viveiro e também com o transporte. Uma das principais dificuldades na implantação desta espécie se diz respeito ao seu enraizamento, que é responsável por elevadas taxas de mortalidade das estacas. Com o objetivo de sanar essa dificuldade, a presente pesquisa teve por objetivo avaliar o desenvolvimento das mudas produzidas por estaquia de Platanus x acerifolia, com a aplicação de Orgasol e Bacsol, a fim de melhorar o enraizamento e a qualidade das mesmas. O Bacsol é um composto que contém uma gama de bactérias além de outros microorganismos, classificados como rizosféricos, decompositoras, nitrogenadoras e parasitas. Esses microorganismos estão na forma de esporos que entram em intensa multiplicaçãoem contato com a umidade do solo. As bactérias participam ativamente quase sem exceção das transferências orgânicas de capital importância para que o solo possa manter com sucesso os vegetais superiores, as mesmas retêm o monopólio na transformação em três enzimas básicas: oxidação do nitrogênio (nitrificação), oxidação do enxofre e fixação do nitrogênio. Sob este angulo, são as mais simples e numerosas de todas as formas de vida, e talvez, as de maiores conseqüências (Brady, 1989). Os microorganismos aeróbicos podem fazer um trabalho mais completo de compostagem que os anaeróbios, logo que os aeróbicos degradam os compostos de carbono em gás carbônico e água que os tornam prontamente disponíveis para as plantas, este fato traz vantagens aos vegetais, uma vez que podem utilizar esta energia para crescer mais rápido e degradar mais matéria orgânica quando comparados aos anaeróbicos, além disto liberam nutrientes para as plantas, como nitrogênio, fósforo, magnésio e outros (Campbell, 1995). Além do Bacsol foi utilizado Orgasol que é um produto de enzimas orgânicas que melhora a capacidade da natureza das plantas, ativa o metabolismo e estimula reações químicas da seiva. A nutrição adequada das árvores é o pré-requisito para um crescimento satisfatório. Nutrientes fazem parte de todos os tecidos das plantas e também são importantes na função de catalisador, transportador, regulador de pressão osmótica, etc (Andrae, 1978). Segundo o mesmo autor, o abastecimento satisfatório se manifesta no crescimento bom e no aspecto sadio das plantas. 24 Mudas com adequado teor nutricional constituem uma suposição de adequado desenvolvimento e boa formação de sistema radicular, com melhor capacidade de adaptação ao novo local, após o plantio (Carneiro, 1995). O mesmo autor informa que o substrato quando de forma inadequada pode proporcionar condições para qualidade inferior das mudas, predispondo-as à doenças. Na escolha do meio de crescimento do sistema radicular devem ser observadas as características físicas e químicas relacionadas com a espécie a ser plantada, além dos aspectos econômicos. O ponto ideal de crescimento deve apresentar: homogeneidade, baixa densidade, boa porosidade, boa capacidade de campo, e boa capacidade de troca catiônica, serem isento de pragas, organismos patogênicos, sementes estranhas e pH adequado. Gonçalves et al (2000), diz que é de suma importância o conhecimento das características do sistema radicular, principalmente o das raízes finas das árvores, como quantidade, distribuição em profundidade, e interação com o solo, para a definição e também tomada de decisões sobre práticas de preparo de solo e fertilização. Também é de grande importância, além da aplicação dessas práticas, o conhecimento da configuração do sistema radicular é extremamente importante como fonte como fonte de subsídios úteis na explicação de processos ecofisiológicos básicos, principalmente os que são relacionados com a nutrição mineral e o balanço hídrico das árvores. Cada sistema radicular tem sua forma e desenvolvimento único. O desenvolvimento inicial parece possuir forte controle genético, porém pode ser modificado por algumas características do solo, como densidade, umidade, temperatura, textura, entre outras, além de condições relacionadas às circunstâncias na qual se encontra a árvore, como competição entre raízes, disponibilidade de fotoassimilados, densidade entre árvores, entre outras, Gonçalves et al (2000). Segundo os mesmos autores, o sistema das árvores pode ser caracterizado tomandose por base, pelo hábito de enraizamento, que se refere à direção distribuição e estrutura das raízes responsáveis pela sustentação; e a intensidade de raízes que refere-se a forma, distribuição e pelo número das raízes de absorção. Outro fator a ser observado é a quantidade de matéria orgânica existente no substrato. Aldhous e Cordell e Filer JR. apud Carneiro (1995), afirmam que a matéria orgânica tem a capacidade de reter a umidade e nutrientes no substrato, da mesma forma que a 25 argila. O húmus tem a propriedade de expansão e retenção, em resposta à condições de umidade e de seca, auxiliando na manutenção de uma adequada estrutura dos substratos. Warkentin apud Carneiro (1995), recomendou a adição de matéria orgânica como o modo mais fácil de mudar estas características físicas, trazendo ainda como vantagem a estabilização estrutural e adequação das dimensões dos poros. Segundo Kiehl (1985), a matéria orgânica atua diretamente na biologia do solo, constituindo-se numa fonte de energia e nutrientes para os organismos que participam de seu ciclo biológico; mantendo o solo em estado de constante dinamismo, exerce um importante papel na fertilidade e na produtividade das terras. Indiretamente, a matéria orgânica atua na biologia do solo pelos seus efeitos nas propriedades físicas e químicas, melhorando as condições para a vida vegetal. Daí a justificativa como melhoradora ou condicionadora do solo. A matéria orgânica do ambiente (MOA) é constituída de agentes de quelação de íons metálicos micronutrientes de plantas e, também, de íons de metais pesados tóxicos para essas mesmas plantas e para outros sistemas vivos do ambiente. Assim, a MOA do ambiente tem função importante na nutrição de plantas, na estruturação do solo por ligar a ela diversas estruturas inorgânicas como as argilas que, por sua vez, se ligam a outras moléculas da MOA e, de resto, tem função na sustentação da vida na terra. 2.MATERIAL E MÉTODOS: A presente pesquisa foi realizada no Centro Tecnológico de Silvicultura, Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria, com a espécie Platanus x acerifolia a mesma foi instalada no dia 22 de julho de 2003. Experimento 1: O substrato utilizado nessa pesquisa foi constituído por casca de arroz e esterco bovino distribuído em vasos de polietileno, com o fundo vedado e 3 dm³ de volume. As estacas utilizadas nesse trabalho foram selecionas, previamente, e após, tiveram as suas pontas inferiores molhadas em diferentes concentrações de Orgasol (Quadro 1). Logo após as 26 mesmas foram colocadas em contato com o Bacsol de maneira que houvesse adesão do produto na parte basal inferior da estaca. QUADRO 1 — Descrição dos tratamentos. Tratamentos Descrição T0 Sem Orgasol T1 5 ml de Orgasol para 1 litro de água T2 7,5 ml de Orgasol para 1 litro de água T3 10 ml de Orgasol para 1 litro de água T4 12,5 ml de Orgasol para 1 litro de água Foram realizadas ainda duas aplicações de Orgasol durante o decorrer do experimento, nos dias 15 e 28 de outubro de 2003, nas quais foram colocados 5 ml de Orgasol por 10 litros de água. A análise estatística foi realizada pelo software ESTAT-Sistema para Análise Estatística (V.2.0), desenvolvido pelo Pólo Computacional do Departamento de Ciências Exatas da UNESP-FCAV-Campus Jaboticabal. Na avaliação da melhor dose de Orgasol para a produção de mudas de plátanos foi realizada determinação de altura e diâmetro de colo. Sendo as mudas avaliadas uma única vez aos 3 meses. Experimento 2: O substrato utilizado nessa pesquisa foi o mesmo utilizado no experimento anterior, porém as plantas foram colocadas em caixa, com fundo coberto com lona plástica de polipropileno As estacas utilizadas nesse trabalho foram selecionas e após, tiveram as pontas inferiores molhadas em vasilhas com Orgasol e Bacsol, sendo que o primeiro em concentrações diferentes a cada tratamento e o segundo diluído no Orgasol em doses constantes, como descrito abaixo (Quadro 2). 27 QUADRO 2 — Descrição dos tratamentos. Tratamentos Descrição T0 Sem orgassol e sem bacsol T1 10 ml de Orgasol para 1 litro de água+5g/l de bacsol T2 20 ml de Orgassol para 1 litro de água+5g/l de bacsol T3 30 ml de Orgasol para 1 litro de água+5g/l de bacsol A análise estatística foi realizada pelo software ESTAT-Sistema para Análise Estatística (V.2.0), desenvolvido pelo Pólo Computacional do Departamento de Ciências Exatas da UNESP-FCAV-Campus Jaboticabal. Na avaliação da melhor dose de Orgasol para a produção de mudas de plátanos foi realizada determinação de altura e diâmetro de colo. Sendo as mudas avaliadas uma única vez aos 6 meses. 3.RESULTADOS E DISCUSSÃO Para Evert e Smittle apud Lazzari (1997), as essências florestais podem responder positivamente a prática de propagação por estaquia, principalmente se forem utilizadas técnicas como aplicação de reguladores de crescimento e nebulização intermitente. Segundo Ono et al. apud Lazzari (1997) essa prática vem se destacando como um método de propagação muito importante dentre os que utilizam a via de reprodução assexuada, sendo que os seus principais objetivo são a perpetuação de novas variedades oriundas de processos de melhoramento genético e a produção de porta-enxertos clonais. Fachinello et al. apud Lazzari (1997), diz ainda que para que seja viável o uso da estaquia de maneira comercial, três fatores devem ser observados, são eles: facilidade de enraizamento de cada espécie e/ou cultivar, qualidade do sistema radicular formado e desenvolvimento posterior da planta na área de produção. A arquitetura do sistema do sistema radicular exerce grande influência na qualidade das mudas. Assim, estes autores concluem que, mudas com sistema radicular bem estruturado, com maior quantidades de ápices radiculares, têm qualidade superior, o que pode ser medido pelo teste de PCR (Potencial de Crescimento Radicial), pelo número de emissão de novas raízes (Mexal & Landis apud José, 2003). 28 A restrição do sistema radicular limita o crescimento e o desenvolvimento de várias espécies, pela redução da área foliar, altura e produção de biomassa (Reis et al., 1989). Segundo Tedesco (1999), o sistema radicular não contribui muito para a massa seca total. Contudo, para a autora esses resultados obtidos sobre essa variável vêm de encontro com o que diz Carneiro (1995), que se refere a esse parâmetro como um valor muito pequeno, que possui um grande número de pêlos absorventes (valor do seu peso quase desprezível), tendo essa grande importância para a sobrevivência e crescimento, devendo-se ressaltar principalmente a importância das raízes fisiologicamente ativas, comparadas aos parâmetros morfológicos. Wang e Andersen apud Lazzari (1997), afirmam que os níveis de carboidratos, água, fito-hormônios e nutrientes minerais podem maximizar significativamente a percentagem de enraizamento do plátano, conseqüentemente, fazer com que a estaquia seja um método economicamente viável aos viveiristas. Experimento 1: No Quadro 3, pode-se observar os resultados obtidos para altura com a aplicação dos tratamentos.para o experimento 1: QUADRO 3 — Alturas obtidas com a aplicação de diferentes doses de orgasol. Tratamentos Altura ( cm) 0 25,5 1 22,3 2 39,8* 3 24,2 4 16,9 * Resultados obtidos por regressão por análise estatística realizada pelo software ESTAT A curva abaixo na Figura 1 representa os resultados obtidos pela regressão para o parâmetro altura, onde o tratamento 2 apresentou os melhores resultados, ao passo que o tratamento 4 apresentou as piores médias. 29 FIGURA 1 — Representação da variação em altura na análise de regressão. R² = 0,50 Y = 0,97 + 0,16x +0,294 x² Altura (cm) 50 40 30 20 10 0 2 0 3 1 4 Tratamentos Experimentos conduzidos no estado de Oklahoma, EUA, com espécies florestais, tiveram maior índice de sobrevivência muda com menor altura e maior diâmetro de colo, relata Torres apud Santos (1995). Bacon apud Santos (1995), relacionou uma série de pesquisas de diversos autores que mostraram uma correlação positiva entre altura da parte aérea das mudas e a altura das árvores um e três anos após o plantio. Segundo Mayer apud Carneiro (1995), a altura da parte aérea, tomada isoladamente, foi por muito tempo o único parâmetro utilizado para avaliação da qualidade das mudas. Recomenda-se que os resultados obtidos por essa característica só sejam analisados, quando combinados com outros parâmetros, como diâmetro de colo, peso, relação peso das raízes/peso da parte aérea, entre outros. O Quadro 4, apresenta os resultados obtidos para diâmetro de colo com a aplicação dos tratamentos. 30 QUADRO 4 — Diâmetro de colo obtidos com a aplicação de diferentes doses de Orgasol. Tratamentos Diâmetro de colo (mm) 0 5,5* 1 5,0 2 6,5 3 5,6 4 4,8 * Resultados obtidos por regressão por análise estatística realizada pelo software ESTAT. A Figura 2 representa os resultados obtidos pela regressão para o parâmetro diâmetro de colo, onde o tratamento 2 apresentou os melhores resultados. De acordo com a curva o tratamento 4 apresentou os piores resultados. D iâ m e tr o d e c o lo (m FIGURA 2 — Representação da variação em diâmetro de colo na análise de regressão. 8 6 4 2 0 R² = 0,43 Y = 0,419 + 0,1248x + 0,2232x² 2 3 0 T ra ta m e nto s 1 4 31 Experimento 2: No Quadro 4, pode-se observar os resultados obtidos para altura com a aplicação dos tratamentos.para o experimento 2: QUADRO 5 — Alturas obtidas com a aplicação de diferentes doses de Orgasol. Tratamentos Altura( cm) 0 61,7 1 88,9 2 110,4* 3 81,2 * Resultados obtidos por regressão por análise estatística realizada pelo software ESTAT A curva abaixo (Figura 3) representa os resultados obtidos pela regressão para o parâmetro altura de mudas, onde o tratamento 2 apresentou os melhores resultados, já o tratamento 0 apresentou os piores resultados. FIGURA 3 — Representação da variação em altura (cm) na análise de regressão. A lt u r a (c R² = 0,92 120 100 80 60 40 20 0 Y = 0,5+ 0,78x +0,14x² T0 T1 T2 T r a t a m e n to s T3 32 No Quadro 5, pode-se observar os resultados obtidos para diâmetro de colo com a aplicação dos tratamentos.para o experimento 2. QUADRO 6 — Alturas obtidas com a aplicação de diferentes doses de Orgasol. Tratamentos Altura (cm) 0 7,6 1 8,9 2 11,5* 3 8,5 * Resultados obtidos por regressão por análise estatística realizada pelo software ESTAT. A Figura 4 representa os resultados obtidos pela regressão para o parâmetro diâmetro de colo, onde o tratamento 2 apresentou os melhores resultados, no entanto, o tratamento 0 apresentou os piores resultados. D iâ m e tro d e c o lo (m FIGURA 4 — Representação da variação em diâmetro do colo na análise de regressão. 15 10 R² = 0,715 5 Y = 0,25 + 0,58x + 0,107x² 0 T0 T1 T2 T3 T ra ta m e n to s Kartelev apud Santos (1995), afirmou que o diâmetro de colo de mudas de Pinus sylvestris constitui-se na principal característica que definiu sua qualidade: com o aumento do seu valor, aumentou a freqüência de raízes, a formação de botões e a lignificação dos tecidos das mudas. 33 O parâmetro diâmetro de colo, em geral, é o mais observado para indicar a capacidade de sobrevivência da muda a campo (Daniel, 1997). Abetz & Prange apud Carneiro (1995), pesquisando mudas de Picea abies observaram que, mudas com espessas dimensões de diâmetro de colo, venceram mais rapidamente a concorrência com a vegetação, após o plantio. De acordo com Carneiro (1995), muitas pesquisas têm demostrado que existe uma forte correlação entre percentagem de sobrevivência e o diâmetro de colo das mudas, medido na ocasião do plantio. Schimidt – Vogt e Gürth apud Carneiro (1995),confirmaram uma existência clara de superioridade de mudas mais espessas, em relação as de menores espessuras. Esta superioridade foi mais nítida, quando se tratou de mudas de maiores alturas da parte aérea. Chegando a conclusão que as plantas mais altas, com menores diâmetros, tiveram menor desempenho de crescimento. O mesmo autor juntamente com Ramos (1981), acompanharam o comportamento de mudas de Pinus taeda L., seis anos após o plantio. Mudas com diferentes dimensões iniciais de altura e diâmetro, apresentaram valores equivalentes em DAP, altura e volume ao fim do período de 6 anos. Contudo os resultados permitiram concluir que só mudas desta espécie com diâmetro de colo superiores a 3,7 mm devem ser expedidos para o campo; pelo menos até 15 meses após o plantio seu desempenho foi maior, o que significou que mais rapidamente saíram da concorrência com a vegetação, diminuindo os custos de manutenção da limpeza do povoamento. Para South et al. apud Carneiro (1995), pesquisando interação de diâmetro de colo de mudas de Pinus radiata com a percentagem de sobrevivência após o plantio, obtiveram conclusões que os tratamentos com maiores dimensões de diâmetro mostraram maiores percentuais de sobrevivência independentemente de tipo de preparo de solo ou controle de vegetação. 4.CONCLUSÃO Experimento1: O tratamento indicado para a produção de mudas de Platanus acerifolia foi o T2 (7,5mL de Orgasol para 1 litro de água , com aplicação de dose de Bacsol) o qual apresentou os melhores resultados para os parâmetros analisados. 34 Experimento2: O tratamento que apresentou os melhores resultados para produção de mudas de plátano em raízes nuas foi o tratamento 2 (20ml de Orgasol para 1 litro de água) em ambos os parâmetros analisados, sendo indicado portanto para a produção de mudas dessa espécie nessas condições, ao passo que as piores médias ficaram com o tratamento testemunha(sem Orgasol) 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ANDRAE, F.H., Ecologia Florestal. 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De entre estas há a Nicotina tabacum, a que suscita maior interesse, sendo que o seu cultivo é originário do chamado Mundo Novo. • História breve O tabaco era conhecido e utilizado em amplas zonas do continente americano antes da chegada dos portugueses e espanhóis. "Bebida, comida ou fumada, esta planta intervinha nas cerimonias religiosas, rituais de passagem (adolescência – idade adulta) e usado de forma quotidiana desde a nascente do Mississipi até à Patagônia, e quando faltava o tabaco muitos aborígenes diziam que a tribo estava pobre". A chegada de Cabral ao Brasil, a descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, a exploração da Costa Africana, a chegada de Colombo à América, de entre outros conhecimentos adquiridos nessa altura, supõe o primeiro contato dos ocidentais com esta apreciada planta. A partir de então, rapidamente o seu uso se estendeu a toda a Europa empurrado, sobretudo, pelo grande valor terapêutico que lhe era atribuído. Foi de tal forma a aceitação e velocidade de difusão que a Coroa de Espanha optou por submeter o comércio a um regime de monopólio estatal. Rapidamente ingleses e espanhóis 37 invadiram o mundo com uma substância até então desconhecida o que provocou uma forte repressão por muitas autoridades. Como anedota, refira-se que no século XVII o Zar M. Fedorovich ordenou martirizar qualquer fumador até que este confessasse quem lhe tinha fornecido o tabaco, para cortar o nariz a ambos. Na mesma linha, o sultão Murad IV "gostava de surpreender os homens fumando, inclusive no campo de batalha, e castigá-los com decapitação, desmembramento ou mutilações de pés e mãos". O Papa Urbano VIII excomungava quem se permitisse abuso tão repugnante junto das dioceses e nos seus arredores. A partir do século XVIII as proibições cessam e o uso do tabaco cresce de forma gradual. Ao longo do século passado, o cigarro passou a ser aceite socialmente com a revolução industrial, que facilitou a produção manufaturada em larga escala e enraizou este hábito. Como é sabido, são muitas as razões que contribuíram para a sua expansão: os grandes interesses econômicos dos países produtores e empresas multinacionais, as próprias características da substância, o tremendo boom publicitário que acompanha a sua difusão, etc. O fumo (Nicotiana tabacum L), é cultivado com fins comerciais pelo menos em 97 países em todo o planeta. Mesmo sendo uma planta de origem tropical, a maior parte de sua produção esta concentrada em regiões temperadas. (Balardin, 2003) O maior produtor mundial é a China , que é responsável aproximadamente por 1/3 de toda produção mundial (Balardin, 2003), além de outros países como, Estados Unidos, Brasil, Índia e países do Leste Europeu. O sistema de produção de mudas possui grande importância, pois pode representar um caráter preventivo na melhoria na sanidade das plantas, sendo assim as mudas avaliadas a presente pesquisa foram produzidas em vasos. Embora a fumicultura tenha evoluído muito desde sua implantação na região sul do Brasil, a técnica de produção de mudas pouco avançou até o desenvolvimento do sistema Float. Com essa prática as mudas são produzidas em bandejas instaladas sobre uma fina camada de água e as sementes peletizadas germinam em substrato apropriado.(Souza Cruz,1998). Um dos principais fatores de garantia de uma boa produtividade das lavouras de fumo é a qualidade das mudas plantadas,. mudas uniformes, bem desenvolvidas e sadias certamente são a base para uma boa safra. 38 Uma muda com boa qualidade, sem dúvida alguma, passa por um bom substrato, pois a germinação, iniciação radicial e aérea, estão associados com uma boa capacidade de aeração, drenagem e retenção de água. A disponibilidade dos mesmos estão todos intimamente ligados a um bom substrato (Gonçalves e Poggiani, 1996). Substrato é o meio em que as raízes proliferam-se para fornecer suporte estrutural à parte aérea das mudas e também as necessárias quantidades de água, oxigênio e nutrientes. As características do substrato são resultantes da interação , ao longo de décadas, de forças climáticas e de organismos vivos que atuam sobre o material de origem, formando um sistema composto por três fases: sólida, líquida e gasosa. ( Carneiro ,1995 ). Para May (1984) Apud Carneiro (1995), a fertilidade do substrato é definida como a qualidade que permite o fornecimento dos elementos necessários ou dos componentes que contém estes elementos, em quantidades adequadas para o crescimento das mudas. Gonçalves et al. (2000), citam que um bom substrato apresenta as seguintes características: boa estrutura e consistência de forma a sustentar e acomodar as sementes durante a germinação e enraizamento; boa porosidade de modo a permitir pronta drenagem do excesso de água durante as irrigações e chuvas, mantendo adequada aeração junto ao sistema radicular; boa capacidade de retenção de água de modo a evitar as irrigações muito freqüentes. Além disso, o substrato não deve se contrair excessivamente após a secagem; isento de substâncias tóxicas; inóculos de doenças e de plantas invasoras, insetos e sais em excesso; deve ser bem padronizado, com características químicas e físicas pouco variáveis de lote para lote, ou seja, o substrato deve apresentar boa homogeneidade de partículas, com poucas partículas inertes, sobretudo as grandes, que tomam muito espaço sem nenhuma contribuição para a capacidade de agregação e retenção de água e nutrientes, principalmente para uso em recipientes com pequeno volume; prontamente disponível em quantidade adequada e custos economicamente viáveis, “o principal critério para definir as características adequadas do substrato deve se basear em suas características físicas. As características químicas são relativamente fáceis de serem corrigidas com as fertilizações de base e cobertura”. Segundo Aldhous (1975) Apud Carneiro (1995), o substrato bem drenado deve apresentar cerca de 10% de argila e 15% de silte, constituindo o percentual restante de areia. Mudas produzidas em substratos com teores de silte e argila menores que 10%, requerem maior cuidado no que se refere ao fornecimento de nutrientes. 39 May (1984) Apud Carneiro (1995), também concordou com as percentagens indicadas por Aldhous (1975), em se tratando de produção de mudas de Pinus. Para este gênero, citando alguns pesquisadores- South & Davey (1983) Apud Carneiro (1995) – recomendaram que o substrato não deve conter menos que 75% de areia. A presença de um ou mais componentes numa mistura de substratos com partículas de diâmetro menor ou igual ao diâmetro médio dos macroporos da mistura leva ao bloqueio de grande parte da macroporosidade ( Gonçalves et al. ,2000 ). Das recomendações de Aldhous (1975), South & Davey (1983) e May (1984) Apud Carneiro (1995), conclui-se que os substratos dos viveiros deva ser arenoso, franco arenoso ou areia franca. Schubert & Adams (1971) e Davey (1984)Apud Carneiro (1995), alertam sobre a necessidade de adição de matéria orgânica para melhorar as características químicas e físicas do substrato. Aldhous (1975) e Cordell & Filer JR. (1984) Apud Carneiro (1995), ainda acrescentam que a matéria orgânica tem a capacidade de reter a umidade e nutrientes no substrato, da mesma forma que a argila. O húmus tem a propriedade de expansão e retenção, em resposta à condições de umidade e de seca, auxiliando na manutenção de uma adequada estrutura dos substratos. Warkentin (1984) Apud Carneiro (1995), recomendou a adição de matéria orgânica como o modo mais fácil de mudar estas características físicas, trazendo ainda como vantagem a estabilização estrutural e adequação das dimensões dos poros. Para Valeri (2000) Apud Gonçalves (2000), os componentes orgânicos mais usados para a produção de mudas são esterco de curral curtido, húmus de minhoca, cascas de Eucalyptus spp ou Pinus spp decompostas e bagacilho de cana decomposto. Para os mesmos autores os diferentes tipos de material orgânico a serem utilizados é que determinam as características físicas do substrato. Segundo Kiehl (1985), a matéria orgânica atua diretamente na biologia do solo, constituindo-se numa fonte de energia e nutrientes para os organismos que participam de seu ciclo biológico; mantendo o dolo em estado de constante dinamismo, exerce um importante papel na fertilidade e na produtividade das terras. Indiretamente, a matéria orgânica atua na biologia do solo pelos seus efeitos nas propriedades físicas e químicas, melhorando as 40 condições para a vida vegetal. Daí a justificativa como melhoradora ou condicionadora do solo. Do ponto de vista fermentativo, é um produto orgânico estável, isto é, não mais sujeito a fermentações, diferenciando-se, assim, de outros produtos orgânicos por ser aplicado de imediato e diretamente em contato com as raízes das plantas (Martinez ,1995). A IMPORTÂNCIA DAS BACTÉRIAS: As bactérias participam ativamente quase se exceção as transferências orgânicas de capital importância para que o solo possa manter com sucesso os vegetais superiores , as mesmas retém o monopólio na transformação em três enzimas básicas : oxidação do nitrogênio (nitrificação), oxidação do enxofre e fixação do nitrogênio . Sob este angulo, são as mais simples e numerosas de todas as formas de vida, e talvez, as de maiores conseqüências (Brady, 1989). Os microorganismos aeróbicos podem fazer um trabalho mais completo de compostagem que os anaeróbios, logo que os aeróbicos degradam os compostos de carbono em gás carbônico e água que os tornam prontamente disponíveis para as plantas, este fato traz vantagens aos vegetais, uma vez que podem utilizar esta energia para crescer mais rápido e degradar mais matéria orgânica quando comparados aos anaeróbicos, além disto liberam nutrientes para as plantas, como nitrogênio, fósforo, magnésio e outros ( Campbell, 1995). Sendo assim apresente pesquisa teve como objetivo avaliar o crescimento de plantas de fumo utilizando Bacsol. 2-MATERIAL E MÉTODOS A presente pesquisa foi realizada no Centro Tecnológico de Silvicultura, Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria encontra-se aos 290 41´ 25´´ de Latitude Sul e 530 48´42´´ de Longitude Oeste, a uma altitude de aproximadamente 95 metros ( INEMET; 1931-1974). 41 Segundo a classificação climática de Köpenn, Apud Moreno (1961), o local de estudo encontra-se em uma região de clima do tipo “cfa´´ (subtropical úmido), com temperatura média anual de 190 C e precipitação média anual de 1769 mm. BACSOL AGRÍCOLA - é um produto composto de aproximadamente 206 tipos de bactérias e microorganismos, classificados como: risosféricos, decompositores, nitrogenadores, e predadores de pragas de solo, são ativadoras de nutrientes do solo, melhorador do solo, defesas contra nematóides, defesa contra doenças fungicas do solo e defesa contra algumas pragas. as bactérias, especificamente as quelatizantes de ferro, atuam na liberação de fósforo, cálcio e outros elementos retidos nos colóides de ferro, aumentando a disponibilização para as plantas. os quelatizantes são ácidos orgânicos denominados "sideróforos", produto metabólico da atividade microbiana nas risosferas da planta. os microorganismos do bacsol decompositores de matéria orgânica aceleram o processo de uma forma benéfica, aumentando a disponibilidade de elementos com nitrogênio n, fósforo p, potássio k, enxofre, entre outros. o bacsol contém bactérias transformadoras de nitrogênio, tanto fixador do nitrogênio do ar como os responsáveis pela nitrificação dos nitrogênios dos adubos e matéria orgânica. o uso contínuo do bacsol, em conjunto com outras práticas de manejo, provocam mudanças significativas no solo, como a reestruturação física, tornando-o mais poroso e criando condições favoráveis ao desenvolvimento dos vegetais. o uso do bacsol proporciona uma redução na adubação, dependendo da análise de solo, de até 50% ou mais, causando assim uma redução significativa no custo de produção. os microorganismos presentes no bacsol atuam diretamente nas risosferas da planta vivendo em simbiose com o meio, reestabelecendo a cadeia biológica natural, melhorando a disponibilização, de nutrientes, defesas naturais do solo, decomposição de material orgânico transformando-os em ácidos orgârnicos aproveitáveis e humus. o bacsol é registrado e certificado como produto orgânico pelo ibd instituto bio dinâmico de botucatu - sendo assim totalmente benéfico para o meio ambiente. Na tabela 2 estão descritos todos os tratamentos utilizados na presente pesquisa, com mudas de Nicotiana tabacum L. 42 TABELA 2: Descrição dos tratamentos para a produção de mudas de fumo TRATAMENTOS DESCRIÇÃO T1 0g de Bacsol por m³ de substrato T2 400g de Bacsol por m³ de substrato T3 600g de Bacsol por m³ de substrato T4 800g de Bacsol por m³ de substrato T5 1000g de Bacsol por m³ de substrato Para a instalação do presente experimento utilizou-se o delineamento blocos ao acaso, com 6 tratamentos e 5 repetições. Os parâmetros analisados foram: altura total, diâmetro de colo, massa seca aérea e radicular, número de folhas A analise estatística foi realizada pelo software estatístico SPSS versão 7.5 para Windows, onde foi realizado o teste de Tukey em nível de 5% de significância. Figura 1- Visão geral da pesquisa 3-RESULTADOS E DISCUSSÃO No quadro 1 , pode-se observar as médias de desenvolvimento das mudas nos parâmetros analisados. QUADRO 1 –Desenvolvimento das mudas nos parâmetros analisados no viveiro florestal. 43 Trat DC H MSA MSR N°FOLHAS 0 5,1 c 27,4 c 15,85 c 14,2 c 14,2 c d 1 5,8 b c 40,6 b 32,9 23,75 c 17,6 c 2 6,2 b 44,7 b 36,06 b 25,95 b c 21,2 b 3 6,4 b 52,0 b 39,59 b 32,0 b c 22 b 4 7,9 a* 60,5 a* 48,15 a* 38,4 a* 26,2 a* 5 6,5 b 40,5 b 28,75 a b 12,18 b 21 b b *Tratamentos com médias não seguidas pela mesma letra, diferem pelo teste de Tukey, em nível de 5% de probabilidade de erro. Logo após a realização do teste de tukey das médias, foi realizada uma análise de regressão onde obteve-se as equações de cada parâmetro avaliado, como descrito no quadro 2. QUADRO 2: Resultados das análises de regressão VARIAVEL R² Equações H 0,8714 Y= 0,1061 + 0,1865 X + 0,2205 X² DC 0,7638 Y= 0,3826 + 0,1363 X + 0,1596 X² MAS 0,7155 Y= 0,7758 + 0,1722 X + 0,2129 X² MSR 0,9103 Y= 0,6217 + 0,2220 X + 0,3125 X² N° DE FOLHAS 0,8205 Y= 0,76 + 0,6721 X + 0,7072 X² Segundo o quadro 1, a dose de Bacsol do tratamento 4 apresentou melhor resultado em altura, na analise realizada pelo teste de tukey a nivel de 5% de erro. A figura 2 demonstra o rendimento em altura dos tratamentos realizados na pesquisa. Figura 2- Resultado em altura das mudas aos 150 dias de semeadura Altura em cm R e s u lta d o e m a ltu ra d o s tra ta m e n to s 60 40 20 0 T0 T1 T2 T3 T ra ta m e n to s T4 T5 44 Bacon, Hawkins e Jermyn Apud Santos (1995), pesquisando mudas de um ano de Pinus elliottii constataram, em contraste com o diâmetro, que a altura da parte aérea teve pouca influência no desempenho das mudas no campo, especialmente sobre o crescimento em altura. Experimentos conduzidos no estado de Oklahoma, EUA, com espécies florestais, tiveram maior índice de sobrevivência mudas com menor altura e maior diâmetro de colo, relata Torres Apud Santos (1995). A variável diâmetro de colo o tratamento 4 obteve a melhor média em relação aos demais tratamentos, como demonstra a figura abaixo. Figura 3- Resultado em diâmetro de colo das mudas aos 150 dias de semeadura R e s u lt a d o e m d iâ m e t r o d e c o lo d o s tra ta m e n to s Dc em cm 1 0 ,0 0 5 ,0 0 0 ,0 0 T0 T1 T2 T3 T4 T5 T r a t a m e n to s Kartelev Apud Santos (1995) afirmou que o diâmetro de colo de mudas de Pinus sylvestris constitui-se na principal característica que definiu sua qualidade: com o aumento do seu valor, aumentou a freqüência de raízes, a formação de botões e a lignificação dos tecidos das mudas. O parâmetro diâmetro de colo, em geral, é o mais observado para indicar a capacidade de sobrevivência da muda a campo ( Daniel, 1997 ). Abetz & Prange Apud Carneiro (1995) pesquisando mudas de Picea abies observaram que, mudas com espessas dimensões de diâmetro de colo, venceram mais rapidamente a concorrência com a vegetação, após o plantio. O tratamento que apresentou o melhor resultado em massa seca aérea foi o tratamento 4, não diferenciando-se dos demais tratamentos, como representado na figura 4. 45 Figura 4- Resultado em massa seca aérea das mudas aos 150 dias de semeadura. Peso em gramas R e s u lta d o e m m a s s a s e c a a é re a d o s tra ta m e n to s 60 40 20 0 T0 T1 T2 T3 T4 T5 T r a ta m e n to s Massa seca aérea juntamente com a massa seca radicular representam sem duvida alguma num parâmetro de grande valor para análise dos resultados obtidos na pesquisa, massa seca das mudas revela sua produtividade foliar e radicular, o provável bom desempenho das mudas à campo das que obtiveram maior rendimento nesses fatores analisados. Já para o parâmetro massa seca radicular (Quadro 2), o melhor desempenho foi obtido pelo tratamento T4 (800g de Bacsol / m³ de substrato), não diferenciando-se significativamente dos outros tratamentos, sendo apresentado na figura 5 abaixo. Figura 5- Resultado em massa seca radicular das mudas aos 150 dias de semeadura peso em gramas Rendimento em massa seca radicular dos tratamentos 60 40 20 0 T0 T1 T2 T3 Tratamentos T4 T5 46 Outro fator de extrema importância é o número de folhas por planta, sendo assim a figura 6 demonstra o rendimento nesse parâmetro tão importante para produção de massa, o que é o objetivo dessa cultura. Figura 6- Resultado em número de folhas das mudas aos 150 dias de semeadura 30 unidades N° de folhas em R e n d im e n to e m n ú m e ro d e fo lh a s d o s tra ta m e n to s 20 10 0 T0 T1 T2 T3 T4 T5 T ra ta m e n to s As figuras abaixo mostram os resultados final das análises de forma apenas ilustrativa onde pede-se notar claramente a superioridade do tratamento 4 constituído de 800g de Bacsol por m³ de substrato, tratamento esse que obteve os melhores resultados em todos os parâmetros analisados. Figura 7-Representação meramente ilustrativa dos tratamentos aplicados nas mudas aos 150 dias depois da semeadura, mostrando sua evolução em relação aos tratamentos. T0 T1 T2 T3 T4 T5 47 Pode-se notar pelas figuras que a regressão forma uma curva ou uma parábola a qual representa a clara e nítida superioridade do tratamento 4, mostrando assim a necessidade de se determinar a dose ideal desse produto bacsol para cada espécie ou cultura agrícola, sendo de suma importância a determinação dessa dosagem do produto para cada tipo de cultura tanto florestal quanto agrícola. 4-CONCLUSÃO A dosagem mais indicada para produção de mudas de fumo foi a de 800g de Bacsol por m³ de substrato, o qual figurou como melhor tratamento em todos os parâmetros avaliados. Apresentando, inclusive a melhor média em diâmetro de colo, parâmetro esse, o mais indicado para sobrevivência das mudas à campo, fica claramente reproduzida na figura 2 a superioridade do tratamento 4. Figura 2-Diferença dos tratamentos aplicados no fumo. 5-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALARDIN, R.S.- Caderno técnico –Cultivar HF, Fevereiro /Março 2003,n° 18.UFSM Santa Maria, pg 10.il. 48 CAMPBELL, S. aproveitar bem Manual de compostagem para hortas e jardins: como o lixo domestico.São Paulo, Nobel, 1995, 151 p. CARNEIRO, J. G. A . Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR / FUPEF, Campos: UENF, 1995. 451 p. DANIEL, O. ; VITORINO, A. C. P.; ALOVISI, A.A. et al. Aplicação de Fósforo em mudas de Acacia mangium WILLD. Revista Árvore, Viçosa, v.21,n.2,p.163-168, 1997. GONÇALVES, J. L. M.; POGGIANI, F. Substratos para a produção de mudas florestais. In: SOLO-SUELO-CONGRESSO LATINO AMERICANO DE CIÊNCIA DO SOLO, 1996, Águas de Lindóia – SP. Resumos expandidos... Água de Lindóia: SLCS: SBCS: ESALQ/USP: CEA – ESALQ/USP:SBM, 1996. (CD Room). SANTOS, C.B. Efeito de Modelos e Tipos de Substratos na Qualidade de Mudas de Cryptomeria japonica. Santa Maria, RS. Tese de Mestrado. Universidade Federal de Santa Maria, 1995, 25p. SOUZA CRUZ. Cultura do fumo- Manejo Integrado de Pragas e doenças. Santa Cruz do Sul – RS. Editado pela Souza Cruz.1° edição 1998- pg 44.il. 49 CAPITULO 4 USO DO BACSOL NA DECOMPOSIÇÃO DE RESÍDUOS PROVENIENTES DA INDUSTRIA FUMAGEIRA JUAREZ MARTINS HOPPE MAURO VALDIR SCHUMACHER FRANCO FREITAS QUEVEDO RODRIGO THOMAS GUILHERME IVANOV TANIA DIAS JUAREZ PEDROSO FILHO 1-INTRODUÇÃO Nas ultimas décadas o mundo sofreu grandes transformação em todo os setores da sociedade organizada muitos problemas tem surgido e muitas soluções tem sido encontradas para inúmeros fatores dependentes da atuação do homem. Os recursos naturais são um dos fatores que mais sofreram agressões ao longo dos anos com tantas transformações sofridas pelo mundo moderno as mudanças são rápidas e muito problemáticas, como o uso do solo erroneamente; a exploração indiscriminada da Mata Atlântica e principalmente o uso irracional de nossas limitadas fontes de recursos hídricos. Sem dúvida alguma uma das questão que mais problemas gera para a sociedade atualmente é o grave problema do lixo, ou seja, com a explosão populacional das ultimas décadas o lixo tornou-se uma questão caótica em nossa sociedade, a preocupação com o meio ambiente e com as futuras gerações passa obrigatoriamente por uma reflexão sobre esse grave problema , incluindo ainda todas as outras formas de resíduos. Dentre todos os resíduos uma das grandes preocupações é com o chamado lixo orgânico, um dos grandes responsáveis pela proliferação de ratos e um grande número de insetos, esse lixo representa uma infinita fonte de matéria prima ainda sem uso definido, sendo assim pesquisas voltadas para solução desse problema são de fundamental importância para um aproveitamento ecologicamente viável desse lixo. Uma das alternativas encontradas para o aproveitamento dessa matéria prima é o seu uso como substrato para produção de mudas de todos os tipos, segundo Tan (1978), esses resíduos 50 urbanos são ricos em ácidos húmicos; essas substancias podem afetar o desenvolvimento das plantas de forma direta e indiretamente, diretamente podem melhorar a germinação, o crescimento, respiração e a adsorsão, indiretamente podem melhorar o ambiente mais especificamente o solo, tornando mais fértil e rico em nutrientes alem de melhorar sua estrutura . 2-Justificativa Com a utilização dos resíduos industriais como substrato, abre-se um leque de opções para a utilização do mesmo, pois um bom substrato desempenha um papel de importância fundamental na cadeia produtiva de mudas florestais. Para Carneiro (1995), o substrato é meio em que as raízes se proliferam para fornecer suporte estrutural à parte aérea das mudas e também as quantidades necessárias de água , oxigênio e nutrientes. Todos os elementos essências absorvidos pelas plantas são derivados da matéria orgânica que estão intimamente ligados ao substrato utilizado. 3-Objetivos A presente pesquisa tem como objetivos: - Definir a melhor dose de Bacsol na decomposição de resíduos oriundos da industria fumageira - Realizar uma decomposição nesse resíduo para posterior uso como matéria orgânica - Utilizar esse resíduo como substrato para mudas florestais 4-Revisão de literatura 4.1 Normas ABNT A geração e a disposição final de resíduos vem se tornando uma preocupação crescente em vista dos efeitos negativos que tem causados por sua disposição inadequadas. Kataoka(2003) 51 Segundo o mesmo autor a crescente demanda da sociedade pela manutenção e melhoria do ambiente tem sido exigido das autoridades e de particulares atividades de combate a poluição e agressão aos recursos naturais. A norma técnica da ABNT NBR10.004 “Resíduos sólidos classificação”(ABNT,1978), resíduos sólidos são todos os resíduos no estado sólido ou semi sólido de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial ou de serviços agrícolas. Sendo classificados quanto a sua origem ou grau de periculosidade frente a determinados padrões de qualidade ambiental. Assim resíduos provenientes da industria fumageira, pela norma técnica da ABNT NBR10.004, são classificados como resíduos de classe II. 4.2 Compostagem Compostagem é um processo de transformação de resíduos orgânicos em adubo humificado. Duas fases podem ser identificadas nessa transformação: a. a primeira é denominada digestão e corresponde à fase inicial da decomposição, na qual o material alcança o chamado estado de bioestabilização, onde a decomposição ainda não se completou. Porém, quando bem caracterizada por seus parâmetros, permite que se use o pré-composto como adubo sem risco de causar danos às plantas; b. a segunda fase, mais longa, é a da maturação na qual a massa em decomposição atinge a humificação, estado em que o adubo apresenta as melhores condições como melhorador e fertilizante do solo. 4.2.1Compostos orgânicos A prática demonstrou que há necessidade de se classificar o composto de acordo com o seu grau de decomposição. Pré-composto: É um material que foi tratado e teve um início de decomposição ("start" dos norte americanos), tem umidade e demais condições para prosseguir sua degradação biológica. É o lixo domiciliar tratado nas Usina de Reciclagem e Compostagem da Prefeitura do Município de São Paulo. 52 Composto bioestabilizado: Se o pré-composto vendido pela Prefeitura for armazenado na propriedade agrícola em leiras, dentro de 30 a 40 dias estará bioestabilizado ou semicurado, como o prático costuma chamar. Se o précomposto for incorporado à terra de cultura e se plantar depois de 30 a 40 dias, também estará semicurado, não causando danos às sementes e raízes de mudas transplantadas. Composto curado ou humificado: O pré-composto disposto em leiras revolvidas diversas vezes após 60 a 90 dias estará curado ou humificado, isto é, um adubo orgânico mais rico em húmus e sais minerais nutrientes das plantas. No solo o précomposto continua sua decomposição tornando-se, com o tempo, composto humificado. 4.3- Substratos Substrato é o meio em que as raízes proliferam-se para fornecer suporte estrutural à parte aérea das mudas e também as necessárias quantidades de água, oxigênio e nutrientes. As características do substrato são resultantes da interação , ao longo de décadas, de forças climáticas e de organismos vivos que atuam sobre o material de origem, formando um sistema composto por três fases: sólida, líquida e gasosa. ( Carneiro ,1995 ). Para May (1984) Apud Carneiro (1995), a fertilidade do substrato é definida como a qualidade que permite o fornecimento dos elementos necessários ou dos componentes que contém estes elementos, em quantidades adequadas para o crescimento das mudas. Gonçalves et al. (2000), citam que um bom substrato apresenta as seguintes características: boa estrutura e consistência de forma a sustentar e acomodar as sementes durante a germinação e enraizamento; boa porosidade de modo a permitir pronta drenagem do excesso de água durante as irrigações e chuvas, mantendo adequada aeração junto ao sistema radicular; boa capacidade de retenção de água de modo a evitar as irrigações muito freqüentes. Segundo Aldhous (1975) Apud Carneiro (1995), o substrato bem drenado deve apresentar cerca de 10% de argila e 15% de silte, constituindo o percentual restante de areia. Mudas produzidas em substratos com teores de silte e argila menores que 10%, requerem maior cuidado no que se refere ao fornecimento de nutrientes. May (1984) Apud Carneiro (1995), também concordou com as percentagens indicadas por Aldhous (1975), em se tratando de produção de mudas de Pinus. 53 Para este gênero, citando alguns pesquisadores- South & Davey (1983) Apud Carneiro (1995) – recomendaram que o substrato não deve conter menos que 75% de areia. A presença de um ou mais componentes numa mistura de substratos com partículas de diâmetro menor ou igual ao diâmetro médio dos macroporos da mistura leva ao bloqueio de grande parte da macroporosidade ( Gonçalves et al. ,2000 ). Para Valeri (2000) Apud Gonçalves (2000), os componentes orgânicos mais usados para a produção de mudas são esterco de curral curtido, húmus de minhoca, cascas de Eucalyptus spp ou Pinus spp decompostas e bagacilho de cana decomposto. Para os mesmos autores os diferentes tipos de material orgânico a serem utilizados é que determinam as características físicas do substrato. Compostagem é um processo biológico aeróbico e controlado de tratamento e estabilização de resíduos orgânicos para a produção de húmus. A biodegradação controlada de resíduos orgânicos é uma medida necessária a fim de viabilizar o potencial de fertilização da matéria orgânica e de evitar os fatores adversos causadas pela degradação descontrolada no meio ambiente. O composto orgânico quando mau curado pode trazer problemas quanto a infestação de patógenos e ervas daninhas; alta relação carbono/nitrogênio; produção de toxinas inibidoras de metabolismo das plantas e da germinação de sementes (Neto, 1996). 4.3. 1- Ácidos Húmicos A matéria orgânica do ambiente (MOA) é constituída de agentes de quelação de íons metálicos micronutrientes de plantas e, também, de íons de metais pesados tóxicos para essas mesmas plantas e para outros sistemas vivos do ambiente. Assim, a MOA do ambiente tem função importante na nutrição de plantas, na estruturação do solo por ligar a ela diversas estruturas inorgânicas como as argilas que, por sua vez, se ligam a outras moléculas da MOA e, de resto, tem função na sustentação da vida na terra. (Almeida 1991) Origina-se da decomposição química e microbiológica de resíduos vegetais (principalmente) e animais. É constituída de moléculas de variadas complexidades e pesos moleculares. Os ácidos húmicos (AH) e ácidos fúlvicos (AF), principais componentes da matéria orgânica do ambiente, são ricos em radicais livres e em grupos queladores de íons metálicos paramagnéticos como, VO2+, Mn2+, Fe3+ e Cu2+, todos micronutrientes importantes.(Almeida 1991) 54 As substâncias húmicas dividem-se em três classes, de acordo com a solubilidade em base forte e extrato tratado com ácido (LESSA et al, 1994) apud Classen1998): a) resíduo extraível, denominado humina; b) um precipitado escuro chamado ácido húmico; c) material orgânico que permanece na solução ácida, chamada de ácido fúlvico. De acordo com LAWSON et al(1989) apud Classen(1998), a oxidação do carvão através do ar atmosférico, ocorre a medida que o oxigênio é absorvido. A reação é lenta. Temperaturas elevadas (150oC) são necessárias durante algumas semanas para a produção máxima de ácidos húmicos. A matéria orgânica do solo é indispensável para as plantas. Sua origem resulta do acúmulo de resíduos vegetais e animais em decomposição. A matéria orgânica do solo é constituída de 60 a 90% de substâncias húmicas e de 10 a 40% de substâncias inertes, denominadas huminas. O emprego de substâncias húmicas no solo tem favorecido, com eficiência, a recuperação do seu carbono orgânico. As plantas, por sua vez, tratadas com tais substâncias são mais resistentes às pragas e têm maior rendimento em carboidratos. Classen(1998) Ácidos humicos e fulvicos são constituindo a maior parte da matéria orgânica de solos e sedimentos, as substâncias húmicas (SH) são materiais amplamente distribuídos na superfície terrestre, ocorrendo em quase todos os ambientes, do terrestre ao aquático. As SH originam-se da degradação biológica de resíduos animais e vegetais e da atividade sintética de microrganismos, possuindo, assim, propriedades diferenciadas. As frações húmicas mais importante e de maior ocorrência nos ecossistemas são os Äcidos Húmicos (AH) e Fúlvicos (AF) . As substâncias húmicas constituem um assunto de grande interesse por estarem relacionadas com uma série de aspectos ecofisiológicos e ecotoxicológicos tanto de plantas no ambiente terrestre como. Mais recentemente, o extraordinário potencial das substâncias húmicas (particularmente dos ácidos fúlvicos) na área médica vêm sendo investigado através de pesquisas no controle de doenças e ativação do sistema imunológico no homem (Senesi & Miano, 1994) apud Matsuo (1998). Sabe-se que as substâncias húmicas na água podem atuar na complexação de cátions metálicos, formando complexos estáveis e diminuindo a toxicidade dos metais aos organismos aquáticos. Atua também no transporte de nutrientes e na detoxicação de poluentes (Thurman, 1985) apud Matsuo(1998). Elevadas concentrações de compostos húmicos parecem atuar como proteção contra os raios UV, agindo como uma espécie de filtro solar 55 passivo (Campbell et al., 1997). As substâncias húmicas também estão diretamente relacionadas com as funções do sistema imune de organismos e possui alta capacidade antioxidante (Senesi & Miano, 1994) apud Matsuo(1998). Devido a estas qualidades, as substâncias húmicas estão despertando interesse crescente na comunidade científica. Para Canellas et al apud Cameron et al1997 a deposição de resíduos orgânicos nos últimos anos principalmente nas regiões produtoras próximas aos grandes centros metropolitanos . A presença e o elevado teor de matéria orgânica presente nesses materiais sugerem que eles possam ser utilizados como condicionadores de solo , aumentando a capacidade de armazenar água e fornecer nutrientes às plantas Canellas et al apud (Mays et al1973;Mazur et al 1983). Os teores de N, P e K são os parâmetros mais utilizados nas dosagens de resíduos orgânicos, sendo os teores destes elementos relacionados diretamente com a qualidade dos alimentos consumidos pelos animais, além do peso vivo dos mesmos (TAIGANIDES & HAZEN, 1966) apud Matsuo (1998). Para esses autores, são excretados com as fezes, em média, 75% de Nitrogênio, 80% de P2O5 e 85% de K2O. O potencial fertilizante de Nitrogênio depende da conservação de N-amoniacal, pois a volatilização de amônia é o principal responsável pela perda de Nitrogênio (MUCK, 1982; KIRCHMANN & WITTER, 1989). A utilização da matéria orgânica como fonte principal de adubação, permite que as plantas cresçam mais resistentes e fortes, restaurando ainda o ciclo biológico natural do solo, fazendo com que se reduzam de maneira significativa as infestações de pragas, diminuindo consequentemente as perdas e as despesas com agrotóxicos ( LONGO, 1987 ). 4.4. Relação carbono/ nitrogênio A relação carbono/nitrogênio, representada pelos símbolos desses elementos químicos C/N, é um índice que indica se a matéria orgânica está na forma de pré-composto, bioestabilizada (semicurada) ou humificada (curada). Para se obter a relação C/N sempre se divide o teor de carbono pelo de nitrogênio sendo que o de nitrogênio passa a ser representado por uma unidade. Assim, por exemplo, a palha de milho com 54% de carbono e 0,49% de nitrogênio tem uma relação C/N igual a 110/1 (lê-se: cento e dez para um); o sangue seco tem 48% de C e 12% de N, relação C/N igual a 4/1; a serragem de madeira e o papel tem relação acima de 56 500/1. O húmus sempre tem relação em torno de 10/1 (entre 8/1 e 12/1). Composto semicurado tem relação C/N em torno de 18/1 (13/1 e 20/1). O pré-composto produzido pelas usinas da Prefeitura de São Paulo tem relação C/N entre 23/1 e 30/1. Para início de compostagem a relação ideal é de 30/1 ou um pouco menor. Relações C/N altas (40/1 ou maiores ainda) aumentam o tempo de compostagem. 4.6- Importância das Bactérias As bactérias participam ativamente quase se exceção as transferências orgânicas de capital importância para que o solo possa manter com sucesso os vegetais superiores , as mesmas retém o monopólio na transformação em três enzimas básicas : oxidação do nitrogênio (nitrificação), oxidação do enxofre e fixação do nitrogênio . Sob este angulo, são as mais simples e numerosas de todas as formas de vida, e talvez, as de maiores conseqüências (Brady, 1989). Os microorganismos aeróbicos podem fazer um trabalho mais completo de compostagem que os anaeróbios, logo que os aeróbicos degradam os compostos de carbono em gás carbônico e água que os tornam prontamente disponíveis para as plantas, este fato traz vantagens aos vegetais, uma vez que podem utilizar esta energia para crescer mais rápido e degradar mais matéria orgânica quando comparados aos anaeróbicos, além disto liberam nutrientes para as plantas, como nitrogênio, fósforo, magnésio e outros ( Campbell, 1995). 5- Material e Métodos A presente pesquisa foi realizada no Centro Tecnológico de Silvicultura, Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria encontra-se aos 290 41´ 25´´ de Latitude Sul e 530 48´42´´ de Longitude Oeste, a uma altitude de aproximadamente 95 metros ( INEMET; 1931-1974). Os materiais utilizados na presente pesquisa foram caixas de polietileno com volume de 0,16m², demonstradas na figura 1. A matéria prima base da pesquisa são barbantes provenientes de resíduos industrias fumageiras. 57 Para a instalação da presente pesquisa foi utilizado o delineamento estatístico de bloco ao acaso, com quatro tratamentos e três repetições. Os parâmetros avaliados no resíduo orgânico serão grau de decomposição, relação c/n, e análise de micros e macros nutrientes. Figura 1 – Visão geral da área de compostagem Tabela 1: Refere-se aos produtos usados na presente pesquisa *. BACSOL AGRÍCOLA - É um produto composto de aproximadamente 206 tipos de bactérias e microorganismos, classificados como: risosféricos, decompositores, nitrogenadores, e predadores de pragas de solo. São ativadoras de nutrientes do solo, melhorador do solo, defesas contra nematóides, defesa contra doenças fungicas do solo e defesa contra algumas pragas. As bactérias, especificamente as quelatizantes de ferro, atuam na liberação de fósforo, cálcio e outros elementos retidos nos colóides de ferro, aumentando a disponibilização para as plantas. Os quelatizantes são ácidos orgânicos denominados "sideróforos", produto metabólico da atividade microbiana nas risosferas da planta. Os microorganismos do BACSOL decompositores de matéria orgânica aceleram o processo de uma forma benéfica, aumentando a disponibilidade de elementos com Nitrogênio N, Fósforo 58 P, Potássio K, enxofre, entre outros. O BACSOL contém bactérias transformadoras de nitrogênio, tanto fixador do nitrogênio do ar como os responsáveis pela nitrificação dos nitrogênios dos adubos e matéria orgânica. O uso contínuo do BACSOL, em conjunto com outras práticas de manejo, provocam mudanças significativas no solo, como a reestruturação física, tornando-o mais poroso e criando condições favoráveis ao desenvolvimento dos vegetais. O uso do BACSOL proporciona uma redução na adubação, dependendo da análise de solo, de até 50% ou mais, causando assim uma redução significativa no custo de produção. Os microorganismos presentes no BACSOL atuam diretamente nas risosferas da planta vivendo em simbiose com o meio, reestabelecendo a cadeia biológica natural, melhorando a disponibilização, de nutrientes, defesas naturais do solo, decomposição de material orgânico transformando-os em ácidos orgârnicos aproveitáveis e humus. O BACSOL é registrado e certificado como produto orgânico pelo IBD - Instituto Bio Dinâmico de Botucatu - sendo assim totalmente benéfico para o meio ambiente. No quadro 1 são apresentados os tratamentos e as doses de Bacsol utilizadas na presente pesquisa. Quadro 1-Doses de Bacsol utilizadas na execução da pesquisa. Tratamento Descrição T0 sem bacsol T1 400g de bacsol / m³ T2 800g de bacsol / m³ T3 1200g de bacsol / m³ 6 – Resultados e Discussão Para obtenção dos resultados da presente pesquisa foram realizadas analise dos seguintes itens, analise estatística e química dos tratamentos, os quais serão separadamente como forma de facilitar a compreensão. 6.1-Análise estatística discutidos 59 Para a obtenção dos resultados, foi usado o software estatístico STAT_ sistema para análises estatísticas (V.2.0 ) UNESP- FCAV- CAMPUS DE JABOTICABAL POLO COMPUTACIONAL/Depto. DE Ciências Exatas. 6.2- Macro e micro nutrientes 6.2.1Macronutrientes (g Kg –1) No Quadro 4 são apresentados os resultados da análise química dos macronutrientes no final da pesquisa. Quadro4 – Teores totais dos macronutrientes do substrato em gkg-1 . TRAT N P K Ca Mg T0 9,71 0,70 3,71 11,53 2,88 T1 13,51 0,71 3,13 17,76 2,91 T2 16,10 1,04 4,86 19,99 4,27 T3 16,22 1,21 6,2 24,17 5,31 No quadro 4 são apresentados os resultados das análises feitas nos tratamentos , e fica clara a superioridade do tratamento 3 onde para cada m³ de resíduo tem-se 800g de bacsol, esse tratamento obteve melhor resultado em N-P-K, esses macro nutrientes são considerados o tri – pé da fertilidade das plantas, assim sendo o tratamento descrito obteve maior quantidade desses nutrientes além do Mg. Abaixo são descritos a imfluencia de cada nutriente para a planta. Com relação aos macronutrientes, os sintomas visuais de deficiência e as maiores respostas à adubação têm sido observadas no campo, com mais freqüência, na seguinte ordem: P > N > K > Ca > Mg. Normalmente, para solos mais arenosos e deficientes no fornecimento de água, observa-se, mais freqüentemente, maiores respostas à adubação (GONÇALVES, 2000). O nitrogênio é um importante componente da clorofila, enzimas, proteínas estruturais, ácidos nucléicos e outros compostos orgânicos (HACSKAYLO, FINN & VIMMERSTED, 1969) e MAY (1984 e) Apud CARNEIRO (1995). 60 O fósforo, sem duvida alguma é um dos elementos mais importantes para o bom desenvolvimento das mudas , MALAVOLTA (1997) conclui que o fósforo possui um papel fundamental na vida das plantas, por participar dos chamados compostos ricos em energia, como o trifosfato de adenosina (ATP), sendo absorvido pelas raízes como H2PO4-, encontrando-se no xilema em maior proporção nessa forma. O mesmo autor complementa dizendo que o P, juntamente com o N, são os elementos mais rapidamente redistribuídos. BINKLEY (1993) Apud PEZZUTTI (1998) cita que o potássio é absorvido pelas plantas como cátion K+ e ele permanece com essa forma para realizar todas sua funções nas plantas. Uma das funções principais do potássio é de ativar muitas enzimas. O controle de abertura e fechamento dos estômatos das folhas requerem o bombeio de K para o interior (ou exterior) das células guardas, controlando também a turgescência das células. 6.2.2 Micronutrientes (mg Kg–1) No Quadro 5 são apresentados os resultados da análise química dos micronutrientes no final da pesquisa. Quadro5 - Teores totais dos macronutrientes do substrato em gkg-1 TRAT B Cu Fe Mn Zn T0 12,36 9,98 741,1 29,4 14,65 T1 10,37 8,93 940,9 49,9 18,81 T2 25,86 9,38 1120,1 63,9 191,9 T3 35,96 7,40 1154,1 75,7 27,92 No quadro 5 são apresentados os resultados das análises feitas nos tratamentos , e fica clara novamente a superioridade do tratamento 3 onde para cada m³ de resíduo tem-se 800g de bacsol, esse tratamento obteve melhor resultado em Cu – Fe - Mn, esses micro nutrientes são de estrema importância para a fertilidade das plantas, assim sendo o tratamento descrito obteve maior quantidade desses nutrientes. Abaixo são descritos a imfluencia de cada nutriente para a planta. 61 Os micronutrientes são tão necessários para as plantas quanto os Macronutrientes , embora a planta não os necessitem em grandes quantidades , a falta de qualquer um deles no solo pode limitar o crescimento das mesmas . Assim Ferri (19985) os definiu: Boro é elemento essencial para a germinação dos grãos de pólen e para o crescimento do tubo polínico e formação das sementes e das paredes celulares. O Cobre disponível se refere a quantidade desse elemento no solo que pode ser facilmente absorvido e assimilada pelas plantas , esse elemento participa da fotossíntese , atividades enzimáticas e formação de ATP. Ferro, esse elemento é um catalisador que ajuda na formação da clorofila , age como um carregador de oxigênio ajudando o sistema respiratório . O manganês é absorvido pela raiz e funciona como ativador de diversas enzimas ,participa do transporte eletrônico da fotossíntese ,sendo essencial para a formação da clorofila . O zinco foi um dos primeiros micronutrientes reconhecido como essencial para as plantas ,não é exigido com grande quantidade pelas plantas sendo suas principal funções auxiliar na reação de diversas substâncias bem como a produção de clorofila. 6.2.3 : Razão carbono / nitrogênio O Quadro 6 apresenta a razão carbono / nitrogênio do produto no final da pesquisa, resultado obtido em análise realizada no laboratório de Ecologia Florestal da UFSM. Quadro 6:No quadro 6 verifica-se os valores da relação c/n do resíduo urbano ao final da pesquisa. TRAT C C/N T0 421,9 43,45 T1 372,7 27,5 T2 357,2 22,18 T3 372,7 22,9 62 A reação do solo é um importante fator na produção silvicultural, influindo na disponibilidade de nutrientes às raízes das plantas, propiciando condições favoráveis ou de toxidez; concorre, igualmente, para favorecer o desenvolvimento de microrganismos que operam transformações úteis para melhorar as condições do solo, como também pode concorrer para dar meio propicio a microrganismos causadores de doenças às plantas. Relação C/N A relação carbono nitrogênio da informação sobre estado de humificação da matéria orgânica do solo. Sabendo-se que o húmus possui uma relação C/N que varia de 12:1 a 8:1 tendo por média 10:1, quando o resultado das análises desses elementos apresentarem elevados teores de C, em relação aos de N (altas relações C/N), sabe-se que a matéria orgânica desse solo não está completamente humificadas ou foram feitas adições recentes de restos vegetais crus; inversamente, quando os teores de N forem elevados dando relações C/N inferiores a 10:1, supõe-se que houve uma recente adubação nitrogenada. Uma nova tomada de amostra de terra seguida de análise química após 30 a 60 dias da primeira coleta, dirá se houve essas incorporações (C/N altera-se) ou se as condições são inadequadas para a decomposição (C/N permanece inalterada).(KIEHL,1980) Na figura 2 é apresentado o aspecto do produto na secagem em estufa. Figura 2- Secagem do barbante em estufa. 7- Conclusão 63 Após todas as análises realizadas e interpretação dos dados chegou-se às seguintes conclusões : - O tratamento 3(1200g bacsol / m³ de resíduo da industria fumageira)obteve melhor rendimento em kg/m³; - O mesmo tratamento obteve melhor relação C/N; - O tratamento também apresentou maior quantidade de Macronutrientes, nutrientes esses os mais exigidos pelas plantas; - O mesmo tratamento ainda apresentou níveis maiores de Cu, Fe, Mn ,Zn. 8- BIBLIOGRAFIA ABNT, Associação Brasileira de normas técnicas. NBR – 10.004: Resíduos sólidos classificação. Rio de Janeiro, 1987,33p. ALMEIDA, D.L. de. Contribuição da matéria orgânica na fertilidade do solo . Itaguaí : Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 1991. 188p. Tese de Doutorado. AQUINO, A. M.; DE-POLLI, H. Utilização de Acetobacter diazotrophicus na vermicompostagem de esterco bovino e bagaço de cana-de-açúcar . 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A propagação vegetativa é feita utilizando pedaços de galho, estacas e brotos da base da árvore, folhas e raízes, dentre outras partes. Geralmente, requer estruturas caras e sua execução é difícil. Ela é muito utilizada quando se multiplicam árvores altamente produtivas, no desenvolvimento da chamada silvicultura clonal. A produção de mudas por sementes é mais utilizada por ser mais simples que a propagação vegetativa e podendo ser usada para a maioria das espécies produtoras de sementes (Ferreira, 2002). Sementes de muitas espécies florestais germinam muito bem quando colocadas em condições favoráveis de umidade, temperatura e oxigênio. Por outro lado, aquelas que não germinam sob tais condições são chamadas de dormentes. A dormência representa um problema ao viveirista porque a germinação ocorre irregularmente causando desuniformidade no crescimento das mudas. Contudo, existem vários tratamentos para efetuar a quebra de dormência das sementes e obter uma germinação mais rápida e uniforme (Nogueira, 2002). De acordo com Sturion (2000), a utilização de sementes geneticamente melhoradas, juntamente com técnicas silviculturais apropriadas, permite ganhos na produtividade de espécies florestais. 67 De acordo com Carneiro (1995) é conhecido o fato de que, em condições favoráveis, como as de viveiro, bons fenótipos podem ser produzidos até por pobres genótipos. Para Santos (1995), o êxito de um reflorestamento depende diretamente das potencialidades genéticas das sementes e da qualidade das mudas produzidas. As bactérias participam ativamente quase sem exceção das transferências orgânicas de capital importância para que o solo possa manter com sucesso os vegetais superiores , as mesmas retém o monopólio na transformação em três enzimas básicas : oxidação do nitrogênio (nitrificação), oxidação do enxofre e fixação do nitrogênio . Sob este angulo, são as mais simples e numerosas de todas as formas de vida, e talvez, as de maiores conseqüências (Brady, 1989). Os microorganismos aeróbicos podem fazer um trabalho mais completo de compostagem que os anaeróbios, logo que os aeróbicos degradam os compostos de carbono em gás carbônico e água que os tornam prontamente disponíveis para as plantas, este fato traz vantagens aos vegetais, uma vez que podem utilizar esta energia para crescer mais rápido e degradar mais matéria orgânica quando comparados aos anaeróbicos, além disto liberam nutrientes para as plantas, como nitrogênio, fósforo, magnésio e outros (Campbell, 1995). Tendo em vista a grande importância das bactérias, foi lançado no mercado um produto chamado Bacsol, que representa uma fonte alternativa para melhorar a qualidade de mudas florestais. O Bacsol é um composto que contém uma gama de bactérias além de outros microorganismos, classificadas como rizosféricos, decompositoras, nitrogenadoras e parasitas. Esses microorganismos estão na forma de esporos que entram em intensa multiplicação em contato com a umidade do solo. O produto possui propriedades ativadoras de nutrientes no solo, além de propiciar defesa contra nematóides, pragas e doenças no solo. A nutrição adequada das árvores é o pré-requisito para um crescimento satisfatório. Nutrientes fazem parte de todos os tecidos das plantas e também são importantes na função de catalisador, transportador, regulador de pressão osmótica, etc. (Andrae, 1978). Segundo o mesmo autor, o abastecimento satisfatório se manifesta no crescimento bom e no aspecto sadio das plantas. Segundo Gonçalves (2000) as características da muda de boa qualidade estão intrinsecamente relacionadas com seu potencial de sobrevivência e crescimento no campo após o plantio, o que determinará a necessidade de replantio e demanda de tratos culturais de manutenção do povoamento recém implantado. 68 Mudas com adequado teor nutricional constituem uma suposição de adequado desenvolvimento e boa formação de sistema radicular, com melhor capacidade de adaptação ao novo local, após o plantio (Carneiro, 1995). É de suma importância o conhecimento das características do sistema radicular, principalmente o das raízes finas das árvores, como quantidade, distribuição em profundidade, e interação com o solo, para a definição e também tomada de decisões sobre práticas de preparo de solo e fertilização. Também é de grande importância, além da aplicação dessas práticas, o conhecimento da configuração do sistema radicular é extremamente importante como fonte de subsídios úteis na explicação de processos ecofisiológicos básicos, principalmente os que são relacionados com a nutrição mineral e o balanço hídrico das árvores (Gonçalves, 2000). Para o mesmo autor, cada sistema radicular tem sua forma e desenvolvimento único. O desenvolvimento inicial, parece possuir forte controle genético, porém pode ser modificado por algumas características do solo, como densidade, umidade, temperatura, textura, entre outras, além de condições relacionadas às circunstâncias na qual se encontra a árvore, como competição entre raízes, disponibilidade de fotoassimilados, densidade entre árvores, entre outras, Levando em consideração todos estes fatores anteriormente mencionados, a presente pesquisa teve por objetivo testar diferentes doses do produto Bacsol no processo de produção de mudas de acácia-negra, em conjunto com o produto comercial Orgasol usado para o tratamento de sementes de espécies agrícolas e florestais. ERVA MATE. Nome popular: erva congonha, congonha, erva, orelha-de-burro, caá etc. Nome científico: Ilex paraguariensis Saint Hilaire. Família: Aquifoliaceae Morfologia Árvore de pequeno porte, perenifolia, sua altura é variável, cultivada varia de 3-5 m, porém em floresta natural pode atingir até 25 m de altura, com tronco reto, bastante curto, o DAP da árvore pode chegar até 70 cm, casca marrom, possui copa alongada com grande superfície foliar. 69 Fenologia A erva-mate é uma espécie dióica. Floresce de setembro até dezembro: de setembro a outubro no Rio Grande do Sul, setembro a novembro no Paraná e de setembro até dezembro em Santa Catarina. Frutos maduros de dezembro até abril. A floração e a frutificação iniciam gradativamente em árvores plantadas, aos 2 anos em árvores oriundas de propagação vegetativa e aos 5 anos em árvores provenientes de sementes, em habitats adequados. A dispersão das sementes se dá principalmente pelos sábias. Dispersão Esta espécie ocorre em regiões tropicais e temperadas da América do Sul, entre os paralelos 18 e 30 graus de latitude Sul, ocorre além do Brasil na Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Bolívia, Peru e Equador. No Brasil encontra-se em formações naturais e ambiente ecológico peculiar determinado pelos grandes rios Paraná, Paraguai e Uruguai sempre em associações de Araucaria angustifolia. No Rio Grande do Sul a erva-mate se encontra dispersa pelo planalto meridional principalmente na zona dos pinhais do planalto oriental penetra na floresta latifoliada do Alto Uruguai. Apresenta-se rala na bacia do alto Ibicuí. Falta nas florestas da Serra Geral ou muito rara ocorrendo de forma descontínua. A espécie reaparece no Escudo Riograndense, onde existem alguns núcleos de pinhais. A área de ocorrência natural da erva-mate equivale a 450.000 Km2 ou 5% do território brasileiro. Sítio A erva-mate é uma espécie que tolera sombra em qualquer idade, mas é na fase adulta que esta tolera mais luz. Espécie que ocorre principalmente nas submatas de canelas, em solos úmidos, compactos e pouco inclinados, onde aparece em grande abundância. Esta espécie sempre está associada a Araucaria angustifolia e às canelas. A espécie regenera-se com facilidade quando o estrato arbóreo superior e principalmente, os estratos arbustivos e herbáceos são raleados Raramente pode ser encontrada ainda ao longo dos rios na zona da mata pluvial da Encosta Atlântica. Após o desbaste de submatas de pinhais, observa-se um grande número de plantas novas de erva-mate, formando com o passar do tempo os ervais. 70 A espécie ocorre em altitudes que geralmente se encontram na faixa de 400 a 800 metros. A precipitação média anual é em torno de 1500 mm, variando de 1100 a 2300 mm. Nos locais onde a espécie aparece, o clima predominante é o Cfb, seguido pelo Cfa. A ervamate aparece naturalmente em solos de baixa fertilidade natural, em solos com baixos teores de nutrientes trocáveis e alto teor de alumínio. Prefere solos profundos, raramente aparecendo em solos litólicos. Para a realização de plantios de erva-mate, devem ser evitados solos úmidos não permeáveis. Prefere solos úmidos e bem drenados, a espécie não ocorre em solos hidromórficos. Silvicultura Os ervateiros distinguem 4 tipos de erva-mate: 1) erva-mate com folhas pequenas, coriáceas e talo branco; 2) erva-mate com folhas pequenas, coriáceas e talo roxo; 3) erva-mate com folhas grandes, membranáceas e talo branco; 4) erva-mate com folhas grandes, membranáceas e talo roxo. A propagação da erva-mate pode ser feita por sementes, por estaquia e cultivo in vitro. A coleta das sementes pode ser realizada no chão e na própria árvore. Os frutos maduros apresentam uma coloração violeta-escuro. A separação das sementes é feita esmagando-se os frutos previamente macerados durante algumas horas. As semente da erva-mate são bastante duras, uma vez que o tegumento é quase impermeável a água, logo a germinação é difícil. A germinação é conseguida com o lento amolecimento dos grãos em contato com a areia média levemente umedecida durante um período de cinco a seis meses. A este processo chama-se estratificação. A germinação da erva-mate inicia-se entre 40 a 180 dias após a semeadura A erva-mate pode ser propagada por meio de estaquia, e o período mais favorável é nos meses de novembro a maio, sendo que o corte das estacas deve ser feito pela parte da manhã. Deve-se preferir material herbáceo das posições basais e médias. A estaca deve possuir de 1 a 3 folhas, o meio de enraizamento deve ser areia fina e solo pobre. Dependendo do hormônio utilizado (AIA ou AIB) o período de enraizamento será de 77 a 120 dias. No 71 CNPF de Curitiba utilizando-se AIB, concentração de 5000 e 8000 ppm obteve-se 62 e 47 % de enraizamento aos 120 dias. A multiplicação pode ser feita mediante cultura in vitro. Para isto são utilizados desde segmentos nodais até gemas e ápices meristemáticos, tanto de origem apical como axilar. No caso de estratificação, os grãos são distribuídos a granel e cobertos por terra peneirada e esta deve ser mantida úmida. Neste processo após um mês da semeadura aparecem as primeiras plântulas. Quando as plântulas tiverem 4 a 6 folhas começa-se a repicagem. O espaçamento mais utilizado é o de 3 x 7 m. Utilização A erva-mate já era conhecida pelos aborígenes antigos da América do Sul. Também era utilizada pelos Incas, conforme descobertas arquelógicas. Os aborígenes brasileiros chamavam a erva-mate de caá cujas folhas empregavam para prevenir doenças e fadiga. A erva-mate possui qualidade estimulante e tônica. Foram os jesuítas espanhóis que espalharam o uso da erva-mate entre os civilizados. As propriedades principais da erva-mate são: estimulante, diurético, estomáquico, sudorífico. A cafeína que esta espécie contém atua em casos de cólicas renais, neurastenia, depressões nervosas e fadigas cerebrais em geral. Em função de sua importância social e folclórica a erva-mate foi escolhida com árvore símbolo do estado do Rio Grande do Sul. Pragas e Doenças Cinco insetos podem ser considerados pragas que realmente causam danos a ervamate: Ceroplastes grandis conhecido como cochonilha-de-cera, Gyropsyla spegazziniana ou ampola da erva-mate, Thelosia camina ou lagarta-da-erva-mate, Hedypathes betulynus conhecido como broca do tronco da erva-mate e a Hylesia sp. As plantas da erva-mate estão sujeitas a doenças fúngicas como: o tombamento das plântulas (damping off), antracnose, mancha da folha ou pinta preta, etc. 2. MATERIAL E MÉTODOS A presente pesquisa foi realizada no Centro Tecnológico de Silvicultura, pertencente ao Departamento de Ciências Florestais da Universidade Federal de Santa Maria, RS. 72 Santa Maria encontra-se aos 290 41´ 25´´ de Latitude Sul e 530 48´42´´ de Longitude Oeste, a uma altitude de aproximadamente 95 metros. No experimento , o substrato utilizado foi Turfa Fertil@ gardem Plus em tubetes cilíndricos com estrias de 150 cm³ de capacidade. A análise química do substrato pode ser observada no quadro 1. QUADRO 1: Análise química do substrato Turfa Fértil Gardem Plus utilizada na produção de mudas de Erva Mate. Elementos* N P K Ca Mg C S B Cu ( g Kg –1 ) 7,32 0,34 0,92 Fe Mn Zn 13,6 14,8 ( mg Kg –1 ) 14,25 1,83 222,1 0,12 12,58 3,16 391,3 *Refere-se aos teores totais Na tabela 1 são descritas as características do produto utilizado na presente pesquisa, o Bacsol é um composto que contém uma gama de bactérias além de outros microorganismos, são Bactérias rizosféricos, decompositoras, nitrogenadoras, parasitas. Esses microorganismos estão na forma de esporos que entram em intensa multiplicação em contato com a umidade do solo e do substrato. Tabela 1: Refere-se aos produtos usados na presente pesquisa *. Bacsol • Ativador de nutrientes do solo • Melhorador de solo • Na defesa contra nemátoides • Defesa contra doenças fúngicas do solo • Defesa contra pragas * fonte catalogo Bacsol e orgasol. Foi utilizado o delineamento de blocos ao acaso com 4 tratamentos e 3 repetições (Quadro 2), sendo cada parcela constituída por 55 mudas das quais foram avaliadas as 15 centrais, sendo experimento conduzido por 90 dias. 73 QUADRO 2: Descrição dos tratamentos testados. Tratamentos Descrição T0 Testemunha(somente substrato turfa fértil) T1 200g de Bacsol por m³ de substrato T2 400g de Bacsol por m³ de substrato T3 600g de Bacsol por m³ de substrato T4 800g de Bacsol por m³ de substrato Foi utilizado o delineamento de blocos ao acaso com 4 tratamentos e 3 repetições, sendo cada parcela constituída por 150 mudas das quais foram avaliadas as 30 centrais. A análise estatística foi realizada pelo software ESTAT- Sistema para Análise Estatística (V.2.0), desenvolvido pelo Polo Computacional do Departamento de Ciências Exatas da UNESP-FCAV- Campus Jaboticabal. 3.RESULTADOS E DISCUSSÃO Certamente os índices morfológicos são os mais utilizados para a avaliação da qualidade de mudas, devido a sua fácil visualização e obtenção de dados. Está avaliação mesmo quando realizada empiricamente, através da simples observação das mudas, proporciona sucesso na maioria dos plantios florestais. Vale lembrar, que estes dados, apresentados no quadro3, quando associados aos parâmetros fisiológicos trazem maior confiabilidade para classificação de qualidade das mudas a serem levadas a campo. Quadro-3-Desempnho das mudas nos diferentes parâmetros analisados TRATAMENTO ALTURA DIÂMETRO T1 3,2 c 1,7 ab T2 3,6 c 1,8 ab T3 6,1 a b 2,4 a T4 8,6 a* 2,6 a* 74 O desempenho das mudas no viveiro é muito importante para o sucesso dos projetos de implantação de povoamentos florestais. Este fato justifica o interesse sempre mostrado na qualificação de indicadores para a sobrevivência e crescimento inicial, após o plantio, Carneiro (1995). O mesmo autor afirma ainda que a caracterização da qualidade e acompanhamento das mudas desde a semeadura até, pelo menos, o completo estabelecimento do povoamento, geram informações sobre as quais as práticas de classificação podem ser baseadas. A seguir serão apresentados os resultados dessa pesquisa, que foi dividida em dois experimentos. 3.1 Experimento De acordo com a figura 1 o tratamento 4, apresentou a melhor média de crescimento em altura, atingindo x cm de altura, ao passo que as mudas produzidas com sementes sem aplicação de bacsol (T0) apresentaram o pior desempenho. Figura 1: Resultados da altura das das mudas de Erva Mate, aos 100 de idade. Altura em metros G a n h o e m a ltu r a d o s d ife r e n te s tr a ta m e n to s 10 8 6 4 2 0 T1 T2 T3 T4 T ra ta m e n to s Bacon apud Carneiro (1995) relacionou uma série de pesquisas de diversos autores que mostraram uma correlação positiva entre altura da parte aérea das mudas e altura das árvores 1 a 3 anos depois do plantio. Para Mayer apud Carneiro (1995), a altura da parte aérea, tomada isoladamente, constitui-se por muito tempo no único parâmetro para avaliação da qualidade da muda. Recomenda-se entretanto que os valores dessa característica só podem ser analisados, quando 75 combinados com os outros parâmetros, tais como diâmetro, peso: relação das raízes/peso da parte aérea, etc. Observando a figura 2, verifica-se que os tratamentos 4 apresentaram melhores resultados para o parâmetro diâmetro de colo, enquanto que o tratamento T0 apresentou o pior resultado. Schimidt-Vogt apud Carneiro (1995), citou alguns trabalhos em os autores chegaram à conclusão de que existe estreita correlação entre o diâmetro de colo com a sobrevivência, mas, sobretudo, com ritmo de crescimento das mudas após o plantio. Figura 2: Resultados do diâmetro de colo médio das mudas de Erva Mate, aos 100 dias de idade. Diâmetro em mm Ganho em diâmetro dos diferentes tratamentos 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 T1 T2 T3 T4 Tratamentos O parâmetro diâmetro de colo, em geral, é o mais observado para indicar a capacidade de sobrevivência da muda a campo (Daniel, 1997). Schimidt – Vogt e Gürth apud Carneiro (1995),confirmaram uma existência clara de superioridade de mudas mais espessas, em relação as de menores espessuras. Esta superioridade foi mais nítida, quando se tratou de mudas de maiores alturas da parte aérea. Chegando a conclusão que as plantas mais altas, com menores diâmetros, tiveram menor desempenho de crescimento. Abetz & Prange apud Carneiro (1995) pesquisando mudas de Picea abies observaram que, mudas com espessas dimensões de diâmetro de colo, venceram mais rapidamente a concorrência com a vegetação, após o plantio. 76 Kartelev apud Santos (1995) afirmou que o diâmetro de colo de mudas de Pinus sylvestris constitui-se na principal característica que definiu sua qualidade: com o aumento do seu valor, aumentou a freqüência de raízes, a formação de botões e a lignificação dos tecidos das mudas, na figura 1 e representado a diferença dos tratamentos aplicados. Figura 1- Visaõ dos resultados dos diferentes tratamentos aplicados T1 T2 T3 T4 4. CONCLUSÃO — Fazendo uma análise conjunta dos resultados, até o presente momento, verifica-se um efeito positivo da aplicação de Bacsol nos sustratos utilizados. — O tratamento 4(800g de Bacsol/m³ de substrato), apresentou o melhor resultado em todos os parâmetros avaliados. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Andrae, F.H., Ecologia Florestal. Universidade Federal de Santa Maria. 1978. 230p. Brady, N.C. Natureza e propriedades dos solos .7’ edição Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989, p 898. 77 Campbell, S. Manual de compostagem para hortas e jardins: como aproveitar bem o lixo domestico. São Paulo, Nobel, 1995, 151 p. Carneiro, J.G.A. Produção e controle de qualidade de mudas florestais. Curitiba: UFPR / FUPEF, Campos: UENF, 1995. 451 p. Daniel, O. ; Vitorino, A.C.P.; Alovisi, A.A. et al. Aplicação de Fósforo em mudas de Acacia mangium WILLD. Revista Árvore, Viçosa, v.21,n.2,p.163-168, 1997. 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Brasília: Embrapa Comunicação para Transferência de Tecnologia; Colombo, PR: Embrapa Florestas, 2000, 351p.