H F-XC A N GE H F-XC A N GE c u-tr a c k N y bu to k lic Sandra Barbosa Camelo Governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva: associações com o desempenho de grandes empresas no Brasil. Recife, 2007 .d o o .c m C m w o .d o w w w w w C lic k to bu y N O W ! PD O W ! PD c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE c u-tr a c k N y bu to k lic Sandra Barbosa Camelo Governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva: associações com o desempenho de grandes empresas no Brasil. Orientador: Prof. Walter Fernando Araújo de Moraes Dissertação apresentada como requisito complementar para obtenção do grau de Mestre em Administração, área de concentração em gestão de pessoas e organizações, do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração, da Faculdade Boa Viagem. Recife, 2007 .d o o .c m C m w o .d o w w w w w C lic k to bu y N O W ! PD O W ! PD c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Faculdade Boa Viagem Centro de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração –CPPA Mestrado em Administração Governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva: associações com o desempenho de grandes empresas no Brasil. Sandra Barbosa Camelo Dissertação submetida à Banca Examinadora, designada pelo Curso de Mestrado em Administração, da Faculdade Boa Viagem, e aprovada em 14 de dezembro de 2007. Banca Examinadora: Walter Fernando Araújo de Moraes, Ph.D. - Orientador Faculdade Boa Viagem, CPPA Josete Florêncio dos Santos, Doutora - Examinadora Externa Universidade Federal de Pernambuco, PROPAD - UFPE Helder Pontes Régis, Doutor - Examinador Interno Faculdade Boa Viagem, CPPA .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 3 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k À minha Mãe Severina Camelo e a Marinete, que me incentivaram sempre mesmo diante dos maiores obstáculos. Dedico. .d o m w o .c C lic o c u-tr a c k w w .d o m C lic k to 4 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Agradecimentos Esta dissertação de mestrado é mais do que um projeto de vida, faz parte de um grande sonho antigo que agora se realiza. Sou e sempre serei eternamente grata a quem possibilitou transformar esse sonho em realidade: Ø À minha mãe, que amarei pelo resto da vida, e que tenho absoluta certeza, está muito orgulhosa de mim. Ela que , ao longo desses dois anos de mestrado, acompanhou-me de perto, nessa tarefa, apenas por oito meses, apoiando-me e admirando-me. “Mãe, estarás presente na minha vida, nos meus pensamentos e no meu coração, apesar de não mais estares ao alcance de meus olhos. Tem certeza de que a saudade irá acabar, sim, no futuro, quando Deus me levar para perto de ti para pessoalmente te agradecer. Até lá, Mãe. Fica aqui uma grande saudade, obrigada.” Ø À Marinete (Gotinha) que sempre soube me ensinar a ter força, coragem, honestidade e encaminhar-me nesse mundo, com amor, carinho e dedicação. Ela, a quem considero uma segunda Mãe, e a quem devo tudo o que sou. Ø Ao meu orientador Prof. Walter Moraes, que foi mais do que orientador. Foi um mentor em sua essência, ajudando-me, acalmando-me e apoiando-me no que foi preciso. Um verdadeiro Mestre que tive a honra de poder conhecer, conviver e aprender com ele. Ø À FBV, por proporcionar a oportunidade de realização de um mestrado de alto nível e qualidade bem como, aos docentes do curso de Mestrado em Administração. Ø Às organizações participantes deste estudo, sem as quais ele não seria possível, pois forneceram suas informações apoiando o desenvolvimento de pesquisas que agregam conhecimento à sociedade. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 5 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Ø Mesmo correndo os riscos de algum esquecimento, não poderia deixar de agradecer nominalmente àqueles que estiveram de forma mais próxima colaborando, incentivando e sempre trazendo uma mensagem de otimismo: André Menelau, Cássia Albuquerque e Tomás Araújo, meus amigos e sócios. Ø Aos colegas do mestrado, pelo apoio, pela troca de experiências, pelo enriquecimento e compartilhamento das ansiedades e pala amizade. Ø A Deus, que conhece meu deitar e meu caminhar. “Àquele que abre a porta, e ninguém fecha, e a fecha e ninguém abre”. E que pela graça, me abriu essa porta e ainda abrirá muitas outras em minha vida. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 6 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k “Se as coisas não saíram como planejei, posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar. O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim.” Charles Chaplin. .d o m w o .c C lic o c u-tr a c k w w .d o m C lic k to 7 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Resumo Este estudo trata das associações existentes entre governança corporativa, processo sucessório, estratégia competitiva e desempenho empresarial nas grandes empresas brasileiras. Proposições teóricas abordando essas variáveis, serão testadas neste trabalho. A população a ser analisada é formada pelas 500 maiores empresas privadas brasileiras, definidas pelo valor das vendas, de acordo com a Revista EXAME –Maiores e Melhores. Os dados foram coletados por meio de questionário enviado pelos correios, cujo lócus de investigação foram as empresas. O trabalho apresenta uma breve revisão bibliográfica dos temas e, sobretudo, operacionaliza os conceitos de governança corporativa, processo sucessório, estratégia competitiva e suas associações com o desempenho empresarial das organizações pesquisadas. Estatísticas descritivas, análise fatorial e correlação de Pearson são utilizadas visando testar as hipóteses formuladas. Os resultados do estudo sugerem que existe relação entre as variáveis estudadas e o desempenho. Ainda como resultado desta pesquisa, emergiram algumas características de governança corporativa e estratégia competitiva que corroboram a teoria aplicada e a prática de mercado, mostrando que as empresas que adotarem em sua gestão um modelo de governança corporativa alinhado às melhores práticas, estratégias competitivas adequadamente formuladas ao seu negócio e um plano de sucessão estruturado, contribuirão não só para o alcance de um desempenho ótimo, mas também para o fortalecimento das relações entre os seus stakeholders e do mercado como um todo. Palavras-chave: Governança corporativa, Estratégia competitiva, Processo sucessório, Desempenho. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 8 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Abstract This is a study about the associations that exist between corporate governance, succession process, competitive strategy and company performance in large Brazilian companies. Theoretical propositions regarding the mentioned variables will be tested in this study. The analyzed population is formed by the 500 largest private Brazilian companies, defined by sales values, according to the EXAME –Maiores e Melhores magazine. The data was collected through a mailed questionnaire, in which the investigation locus was the company itself. The study presents a brief bibliographical review of the themes and, mostly, attempts to make operational the concepts of corporate governance, succession process, competitive strategy and its associations with company performance of the studied organizations. Descriptive statistics, factorial analysis and Pearson´s correlation were used in order to test the formulated hypothesis. The results of the study suggest that there is a relation between the studied variables and performance. The research also found that some characteristics of corporate governance and competitive strategy corroborate the applied theory and the practices of the market. It is possible that the companies, which adopted in their management a model of corporate governance, aligned with better practices, competitive strategies adequately formulated for their business and a structured succession plan, are contributing not only to the accomplishment of an optimum performance, but also to the strengthening of the relations with their stakeholders and the economy as a whole. Keywords : Corporate Governance, Competitive Strategy, Succession, Performance. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 9 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Lista de Figuras Figura 1 (1) Figura 2 (2) Figura 3 (2) Figura 4 (2) Figura 5 (3) Figura 6 (3) Figura 7 (4) Figura 8 (4) Figura 9 (4) Figura 10 (4) Figura 11 (4) Figura 12 (4) Figura 13 (4) Figura 14 (4) Figura 15 (4) Figura 16 (4) Figura 17 (4) Figura 18 (4) Figura 19 (4) Figura 20 (4) Figura 21 (4) Figura 22 (4) Figura 23 (4) Figura 24 (4) Figura 25 (4) Figura 26 (4) Modelo teórico a ser testado Modelo atual de governança corporativa no Brasil Exigências para níveis de governança corporativa da Bovespa Séries de ocorrências Dimensões da pesquisa Modelo teórico a ser testado Acordo de acionista-cotistas Natureza do capital predominante Atuação no mercado de capitais Papéis do conselho de administração e da diretoria executiva Existência do conselho fiscal Número de membros do conselho fiscal Sistema formal de avaliação de desempenho da diretoria executiva Critérios de estabelecimento da remuneração da diretoria executiva Indicadores utilizados para estabelecimento da remuneração da diretoria executiva Aspectos da empresa considerados mais satisfatórios Necessidade de reforma da estrutura de governança Razões que justificaram ou justificariam uma mudança na estrutura de governança Dificuldades para estabelecer um modelo de governança Número de anos que a empresa teve a última mudança Quantidade de níveis decisórios Fatores de mudança na estrutura organizacional Existência de plano de sucessão Adoção de políticas de aposentadoria compulsória Seleção de sucessores oriundos de mercado Teste visual de normalidade das variáveis de desempenho 21 40 42 75 78 79 94 94 95 98 98 99 100 101 102 103 103 104 105 109 109 109 114 115 115 119 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 10 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Lista de Tabelas Tabela 1 (3) Tabela 2 (3) Tabela 3 (4) Tabela 4 (4) Tabela 5 (4) Tabela 6 (4) Tabela 7 (4) Tabela 8 (4) Tabela 9 (4) Tabela 10 (4) Tabela 11 (4) Tabela 12 (4) Tabela 13 (4) Tabela 14 (4) Tabela 15 (4) Tabela 16 (4) Tabela 17 (4) Tabela 18 (4) Tabela 19 (4) Tabela 20 (4) Tabela 21 (4) Tabela 22 (4) Tabela 23 (4) Tabela 24 (4) Perfil dos respondentes do pré-teste Consistência interna das escalas Distribuição das respostas dos questionários por setor Distribuição dos respondentes válidos do questionário por cargo Estrutura de propriedade Tipo de conselho de administração Número de conselheiros internos Número de conselheiros externos Distinção dos papéis do conselho fiscal e do conselho de administração Grau elevado de satisfação em relação a governança corporativa Indicação dos membros dos conselhos à assembléia de acionistas Perfil decisório dos órgãos de governança nas diversas funções Tipo de estrutura organizacional predominante na empresa Variância total Teste KMO Matriz de componentes principal da análise fatorial Características do processo sucessório em empresas familiares Média dos indicadores de desempenho Teste de normalidade Variáveis selecionadas para teste de associação Teste de associação Chi-Square das variáveis de governança corporativa e desempenho Teste de correlação de Pearson: escores fatoriais de estratégia competitiva e variáveis de desempenho Interpretações observadas das correlações Teste de associação Kendall´s B das variáveis de processo sucessório e desempenho 87 89 92 93 93 96 97 97 99 105 106 107 108 111 111 113 117 118 119 122 124 125 125 128 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 11 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Lista de Quadros Quadro 1 (2) Quadro 2 (2) Quadro 3 (3) Quadro 4 (3) Quadro 5 (3) Estratégias genéricas Riscos das estratégias genéricas Estrutura das hipóteses Termos técnicos contábeis utilizados no anuário Referencial teórico do questionário 67 68 80 83 86 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 12 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Sumário 1. Introdução................................................................................................................ 1.1 Justificativa............................................................................................... 1.1.1 Justificativa teórica................................................................. 1.1.2 Justificativa prática.................................................................. 1.2 Formulação do problema........................................................................... 1.3 Objetivos.................................................................................................... 1.3.1 Objetivo geral............................................................................. 1.3.2 Objetivos específicos................................................................. 2. Fundamentação Teórica.......................................................................................... 2.1 Governança Corporativa............................................................................ 2.1.1 A governança na empresa não-familiar................................... 2.1.2 A governança na empresa familiar........................................... 2.1.3 Órgãos da governança nas empresas......................................... 2.1.4 A governança no mundo –normas e regulamentações........... 2.1.5 Estruturas Organizacionais......................................................... 2.2 Processo Sucessório................................................................................... 2.2.1 Sucessão por revezamento x Sucessão por corrida de cavalos 2.3 Estratégia Competitiva.............................................................................. 2.3.1 O conceito de estratégia............................................................ 2.3.2 A estratégia competitiva........................................................... 2.4 Desempenho Empresarial.......................................................................... 2.5 O “link”entre Governança Corporativa, Processo Sucessório e Estratégia com Desempenho Empresarial................................................. 3. Metodologia............................................................................................................. 3.1 Dimensões utilizadas na pesquisa............................................................ 3.2 Proposição e hipóteses.............................................................................. 3.3 Delineamento da pesquisa......................................................................... 3.3.1 Tipo de pesquisa......................................................................... 3.3.2 Plano de amostragem................................................................. 3.3.3 Características da base de dados secundária............................. 3.4 Lócus da investigação............................................................................... 3.5 Método de coleta de dados....................................................................... 3.5.1 Instrumento de coleta de dados................................................. 3.5.2 Pré-teste do instrumento de pesquisa......................................... 3.5.3 Método de aplicação do questionário....................................... 3.6 Instrumentação das variáveis e tratamento dos dados............................ 4. Análise dos Resultados............................................................................................ 4.1 Análise descritiva dos resultados do questionário.................................. 4.1.1 Característica dos respondentes................................................. 4.1.2 Caracterização geral das empresas............................................ 4.1.3 Caracterização das empresas quanto a sua estrutura de governança corporativa...................................................................... 4.1.3.1 Quanto ao conselho de administração........................ 4.1.3.2 Quanto ao conselho fiscal.......................................... 4.1.3.3 Quanto à diretoria executiva....................................... Pág. 15 15 15 16 18 23 23 23 25 25 28 29 32 40 46 50 57 63 63 66 72 77 81 81 82 83 83 84 85 87 87 90 91 91 92 94 94 94 96 99 99 101 103 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 13 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.1.3.4 Aspectos relacionados à estrutura de governança corporativa em geral................................................................ 4.1.3.5 Quanto à estrutura organizacional............................... 4.1.4 Caracterização das empresas quanto a sua estratégia competitiva........................................................................................... 4.1.5 Caracterização das empresas quanto ao seu processo sucessório............................................................................................. 4.1.6 Caracterização das empresas quanto ao seu desempenho empresarial........................................................................................... 4.2 Teste e análise das associações com o desempenho empresarial.............. 4.2.1 Associação entre governança corporativa e desempenho empresarial........................................................................................... 4.2.2 Associação entre estratégia competitiva e desempenho empresarial........................................................................................... 4.2.1 Associação entre processo sucessório e desempenho empresarial........................................................................................... 5. Conclusões e Recomendações................................................................................. 105 111 117 121 124 126 126 127 129 131 5.1 Conclusões................................................................................................. 5.2 Recomendações para futuras pesquisas e limitações do estudo................ 5.3 Recomendações para as empresas............................................................. 6. Referências Bibliográficas...................................................................................... 131 134 135 137 Apêndice 01A Carta de Introdução (1ª remessa do questionário)............................... 141 Apêndice 01B Carta de Introdução (2ª remessa do questionário)............................... 142 Apêndice 02 Questionário de Pesquisa....................................................................... 143 Anexo 01 Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa Anexo 02 Níveis Diferenciados de Governança Corporativa da Bovespa .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 14 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 1 Introdução Este capítulo apresenta os motivos que levaram à realização deste estudo, a formulação do problema, as questões de pesquisa e os objetivos (gerais e específicos) da investigação. 1.1 Justificativa Este estudo busca avaliar a associação entre governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva com o desempenho empresarial, em uma amostra de grandes empresas que operam no Brasil. A escolha do tema da pesquisa foi orientada pelos critérios de importância, originalidade e viabilidade, propostos por Martins (2000). Na opinião do autor, o tema será importante quando for ligado a uma questão que polariza ou afeta um segmento substancial da sociedade. Nesse sentido, os temas governança corporativa, processo sucessório, estratégia competitiva e desempenho possuem implicações sobre o desenvolvimento empresarial e econômico local, regional e nacional, dado que o universo de empresas pesquisado proporciona uma boa representatividade da economia brasileira. Em relação à questão da originalidade, Martins (2000) afirma que um tema é original quando há indicadores de que seus resultados podem surpreender. Assim sendo, na presente pesquisa, a análise da possível associação dos temas governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva com o desempenho empresarial pode estimular um maior questionamento em relação aos resultados já alcançados em pesquisas nacionais ou internacionais. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 15 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Quanto à questão da viabilidade, o estudo está ligado ao acesso a dados, ao prazo para elaboração, aos recursos econômicos disponibilizados e à potencialidade do pesquisador, do que se depreende ser totalmente viável em função do desenvolvimento do desenho da pesquisa. A seguir serão apresentadas a justificativa teórica e a prática para o desenvolvimento deste estudo. 1.1.1 Justificativa Teórica A motivação acadêmica para o estudo com o foco na governança corporativa surgiu pelo fato de que toda discussão acerca desse tema parte da hipótese de que os mecanismos de governança influenciam o desempenho das empresas. Em essência, uma das questões é saber se o desempenho das empresas está associado aos mecanismos internos ou externos de governança corporativa. Entretanto, ainda não existe um arcabouço teórico ou evidências empíricas conclusivas que demonstrem o modus faciendi, e evidenciem se os mecanismos de governança corporativa influenciam de fato o desempenho corporativo e como esses mecanismos se relacionam, se de forma complementar ou substituta. A maior parte dos estudos analisa individualmente a possível influência de mecanismos específicos de governança (concentração da estrutura de propriedade, estrutura do conselho de administração, estrutura de capital, presença de um mercado de aquisições hostil, política de remuneração, entre outros fatores) e ainda sobre variáveis de desempenho empresarial (indicadores contábeis de rentabilidade e métricas de valor de mercado). Nessas pesquisas, os mecanismos de governança atuam como variáveis independentes e as variáveis de desempenho atuam como variáveis dependentes. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 16 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Dentro da compreensão da estrutura de governança corporativa, neste estudo, alguns dos principais fatores são a estrutura de propriedade e o controle das empresas baseado nas melhores práticas de governança corporativa, que afetariam, de alguma forma, as decisões estratégicas e operacionais dos negócios. Em relação às questões referentes à estratégia competitiva e ao processo sucessório, ambos seguem a mesma linha da motivação acadêmica apresentada para o tema governança corporativa, haja vista que são temas multidimensionais, multifacetados e dinâmicos, logo, complexos. No Brasil, o fato de haver raros estudos a respeito da associação dos temas governança corporativa, processo sucessório e estratégia empresarial com o desempenho, foi mais um elemento motivador para a realização do presente estudo. Para se mostrar este aspecto, pode-se acessar os anais do ENANPAD – Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração, nos últimos cinco anos, e verificar que não são encontrados trabalhos voltados a essa associação. Neste trabalho, buscar-se-á identificar dentre as dimensões definidas no estudo, os fatores contributivos para um desempenho empresarial exitoso, dotando as organizações de ferramentas de gestão estratégica que as possibilitem adquirir uma competitividade sustentável a longo prazo e, assim, vencer a corrida pelo mercado e pelo futuro. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 17 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 1.1.2 Justificativa Prática Motivações profissionais e pessoais também foram levadas em consideração no desenvolvimento deste estudo. Sob a ótica pessoal, o grande motivador para o estudo foi a curiosidade e o fascínio em relação aos temas abordados bem como, o fato da originalidade em relação à questão, dada a reduzida produção científica brasileira que analise a associação entre os temas aqui destacados. Isso faz com que este trabalho contribua com algo novo e relevante sobre o assunto, tornando-se diferenciado e engrandecedor para quem o desenvolveu. Sob os aspectos profissional e empresarial, os temas aqui em estudo possuem importância crescente por ser bem difundida a hipótese de que, de forma individual, a estratégia, a estrutura de governança e o processo sucessório afetam o desempenho e o valor da empresa. Sendo assim, a questão é descobrir se existe, de forma associativa, uma relação entre essas variáveis que interfira no desempenho empresarial de organizações brasileiras. Nesse processo, as empresas de hoje precisam pensar globalmente ou serão ultrapassadas por seus concorrentes. As distinções entre empresas estrangeiras e domésticas estão se tornando cada vez menos evidentes, e o mundo está se transformando rapidamente num único mercado global. Esse ambiente globalizado representa um enorme mercado potencial para as empresas, podendo levá-las a maiores lucros, eficiência e capacidade de resposta. O fenômeno da globalização e a conseqüente internacionalização dela advinda foram os principais impulsionadores para que as empresas brasileiras buscassem o caminho da modernização e da profissionalização a fim de alcançar a competitividade. As modificações do cenário de negócios, decorrentes da nova economia em questão, impactaram a forma como as organizações construíram e estão reconstruindo a sua defesa .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 18 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c estratégica diante de constantes transformações. Essas transformações são tão freqüentes que nenhuma empresa, independentemente do porte, localização ou segmento de atuação, pode pressupor que manterá sua posição continuando a realizar negócios da mesma forma como fazia no início de suas operações. Em virtude das transformações no mundo empresarial, as empresas brasileiras encontram-se atualmente no meio de uma verdadeira revolução em termos de governança corporativa, profissionalização do processo sucessório e busca pela conquista e manutenção de suas vantagens competitivas, através de escolhas de estratégias. Essas escolhas podem claramente melhorar ou arruinar a posição da empresa no mercado. Adicionalmente, o processo sucessório de forma antecipada e planejada minimiza riscos e possibilita traçar rotas mais assertivas. Não há fórmulas prontas. Cada companhia encontra seu caminho, geralmente amparada por apoio externo (consultores) que, com isenção e foco orientam, de forma adequada, o desenvolvimento de talentos da própria linha de parentesco ou então sugerem optar por um profissional do mercado. Por outro lado, as estruturas iniciais de governança de uma empresa, baseada em lealdade, confiança e obediência, tornam-se cada vez menos efetivas à medida que a empresa passa a confiar cada vez mais na competência de executivos profissionais, visando à profissionalização, ao mesmo tempo em que busca sucessores para sua perpetuidade. Assim, o momento atual caminha para discussões sobre o tema Governança Corporativa. O avanço da governança corporativa representa um dos fenômenos mais relevantes e densos já ocorridos nas últimas décadas, no país e no exterior. Esse fenômeno é mais do que uma reação aos grandes escândalos, como os da Enron, WordCom e Parmalat. Isso se deve ao movimento em torno do mercado, que desmonta a superficialidade da análise que alguns ainda fazem sobre a utilidade das práticas de governança corporativa. A .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 19 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c seguir estão relacionados alguns fatos recentes, sugeridos pelo IBGC –Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, que denotam esse movimento: O International Finance Corporate (IFC), braço financeiro do Banco Mundial, vai incorporar aos seus critérios de análise para concessão de financiamentos uma avaliação das práticas de governança corporativa; A Bovespa criou o Itag, índice que acompanha o desempenho das ações de empresas que concedem o tag along (proteção a minoritários no caso de venda do controle da empresa), e esse índice busca demonstrar que essas ações têm o melhor desempenho no mercado; O BNDES e a Bovespa estão montando diversos mecanismos de apoio a empresas, independentemente do porte, para modernização e capitalização, com elevadas exigências no campo da governança. As chamadas Boas Práticas de governança corporativa têm-se desenvolvido recentemente (IBGC, 2003) como reflexo da abertura da economia, do processo de privatização de empresas estatais, do aumento de investimentos estrangeiros diretos e indiretos no País, do desenvolvimento do mercado de capitais e da intensificação das negociações das ações de empresas brasileiras nas principais bolsas internacionais. Todo o movimento em torno da governança corporativa e do processo sucessório se justifica pela hipótese de que o assunto é importante para a geração de desempenho, de riqueza, de vantagens competitivas e para a perpetuidade das empresas. Não há determinação da governança e plano de sucessão sem estratégia, mas o contrário é possível. Por isso, empresas que prepararam seus sucessores faliram ou foram vendidas, não atingindo o desempenho empresarial almejado (LODI , 1997). Adicionalmente, o entendimento das associações dos temas estratégia competitiva, governança corporativa e processo sucessório com o desempenho empresarial visa não .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 20 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c somente identificar como as maiores empresas brasileiras aplicam os conceitos e modelos para obter desempenho superior. Além disso, o entendimento e a adoção de melhores práticas pelas empresas estudadas serão úteis para ajudar outras empresas a se tornarem mais eficientes, efetivas e eficazes, desenvolvendo, assim, o mercado empresarial local, regional e nacional. 1.2 Formulação do Problema Muito se tem estudado, pesquisado e noticiado o modo como estabelecer vantagens competitivas. Segundo Álvares e Lank (2003), em um ambiente corporativo dinâmico, o Darwinismo se aplica também a todas as empresas. Nesse sentido, prevalece, portanto, a concepção de que somente as empresas mais preparadas sobrevivem. O modelo empresarial brasileiro encontra-se num momento de transição. Os oligopólios, as empresas de controle e administração exclusivamente familiar, e as de controle acionário e altamente concentrado, com acionistas minoritários passivos e Conselhos de Administração sem poder de decisão caminham para uma nova estrutura de empresa, marcada pela participação de investidores institucionais, fragmentação do controle acionário e com o foco na transparência da gestão. Assim, as mudanças são resultantes de fatores de pressão relativa às privatizações, ao movimento internacional de fusões e aquisições, ao impacto da globalização, às necessidades de financiamento e, conseqüentemente, ao custo do capital, à intensificação dos investimentos de fundos de pensão e à atitude mais ativa de atuação dos investidores institucionais nacionais e internacionais. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 21 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c As novas exigências do mercado têm obrigado muitas empresas a repensarem seus modelos de gestão (estrutura de governança, estrutura organizacional, forma de condução dos negócios, formação de líderes e sucessores, ferramentas de gerenciamento, entre outros). É comum encontrar empresas que aumentaram sua produção, ampliaram seu market share, alavancaram seus negócios e, por causa disso, precisaram remodelar seus processos e rever seu quadro de funcionários, já que a estrutura e o formato de condução da gestão não suportavam mais seu crescimento. É nesse contexto que ganha importância o conceito de Governança Corporativa, que surgiu na Inglaterra e nos Estados Unidos e evoluiu significativamente nos últimos dez anos. Esse conceito é hoje um dos principais aliados das empresas, ao atenuar o abuso de poder dos acionistas majoritários sobre os minoritários, as fraudes e erros estratégicos. Por isso, as empresas brasileiras estão reformulando suas práticas de governança corporativa para enfrentar os desafios impostos pela nova realidade econômica mundial e alcançar o desempenho projetado, conforme ressaltam ÁLVARES E LANK (2003). Nesse sentido, o principal objetivo deste trabalho é analisar se o atingimento do desempenho empresarial está associado ao tipo de estratégia utilizada, aos modelos de governança corporativa e ao estágio do processo de sucessão adotado, de forma que se possa encontrar argumentação baseada na teoria existente sobre o assunto e evidências com base nos dados coletados sobre essa associação. Diante do exposto, para melhor especificar a problemática esboçada e delinear os contornos do objeto de pesquisa, faz-se necessário responder à seguinte questão: Quais as associações existentes entre governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva com o desempenho nas maiores empresas brasileiras? .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 22 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Para responder à pergunta de pesquisa acima, faz-se necessário desenvolverem-se questões de mensuração apresentadas nos objetivos gerais e específicos, a seguir. 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral O objetivo geral do projeto é analisar as associações entre Governança Corporativa, Processo Sucessório e Estratégia Competitiva, com o Desempenho, conforme apresentado na Figura 1, abaixo. Estratégia Competitiva Desempenho Empresarial Governança Corporativa Processo Sucessório FIGURA 1(1): Modelo teórico a ser testado .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 23 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 1.3.2 Objetivos Específicos Os seguintes objetivos específicos, relativos às maiores empresas brasileiras, são almejados neste trabalho: I. Identificar os principais indicadores de desempenho econômico, financeiro e de mercado; II. Identificar as características do modelo de governança corporativa adotado; III. Identificar as características do processo sucessório; IV. Identificar as estratégias competitivas; V. Associar as características do modelo de governança corporativa ao desempenho empresarial; VI. Associar as características do processo sucessório ao desempenho empresarial; VII. Associar as estratégias competitivas ao desempenho empresarial. Este estudo é ainda composto pela fundamentação teórica (capítulo 2), onde são revisados os temas governança corporativa, processo sucessório, estratégia competitiva, e desempenho empresarial. O capítulo 3 trata da metodologia da pesquisa. Nele são apresentadas as hipóteses, o desenho da pesquisa, o lócus da investigação, o plano de amostragem, o método de coleta de dados, a instrumentação das variáveis e a análise estatística aplicada. No capítulo 4, são apresentados os resultados das análises dos dados coletados, os resultados das análises fatoriais, testes de hipóteses e as descrições pertinentes aos dados. Em seqüência, no capítulo 5, apresentam-se as conclusões do estudo, as limitações da pesquisa e as recomendações à realização de futuras pesquisas. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 24 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 2 Fundamentação Teórica Este capítulo contém os fundamentos teóricos e conceituais do tema de estudo. São apresentadas as principais linhas teóricas de governança corporativa, processo sucessório, estratégia de negócios e o desempenho empresarial. Assim, busca-se fundamentar teoricamente as respostas à questão de pesquisa e as hipóteses propostas no trabalho. 2.1 Governança Corporativa O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC (in site), entidade sem fins lucrativos, fundado em 1995, conceitua de forma clássica a governança corporativa como o sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. Ainda segundo o IBGC, as boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade. A governança corporativa ou Corporate Governance, como mundialmente é conhecida, trata dos aspectos relacionados à atuação dos órgãos de governo das empresas. Dela são estudados determinados aspectos, como: as características de composição e funcionamento dos conselhos de administração, o relacionamento entre conselheiros e diretores, o desenvolvimento de comitês de direção para apoiar o conselho, além de se buscar determinar as chamadas "melhores práticas" para a atuação dos conselhos de administração. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 25 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Assim, governança corporativa é um constructo e, portanto, não pode ser explicada por um único conceito, mas por intermédio de construções teóricas que envolvem vários campos do conhecimento. Tal expressão tem sido excessivamente utilizada, tornando-o uma mistura que, por não ter forma própria, tem esvaziado seu significado e sua identidade (BERNARDES E GONÇALVES, 2003). Em princípio, a governança corporativa é sinônimo notadamente de transparência, e tem como objetivo fundamental fazer com que a empresa seja administrada de acordo com os interesses dos acionistas. Essa discussão já existe há alguns anos nos Estados Unidos. Álvares e Lank (2003) observam que, nos últimos dez anos, desenvolveram-se esforços específicos para o estudo da governança corporativa, com foco no desenvolvimento de diretrizes, recomendações e regulamentos aplicáveis aos Conselhos de Administração de empresas de capital aberto. No entanto, governança é um assunto muito mais amplo do que simplesmente a referenciar o papel e funcionamento de Conselhos de Administração. Ainda na visão de Álvares e Lank (2003), a governança corporativa trata de um campo de estudo relativamente novo, por conseguinte não há uma definição-padrão aceita por todos. Contudo ela se define como sendo um sistema de estruturas e processos para dirigir e controlar corporações e prestar contas a respeito delas. Essa definição vem das raízes etimológicas de “Governança” – do verbo latino gubernare, que significa “dirigir”. No entanto, o conceito de dirigir não deve ser confundido com o envolvimento cotidiano com a administração. Neste caso, dirigir envolve: Moldar o direcionamento estratégico de longo prazo da empresa; Tomar decisões que envolvam conseqüências potencialmente de longo alcance; .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 26 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Alocar ou realocar recursos financeiros substanciais (por exemplo, investimentos de capital) ou recursos humanos (como a indicação ou demissão do CEO); e Tomar decisões que estabeleçam precedentes importantes e que possam ser difíceis de reverter. Em mercados emergentes a globalização tem um peso elevado no crescimento dos investimentos. Investidores internacionais têm uma crescente preocupação com a transparência das empresas. Ela é importante para que os investidores se sintam à vontade para colocar dinheiro em empresas locais. É uma questão de confiança. E isso é muito significativo tanto para as empresas quanto para o país. O processo de governança corporativa procura, dentro do atual cenário de mercado, estudar formas e caminhos de desenvolver critérios de convivência mais harmoniosa entre o capital, a gestão, a família e a sociedade em que está inserida. O sentido mais conhecido da governança se refere à relação entre a empresa, os acionistas, os mecanismos e os principais membros que gerenciam o processo decisório da gestão, principalmente em relação à proteção dos acionistas. No início, os princípios de governança corporativa centravam-se no processo de geração de valor para os acionistas e sócios (shareholders). A governança corporativa passou a tratar também das relações com outros grupos que sofrem impacto das decisões, tais como empregados, fornecedores, clientes e a comunidade em geral, denominada apostadores ou atores (stakeholders). Essa evolução exige maior transparência, obrigações, compromissos e condutas éticas em relação a todos os apostadores no negócio da organização (ÁLVARES e LANK, 2003) As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade (IBGC - in site). .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 27 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Do ponto de vista das sociedades familiares, o conceito estende-se para os órgãos relacionados à participação dos sócios familiares. Bertucci, Bernardes e Brandão (2005) identificam quatro modelos de governança corporativa: modelo financeiro, focado no retorno financeiro dos investidores; modelo dos públicos relevantes (stakeholders), que preconiza a responsabilidade social; modelo político, cuja ênfase é a questão institucional; modelo de procuradoria, que valoriza o poder dos gerentes gerarem valores tangíveis e intangíveis. Embora todos os modelos e visões remetam à idéia de que governança corporativa refere-se à forma como as empresas exercem seu papel no contexto de uma economia, há muita divergência sobre a forma como esse governo deve ser exercido e a que interesses servem. 2.1.1. A Governança na Empresa Não-Familiar A governança corporativa permite que os sócios-proprietários possam ter controle da organização, por meio de uma efetiva monitoração da diretoria executiva. Assim, os sócios ficam mais livres para cuidar dos assuntos estratégicos da empresa. Com uma estrutura de governança, as empresas passam a ser vistas como sinônimo de transparência e ética, adquirindo confiança do mercado e tendo suas ações mais valorizadas, diferenciando-se de outras empresas do mesmo porte, tornando-se mais profissionais, valorizadas e respeitadas por toda sua cadeia de negócios. Na teoria econômica tradicional, a governança corporativa surge para procurar superar o chamado “conflito de agência”, presente a partir do fenômeno da separação entre a propriedade e a gestão empresarial. O “principal”titular da propriedade delega ao “agente”o poder de decisão sobre essa propriedade. A partir daí, surgem os chamados conflitos de agência, pois os interesses daqueles que administram a propriedade nem sempre estão .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 28 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c alinhados com os de seu titular. Sob a perspectiva da teoria da agência, a maior preocupação é criar mecanismos eficientes (sistemas de monitoramento e incentivos) para garantir que o comportamento dos executivos esteja alinhado com os interesses dos acionistas (DI MICELI, 2006). O diretor-presidente de uma empresa na sociedade atual raramente tem a mesma liberdade outrora concedida aos antecessores. Os conselhos administrativos, historicamente passivos, tornaram-se participantes ativos na gestão das empresas e na avaliação do desempenho do dirigente. A boa governança corporativa proporciona aos proprietários (acionistas ou cotistas) a gestão estratégica de sua empresa e a efetiva monitoração da direção executiva. As principais ferramentas que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão são os Conselhos de Administração, a Auditoria Independente e o Conselho Fiscal (IBCG, 2004). 2.1.2. A Governança na Empresa Familiar Em primeiro lugar, deve-se caracterizar o que é uma empresa familiar. Bornholdt (2004) apresenta alguns fundamentos que, se identificados numa empresa ou grupo de empresas, resultam em considerá-la familiar, quais sejam: O controle acionário pertence a uma família e/ou a seus herdeiros; Os laços familiares determinam a sucessão no poder; Os parentes se encontram em posições estratégicas, como na diretoria ou no conselho de administração; As crenças e os valores da organização identificam-se com os da família; .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 29 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Os atos dos membros da família repercutem na empresa, não importando se nela atuam; A ausência de liberdade total ou parcial de vender suas participações/quotas acumuladas ou herdadas na empresa. É fundamental iniciar desde cedo o processo de governança corporativa, ou seja, a administração deve ocorrer em bases totalmente profissionalizadas, através da criação de normas e regras de convivência, interação e limites entre os sistemas família, sociedade e empresa, enquanto os conflitos não se iniciem e se tornem insuportáveis. A estrutura de governança, em seus aspectos mais gerais, tende a simplificar-se ao coincidir em uma pessoa ou grupo o papel de proprietário e o de diretor, sendo diferente o trabalho de decisão, coordenação e comunicação posto em prática ao existirem alguns interesses empresariais menos dispersos. Esta característica diferencia as empresas familiares ou não-familiares, mas de gestão não profissional, dos outros tipos de empresa. Isso por ocorrer, como citado anteriormente, a sobreposição de papéis, o que em parte facilita e agiliza a administração e a tomada de decisão. Bornholdt (2004) ainda ressalta que a governança familiar abrange a relação entre os três sistemas: o sistema empresarial e o conselho de administração (gestão), o sistema societário e a assembléia de acionistas (sócios) e o sistema familiar e o conselho de família (famílias). Todas essas instâncias devem possuir fóruns específicos e competentes, visando à busca de soluções para assuntos de naturezas distintas. Esses fóruns são exatamente os Conselhos. A família, o vínculo societário e a operação empresarial exigem fóruns distintos e competentes para lidar com questões estratégicas do capital: Conselho de Família, Conselho Societário e o Conselho de Administração. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 30 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c A missão do Conselho de Administração é proteger e valorizar o patrimônio familiar, bem como zelar pela maximização do retorno sobre os investimentos realizados. Idealmente, seus integrantes necessitam de formação profissional mínima e pleno conhecimento dos valores da família e dos negócios familiares. O Conselho de Família é um instrumento complementar em tudo que envolva os compromissos que os familiares assumem no papel de acionistas e componentes de uma comunidade social e empresarial, tratando das questões éticas e da definição de ações que garantam a preservação dos valores familiares (BORNHOLDT, 2004). O Conselho Societário é estruturado com base na representação do capital, visando evitar que a pulverização dificulte o processo decisório. Sua formação surge em função do “novo”na relação familiar. Seus membros se tornarão sócios vinculados por seus interesses no capital, algo além do vínculo familiar. Isso ocorrerá no momento da transição do papel de membro da família para a categoria de acionista, segundo ainda BORNHOLDT (2004). A importância dos Conselhos é também ressaltada por Drucker (1996), enfatizando que as empresas que visam lucro devem aprender com as empresas sem fins lucrativos em pelo menos duas áreas importantes na administração: estratégia e eficácia do conselho. Numa estrutura de governança corporativa, a relação dos acionistas com os gestores ocorre por intermédio do Conselho de Administração. Chamado por Peter Drucker de "a consciência da empresa", esse Conselho é o responsável por colocar em prática os objetivos da empresa, objetivando proteger seu patrimônio, maximizar o retorno do investimento e cultivar os seus valores, suas crenças e seus propósitos. Cabem aos conselheiros, pessoas que devem possuir visão estratégica e conhecimento de mercado, zelar pela isenção, fiscalizar a gestão dos diretores e prestar contas aos acionistas. Para tanto, o Conselho conta com ferramentas como a auditoria independente, que avalia os controles e procedimentos internos, e com o conselho fiscal, uma forma de controle independente para os acionistas. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 31 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Na empresa familiar, a governança contribui para a profissionalização da sociedade e de toda a organização, ao impor padrões de cultura e normas de procedimento, inclusive ao proprietário. Com esse modelo, há a separação clara da tríade: Família, Propriedade e Gestão. A empresa deixa de ser tratada como uma "instituição" que gera renda apenas para a família e passa e ser um "negócio" rentável e sadio, de amplitude bem maior. 2.1.3 Órgãos da Governança nas Empresas A boa prática da governança corporativa tem como alicerce o exercício da transparência, o fundamento na confiança e o suporte no compromisso e no respeito em relação a todos os atores (partes interessadas e atingidas), direta e indiretamente envolvidos com uma organização. Os fundamentos da governança corporativa são formados por princípios de eqüidade, prestação de contas (accountability) e responsabilidade corporativa e social, tanto com a organização quanto com as famílias. Existem diversos órgãos correlacionados com a gestão da empresa e sua inter-relação com as famílias e com o mercado. Esses órgãos, como destacado por Di Miceli (2006) e Álvares e Lank (2003), são os seguintes: Conselho de família; Conselho de administração; Conselho superior; Direção executiva; Conselho consultivo; Conselho fiscal; Auditoria independente; e Conselho de sócios (propriedades) e assembléia de acionistas. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 32 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c O Conselho de Família O conselho de família é um órgão optativo, mas de fundamental importância nas empresas familiares. Geralmente é instituído no acordo societário para deliberar sobre os interesses e expectativas dos familiares nos negócios. Cuida da participação deles na sociedade e zela pelo patrimônio dos sócios e acionistas. Administra os conflitos de interesse entre familiares. Os assuntos pertinentes às famílias ficam restritos ao âmbito desse conselho, diminuindo a ingerência e a interferência nas decisões e nas questões empresariais, conforme ÁLVARES E LANK (2003). O Conselho de Administração Pode-se identificar o grau de influência dos conselhos de administração em níveis de escala conforme os Princípios das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC. Essa escala de 1 (menos influente) a 4 (mais influente) mostra o papel do conselho nas diferentes empresas. Na maioria delas, os conselhos de administração são formados por membros que atuaram como executivos ou são sócios familiares que acompanham os negócios há muito tempo (DI MICELI, 2006). O IBGC (2006) estima que um conselho moderno exija de seus membros algo entre 250 e 300 horas por ano. Até por isso o costume de um profissional participar simultaneamente dos conselhos de várias empresas entra em extinção. Em decorrência, os honorários de conselheiro estão aumentando. Pela Lei nº 6.404 das Sociedades Anônimas (Lei das S.A.), a remuneração do membro do CA não pode ser inferior a 10% do salário do presidente-executivo da empresa. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 33 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Segundo a respeitada Governance Metrics International (GMI), nos países emergentes os conselheiros independentes são maioria em apenas 35% dos conselhos administrativos das empresas. Nos mercados mais desenvolvidos, a proporção é de 75% e entre os anglo-saxões (Austrália, Canadá, EUA e Reino-Unido, não por coincidência alguns dos maiores países do mundo) chega aos 93%. O 32º Estudo Anual sobre Conselhos, da Consultoria Korn Ferry, mostra que nos EUA esses conselhos têm, em média, oito membros independentes contra dois ligados à propriedade ou à administração empresarial. O Conselho Superior Em algumas empresas, foi instituído um conselho denominado superior ou especial, permanente ou transitório, baseado no modelo germânico. Geralmente esses conselhos são informais. Para Álvares e Lank (2003), eles são implementados diante de três situações específicas: primeiro, no caso de transição de mudanças; segundo, para simplificar o processo da governança; e em terceiro lugar, para distinguir membros do conselho de administração internos e externos. A Diretoria Executiva A gestão executiva é formada pelo presidente (CEO) e demais diretores ou gerentes seniores. Está subordinada ao conselho de administração e, na estrutura hierárquica, é representada pelo presidente. Segundo Álvares e Lank (2003) responsabilidades são: Prestar contas de sua gestão; Executar as políticas e diretrizes aprovadas pelo conselho; Implementar as estratégias aprovadas pelo conselho; suas principais .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 34 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Agir com lealdade à sociedade e à família; Coordenar a gestão e os demais diretores executivos. Prestar contas da gestão é uma obrigação cujas responsabilidades e formatos precisam ser previamente definidos e compartilhados com o sistema familiar e societário. As delimitações da prestação de contas precisam incluir o conteúdo desejado pelos órgãos, a forma de se comunicar e a periodicidade. Executar as políticas e diretrizes se refere à visão, missão e valores da organização e representa o alinhamento da cultura organizacional, e o engajamento com o posicionamento estratégico. Seguir os princípios, as normas de procedimentos e as regras de comportamentos esperados pela família e demais sócios familiares ou pelo conselho de família. Implementar as estratégias aprovadas é uma tarefa do conselho e expressa a necessidade de cuidar do futuro e dos próprios familiares. Apresentar as estratégias, objetivos, metas, planos de ação e equipes de projetos mostra o quanto a administração está em sintonia com os conselhos. Agir com lealdade à sociedade e à família representa presidir uma empresa, e isso significa aderir aos seus princípios e metas, respeitar e reforçar a cultura organizacional, a missão, as crenças e os valores da organização. Coordenar a gestão e os demais diretores executivos significa enquadrar os demais parentes (irmãos, pais, cunhado, filhos) em papéis e responsabilidades diferenciadas. O que requer uma liderança apropriada. Isso representa conciliar a demanda dos diretores, familiares e executivos externos para que haja harmonia, adesão e coesão. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 35 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c O Conselho Consultivo Segundo Álvares e Lank (2003), por meio de diversos estudos antropológicos, historicamente sabe-se que os conselhos consultivos eram formados por anciãos, e às vezes por “notáveis”, de um determinado grupo. Em algumas organizações, o conselho consultivo é formal, constando nos estatutos ou no regimento interno. Podem ser permanentes ou temporários. Os permanentes geralmente são formados por membros de notável saber em áreas específicas e de interesse da organização; os temporários, todavia, geralmente são formados para um processo de transição ou de mudanças, e possuem atribuições que se encerram ao término das tarefas para as quais foram designados. O Conselho Fiscal O conselho fiscal, por natureza, é um órgão potencialmente persecutório nas organizações. À primeira vista, parece um órgão que existe apenas para fiscalizar, em busca de qualquer detalhe que lhe permita apontar alguma falha de controle. É um órgão previsto na Lei nº 6404/76, das Sociedades Anônimas, mas de implementação opcional. Ele tem como atribuição fiscalizar os atos da administração, opinar sobre determinadas questões e dar informações aos sócios (IBCG, 2004). Geralmente, não é um órgão deliberativo nem possui poderes de decisão, podendo, assim, ser entendido como uma das ferramentas para agregar valor para a sociedade. Tem ação independente dos demais e representa um controle adicional para os sócios. Seu papel é exercitar o contraponto dos sócios minoritários em relação aos acionistas ou sócios controladores. A formação do conselho fiscal tem uma composição com participação paritária, igualitária e equilibrada entre os controladores e os sócios minoritários. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 36 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c As principais atribuições dos conselhos fiscais são as seguintes ( IBGC, 2004): Fornecer periodicamente pareceres e informações da companhia sobre a consistência da documentação contábil; Fornecer opiniões sobre os livros fiscais e demonstrações contábeis e financeiras; Fiscalizar as principais transações, em especial, as que tenham reflexo em remuneração dos controladores, valor da empresa e dividendos aos minoritários; Acompanhar os principais registros que tenham reflexos na consistência legal e econômica dos resultados; Fiscalizar as principais transações, em especial as que tenham efeitos fiscais, tributários e trabalhistas; e Criar um canal de comunicação entre os sócios, o comitê de auditoria do conselho de administração, os auditores independentes, a auditoria interna e os principais executivos. A Auditoria Independente É um agente da governança corporativa fundamental para todas as partes interessadas. Nisso se incluem familiares, sócios, executivos, empregados, fornecedores, clientes, bancos e sociedade em geral. Em princípio, toda organização, independentemente do porte e da natureza, unifamiliar ou multifamiliar, com poucos ou muitos sócios, deve ter um auditor independente. A vantagem da auditoria independente está no fato de que representa uma proteção e um .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 37 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c resguardo para o presidente e os executivos. Em segundo aspecto, ela é um atestado formal de boas intenções para todos os apostadores e interessados. A atribuição básica da auditoria independente (IBGC, 2004), publicada e universalmente aceita, é verificar se as demonstrações financeiras refletem adequadamente a realidade da sociedade. Isso significa que há consonância entre os números apresentados e a situação real da empresa. O que está escrito deve ser compatível com o que está verdadeiramente acontecendo. Os conselhos mais estruturados usualmente definem entre si um comitê de auditoria. O comitê de auditoria (em sua ausência, o próprio conselho de administração) é que estabelece com os auditores seu escopo de trabalho, seus prazos e honorários. A auditoria independente, por sua vez, tem a incumbência de se reportar ao comitê de auditoria e ao conselho de administração, informando todos os acontecimentos relevantes identificados durante seus trabalhos. Para o desempenho de suas atribuições, o comitê de auditoria precisa ser formado por membros preferencialmente externos e independentes. Em continuidade à preservação da transparência e isenção, em princípio, os auditores independentes estão impedidos de prestar qualquer outro serviço à companhia. Além de elaborar o relatório com seu “parecer”, de acordo com alguns preceitos do IBGC (2001), a auditoria tem as seguintes atribuições: Informar as políticas contábeis e práticas adotadas pela companhia; Descrever eventuais deficiências relevantes da empresa e da atuação da contabilidade; Avaliar os procedimentos internos e informar quaisquer divergências entre as normas e a prática adotada; .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 38 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Informar os tratamentos contábeis usados pela companhia em relação às leis e normas internas; Comunicar eventuais divergências com funcionários, executivos ou diretoria da empresa; Cientificar sobre possíveis riscos econômicos, financeiros, tributários, fiscais e trabalhistas; e Analisar e notificar possíveis fraudes ou evidencias de desvios. A empresa que opta pelas boas práticas de governança corporativa adota como linhas mestras a transparência, a prestação de contas (accountability) e a eqüidade. Para que essa tríade esteja presente em suas diretrizes de governo, é necessário que o Conselho de Administração, representante dos proprietários do capital (acionistas ou cotistas), exerça seu papel na organização, o qual consiste especialmente em estabelecer estratégias para a empresa, eleger a diretoria, fiscalizar e avaliar o desempenho da gestão e escolher a auditoria independente. No entanto, nem sempre as empresas contam com conselheiros qualificados para o cargo e que exerçam, de fato, sua função legal (IBGC, 2001). Essa deficiência tem sido a raiz de muitos dos problemas e fracassos nas empresas, na maioria das vezes, decorrentes de abusos de poder, tais como: do acionista controlador sobre minoritários, da diretoria sobre o acionista, dos administradores sobre terceiros, concentração de poder normalmente sobre executivo principal, fraudes através do uso de informação privilegiada em benefício próprio ou, ainda, atuação em conflitos de interesses. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 39 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 2.1.4 A Governança no Mundo –Normas e Regulamentações O movimento da governança corporativa ganhou força nos últimos dez anos, tendo nascido e crescido, originalmente, nos Estados Unidos e na Inglaterra e, a seguir, espalhandose por muitos outros países (ÁLVARES e LANK, 2003). No Brasil, os conselheiros profissionais e independentes começaram a surgir basicamente em resposta à necessidade de atrair capital e fontes de financiamento para a atividade empresarial, o que foi acelerado pelo processo de globalização e pelas privatizações de empresas estatais no país (ÁLVARES e LANK, 2003). Atualmente, o mercado de capitais, as empresas, os investidores e a mídia especializada já se utilizam habitualmente da expressão governança corporativa, mencionam e consideram as boas práticas de governança em sua estratégia de negócios. Um dos principais responsáveis por essa nova realidade, no Brasil é o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa - IBGC. Diversos organismos e instituições internacionais priorizam a governança corporativa, relacionando-a a um ambiente institucional equilibrado, à política macroeconômica de boa qualidade, estimulando assim, sua adoção em nível internacional. Como exemplo disso, podese citar: O grupo das nações mais ricas do mundo (G7) considera a governança corporativa o mais novo pilar da arquitetura econômica global, IBGC (2004). A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) desenvolveu uma lista de Princípios de Governança corporativa e promove, periodicamente, em diversos países, mesas de discussão e avaliação do desenvolvimento da governança, IBGC (2004). .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 40 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c O Banco Mundial e o FMI consideram a adoção de boas práticas de governança corporativa como parte da recuperação dos mercados mundiais, abatidos por sucessivas crises em seus mercados de capitais. Praticamente em todos os países surgiram instituições dedicadas a promover debates em torno da governança corporativa. A McKinsey & Co (2002) em parceria com o Banco Mundial, conduziu uma pesquisa (Investors Opinion Survey) junto a investidores, representando um total de carteira superior a US$ 1.650 bilhões, destinada a detectar e medir eventuais acréscimos de valor às companhias que adotassem boas práticas de governança corporativa. Apurou-se que os investidores pagariam entre 18% e 28% a mais por ações de empresas que adotam melhores práticas de administração e transparência. Algumas outras importantes conclusões dessa pesquisa foram: Os direitos dos acionistas foram classificados como a questão mais importante de governança corporativa da América Latina; Três quartos dos investidores dizem que as práticas do conselho de administração são pelo menos tão importantes quanto a performance financeira, quando estão avaliando companhias para investimentos. Na América Latina, quase metade dos respondentes considera que as práticas do conselho de administração são mais importantes que a performance financeira; Na América Latina e na Ásia, onde os relatórios financeiros são limitados e freqüentemente de má qualidade, os investidores preferem não confiar apenas em números. Eles acreditam que seus investimentos estarão mais bem protegidos por companhias com boa Governança, que respeitem os direitos dos acionistas; A qualidade da administração da companhia não raro é mais importante do que questões financeiras nas decisões sobre investimentos. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 41 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c A Figura 2, a seguir, representa os principais resultados em termos de Estrutura de Propriedade e Conselho de Administração no Brasil, segundo a McKinsey & Co (2002). MODELO ATUAL Estrutura de Propriedade 1. 2. 3. 4. 5. 6. 1. Conselho de Administração 2. 3. 4. 5. Alta concentração das ações com direito a voto (ordinárias) Alto nível de utilização de ações sem direito a voto (preferenciais) Empresas fundamentalmente de controle familiar ou controladas por poucos investidores Não reconhecimento dos interesses dos acionistas minoritários Acionistas minoritários pouco ativos Alta sobreposição entre propriedade e gestão Pouca clareza na divisão dos papéis conselho/diretoria executiva, principalmente nas empresas familiares Estruturas informais dos conselhos (ausência de comitês) Maioria de conselheiros externos, porém não independentes Escassez de conselheiros profissionais capacitados Remuneração como fator pouco relevante F FIGURA 2(2): Modelo Atual de Governança corporativa no Brasil FONTE: Pesquisa Mckinsey e Korn & Ferry - Panorama de Governança Corporativa no Brasil –2001. O ponto alto da governança corporativa, como novo estilo de gestão estratégica, é o estabelecimento de Códigos de Melhores Práticas. Empresas e órgãos governamentais em diversos países (destaques para a Inglaterra e EUA) têm inúmeros códigos desse tipo. O objetivo geral é estabelecer padrões de conduta para os conselhos de administração, visando a uma atuação mais eficaz de tais órgãos de governo. Esses códigos também se constituem num fator de pressão para mudanças, conforme ressaltam ÁLVARES E LANK (2003). Em certos países, institutos especializados foram criados para incentivar a boa governança. O Brasil é um excelente exemplo, com seu Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, publicando, inicialmente em 2001, um Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, o qual já está hoje na sua 3ª edição. No Reino Unido, o Comitê de Assuntos Corporativos (Company Affairs Committee), do Instituto dos Diretores (Institute of Directors), produziu um conjunto altamente normativo de diretrizes a respeito das práticas para conselhos de administração. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 42 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Nos Estados Unidos, a instituição Academic Council publicou um relatório denominado “Tendências Emergentes em Governança Corporativa” (Emerging Trends in Corporate Governance). Nesse relatório, se identificam as tendências da Governança Corporativa, e se observa como os conselhos de administração devem fundamentar-se. A BOVESPA (in site) define como “Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa” um conjunto de normas de conduta para empresas, administradores e controladores considerados importantes para uma boa valorização das ações e outros ativos emitidos pela companhia. A adesão a essas Práticas distingue a Companhia como Nível 1 ou Nível 2, dependendo do grau de compromisso assumido pela empresa. A adesão às “Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa”, da BOVESPA, dá maior destaque aos esforços da empresa na melhoria da relação com investidores e eleva o potencial de valorização dos seus ativos. As Companhias Nível 1 se comprometem, principalmente, com melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Assim, as principais Práticas agrupadas no Nível 1 são (BOVESPA , in site): Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% do capital; Realização de ofertas públicas de colocação de ações através de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital; Melhoria nas informações prestadas trimestralmente, entre as quais, a exigência de consolidação e de revisão especial; Cumprimento de regras de disclosure em operações envolvendo ativos de emissão da companhia por parte de acionistas controladores ou administradores da empresa; Divulgação de acordos de acionistas e programas de stock options; e .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 43 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Disponibilização de um calendário anual de eventos corporativos. Para a classificação como Companhia Nível 2, além da aceitação das obrigações contidas no Nível 1, a empresa e seus controladores adotam um conjunto bem mais amplo de práticas de governança e de direitos adicionais para os acionistas minoritários. Resumidamente, os critérios de listagem de Companhias no Nível 2 são: Mandato unificado de 1 ano para todo o Conselho de Administração; Disponibilização de balanço anual seguindo as normas do USGAAP ou IAS GAAP, que são os Princípios Contábeis geralmente aceitos nos EUA e na Europa; e Extensão para todos os acionistas detentores de ações ordinárias das mesmas condições obtidas pelos controladores, quando da venda do controle da companhia, e de 70% desse valor para os detentores de ações preferenciais. A Figura 3, a seguir, representa os principais requisitos para adesão aos Níveis de Governança Corporativa da Bovespa. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 44 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c FIGURA 3 (2) : Exigências para níveis de governança corporativa da Bovespa FONTE: Silveira (2002). FIGURA 3 (2) : Exigências para níveis de governança corporativa da Bovespa FONTE: Silveira (2002). Investir esforço e tempo na criação e na manutenção de sistemas para a boa governança pode resultar em empresas mais fortes, mais coesas, mais inovadoras, mais bem sucedidas e dinâmicas, trabalhando em conjunto, com vantagens mútuas e duradouras. Abordar o tema Governança Corporativa sem tratar da temática das Estruturas Organizacionais seria uma limitação séria na pesquisa. Sendo assim, o assunto merece um detalhamento, pois, como observa Albi (1994), as estruturas organizacionais são um conjunto de relações de autoridade, de coordenação e de comunicação, que regem a atividade empresarial interna e suas relações com o ambiente externo. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 45 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 2.1.5 Estruturas Organizacionais A melhor das estruturas organizacionais não será capaz de assegurar qualquer resultado ou desempenho, mas a estrutura errada garante o mau desempenho. Tudo o que ela gera são atritos e frustrações. A estrutura organizacional errada realça os pontos que não devem ser realçados, aprofunda as disputas, salienta as deficiências e não as virtudes. A estrutura organizacional correta constitui, portanto, pré-requisito para o bom desempenho. Uma organização é criada e projetada, visando a um objetivo (DAFT, 2002). A estrutura e o projeto da organização são conseqüências desse objetivo. A escolha de uma estratégia afeta as características do projeto organizacional necessário para sustentar a abordagem competitiva da empresa. Ainda para Daft (2002), os três componentes-chave na definição de estrutura organizacional estão aqui descritos: 1. A estrutura organizacional determina as relações formais de subordinação, entre as quais o número de níveis na hierarquia e a amplitude de controle de gerentes e supervisores. 2. A estrutura organizacional identifica o agrupamento de indivíduos em departamentos e destes na organização como um todo. 3. A estrutura organizacional inclui o projeto de sistemas para assegurar comunicação eficaz, coordenação e integração de esforços entre os departamentos. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 46 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Esses três elementos de estrutura dizem respeito aos aspectos tanto verticais como horizontais da organização. Os dois primeiros constituem, por exemplo, o referencial estrutural, que é a hierarquia vertical. O terceiro elemento refere-se ao padrão de interações entre os funcionários da organização. Uma estrutura ideal incentiva os funcionários a fornecer informação e coordenação horizontal onde esta é necessária. A estrutura organizacional se reflete no organograma, que é a representação visual do conjunto inteiro de atividades e processos subjacentes a uma organização. Segundo Vasconcellos e Hemsley (2003), a estrutura de uma organização pode ser definida como o resultado de um processo através do qual a autoridade é distribuída, as atividades são especificadas e um sistema de comunicação é delineado, permitindo que as pessoas realizem as atividades e exerçam a autoridade que lhes compete para a obtenção dos objetivos organizacionais. Para os autores, a estrutura é composta por três componentes básicos que estão interrelacionados: sistema de atividade, sistema de autoridade e sistema de comunicação. O sistema de atividades é o resultado da alocação de atividades entre membros da organização. Ainda, conforme argumentam Vasconcellos e Hemsley (2003), para o delineamento de um sistema de atividades, três áreas devem ser abordadas: departamentalização, especificação das atividades e ilha de assessoria e determinação do nível adequado de especialização do trabalho. O sistema de autoridade, por sua vez, pode ser definido, de forma resumida, como o poder para tomar decisões e comandar pessoas, delegado pela organização ao indivíduo para o exercício de suas funções. E, ainda, a distribuição desse poder formal a todos os membros da organização. Os principais aspectos no seu delineamento são a amplitude .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 47 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c administrativa e níveis hierárquicos, a determinação do nível adequado de descentralização da autoridade e a delegação de autoridade (VASCONCELLOS e HEMSLEY, 2003). Já o sistema de comunicação é a rede através da qual fluem as informações que permitem o funcionamento da estrutura empresarial de forma integrada e eficaz. Ao conceituar estrutura organizacional, faz-se necessário discutir também os elementos dela constituintes, observando como estes interferem no desenho organizacional. Nessa análise são consideradas a complexidade, a formalização e a centralização, bem como suas variações, como delineadoras do formato organizacional. Para Hall (1984), três são os elementos que determinam a complexidade: a diferenciação horizontal; a diferenciação vertical e a dispersão espacial. A diferenciação horizontal consiste em subdividir em pequenas tarefas uma tarefa complexa. A partir daí, uma organização tanto pode ter profissionais especialistas responsáveis por operações completas, não havendo necessidade de subdividir a tarefa, como pode optar pela subdivisão para que funcionários não especialistas sejam capazes de desempenhá-la. A diferenciação vertical se relaciona ao número de níveis hierárquicos existentes entre a cúpula e os empregados que trabalham na produção de uma organização. Assim, vale dizer que à medida que o tamanho da organização aumenta, a tendência é que o número de níveis hierárquicos também se amplie o que, conseqüentemente, aumenta a complexidade da organização. No entanto, a cultura organizacional instalada na empresa influencia bastante essa variação. A dispersão espacial refere-se ao número de locais espacialmente separados em que os membros de uma organização se empregam. Este termo pode ser traduzido pelas diferenças nos estilos de trabalho e na estrutura das muitas unidades e departamentos de uma organização, podendo, então, dificultar a coordenação de suas atividades. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 48 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Com relação à formalização, alguns departamentos podem ter regras e procedimentos mais restritos em função do grau de formalização na estrutura. Assim, quanto maior a complexidade, maiores serão os problemas para coordenar e controlar as atividades da organização. Já o conceito de centralização, terceiro elemento da estrutura, refere-se ao grau em que a autoridade e a responsabilidade são mantidas no topo da organização. De acordo com Hall (1984), a centralização se relaciona à distribuição de poder nas empresas e pode variar de acordo com o tipo de formato organizacional. Por outro lado, Hunger e Wheelen (2002) consideram que, embora seja possível uma variedade quase infinita de formas estruturais, certos tipos básicos predominam nas modernas empresas complexas: a simples, a funcional, a divisional, a de unidades estratégicas de negócios e a de conglomerado. De acordo com Mintzberg (1998), são classificados três tipos principais de estrutura: estrutura funcional, estrutura divisional e estrutura matricial, as quais coincidem também com a visão de HUNGER E WHEELEN (2002). A velocidade e a dinâmica empresarial têm forçado as empresas a se tornarem cada vez mais ágeis e flexíveis. Nesse sentido, a utilização de estruturas inovativas que proporcionem multifuncionalidade, baixo nível de formalização e burocratização, baixo nível de especialização, comunicação horizontal e diagonal, estruturas orientadas ao processo e não à atividade, equipes de alta performance, alto nível de participação nas decisões, voltada para o cliente tanto externo como interno, formas de departamentalização avançadas (por projeto, matricial, por centro de resultado, por células de negócio) colaboram para a consolidação das estratégias e de um modelo de gestão diferenciado e, conseqüentemente, mais competitivo. Manter uma postura competitiva requer das empresas, além da revisão de suas estratégias, modelos de negócio, modelos de processos, aquisição de novas tecnologias, a .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 49 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c adoção de “estruturas organizacionais” adequadas aos objetivos da organização e às condições do seu ambiente mutável. Por isso, é fundamental que as estruturas organizacionais sejam gradativamente reconstruídas, considerando essa nova realidade emergente e inovativa. 2.2 Processo Sucessório Poucos momentos da vida de uma empresa são tão angustiantes quanto o da sucessão do poder. Planejar a sucessão é uma necessidade cada vez mais presente nas organizações, sejam elas familiares ou não. Pensar estrategicamente e de forma preventiva é um dos melhores antídotos para evitar um declínio da organização. Sucessões não podem e não devem ser evitadas, antes deveriam ser motivo de comemoração. É um sinal de que o negócio é maior e mais forte do que as pessoas que passam por ele. A sucessão é de fato, um dos processos mais importantes para a garantia de continuidade da empresa, e pode ser classificada em dois tipos: sucessão familiar e sucessão profissional. A dinâmica da sucessão, tanto familiar quanto profissional, depende de vários fatores, dentre os quais se destacam: valores, crenças, atitudes, forma de abordar o nível de riqueza e de poder em relação às interações pessoais e familiares, a existência de dicotomia entre a família e a empresa e as formas de tratamento de parentes e agregados, segundo JUNIOR E MUNIZ (apud OLIVEIRA, 1999). .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 50 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Os laços “familiares-empresariais”são formados ao longo da trajetória e da história de uma organização, quando a empresa deixa de ser de um dono e passa a ser de um grupo, de uma sociedade. A sucessão, pode-se dizer, é um rito de transferência de poder. É o marco mais significativo de uma organização, que se repete em ciclos de 20 a 40 anos e envolve duas partes: os sucedidos e os sucessores. Gersick (1997) define que a sucessão é o ápice de uma empresa e, após a transformação do empreendimento individual em profissional, a perpetuação torna-se uma preocupação essencial do ciclo de vida da organização. Passar uma empresa lucrativa e em boas condições para a nova geração de líderes é uma meta que motiva os fundadores durante este processo. Garcia (2001) destaca como um dos mais relevantes entre os pontos negativos de uma empresa a falta de planejamento para o processo sucessório. É necessário discutir a sucessão entre as pessoas que buscam o poder dentro de suas empresas, pois é um processo que precisa ser tratado com atenção para coordenar o futuro da empresa. A falta desse planejamento serve como justificativa para o fundador adiar e postergar o próprio processo de distanciar-se do poder, alegando, muitas vezes, não ter chegado o momento adequado para iniciar o processo sucessório. Lodi (1987) é bem mais sucinto ao afirmar que a sucessão é um processo de transferência do poder na empresa, resultando em, aproximadamente, dois anos de importantes mudanças na cúpula da mesma. O processo de “passagem do bastão”(passing the baton) precisa ser pensado e gerido, de modo cauteloso, porque a sucessão, na maioria das vezes, define o futuro do negócio, conduzindo a empresa ao desenvolvimento promissor ou comprometendo fortemente a continuidade empresarial. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 51 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Em empresas familiares, observa-se que o processo sucessório tende a começar na participação societária. Em empresas não familiares, sejam das de capital aberto ou não, nas quais o controle acionário não está nas mãos de uma família ou de um único grupo, a alta administração – normalmente formada por executivos de mercado – detém o controle da gestão. E a sucessão restringe-se à troca do CEO, não envolvendo participação societária. Dentro do ciclo de vida de uma empresa, Gersick (1997) aponta nove tipos possíveis de sucessão, divididos em três grupos distintos, a saber: Três recicláveis, envolvendo mudança na liderança, mas mantendo a forma de propriedade, ou seja, a sociedade permanece a mesma, mas um novo líder assume a direção da empresa; Três progressivas, envolvendo mudança na liderança e aumento da complexidade da forma de propriedade, ou seja, a estrutura de propriedade muda, ou seja, há uma ampliação; Três recursivas, envolvendo ao mesmo tempo mudança na liderança e simplificação da forma de propriedade, isto é, a estrutura de propriedade pode ficar mais simples e enxuta. Para Bornholdt (2004), os processos sucessórios dependem de alguns cenários internos e externos e de características específicas que orientem o processo sucessório de uma empresa. Os pontos mais conhecidos são: Tamanho e complexidade da empresa; Nível de harmonia entre os familiares e/ou núcleos familiares; Perfil e personalidade dos sucedidos e dos sucessores; Participações acionárias, alianças societárias e controle do capital; Estrutura familiar, como núcleos familiares, quantidade de herdeiros, idades de cada geração (1ª, 2ª, 3ª e, assim, sucessivamente); .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 52 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Fase do processo sucessório se é na mesma geração, ou da primeira para a segunda, ou desta para a terceira. Dependendo da fase, se está situada entre tios e primos e outros familiares; Modelo de gestão vigente, de maior sucesso ou fracasso na história da organização; Órgãos complementares, como características do conselho de administração, conselho fiscal, conselho de família e conselho consultivo. Lodi (1997) aconselha iniciar o quanto antes a sucessão, enquanto o fundador estiver presente no negócio. Sugere que o sucedido teste a sucessão enquanto estiver em pleno vigor físico, mental e detendo o controle sobre o negócio. Gersick et al. (1997, p.194) acrescentam: “A sucessão não é uma coisa, mas muitas. Não é um evento único que ocorre quando um velho líder se aposenta e passa a tocha a um novo líder, mas um processo movido por um ‘relógio’ de desenvolvimento - começando muito cedo e continuando através do amadurecimento e envelhecimento natural das gerações”. A sucessão, quer seja planejada ou executada em resposta às necessidades, é um processo complexo, representando uma corrida de obstáculos para os membros da família, da propriedade e da empresa (GERSICK ET AL,1997). Os proprietários devem ter a visão de uma futura estrutura de controle e de como dividir as ações de acordo com essa estrutura. Além disso, precisam treinar e desenvolver os sucessores em potencial para a gerência, superar qualquer resistência que os mais experientes tenham à entrega do poder, ajudar a nova liderança a estabelecer a autoridade com os interessados e ainda estar preparados para enfrentar as contingências inesperadas, a fim de não ameaçar os planos em qualquer parte do processo. Gersick et al (1997) concluem afirmando que, se a sucessão envolver a substituição da liderança sem alterar a forma básica da empresa, grande parte do que o proprietário aprendeu .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 53 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c no passado é aplicável no futuro. Mas se a sucessão envolver também uma mudança na estrutura da forma da empresa, a adaptação exigida pelo sistema é muito maior, e aquilo que funcionou no passado pouco poderá funcionar no futuro. Muitos fundadores devem-se perguntar se é melhor que seus filhos sejam herdeiros, ou sucessores no comando da empresa da família. Na verdade, não há mal nenhum em possuir um sucessor que seja filho do fundador, no entanto, é preciso que o futuro sucessor tenha as competências empresariais necessárias (conhecimentos, habilidades e atitudes) para assumir tal posição. O Instituto Internacional para o Desenvolvimento do Management (IMD), em Lausanne, na Suíça, realizou um estudo comparativo entre empresas familiares e nãofamiliares, e identificou um rol de deficiências específicas em empresas familiares, que resultaram na sua extinção (ÁLVARES e LANK , 2003), tais como: Incapacidade de obter capital para crescimento sem diluir a participação da família no capital do empreendimento; Conflitos entre as necessidades de liquidez da família e do negócio; Planejamento inadequado do patrimônio – falta de recursos para pagamento do imposto de transferência da herança; Incapacidade do CEO familiar de se demitir no momento certo; Inexistência de sucessor competente na família; Rivalidades familiares –não-aceitação do sucessor escolhido; Nenhum sucessor competente fora da família; e Incompatibilidade cultural entre a família, o Conselho de Diretores e/ou a Gerência Superior. Vale salientar que a maioria das deficiências acima elencadas está associada a questões de definição do modelo e adoção de boas práticas de governança corporativa, .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 54 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c necessárias tanto para a família proprietária quanto para a empresa, pois sem elas, a sobrevivência da empresa e da família, enquanto proprietária do negócio está sob alto risco. A sucessão ocorre mais frequentemente em empresas que possuem um planejamento formal de sucessão. Muitos estudos como, por exemplo, os de Naaven et al. (2000) focam os determinantes da sucessão interna e da sucessão externa. Em empresas que possuem um plano de sucessão, nota-se que elas são influenciadas, evidentemente, por escolher um sucessor de dentro ou de fora da organização, de uma maneira estruturada e planejada. As empresas diversificadas que fazem parte de indústrias heterogêneas são aquelas que mais frequentemente adotam planejamento sucessório. Essa assertiva de Naveen (2000) justifica os resultados encontrados em sua pesquisa de que as decisões das empresas que possuem um planejamento sucessório aparecem como sendo positivamente relacionadas aos custos ex ante de encontrar um sucessor apropriado. Não foi encontrada evidência de uma correlação consistente (relação direta) entre empresas que utilizam planejamento sucessório e fortalecimento gerencial (melhoria na gestão). A autora encontrou um retorno acima do normal quando as empresas anunciam o seu sucessor. Por outro lado, não foram encontradas evidências de mudanças futuras no desempenho da operação, após a saída do CEO entre empresas com planejamento sucessório e sem ele. A sucessão é, sem dúvida alguma, uma importante questão para a empresa, seus acionistas e empregados. Afinal de contas, ela responderá a uma questão única - Quem irá liderar a empresa no futuro? Existem benefícios e custos de se ter um plano de sucessão. O mais óbvio benefício é que o planejamento sucessório garante uma transição mais equilibrada. O novo CEO é menos sujeito a erros que podem custar caro, se ele tiver formado uma equipe de alta performance para essa posição. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 55 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Parrino (1997) sugere que desenvolver talentos dentro da organização pode aumentar a quantidade de capital humano disponível e, desse modo reduzir os custos da sucessão. Outro benefício de se ter um planejamento sucessório é o fato de que isso gera um incentivo para os funcionários investirem em seu desenvolvimento de carreira. Empresas que possuem profissionais com alto nível de competências requeridas para o posto do CEO (expertise sobre os produtos da empresa, clientes, concorrentes, networking informal provendo informações estratégicas ao negócio) terão maiores benefícios, se dispuserem de um planejamento sucessório (BONNIER e BRUNER,1989). Ter um planejamento sucessório, contudo, pode trazer algumas conseqüências para as empresas. Aquelas que se dizem possuidoras de um herdeiro no processo sucessório fazem um implícito e, em muitos casos explícitos, comprometimento por apontar o herdeiro como CEO. As empresas que decidem por não promover o herdeiro como CEO podem incorrer em conseqüências desagradáveis tais como a perda de credibilidade na política de sucessão da empresa. Isso poderia baixar os incentivos dos executivos para exercer esforços e investir num capital humano específico ex ante. Em seu estudo, Vancil (1987) utilizou dados sobre 227 grandes corporações, entre 1960 e 1984, apontando que o tipo mais comum de sucessão em empresas é aquele que ele cunhou com o termo de Relay Succession ou Sucessão por Revezamento, envolvendo a seleção de um herdeiro (sucessor) poucos anos antes da transição. O herdeiro e o CEO em atividade, trabalham juntos até que este encerre suas atividades. Usualmente ele se torna o Chairman do Conselho e o herdeiro assume o cargo em definitivo. As principais descobertas do estudo de Vancil (1987) se identificam assim: As empresas parecem gerir o processo sucessório a fim de reduzir expectativas de custo com a sucessão. Quatro anos antes da saída do CEO, 48,7% das empresas estudadas possuíam um herdeiro, contudo 68,7% delas tinham um .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 56 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c herdeiro imediatamente antes da saída do CEO. A probabilidade do turnover foi alta (12,2%) para empresas que possuíam um plano sucessório e de apenas 5,6% para as que não o possuíam. Empresas que detêm um planejamento sucessório substituem o CEO por um empregado interno com mais freqüência, mais especificamente, o herdeiro anteriormente anunciado. Em 84% das empresas que têm um herdeiro selecionado finalizaram o processo colocando o herdeiro como próximo CEO. Empresas que valorizam a gestão do capital humano em seus quadros funcionais têm mais alternativas de formação de herdeiros e, conseqüentemente, a sucessão ocorre através dos seus quadros internos. O planejamento sucessório ocorre mais em indústrias heterogêneas, onde o capital humano específico para o negócio não pode ser facilmente encontrado ou transferido entre empresas no mercado. O planejamento sucessório ocorre mais freqüentemente em empresas que presumivelmente necessitam de maiores habilidades de gerenciamento. Ao longo do anúncio do herdeiro e do processo sucessório, o desempenho das ações no mercado parece ser um significante previsor de se saber se o herdeiro se tornará CEO ou não. 2.2.1. Sucessão por Revezamento (Relay Succession) x Sucessão por Corrida de Cavalos (Horse Race Successions) Vancil (1987) identificou que o tipo mais comum de sucessão, ao qual ele se refere como sucessão por revezamento, consiste em selecionar um herdeiro (sucessor ao cargo de CEO) no mercado, muitos anos antes de o CEO atual decidir deixar o cargo. Ele se refere a isso como uma seleção na fase de noivado, ou seja, o herdeiro seria o noivo. Dessa forma, o herdeiro e o atual CEO trabalham juntos, ganhando, assim, uma valiosa experiência. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 57 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Quando o CEO atual decide que está pronto para parar, ele aponta o herdeiro como o novo CEO, num processo que Vancil denomina de Validação. Tipicamente, o CEO que saiu do cargo permanece como Chairman por um ou dois anos, dando ao seu sucessor tempo para fazer a transição. O novo CEO detém o posto de presidente até que ele esteja pronto para selecionar o próximo herdeiro. Brickley , Colis e Jarrell (1997) apud Naveen (2000), num estudo sobre estrutura de liderança, encontraram algumas evidências consistentes com a teoria de Vancil sobre sucessão por revezamento. Um outro tipo de processo de sucessão é a “corrida de cavalos”, com dois ou mais executivos tops competindo pelo posto de CEO. Um exemplo de uma empresa com esse tipo de sucessão foi a GE –General Eletric, onde o Chairman & CEO Jack Welch anunciou seus planos para aposentadoria em abril de 2001, mas ainda não havia anunciado seu sucessor entre os vários candidatos internos que competiam pelo posto (o próprio J.Welch sucedeu seu Chairman, competindo como se numa corrida de cavalos interna estivesse com mais 07 concorrentes). A sucessão do tipo “corrida de cavalos” é aquela em que um número variado de candidatos compete para o posto de CEO, e somente um dos candidatos será o escolhido (NAVEEN, 2000). Na realidade, empresas que têm planos de sucessão do tipo revezamento, em que, qualquer pessoa pode ser escolhida como herdeira, também poderia ter uma sucessão do tipo corrida de cavalos para a posição de presidente. Então, conclui-se que as duas categorias apresentadas não são mutuamente excludentes. Empresas que praticam a sucessão por revezamento poderiam ter anteriormente utilizado a sucessão por corrida de cavalo em seu processo sucessório e vice-versa. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 58 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Conforme sugerido por Vancil (1987), outro benefício para o CEO que deixa o cargo permanecer como Chairman é que ele pode voltar a ser CEO da empresa, caso o novo CEO escolhido não apresente uma boa performance. Brickley , Colis e Jarrell (1997) apud Naveen (2000) referem-se a isso como “A queda do bastão”(Dropping the baton). Também Brickley, Linck e Collis (1999) sugerem que, após a aposentadoria, o CEO normalmente permanece a serviço do conselho da empresa, e isso pode tornar-se um potencial incentivo para o CEO desempenhar bem seus anos finais como CEO. Em seu estudo, Naveen (2000) separa as empresas em dois grupos: o primeiro como sendo daquelas empresas que possuem um planejamento de sucessão tipo revezamento e um segundo o das empresas que não possuem um plano de sucessão, ou possuem qualquer outro tipo de plano de sucessão (incluindo a corrida de cavalos) diferente da sucessão por revezamento. O motivo dessa separação é que é muito difícil diferenciar as empresas que têm um plano de sucessão do tipo “corrida de cavalos” (horse race succession), daquelas que não possuem nenhum mecanismo formal de sucessão. Ou seja, o estudo de Naveen (2000) compara empresas que possuem planejamento de sucessão por revezamento versus empresas que possuem qualquer outro tipo de planejamento de sucessão e com empresas que não possuem planejamento de sucessão. Naveen (2000) encontrou que 58% dos próximos CEOS foram presidentes de suas empresas antes de serem apontados como CEOS. Por isso, a autora define sucessão por revezamento como o planejamento para apontar um herdeiro. Parrino (1997) mostra a importância de considerar no processo de seleção do CEO as competências possuídas pelos candidatos para a posição. Isso é importante pelo fato de existir .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 59 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c significante potencial para erros e perdas de oportunidade, que acarretam elevados custos durante o período em que o novo CEO adquire as competências necessárias para a posição. Dessa forma, os custos da sucessão são definidos como qualquer custo resultante desses erros e perdas de oportunidades. Quanto mais tempo levar para o CEO adaptar-se no trabalho, maior será o potencial de custos da sucessão. Essa consideração pode, portanto, afetar a escolha entre contratar um CEO de dentro da empresa ou de fora sela. Pois um caminho em que as empresas podem diminuir expectativas de custo da sucessão é selecionar e treinar um sucessor. Contratar um possível CEO de fora da empresa envolve potenciais custos que não existem quando se contrata um CEO de dentro da empresa. Assim, escolher um sucessor para o CEO fora da empresa pode fazer com que a probabilidade de se chegar ao topo, do ponto de vista dos funcionários da empresa, seja reduzida, e isso poderia resultar em baixo incentivo para o desempenho (LAZEAR; ROSEN, 1981). Becker (1964) argumenta que ambos, o empregador e o empregado, investem juntos no acúmulo de competências, e ambas as partes possuem incentivos para manter essa relação a longo prazo. Dessa forma, empresas que requerem um alto nível de competência iriam encontrar, portanto, elevados custos para apontar um candidato externo ao posto de CEO, e mais frequentemente iriam escolher um candidato interno. Similarmente, Furtado e Rozeff (1987) sugerem que as empresas poderiam preferir candidatos internos porque essas empresas poderiam ganhar bons retornos explorando as competências de seu próprio capital humano. Por outro lado, apesar das vantagens relatadas aqui, o planejamento de sucessão pode impor custos para a organização. Um custo potencial seria o tempo gasto pelo atual CEO em selecionar e preparar o sucessor apropriado. Existem também casos em que as empresas podem não ter credibilidade para comunicar que irão apontar um herdeiro para o cargo de CEO. Então, um planejamento de .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 60 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c sucessão não seria efetivo para promover investimento no desenvolvimento de competências, tendo em vista o pensamento estratégico da empresa. Empresas que não reconhecem o desenvolvimento de competências e premiam têm um grande potencial para escolher candidatos ao posto de CEO advindos do mercado. Se uma das razões para o planejamento sucessório é garantir a transição ordenada, então ele será mais frequentemente associado com um processo de sucessão normal ou natural (interna) e menos associado com a sucessão forçada (externa). Como empresas que pertencem a indústrias diversificadas requerem altos níveis de competências, é mais provável que esse tipo de empresa possua um planejamento sucessório. Já em empresas de uma mesma indústria, ou seja, mais homogêneas, onde o capital humano é facilmente transferido através das empresas, o planejamento sucessório é menos freqüente, bem como os custos em procurar um sucessor externo são bem menores. Programas de desenvolvimento executivo fortes e processos de sucessão formal são mais comumente encontrados em empresas bem estabelecidas do que em empresas menos maduras (PARRINO, 1997). Este autor também sugere que o tamanho da empresa poderia ser usado como fator da presença de programas de desenvolvimento executivos fortes e processos de sucessão formal. Isso implica que empresas grandes têm mais probabilidade de ter um planejamento de sucessão formal. Como já visto anteriormente, as empresas diversificadas requerem um maior nível de competências (BERRY, BIZJAK, LEMMON & NAVIEN, 2000). Por isso, é de se esperar que essas empresas apontem um CEO entre seus próprios quadros e, mais freqüentemente, se engajem num planejamento de sucessão ativo. Promoções disputadas por profissionais internos da empresa servem para desenvolver novos talentos entre os gestores que podem preencher vagas quando ocorre uma transição, e .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 61 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c também para incentivar os gestores a exercer esforços em suas tarefas diárias, segundo defende ROSEN apud KNOEBEE (2000). De acordo com Chan (1996), os candidatos internos ao posto de CEO serão escolhidos mesmo que seu desempenho seja bem menor do que os candidatos externos. Ou seja, isso implica dizer que quando candidatos externos e internos possuem competências similares, a sucessão interna será o caminho mais provável. De fato, examinando sucessões para o cargo de CEO em diversas empresas norte-americanas, num período compreendido entre 1974 e 1995, descobriu-se que em 80% (844 de 1036) dos casos a sucessão ocorreu internamente. Hudson, Parrino e Starks apud Knoebee (2000) encontraram evidências de um importante efeito positivo entre o preço das ações e o anúncio da escolha de um CEO externo à organização. A mesma descoberta foi ratificada por Kang e Shivdasani (1996), em processos de sucessão de empresas japonesas. Uma explicação para esse fato é que sucessores externos são escolhidos quando mecanismos dentro da empresa não surtiram efeito. Ou seja, quando as disputas pela promoção não provêem incentivos efetivos e o desempenho da empresa é ruim, apontar um sucessor externo serve para movimentar as coisas. Empresas com baixo desempenho aumentam a probabilidade de transição do CEO e mais do que isso, a probabilidade de se escolher um CEO externo aumenta quando o desempenho da empresa piora, ou mais diretamente, quando o antigo CEO é forçado a demitir-se (PARRINO,1997). Porém, demissões forçadas levam à escolha de sucessores externos apenas em parte dos casos e em quase 1 de 8 casos, de sucessão normal resultam realmente em apontar um CEO externo. A questão é que, em casos normais de sucessão, os CEOS são escolhidos internamente; em tempos ruins, os CEOS são escolhidos externamente para transformar a situação. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 62 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Existe vantagem na escolha de um candidato interno face aos incentivos que são gerados pela disputa, porém, muitas vezes, escolher um candidato apenas internamente pode fazer com que o escolhido não seja o candidato mais qualificado (CHAN, 1996). Knoeber (2000) amplia a concepção de Chan (1996), considerando o incentivo da empresa em selecionar o melhor candidato para o cargo. Então, pode-se verificar que o fator importância da sucessão para a empresa é decisivo e a expectativa de custos em selecionar um candidato de nível inferior é o principal aspecto considerado. O processo sucessório é, em parte, voluntário e, em parte inevitável, em parte, planejado e, em parte, desenvolvimentista. Vai muito além de se “desligar o líder que sai”e “ligar o novo líder”, ou seja, “passar o bastão”. É um processo complexo, obrigatório e decisivo para a perpetuidade das organizações. 2.3 Estratégia Competitiva 2.3.1. O Conceito de Estratégia Os conceitos de estratégia são quase tão numerosos quanto os autores que a referem. Nesta seção, apresenta-se, de forma breve, a literatura sobre estratégia, levando em consideração os conceitos mais difundidos e clássicos. O conceito de estratégia é relativamente novo na Administração. A sua origem histórica pode-se situar na arte militar. É um conceito amplo, vagamente definido, de uma campanha militar para a aplicação de forças em grande escala contra um inimigo. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 63 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Muitos autores pressupõem a conceituação de estratégia, como um conjunto de diretrizes conscientemente deliberadas, que orienta as decisões organizacionais, conforme sugerido por Mintzberg (1998) como estratégia intencionada. Por outro lado, Ansoff (1979) retrata a estratégia como um processo, controlado, consciente e formal de interação entre uma empresa e seu ambiente, acompanhado pela alteração dos aspectos dinâmicos internos da empresa. A abordagem clássica de Ansoff (1979) e Porter (1985) apresenta a formação de estratégia como processo racional de análise deliberada, com o objetivo de maximizar a vantagem da empresa a longo prazo. Segundo Chandler (1962), estratégia é a determinação dos objetivos básicos de longo prazo de uma empresa, a adoção das ações adequadas e a utilização de recursos para atingir esses objetivos. Para Quinn (1980), estratégia é um modelo ou plano que integra os objetivos, as políticas e a seqüência de ações num todo coerente. Day (1999) argumenta que estratégia é buscar vantagem competitiva sobre os concorrentes e diminuir a erosão das vantagens atuais. Assim, sustentar vantagem competitiva torna-se crítico na gestão contemporânea. A posição da empresa na indústria é fruto de seus recursos desenvolvidos ao longo do tempo, e esses recursos são os resultados de investimentos passados feitos para melhorar a posição competitiva, instituindo-se, assim, o ciclo da vantagem competitiva. Observa-se que muitas empresas que foram competitivas no passado e que, ao longo do tempo, deixaram de reinvestir e buscar a melhoria contínua perderam suas vantagens. De fato, mesmo com reputação, credibilidade, marca, mas sem inovação estratégica permanente, a sustentabilidade é impossível. Dessa forma, estratégia é a busca deliberada de um plano de ação para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa. A busca é um processo interativo que começa com o reconhecimento de quem somos e do que temos nesse momento (DAY,1999). .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 64 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c O desenvolvimento da estratégia é um processo que envolve tempo. A meta estratégica de uma empresa é construir uma vantagem competitiva sustentável (PORTER,1997). Nos primeiros anos de desenvolvimento da empresa, ela se esforçará para distinguir seu negócio principal e alcançar uma vantagem competitiva. Ainda para o autor, uma empresa pode diferenciar seu produto ou serviço baseado no preço, qualidade, imagem ou no design. Seu foco pode ser um segmento de mercado ou um nicho. Assim, uma vez estabelecido o negócio principal, este pode ser elaborado para desenvolver novos mercados e produtos. De acordo com Montgomery e Porter (1998), a estratégia em si é o plano geral de uma empresa, que tem dois níveis: a estratégia das unidades de negócio (ou competitiva) e a estratégia corporativa (ou da totalidade do grupo empresarial). Para Johnson e Scholes (1999), existe um terceiro nível de estratégia que está abaixo do nível da estratégia de negócios: estratégia funcional, como a estratégia da operação. A estratégia funcional está relacionada à forma pela qual os componentes da organização, em termos de recursos, processos, pessoas, gestão e suas habilidades, efetivamente vão contribuir para guiar a empresa na direção das estratégias da unidade de negócios e corporativa. Segundo Hunger e Wheelen (2002), a empresa típica geralmente considera três tipos de estratégia: Estratégia Corporativa Descreve a direção geral de uma empresa em relação à sua atitude geral para com o crescimento e a gestão de seus vários negócios e linhas de produtos. É formada pela estratégia diretiva, pela análise de portfólios e pela estratégia de criação e gestão das unidades e subsidiárias. Estratégia de Negócios Geralmente ocorre na unidade de negócio ou no nível do produto e enfatiza a melhoria da posição competitiva dos produtos ou serviços de uma .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 65 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c corporação no setor ou segmento de mercado específico atendidos por esta unidade de negócios. São formadas por estratégias competitivas e cooperativas. Estratégia Funcional É a abordagem adotada por uma área funcional específica para alcançar os objetivos e estratégias da unidade de negócios a que está ligada ou da empresa como um todo, por meio da maximização da produtividade dos recursos. E.g. Marketing e Recursos Humanos. A preocupação é envolver e alimentar uma competência única, singular, que proporcione vantagem competitiva a uma empresa ou unidade de negócio. 2.3.2. Estratégia Competitiva Porter (1997) concentra seus estudos na análise do funcionamento do mercado e da competição em uma indústria ou ramo de negócio. Para isso, duas questões centrais são objetos de análise e que são fatores determinantes da estratégia competitiva de uma organização: a atratividade na indústria (ramo de negócio) e o posicionamento na indústria. Uma estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento do modelo de como a empresa irá competir, combinando os meios organizacionais para se atingirem os fins que são as metas estratégicas. Sendo assim, a meta de uma empresa em uma determinada indústria é encontrar uma posição dentro dela, em que a mesma possa melhor se defender contra as forças competitivas, influenciando-as em seu favor. Duas questões centrais baseiam a escolha da estratégia competitiva (PORTER, 1997): .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 66 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 1. A atratividade das indústrias em termos de rentabilidade a longo prazo, e os fatores que a determinam; e 2. Os determinantes da posição relativa dentro de uma indústria. Sendo assim, a estratégia competitiva visa criar ações ofensivas ou defensivas para atingir uma posição competitiva em uma indústria, enfrentando com sucesso as cinco forças que moldam a competição na indústria em que a empresa está inserida. Segundo Porter (1997), a estratégia competitiva da indústria deve originar-se do conhecimento detalhado da sua estrutura e da maneira como ela se modifica. Assim, a atratividade da indústria, é afetada pelas seguintes forças estruturais: 1. A intensidade da concorrência entre os competidores. 2. A ameaça de novos entrantes nos negócios. 3. A ameaça de produtos ou serviços substitutos. 4. O poder de barganha dos fornecedores. 5. O poder de barganha dos consumidores. A análise do cenário da empresa indica quão fortemente a empresa pode assegurar sua posição e se a estratégia corrente é capaz de aumentar o desempenho a longo-prazo. Esta análise estratégica é centrada em três questões: A primeira se refere à efetividade da estratégia corrente, e o primeiro passo é identificar o tipo de estratégia utilizada no presente. Porter (1985) sugere as estratégias genéricas para o enfrentamento das cinco forças competitivas – liderança de custo total, diferenciação e enfoque, para representar as alternativas de posição estratégica numa determinada indústria. A estratégia de liderança de custo significa basicamente que a empresa consegue oferecer ao mercado algo semelhante às ofertas de seus concorrentes, mas o faz a um custo .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 67 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c total mais baixo. Do ponto de vista de Porter (1980), o custo mais baixo funciona como um mecanismo de defesa da empresa contra a rivalidade de seus concorrentes, especialmente no tocante à competição por preços. A posição de custo baixo permite que a empresa ainda continue auferindo lucros mesmo quando vários de seus concorrentes já tiveram seus lucros consumidos na competição. A segunda questão refere-se às forças e fraquezas da empresa. As forças internas da empresa são geralmente representadas por ativos competitivos, como expertise, core competences e atributos competitivos. As empresas devem procurar explorar suas próprias forças e corrigir as fraquezas que as deixam vulneráveis. Empresas familiares devem, por exemplo, explorar forças como baixos custos de recrutamento, grande lealdade dos funcionários, maior produtividade e maior efetividade em negócios de mão-de-obra intensiva. A terceira questão avalia a posição competitiva e a força competitiva da empresa. A avaliação das forças ou fraquezas da empresa em fatores críticos de sucesso relativos à sua competição direta é essencial. Se as empresas forem mais orientadas às questões internas, elas podem ser menos precisas em suas análises competitivas. A estratégia de diferenciação pressupõe que a empresa ofereça algo que atenda melhor às necessidades da maioria dos segmentos de mercado, desde que o custo adicional em que a empresa tem que incorrer para oferecer este algo a mais não exceda as vantagens de preço mais alto proporcionado pelo fato da sua oferta ser distinta das da concorrência. Assim como na diferenciação, a estratégia baseada no enfoque pode assumir diversas formas. Esta pressupõe segmentos com características ou necessidades distintas dos demais, de tal forma que seria possível a uma empresa praticar, por exemplo, uma estratégia de enfoque em custo, reduzindo seu custo total por meio da especialização em modelos de produtos, ou uma estratégia de enfoque em diferenciação, adotando formas de atendimento e de entrega apropriadas apenas para certos segmentos de mercado. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 68 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Porter (1980) cunhou a expressão stuck-in-the-middle, traduzida para o português como meio-termo, para classificar aquelas empresas que não tivessem conseguido implementar com sucesso nenhuma das estratégias genéricas. O fato de ser classificada como meio-termo não significa que uma empresa não empregue métodos competitivos típicos de uma ou mais estratégias genéricas, mas apenas que a sua estratégia como um todo carece de consistência interna. Somando-se a isso, Porter (1980) considera que a empresa que tente desenvolver ambas as estratégias genéricas ao mesmo tempo, provavelmente acabará no meio-termo, tendo em vista que haveria inconsistências na sua imagem e reputação, na necessidade de diferentes atividades para executar cada uma das estratégias, nos limites à coordenação e ao controle, e no conflito de prioridades. Cada uma das estratégias genéricas envolve um caminho fundamentalmente diverso para a vantagem competitiva, combinando uma escolha sobre o tipo de vantagem competitiva buscada com o escopo do alvo estratégico onde ela deve ser alcançada. Quanto mais sustentável for a estratégia da empresa e a sua situação financeira, menos provável será a necessidade de mudanças radicais. Indicadores de boa estratégia e desempenho financeiro são a participação no mercado, margens de lucro, retorno sobre investimento, crescimento das vendas, posição e vantagem competitiva. As estratégias genéricas potencialmente bem sucedidas estudadas por Porter (1997) apresentam uma estrutura que descreve três estratégias competitivas. As suas características são apresentadas no Quadro 1(2), a seguir. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 69 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Comparativo das Características das Estratégias Genéricas Liderança de Baixo Custo Diferenciação Enfoque Orientação para eficiência; forte autoridade central; controle rígido de custos com relatórios freqüentes e detalhados, produção em escala. Orientação para aprendizagem; atua de uma maneira flexível, de conexões frouxas com forte coordenação horizontal. Criar algo que seja considerado único. Ex.: projeto ou imagem da marca, tecnologia, serviços sob encomenda, rede de distribuição. Procedimentos operacionais padrão; autoridade forte, centralizada e com controles rígidos. Forte capacidade em pesquisa. Pode-se obter retorno acima da média. Limitado empowerment dos funcionários. Valoriza e implanta mecanismos para intimidade com os clientes. Dificulta obter alta parcela do mercado. Redução de custos pela experiência (remete ao conceito da curva de experiência). Premia a criatividade, a tomada de risco e inovação dos funcionários. “Trade-off”entre a rentabilidade e o volume de vendas em virtude da limitação no atingimento da parcela de mercado. Custo baixo em relação à concorrência torna-se o tema central de toda a estratégia visando retornos acima da média da indústria. Proporciona barreiras de entrada substanciais em termos de economia de escala. Protege a empresa contra as cinco forças competitivas. Retornos acima da média da indústria através de margens mais elevadas. Protege a empresa contra as cinco forças competitivas. QUADRO 1(2): Estratégias Genéricas FONTE: PORTER (1997) O enfoque da liderança de custo é certamente o mais objetivo. Com ele as empresas concentram seus esforços para produzir a um baixo custo por meio de algumas práticas, bem como manter um escopo restrito que atenda a muitos segmentos, a economia de escala, a tecnologia patenteada, entre outros fatores. A estratégia da liderança no custo de uma empresa deve estar sempre em paridade ou próximo da dos concorrentes para competir e manter essa vantagem. A estratégia de .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 70 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c diferenciação caracteriza-se pela originalidade dos produtos ofertados aos clientes. Se uma empresa consegue manter uma diferenciação, ela será uma competidora acima da média. A estratégia baseada no enfoque é seletiva. A empresa seleciona uma área ou conjunto de áreas para concentrar esforços nelas. Assim, visa obter vantagem competitiva nos setores alvo que, certamente, não conferem uma vantagem competitiva geral. Além disso, para obter êxito com essa ação genérica, há que se diferenciar de outros segmentos que atuem no mesmo nicho de mercado. Em relação aos possíveis riscos de uma estratégia genérica, é certo que uma estratégia não leva a um desempenho acima da média, a menos que seja sustentável frente aos concorrentes. Desse modo, cada tipo de estratégia genérica pode ser vulnerável a diferentes tipos de ataques da concorrência, conforme se pode observar no Quadro 2(2), abaixo. Liderança de Custo Liderança de custo não é sustentada: Concorrentes imitam Tecnologia muda Outras bases para liderança no custo desgastam Proximidade da diferenciação é perdida Enfocadores no custo obtêm custo ainda mais baixo em segmentos Diferenciação Enfoque Diferenciação não é sustentada: Concorrentes imitam Bases para a diferenciação passam a ser menos importantes para os compradores A estratégia do enfoque é imitada Proximidade do custo é perdida Concorrentes com alvos amplos dominam o segmento: As diferenças do segmento em relação a outros segmentos estreitam-se As vantagens de uma linha ampla aumentam Enfocadores na diferenciação obtêm diferenciação ainda maior em segmentos O segmento alvo torna-se sem atrativos em termos estruturais Estrutura erode Demanda desaparece Novos enfocadores subsegmentam a indústria QUADRO 2 (2): Riscos das Estratégias Genéricas FONTE: PORTER (1997) .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 71 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 2.4 Desempenho Empresarial Da mesma forma que Estratégia, vários são os autores que definem Desempenho. Para Hunger e Wheelen (1991), desempenho é o resultado final da atividade. A seleção dos parâmetros adequados para se avaliar o desempenho depende da unidade organizacional a ser analisada e dos objetivos a alcançar. Partindo da definição de Porter (1997), em que estratégia aparece como a teoria sobre como competir com sucesso e onde se introduz o conceito de ganho de vantagem competitiva, concluí-se que uma empresa que ganha tal vantagem apresenta desempenho superior àquelas que competem em paridade ou em inferioridade. Collins e Montgomery apud Moraes, Florêncio e Omaki (1998), observam que muitas empresas continuam a utilizar tradicionais medidas financeiras para mensurar o desempenho, embora, algumas delas já tenham instituído outras medidas. Comumente podem ser observadas medidas de desempenho associadas às áreas financeiras e de marketing das organizações. Bredrup apud Moraes, Florêncio e Omaki (1995), apresentam uma abordagem mais abrangente, através da qual demonstra que o desempenho da empresa é resultante de um sistema que inclui as dimensões de efetividade (associada à extensão em que as necessidades dos clientes são atendidas), eficiência (como economicamente os recursos são utilizados), e mutabilidade (em que extensão a empresa está preparada para o futuro). Segundo Barney (2002), desempenho pode ser definido como “o valor que uma organização cria utilizando seus bens produtivos, comparado ao valor esperado pelos proprietários desses bens”. Normalmente, empresas que estão em vantagem no seu ambiente competitivo estão executando estratégias competitivas que as suas competidoras não estão. Por isso, seus lucros estão acima da expectativa dos seus stakeholders. Essa linha estrutural sobre o desempenho .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 72 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c das empresas tem algumas vantagens, como por exemplo, ser coerente com a visão microeconômica, com a maioria das definições de desempenho da teoria organizacional e do comportamento organizacional, e ajudar a determinar o impacto do desempenho no ambiente interno das empresas (BARNEY, 2002). O autor destaca também a dificuldade de mensuração que essa definição apresenta. Na obra de Barney (2002), são citadas diversas medidas de desempenho. Consideradas as limitações de cada uma, é aconselhável que se aplique mais de uma medida ao se conduzir a análise estratégica de uma empresa. Essas medidas são: Sobrevivência da Empresa Pode-se afirmar que uma empresa que sobrevive no tempo deve estar gerando, no mínimo, um desempenho econômico normal (dentro das expectativas) e que empresas com desempenho baixo tendem a se extinguir. Esta é uma medida fácil de ser utilizada, não requer informação financeira detalhada da empresa em análise. Se a empresa subsiste está ao menos dentro das expectativas de desempenho. Esta medida não fornece insights sobre desempenho acima do normal. Considera apenas o abaixo do normal, portanto, morto, e o pelo menos normal, sobrevivente. Visão dos Múltiplos Stakeholders É uma medida de desempenho que considera as expectativas e os desejos daqueles que provêem recursos para a empresa. É impossível satisfazer a todos os stakeholders, assim os interesses de alguns freqüentemente prevalecem sobre os de outros. Isso quer dizer que não só cada empresa tem um modo diferente de julgar seu desempenho, como cada indivíduo dentro dela tem seu próprio julgamento independente desse mesmo desempenho. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 73 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Esta é a mais intuitiva das medidas aqui estudadas. Se consideradas as visões múltiplas dos múltiplos stakeholders, a organização terá várias noções de desempenho a ela associadas e nunca uma idéia de desempenho organizacional global. Assim, o desafio dos estrategistas é escolher um conjunto limitado de medidas que enfatizem algumas dimensões de desempenho em detrimento de outras. Medidas Contábeis Simples São as fontes mais populares para a análise estratégica. São de domínio público, na maioria das vezes; contêm grande número de informações sobre as operações de uma empresa. Por isso, é comum se focar a análise do impacto de uma estratégia no desempenho dos seus resultados contábeis. A comparação longitudinal desses dados pode dar uma visão de padrão e tendência, de estagnação e mudança, dentre outras características. Como limitação dessas medidas, pode-se citar: Interferência Gerencial, a escolha dos dados a serem analisados pode ser subordinada aos interesses dos gestores; Viés de Curto Prazo, a contabilidade analisa anualmente investimentos que se prolongam por anos antes que tragam o retorno pretendido; Capacidades e Recursos Intangíveis, difíceis de se medir, mas que apresentam impacto significativo no desempenho de uma empresa. Tais limitações não inviabilizam o uso das informações de dados meramente contábeis, apenas sugerem atenção na análise de tais dados. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 74 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Medidas Contábeis Ajustadas Essas medidas são baseadas em sua maioria no custo de capital, que é o retorno que os investidores esperam receber sobre o que investiram. Sugerem que uma empresa é inviável se apresenta retorno inferior ao custo do capital. Podem-se citar algumas dessas medidas: Retorno do Capital Investido, Lucro Econômico e Valor Agregado de Mercado. Os executivos devem buscar introduzir novas estratégias e inovar seus processos de operação para realizar novas descobertas com relação ao desempenho da organização. Muitos continuam a usar os mesmos indicadores financeiros de curto prazo, que eles usaram por décadas, tais como medidas de retorno de investimento, crescimento de vendas e renda operacional. É comum a prática de mercado de que desempenho empresarial deve ser tratado a partir de indicadores de eficiência empresarial, ou seja, o desempenho revela resultados alcançados pela empresa em um determinado momento do tempo. Então, qual deve ser o conjunto de indicadores de desempenho que podem viabilizar uma gestão efetiva dos negócios e que possam melhor representar o desempenho competitivo das empresas? A resposta a essa e a outras perguntas, que tangenciem esta linha de pensamento, talvez se constitua em um dos maiores desafios para os pesquisadores da área de Administração Estratégica, que freqüentemente encontram dificuldades na coleta de dados confiáveis e válidos para a sua mensuração. Uma visão mais global do desempenho é apresentada por Kaplan e Norton (1997). Para os autores, as empresas têm tentado se inserir no mercado competitivo lançando mão de diversas iniciativas de melhoria. Entretanto melhorias de desempenho exigem mudanças também nos sistemas de mediação e gestão utilizados pelas empresas, pois é impossível atingir a excelência empresarial controlando apenas as medidas financeiras do desempenho .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 75 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c passado, visto que os executivos necessitam de indicadores sobre vários aspectos do ambiente e do desempenho organizacional. As empresas, no passado, tomavam decisões baseadas unicamente em informações financeiras. Na atualidade, porém, as tomadas de decisão envolvem um número maior de variáveis, exigindo uma grande preocupação entre os gestores com indicadores tais como satisfação de clientes, qualidade dos produtos, participação no mercado, retenção de clientes, fidelidade dos clientes, inovação, habilidades estratégicas, capital humano, entre outros. Os métodos de avaliação do desempenho empresarial que se baseiam apenas em indicadores contábeis e financeiros têm-se revelado insuficientes. É nesse contexto que se explica o surgimento de diversos modelos de mensuração de desempenho, com o propósito de gerenciar eficientemente as informações corporativas (financeiras e não financeiras) que dão suporte às tomadas de decisão. Um grande número de empresas está na busca incessante por tais sistemas, gerando, assim, a necessidade de maiores estudos sobre sistemas de medição de desempenho. De acordo com Kaplan e Norton (1997), o Balanced Scorecard seria uma possível solução para esta problemática, pois representa um sistema de mensuração com indicadores financeiros e não-financeiros. Suas medidas focalizam o desempenho organizacional sob quatro perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizado e crescimento, equilibrandose entre medidas objetivas, de resultado e facilmente quantificáveis, e vetores subjetivos, até certo ponto arbitrários, das medidas de resultado. Conforme se pode perceber nos parágrafos anteriores, existe uma crescente importância dos fatores financeiros e não-financeiros para a avaliação do desempenho das empresas, já que a ênfase excessiva na obtenção de resultados financeiros pode levar as empresas a investirem demasiadamente em soluções superficiais, em detrimento da criação de valor. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 76 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Além disso, as medidas financeiras podem ser inadequadas para orientar e avaliar a organização em ambientes competitivos. Neste trabalho a performance das empresas pesquisadas será mensurada por crescimento de vendas, rentabilidade do patrimônio e EBTDA (Earnings Before Interest. Taxes, Depreciation and Amortization). A escolha é condicionada à disponibilidade de dados provenientes de fontes secundárias. 2.5. O “Link” entre Governança Corporativa, Estratégia Competitiva e Processo Sucessório com Desempenho Empresarial Referenciais teóricos nessa linha assumem que os executivos ou diretores, ao tomarem suas decisões estratégicas, buscam a construção de um valor econômico a longo prazo para a empresa, desenvolvendo uma vantagem competitiva sustentável. Estudiosos dessa linha teórica partem do pressuposto de que não existem conflitos entre os objetivos dos executivos e os dos acionistas. Em importante estudo, Judge e Zeithaml (1992) procuram discutir como diferentes aspectos do conselho de administração, dependendo da perspectiva escolhida, se relacionam com o seu envolvimento no processo de decisão estratégica da empresa. As duas perspectivas teóricas utilizadas pelos autores para desenvolver o estudo foram a institucional e a estratégica. Enquanto na perspectiva teórica institucional, os estudos demonstram que as ações da organização refletem um padrão de comportamento, que evolui com o passar do tempo, derivado da tradição, da cultura, das características do setor e do .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 77 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c ambiente, na perspectiva teórica estratégica, o foco está na determinação de uma forma de atuação da organização em relação ao seu ambiente - estratégia empresarial. Na primeira perspectiva, a direção da ação é de dentro da empresa para fora. Na segunda, de fora para dentro. Apesar dessas diferenças, segundo Judge e Zeithaml (1992), ambas as perspectivas provaram serem úteis para se entender o comportamento do conselho. A correlação entre estratégia e estrutura organizacional foi relatada no trabalho pioneiro de Chandler (1962). Por meio da abordagem da história das empresas americanas após a 2ª Guerra, o autor constatou que, nesse período de crescimento industrial, elas se expandiram adotando a forma multi-divisional para se adequar às novas estratégias de crescimento escolhidas. Por isso que a estrutura é conseqüente à estratégia, ou seja, mudanças na estratégia corporativa levam a mudanças na estrutura organizacional. Também se conclui que as empresas seguem um padrão de desenvolvimento de um tipo de arranjo estrutural para outro à medida que se expandem. Essas mudanças estruturais ocorrem porque as ineficiências causadas pela estrutura antiga tornaram-se, por terem sido forçadas demais, obviamente prejudiciais em demasia para serem mantidas. Por conseguinte, Chandler (1962) propôs a seguinte série de ocorrências: É criada uma nova estratégia Surgem novos problemas administrativos Desempenho econômicofinanceiro declina É inventada uma nova estrutura adequada Os lucros voltam ao seu patamar anterior FIGURA 4 (2): Série de ocorrências FONTE: CHANDLER (1962) Em resumo, para Chandler (1962), a estrutura segue a estratégia. Estratégia, estrutura e ambiente precisam estar perfeitamente alinhados; caso contrário, o desempenho poderá sofrer. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 78 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Barney (2002) sugere que, em empresas diversificadas, a decisão de operação em determinado em que tipo de negócios , é equivalente a descobrir e desenvolver economias de escopo valiosas entre os negócios correntes e potenciais. Se essas economias de escopo são também raras e difíceis de serem imitadas, podem ser uma fonte de vantagem competitiva sustentável para uma empresa diversificada. Sendo assim, o executivo sênior tem uma posição única para descobrir, desenvolver e nutrir economias de escopo valiosas entre seus negócios. Os demais gestores nesse tipo de empresa têm seus pontos de vista divisionais ou são especialistas funcionais. Somente o Executivo Sênior tem uma perspectiva global da companhia. Contudo, como o executivo sênior de uma estrutura organizacional tipo matricial, pode envolver numerosos outros gestores divisionais e funcionais na formulação da estratégia, visando, assim, assegurar informação completa e precisa, alimentando o processo e tendo um amplo entendimento e compromisso com a estratégia, uma vez formulada. Ainda segundo Barney (2002), em qualquer tipo de estrutura a implementação da estratégia, quase sempre, envolve a resolução de conflitos entre grupos de gestores. Contudo, na estrutura organizacional tipo Matricial esses conflitos são dentro e entre cada um dos maiores componentes gerenciais da estrutura da empresa, a saber: equipe corporativa, gerentes gerais de divisões e gerentes de atividades partilhadas. É claro que esses freqüentes e numerosos conflitos, característicos desse tipo de estrutura, podem aportar um ônus significante na implementação de estratégia pelo Executivo Sênior. A boa estrutura não garante, por si, o bom desempenho da organização. Mas uma estrutura fraca e inadequada inibe o bom desempenho, e o desempenho é a prova pela qual tem que passar a estrutura da organização. Por outro lado, o processo sucessório constitui-se .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 79 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c num grande desafio e interfere nos negócios empresariais de forma decisiva, podendo determinar a estabilidade, expansão ou declínio da organização. Com o processo de profissionalização, a empresa estaria capacitada a responder com maior grau de eficácia aos desafios do ambiente de negócios, cada vez mais complexo e competitivo. Assim, nos reportamos à afirmativa de Lodi (1987), de que não há plano de sucessão sem estratégia, mas o contrário, sim. Daí entende-se por que mesmo empresas que preparam sucessores, quebram ou são vendidas. Um dos principais objetivos de se estudar desempenho empresarial reside no fato de se acreditar na existência de uma relação entre o desempenho financeiro e mercadológico das empresas com as variáveis, estratégia competitiva, governança corporativa e planejamento sucessório. Portanto, mensurar o desempenho torna-se essencial para verificar o sucesso dessas práticas. Poucas coisas são tão importantes para o desempenho empresarial como sua mensuração, até porque é impossível gerenciar o que não se consegue medir. A essência da questão diz respeito, portanto, ao relacionamento entre a estratégia e as medições de desempenho das organizações. Muitas das áreas mais críticas de mensuração do desempenho empresarial ainda não estão bem definidas e, conseqüentemente, os dados necessários à gestão estratégica das empresas não são coletados. Este é o problema e o desafio, uma vez que dados constituem a base das medições. As organizações, hoje, estão competindo em pesquisas complexas e para isso é essencial que tenham uma exata compreensão de seus objetivos e dos métodos que terão de utilizar para alcançá-los. O capítulo seguinte aborda a metodologia da pesquisa. São apresentadas as hipóteses, o desenho da pesquisa, o lócus da investigação, o plano de amostragem, o método de coleta de dados, a instrumentação das variáveis e a análise estatística a ser aplicada. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 80 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 3 Metodologia Na opinião de Peres apud Régis (2000), o processo de apreensão do real não ocorre aleatoriamente. Neste sentido, é necessário sistematizar o procedimento metodológico balizador desta investigação. Cooper e Schindler (2003) enfatizam que a investigação científica é baseada no processo de inferência. Esse processo é usado para desenvolver e testar várias proposições. Nessa perspectiva, é mister sistematizar o procedimento metodológico balizador desta inferência e investigação. Para tanto, este capítulo reúne as hipóteses, apresenta o desenho da pesquisa, o lócus da investigação, o plano de amostragem, o método de coleta de dados, a instrumentação das variáveis e a análise estatística a ser empregada. A partir do referencial teórico, realizou-se uma pesquisa em campo para coleta de dados e informações, a análise estatística dos dados e as conclusões relativas à pergunta de pesquisa, bem como, expõem-se as limitações e recomendações para futuras pesquisas. 3.1 Dimensões Utilizadas na Pesquisa Com base na discussão do capítulo anterior, onde se fundamenta teoricamente esta investigação, as dimensões estudadas são: Desempenho Empresarial Governança Corporativa DIMENSÕES Estratégia Competitiva Processo Sucessório FIGURA 5 (3): Dimensões da Pesquisa .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 81 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 3.2 Proposição e Hipóteses A hipótese é uma proposição que prevê uma relação entre dois (ou mais) conceitos ou fenômenos. É sempre uma pressuposição provisória, devendo ser verificada ou não pelos resultados da avaliação e surgindo em conseqüência da formulação do problema de pesquisa (TRIVIÑOS apud SOUZA NETO, 2004). Para orientação na busca dos dados e na análise, propõem-se uma pergunta de pesquisa e suas respectivas hipóteses: - Pergunta de Pesquisa Quais as associações existentes entre governança corporativa, processo sucessório e estratégia competitiva com o desempenho empresarial nas grandes empresas brasileiras? Graficamente, a associação que se pretende analisar, pode ser representada da seguinte forma: Estratégia Competitiva (EC) Desempenho Empresarial (DE) Governança Corporativa (GC) FIGURA 6 (3): Modelo Teórico a ser testado Processo Sucessório (PS) .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 82 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c .d o - Hipóteses A pergunta de pesquisa formulada nesta dissertação será testada com base nas seguintes hipóteses: Objetivo Geral Objetivos Específicos Hipóteses Norteadoras Analisar a associação existente entre Governança Corporativa e Analisar a Corporativa, Estratégia Competitiva e Analisar a associação existente entre Estratégia Competitiva e Empresarial entre GC e DE Não existe associação H0b Desempenho Empresarial significativa entre EC e DE Existe associação significativa H1b Analisar a associação existente entre Processo Sucessório e significativa entre GC e DE Existe associação significativa H1a Processo Sucessório com o Desempenho H0a Desempenho Empresarial associação entre Governança Não existe associação entre EC e DE Não existe associação H0c Desempenho Empresarial significativa entre PS e DE Existe associação significativa H1c entre PS e DE QUADRO 3 (3): Estrutura das hipóteses 3.3 Delineamento da Pesquisa 3.3.1 Tipo de Pesquisa Para o alcance dos objetivos propostos foi adotado um tipo de pesquisa de caráter descritivo e explicativo, visando descobrir respostas para as hipóteses levantadas. Os estudos descritivos são formais e normalmente estruturados com hipóteses ou questões investigativas claramente declaradas, tendo como objetivo a descrição das características de determinada m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 83 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c população ou fenômeno, ou então, o estabelecimento de relação entre variáveis (COOPER e SHINDLER, 2003). A descrição é apenas uma das funções da estatística. Assim, o objetivo será utilizar-se da estatística para testar as hipóteses, através da determinação de relações entre as variáveis do estudo, visando compreender e descrever os fenômenos observados através dos dados. 3.3.2 Plano de Amostragem O plano de amostragem levou em consideração a população das empresas conforme informações apresentadas nas edições de 2004, 2005 e 2006, da Revista Exame - 500 Maiores e Melhores Empresas. O plano amostral considerou os seguintes critérios: População (N) : 485 Estimativa da proporção ( ) : 50% Nível de confiança ( ²): 95 % Erro (E) : 10% Fórmula para cálculo de amostra para populações finitas: ².p.q.N E2 (N-1) + ².p.q n= Sendo assim, o tamanho mínimo da amostra (n) a ser pesquisada é de 81 empresas. Realizou-se um contato por correspondência com indivíduos de alto escalão das empresas constantes da amostra, entre as 500 maiores de Exame de 2004, 2005 e 2006. A pesquisa realizada segue um modelo em que os diversos aspectos acerca das empresas serão avaliados em função de três características: .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 84 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c I. Tipo de Propriedade: As empresas foram divididas em multinacional, nacional privada não familiar e familiar dependendo da predominância e origem do capital social. II. Desempenho As empresas foram analisadas em função dos seguintes indicadores de desempenho: EBITDA (Earnings Before Interest. Taxes, Depreciation and Amortization), Crescimento de Vendas e Rentabilidade. II. Dimensão do Tempo: A pesquisa visou à realização de um estudo do tipo corte transversal, a partir da coleta de dados primários uma única vez, representando o momento atual da empresa. Em relação aos dados secundários, compara-se a média dos desempenhos dos três últimos anos (2004, 2005 e 2006). 3.3.3 Características da Base de Dados Secundária Segundo a fonte secundária adotada, os valores usados nas tabelas publicadas na Melhores e Maiores são expressos em dólares para facilitar as comparações internacionais e permitir a confecção de séries históricas. Os indicadores utilizados, neste trabalho, para a análise de desempenho e os termos contábeis adotados seguem as características descritas na Revista Exame – 500 Melhores e Maiores (2004, 2005 e 2006), conforme quadro 4(3), a seguir: .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 85 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Indicador Característica/Definição Mostra a evolução da receita bruta de vendas em reais, descontada a inflação média Crescimento das Vendas apontada pela variação do IGP-M. As empresas que não publicaram demonstrações contábeis com correção monetária integral informaram as vendas atualizadas por meio de questionário distribuído pela Revista Exame. Os valores foram convertidos para moeda de poder aquisitivo de 31 de dezembro dos anos correspondentes. Abreviatura da expressão, em inglês, Earnings Before Interest. Taxes, Depreciation EBTDA and Amortization, que significa lucro antes de descontar os juros, os impostos sobre o lucro, a depreciação e a amortização. Em essência, corresponde ao caixa gerado pela operação da empresa. É o principal indicador de excelência empresarial, porque mede o retorno do Rentabilidade do Patrimônio investimento para os acionistas. Resulta da divisão dos lucros líquido, legal e ajustado, pelos respectivos patrimônios líquidos, legal e ajustado. O produto é multiplicado por 100, para ser expresso em porcentagem. Para o cálculo, consideramse como patrimônio os dividendos distribuídos no exercício e os juros sobre o capital próprio. QUADRO 4(3) : Termos técnicos contábeis utilizados no anuário FONTE: Revista Exame Melhores e Maiores: Julho / 2004/2005/2006 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 86 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 3.4 Lócus da Investigação Foi cada uma das empresas listadas na revista Melhores e Maiores da Exame, que figuraram nos anos 2004-2006 serviu de motivo de análise desta dissertação. Na unidade de análise, buscou-se identificar um membro da organização que tivesse condições de fornecer as informações necessárias. Na carta de encaminhamento constaram orientações para a indicação dessa pessoa. Foram solicitados para responder ao questionário um membro do conselho de administração, um diretor, o presidente executivo ou um assessor ligado à alta administração. 3.5 Método de Coleta dos Dados 3.5.1 Instrumento de Coleta dos Dados Para a pesquisa de campo realizou-se a coleta de dados através de questionários. Seguiu-se uma linha de abordagem estruturada, com questões do tipo fechadas em que foram utilizadas escalas nominais do tipo likert e dicotômicas. O mesmo foi aplicado via postal, tendo sido elaborado exclusivamente para este fim. Cooper e Shindler (2003) citam algumas vantagens na utilização de questionários enviados por via postal: sua aplicação é menos dispendiosa; evitam-se vieses potenciais do entrevistador; os respondentes podem se sentir mais à vontade na resposta em função do caráter anônimo, além de disporem geralmente de um prazo maior para preenchimento, do que numa entrevista pessoal. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 87 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Segundo Quivy e Campenhoudt apud Souza Neto (2004), pesquisas que utilizam questionários aplicados via postal prescindem do acompanhamento de uma carta de introdução. O questionário (instrumento de coleta de dados) foi composto de 28 questões fechadas, em sua maioria do tipo múltipla escolha e foi dividido em quatro partes, conforme a estrutura abaixo: PARTE I - DADOS BÁSICOS: Perguntas acerca do setor de atividade, características demográficas, características do respondente, uma vez que, como já fora dito, se buscará identificar um membro da organização que tenha condições de fornecer as informações necessárias. PARTE II - DADOS SOBRE A GOVERNANÇA CORPORATIVA: Perguntas sobre a estrutura de governança da organização (níveis diretivos e mudanças organizacionais importantes, modelo decisório e de gestão praticados, perfil dos membros do corpo acionário e diretivo, tipo de propriedade e estrutura do controle acionário); características da estrutura organizacional (tipos de departamentalização, tipos de relação de autoridade, amplitude de comando, amplitude de controle), entre outros. PARTE III - DADOS SOBRE A ESTRATÉGIA COMPETITIVA: Perguntas sobre a estratégia de negócio adotada, explorando aspectos de abordagem de mercado (liderança, diferenciação e foco) e o que ocorre na unidade de negócio ou no nível do produto, de forma que evidencie a melhoria da posição competitiva dos produtos ou serviço de uma corporação, no setor ou segmento de mercado específico, atendidos por esta unidade de negócios. PARTE IV - DADOS SOBRE O PROCESSO SUCESSÓRIO Perguntas acerca da política sucessória adotada. As cartas de introdução e o questionário, com as devidas alterações feitas com base nas críticas e links com a teoria estudada, estão apresentados no APÊNDICE I. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 88 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c O questionário foi elaborado com base em pesquisas e através de consulta eletrônica ao IBGC, que indicou fontes acadêmicas, conforme Quadro 5(3), a seguir. Guia para a criação do Instrumento de Pesquisa Questões Tipos Constructo Fundamentação Teórica 1, 2, 3, 4 e 5 Aberta Nominal Demografia Denominação Estrutura de Propriedade 6,7,8,9,10 e 11 Nominal Likert 1 a 5 Órgãos de governança – Di Miceli (2006) Álvares e Lank (2003) Conselhos de Princípios das Melhores Práticas de Administração Governança Corporativa do IBGC(2004) 12,13,14,15 e 16 Dicotômica Nominal Likert 1 a 5 Órgãos de governança e de Direção –Conselhos Fiscal, Comitês de Direção Di Miceli (2006) Álvares e Lank (2003) Princípios das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC (2004) 17,18,19,20, 21,22,23,24, 25,26 e 27 Dicotômica Nominal Likert 1 a 5 Múltipla Escolha Avaliação de Desempenho dos Órgãos de governança e direção Estruturas Organizacionais Baseado e adaptado do questionário sobre órgãos de governo das empresas usado em tese de mestrado de LINS, Carlos Renato Gherarde da UFMG – CEPEAD – Centro de pós-graduação e pesquisa em administração, 1999. As escalas foram alteradas na maioria das questões para uma escala do tipo likert. Identificação e classificação da empresa Lei das S.As. Daft (2002) 28,29,30,31, 32,33 e 34 Nominal Likert 1 a 5 Múltipla Escolha Governança Corporativa 35 Likert 1 a 5 Processo Sucessório Di Miceli (2006) Álvares e Lank (2003) Princípios das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC (2004) McKinsey & Co (2002) GERSICK, Kelin. E., DAVIS, John A., HAMPTON, Marion McCollom, LANSBERG, Ivan (1997) LODI, João Bosco. Sucessão e Conflito na (1987). 36 Likert 1 a 5 Estratégia Competitiva PORTER, Michael E.. Estratégia Competitiva (1997); PORTER , Michael E. Vantagem Competitiva (1985). QUADRO 5 (3) : Referencial teórico do questionário FONTE: A Autora .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 89 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 3.5.2 Pré-teste do Instrumento de Pesquisa Segundo Cooper e Shindler (2003), o pré-teste do questionário é uma etapa fundamental em qualquer tipo de pesquisa, pois não visa apenas descobrir erros. O pré-teste objetiva também: treinar a equipe de pesquisa, descobrir as reações dos respondentes às perguntas, identificar repetitividade e redundância nas perguntas, tópicos esperados que não foram cobertos, testar a linguagem e significado adequados, identificar se houve transformação da pergunta pelo respondente, por pretender adaptar a pergunta à sua estrutura de referência, ou por facilidade e lucidez na transição de uma pergunta para a outra, ou de uma seção para a outra, seqüência das perguntas, medição do tempo para duração da entrevista e avaliar instrumento de omissão para os entrevistadores. Assim, foi realizada uma coleta de dados com a finalidade de testar o instrumento antes de enviá-lo pelo correio. A seleção da amostra dos respondentes para o pré-teste do questionário não obedeceu a nenhum critério amostral, considerando-se apenas a facilidade de obtenção das respostas deles, conforme quadro abaixo. As respostas dos questionários obtidas na fase do pré-teste passaram por um processo de análise, em que foram identificadas e, eventualmente incorporadas, as sugestões e comentários feitos pelos respondentes. Dessa forma, foram realizadas algumas modificações na estrutura das perguntas e também no layout do questionário. Perfil dos Respondentes Quantidade Enviada Quantidade Recebida Consultores Executivos de empresas 09 10 07 08 Total 19 15 TABELA 1 (3) : Perfil dos respondentes do pré-teste .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 90 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 3.5.3 Método de Aplicação do Questionário A aplicação dos questionários de pesquisa, via postal, obedeceu aos seguintes passos: a. Na primeira remessa, foram enviados questionários para 485 empresas, tendo em vista que não foram identificados os endereços completos de 15 empresas das 500 que compuseram o universo da Revista Exame –Melhores e Maiores. Os questionários foram endereçados aos possíveis respondentes (identificados através dos sites das empresas ou em edições anteriores da Publicação Maiores e Melhores, da Revista Exame), acompanhados de carta de introdução e de um envelope para resposta, de que se obteve um retorno de 31 questionários. b. Dois meses após o envio da primeira remessa, foi enviada a segunda remessa de questionários para 454 empresas, acompanhada de carta de introdução e de um envelope para resposta. Dessa 2ª remessa , 17 questionários retornaram por erro de endereço, 01 retornou em branco e 06 empresas alegaram não poderem responder . Todos os questionários foram codificados com uma numeração, de forma que pudessem ser identificados, quando do recebimento das respostas. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 91 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 3.6 Instrumentação das Variáveis e Tratamento dos Dados Com base nas reflexões realizadas e nos dados coletados, segundo a questão norteadora da pesquisa, foram analisadas as associações entre: 1- Desempenho Empresarial e Governança Corporativa 2- Desempenho Empresarial e Estratégia Competitiva 3- Desempenho Empresarial e Processo Sucessório Como a pesquisa é de caráter predominantemente quantitativo, a análise e interpretação foram elaboradas utilizando-se técnicas estatísticas. As medidas para cada respondente foram codificadas e, em seguida, manipuladas de várias formas, com o auxílio do software SPSS V.10 (Statistical Pakage for the Social Sciences). Basicamente, foram utilizados dois tipos de análise: Análise univariada; através da qual foram calculados freqüência simples, médias e percentuais na maioria das questões por possibilitarem a tabulação em escalas intervalares. Análise bivariada; por meio da qual foram realizados cruzamentos de dados e cálculo de diferentes medidas de associação entre as variáveis, para a verificação das relações entre variáveis, na tentativa de confirmação dos pressupostos básicos citados. Para se verificar se as questões levantadas mediam satisfatoriamente o fenômeno a ser estudado, conforme a estrutura montada para o entendimento dos respondentes, e se houve compreensão da escala, usou-se o Alfa de Cronbach. Trata-se de uma medida de consistência interna de questionário, que permite verificar se as questões medem as variáveis estudadas e se os dados são confiáveis. As escalas desenvolvidas para este estudo, segundo o teste Alpha de Cronbach, foram julgadas consistentes (fidedignas), uma vez que os valores encontrados .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 92 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c excederam a margem considerada adequada para estudos empíricos, que é de 0,7 (BRADI et. al., 2000 apud SOUZA NETO), conforme segue abaixo: Dimensão Estratégia Competitiva Alpha de Cronbach 0,7337 Número de itens na escala 18 Número de casos válidos 73 TABELA 2 (3): Consistência interna das escalas Nesta pesquisa, usou-se também para a redução de dados a técnica de análise fatorial (AF), que se trata de uma técnica estatística multivariada. A partir da estrutura de dependência existente entre as variáveis de interesse (em geral representada pelas correlações ou covariâncias entre essas variáveis), cria-se um conjunto menor de variáveis (variáveis latentes, ou fatores) obtidas como função das variáveis originais. Segundo Reis (1997), a AF (Análise Fatorial) é um conjunto de técnicas estatísticas cujo objetivo é representar ou descrever um número de variáveis iniciais a partir de um menor número de variáveis hipotéticas. A utilização dessa técnica justifica-se em virtude da capacidade de detectar relações entre as variáveis, o que através de uma análise qualitativa adequada pode levar à reconstrução dos conceitos que deram origem às variáveis iniciais. Uma AF envolve a estimação de um grande número de parâmetros e, para que isso seja feito com um mínimo de qualidade, é necessário um tamanho amostral relativamente grande em comparação com o número de variáveis envolvidas. Há, na literatura estatística, uma série de sugestões para a escolha desse tamanho amostral. Em geral, essas opções baseiam-se na experiência pessoal dos diversos autores que, em alguns casos, sugerem um tamanho amostral da ordem de 20 vezes o número de variáveis envolvidas (HAIR et al., 1995). Hair et al. (2005) sugerem que o número de observações deva ser de, no mínimo, 5 vezes o número de variáveis, além disso, indicam que preferencialmente a análise seja feita .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 93 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c com pelo menos 100 observações. Os autores enfatizam que ela não deve ser utilizada em amostras inferiores a 50 observações. 4 Análises dos Resultados Este estudo analisa as relações associativas visando a uma melhor compreensão do modo como o desempenho empresarial pode ser relacionado à Governança Corporativa, à Estratégia Empresarial e ao Processo Sucessório. Neste capítulo, são apresentados os principais resultados do trabalho, objetivando responder à pergunta de pesquisa e às hipóteses formuladas. Na primeira parte, faz-se a análise descritiva dos resultados de pesquisa. Na segunda parte, é realizada uma análise das associações existentes entre governança corporativa e desempenho, estratégia competitiva e desempenho e , por fim, processo sucessório e desempenho. 4.1. Análise descritiva da amostra As análises descritivas a seguir serão apresentadas conforme a estrutura das questões formuladas no questionário de pesquisa. 4.1.1. Característica dos Respondentes Para a identificação dos setores de atividades das empresas pesquisadas, utilizou-se a classificação da Revista EXAME - Maiores e Melhores de 2006. Foi realizada também a codificação dos questionários, o que facilitou o controle da sua coleta. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 94 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Devido à variedade de setores, a expectativa era que a grande maioria das empresas respondesse aos questionários, de forma que todos estivessem representados. Como foi citado, foram contatadas todas as empresas constantes do ranking das 500 maiores empresas da Revista EXAME – Melhores e Maiores. Dentro do prazo de quatro meses estipulado para a coleta, 87 empresas aceitaram participar do estudo, o que representou 18% do total de 485 questionários enviados (a amostra excluiu 15 empresas cujos endereços não foram obtidos). O número de empresas respondentes resultou, para o nível de confiança de 95%, em um erro relativo de 9,52%. A tabela 3(4), a seguir, apresenta a distribuição, por setor, das empresas que responderam ao questionário: Descrição do setor de atividade Nº questionários recebidos Alimentos, Bebidas e Fumo Automotivo Confecções e Têxteis Construção Material de Construção Mecânica Mineração Papel e Celulose Plásticos e Borracha Química e Petroquímica Siderurgia e Metalurgia Comércio (Atacadista e Varejista) Serviços (Públicos e Diversos) Total 11 05 02 01 01 03 02 05 02 08 08 11 28 87 TABELA 3 (4) –Distribuição das respostas dos questionários por setor FONTE: Adaptado da Revista Exame, ano 2006. Pode-se afirmar que a confiabilidade dos dados obtidos depende, invariavelmente, do conhecimento que possui a pessoa que responde. Como se pode observar na Tabela 4(4), a seguir, os respondentes ocupam posições estratégicas nas empresas pesquisadas. Aliás, essa .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 95 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c era uma preocupação quando se encaminhou o questionário às empresas, pois poderia haver nesse aspecto uma possível fonte de viés, caso o respondente não tivesse conhecimento do funcionamento dos órgãos de governo da empresa, da estratégia empresarial, bem como, dos aspectos relacionados ao processo sucessório. Os respondentes, conforme a tabela 4(4), abaixo, apresentam as seguintes características: 15,1% são membros do conselho de administração (presidente do conselho e conselheiro), outros 51,2% são diretores (diretor presidente ou similar, e outro tipo de diretor), 33,7% são assessores diretamente ligados à alta administração. Valid Missing Total 1 Presidente do CA 2 Conselheiro 3 Diretor Presidente ou similar 4 Diretor de 5 Outro Total 9 Frequency 9 4 Percent 10,3 4,6 Valid Percent 10,5 4,7 Cumulative Percent 10,5 15,1 24 27,6 27,9 43,0 20 29 86 1 87 23,0 33,3 98,9 1,1 100,0 23,3 33,7 100,0 66,3 100,0 TABELA 4 (4) –Distribuição dos respondentes do questionário válidos por cargo 4.1.2. Caracterização Geral das Empresas O estudo realizado categoriza as empresas dentro de uma classificação básica segundo sua estrutura de propriedade (distribuição das ações) e se distingue possuirem acordo de acionistas/cotistas. A tabela 5(4), revela que mais da metade das empresas pesquisadas têm a estrutura acionária controlada por um único acionista. Por outro lado, cerca de dois terços das empresas (67,1%) têm suas ações controladas por, no máximo, três acionistas. Tais resultados demonstram uma alta concentração de propriedade entre as grandes empresas brasileiras. Ademais conforme apresentado na figura 7(4) as empresas, em sua maioria .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 96 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c (54,4%), possuem acordo de acionistas/cotistas. O fato relevante, todavia, está relacionado a que 46,0% das empresas pesquisadas não possuem tais acordos. Frequency Valid Missing Total 1 51% ou mais em 1 só acionista 2 51% ou mais nos 2 maiores acionistas 3 51% ou mais nos 3 maiores acionistas 4 51% ou mais em 4 ou 5 acionistas 5 51% ou mais em 6 ou mais acionistas Total 9 Percent Valid Percent Cumulative Percent 42 48,3 53,2 53,2 9 10,3 11,4 64,6 2 2,3 2,5 67,1 4 4,6 5,1 72,2 22 25,3 27,8 100,0 79 8 87 90,8 9,2 100,0 100,0 TABELA 5 (4) –Estrutura de Propriedade 60 50 54 46 40 % 30 20 10 0 Sim Não Nº de casos válidos: 83 casos FIGURA 7 (4) - Acordo de Acionistas / Cotistas Além da classificação anterior, as empresas foram separadas por outra característica básica, conforme sua propriedade (multinacional pública, multinacional privada, nacional pública, nacional privada, outra), tal como apresentado na Figura 8(4), a seguir. Das empresas que responderam à pesquisa, 52% são nacionais privadas, 28% são multinacionais privadas, 18%, nacionais estatais e 2%, multinacionais estatais. Tais resultados estão .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 97 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c alinhados, de uma forma geral, com a distribuição percentual da população de acordo com a Revista Exame –Melhores e Maiores. 60 50 52 40 % 30 28 20 18 10 0 Nacional privado Nacional estatal Outra Multinacional privad Multinacional estata Nº de casos válidos: 87 casos FIGURA 8 (4) –Natureza do capital predominante Apesar dos esforços recentes, a amostra revela que uma parcela significativa das empresas respondentes (58,6%) não tem suas ações negociadas em bolsa. A figura 9(4), abaixo, ilustra a informação. Sim 41,4% Não 58,6% Nº de casos válidos: 87 casos FIGURA 9 (4) –Atuação no Mercado de Capitais .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 98 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.1.3. Caracterização das Empresas Quanto a sua Estrutura de Governança Corporativa 4.1.3.1 Quanto ao Conselho de Administração O estudo categoriza dentro da estrutura de governança corporativa, os conselhos de administração das empresas (Parte II do questionário). Assim, avalia-se como o respondente classificaria o tipo de Conselho de Administração da sua empresa. As opções foram estas: 1. Não existe. 2. Legal (quando se constitui o C.A. com o único objetivo de cumprir a lei, não exercendo nenhuma influência na empresa). 3. Nominal (quando se constitui o C.A. apenas para tratar de assuntos estritamente estatutários, exercendo pouca influência na empresa). 4. Ativo (quando tem influência nas decisões estratégicas da empresa). Como forma de melhor analisar os resultados, as opções legal e nominal foram consideradas como conselhos de administração passivos. Assim sendo, os dados da Tabela 6(4) abaixo, revelam que 19,5% não têm ao menos o conselho de administração constituído. Por sua vez, dentre as empresas que possuem Conselho de Administração, 85,5% o têm ativo. Conselhos de administração passivos, que exercem nenhuma ou pouca influência nas decisões estratégicas, estão presentes em 14,5% das empresas. Tais resultados demonstram um elevado nível de profissionalização na atuação dos conselhos de administração. Q6 Tipo de CA Valid Missing Total 2 Legal 3 Nominal 4 Ativo Total 1 Não existe (passe q10) 9 Total Frequency 2 8 59 69 17 1 18 87 Percent 2,3 9,2 67,8 79,3 19,5 1,1 20,7 100,0 Valid Percent 2,9 11,6 85,5 100,0 TABELA 6 (4) –Tipo de Conselho de Administração Cumulative Percent 2,9 14,5 100,0 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 99 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c O número de conselheiros internos (indivíduos que trabalham em tempo integral na empresa ou são acionistas significativos) e externos (indivíduos que não trabalham na empresa) das empresas pesquisadas que possuem seus Conselhos de Administração Ativos é demonstrado nas Tabelas 7(4) e 8(4), abaixo. Verifica-se, de uma maneira geral, que as empresas tendem a ter um número menor de conselheiros internos que o de conselheiros externos na composição dos seus conselhos de administração. Evidencia-se, por exemplo, que 60,9% das empresas com Conselhos, têm até dois conselheiros internos vis-à-vis 17,4% de conselheiros externos. Nessa linha, revela-se que o número médio de conselheiros externos ( 4) é duas vezes maior que o número médio de conselheiros internos ( 2). Esses resultados são compatíveis com o argumento teórico desenvolvido no capítulo 03, pois revelam uma aderência às boas práticas de governança corporativa. Q7 Nº de Conselheiros Internos Valid Missing Total 0 Nenhum 1 Um 2 Dois 3 Três 4 Quatro 5 Acima de 4 Total 9 Frequency 15 20 7 11 3 13 69 18 87 Percent 17,2 23,0 8,0 12,6 3,4 14,9 79,3 20,7 100,0 Valid Percent 21,7 29,0 10,1 15,9 4,3 18,8 100,0 Cumulative Percent 21,7 50,7 60,9 76,8 81,2 100,0 Obs.: Média 3,9 conselheiros internos TABELA 7 (4) –Número de Conselheiros Internos Q8 Nº de Conselheiros Externos Valid Missing Total 0 Nenhum 1 Um 2 Dois 3 Três 4 Quatro 5 Acima de 4 Total 9 Frequency 8 2 2 3 10 44 69 18 87 Percent 9,2 2,3 2,3 3,4 11,5 50,6 79,3 20,7 100,0 Obs.: Média 2,1 conselheiros externos TABELA 8 (4) –Número de Conselheiros Externos Valid Percent 11,6 2,9 2,9 4,3 14,5 63,8 100,0 Cumulative Percent 11,6 14,5 17,4 21,7 36,2 100,0 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 100 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Em relação às empresas cujo Conselho de Administração é ativo, a pesquisa avalia as que possuem papéis claramente distintos entre o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva (Presidente e demais diretores). A Figura 10(4), abaixo, demonstra que, na maioria das empresas respondentes (89,9%) os papéis são efetivamente distintos. Esses resultados são compatíveis com as boas práticas de governança apresentadas na revisão da literatura. 100 89,9% 90 80 70 60 50 40 30 20 5,8% 4,3% 10 0 Claramente distintos Não distintos Em parte distintos Nº de casos válidos: 69 casos FIGURA 10 (4) –Papéis do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva 4.1.3.2 Quanto ao Conselho Fiscal Os dados referentes ao conselho fiscal foram obtidos igualmente na Parte II do questionário. Sendo assim, a Figura 11 (4), a seguir, demonstra que cerca de dois terços das empresas pesquisadas (63,2%), têm o conselho fiscal constituído. 70 63,2% 60 50 40 35,6% 30 20 10 0 Sim Não Nº de casos válidos: 86 casos FIGURA 11 (4) –Existência de Conselho Fiscal .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 101 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Quanto às empresas respondentes que possuem conselho fiscal, constata-se que 62,1% o têm distinto do conselho de administração, conforme tabela 9(4), abaixo. Valid Missing Total 1 Sim , distintos 9 Frequency 54 33 87 Percent 62,1 37,9 100,0 Valid Percent 100,0 Cumulative Percent 100,0 TABELA 9 (4) –Distinção dos papéis do Conselho Fiscal e do Conselho de Administração Adicionalmente verifica-se na figura 12(4), a seguir, que a maior parte das empresas (49%) tem três membros no conselho fiscal, embora 35% possuam acima de 4 membros. Esses resultados sugerem a utilização das boas práticas de governança corporativa no que diz respeito ao tamanho do conselho fiscal, que é uma das principais ferramentas que asseguram o controle sobre a gestão executiva da empresa. 60 50 49 40 35 % 30 20 13 10 0 4 Dois Três Quatro Acima de 4 Nº de casos válidos: 55 casos FIGURA 12 (4) –Número de Membros do Conselho Fiscal .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 102 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.1.3.3 Quanto à Direção Executiva Ainda na Parte II do questionário, obtiveram-se informações do modo como as empresas desenvolvem seus sistemas de avaliação de desempenho e a remuneração dos diretores. Primeiramente, verifica-se que 62,0% das empresas pesquisadas dispõem de um sistema formal de avaliação de desempenho da sua diretoria executiva, conforme a figura 13 (4) a seguir. 70 60 62 50 40 % 38 30 20 10 0 Sim Não Nº de casos válidos: 87 casos FIGURA 13 (4) - Sistema Formal de Avaliação de Desempenho da DE Na seqüência, os principais critérios utilizados pelas empresas que possuem um sistema formal de avaliação de desempenho da sua diretoria executiva foram analisados. Os resultados estão apresentados na Figura 14 (4). Observa-se que das empresas que o têm, a grande maioria segue os padrões de mercado para definir a remuneração da sua diretoria executiva (71,7%) e oferece uma remuneração variável em função dos resultados atingidos (67,9%). Esses achados caracterizam uma prática contemporânea baseada na competição. Deve-se igualmente ser ressaltado que práticas tradicionais, tais como experiência profissional (20,8%) e, notadamente, tempo na empresa (5,70%) são critérios de estabelecimento de remuneração cada vez menos utilizados. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 103 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 90,6 Outros 9,40 32,1 Critérios Variável em função de resultados 67,90 94,3 Tempo de empresa 5,70 79,2 Experiência profissional 20,80 28,3 Padrão de mercado Sim Não 71,70 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Nº de casos válidos: 53 casos FIGURA 14 (4) –Critérios de estabelecimento da remuneração da DE No que diz respeito aos indicadores utilizados para determinar a remuneração da diretoria executiva, a Figura 15 (4), apresenta os principais resultados. O EBTDA é o critério mais utilizado pelas empresas pesquisadas (36,0%) para determinar a mencionada remuneração; seguido pelo Valor Econômico Agregado (EVA) com 16%. Esses dois indicadores financeiros são mais sofisticados. Critérios tradicionais como rentabilidade sobre os ativos (10%), rentabilidade sobre os recursos próprios (6,0%), participação de mercado (5,0%) e mesmo dividendos dos acionistas (3,0%) são menos utilizados. Outros indicadores representaram (20,0%) das respostas, os quais foram analisados diretamente no questionário. Como outros indicadores foram apontados: metas individuais por área, retorno sobre o capital investido, custo de produção, juros remuneratórios, crescimento, lucro líquido, nível de endividamento. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 104 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 33 Outros 20 36 Indicadores Valor econômico agregado 16 47 Participação de mercado 5 49 Dividendos dos acionistas 3 16 EBTDA 36 Rentabilidade sobre os recursos próprios 46 6 Não Rentabilidade sobre os ativos 41 10 0 10 Sim 20 30 40 50 60 Nº de casos válidos: 53 casos FIGURA 15 (4) –Indicadores utilizados para estabelecimento da remuneração da DE 4.1.3.4 Aspectos Relacionados à Estrutura de Governança Corporativa em Geral Ainda na PARTE II do questionário são abordados aspectos relacionados às características gerais da estrutura de governança corporativa nas empresas pesquisadas. A seguir, apresentaremos os resultados obtidos. Primeiramente, são avaliados os aspectos que as empresas consideram mais satisfatórios em relação ao seu modelo de gestão. Como se pode notar na Figura 16(4), 73,3% das empresas pesquisadas consideram como aspecto mais satisfatório o conhecimento do negócio pelos seus principais líderes, 60,5% entendem que os processos organizacionais estão bem definidos, enquanto que 52,3% estão satisfeitos com a coerência e consistência das decisões e das estratégias. Pode-se afirmar, então, que a maioria das grandes empresas pesquisadas valoriza o trinômio: pessoas, processos e estratégias. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 105 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Clareza na divisão dos papéis do CA e da DE 39,5 Qualidade do acompanhamento do desempenho 60,5 47,7 52,3 Conhecimento do negócio pelos principais líderes 73,3 Coerência e consistência das decisões e das estratégias 26,7 52,3 47,7 38,4 Rapidez nas deciões 61,6 33,7 Estabilidade do modelo de governança corporativa 66,3 Processos organizacionais bem definidos 60,5 0 10 20 30 Sim 39,5 40 50 60 70 80 90 100 Não Nº de casos válidos: 86 casos FIGURA 16 (4) –Aspectos da empresa considerados mais satisfatórios A reforma da estrutura de governança das empresas não se revela como urgente (77,4%), conforme a figura 17(4), abaixo. Pode-se inferir, então, que esse resultado se deve ao fato de que a grande maioria das empresas entende que seu modelo de governança está adequado. Em parte 16,7% Sim, urgente 6,0% Não 77,4% Nº de casos válidos: 84 casos FIGURA 17 (4) –Necessidade de reforma da estrutura de governança .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 106 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c As principais razões, conforme revela a figura 18(4), abaixo, que justificam ou justificariam uma mudança da estrutura de governança da empresa, estão associadas à renovação da visão estratégica devido a mudanças no cenário de negócios (46,1%), seguida de mudanças na estrutura do controle acionário (29,3%) e o acesso ao mercado de capitais (25,0%). Ressalta-se assim, que as principais razões estão relacionadas às condições do ambiente externo das empresas. As demais razões, todas internas, têm um grau de importância menor. Como outras razões foram destacadas pelos respondentes: demandas sobre sustentabilidade empresarial, melhorias no modelo de gestão, crescimento da empresa, mais transparência ao negócio, ampliação do número de investidores, adequação ao modelo do novo mercado e a internacionalização. Outras 81,6 18,4 Pressões dos acionistas minoritários e de órgãos reguladores em função da nova lei das Sas 92,1 7,9 Conflito entre acionistas 90,8 9,2 Mudança do estilo de gestão para reter talentos 82,9 17,1 Mudanças na estrutura de controle acionário 70,7 29,3 Ter acesso ao mercado de capitais 75 25 Renovação da visão estratégica devido a mudanças no cenário 46,1 0 10 20 30 40 Sim 50 53,9 60 70 80 90 100 Não Nº de casos válidos: 76 casos FIGURA 18 (4) –Razões que justificaram, ou justificariam, uma mudança da estrutura de governança No que diz respeito às principais dificuldades para estabelecer um modelo de governança corporativa ideal, houve poucas alternativas destacadas, como mostra a figura 19(4). A principal dificuldade é atribuída à opinião ou atitude dos principais acionistas (45,8%), secundada com 16,9% pela falta de modelos de referência brasileiros bem sucedidos. As demais alternativas (capacitação ou perfil necessário aos acionistas, falta de motivação dos conselheiros, resistência dos executivos não-conselheiros) são consideradas .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 107 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c importantes por um número menor de empresas. Como outras dificuldades, foram destacadas por 20,7% das empresas: escolher as pessoas certas para o conselho, custo elevado de implantação e manutenção, crescimento anual acelerado, visão de longo prazo, políticas e normas corporativas, divergência de posições, momento da empresa, cultura organizacional, ser subsidiária, o tipo de sociedade, falta de autonomia das empresas estatais, conhecerem os limites de transparência. 79,3 Outra 20,7 Resistência dos executivos (não-conselheiros) 93,2 6,8 91,5 Falta de motivação dos conselheiros 8,5 89,8 Capacitação ou perfil necessário aos acionistas 10,2 83,1 Falta de modelos de referência bem sucedidos 16,9 Opinião ou atitude dos principais acionistas 54,2 45,8 0 10 20 30 40 50 Sim 60 70 80 90 100 Não Nº de casos válidos: 59 casos FIGURA 19 (4) –Dificuldades para estabelecer um modelo de governança Por sua vez, os respondentes indicaram o grau de satisfação em relação à governança corporativa de sua empresa. Nota-se, na tabela 10(4), abaixo, que a grande maioria das empresas (74,4%) está satisfeita. Isso sinaliza um elevado nível de profissionalização da governança corporativa dessas empresas. Valid Missing Total 1 Sim, elevado 2 Não 3 Em parte Total 9 Frequency 61 4 17 82 5 87 Percent 70,1 4,6 19,5 94,3 5,7 100,0 Valid Percent 74,4 4,9 20,7 100,0 Cumulative Percent 74,4 79,3 100,0 TABELA 10 (4) –Grau elevado de satisfação em relação à governança corporativa .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 108 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c A indicação à Assembléia de Acionistas dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da Diretoria Executiva, encontra-se apresentada na tabela 11(4), abaixo. Observa-se que em relação às empresas respondentes, 50,7% correspondem à indicação dos membros do CA pela própria Assembléia de Acionistas, 41,1% representam a indicação, igualmente pela própria Assembléia de Acionistas dos membros do CF, e 46,7% indicam que é o próprio Conselho de Administração quem indica a Diretoria Executiva. Os resultados evidenciam que as diretrizes estabelecidas pelas boas práticas de governança corporativa nesse aspecto, estão sendo seguidas pelas empresas pesquisadas. Indicação O próprio Conselho de Administração Qualquer Conselheiro O Presidente do Conselho A Assembléia de Acionistas O Diretor Presidente (ou similar) Outra Conselho de Administração Sim Não 22,7% 77,3% 9,7% 90,3% 16,7% 83,3% 50,7% 49,3% 12,2% 87,8% 19,2% 80,8% Conselho Fiscal Sim Não 12,0% 88% 4,2% 95,8% 2,8% 97,2% 41,1% 58,9% 5,4% 94,6% 16,4% 83,6% Diretoria Executiva Sim Não 46,7% 53,3% 6,9% 93,1% 1,4% 98,6% 16,4% 83,6% 25,7% 74,3% 16,4% 83,6% TABELA 11 (4) –Indicação dos membros dos Conselhos à Assembléia de Acionistas O papel desempenhado pelos vários órgãos de governo também foi avaliado na Parte II do questionário, em que foram considerados o conselho de administração (CA), o conselho fiscal (CF) e a direção executiva (DE). O questionário apresentou 17 atividades de governo e direção baseadas nos pensamentos dos diversos autores citados no referencial teórico. Foi solicitado ao respondente que indicasse a função de cada órgão em relação a cada atividade seguindo a escala seguinte: 1 = Informa 2 = Informa e propõe 3 = Informa, propõe e decide 4 = Informa, propõem, decide e aprova A intenção do questionário era analisar o grau de participação de cada atividade e identificar que órgão, dentro da estrutura de governança da empresa, concentra o poder decisório. Para facilitar a compreensão dos resultados e determinar o poder decisório de cada órgão, foram aglutinadas as respostas 3= Informa, propõe e decide e 4 = Informa, propõe, decide e aprova (direito de veto) em uma única alternativa (Informa, propõe, decide e/ou aprova), que corresponde, de alguma forma, a capacidade decisória de cada órgão. O resultado está apresentado na tabela 12(4), a seguir. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 109 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Atividades Conselho de Administração Informa, propõe, Informa e decide, Informa propõe e/ou aprova Conselho Fiscal Informa, propõe, Informa e decide, Informa propõe e/ou aprova Diretoria Executiva Informa Informa e propõe Informa, propõe, decide, e/ou aprova Estratégia empresarial 4,0% 8,0% 88,0% 64,7% 29,4% 5,9% 38,7% 29,0% 32,3% 16,2 18,9% 64,9% 82,4% 5,9% 11,8% 7,7% 23,1% 69,3% 3,9 7,8% 88,2% 57,1% 28,6% 14,3% 3,4% 45,8% 50,8% 11,6 4,7% 83,7% 58,8% 23,5% 17,7% 14,0% 32,0% 54,0% 5,6 22,2% 72,3% 64,3% 28,6% 7,1% 8,3% 39,6% 52,1% 9,8 14,6% 75,6% 64,3% 28,6% 7,1% 1,8% 27,3% 70,9% 8,9 6,7% 84,4% 71,4% 14,3% 14,3% 7,8% 37,3% 54,9% 9,1 4,5% 86,4% 42,9% 28,6% 28,5% 1,6% 27,4% 71,0% 2,6 7,7% 89,8% 37,5% 25,0% 37,6% 20,9% 44,2% 34,9% 9,1 15,9% 75,0% 47,4% 26,3% 26,4% 13,2% 18,9% 67,9% 25 18,8% 56,3% 66,7% 11,1% 22,2% 1,5% 9,2% 89,2% 24,2 18,2% 57,6% 65,0% 15,0% 20,0% 3,2% 9,5% 87,3% 4,3 10,9% 84,8% 35,7% 28,6% 35,7% 0,0% 9,2% 90,7% 2 12,2% 85,8% 55,6% 27,8% 16,7% 3,2% 24,2% 72,6% 4,3 6,4% 89,3% 52,6% 31,6% 15,8% 3,2% 15,9% 81,0% 4,3 10,6% 85,1% 68,8% 25,0% 6,3% 4,9% 19,7% 75,4% 0 1,1% 1,1% 25,0% 25,0% 50,0% 0,0% 33,3% 66,7% Análise do ambiente empresarial Seleção de novos negócios, vendas, fusões, aquisições e incorporações Avaliação de desempenho de altos executivos Planejamento sucessório Seleção/contratação de altos executivos Remuneração de altos executivos Planejamento financeiro, orçamentário e fontes de financiamento Abertura de capital social Relacionamento com acionistas Relacionamento com a comunidade Relacionamento institucional Manutenção de atitude ética da organização Determinação da missão e objetivos Determinação de políticas Mudanças organizacionais Outras TABELA 12 (4) –Perfil decisório dos órgãos de governança nas diversas funções O conselho de administração tem um papel mais destacado na abertura de capital (89,8% decidem e/ou aprovam). Além disso, tem poder de decisão representativo em quatro outras atividades: determinação de políticas (89,3%), vendas, fusões, aquisições e incorporações (88,2%), estratégia empresarial (88,0%), planejamento financeiro/orçamentário e captação de fontes de financiamento (86,4%). Por outro lado, o conselho fiscal tem um papel limitado em relação as suas atribuições. As atividades que lhe cabem, segundo os respondentes, são: abertura de capital social (37,6%), manutenção da atitude de postura ética da organização (35,7%) e planejamento financeiro, orçamentário e fontes de financiamento. Já a direção executiva apresenta elevados percentuais de intervenção, mas, em alguns casos, menor poder de decisão em comparação com o conselho de administração. A direção executiva, porém, assume com maior percentual de decisão as atividades essencialmente diretivas: relacionamento com a comunidade (89,2%), relacionamento institucional (87,3%), .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 110 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c determinação das políticas (81,0%), seleção/contratação de altos executivos (70,9%), mudanças organizacionais (75,4%), determinação da missão e objetivos (72,6%) e planejamento financeiro e fontes de financiamento (71,0%). O quadro geral que emerge sinaliza que os principais órgãos de governo das empresas (conselho de administração, conselho fiscal e diretoria executiva), exercem suas atividades em consonância com as boas práticas de governança corporativa. 4.1.3.5 Quanto à Estrutura Organizacional Os resultados quanto ao tipo de estrutura que melhor representa a organização da empresa pesquisada estão dispostos na tabela 13(4), abaixo. Valid Missing Total 1 Funcional 3 Divisional por negócio 4 Divisional por zona geográfica 5 Divisional (outro) 6 Matricial 7 Misto Total 9 Frequency 46 16 Percent 52,9 18,4 Valid Percent 56,8 19,8 Cumulative Percent 56,8 76,5 3 3,4 3,7 80,2 2 3 11 81 6 87 2,3 3,4 12,6 93,1 6,9 100,0 2,5 3,7 13,6 100,0 82,7 86,4 100,0 TABELA 13 (4) –Tipo de estrutura organizacional predominante na empresa Os resultados mostram que empresas com estrutura funcional (56,8%) predominam. Em relação à estrutura divisional, a por unidade de negócio (19,8%) se destaca em relação à por zona geográfica (3,7%). Apenas 3,7% têm a estrutura matricial, que seria uma estrutura mais sofisticada. Várias empresas indicaram a existência de uma estrutura híbrida, dentre as quais muitas apresentaram tanto a forma funcional como a divisional (13,6%). Ainda em relação às características da estrutura organizacional das empresas pesquisadas, verifica-se a relação existente entre a quantidade de níveis diretivos existentes entre o diretor presidente ou executivo principal até o pessoal operacional. Na Figura 20(4), a seguir, observa-se o número de anos em que a empresa teve a última mudança importante em sua estrutura organizacional em função do nível de atividade do conselho de administração. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 111 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c .d o Constatou-se, daí, que 43% das empresas respondentes realizaram mudanças importantes ao longo do último ano e 29,1% o fizeram há 5 anos ou mais. 50 43 40 % 30 29 20 10 10 9 6 0 Nunca houve 01 ano 02 anos 03 anos 04 anos 5 anos ou mais Nº de casos válidos: 86 casos FIGURA 20 (4) –Nº de anos que a empresa teve a última mudança Na Figura 21(4), percebe-se que 29,0% das empresas pesquisadas apresentam de cinco ou mais níveis decisórios entre o Diretor Presidente e o nível operativo. Por outro lado, 71% têm quatro ou menos níveis hierárquicos, indicando um elevado grau de horizontalização na estrutura organizacional. Nº níveis decisórios entre Presidente e Operacional 40 37 30 29 % 20 19 13 10 0 2 Um Dois Três Quatro 5 ou mais Nº de casos válidos: 86 casos FIGURA 21 (4) –Quantidade de Níveis decisórios m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 112 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Conforme apresentado na figura 22(4), os fatores que motivam a decisão da mudança na estrutura organizacional estão associados a crescimento de vendas (45,0%), melhorias na qualidade dos serviços (30,0%) e redução de custos (28,0%). Como outros fatores (14,0%) foram destacados pelos respondentes, os seguintes: aposentadoria do CEO, unificação da empresa, modernização, otimização dos processos, orientação ao cliente, melhorias no modelo de gestão, aumento da concorrência, minimização dos níveis hierárquicos, exigências legais, substituição de um conselho consultivo por um conselho de administração, desverticalização da empresa, encerramento do mandato do Presidente, mudança de estratégia, criação do “shared services”. 67% Outros 14% Principais Fatores de Mudança Mudanças na estrutura de propriedade do capital 71% 10% 72% Mudanças tecnológicas 9% 52% Redução de custos 28% Melhorias na qualidade do serviço 51% 30% 64% Aquisição de novos negócios 16% 79% Redução de vendas 1% 36% Crescimento de vendas - 10 20 Sim 30 40 45% 50 60 70 Não Nº de casos válidos: 81 casos FIGURA 22 (4) –Fatores de mudança na estrutura organizacional 80 90 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 113 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.1.4. Caracterização das Empresas quanto a sua Estratégia Competitiva A Parte III do questionário retrata as características quanto à utilização das estratégias competitivas genéricas de liderança de custo, diferenciação e enfoque. Para isso, foi utilizada a técnica de análise fatorial, a fim de reduzir o número de variáveis incluídas em cada constructo. A análise fatorial realizada incluiu: Entender como as variáveis interagem dentro de cada um dos três constructos de estratégia competitiva genérica (liderança de custo, diferenciação e enfoque); Desenvolver fatores (constituídos de itens fortemente correlacionados), a fim de facilitar as análises subseqüentes. Para a variável estratégia competitiva, foi aplicada a análise fatorial, por componentes principais, rotação varimax. O critério para a extração dos fatores foi o eigenvalues maior que 1,0, o que implica que cada fator deve explicar a variância de, no mínimo, uma variável isolada, como mostra a Tabela 14(4), a seguir. Segundo Hair (2005) dificilmente se realiza análise fatorial com uma amostra com menos de 50 observações e, de preferência, o tamanho da amostra deve ser maior ou igual a 100. Como regra geral, o mínimo é ter pelo menos cinco vezes mais observações do que o número de variáveis a serem analisadas, e o tamanho mais aceitável teria uma proporção de dez para um. A amostra pesquisada, que inclui 87 empresas, satisfaz às exigências mínimas para aplicação da técnica. Total Variance Explained Component 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Total 4,794 2,702 1,632 1,395 1,281 ,951 ,830 ,742 ,624 ,606 ,455 ,421 ,354 ,324 ,300 ,215 ,203 ,170 Initial Eigenvalues % of Variance Cumulative % 26,631 26,631 15,009 41,640 9,068 50,708 7,752 58,460 7,117 65,577 5,286 70,863 4,613 75,476 4,122 79,598 3,467 83,066 3,365 86,430 2,527 88,958 2,341 91,299 1,967 93,266 1,799 95,064 1,665 96,729 1,196 97,925 1,129 99,054 ,946 100,000 Extraction Sums of Squared Loadings Total % of Variance Cumulative % 4,794 26,631 26,631 2,702 15,009 41,640 1,632 9,068 50,708 1,395 7,752 58,460 1,281 7,117 65,577 Extraction Method: Principal Component Analysis. TABELA 14 (4) - Variância total Rotation Sums of Squared Loadings Total % of Variance Cumulative % 3,775 20,972 20,972 2,157 11,983 32,955 2,050 11,389 44,344 2,047 11,374 55,718 1,775 9,859 65,577 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 114 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Para verificar a adequação da análise fatorial, foi realizado o teste Bartlett de esfericidade para validar a presença de correlações entre as variáveis. Ele fornece a probabilidade estatística de que a matriz de correlação tenha correlações significantes entre pelo menos algumas das variáveis. O aumento do tamanho da amostra faz com que o teste Bartlett se torne mais sensível na detecção de correlações entre as variáveis (HAIR, 2005). Ademais, visando quantificar o grau de intercorrelações entre as variáveis e a adequação da análise fatorial, utilizou-se a medida de adequação da amostra (MSA) ou como também é conhecido, o KMO (Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy). Esse índice varia de 0 a 1, alcançando 1 quando cada variável é perfeitamente prevista sem erro pelas outras variáveis (HAIR, 2005). O teste KMO indica um valor mediano de 0,708, sinalizando que a análise de componentes principais pode ser feita (HAIR, 2005). O teste de esfericidade de Bartlett (Chi Square = 539,34) pela análise com nível de significância (sig = 0,000) é satisfatório, ou seja, as variáveis são correlacionadas. KMO and Bartlett's Test Kaiser-Meyer-Olkin Measure of Sampling Adequacy. Bartlett's Test of Sphericity Approx. Chi-Square df Sig. ,708 539,346 153 ,000 TABELA 15 (4) –Teste KMO e Bartlett´s Sendo assim, a Tabela 16(4), a seguir, mostra o resultado final da análise fatorial da variável estratégia competitiva. O resultado revela 5 fatores distintos, com um poder de explicação acima de 65% da variância englobando 18 variáveis. Os 5 novos fatores agregam variáveis que carregam pelo menos 0,60 em cada fator (HAIR, 2005). A denominação de cada fator é a seguinte: Fator 1- liderança de custo pura, Fator 2- enfoque com liderança de custo, Fator 3- liderança de custo com centralização de decisões, Fator 4- diferenciação pura e Fator 5- enfoque com diferenciação. As variáveis de cada fator deram origem aos escores fatoriais padronizados (Hair, 2005), os quais são representativos dos fatores para analises subseqüentes. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 115 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 1 Q27I EC (controle de processos e de custos operacionais são fortes e austero) Q27A EC (procedimento operacionais seguem padrão extremamente rígido) Q27F EC (atua em mercado com controle de custo para a competitividade) Q27H EC (mercado demanda processo de produção por escala) Q27G EC (administração analítica com relatórios detalhados) Q27N EC (estratégia focada nos nichos de mercado) Q27O EC (trade off entre rentabilidade e volume de vendas) Q27J EC (atua de modo flexível com forte coordenação entre áreas e incentiva criatividade e inivação) Q27B EC (administração e decisões extremamente centralizadas) Component 3 2 4 5 ,799 ,755 ,740 ,724 ,692 Q27D EC (delegação aos funcionários é limitada) Q27K EC (valoriza e implanta mecanismo para estreitar relacionamento com cliente) Q27E EC (foco na aprendizagem contínua e na pesquisa e desenvolvimento) Q27R EC (produtos e serviços são visivelmente diferenciados pelos clientes) Q27C EC (foco em custo baixo em relação à concorrência) Q27M EC (reconhecida no mercado como líder em inovação e tecnologia aplicada) Q27Q EC (mercado concentrado em poucos concorrentes) Q27P EC (estratégia focada em poucos produtos Q27L EC (foco estratégico na originalidade dos produtos e serviços ofertados) ,823 ,820 ,801 ,643 ,833 ,852 ,760 Extraction Method: Principal Component Analysis. Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization. TABELA 16 (4) –Matriz de componentes principais da análise fatorial .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 116 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.1.5. Caracterização das Empresas quanto ao Processo Sucessório A Parte IV do questionário reporta às características do processo sucessório das empresas respondentes. Primeiramente, foram utilizadas três questões filtro, direcionadas para todas as empresas. As demais questões se destinaram às empresas com mais de 50% do controle acionário pertencente a uma ou duas famílias, ou seja, empresas com estrutura de gestão familiar. A Figura 23(4), abaixo, evidencia que a maioria das empresas (61%) possuem, em algum grau, um plano de sucessão estruturado e formalmente definido. Esse resultado fortalece os achados sobre governança corporativa, apresentados anteriormente, reiterando as iniciativas no sentido de elevar o grau de profissionalismo na gestão das empresas. 50 40 41 30 % 20 21 20 18 Percent 10 0 concordo totalmente discordo parcialment concordo parcialment discordo totalmente Nº de casos válidos: 82 casos FIGURA 23 (4) –Existência de plano de sucessão Por sua vez, como evidenciado na Figura 24(4), a seguir, cerca de duas em cada três (63%) empresas aparentemente não adotam políticas de aposentadoria compulsória, por idade, para os membros decisórios. Esse resultado está alinhado com a cultura empresarial brasileira, decorrente da utilização, ainda que embrionária, dos planos de previdência privada e similares. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 117 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 50 45 40 % 30 20 23 18 13 10 0 concordo totalmente discordo parcialment concordo parcialment discordo totalmente Nº de casos válidos: 82 casos FIGURA 24(4) –Adoção de políticas de aposentadoria compulsória A existência de cultura, nas empresas pesquisadas, de selecionar sucessores oriundos do mercado para efetuar a transição antes do atual CEO se desligar, aparentemente não é uma prática utilizada pela maior parte das empresas (72%). Tal evidência pode denotar que essas empresas privilegiam seus talentos internos no processo sucessório da alta administração, conforme se pode observar na figura 25(4), abaixo. 40 37 35 30 % 20 22 10 6 0 concordo totalmente discordo parcialment concordo parcialment discordo totalmente Nº de casos válidos: 79 casos FIGURA 25(4) –Seleção de sucessores oriundos do mercado .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 118 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c As empresas consideradas familiares (i.e. com mais de 50% do controle acionário pertencente a uma ou duas famílias) representaram 24% das respostas (21 empresas, sendo que uma questão foi respondida por apenas 18 empresas). Os principais resultados estão sumarizados na tabela 17(4). O quadro geral que emerge (restrito ao tamanho da amostra) permite evidenciar algumas características do processo de sucessão nas empresas familiares, a saber: A maioria absoluta das empresas (mais de 70% dos casos) entende de alguma forma (concorda total ou parcialmente) que: (i) os pais querem que os filhos participem da empresa somente como proprietários e já existe um plano formal para isso; (ii) os parentes agregados, tais como genros e noras, são tratados de maneira profissional e independente; (iii) a atuação do patriarca ou da matriarca da família é forte e presente; e (iv) a(s) família(s) explica(m) o desenvolvimento organizacional e oferece (m) oportunidades de crescimento profissional e de carreira. Assim, pode-se inferir que essas empresas estão buscando a profissionalização da sua gestão, separando as entidades família e empresa, porém com uma forte presença do (a) fundador (a). Por outro lado, mais de 70% das empresas pesquisadas, têm uma opinião contrária, em algum grau (discorda total ou parcialmente), às seguintes características: (i) somente um membro da próxima geração será convidado a entrar na empresa por estar profissionalmente preparado; (ii) existem posições reservadas aos membros da família e aos executivos de mercado; (iii) os filhos que quiserem trabalhar na empresa começarão a fazê-lo imediatamente após os estudos; (iv) a(s) família(s) coloca(m) o nível de riqueza e poder acima das interações pessoais e familiares; (v) os proprietários ofereceriam remuneração mais competitiva aos gerentes não-membros do que a membros da família. Assim, embora haja privilégio para as relações pessoais e familiares em alguns aspectos, a busca pela profissionalização da gestão é evidente. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 119 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Grau de Concordância Características do Processo de Sucessão em Empresas Familiares Concordo Totalmente Concordo Parcialmente Discordo Parcialmente Discordo Totalmente 5,0% 30,0% 20,0% 45,0% 38,1% 33,3% 19,0% 9,5% 0 45,0% 20,0% 35,0% 4,8% 14,3% 33,3% 47,6% 0 19,0% 14,3% 66,7% 33,3% 19,0% 19,0% 28,6% 10,5% 15,8% 21,1% 52,6% 15,0% 40,0% 30,0% 15,0% 5,3% 15,8% 25,3% 52,6% 14,3% 23,8% 28,6% 33,3% 65,0% 25,0% 0,0% 10,0% 55,0% 25,0% 5,0% 15,0% 38,1% 19,0% 4,8% 38,1% 20,0% 10,0% 25,0% 45,0% 22,2% 33,3% 5,6% 38,9% 52,6% 26,3% 0,0% 21,1% Os pais querem que os filhos desenvolvam carreiras na administração da empresa. Os pais querem que os filhos participem da empresa somente como proprietários e já existe um plano formal para isso. Vários membros da próxima geração estão preparados e planejam dirigir conjuntamente a empresa. Somente um membro da próxima geração será convidado a entrar na empresa por estar profissionalmente preparado. Existem posições reservadas aos membros da família e aos executivos de mercado. Os pais querem que os filhos escolham por si mesmos quem deve ou não entrar na administração da empresa. Os filhos que quiserem trabalhar na empresa começarão a fazê-lo imediatamente após os estudos. Os filhos que quiserem trabalhar na empresa deverão adquirir experiências no mercado e, depois, decidir se querem voltar. A(s) família(s) coloca(m) o nível de riqueza e poder acima das interações pessoais e familiares. Existe dicotomia entre os interesses da família e da empresa. Os parentes agregados, tais como genros e noras, são tratados de maneira profissional e independente. A atuação do patriarca ou da matriarca da família é forte e presente. Existem questões e informações sobre políticas que devem ser decididas somente por membros da família. Os proprietários ofereceriam remuneração mais competitiva aos gerentes não-membros do que a membros da família. A(s) família(s) habilita(m) a liderança de gerentes intermediários. A(s) família(s) explica(m) o desenvolvimento organizacional e oferecem oportunidades de crescimento profissional e carreira. TABELA 17 (4) –Características do processo sucessório em empresas familiares .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 120 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.1.6. Caracterização das Empresas quanto ao seu Desempenho Empresarial Os dados referentes ao desempenho empresarial foram extraídos, segundo a fonte secundária adotada na pesquisa – Revista Exame Melhores e Maiores. Os valores utilizados são do período compreendido entre de 2004 e 2006, conforme exposto detalhadamente no capítulo 3 –Metodologia. Com base na série histórica dos indicadores de desempenho – Crescimento de Vendas, Rentabilidade e EBTDA, foram calculadas as médias e os valores mínino e máximo da amostra, excluídos os outliers (em duas tentativas, referentes às variáveis crescimento de vendas e rentabilidade), de forma a melhorar os testes de normalidade, conforme apresentados na tabela 18(4), abaixo. Statistics N Valid Missing Mean Std. Deviation Minimum Maximum CVMÉDIO Crescimento Médio de Vendas (04 a 06) 57 56 4,0357 8,18084 -17,73 19,97 RENMÉDIA Rentabilidade Média (04 a 06) 61 52 16,5142 13,10799 -14,50 48,37 EBTDAMED EBTDA Média (04 a 06) 60 53 148,5050 179,39313 -15,67 816,03 TABELA 18 (4) –Média dos indicadores de desempenho Os testes Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk (Hair, 2005), que estão representados na tabela 19(4), a seguir, confirmaram a normalidade da amostra em termos de crescimento de vendas e rentabilidade bem como, do logaritmo neperiano do EBTDA, realizado devido à assimetria positiva da curva de distribuição dos dados originais. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 121 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Pelos níveis de significância observados, não é possível rejeitar-se as hipóteses nulas de normalidade das variáveis de desempenho da amostra. Logo, é estatisticamente aceitável considerá-las como normais. Tal conclusão é também confirmada na Figura 26(4) representada pelos gráficos Q-Q Plot. a Kolmogorov-Smirnov Statistic df Sig. CVMÉDIO Crescimento Médio de Vendas (04 a 06) RENMÉDIA Rentabilidade Média (04 a 06) LNEBT LN EBTDA Média Statistic Shapiro-Wilk df Sig. ,074 57 ,200* ,984 57 ,647 ,073 61 ,200* ,988 61 ,796 ,082 58 ,200* ,978 58 ,388 *. This is a lower bound of the true significance. a. Lilliefors Significance Correction TABELA 19(4) –Teste de normalidade .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 122 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Detrended Normal Q-Q Plot of Cres.Ven. ,3 2 ,2 1 ,1 0 -,0 Dev from Normal Expected Normal Normal Q-Q Plot of Cresc.Vendas 3 -1 -2 -3 -20 -10 0 10 20 -,1 -,2 -,3 30 -20 Observed Value -10 0 10 20 30 Observed Value Normal Q-Q Plot of Rentabilidade Detrended Normal Q-Q Plot of Rentabilidade ,5 3 ,4 2 ,3 1 ,2 0 Dev from Normal Expected Normal ,1 -1 -2 -3 -20 -10 0 10 20 30 40 0,0 -,1 -,2 -10 50 0 10 20 30 40 50 Observed Value Observed Value Detrended Normal Q-Q Plot of LN EBTDA Normal Q-Q Plot of LN EBTDA ,2 3 2 ,1 1 -,0 Dev from Normal Expected Normal 0 -1 -2 -3 1 2 3 Observed Value 4 5 6 7 8 -,1 -,2 -,3 2 3 4 5 Observed Value FIGURA 26 (4) –Teste visual de normalidade das variáveis de desempenho 6 7 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 123 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.2. Teste e Análise das Associações com o Desempenho Empresarial Nesta seção, analisam-se as associações existentes entre governança corporativa, estratégia competitiva e processo sucessório com o desempenho empresarial das maiores empresas brasileiras, tendo-se como referência as hipóteses formuladas na pesquisa. Diferentes maneiras podem ser utilizadas para testar hipóteses de associações de variáveis, de acordo com a preferência dos pesquisadores, a natureza ou característica dos dados, ou mesmo a quantidade de dados, entre outras. Nesta pesquisa, o teste das associações propostas nas hipóteses de pesquisa seguiu passos pré-estabelecidos, sumariados na Tabela 20 (4), a seguir. Esses passos se diferenciaram em função da variável estudada, considerando-se suas escalas e dados disponíveis, o que acarretou a necessidade de algumas recodificações. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 124 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Variáveis de Governança Corporativa Existência de Conselho de Administração Existência de Conselho Fiscal Existência de sistema formal de avaliação de desempenho da Diretoria Executiva Adoção de critérios para estabelecer a remuneração da Diretoria Executiva: padrão de mercado ; remuneração variável em função de resultados Indicadores utilizados para determinar a remuneração da Diretoria Executiva: EBTDA, Valor Econômico Agregado Predominância da estrutura organizacional do tipo funcional Níveis decisórios entre o Diretor Presidente (estratégico) e a equipe (operacional) Escolha dos membros do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Direção Executiva: o próprio CA indica a DE ; o Diretor Presidente indica o CA; o Diretor Presidente indica o CF Principais funções desempenhadas pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva: a Estratégia empresarial é desempenhada pela DE; a Seleção de novos negócios, vendas, fusões, aquisições e incorporações é desempenhada pela DE; a avaliação de desempenho dos altos executivos é desempenhada pela DE; a seleção/contratação de altos executivos é desempenhada pela DE Variáveis de Estratégia Competitiva Item do questionário 06 10 13 Escalas recodificadas 1- não existe; 2existe - 14 15 16 1- funcional; 2divisional; 3-misto 17 25 26 1- informa ou informa e propõe; 2 informa, propõe e decide ou informa, propõe, decide e aprova Escalas recodificadas Fator 1- liderança de custo pura, Fator 2- enfoque com Análise fatorial liderança de custo, Fator 3- liderança de custo com do item 27 centralização de decisões, Fator 4- diferenciação pura e Fator 5- enfoque com diferenciação Variáveis de Processo Sucessório - Escalas recodificadas Plano de sucessão formal e estruturado 1- concordo total ou 28 (a,b,c) parcialmente; 2Adoção de políticas de aposentadoria discordo parcial ou Adoção de práticas de seleção de sucessores no totalmente mercado Variáveis de Desempenho Empresarial Fonte Escalas recodificadas Crescimento de vendas (2004-2006) Revista Exame 1- inferior; 2- médio; Melhores e 3- superior (exceto Rentabilidade (2004-2006) para teste com Maiores LN EBTDA (22004-2006) estratégia) TABELA 20 (4) –Variáveis selecionadas para teste de associação .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 125 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 4.2.1. Associação entre Governança Corporativa e Desempenho Empresarial 4.2.1.1 Teste da Hipótese 1: Inicialmente para a realização dos testes de associação para a Hipótese (existem associações significativas entre Governança Corporativa e o Desempenho Empresarial) foram conduzidos testes Chi-Square , que se encontram resumidos na Tabela 21(4). Os resultados revelam que existem associações significativas, no nível de 0,05, entre as seguintes variáveis de governança corporativa (existência de sistema formal de avaliação de desempenho da DE e a escolha dos membros da DE por parte do conselho de administração) e a rentabilidade. No nível de significância de 0,10, pode-se observar a associação entre tipo de estrutura organizacional e a rentabilidade bem como, a quantidade de níveis decisórios entre o Diretor Presidente (estratégico) e a equipe (operacional) com o logaritmo do EBTDA. Sendo assim, rejeita-se a hipótese nula H0a de não existirem associações significativas entre GC e DE e aceita-se, embora parcialmente, a hipótese alternativa H1a. No entanto, vale ressaltar que a dimensão Governança Corporativa é composta de múltiplas variáveis e que apenas quatro delas mostraram haver associação significativa. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 126 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c m .d o VARIÁVEIS DE DESEMPENHO EMPRESARIAL Crescimento de Vendas Rentabilidade LN EBTDA VARIÁVEIS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA Nº Casos (N) Nível de Significância ( ) Nº Casos Nível de (N) Significância ( ) Nº Casos Nível de (N) Significância ( a. Existência de Conselho de Administração 57 0,361 60 0,991 57 0,886 57 0,323 61 0,781 58 0,872 57 0,806 61 0,038 58 0,237 33 0,839 38 0,619 34 0,953 b. Existência de Conselho Fiscal c. Existência de sistema formal de avaliação de desempenho da Diretoria Executiva d. Adoção de critérios para estabelecer a remuneração da Diretoria Executiva: Padrão de mercado e. Adoção de critérios para estabelecer a remuneração da Diretoria Executiva:Remuneração variável em função de resultados f. Indicadores utilizados para determinar a remuneração da Diretoria Executiva:EBTDA 33 0,473 38 0,946 34 0,598 33 0,817 38 0,441 34 0,686 g. Indicadores utilizados para determinar a remuneração da Diretoria Executiva:Valor Econômico Agregado 33 0,238 38 0,921 34 0,432 51 0,181 55 0,09 51 0,304 h.Tipo de estrutura organizacional i. Níveis decisórios entre o Diretor Presidente (estratégico) e a equipe (operacional) j. Escolha dos membros do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Direção Executiva:O próprio CA indica a DE 57 0,21 60 0,407 57 0,081 52 0,774 55 0,031 52 0,17 k. Escolha dos membros do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Direção Executiva:O Diretor Presidente indica o CA 52 0,534 54 0,785 51 0,794 l. Escolha dos membros do Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Direção Executiva:O Diretor Presidente indica o CF 52 0,37 54 0,376 51 0,376 41 0,137 44 0,832 41 0,118 40 0,718 44 0,859 42 0,404 32 0,14 36 0,123 33 0,821 33 0,256 36 0,224 33 0,416 m. Principais funções desempenhadas pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva:A Estratégia empresarial é desempenhada pela DE n. Principais funções desempenhadas pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva:A Seleção de novos negócios, vendas, fusões, aquisições e incorporações é desempenhada pela DE o. Principais funções desempenhadas pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva:A avaliação de desempenho dos altos executivos é desempenhada pela DE p. Principais funções desempenhadas pelo Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Diretoria Executiva:A seleção/contratação de altos executivos é desempenhada pela DE TABELA 21 (4) –Teste de associação Chi-Square das variáveis de governança corporativa e desempenho 4.2.2. Associação entre Estratégia Competitiva e Desempenho Empresarial 4.2.2.1 Teste da Hipótese 2: Inicialmente para a realização dos testes de associação a fim de se verificar a Hipótese 2 (existem associações significativas entre Estratégia Competitiva e Desempenho Empresarial), foram desenvolvidos 05 escores fatoriais (constituídos de variáveis correlacionadas). As relações significativas são ressaltadas com um ou dois asteriscos, dependendo do nível de significância. Das 15 correlações possíveis, 04 são significativas com ) o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 127 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c m .d o o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 128 w w w c u-tr a c k p<0,05, conforme ilustrado na Tabela 22(4),abaixo. FAC1_1 Liderança de custo pura FAC2_1 Enfoque com liderança de custo FAC3_1 Liderança de custo com centralização das decisões Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N FAC1_1 Liderança de custo pura 1 , 73 -,014 ,906 73 -,083 ,483 FAC2_1 Enfoque com liderança de custo -,014 ,906 73 1 , 73 ,004 ,970 FAC3_1 Liderança de custo com centralização das decisões -,083 ,483 73 ,004 ,970 73 1 , FAC4_1 Diferenciação pura ,019 ,871 73 -,003 ,981 73 -,007 ,956 FAC5_1 Enfoque com diferenciação ,037 ,754 73 ,012 ,917 73 ,043 ,716 CVMÉDIO Crescimento Médio de Vendas (04 a 06) ,165 ,252 50 ,217 ,130 50 -,159 ,269 73 73 73 73 73 50 FAC4_1 Diferenciação pura Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N FAC5_1 Enfoque com Pearson Correlation diferenciação Sig. (2-tailed) N CVMÉDIO Crescimento Pearson Correlation Médio de Vendas (04 a Sig. (2-tailed) 06) N RENMÉDIA Pearson Correlation Rentabilidade Média (04 Sig. (2-tailed) a 06) N LNEBT LN EBTDA Média Pearson Correlation Sig. (2-tailed) N ,019 ,871 73 ,037 ,754 73 ,165 ,252 50 -,145 ,306 52 ,056 ,701 50 -,003 ,981 73 ,012 ,917 73 ,217 ,130 50 -,291* ,036 52 ,292* ,039 50 -,007 ,956 73 ,043 ,716 73 -,159 ,269 50 ,047 ,740 52 -,290* ,041 50 1 , 73 ,015 ,901 73 -,405** ,003 50 -,168 ,233 52 -,131 ,366 50 ,015 ,901 73 1 , 73 -,079 ,587 50 -,038 ,790 52 -,175 ,223 50 RENMÉDIA Rentabilidade Média (04 a 06) -,145 ,306 52 -,291* ,036 52 ,047 ,740 -,405** ,003 50 -,079 ,587 50 1 , 57 ,224 ,118 50 ,261 ,077 47 LNEBT LN EBTDA Média ,056 ,701 50 ,292* ,039 50 -,290* ,041 52 50 -,168 ,233 52 -,038 ,790 52 ,224 ,118 50 1 , 61 ,133 ,341 53 -,131 ,366 50 -,175 ,223 50 ,261 ,077 47 ,133 ,341 53 1 , 58 *. Correlation is significant at the 0.05 level (2-tailed). **. Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed). TABELA 22 (4) –Teste de correlação de Pearson: escores fatoriais da estratégia competitiva e variáveis de desempenho Na Tabela 23(4), a seguir, é apresentado um extrato das correlações significativas que puderam ser observadas, bem como suas principais interpretações. VARIÁVEIS DE DESEMPENHO EMPRESARIAL ESCORES FATORIAIS DE ESTRATÉGIA COMPETITIVA Crescimento de Vendas Nº Casos Correlação de Nível de (N) Pearson ( r ) Significância ( ) Rentabilidade Comportamento das variáveis LN EBTDA Nº Casos Correlação de Nível de Comportamento das Nº Casos Correlação de (N) Pearson ( r ) Significância ( ) variáveis (N) Pearson ( r ) Nível de Significância ) Quanto mais a Quanto mais a empresa adota a empresa adota a estratégia de Enfoque com Liderança de custo 52 -0,291 0,036 Comportamento das variáveis ênfoque com estratégia de 50 0,292 0,039 enfoque com liderança de custo, liderança de custo, mais aumenta a sua mais diminui o seu rentabilidade EBTDA Quanto mais a empresa adota a estratégia de Liderança de custo com Centralização das decisões 50 -0,29 0,041 liderança de custo com centralização das decisões, mais aumenta o seu EBTDA Diferenciação Pura 50 -0,405 0,003 Quanto mais a empresa adota a estratégia diferenciação pura, maior seu crescimento de vendas TABELA 23 (4) –Interpretações observadas das correlações .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 129 w w w c u-tr a c k Sendo assim, rejeita-se a hipótese nula H0b de não existirem associações significativas entre EC e DE e aceita-se a hipótese alternativa H1b. No entanto, vale ressaltar que a dimensão Estratégia Competitiva é composta de 05 escores fatoriais, e que apenas três deles (dois dos quais vinculados à estratégia de Liderança de Custo e à estratégia de Diferenciação) mostraram haver essa associação. 4.2.3. Associação entre Processo Sucessório e Desempenho Empresarial 4.2.3.1 Teste da Hipótese 3: Os testes Chi-Square foram utilizados para verificar a associação referente à Hipótese 3 (existem associações significativas entre Processo Sucessório e Desempenho Empresarial), conforme a Tabela 24(4), a seguir. Correlations Kendall's tau_b Q28TEARE Plano de sucessão formal e estruturado Q28TEBRE Políticas de aposentadoria Q28TECRE Cultura de seleção no mercado Q28TEARE Plano de Q28TEBRE Políticas de sucessão aposentado formal e estruturado ria Correlation Coefficient 1,000 ,089 Sig. (2-tailed) , ,425 N 82 82 Correlation Coefficient ,089 1,000 Sig. (2-tailed) ,425 , N 82 82 Correlation Coefficient ,326** ,189 Sig. (2-tailed) ,004 ,095 N 79 79 CVMÉDIO Crescimento Médio de Vendas (04 a 06) Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N RENMÉDIA Correlation Coefficient Rentabilidade Média (04 Sig. (2-tailed) a 06) N LNEBT LN EBTDA Média Correlation Coefficient Sig. (2-tailed) N ,003 ,979 54 -,184 ,096 57 ,025 ,827 55 -,265* ,019 54 -,268* ,015 57 -,244* ,030 55 CVMÉDIO Q28TECRE Crescimento RENMÉDIA Cultura de Rentabilidade Médio de seleção no Média (04 a Vendas (04 a LNEBT LN mercado 06) 06) EBTDA Média ,326** ,003 -,184 ,025 ,004 ,979 ,096 ,827 79 54 57 55 ,189 -,265* -,268* -,244* ,095 ,019 ,015 ,030 79 54 57 55 1,000 -,023 -,033 -,093 , ,845 ,770 ,414 79 52 55 53 -,023 ,845 52 -,033 ,770 55 -,093 ,414 53 1,000 , 57 ,154 ,116 50 ,162 ,109 47 ,154 ,116 50 1,000 , 61 ,121 ,200 53 ,162 ,109 47 ,121 ,200 53 1,000 , 58 **. Correlation is significant at the .01 level (2-tailed). *. Correlation is significant at the .05 level (2-tailed). TABELA 24(4) - Teste de associação Kendall`s B das variáveis do processo sucessório e desempenho .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Os resultados observados revelam, no nível de significância de 0,05, que há associação positiva significativa entre a adoção de políticas de aposentadoria compulsória e o desempenho empresarial (crescimento de vendas, rentabilidade e logaritmo do EBTDA). No nível de significância de 0,10, pode-se observar a associação entre plano de sucessão formal e estruturado e a rentabilidade. Sendo assim, rejeita-se a hipótese nula H0c de não existirem associações significativas entre PS e DE e aceita-se a hipótese alternativa H1c. Entretanto, vale ressaltar que a dimensão Processo Sucessório foi analisada apenas no âmbito de empresas consideradas não-familiares (com menos, ou igual a 50% do controle acionário pertencente a 1 ou 2 membros da família). .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 130 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 5 Conclusões e Recomendações 5.1. Conclusões Este estudo explorou, na essência, as associações significativas entre governança corporativa, estratégia competitiva e processo sucessório com o desempenho empresarial nas grandes empresas brasileiras. Respeitadas as condições e limitações existentes, apresentam-se evidências estatísticas para aceitar as hipóteses das associações. Dentre as principais conclusões, pode-se afirmar que o desempenho da empresa medido por: (i) crescimento de vendas associa-se com o uso da estratégia de diferenciação pura e à adoção de políticas de aposentadoria compulsória por idade para os membros decisores; (ii) rentabilidade associa-se com a existência formal de sistemas de avaliação e à indicação da direção executiva pelo conselho de administração, com a competição baseada no enfoque com liderança de custo e também com a adoção de políticas de aposentadoria compulsória por idade para os membros decisores; (iii) EBTDA associa-se com a estratégia baseada na liderança de custo com centralização e no enfoque com liderança de custo (este no sentido contrário) bem como, com a adoção de políticas de aposentadoria compulsória por idade para os membros decisores. Ademais, os resultados descritivos das dimensões analisadas permitem desenhar o perfil geral das grandes empresas brasileiras, segundo as percepções dos respondentes. De fato, em linha com o referencial teórico apresentado - notadamente Álvares e Lank (2003), IBGC (2001-2006), Di Micelli (2006) - há evidências de adoção de boas práticas de governança corporativa. De uma maneira geral, as grandes empresas brasileiras valorizam sua gestão a partir de um modelo que procura harmonizar interesses de acionistas e executivos, provendo tratamento igualitário e ampla prestação de contas, pautando-se pela transparência. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 131 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Esse nível de profissionalização baseia-se nas seguintes evidências encontradas na maior parte das empresas: 1º. A existência formal e explícita de acordos de sócios. 2º. A estruturação dos Conselhos de Administração, visando proteger e valorizar o patrimônio bem como, maximizar o retorno dos acionistas. Esses conselhos apresentam-se em sua formação com competências e atribuições delineadas, denotando segregação e independência no exercício de suas funções. 3º. A presença de conselheiros externos independentes é cada vez mais adotada. Sua existência é exigida, mais uma vez, pelo próprio mercado. Analogamente teoria e prática, conforme divulgado pelo IBGC (2006), por determinação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), no mínimo 20% dos membros dos CA´s das empresas de Nível 2 de Governança Corporativa e do Novo Mercado devem ser independentes. São profissionais dessa categoria também que representam os investidores estrangeiros, responsáveis por um terço dos negócios da Bovespa e compradores de 70% dos novos papéis lançados nos últimos três anos. Tem–se procurado ganhar legitimidade, envolvendo-se em matérias importantes, como sucessão, as escolhas de membros para sua formação bem como, caminhar dentro do processo de transparência, entre outras. Essa tendência é perceptível também entre as sociedades de controle familiar, que estão atentas à necessidade de manter um modelo profissional de governança para melhorar seus negócios com fornecedores e sua imagem perante o mercado em geral. 4º. A segregação forte de papéis entre o Conselho de Administração e a Diretoria Executiva, visando à não-concentração de poder em prejuízo da supervisão adequada da gestão. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 132 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 5º. A adoção de Conselhos Fiscais como parte integrante do sistema de governança que, apesar de ser um órgão não-obrigatório, tem sido visto como uma das ferramentas que visam agregar valor para a sociedade, agindo como um controle independente para os sócios, fiscalizando os atos da administração e opinando sobre determinadas questões que dão suporte às decisões dos acionistas, de acordo com a Lei 6.404/76. 6º. A Diretoria Executiva atua como responsável pela execução das diretrizes estratégicas, e seus membros têm seus desempenhos avaliados, em sua grande maioria, pelos resultados alcançados. Adicionalmente, sua remuneração está estruturada de forma a vincular-se à geração de valor a médio e longo prazos. Quanto à adoção de estratégias competitivas genéricas de liderança de custo, diferenciação e enfoque, a preocupação das grandes empresas brasileiras está concentrada na manutenção e busca constante de suas vantagens competitivas, atrelados à geração efetiva de resultados. Isso nos mostra um alinhamento teórico ao que fora argumentado por Day (1999), que afirma que para sustentar suas vantagens competitivas, essa adoção de estratégias torna-se crítica na gestão contemporânea para suplantar os concorrentes e diminuir a erosão das vantagens atuais. Essa busca através da adoção de práticas de administração estratégica mostrou que as empresas estão mais exigentes e vigilantes quanto à visão de negócio pelos seus líderes estratégicos, preocupadas em ter processos organizacionais bem definidos, fortalecendo, assim, seus controles internos, para tomar decisões estratégicas cada vez mais coerentes e consistentes, buscar diferenciar-se através da atuação em mercados mais atrativos, com produtos de maior valor agregado, atrelando inovação ao trade-off rentabilidade e crescimento de vendas. Esses aspectos corroboram os argumentos destacados por Porter (1980), em sua teoria de estratégias competitivas genéricas. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 133 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Quanto ao processo sucessório das grandes empresas, revela-se, de forma surpreendente, que a maioria das empresas participantes da pesquisa caracteriza-se como não familiares. Por isso, a decisão neste estudo de não se analisar em detalhes as empresas familiares. No entanto, os seus resultados confirmaram a teoria apresentada de que o caminho para a perpetuidade do negócio está na definição, formalização, e condução adequada de um plano de sucessão empresarial e de carreira (GERSICK, 1997). Considera-se, assim, que os objetivos da presente pesquisa foram alcançados e se contribuiu, sobremaneira, para o enriquecimento deste campo de estudo da administração bem como, para aplicação na prática gerencial. 5.2. Recomendações para Futuras Pesquisas e Limitações do Estudo Nesta dissertação, são elucidadas diversas questões sobre as associações existentes entre governança corporativa, estratégia competitiva e processo sucessório, com o desempenho empresarial. No entanto, a amplitude dessas questões é tamanha, que alguns aspectos merecem explicações mais detalhadas, decorrentes das próprias limitações deste estudo. Daí, a recomendação que se faz, para futuras pesquisas, de outros aspectos, tais como: Ampliar a amostra da pesquisa, de forma a poder fazer mais generalizações; Observar um número maior de empresas familiares que adotam processos sucessórios, uma vez que a freqüência desses casos foi muito pequena, o que limitou a apresentação dos resultados; Aplicar estrutura de pesquisa semelhante a esta aqui desenvolvida, para análises setoriais; .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 134 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Replicar o estudo comparando a dimensão governança corporativa com outros países; Incluir a variável Liderança, como uma moderadora para o alcance do desempenho empresarial; e Analisar o imbricamento entre as variáveis Governança Corporativa, Sucessão, Estratégia e Desempenho Empresarial. 5.3. Recomendações para as Empresas Uma das justificativas deste estudo enquadrou-se sob a ótica profissional e empresarial, uma vez que o entendimento e a adoção de melhores práticas pelas empresas estudadas sejam de utilidade a outras empresas, ajudando-as a se tornarem mais eficientes, eficazes e efetivas, o que possibilita o desenvolvimento desenvolvendo do mercado empresarial local, regional e nacional. Sendo assim, algumas recomendações de natureza empresarial podem ser feitas: 1. Os resultados encontrados nesta pesquisa corroboram a afirmativa de que a adoção de boas práticas de governança e sucessão trazem benefícios internos e externos. Como internos, destacam-se: aprimoramento do funcionamento da alta gestão e do sistema para tomada de decisões; aperfeiçoamento do processo sucessório da alta gestão; separação mais clara de papéis entre conselheiros e diretores; e melhor gestão dos riscos associados aos investimentos e aperfeiçoamento dos controles internos. Como principais benefícios externos, ressaltam-se: provável redução do custo de capital e melhor percepção por parte dos investidores externos; maior formalização do processo de trabalho a melhor percepção de valor das ações por .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 135 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c parte dos investidores, o que contribui para ampliar a geração de valor; aumento do leque de opções para financiamento de projetos; ampliação da capacidade de crédito, diminuição do custo de captação e aumento da credibilidade diante dos credores; maior liquidez e volume de negócios das ações; e melhor imagem e reputação no mercado. 2. Em mercados saturados e com alto grau de competição, em que a disputa de preços está sempre presente, as empresas que quiserem alcançar o crescimento sustentável precisam dispor de estratégias dinâmicas e inovadoras, capazes de criar novos nichos de mercado com inventividade na sua cadeia de valor. Para isso, deve perseguir estratégias isoladas baseadas na diferenciação pura (valor), na liderança de custo pura (baixo preço) e no enfoque (quer seja de liderança de custo ou diferenciação). .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 136 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Referências Bibliográficas ALBI, Emílio. Fiscalidad y Empresa Familiar. Instituto de la Empresa Familiar. Espanha: 1994. AGRAWAL,A.;KNOEBER C.R.; TSOULOUHAS T.. CEO Succession: Insiders versus Outsiders. University of Alabama. College of Management, 2000. ALVARES, Elismar e LANK, Alde G. Governando a Empresa Familiar. Ed. Qualitymark: Fundação Dom Cabral, 2003. ANSOFF, H. I. Strategy Management. London : Macmillan, 1979. BARNEY, J. B..Gaining and Sustaining Competitive Advantage. New Jersey: PrenticeHall, 2002. BECKER,G..Human Capital. University of Chicago Press, Chicago, 1964. BERNARDES, P.; GONÇALVES, C.A. Proposição de uma escala de avaliação da decisão estratégica do grande consumidor do Estado de Minas Gerais em investir em geração de energia elétrica. 2º Lugar do XV Prêmio Minas de Economia. Categoria Profissional BDMG, 2003. BERRY, T., BIZJAK, J., LEMMON, M., NAVEEN, L.. CEO Turnover and firm diversification. Working Paper, 2000. BERTUCCI, J.; BERNARDES P.; BRANDÃO M.. Políticas e práticas de governança corporativa em empresas brasileiras de capital aberto. São Paulo, 2005. BORNHOLDT, Werner. Governança na Empresa Familiar - Implementação e Prática . ArTmed Editora, 2004. BONNIER, K., BRUNER, R.. An analysis of stock price reaction to management change in distressed firms. Journal of Accounting and Economics, 1989. BOVESPA - Site. Níveis Diferenciados e Governança Corporativa. São Paulo, 2001. BRASIL. Lei das S.A. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por ações. Manuais de legislação Atlas. São Paulo, 1995. CHAN, W., External Recruitment versus Internal Promotion. Journal of Labor Economics, 1996. CHANDLER, Alfred D. Jr. Strategy and Structure. Cambridge, MA: MIT Press. , 1962. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 137 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c COOPER, R. Donald & SCHINDLER, S. Pamela. Métodos de Pesquisa em Administração. 7ª Edição. Bookman, Porto Alegre, 2003. DAY, G. S.. Manutenção da Vantagem Competitiva: Criação e Sustentação das Vantagens em Ambientes Competitivos Dinâmicos, In: Day, George S., Reibstein. 1999. DRUCKER, P. O próximo desafio. São Paulo: Pioneira, 1996. DAFT, Richard L., Organizações Teoria e Prática. Ed. Thomson Pioneira, 2002. DI MICELI, Alexandre. Governança Corporativa e Estrutura de Propriedade – Determinantes e Relação com o Desempenho das Empresas no Brasil. Saint Paul Editora. São Paulo, 2006. FURTADO, E.P.H., & M.S. ROZEFF, The Wealth Effect of Company Initiated Management Changes. Journal of Financial Economics, 1987. GARCIA, Volnei Pereira. Desenvolvimento das Famílias Empresárias. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. GERSICK, Kelin. E.; DAVIS, John A., HAMPTON, Marion McCollom, LANSBERG, Ivan. De Geração para Geração – Ciclos de Vida das Empresas Familiares. Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 1997. HAIR, J. F., Anderson, R. E., Tatham, R. L., Black, W.C. Multivariate Data Analysis. New York, NY: Macmillan Publishing Company, 1995. HALL, Richard. Organizações, estrutura e processo. Rio de janeiro: Prentice-Hall, 1984. HUNGER, J.David ; WHEELEN, Thomas L.. Gestão Estratégica Princípios e Práticas. Ed.Reichman & Affonso Editores, 2002. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, Código Brasileiro das Melhores Práticas de Governança Corporativa, São Paulo, 2001. INSTITUTO BRASILEIRO DE GOVERNANÇA www.ibgc.org.br. São Paulo, 2004. CORPORATIVA – Site: JR., William Q., ZEITHAML, Carl P. Institutional and strategic choice perspectives on board involvement in the strategic decision process. Academy of Management Journal. Ohio, 1992. JR., Annor da Silva & MUNIZ, Reynaldo Maia. Sucessão, poder e confiança : um estudo de caso em uma empresa familiar capixaba. RA USP – Revista de Administração / Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Periódico. Vol. 41. Número 1, 2006. JOHNSON, Gerry & Sholes, Kevan. Exploring Corporate Strategy: Text and Cases. 5º.ed. New York: Prentice-Hall, 1999 .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 138 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c KAPLAN, Robert S. ; David P. NORTON. The Balanced Scorecard - Measures That Drive Performance, Harvard Business Review,1992. ___________ Putting the Balanced Scorecard to Work. Harvard Business Review, 1993. ___________ Using the Balanced Scorecard as a Strategic Management System. Harvard Business Review,1996. ___________ Estratégia em Ação. Rio de Janeiro: Campus, 1997. LAZEAR, E., ROSEN, S. Rank. Order Tournaments as Optimum Labor Contracts. Journal of Political Economy, 1981. LINS, Carlos Renato Gherarde. Dissertação apresentada ao CEPEAD - Centro de Pósgraduação e Pesquisa em Administração da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Área de concentração: Mercadologia e Administração Estratégica. Questionário sobre órgãos de governo das empresas, 1999. LODI, João Bosco. Sucessão e Conflito na Empresa Familiar. São Paulo: Livraria Pioneira Editora, 1997. MARTINS, Gilberto de Andrade; Lintz, Alexandre. Guia para Elaboração de Monografias e Trabalhos de Conclusão de Curso. São Paulo: Editora Atlas, 2000. MINTZBERG, Henry. A Criação Artesanal da Estratégia. In: Montgomery, Cynthia A. e Porter, Michael E. Estratégia: a busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1998. MONTGOMERY, Cynthia A. e PORTER, Michael E., Estratégia: A busca da vantagem competitiva. São Paulo: Editora Campus, 1998. MORAES, Walter F. A. ; FLORÊNCIO, Clarice N.; OMAKI, Eduardo T. Uma década de sucesso: estratégias competitivas de grandes empresas brasileiras exitosas. In: Encontro Anual da Associação Nacional dos Programas de Pós-graduação em Administração –ENANPAD, XXV, 2001, Campinas. NAVEEN, Lalitha, Management turnover and succession planning in firms. Working paper -Arizona State University –Department of Finance, junho,2000. NETO, Antonio Machado de Souza , Estratégia de Produção e Desempenho Empresarial. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2002. PARRINO, R.. CEO Turnover and outside succession: A cross-sectional analysis. Journal of Financial Economics, 1997. PORTER, Michael E.. Estratégia Competitiva. São Paulo:Editora Campus, 1997. PORTER , Michael E. Vantagem Competitiva. São Paulo:Editora Campus ,1985. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 139 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c PERES, José A. S. A elaboração do projeto de pesquisa. Secretaria da Educação. 2ª Edição, João Pessoa- PB, 1986. PESQUISA DA KORN/FERRY INTERNATIONAL e a MCKINSEY & COMPANY,20012002 QUINN, J. B., Strategies for Change: Logical Incrementalism, R.D. Irwin Inc. 1980 REIS, E. –Estatística Multivariada Aplicada. Edições Sílabo, Lisboa, 1997. RÉGIS, Helder P. A motivação dos professores do Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba para participarem do Programa da Qualidade: um exame com base na teoria da expectância. Dissertação (Mestrado em Administração) –Centro de Ciências Sociais e Administração, Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 2000. REVISTA EXAME. Edição Melhores e Maiores. Edições 2002, 2003, 2004 2 2005. Editora Abril S.A. São Paulo ROSEN, S.. Prizes and Incentives in Elimination Tournaments. American Economic Review, 1986. SILVEIRA, A. M..Governança corporativa, Desempenho e Valor da Empresa no Brasil. Dissertação de Mestrado defendida na FEA/USP, São Paulo, 2002. VANCIL, R.. Passing the Baton: Managing the Process of CEO Succession. Harvard Business School Press, Boston, 1987. VASCONCELOS, Eduardo; HEMSLEY, James. R.. Estrutura das Organizações .São Paulo: Thompson Learning - 4ª edição, 2003. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 140 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Apêndice 01 A – Carta de Introdução (1ª remessa do questionário) Recife, junho de 2007 Ao Sr. . «NOME DO CONTATO» «EMPRESA» Prezado Senhor: O Curso de Mestrado em Administração da Faculdade Boa Viagem, está realizando uma pesquisa, que objetiva avaliar a associação entre Governança Corporativa, Estratégia Competitiva e Processo Sucessório. A pesquisa é fundamental para a dissertação de Mestrado de Sandra Camelo, conduzida sob a orientação do Prof. Walter Moraes. O tema tem implicações sobre o desenvolvimento empresarial e econômico nacional, dado que a amostra a ser pesquisada é formada por empresas representativas da economia brasileira. Sendo assim, convidamos a sua empresa a ser parte integrante da Pesquisa. Para isto, elaboramos um questionário estruturado para coleta de dados (anexo), cujos objetivos principais são: o o o Determinar o papel dos órgãos de governança; Mapear a estratégia competitiva adotada; e Entender o modelo sucessório. Os dados coletados serão apresentados de forma conjunta com análise estatística do total da amostra. Assim, apesar do código utilizado para a prévia identificação das empresas, elas não serão nominadas em nenhum momento no estudo. Padrões éticos de pesquisa científica serão utilizados, sustentando o completo sigilo aos dados fornecidos. Se desejar receber o relatório executivo com os principais resultados da pesquisa, por favor, forneça o e-mail para o qual ele deverá ser enviado. A sua empresa poderá fazer ampla utilização do mesmo, reservando-se apenas a indicação da fonte, sem nenhum ônus. Antecipamos nossos agradecimentos pela sua gentil participação em apoiar esta pesquisa importante para o conhecimento da realidade administrativa das empresas que operam no Brasil. Atenciosamente, Prof. Walter Moraes, PhD Orientador – FBV [email protected] Sandra Barbosa Camelo Mestranda - FBV [email protected] .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 141 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Apêndice 01 B – Carta de Introdução (2ª remessa do questionário) Recife, 17 de setembro de 2007. Ao Sr. ( Nome do Contato) (Nome da Empresa) Prezado Senhor: Encaminhamos no final de junho o questionário da pesquisa sobre governança corporativa, estratégia competitiva e processo sucessório nas 500 maiores empresas brasileiras. A devolução do questionário respondido é vital para a elaboração da dissertação de mestrado em administração de Sandra Camelo, conduzida sob a orientação do Prof. Walter Moraes. Sem o questionário respondido não será possível a conclusão do curso. Como até o momento não recebemos a sua resposta, estamos enviando nova cópia do questionário. O preenchimento do questionário é simples e não demanda consultar qualquer documento da empresa. Por estas razões, solicitamos encarecidamente a sua ajuda para responder e devolver o mencionado questionário. A sua resposta contribuirá para a deseja integração da universidade com as empresas que operam no Brasil. Na certeza de sua valiosa colaboração, reiteramos nossa estima e apreço. Prof. Walter Moraes, PhD Orientador – FBV [email protected] Sandra Barbosa Camelo Mestranda - FBV [email protected] .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 142 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c Apêndice 02 –Questionário de Pesquisa GOVERNANÇA, ESTRATÉGIA E PROCESSO SUCESSÓRIO DE EMPRESAS - GEPS e-mail para recebimento do Relatório Executivo: _____________________________ PARTE I – INFORMAÇÕES BÁSICAS 1. Cargo principal ocupado pelo respondente: ( ) Presidente do Conselho de Administração ( ) Conselheiro ( ) Diretor Presidente (ou similar) ( ) Diretor de _________________________________ ( ) Outro. Especifique:__________________________ 2. A empresa possui Acordo de Acionistas/Cotistas? ( ) Sim ( ) Não 3. A propriedade está: ( ) 51% ou mais concentrada em um só acionista. ( ) 51% ou mais concentrada nos 2 maiores acionistas. ( ) 51% ou mais concentrada nos 3 maiores acionistas. ( ) 51% ou mais concentrada em 4 ou 5 maiores acionistas. ( ) 51% ou mais concentrada em 6 ou mais acionistas. 4. Qual a natureza do capital predominante na empresa? ( ) Nacional privado ( ) Multinacional privado ( ) Nacional estatal ( ) Multinacional estatal ( ) Outra. Especifique: ___________________________ 5. A empresa possui ações lançadas a mercado? ( ) Sim ( ) Não .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 143 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c PARTE II - INFORMAÇÕES SOBRE A GOVERNANÇA CORPORATIVA - Conselho de Administração – 6. Como pode ser classificado o tipo de Conselho de Administração (CA) da empresa? ( ) Não existe (Passe à questão 10.) ( ) Legal (o CA é constituído com o objetivo de cumprir a lei, não exercendo nenhuma influência nas decisões estratégicas da empresa) ( ) Nominal (o CA é constituído apenas para tratar de assuntos estritamente estatutários, exercendo pouca influência nas decisões estratégicas da empresa) ( ) Ativo (o CA tem influência nas decisões estratégicas da empresa) 7. Qual o número de conselheiros internos (indivíduos que trabalham na empresa)? ( ) Nenhum ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( ) Acima de 4 8. Qual o número de conselheiros externos (indivíduos que não trabalham na empresa)? ( ) Nenhum ( de 4 )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( ) Acima 9. Os papéis do Conselho de Administração e da Diretoria Executiva [presidente (ou similar) e demais diretores] são claramente distintos. ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte - Comitês de Direção (Conselho Fiscal) – 10. Existe Conselho Fiscal na empresa? ( ) Sim ( ) Não (Passe à questão 13.) 11. O Conselho Fiscal da empresa é distinto do Conselho de Administração? ( ) Sim ( ) Não 12. Quantos membros tem o Conselho Fiscal? ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( ) Acima de 4 - Direção Executiva – 13. A empresa dispõe de um sistema formal de avaliação de desempenho de diretores? ( ) Sim ( ) Não (Passe à questão 16.) 14. Assinale os critérios que a empresa utiliza para estabelecer a remuneração da Direção Executiva. Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. ( ) Padrão de mercado ( ) Experiência profissional ( ) Tempo de empresa ( ) Variável em função de resultados ( ) Outro. Especifique: ____________________________ .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 144 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 15. Assinale os indicadores utilizados pela empresa para determinar a remuneração da Direção Executiva. Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. ( ) Rentabilidade sobre os ativos ( ) Rentabilidade sobre recursos próprios ( ) EBTDA ( ) Dividendos dos acionistas ( ) Participação de mercado ( ) Valor econômico agregado ( ) Outro. Especifique: _____________________________ - Estrutura Organizacional da Empresa – 16. Qual é a forma de estrutura que melhor representa a Direção Executiva da empresa? ( ) Funcional (forma de organização em que todas as pessoas engajadas numa atividade funcional, como marketing ou finanças, são agrupadas numa unidade) ( ) Divisional (forma de organização em divisões em que se reúnem todas as pessoas envolvidas com um determinado tipo de produto, mercado ou área geográfica) ( ) Matricial ( ) Misto ( ) Por produto ( ) Por negócio ( ) Por zona geográfica ( ) Outro: _________________________________ (forma de organização em que cada funcionário é subordinado ao mesmo tempo a um diretor/gerente funcional ou de divisão e a um diretor/gerente de projeto ou de grupo, caracterizando uma matriz linha-coluna) Especifique:____________________________________ 17. Quantos níveis decisórios existem entre o Diretor Presidente (ou similar) e o pessoal operacional? ( )1 ( )2 ( )3 ( )4 ( ) 5 ou mais 18. Há quantos anos a empresa teve a última mudança importante na estrutura organizacional? ( ) Nunca houve mudança ( )1 ( )2 ( )3 ( (Passe à questão 20.) )4 ( ) 5 ou mais .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 145 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 19. Quais os principais fatores que motivaram a decisão de tal mudança na estrutura organizacional? Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. ( ) Crescimento da empresa ( ) Redução de vendas ( ) Aquisição de novos negócios ( ) Melhorias na qualidade do serviço ( ) Redução de custos ( ) Mudanças tecnológicas ( ) Mudanças na estrutura de propriedade do capital ( ) Outro. Especifique: ______________________________________________ - Estrutura de Governança em Geral – 20. Que aspectos da empresa são considerados mais satisfatórios? Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. ( ) Processos organizacionais bem-definidos ( ) Estabilidade do modelo de governança corporativa ( ) Rapidez nas decisões ( ) Coerência e consistência das decisões e das estratégias ( ) Conhecimento do negócio pelos principais líderes ( ) Qualidade do acompanhamento dos índices de desempenho da empresa ( ) Clareza na divisão dos papéis do Conselho de Administração e da Direção Executiva 21. Pode-se considerar urgente a necessidade de reforma da estrutura de governança da empresa? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte 22. Quais das seguintes razões justificaram ou justificariam uma mudança da estrutura de governança da empresa? Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. ( ( ( ( ( ( ( ) Necessidade de renovar a visão estratégica devido a mudanças no cenário competitivo ) Necessidade de ter acesso ao mercado de capital e de adotar suas normas de governança ) Mudança na estrutura de controle acionário ) Necessidade de mudar o estilo de gestão para reter talentos ) Conflito entre acionistas ) Pressões dos acionistas minoritários e de órgãos reguladores por meio da nova lei das sociedades anônimas. ) Outra. Especifique: ______________________________________________ .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 146 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 23. Quais as principais dificuldades para estabelecer um modelo de governança corporativa ideal na empresa? Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. ( ) Opinião ou atitude dos principais acionistas ( ) Falta de modelos de referência bem-sucedidos ( ) Capacitação ou perfil necessário aos acionistas ( ) Falta de motivação dos conselheiros ( ) Resistência dos executivos (não-conselheiros) ( ) Outra. Especifique: _____________________________________ 24. De um modo geral, o grau de satisfação em relação à governança corporativa da empresa é elevado? ( ) Sim ( ) Não ( ) Em parte 25. Na prática, quem indica à Assembléia de Acionistas os membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da Diretoria Executiva? Assinale mais de uma alternativa, se pertinente. Indicação Funções Desempenhadas Direção Conselho Conselho de Executiva Fiscal Administração (DE) (CF) (CA) a) O próprio Conselho de Administração ( ) ( ) ( ) b) Qualquer Conselheiro ( ) ( ) ( ) c) O Presidente do Conselho ( ) ( ) ( ) d) A Assembléia de Acionistas ( ) ( ) ( ) e) O Diretor Presidente (ou similar) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) f) Outra. Especifique: .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 147 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c 26. Escreva, nos parênteses do quadro abaixo, a função correspondente desempenhada pelo Conselho de Administração (CA), pelo Conselho Fiscal (CF) e pela Direção Executiva (DE) da empresa, conforme as seguintes alternativas: 1- Informa 2- Informa e propõe 3- Informa, propõe e decide. 4- Informa, propõe, decide e aprova. Atividades Funções Desempenhadas Direção Conselho Conselho Executiva Fiscal Administração (DE) (CF) (CA) a) Estratégia empresarial. ( ) ( ) ( ) b) Análise do ambiente empresarial. ( ) ( ) ( ) c) Seleção de novos negócios, vendas, fusões, aquisições e incorporações. ( ) ( ) ( ) d) Avaliação de desempenho de altos executivos. ( ) ( ) ( ) e) Planejamento sucessório. ( ) ( ) ( ) f) Seleção/contratação de altos executivos. ( ) ( ) ( ) g) Remuneração de altos executivos. ( ) ( ) ( ) h) Planejamento financeiro, orçamentário e fontes de financiamento. ( ) ( ) ( ) i) Abertura de capital social. ( ) ( ) ( ) j) Relacionamento com acionistas. ( ) ( ) ( ) k) Relacionamento com a comunidade. ( ) ( ) ( ) l) Relacionamento institucional. ( ) ( ) ( ) m) Manutenção da atitude ética da organização. ( ) ( ) ( ) n) Determinação da missão e objetivos. ( ) ( ) ( ) o) Determinação das políticas. ( ) ( ) ( ) p) Mudanças organizacionais. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) q) Outra. Especifique: .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 148 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c PARTE III - INFORMAÇÕES SOBRE A ESTRATÉGIA COMPETITIVA: 27. Na escala de 1 a 4, assinale o grau de concordância às afirmativas seguintes relativas à estratégia competitiva da empresa: 1- Concordo totalmente. 2- Concordo parcialmente. 3- Discordo parcialmente 4- Discordo totalmente a) Todos os procedimentos operacionais seguem um padrão extremamente rígido. 1 2 3 4 b) A administração e as decisões são extremamente centralizadas. 1 2 3 4 c) Custo baixo em relação à concorrência é o foco central de toda a estratégia da empresa. 1 2 3 4 d) A delegação aos funcionários é limitada. 1 2 3 4 e) A empresa visa ao aprendizado contínuo, e foca bastante a pesquisa e esenvolvimento. 1 2 3 4 f) 1 2 3 4 g) A administração é analítica, utilizando relatórios detalhados. 1 2 3 4 h) A empresa atua em mercado cujo processo de produção demanda escala. 1 2 3 4 i) Os controles de processos e custos operacionais são muito fortes e austeros. 1 2 3 4 j) A empresa atua de um modo flexível, com forte coordenação entre as áreas e os funcionários, incentivando a criatividade e a inovação constantes. 1 2 3 4 k) A empresa valoriza e implanta mecanismos para estreitar o relacionamento com os clientes. 1 2 3 4 l) A estratégia da empresa está focada e caracteriza-se pela originalidade dos produtos e serviços ofertados aos clientes. 1 2 3 4 m) A empresa é reconhecida em seu mercado de atuação como líder em inovação e tecnologia aplicada aos produtos. 1 2 3 4 n) 1 2 3 4 o) A estratégia da empresa visa o “trade-off” entre a rentabilidade e o volume de vendas, em virtude da limitação no alcance da parcela de mercado. 1 2 3 4 p) A estratégia da empresa é focada em poucos produtos. 1 2 3 4 q) A empresa atua em mercado cuja competição é concentrada em poucos concorrentes. 1 2 3 4 r) Seus produtos e serviços são visivelmente diferenciados pelos clientes, em relação aos seus concorrentes. 1 2 3 4 A empresa atua num mercado cujo controle de custos é fundamental para a competitividade. A estratégia da empresa é focada em nichos de mercado. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 149 w w w c u-tr a c k .c H F-XC A N GE H F-XC A N GE N y bu bu y N O W ! PD O W ! PD to k lic .c PARTE IV - INFORMAÇÕES SOBRE O PROCESSO SUCESSÓRIO 28. Na escala de 1 a 4, assinale o grau de concordância às afirmativas seguintes, relativas ao processo sucessório na empresa: a) b) 1- Concordo totalmente. 2- Concordo parcialmente. 3- Discordo parcialmente 4- Discordo totalmente TODAS AS EMPRESAS A empresa possui um plano de sucessão estruturado e formalmente definido. A empresa adota políticas de aposentadoria compulsória por idade para os membros decisores. 1 2 3 4 1 2 3 4 Existe a cultura, na empresa, de selecionar sucessores oriundos de mercado 1 2 3 4 (recrutamento de executivos), para efetuar a transição antes do atual CEO. decidirAS deixar o cargo,FAMILIARES em detrimento de candidatos internos APENAS EMPRESAS (mais de 50% do controle acionário pertence a 1 ou 2 famílias) c) a) Os pais querem que os filhos desenvolvam carreiras na administração da empresa. 1 2 3 4 b) Os pais querem que os filhos participem da empresa somente como proprietários e já existe um plano formal para isso. 1 2 3 4 c) Vários membros da próxima geração estão preparados e planejam dirigir conjuntamente a empresa. 1 2 3 4 d) Somente um membro da próxima geração será convidado a entrar na empresa por estar profissionalmente preparado. 1 2 3 4 e) Existem posições reservadas aos membros da família e aos executivos de mercado. 1 2 3 4 f) Os pais querem que os filhos escolham por si mesmos quem deve ou não entrar na administração da empresa. 1 2 3 4 g) Os filhos que quiserem trabalhar na empresa começarão a fazê-lo imediatamente após os estudos. 1 2 3 4 h) Os filhos que quiserem trabalhar na empresa deverão adquirir experiências no mercado e, depois, decidir se querem voltar. 1 2 3 4 i) A(s) família(s) coloca(m) o nível de riqueza e poder acima das interações pessoais e familiares. 1 2 3 4 j) Existe dicotomia entre os interesses da família e da empresa. 1 2 3 4 k) Os parentes agregados, tais como genros e noras, são tratados de maneira profissional e independente. 1 2 3 4 l) A atuação do patriarca ou da matriarca da família é forte e presente. 1 2 3 4 m) Existem questões e informações sobre políticas que devem ser decididas somente por membros da família. 1 2 3 4 n) Os proprietários ofereceriam remuneração mais competitiva aos gerentes não-membros do que a membros da família. 1 2 3 4 o) A(s) família(s) habilita(m) a liderança de gerentes intermediários. 1 2 3 4 p) A(s) família(s) explica(m) o desenvolvimento organizacional e oferecem oportunidades de crescimento profissional e carreira. 1 2 3 4 Se desejar realizar eventuais comentários adicionais em relação aos aspectos abordados, sinta-se à vontade para fazê-lo, incluindo-os numa folha avulsa. .d o m o o c u-tr a c k C w w w .d o m C lic k to 150 w w w c u-tr a c k .c