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FATEBRA
FACULDADE TEOLÓGICA DO BRASIL
“Entidade Educacional Com Jurisdição Nacional”
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
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APOSTILA – 11
ESTUDOS SOBRE – FESTAS
TOTAL – 38 PAGINAS
9 - ASSUNTOS!
"Levando a sério o natal de Jesus"
Uma visão cristã das festividades de Israel
ESTUDOS SOBRE FESTAS
A Páscoa no Calendário
ESTUDO SOBRE FESTAS
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
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Por que o natal é comemorado sempre no dia 25 de dezembro e a páscoa é celebrada em dia e até mês
diferente da páscoa anterior? Sabemos que a páscoa judaica e a páscoa cristã são distintas em sua
essência, embora ambas abordem o mesmo tema da libertação. A primeira comemora a libertação do
cativeiro egípcio sob a liderança de Moisés, enquanto que a segunda, a páscoa cristã, enfoca a
libertação do pecado em Cristo Jesus, mediante sua morte e ressurreição.
Contudo, gostaria de chamar sua atenção para o lugar da páscoa nos calendários judaico e cristão. Os
judeus comemoram a páscoa no mês de nissan, que equivale ao nosso mês de março ou abril. O
calendário judaico é basicamente lunar; o cristão é solar. O calendário cristão remonta ao período de
Júlio César, o primeiro imperador romano.
Com o auxílio de Sosígenes, astrônomo de Alexandria, Júlio César elaborou um calendário em que o ano
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Professor: Rev. Antony Steff Gilson de Oliveira, Pastor da Igreja Presbiteriana em Renovação
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comum seria de 365 dias e que, para acertar o ano civil ao ano trópico (designação para o tempo
decorrido entre duas passagens consecutivas), fosse acrescentado de 4 em 4 anos um dia
complementar. Ao ano de 366 dias foi dado o nome de bissexto. Por isso, a cada quatro anos o mês de
fevereiro tem 29 dias. Esse calendário foi criado no ano 45 a.C. e denominou-se calendário juliano em
homenagem ao imperador que o instituiu. No século XVI o papa Gregório XIII fez algumas correções no
calendário juliano, e por isso passou a ser chamado também de gregoriano. É que o ano trópico não tem
exatamente 365 dias e 6 horas como se pensava, e sim, 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 50 segundos.
Portanto, o calendário juliano estava errado em 11 minutos e 10 segundos por ano para mais. Esses,
acumulados no decorrer dos séculos, trouxeram confusão, a ponto de em 1585 já haver uma diferença
de 10 dias entre o ano trópico e o ano civil. Coube então ao papa Gregório XIII determinar a reforma do
calendário cristão.
Em suma, o calendário cristão é solar e o judaico lunar (Luach). Por ser solar, o calendário cristão tornase bissexto a cada quatro anos. O calendário judaico, diferentemente do gregoriano, está baseado no
movimento lunar, quando cada mês (com 29 ou 30 dias) se inicia com a lua nova. Se comparado com o
calendário gregoriano, temos em um ano solar 12,4 meses lunares, ocorrendo uma diferença a cada ano
de aproximadamente 11 dias. Para compensar essa diferença, a cada ciclo de 19 anos acrescenta-se um
mês inteiro (Adar II), o ano de 13 meses ou embolísmico.
Essa alteração é necessária por causa da páscoa. A páscoa judaica deve cair sempre na primavera.
Embora o calendário cristão seja solar, ele é lunar quanto à páscoa. Os cristãos tomaram emprestado o
calendário judaico para que a páscoa cristã coincidisse com a páscoa judaica. É por isso que a cada ano a
nossa páscoa cai em dias e até meses diferentes. O princípio é o mesmo para o carnaval. Não existe
carnaval no calendário judaico, mas por ser o carnaval uma festividade essencialmente pagã, adota-se o
calendário lunar para que o carnaval aconteça sempre antes da páscoa.
Lembre-se que a páscoa é uma das festas mais importantes para o judeu. Sua comemoração nunca deve
acontecer fora da primavera. É verdade que não é em todo o mundo que se comemora a páscoa na
primavera, e sim no outono também; mas isso acontece porque metade do planeta está no hemisfério
norte e a outra no hemisfério sul. Aqui no Brasil, por exemplo, na época da páscoa estamos no outono,
mas nos Estados Unidos, Europa e Israel é primavera.
Os Evangelhos relatam que Jesus ressuscitou num dia muito especial. Ele ressurgiu no primeiro dia da
semana; no dia do Senhor, no domingo. O primeiro dia da semana nunca mais seria o mesmo após a
ressurreição de Jesus. Sua ressurreição também ocorreu num dia ensolarado. E na primavera, a estação
mais alegre do ano.
Finalmente, quanto ao natal ser comemorado no dia 25 de dezembro, independente do dia da semana
(embora não se saiba ao certo o dia em que Jesus nasceu) é que, além de não existir natal no calendário
judaico, e por ser o nascimento de Jesus uma data tão importante para o cristianismo, preferiu-se
adotar o calendário solar.
A ORIGEM DO CARNAVAL
ESTUDO SOBRE FESTAS
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O Carnaval, essa festa que arrebata multidões para as ruas, promove desfiles suntuosos, comelança,
excessos em geral e também muita violência, liberalidade sexual etc. Ao estudarmos a origem do
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Carnaval, vemos que ele foi uma festa instituída para que as pessoas pudessem se esbaldar com
comidas e festa antes que chegasse o momento de consagração e jejum que precede a Páscoa, a
Quaresma. Veja o que a The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997 nos diz a respeito:
"O Carnaval é uma celebração que combina desfiles, enfeites, festas folclóricas e comelança que é
comumente mantido nos países católicos durante a semana que precede a Quaresma. Carnaval,
provavelmente vem da palavra latina "carnelevarium" (Eliminação da carne), ticamente começa cedo no
ano novo, geralmente no Epifânio, 6 de Janeiro, e termina em Fevereiro com a Mardi Gras na terça-feira
da penitência (Shrove Tuesday)." (The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de
Alvarenga Cidade)
Em contra partida vemos que isso era apenas um pretexto para que os romanos e gregos continuassem
com suas comemorações pagãs, apenas com outro nome, já que a Igreja Católica era quem ditava as
ordens na época e não era nada ortodóxo se manter uma comemoração pagã em meio a um mundo que
se dizia Cristão.
"Provavelmente originário dos "Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã", o primeiro carnaval que se tem
origem foi na Festa de Osiris no Egito, o evento que marca o recuo das águas do Nilo. Os Carnavais
alcançaram o pico de distúrbio, desordem, excesso, orgia e desperdício, junto com a Bacchanalia
Romana e a Saturnalia. Durante a Idade Média a Igreja tentou controlar as comemorações. Papas
algumas vezes serviam de patronos, então os piores excessos eram gradualmente eliminados e o
carnaval era assimilado como o último festival antes da ascensão da Quaresma. A tradição do Carnaval
ainda é comemorada na Bélgica, Itália, França e Alemanha. No hemisfério Ocidental, o principal carnaval
acontece no Rio de Janeiro, Brasil (desde 1840) e a Mardi Gras em New Orleans, E.U.A. (dede 1857).
Pre´-Cristãos medievais e Carnavais modernos tem um papel temático importante. Eles celebram a
morte do inverno e a celebração do renascimento da natureza, ultimamente reunímos o individual ao
espiritual e aos códigos sociais da cultura. Ritos antigos de fertilidade, com eles sacrifícios aos deuses,
exemplificam esse encontro, assim como fazem os jogos penitenciais Cristãos. Por outro lado, o carnaval
permite paródias, e separação temporária de constrangimentos sociais e religiosos. Por exemplo,
escravos são iguais aos seus mestres durante a Saturnália Romana; a festa medieval dos idiotas inclui
uma missa blasfemiosa; e durante o carnaval fantasias sexuais e tabus sociais são, algumas vezes,
temporariamente supensos." (The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de
Alvarenga Cidade)
A Enciclopédia Grolier exemplifica muito bem o que é, na verdade, o carnaval. Uma festa pagã que os
católicos tentaram mascarar para parecer com uma festa cristã, assim como fizeram com o Natal. Os
romanos adoravam comemorar com orgias, bebedices e glutonaria. A Bacchalia era a festa em
homenagem a Baco, deus do vinho e da orgia, na Grécia, havia um deus muitíssimo semelhante a Baco,
seu nome era Dionísio, da Mitologia Grega Dionísio era o deus do vinho e das orgias. Veja o que The
Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997 diz a respeito da Bacchanalia, ou Bacanal, Baco e Dionísio e
sobre o Festival Dionisiano:
"O Bacanal ou Bacchanalia era o Festival romano que celebrava os três dias de cada ano em honra a
Baco, deus do vinho. Bebedices e orgias sexuais e outros excessos caracterizavam essa comemoração, o
que ocasionou sua proibição em 186dC." (The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por
Irlan de Alvarenga Cidade)
Essa descrição da Bacchanalia
encaixa como uma luva em Carnaval
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"Da Mitologia Romana, Baco era o Deus do vinho e da orgia. O filho de Semele e Júpiter, Baco era
conhecido pelos gregos como Dionísio. Sua esposa era Ariadine."
"Dionísio era o antigo deus grego da fertilidade, danças ritualísticas e misticismo. Ele também
supostamente inventou o vinho e também foi considerado o patrono da poesia, música e do drama. Na
lenda Órfica Dionísio era o filho de Zeus e Persephone; em outras lendas, de Zeus e Semele. Entre os 12
deuses do Monte Olimpo ele era retratado como um bonito jovem muitas vezes conduzido numa
carruagem puxada por leopardos. Vestido com roupas de festa e segurando na mão uma taça e um
bastão. Ele era geralmente acompanhado pela sua querida e atendido por Pan, Satyrs e Maenades.
Ariadine, era seu único amor."
"O Festival Dionisiano era muitas vezes orgíaco, adoradores algumas vezes superavam com êxtase e
entusiasmo ou fervor religioso. O tema central dessa adoração era chamado Sparagmos: deixar de lado
a vida animal, a comida dessa carne, e a bebida desse sangue. Jogos também faziam parte desse
festival." (The Grolier Multimedia Encyclopedia, 1997. Traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade)
O Festival Dionisiano então, não parecer ser a mesma coisa que a Bacchanalia e o Carnaval? Nós, os
Cristãos, não devemos concordar de modo algum com essa comemoração pagã, que na verdade é em
homenagem a um falso deus, patrono da orgia, da bebedice e dos excessos, na verdade um demônio.
Pense nisso.
A PERSPECTIVA MISSIOLÓGICA DA PÁSCOA CRISTÃ
ESTUDO SOBRE FESTAS
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Introdução
Num contexto de mudanças tão rápidas e da banalização do cristianismo, eu particularmente creio que
a celebração cristã que mais representa o significado do verdadeiro cristianismo é a páscoa cristã.
Nela encontramos elementos que resumem o que verdadeiramente significa ser cristão no mundo de
hoje. Sem a páscoa cristã não teríamos nenhuma boa notícia para contar a ninguém.
Ela nos diz por exemplo, que: 1. A experiência da páscoa cristã veio confirmar todo o ministério terreno
de Jesus. Ele foi verdadeiro e tudo aquilo que ele disse e fez se consumam nesta experiência
maravilhosa; 2. Os evangelhos só foram escritos por causa deste evento e que sem ele não teríamos
nada prá contar ao mundo; 3. Também nos fala de uma era que se estava findando e de uma nova que
estava tomando forma e começando. A páscoa cristã tem profunda influência na origem da missão da
Igreja cristã primitiva, pois era o Cristo ressurrecto e exaltado que atraia e atrai as pessoas a Deus.
Neste contexto eu gostaria de pensar sobre o que tudo isto tem a ver conosco no inicio de um novo
milênio e meditar sobre a perspectiva dessa experiência tão singular na história da humanidade, para
nós hoje enquanto comunidade cristã, Igreja.
Eu quero pensar que os eventos dos últimos dias da vida de Jesus na terra nos falam sobre a nossa
responsabilidade de encarnar sua história e nos remetem para a Missão.
1. A Perspectiva Futura da Comunidade Cristã - Com a páscoa a comunidade cristã ganha perspectiva
de futuro, sentido de continuidade, o sonho não acabou. Ela ganha senso de auto definição e identidade
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própria para prosseguir com sua missão delegada e realizar o seu chamado. É somente com base na
experiência deste evento que todo o ministério terreno de Jesus tem significado futuro. Este ministério
não cessa, não desaparece, nem tão pouco é extinto, ele continua ministrando no mundo através desse
ajuntamento de pessoas que são agregadas a esta comunidade. Sua Igreja.
É exatamente neste particular que podemos dizer que por causa da páscoa cristã, os evangelhos foram
escritos, e também não seria muito dizer que sem ela, estes não teriam e nem fariam nenhum sentido
para as gerações futuras dessa comunidade. Estes foram escritos não só para mostrar eventos passados
e históricos, mas para revelar um fé viva, impulsionadora e verdadeira que queima o peito e faz esta
comunidade marchar em direção ao futuro com confiança e segurança de que Cristo está e sempre
estará presente com a sua comunidade, seu povo.
2. A Perspectiva da Vitória de Cristo Sobre o Mal - A páscoa também nos fala sobre o ápice da presença
de Jesus na terra. Sua ressurreição e exaltação significam que Ele já possui a vitória sobre Satanás, a
Morte, o Inferno, o Mundo. E que o seu Reino já se tornou uma realidade, mesmo que nem todos
reconheçam isto ainda. Portanto não existe nenhuma perspectiva de se falhar nesta missão, o sucesso
da missão da Igreja ou não, não trará ou deixará de trazer o Reino de Deus, que já é uma realidade
presente no mundo, conduzida para dentro de nossa experiência (realidade) pelo evento da páscoa
cristã.
A comunidade dos primeiros cristãos responde a tudo isto de uma maneira maravilhosa, através da sua
expressão missionária. Manifestando por onde passavam os mesmos sinais do Reino de Deus, da mesma
forma como Jesus fazia, curando, expulsando demônios e etc. Eles entendiam que não era um esquema,
um método mas que o poder da experiência da páscoa cristã era que os conduzia a vitória e assim
proclamavam a glória de Deus entre os homens, falando não só da experiência de Cristo que voltou dos
mortos, como também de suas próprias experiências como aqueles que foram tirados das trevas para a
maravilhosa luz de Deus.
3. A Perspectiva do Espírito Santo Sobre Esta Comunidade - Mesmo que o Pentecostes aconteça depois
de quarenta dias, quando o Espírito de Deus foi derramado sobre esta comunidade. Podemos afirmar
que existe uma intima ligação entre estes dois eventos. Se o evento da Ressurreição havia trazido
confiança e identidade própria à esta comunidade, o derramar do Espírito Santo trouxe coragem,
intrepidez e ousadia para que esta comunidade se tornasse testemunha dos fatos ocorridos, mesmo que
isto viesse a custar-lhes a própria vida. Foi somente através do poder do Espírito Santo que eles se
tornaram testemunhas. Newbigin diz que missão é o fluir do Pentecostes, e alguns até afirmam que a
primeira atividade do Espírito Santo é Missão.
É através do Espírito Santo que Cristo continua vivo e ativo no mundo e que no dia de Pentecostes Ele
escancara as portas dessa comunidade e lança os seus discípulos para o mundo. Com certeza a
experiência da páscoa é o inicio do fim dos tempos. Quando será o fim? O tempo é curto e cabe a nós
debaixo da orientação do Espírito Santo fazer a vontade de Cristo da mesma forma que Ele cumpriu a
vontade do Pai.
Conclusão
Para os discípulos a ressurreição de Cristo e a vinda do Espírito Santo são provas incontestáveis da
presença do Reino de Deus entre nós. Mas o que temos nós a ver com isso, as portas de um novo
milênio, num contexto de "terceiro mundo", numa Igreja que luta para descobrir a sua própria
identidade num mundo de tão rápidas mudanças?
Bom, penso que para nós, da América Latina:
1. Não há outra possibilidade de se continuar existindo, enquanto Igreja, que não seja sob a
perspectiva do Cristo ressurrecto.
Sem o Cristo ressurrecto não existe a suprema autoridade sobre todas as coisas, principados, poderes e
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dominações deste século presente que nos tornaria impotentes para desenvolver qualquer tarefa
missionária.
2. Não há outra possibilidade de se continuar existindo, enquanto Igreja, que não seja sob a
perspectiva da natureza missionária da Igreja.
Sem páscoa Cristã a Igreja não seria existente. Esta comunidade cristã só existe por causa do Cristo
ressurrecto e é sua tarefa primordial contar a todos que Deus em Cristo reconcilia o homem consigo
mesmo.
3. Não há outra possibilidade de se continuar existindo, enquanto Igreja, que não seja sob a
perspectiva do já e do ainda não.
A páscoa cristã nos diz que a realidade do Reino de Deus já é presente, e que a caminhada dessa
comunidade tem que ser marcada por esta noção do já e do ainda não. Anunciar, buscar e clamar o
Reino de Deus, presente e futuro é prerrogativa da existência desta comunidade.
Feliz Páscoa!
Bibliografia
Bosch, David J.,Transforming Mission:Paradigm Shifts in Thelogy of Mission New York, Orbis Books, 1999
Newbigin, Leslie, Trinitarian Doctrine for Today's Mission England, Paternoster Press, 1998
A Pura Verdade Sobre o Natal
ESTUDO SOBRE FESTAS
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
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De onde veio o costume de celebrar o Natal? Da Bíblia ou do paganismo? Eis aqui verdade
surpreendente que o alarmará! Faça um teste. Que sabe o leitor sobre a origem da Árvore de Natal, do
"Pai Natal", da coroa de azevinho, da acha de Natal, e do costume de trocar presentes?
Era noite de Natal. as crianças com ajuda dos pais, tinham feito o presépio, armado a árvore de Natal,
colocando os sapatinhos na janela e dormido cedo ansiosas pela chegada do Pai Natal carregado de
presentes. Ao amanhecer do dia 25 de Dezembro deparam-se com muitos embrulhos, brinquedos e
doces pendurados na árvore de Natal, toda iluminada por lâmpadas pisca-piscas e decorada com
enfeites cintilantes. Os pais asseguravam-lhes que tudo aquilo fora trazido por Pai Natal durante a noite
enquanto dormiam. Acaso as crianças duvidavam do que os pais lhes diziam? Claro que não! Aceitavamno como verdade. E ao leitor, não lhe aconteceu o mesmo?
Pare e pense por um momento! Muitos, nunca se detém para pensar no PORQUÊ acreditam no que
acreditam, no PORQUÊ seguem determinados costumes ou de onde eles procedem. Todos nascemos de
um mundo cheio de costumes: crescemos acostumados a aceitá-los sem discussão. Por quê? Instinto de
ovelha? Bem mais do que isso. Por natureza temos a tendência de fazer o mesmo que os outros, ainda
que estejam errados. As ovelhas seguem em direcção ao matadouro, confiantemente, porém, os seres
humanos têm a obrigação de examinar o caminho que seguem.
Como / Quando surgiu o Natal pela primeira vez? Será o Natal realmente a celebração do nascimento de
Jesus Cristo? Nasceu Jesus em 25 de Dezembro? Será que os primeiros apóstolos que conheciam e
foram ensinados por Jesus, pessoalmente, celebraram o aniversário do menino Jesus em 25 de
Dezembro? Será que alguma vez o celebraram em qualquer outro dia? Se o Natal é uma das maiores
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festas cristãs, por que será que todos os pagãos o celebram também? Você sabe? Por que nessa época
se troca tantos presentes com familiares, parentes e amigos? Se é por causa dos reis magos que
trouxeram e ofertaram presentes ao menino Jesus, a resposta poderá surpreender. A maioria das
pessoas "supõe" muitas coisas sobre o Natal que não são verdades. Vamos agora parar de fazer
suposições e conhecer os factos!
A palavra "Natal" tem a ver com nascimento, ou aniversário natalício, especialmente com o dia em que
geralmente se comemora o nascimento de Jesus Cristo. Esta festa teve origem na Igreja Católica
Romana e daí se expandiu ao protestantismo e ao resto do mundo. E então, de onde tirou a Igreja
Católica Romana? Não saiu do Novo Testamento - Não foi da Bíblia nem dos primeiros apóstolos que
foram instruídos por Cristo - toDavida, sabe-se que lentamente foi absorvida do paganismo pela Igreja
Católica Romana a partir do quarto século. Desde que a celebração do Natal foi introduzida ao mundo
pela Igreja Católica Romana, e ela é a única autoridade que aprova, vejamos o que diz a Enciclopédia
Católica, edição inglesa, sob o título "Natal". "O Natal não era considerado entre as primeiras festas da
Igreja... Os primeiros indícios da festa provêm do Egipto." "Os costumes pagãos ocorridos durante as
calendas de Janeiro lentamente modificaram-se na festa do Natal".
Também nas mesmas enciclopédias, sob o tema "Dia do Natal", encontramos que Origenes, um dos
patriarcas católicos, reconheceu a seguinte verdade: "... Não há registro nas Sagradas Escrituras de que
alguém tenha comemorado uma festa, ou realizado um grande banquete no dia do seu aniversário.
Somente os pecadores (como Faraó e Herodes), que se rejubilam grandemente com o dia em que
nasceram neste mundo." A Enciclopédia Britânica edição de 1946, afirma: "O Natal não era contado nas
primeiras festas da Igreja..." "Não foi instituída por Cristo, nem pelos apóstolos, nem por autoridades
bíblicas. Foi adquirida mais tarde do paganismo." A Enciclopédia Americana, edição 1944, declara:
"O Natal...não foi, de acordo com muitas autoridades no assunto, celebrado nos primeiros séculos da
Igreja Cristã, porque o costume cristão, em geral era celebrar a morte de pessoas importantes em vez
do nascimento. A "comunhão", instituída por autoridade bíblica no Novo Testamento, é o memorial
desse acontecimento (isto é, o nascimento de Cristo) no século IV. No século V, a Igreja Ocidental deu
origem, para que fosse celebrada para sempre no dia da antiga festividade romana em honra ao
nascimento do Sol, porque não se conhecia ao certo o dia do nascimento de Cristo."
Agora veja! Estas reconhecidas autoridades históricas mostram que o Natal não foi observado pelos
primeiros cristãos, durante os primeiros duzentos ou trezentos anos desta era - um período maior do
que a história inteira do Brasil como uma República independente! Foi absorvida na Igreja Ocidental, ou
Romana, durante o século IV da era cristã. Senão a partir do século V que a Igreja Romana ordenou que
se comemorasse oficialmente como uma festividade cristã!
Jesus não nasceu em 25 de Dezembro? Jesus nem sequer nasceu na estação do Inverno! Quando Jesus
nasceu, "Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam durante as
vigílias da noite o seu rebanho." (Lucas 2:8) Isto nunca poderia ter acontecido na Judéia no mês de
Dezembro. Os pastores recolhiam os rebanhos das montanhas e dos campos e colocavam-nos no curral
no mais tardar até o dia 15 de Outubro, para protegê-los do frio e da estação chuvosa que se seguia.
Veja que a própria Bíblia fornece provas, em Cantares de Salomão 2:11 e em Esdras 10:9-13, de que o
Inverno era uma estação chuvosa, não permitindo aos pastores permanecerem ao ar livre nos campos
durante a noite.
"Durante a época da Páscoa (começo da primavera) era costume antigo dos judeus daqueles dias
levarem as ovelhas aos campos e desertos, e recolhê-las ao começo das primeiras chuvas", afirma Adam
Clarke no seu Commentary, (vol. 5, pág. 370, edição de New York). A seguir esta mesma autoridade
declara: "Os pastores cuidavam dos seus rebanhos dia e noite durante todo e tempo que permaneciam
fora..." as primeiras chuvas começavam no princípio do mês de "Marchesvan", que corresponde parte
dos meses de Outubro e Novembro do nosso calendário (começa às vezes em Outubro), descobrimos
que as ovelhas estavam nos campos ao ar livre durante todo o verão. E como os pastores não haviam
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ainda recolhido os seus rebanhos, é um argumento provável que Outubro não havia ainda nem
começado, e que, consequentemente, nosso Senhor não nasceu em 25 de Dezembro, quando nenhum
rebanho estava no campo; nem mesmo poderia ter nascido depois do mês de Setembro, já que os
rebanhos estavam ainda no campo durante a noite, apenas uma ocorrência cronológica... Veja as
citações dos "Talmudistas em Lightfood." "Qualquer enciclopédia ou outra autoridade, poderá lhe dizer
que Cristo não nasceu no dia 25 de Dezembro. A enciclopédia Católica francamente testifica este facto."
A data exacta do nascimento de Jesus é inteiramente desconhecida conforme todas autoridades no
assunto afirmam, muito embora se eu tivesse espaço disponível neste artigo, mostrar-lhe-ia passagens
nas escrituras que, fortemente indicam que foi no começo do Outono - provavelmente em Setembro,
aproximadamente seis meses depois da Páscoa. Se Deus desejasse que guardássemos e
comemorássemos o nascimento de Cristo, Ele não teria ocultado tão completamente a data exacta.
Como este costume pagão foi absorvido pela Igreja? Como surgiu no mundo ocidental este costume
pagão? A New Schaff-herzog Enciclopedia of Religious Knowledge (Enciclopédia de conhecimentos
religiosos) explica-o claramente no seu artigo sobre o "Natal".
Não se pode determinar com precisão até que ponto a data da festividade dependia da bruniria pagã
(25 de Dezembro), que seguia a Saturnália (17-24 de Dezembro) celebrando o dia mais curto do ano e o
"Novo Sol"... As festividades pagãs, Saturnália e Brumária estavam a demais profundamente arraigadas
nos costumes populares para serem abandonadas pela influência cristã... A festividade pagã
acompanhada de bebedices e orgias, agradavam tanto que os cristãos viram com o agrado uma
desculpa para continuar a celebrá-la em grandes alterações no espírito e na forma. Pregadores cristãos
do Ocidente e do Oriente próximo, protestaram contra a frivolidade indecorosa com que se celebrava o
nascimento de Cristo, enquanto os cristãos da Mesopotâmia acusavam os irmãos ocidentais de idolatria
e de culto ao Sol, por aceitarem como Cristã a festividade pagã.
Lembre-se que o mundo romano era pagão. Antes do século IV, os cristãos eram poucos em número,
embora aumentassem, eram perseguidos pelos pagãos. Porém, com a chegada de Constantino, como
imperador, que no século IV fez profissão pública de fé cristã, colocando o cristianismo ao mesmo nível
do paganismo, o mundo romano passou a aceitar esse cristianismo popularizado pelo imperador.
Porém, lembre-se que eles haviam sido criados em costumes pagãos, dentre as quais 25 de Dezembro
era a maior das festividades idólatras. Era uma festa alegre com seu espírito especial. Todos se
divertiam! Não queriam renunciá-la!
Este mesmo artigo da enciclopédia Shaff-Herzog de conhecimentos religiosos, explica como a aprovação
dada por Constantino do domingo, dia em que os pagãos adoravam o Sol, e como a influência do
maniqueísmo pagão que identificava o filho de Deus como o Sol físico, proporcionou a esses pagãos do
século IV, agora "convertidos" em massa ao "cristianismo" o pretexto necessário para chamar a festa de
25 de Dezembro (dia do nascimento do deus-Sol) de dia do nascimento do filho de Deus.
E assim foi que "o Natal" se enraizou em nosso mundo Ocidental! Não importa que usemos outro nome,
continua sendo a mesma valha festividade pagã de adoração ao Sol. A única coisa que mudou foi o
nome" Chame um coelho de leão se quiser, porém continuará sendo um coelho. E da Enciclopédia
Britânica: "A partir do ano 354, alguns latinos, possivelmente, transferiram o dia de nascimento de 6 de
janeiro para 25 de Dezembro, quando se realizava uma festa mitraísta... ou nascimento do Sol invicto...
Os sírios e os arménios, que se prenderam a data de 06 de Janeiro, acusavam os romanos de idólatras e
adoradores do Sol, alegando... que a festa de 25 de Dezembro tinha sido inventada pelos discípulos de
Corinto."
- A verdadeira origem do Natal
Então, se recebemos o Natal pela Igreja Romana, e esta por sua vez recebeu do paganismo, de onde
receberam os pagãos? Qual é a origem verdadeira? O Natal é a principal tradição do sistema corrupto
denunciado inteiramente nas profecias e instruções bíblicas sobre o nome de Babilónia. Seu início e
origem surgiu na antiga Babilónia de Ninrode! É verdade, suas raízes datam de épocas imediatamente
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posterior ao dilúvio! Ninrode, neto de Cão, filho de Noé, foi o verdadeiro fundador do sistema
babilónico que até hoje domina o mundo - Sistema de Competição Organizado - de impérios e governos
pelo homem, baseado no sistema económico de competição e de lucro. Ninrode construiu a Torre de
Babel, a Babilónia primitiva, a antiga Nínive e muitas outras cidades. Ele organizou o primeiro reino
deste mundo. O nome Ninrode, em Hebraico, deriva de "Marad" que significa "ele se rebelou, rebelde".
Sabe-se bastante de muitos documentos antigos que falam deste indivíduo que se afastou de Deus. O
homem que começou a grande apostasia profana e bem organizada, que tem dominado o mundo até
hoje. Ninrode era tão perverso que se diz que casou-se com sua mãe, cujo nome era Semíramis. Depois
de sua morte prematura, sua mãe-esposa propagou a doutrina maligna da sobrevivência de Ninrode
como um ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de um
pedaço de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de Ninrode para uma nova vida.
Todo ano, no dia de seu aniversário de nascimento ela alegava que Ninrode visitava a árvore "sempre
viva" e deixava presentes nela. O dia de aniversário de Ninrode era 25 de Dezembro, esta é a verdadeira
origem da "Árvore de Natal"! Por meio de suas artimanhas e de sua astúcia, Semíramis converteu-se na
"Rainha do Céu" dos Babilónicos, e Ninrode sob vários nomes, converteu-se no "Divino Filho do Céu".
Por gerações neste culto idólatra. Ninrode passou a ser o falso Messias, filho de Baal: o deus-Sol. Nesse
falso sistema babilónico, "a mãe e a criança" ou a "Virgem e o menino"(isto é, Semíramis e Ninrode
redivivo), transformaram-se em objectos principais de adoração. Esta veneração da "virgem e o menino"
espalhou-se pelo mundo afora; o presépio é uma continuação do mesmo, em nossos dias, mudando de
nome em cada país e língua. No Egipto chamava-se Isis e Osiris, na Ásia Cibele e Deois, na Roma pagã
Fortuna e Júpiter, até mesmo na Grécia, China, Japão e Tibete encontra-se o equivalente da Madona
(minha dona ou minha senhora), muito antes do nascimento de Jesus Cristo!
Portanto durante os séculos quarto e quinto, quando centenas de milhares de pagãos do mundo
romano adoptavam o novo "cristianismo popular" levando consigo as antigas crenças e costumes
pagãos, cobrindo-os sobre nomes cristãos, popularizou-se também a ideia da "virgem e o menino"
(Maria após o nascimento de Jesus, manteve relações íntimas com seu marido segundo as escrituras Mateus 1:24-25 - "E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e
recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de
JESUS." Os postais de Natal, as decorações e representações, do presépio, as músicas da noite de Natal,
como seu tema "Noite Feliz", repetem ano após ano esse tema popular da "virgem e o menino". Nós
que nascemos num mundo cheio de costumes babilónicos, criados e mergulhados nessas coisas toda
nossa vida, fomos ensinados a reverenciar essas coisas como sendo santas e sagradas. nunca
investigamos para ver de onde vieram - se vieram da Bíblia, ou da idolatria gentílica. Causa-nos um
choque conhecer a verdade - alguns infelizmente ficam ofendidos diante da pura verdade.
No Egipto sempre se acreditava que o filho de Isis (nome egípcio da "Rainha do Céu") nascera em 25 de
Dezembro. O mundo pagão celebrava essa famosa data de nascimento, na maior parte do mundo
conhecido de então, muitos séculos antes do nascimento de Cristo. O próprio Jesus, os apóstolos e a
igreja nunca celebraram o nascimento de Cristo em nenhuma época, na Bíblia não há mandamento ou
instrução alguma para celebrar, toDavida somos ordenados a lembrar sim de sua morte e ressurreição
que nos proporcionou a Vida (ICo. 11:24-26; Jo. 13:14-17). Portanto os antigos "Mistérios Caldeus"
idólatras iniciados pela esposa de Ninrode, tem sido transmitido de geração em geração pelas religiões
pagãs e continua sob novos nomes de aparência Cristã.
- Pai Natal Alguém dirá: Certamente que o velhinho tão querido, "Pai Natal", não é uma criação pagã.
Porém ele é, e o seu carácter verdadeiro não é tão bondoso e santo quanto muitos pensam! O nome
"Pai Natal" é uma corruptela do nome "São Nicolau" um bispo romano que viveu no século V. Leia na
Enciclopédia Britânica, vol.19 páginas 648-649, 11ª edição inglesa, o seguinte: "São Nicolau, bispo de
Mira, um santo venerado pelos gregos e latinos no dia 6 de Dezembro... A lenda de sua dádiva oferecida
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as escondidas, de dotes, às três filhas de um cidadão empobrecido..." diz se ter originado o costume de
dar presentes as escondidas no dia de São Nicolau (6 de Dezembro), o que mais tarde foi transferido
para o dia de Natal. A associação do Natal com São Nicolau (Pai Natal), tem a ideia de fazê-lo substituir
Pai Celestial.
Durante o ano os pais castigam suas crianças por falarem mentira. Então na época de Natal. Contamlhes esta tamanha mentira do Pai Natal! Será demais pensar então que muitos deles ao crescerem e
conhecerem a verdade, comecem a acreditar também que Deus é um mito? Um rapazinho, sentindo-se
triste e desiludido sobre a verdade de Pai Natal, comentou com o seu companheirinho: "Eles vão ver.
Vou investigar também essa história de Jesus Cristo". É um acto cristão ensinar às crianças mitos e
mentiras? E assim, quando examinamos os factos, ficamos surpreendidos grandemente ao saber que a
prática da observância do Natal não é, afinal, uma prática cristã verdadeira, porém um costume pagão um dos caminhos de babilónia que o mundo continua seguindo!
A árvore de Natal e a coroa de azevinho
O que diz a Bíblia sobre a árvore de Natal? Se a Bíblia nada diz para comemorarmos o Natal, nem
mesmo registra tal observância da parte dos apóstolos ou da verdadeira Igreja primitiva, ela tem algo a
dizer sobre a árvore de Natal!.
Deus nos ordena não imitar esse caminho nem segui-lo! Certas pessoas se enganam ao pensar que isso
significa que não faz mal ter uma árvore de Natal. Com ela nos associamos à festividade gentílica. As
ideias referentes a árvores sagradas são muito antigas. Uma antiga fábula babilónica falava de um
pinheirinho que nasceu de um tronco morto. O velho tronco simbolizava Ninrode morto e o novo
pinheirinho que Ninrode tinha vindo viver novamente em Tamuz! Entre os druidas, o carvalho era
sagrado, entre os egípcios as palmeiras, em Roma era o Abeto, que era decorado com cerejas negras
durante a Saturnália (Walsh Curiosities of popular customs, pág. 242). O deus escandinavo Odin era
crido como um que dava presentes especiais na época de Natal a quem se aproximava do seu Abeto
Sagrado. Sabemos que as pessoas, na sua maioria, não adoram árvores, contudo vemos claramente que
adquiriram a ideia gentílica por ignorância.
Outros costumes pagãos, além dos costumes tradicionais de Natal que observamos, sem percebermos,
importamos outros mais que, por serem de origem pagã, são logo colocados com entusiasmo como: "a
coroa de azevinho" às vezes conhecida por "coroa de Natal", o qual se enfeita a porta de muitos lares
"cristãos" e o madeiro que se queima em lareira durante o Natal, às vezes chamados de "acha de Natal"
são relíquias de eras pré-cristãs (isto é, pagãs), segundo a Enciclopédia Americana. Frederick J. Haskins
no seu livro Answers to Questions (Respostas a indagações), refere-se à coroa e a árvore de Natal. As
autoridades no assunto acreditam poder identificar o uso da coroa de azevinho com os "costumes
pagãos de decorar as residências, os edifícios e os lugares de culto religioso, na festa em que ocorria
durante o tempo em que se comemora o Natal. A árvore de Natal vem do Egipto, e sua origem data de
um período muito antes da era natalícia". Até mesmo acender lenhas em fogueiras e velas como
cerimónia cristã é meramente perpetuação de um costume pagão de estimular o deus-Sol em declínio
quando ele atinge o ponto mais baixo ao Sul da abóbada celeste!
Os presentes de Natal E a troca de presentes, não será bíblica? O ponto culminante de toda esta
observância natalícia - a época de fazer compras de Natal - De comprar e trocar presentes com
familiares e amigos - muitos exclamarão em triunfo "Bem, pelo menos a Bíblia assim nos diz para
proceder! Não deram presentes os Reis magos do Oriente quando Cristo nasceu?" Novamente
encontraremos mais surpresas ao conhecermos a pura verdade. Antes porém vamos examinar a origem
histórica dos costumes de dar e receber presentes para depois ver o que a Bíblia nos diz a esse respeito.
Da biblioteca sacra vol. 12, páginas 153-155, citamos o seguinte: "A troca de presentes entre amigos é
característica tanto do Natal quanto da Saturnália" e deve ter sido adoptada do mundo pagão pelos
cristãos, como plenamente mostra a admoestação de tertuliano. O facto é que este costume de trocar
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presentes com familiares e amigos, que se apegou ao povo durante a época de Natal, não tem nada de
cristianismo, ainda que pareça estranho! Isto não comemora o nascimento de Cristo, nem honra o
nascimento nem a pessoa dele! Suponha que sua mãe esteja fazendo aniversário. e por isso deseja
honrá-la neste dia, você compraria presente para todos, trocaria presentes com um e com outro de seus
amigos e familiares, e ignoraria qualquer presente para aquela que cujo nascimento deseja honrar?
Bastante absurdo quando visto desta forma não é?
No entanto é precisamente isto que fazem as pessoas por todas as partes do mundo! Honram um dia no
qual Cristo não nasceu, gastando todo dinheiro que conseguem juntar para comprar presentes, para
trocar um e com outro de seus amigos e familiares. O mês de Dezembro costuma ser o mês mais pobre
para que Deus opere nos corações! Todos estão ocupados trocando presentes entre si para lembrarem
dele e da sua obra, pelo que parece é que eles têm que se equilibrar pelas dívidas feitas por causa do
Natal, assim, raramente retornam ao normal, deixando Cristo operar em sua vida, senão por volta do
mês de março(Após o carnaval)! Agora considere o que a Bíblia diz a respeito das ofertas que os Reis
magos deram quando Cristo nasceu. Está em Mateus 2:1-11 - "Tendo, pois, nascido Jesus em Belém da
Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que vieram do oriente a Jerusalém uns magos que perguntavam:
Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? pois do oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo. O
rei Herodes, ouvindo isso, perturbou-se, e com ele toda a Jerusalém; e, reunindo todos os principais
sacerdotes e os escribas do povo, perguntava-lhes onde havia de nascer o Cristo. Responderam-lhe eles:
Em Belém da Judeia; pois assim está escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum
és a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de apascentar o meu
povo de Israel. Então Herodes chamou secretamente os magos, e deles inquiriu com precisão acerca do
tempo em que a estrela aparecera; e enviando-os a Belém, disse-lhes: Ide, e perguntai diligentemente
pelo menino; e, quando o achardes, participai-mo, para que também eu vá e o adore. Tendo eles, pois,
ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto quando no oriente ia adiante deles, até que,
chegando, se deteve sobre o lugar onde estava o menino. Ao verem eles a estrela, regozijaram-se com
grande alegria. E entrando na casa, viram o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e
abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro incenso e mirra." Dádivas oferecidas a Cristo?
Note, inquiriram pelo menino Jesus. Nascido Rei dos Judeus! Então por que lhe ofereceram dádivas? Por
ser dia do seu aniversário? De maneira alguma pois chegaram muitos dia ou semanas depois da data de
seu nascimento: Seria para deixar-nos um exemplo, para trocarmos presentes uns com os outros? Não,
note cuidadosamente! eles deram as ofertas a Cristo, não para os amigos e parentes deles, ou qualquer
outro! Por que? Permita-me transcrever o que diz Adam Clarke, em seu Adam Clarke Commentary, vol.
V pág. 46 , vers.11 (oferta-lhe dádivas). "Os povos do Oriente nunca chegam na presença de Reis ou de
grandes personagens sem um presente nas mãos." O costume é frequentemente encontrado no Velho
Testamento, e está em vigor no Oriente, inclusive em algumas ilhas descobertas recentemente nos
mares do Sul. Eis o motivo! Os reis magos não estavam instituindo um novo sistema cristão de permuta
de ofertas com amigos para honrar o nascimento de Cristo! Agiam conforme ao antigo costume Oriental
de levar ofertas ao apresentar-se diante de um rei. Eles compareciam perante a presença do Rei dos
Judeus em pessoa. Portanto o costume ditava que ofertassem alguma dádiva, da mesma que a Rainha
de Sabá trouxe ofertas a Salomão, assim como hoje muitos que visitam um Chefe de Estado levam
consigo um presente.
O costume de dar e receber presentes de Natal não tem nada a ver com esse incidente registrado nas
Escrituras, porém, de facto, é a continuação de um antigo costume pagão. Em vez de honrar a Cristo, tal
costume invariavelmente retarda a sua obra, frequentemente dificultando-a cada ano na época do
Natal. Há um argumento utilizado com frequência para justificar a observância do Natal. Muitos ainda
insistem: "mesmo assim, muito embora o Natal foi um costume pagão honrando o falso deus-Sol, não
mais se observa o Natal para honrar o falso deus, mas sim para honrar a Cristo". Porém, como responde
Deus em sua Palavra?
Deuteronômio 12:1-2 - "São estes os estatutos e os preceitos que tereis cuidado em observar na terra
que o Senhor Deus de vossos pais vos deu para a possuirdes por todos os dias que viverdes sobre a
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terra. Certamente destruireis todos os lugares em que as nações que haveis de subjugar serviram aos
seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre os outeiros, e debaixo de toda árvore frondosa;" Deus
afirma plenamente em seu livro de instruções para nós, que esse tipo de culto não o agrada, muito
embora feito com a intenção de honrá-lo.
Estamos em Babilónia (confusão) e não sabemos, o Natal tornou-se em uma festa comercial patrocinada
e explorada pela mais forte campanha publicitária do ano. Em muitas lojas encontra-se alguém
mascarado de "Pai Natal". A propaganda nos mantém iludidos e enganados com a "beleza do espírito do
Natal". Os jornais que publicam esses anúncios, também imprimem editoriais em linguagem colorida,
exaltando e elogiando a época pagã e o seu "espírito". O público crédulo e simples já se encontra tão
inoculado com esta falsidade, que muitos ficam ofendidos quando se lhes diz a verdade. Porém o
"espírito do Natal" é revivido cada ano, não para honrar a Cristo, mas para vender mercadorias! O Natal
mostra-se sobre um falso aspecto de bondade. Milhões de Reais são gastos nesses desperdícios de
mercadoria a cada ano!
Conselhos práticos:
- Não devemos ficar sujeitos financeiramente à comidas importadas típicas. É um dia como qualquer
outro.
- Resistirmos ao espírito de gastos no Natal, principalmente se houverem dívidas. Vigiar as "ofertas do
Pai Natal". Só devemos comprar o necessário. Muitas vezes as pessoas a mentalidade que têm de estar
nas festividades de fim de ano com casa nova, roupa nova etc.
- Devemos aproveitar a data ("Andai em sabedoria para com os que estão de fora, usando bem cada
oportunidade." Colossenses 4:5) para estar com parentes e amigos em suas casas falando da
necessidade do nascimento de Jesus em seus corações, pois este é o verdadeiro presente que o
"aniversariante" quer receber.
- Não confundir Passagem do Ano com Natal.
A Festa dos Tabernáculos: Retorno às Sombras
ESTUDO SOBRE FESTAS
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
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Igrejas há que promovem a Festa dos Tabernáculos e incentivam todos a dela participarem. Esse
evento é espiritualizado e trazido para a atual dispensação como anunciador da vinda do Senhor.
Eis o que encontramos num site:
“As festas bíblicas são ordens sagradas do Senhor. Elas não são apenas judaicas; são, antes de mais
nada, do Senhor, declaradas como estatuto eterno (Lv. 23:1-44). Essas festas não são um convite para
que a Igreja volte à primeira aliança, mas para sustentar a mensagem que elas transmitem. Elas
apontam para o fim, para o Cordeiro e falam da parousia, ou seja, a segunda vinda do Messias.
Tabernáculo é a preparação, por fé, do caminho do Senhor; é caminhar trabalhando, tirando as pedras,
deixando o caminho livre e seguro para que todos possam ver o Rei entrar. Tirar as pedras do caminho é
profético para poder estabelecer e anunciar que o Senhor está voltando”.
Está escrito que as solenidades e festas enumeradas no capítulo 23 e Levítico fazem parte do antigo
pacto, ao qual estavam vinculados os “filhos de Israel” (Lv 23.1). As solenidades eram as seguintes: Festa
dos Tabernáculos e Dia da Expiação, na estação do cultivo das terras; Festa das Trombetas, no ano novo;
Primícias, Pães Asmos e Festa da Páscoa, nas chuvas tardias e colheita de cevadas; Festa do Purim, nas
chuvas tardias; Festa de Pentecoste ou das semanas, na estação da vinicultura. A maioria dessas festas
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sagradas, também chamadas de “santas convocações”, se relacionava com as atividades agrícolas e os
acontecimentos históricos da nação hebréia, e foi instituída como parte do concerto do Sinal (Ex 23.1419). Todos os varões israelitas estavam obrigados a participar das três festas dos peregrinos: Páscoa,
Pentecostes e dos Tabernáculos.
A finalidade da Festa dos Tabernáculos era lembrar ao povo a bondade de Deus para com ele durante
seus quarenta anos no deserto, sem habitação permanente. Também chamada Festa da Colheita,
porque ela comemorava o término da colheita dos frutos e nozes do verão.
Diante disso, há de se perguntar: o cristão do novo concerto é obrigado a fazer parte dessas festas? É
dever da Igreja de Cristo promovê-las? Quem delas não participar está de algum modo em pecado? Vou
tentar responder a essas indagações. Tem havido dúvidas sobre o que está valendo e o que não está
valendo com relação ao Antigo Testamento. Focarei o assunto da Festa dos Tabernáculos. O Senhor
disse: “Celebrareis esta festa por sete dias cada ano; estatuto perpétuo é pelas vossas gerações. Sete
dias habitareis debaixo de tendas; todos os naturais em Israel habitarão em tendas, para que saibam as
vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei do Egito. Assim,
pronunciou Moisés as solenidades do Senhor, aos filhos de Israel” (Lv 23.41-44).
Estatuto perpétuo – Lemos no artigo acima citado que essas festas “não são apenas judaicas”, pois se
trata de estatuto perpétuo. Quer dizer que a Igreja deve promovê-las por todos os séculos dos séculos
até a vinda de Jesus? Se a resposta for afirmativa, (1) cumpramos também, por ser “lei perpétua”, a
solenidade das “Primícias”, observando todas as exigências ali previstas (Lv 23.14); cumpramos também,
por ser “lei perpétua”, o “Pentecostes”, observando todos os requisitos da ordenança, bem como o
sacrifício de animais (Lv 23.21); observemos também o Dia da Expiação por ser “estatuto perpétuo”;
este é um dia especial de aflição; mas cuidado: “Toda alma que, naquele mesmo dia, não se afligir será
extirpada do seu povo”; e se fizer alguma obra será destruída (Lv 23.29-31); celebremos também a
Páscoa com sacrifício de animais, tal como ordenado pelo Senhor, por ser “estatuto perpétuo” (Ex
12.14); observemos também os “contínuos holocaustos” [por toda a vida] ordenados pelo Senhor: “Um
cordeiro sacrificarás pela manhã e o outro cordeiro sacrificarás de tarde” (Nm 28.3-4); nas cerimônias
de consagração, cumpramos, por ser “estatuto perpétuo”, o ritual de degola de um “novilho perante o
Senhor, à porta da tenda da congregação”, e “derramarás o sangue à base do altar” (Ex 29.11-12).
Enquanto não surgiu a nova e eterna aliança em Cristo, valeu a perpetuidade dos estatutos do antigo
concerto.
Diz também o texto acima que essas festas devem ter continuidade para sustentar a mensagem anterior
e preparar o povo para a volta do Senhor. Nada mais inconsistente. A Festa dos Tabernáculos tinha uma
finalidade: “Para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando
os tirei da terra do Egito” (Lv 23.43). O povo então se lembrava da bondade de Deus durante os
quarenta anos no deserto. Logo, não se pode sustentar essa mesma mensagem nos dias atuais. Também
não serve como preparação para a vinda do Senhor. Somente com obediência irrestrita e fé inabalável
estaremos preparados. Cristo é o ministro do verdadeiro tabernáculo, não feito por homem (Hb 8.2).
Jesus é o Mediador de um melhor concerto, firmado em melhores promessas. Se o concerto anterior
fosse irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo (8.6-7). Mas, vindo Cristo, o sumo
sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não
desta criação, nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no
santuário, havendo efetuado uma eterna redenção (v. Hb 9.1-28). A Festa dos Tabernáculos era sombra
das coisas futuras. Voltaremos às sombras?
O Antigo e o Novo Concerto – “Os capítulos 8-10 do livro de Hebreus descrevem numerosos aspectos do
antigo concerto tais como o culto, as leis e o ritual dos sacrifícios no tabernáculo; descrevem os vários
cômodos e móveis desse centro de adoração do Antigo Testamento”. É duplo o propósito do autor: (1)
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contrastar o serviço do sumo sacerdote no santuário terrestre, segundo o antigo concerto, com o
ministério de Cristo como o sumo sacerdote no santuário celestial segundo o novo concerto; e (2)
demonstrar como esses vários aspectos do antigo concerto prenunciam ou tipificam o ministério de
Cristo que estabeleceu o novo concerto. O presente estudo sintetiza o relacionamento entre esses dois
concertos.
(1) Segundo o antigo concerto, a salvação e o relacionamento correto com Deus provinham de um
relacionamento com Ele à base da fé expressa pela obediência à sua lei e ao sistema sacrificial desta. Os
sacrifícios do AT tinham três propósitos principais: (a) Ensinar ao povo de Deus a gravidade do pecado. O
pecado separava os pecadores de um Deus santo, e somente através do derramamento de sangue
poderiam reconciliar-se com Deus e encontrar perdão (Ex 12.3-14; Lv 16; 17.11; Hb 9.22). (b) Prover um
meio para Israel chegar-se a Deus mediante a fé, a obediência e o amor (cf. Hb 4.16; 7.25; 10.,1). (c)
Indicar de antemão ou prenunciar (Hb 8.5; 10.1) o sacrifício perfeito de Cristo pelos pecados da raça
humana (cf. Jo 1.29; 1 Pe 1.18,19; Ex 12.3-14; Lv 16).
(2) Jeremias profetizou que, num tempo futuro, Deus faria um novo concerto, um melhor concerto, com
o seu povo (ver Jr 31.31-34; cf Hb 8.8-12). É melhor concerto do que o antigo (cf. Rm 7) porque perdoa
totalmente os pecados dos que se arrependem (Hb 8.12), transforma-os em filhos de Deus (Rm 8.1516), dá-lhes novo coração e nova natureza para que possam, espontaneamente, amar e obedecer a
Deus (Hb 8.10; cf. Ez 11.19,20), os conduz a um estreito relacionamento pessoal com Jesus Cristo e o Pai
((Hb 8.11) e provê uma experiência maior em relação ao Espírito Santo (Jl 2.29; At 1.5,8; 2.16,17, 33,
38,39; Rm 8.14,15, 26).
(3) Jesus é quem instituiu o novo concerto ou o novo testamento (ambas as idéias estão contidas na
palavra grega diatheke - testamento), e seu ministério celestial é incomparavelmente superior ao dos
sacerdotes terrenos do AT. O novo concerto é um acordo, promessa, última vontade e testamento, e
uma declaração do propósito divino em outorgar graça e bênção àqueles que se chegam a Deus
mediante a fé obediente. De modo específico, trata-se de um concerto de promessa para aqueles que,
por fé, aceitam a Cristo como Filho de Deus, recebem suas promessas e se dedicam pessoalmente a Ele
e aos preceitos do novo concerto. (a) O ofício de Jesus Cristo como mediador do novo concerto (Hb 8.6;
9.15; 12.24) baseia-se na sua morte expiatória (Mt 26.28; Mc 14.24; Hb 9.14,15; 10-29; 12.24). As
promessas e os preceitos desse novo concerto são expressos em todo o Novo Testamento. Seu
propósito é: salvar da culpa e da condenação da lei todos os que crêem em Jesus Cristo e dedicam suas
vidas às verdades e deveres do seu concerto (Hb 9.16,17; cf. Mc 14.24; 1 Co 11.25); e fazê-lo um povo
que seja a possessão de Deus (Hb 8.10; cf. Ez 11.19.20; 1 Pe 2.9). (b) O sacrifício de Jesus é melhor que
os do antigo concerto por ser um sacrifício voluntário e obediente de uma pessoa justa (Jesus Cristo), e
não um sacrifício involuntário de um animal. O sacrifício de Jesus e o seu cumprimento da vontade de
Deus foram perfeitos, e, portanto, proveu um caminho para o pleno perdão, reconciliação com Deus e
santificação (Hb 10.10,15-17). (c) Todos os que pertencem ao novo concerto por Jesus Cristo recebem as
bênçãos e a salvação oriundas desse concerto mediante sua perseverança na fé e na obediência. Os
infiéis são excluídos dessas bênçãos.
(4) Estabelecido o novo concerto em Cristo, o antigo concerto se tornou obsoleto [que caiu em desuso]
(Hb 8.13). Não obstante, o novo concerto não invalida a totalidade das Escrituras do AT, mas apenas as
do pacto mosaico, pelo qual a salvação era obtida mediante a obediência à Lei e ao seu sistema de
sacrifícios. “O Antigo Testamento não está abolido; boa parte da sua revelação aponta para Cristo, e por
ser a inspirada Palavra de Deus, é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir em retidão” (Bíblia de
Estudo Pentecostal - BEP).
Nada impede de serem realizadas tantas festas quantas quiserem, desde que conservado o espírito
solene, a decência e a ordem, e seja para glória de Deus. Todavia, não se pode ensinar que tais festas
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sejam da vontade de Deus; que sejam indispensáveis à santificação ou a maior comunhão com Deus;
que abram caminho para a volta do Senhor. Ensinar, por exemplo, que a não participação resulta em
perda da bênção contraria em muitos pontos a Palavra de Deus. Não mais estamos sujeitos ao
cumprimento de solenidades próprias dos judeus (Jo 7.2), que eram sombras de coisas futuras. Em
Cristo, já experimentamos esse porvir; fomos constituídos templos do Espírito e podemos com
confiança chegar ao trono da graça, o verdadeiro tabernáculo, onde está assentado o Sumo Sacerdote
(Hb 4.16; 8.1-2; 12.2).
Sombras
“Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era
contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os
expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo. Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo
beber, ou por causa dos dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados que são sombras das coisas
futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.14-17- Almeida CF).
Comentário - O “riscar a cédula” é uma referência à lei de Moisés, isto é, aos mandamentos que
indicavam a conduta certa do homem, mas que não lhe podiam dar vida nem o poder para obedecer a
Deus (Gl 3.21). A salvação mediante o concerto do AT foi cravada na cruz (ou seja, abolida), e Deus
estabeleceu um concerto melhor, por meio de Cristo e através do seu Espírito (2 Co 3.6-9); Hb 8.6-13;
10.16,17, 29; 12.24). As duas primeiras palavras (comer, beber) provavelmente se referem às regras
judaicas sobre alimentação do AT, que os colossenses eram pressionados a observar como necessidade
para a salvação pelos falsos mestres. “Dias de festas”, “lua nova” e “sábados” provavelmente se referem
a determinados dias sagrados de observância obrigatória no calendário judaico. O apóstolo Paulo
ensina que o cristão está livre dessas obrigações legais e cerimoniais (Gl 4.4-11; 5.1)” (BEP).
Ouçamos mais uma vez o apóstolo: “Mas agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por
Deus, como tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
Guardais dias, e meses, e tempos, e anos. Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para
convosco. Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou [liberdade do jugo da lei] e não
torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão” (Gl 4.9-11; 5.1).
“Rudimentos fracos”, isto é, impotentes para resgatar vidas; “pobres”, porque não podem aumentar a
riqueza espiritual daqueles que são herdeiros de Deus (Gl 4.7; 1 Co 1.5; 3.21-23; 2 Co 8.9; Tg 2.5). O
apóstolo roga aos gálatas que se livrem das ordenanças judaicas: “Rogo-vos que sejais como eu” (4.12).
Ele lançou por terra a carga da lei judaica a fim de colocar-se no nível de seus convertidos gentios: “Eu
sou como vós” (O Novo Comentário das Bíblia).
“Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da escrava e outro da livre” (Gl 4.22). A ilustração
objetiva demonstrar a diferença entre o antigo e o novo concerto. Agar representa o antigo concerto,
firmado no monte Sinal (v.25); os seus filhos vivem agora sob esse concerto e nascem segundo a carne
(v.23), isto é, não têm o Espírito Santo. Sara, a outra esposa de Abraão, representa o novo concerto; os
seus filhos, isto é, os crentes em Cristo, têm o Espírito e são verdadeiros filhos de Deus” (ibidem).
A Festa dos Tabernáculos faz parte do antigo concerto. Estamos hoje em novidade de vida, sob os
termos da nova e eterna aliança que tem como Mediador Jesus Cristo. Não nos convém voltar ao
deserto e habitar em tendas. Não nos convém retornar às solenidades do passado que, como sombras
do que viria, apontavam para uma realidade futura. Cristo é a nossa realidade. Seria mais útil distribuir
com os pobres o elevado montante de dinheiro que se gasta com essas festas.
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"Levando a sério o natal de Jesus"
ESTUDO SOBRE FESTAS
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
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"Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado.
Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era governador da Síria. E todos iam alistar-se,
cada um à sua própria cidade. Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à Judéia, à cidade
de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua
esposa, que estava grávida. Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz, e teve
a seu filho primogênito; envolveu-o em faixas e o deitou em uma manjedoura, porque não havia lugar
para eles na estalagem. Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e
guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho. E um anjo do Senhor apareceu-lhes, e a glória do
Senhor os cercou de resplendor; pelo que se encheram de grande temor, o anjo, porém, lhes disse: Não
temais, porquanto vos trago novas de grande alegria que o será para toto o povo: É que vos nasceu
hoje, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Acharás um menino
envolto em faixas, e deitado em uma manjedoura. Então, de repente, apareceu junto ao anjo grande
multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na
terra entre os homens de boa vontade" (Lc 2.1-14).
A cena é muito viva, muito forte, impressionante. Pastores estavam no campo guardando rebanhos,
possivelmente destinados aos sacrifícios do templo. Eram pessoas desprezadas. Tão desprezadas que
eram rejeitados como testemunhas em julgamentos. E, no entanto, foram escolhidos por Deus para
receber em primeira mão a mensagem de salvação numa prévia da proclamação na sinagoga de Nazaré
(cf. Lc 4.18,19).
O anúncio não era esperado pelos pastores, e, restabelecida a confiança dos ouvintes, vem a nota de
alegria e de vitória: "Fora o temor! Alegria! Profunda alegria!" Na verdade, a alegria sempre anda de
mãos dadas com a pregação do evangelho. Jesus Cristo anuncia e traz a salvação, e a alegria imprime a
sua marca: "Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar" (Lc10.17; cf. At 5.40, 41).
A proclamação da alegria ocorre porque hoje Ele nasceu! Começou o tempo final, o tempo da
realização! Chegou a plenitude dos tempos!
E quem é essa criança recém-nascida? Diz o mensageiro dos céus: o Salvador, o Cristo, o Senhor! E, no
entanto, parece que tudo está às avessas, pois o Senhor, o Cristo, o Salvador está repousando num
cocho, numa estrebaria.
Esse é, porém, exatamente o sinal de Sua necessidade, pois talvez houvesse na pequena vila de Belém
outra criança envolta em faixas que lhe apertariam o corpinho, os braços, as pernas para que se
desenvolvessem firmes e ajustadas, segundo criam as comadres da época. Mas dormindo num
mangedoura, só o Messias. Esse é o sinal, a marca da humildade, do esvaziamento nos termos do antigo
hino que era cantado nas reuniões da Igreja dos apóstolos, e que Paulo registrou em Filipenses 2.5-11,
hino que canta a encarnação, ministério, morte, ressurreição e exaltação de Jesus Cristo, hino que
representa a confissão de fé dos nossos irmãos da primitiva Igreja:
"Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus, o qual, subsistindo em forma de
Deus, não considerou o ser igual a Deus coisa a que se devia aferrar, mas esvaziou-se a si mesmo,
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tomando a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem,
humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o
exaltou soberanamente, e lhe deu o nome que é sobre todo nome; para que ao nome de Jesus se dobre
todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus
Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai." (Fl 2.5-11).
Surgem os anjos formando uma grande milícia, um grande exército. Mas é um exército diferente?! Não
de guerra, senão de paz! E se realiza, deste modo, o primeiro culto cristão de que se tem notícia: a
mensagem foi pregada (vv. 10-12), o coro canta
"Glória a Deus nos mais altos céus, e na terra Sua paz aos homens sobre quem repousa Seu favor"
["Glória a Deus nas alturas, e paz na terra e boa vontade aos homens a quem Ele quer bem"] (v. 14).
Cumpre-se Hebreus 1.6, e em duas linhas, duas breves linhas, cantam os mensageiros de Deus o que
significa o nascimento de Jesus. Não é um desejo; é uma proclamação dos extraordinários feitos de
Deus, razão porque, quase no fim do Seu ministério terreno, Jesus afirma, "Eu te glorifiquei na terra,
completando a obra que me deste para fazer" (Jo 17.4)
Alegria! Grande nota de alegria! Pois se até agora, dava-se glória ao gênio, à fortuna, ao triunfo, no
Novo Testamento é a glória de Deus, a paz por excelência, a alegria coroando essa paz!
A PAZ É UM IDEAL
É próprio da linguagem cristã falar em algo que já está conosco, mas ainda há de ser pleno. O reino de
Deus já está entre nós, mas há de ser plenamente implantado (cf. Mc 1.15; Lc 17.21; Mt 6.10); Satanás
já está vencido, porém o "mundo inteiro jaz no Maligno" (1Jo 2.13b; 5.19b); Jesus Cristo já é vencedor,
mas há de vencer (Jo 16. 33; Mt 24.30). A paz é conseqüência da chegada do reino de Deus, não
obstante o mundo viver em violência. É tão somente ler as manchetes dos jornais.
"Glória a Deus" é algo fundamental à "paz na terra". A paz de Jesus Cristo, no entanto, não é como a
oferecida pelo mundo, pelos sistemas de idéias, pelas escolas de pensamentos ou pelos sistemas
políticos. O mundo conhecia a chamada Pax Romana, a paz existente porque Roma era a senhora do
mundo. Foi o período de 30 a.C. a 180 d.C., quando deu-se uma grande prosperidade e tranqüilidade
por razão do bom governo dos romanos das Ilhas Britânicas aos limites da Mesopotâmia (hoje Iraque) e
do Mar do Norte ao Norte da África.
A Pax Romana foi iniciada com Otaviano que conseguiu resolver os problemas internos e externos,
acabou com os piratas do Mediterrâneo que prejudicavam a navegação entre a capital do império e as
províncias da Äsia Menor e as da costa africana. Estradas foram construídas para uso militar, e depois
para transporte de bens de consumo e alimentos: o vinho, o azeite, a cerâmica da Gália (hoje França),
vidro da Germânia (hoje Alemanha, têxteis da região gaulesa (hoje Bélgica), o fim do pedágio. O
imperador permitiu certa autonomia às províncias e a manutenção da língua, costumes e religião locais.
Havia, no entanto, uma língua franca: o grego comum.
Porém, se Jesus tivesse vindo um século antes, o evangelho teria sido bloqueado pelas fronteiras
fechadas, e pelos piratas nos mares; se dois séculos depois, os bárbaros não permitiriam a evangelização
se expandir. Não é, porém, dessa paz política que os anjos cantaram, pois por volta do terceiro século
d.C., acabou a Pax Romana vencida pela anarquia política, inflação monetária e tremenda crise
financeira.
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A paz encerra todas as bênçãos trazidas pela salvação: é o restabelecimento de tudo o que fora perdido
pelo pecado; é a conseqüência da aliança de Deus com Israel, e renovada por Jesus Cristo (cf. Is 54.10). É
o evangelho de Cristo, que é o Príncipe da paz, nossa paz (cf. Ef. 6.15; Is 9.5ss; Ef 2.14). É paz de espírito
na verdade e na luz, essa luz que envolveu os pastores e como luz de Cristo envolvem cada cristão. Não
é paz para o ambicioso, para o mundano, para o ímpio, ou para o que quer vitória passageira. Essa glória
e essa paz que há nos céus devem por Jesus Cristo se tornar realidade na terra (cf. Is 57.15-20).
A PAZ É UM DEVER
Aprendemos com a Bíblia que a paz acompanha a fé (Rm 15.13); Acompanha também a justiça e a
retidão (Is 32.17); acompanha o conhecimento de Deus (Sl 119.165) e acompanha a mente guiada pelo
Espírito Santo (Rm 8.6).
A promoção da paz é um dever dos crentes em Jesus Cristo (Mt 5.4). Entretanto, não é fácil ser
pacificador. Nas "bem-aventuranças", Jesus Cristo não está falando de se ser pacífico. Não são bemaventurados os que tomam uma atitude passiva diante das injustiças, malquerenças e calúnias. São
bem-aventurados os promotores da paz, os que ativamente empregam suas energias espirituais, morais
e materiais para promover a reconciliação e conseqüentemente a paz. Lembremos que nossa tendência,
da velha criatura, do coração não renovado pela misericórdia de Deus, á para represálias e vinganças.
Paulo explica esse ensino de Cristo ao nos lembrar que o mesmo Jesus nos confiou o ministério da
reconciliação (2Co 5.18), e, realmente, a paz que Jesus trouxe foi a reconciliação entre Deus e a pessoa
humana, bem como a reconciliação entre o ser humano e seu semelhante, e a iniciativa é sempre do
Criador.
A promoção da paz como dever do cristão é lutar pelo estabelecimento de um ambiente de justiça, e
nunca a lei foi tão machucada como em nossos dias: nunca o caráter foi tão desprezado em nossa
pátria! Mas isso não é novidade! No começo do século, Capistrano de Abreu, historiador patrício, dando
uma entrevista sobre o descredito das leis de nossa pátria, sugeriu que melhor seria que fossem
queimadas todas as leis do Brasil, e decretada uma só: "cada brasileiro fica obrigado a ter vergonha!" E
o assunto é muito mais antigo: "Portanto se envergonharam por terem cometido abominação? Não, de
maneira alguma: nem tampouco sabem que coisa é envergonhar-se" ( Jr 6.15a ).
A promoção da paz como dever do crente em Jesus Cristo é lutar pela sinceridade entre as pessoas, e
mais especialmente entre os irmãos em Cristo. No teatro romano, o uso de máscaras determinava o
sentimento da cena. Máscaras eram feitas de cera: daí que sem a máscara era estar "sem cera", ou seja,
sincera.
Duas coisas alimentam a sinceridade: o amor e a pureza da alma. Quanto ao amor, Paulo ensina, "Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou
como o címbalo que retine. E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e
toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes e não tivesse
amor, nada seria." (1Co 13.1,2)
Quanto à alma pura, é aquela que se apresenta equilibrada, bem orientada, não dividida em seus
sentimentos para com Deus e o próximo. Paulo ensina que "tudo é puro para os que são puros" (Tt 1.15)
A alma impura não tem discernimento e não pode expressar o que é bom, porque não discerne entre o
bem e o mal.
Jesus Cristo é a expressão da esperança e das promessas do Antigo Testamento: a proclamação aos
pobres, aos que vivem afastados, aos que não têem abrigo nas cidades, aos que estão sós como aqueles
pastores dos campos de Belém.
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A glória de Deus e a paz entre os homens estão em Cristo unidas para sempre. Não é resultado de
tratados, alianças ou acordos entre autoridades governamentais, mas é pura obra de Deus! Isso é o que
o Natal tem significado para os cristãos comprometidos com o Cristo que é o "Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte, Pai Eterno e Príncipe da Paz" (Is 9.6). A essa paz somos chamados!
Nascimento de Cristo
Alfredo Stein
Há quase dois mil anos, no Oriente
nascia uma criança.
Trazia para os homens, para o mundo,
um hino de bonança.
Era de Deus, do Seu amor profundo,
mensagem de esperança,
para falar ao coração descrente.
Nessa noite, no céu, na imensidão,
por ter Jesus nascido,
cantavam anjos - "Glória ao nosso Deus!"
Possa hoje ser ouvido,
cantarem anjos nos mais altos céus,
por ter Jesus nascido
dentro de ti, no teu coração!
O NATAL É CRISTÃO?
ESTUDO SOBRE FESTAS
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
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Devem os cristãos celebrar o Natal? Um bom número de seitas e novas igrejas que professam seguir a
Cristo, insistem que o Natal é uma festa pagã o qual todos os verdadeiros cristãos devem afastar-se.
Provavelmente a mais notável destas religiões são as Testemunhas de Jeová, que publicam ferroados
ataques sobre a celebração do Natal ano após ano. No entanto, estes grupos não estão sós na sua
condenação destes feriados religiosos mais populares.
Muitos cristãos evangélicos também acreditam que o Natal é uma celebração pagã, vestindo "roupas
cristãs". Enquanto muitos cristãos marcam o Natal como um dia especial para adorar a Cristo e dar
graças pela Sua entrada no mundo, eles rejeitam qualquer coisa que tenha a ver com Papai Noel,
árvores de Natal, troca de presentes e tal.
Existem bases bíblicas para rejeitar tudo ou parte do Natal? Qual deve ser a atitude dos cristãos neste
assunto? Essa pergunta que está diante de nós.
A resposta dada aqui é de que, enquanto certos elementos da tradição Natalina são essencialmente
pagão, eles devem ser rejeitados (especialmente as bebidas e imoralidades, na qual o mundo se acham
dona naquele período do ano), o Natal em si e muitas das tradições associadas com ele, pode ser
celebrado pelos cristãos que tem uma consciência clara. Aqueles que se inclinam a rejeitar fora de mão,
tal posição, podem estar interessados em saber que, durante um tempo este escritor teria concordado
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com eles. Um exame minucioso destes assuntos incluídos, no entanto, conduz a uma conclusão
diferente.
Celebrando o aniversário de Jesus
O argumento básico e comum apresentado contra o Natal, é de que não se encontra na Bíblia. Muitos
cristãos, e também grupos como as Testemunhas de Jeová, sentem de que ao não estar mencionado nas
Escrituras, não é portanto para ser observado. De fato, as Testemunhas argumentam que desde que as
únicas pessoas na Bíblia que celebravam o seu aniversário onde Faraó (Gn 40:20-22) e Herodes (Mt
14:6-10), Deus tem uma visão obscura a respeito de celebrações de aniversário em geral.
Sendo assim, eles sentem, que Deus não aprovaria a celebração do aniversário de Jesus.
Em resposta a estes argumentos, algumas coisas precisam ser ditas. Primeiro de tudo, o fato é que a
Bíblia nada diz contra a prática de celebração de aniversários. O que foi mau nos casos de Faraó e
Herodes, não era o fato de celebrarem seus aniversários, mas, sim as práticas más nos seus aniversários
(Faraó matou o chefe dos padeiros, e Herodes matou João Batista). Segundo, o que a Bíblia não proíbe,
seja explicitamente ou por implicação de alguns princípios morais, é permitido ao cristão, enquanto for
para edificação (Rm 13:10; 14:1-23; I Co 6:12; 10; 23; Col 2:20-23; etc.). Portanto, desde que a Bíblia não
proíbe aniversários, e eles não violarem princípios bíblicos, não há base bíblica para rejeitar aniversários.
Pelo mesmo motivo, não há razões bíblicas para rejeitar completamente a idéia de celebrar o
aniversário de Jesus.
25 de Dezembro
Outra objeção comum ao Natal está relacionado com a guarda de 25 de dezembro como sendo o
aniversário de Cristo. Freqüentemente instam que Cristo não podia ter nascido no dia 25 de dezembro
(geralmente porque os pastores não teriam seus rebanhos nos campos de noite naquele mês), portanto,
no dia 25 de dezembro, não podia ter sido seu aniversário. Como se isso não bastasse é também
apontado de que 25 de dezembro era a data de um festival no Império Romano no quarto século,
quando o Natal era largamente celebrado nesse dia.
É verdade que parece não haver evidência como sendo o aniversário de Cristo nessa data.
Por outro lado, tem sido demonstrado que tal data não é impossível, como é suposto normalmente.
Contudo, pode ser admitido de que é altamente improvável que Cristo realmente tenha nascido em
dezembro 25.
Este fato invalida o Natal? Realmente, não. Não é essencial para a celebração de aniversário de alguém,
que seja comemorado na mesma data do seu nascimento. Os americanos comemoram os aniversários
de Washington e Lincoln na terceira Segunda-feira de Fevereiro todos os anos, ainda que o aniversário
de Lincoln era no dia 14 de Fevereiro e o de Washington, 22 de Fevereiro. Se tivesse certeza de que
Cristo realmente nasceu digamos, em 30 de abril, deveríamos então celebrar o Natal naquele dia?
Enquanto que não haveria nada de errado com tal mudança, não seria necessário. O propósito é o que
importa, não a atual data.
Mas, e com respeito ao fato de ser 25 de dezembro a data de um festival pagão? Isto não prova que o
Natal é pagão? Não, não o prova. Em vez, prova que o Natal foi estabelecido como um rival da
celebração do festival pagão. Isto é, o que os cristãos fizeram era como dizer, "Antes do que celebrar em
imoralidade o nascimento de Ucithra, um falso deus que nunca nasceu realmente, e que não pode lhe
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salvar, celebremos com alegre justiça o nascimento de Jesus, o verdadeiro Deus encarnado que é o
Salvador do mundo."
Algumas vezes, se insta a que se tome um festival pagão tentando "cristianizá-lo" é insensatez. No
entanto, Deus mesmo fez exatamente isso no Antigo Testamento. A evidência histórica nos mostra
conclusivamente, que algumas festas dadas a Israel por Deus através de Moisés eram originalmente
pagãs, os festivais agriculturais, os quais eram cheios de práticas e imagens idólatras.
O que Deus fez com efeito, era estabelecer festividades os quais tomariam o lugar dos festivais pagãos,
sem adotar nada da idolatria e imoralidade associado com ela.
Poderia dar a impressão, então, que em princípio nada há de mal em fazê-lo, se tratando do Natal.
Santa Claus (Papai Noel)
Provavelmente a coisa que mais incomoda aos cristãos sobre o Natal mais do que qualquer coisa, é a
tradição do Papai Noel. As objeções para esta tradição inclui o seguinte:
[1] Papai Noel é uma figura mística incluído com atributos divinos, incluindo onisciência e onipotência;
[2] quando as crianças aprendem que Papai Noel não é real, eles perdem a fé nas palavras dos seus pais
e em seres sobrenaturais;
[3] Papai Noel distrai a atenção de Cristo;
[4] a história de Papai Noel ensina as crianças a serem materialistas.
Em face a tais objeções convincentes, pode-se dizer algo de bom do Papai Noel.
Antes de examinar cada uma destas objeções, deve se notar que, o Natal pode ser celebrado sem o
Papai Noel. Retire Papai Noel do Natal e o Natal permanece intacto. Retire Cristo do Natal, no entanto, e
tudo que sobre é uma festa pagã. Sejam quais forem nossas diferenças individuais de como tratar o
assunto de Papai Noel com as nossas crianças, como Cristãos nós podemos concordar com este tanto.
1.) Não existe dúvida alguma de que Papai Noel na sua presente forma, é um mito, ou conto de fada. No
entanto, houve realmente um Papai Noel o nome "Santa Claus" é uma forma anglosaxona do Holandês,
Sinter Klaas, que por sua vez significava "São Nicolau".
Nicolau foi um bispo cristão, no quarto centenário, sobre quem pouco sabemos por certo. Ele
aparentemente, assistia ao Concílio de Nicéia no AD. 325, e uma forte tradição sugere que ele
demonstrava uma singular bondade para com as crianças. Enquanto que o velho vestido de vermelho
puxando um trenó conduzido por veado voador é um mito, a história de um velho amante de crianças
que lhes trouxe presentes, provavelmente não é - e em muitos países, é só isso que "Santa Claus" é.
Deve-se admitir que contar às crianças que Papai Noel pode vê-los em todo tempo, e de que ele sabe se
eles foram bons ou maus, etc... está errado. Também é verdade que os pais não deviam contar a seus
filhos a história de Papai Noel como se fosse uma verdade literal. Contudo, as crianças com menos de
sete ou oito anos, podem brincar de "fazer de conta" e tirar disso divertimento como se elas pensa-se
que é real. De fato, a essa idade elas estão aprendendo a diferença entre o faz de conta e a realidade.
Crianças mais jovens ficarão fascinadas pelos presentes que são descobertos na manhã de Natal,
debaixo de uma árvore a qual lhes foi dito que são do "Papai Noel", porém, eles não tirarão conclusões
sobre a realidade de Papai Noel por meio destas descobertas.
2.) Quando as crianças aprenderem que Papai Noel não é real, poderá perturbá-los um pouco, somente
se os pais lhes disseram que ele realmente existe e que ele faz tudo que se pretendia dele. É por isso
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que deve-se dizer às crianças que Papai Noel é faz de conta, tão logo elas tenham idade suficiente para
fazer perguntas a respeito da realidade.
Antes de ser uma pedra de tropeço para acreditar no sobrenatural, ele pode ser um trampolim. Diga às
crianças que enquanto Papai Noel é uma faz de conta, Deus e Jesus não são. Diga-lhes que, enquanto
Papai Noel só pode trazer coisas que os pais podem comprar ou fazer, Jesus pode lhes dar coisas que
ninguém pode – um amigo que sempre está com eles, perdão para as coisas más que eles fazem, vida
num lugar maravilhoso com Deus para sempre, etc.
3.) Siga as sugestões acima e não mais será Papai Noel um motivo para distraí-los de Cristo. Diga a seus
filhos porque Papai Noel dá presentes, e porque Deus nos deu o presente mais maravilhoso, Cristo.
4.) Pelo contrário, a história de Papai Noel é melhor contada quando é usada para encorajar as crianças
a ser abnegadas e generosas.
Árvores de Natal
Um dos poucos elementos sobre a celebração tradicional do Natal, dos que se opõe a isso, afirmam o
que diz na Escritura sobre árvores de Natal. Especificamente pensa-se que em Jeremias 10:2-4 Deus
explicitamente condenava árvores de Natal: "Assim diz o Senhor: Não aprendais o caminho das nações,
nem vos espanteis com os sinais dos céus, embora com eles se atemorizem as nações. Porque os
costumes dos povos são vaidade; cortam do bosque um madeiro, e um artífice o lavra com o cinzel."
Certamente há uma semelhança entre a coisa descrita em Jeremias 10, e a árvore de Natal. Semelhança,
no entanto, não é igual a identidade. O que Jeremias descreveu era um ídolo – uma representação de
um falso deus – como o verso seguinte mostra: "Como o espantalho num pepinal, não podem falar;
necessitam de que os levem, pois não podem andar. Não tenhais receio deles; não podem fazer o mal,
nem podem fazer o bem." (v.5)
A passagem paralela em Isaías 40:18-20 esclarece que o tipo de coisa que Jeremias 10 tem em mente, é
na verdade um objeto de adoração: "Também consumirá a glória da sua floresta, e do seu campo fértil
desde a alma até o corpo; será como quando desmaia o doente. O resto das árvores da sua floresta será
tão pouco que um menino as poderá contar. Naquele dia os restantes de Israel, e os que tiverem
escapado da casa de Jacó, nunca mais se estribarão sobre aquele que os feriu, mas se estribarão
lealmente sobre o Senhor, o Santo de Israel." (Is 10:18-20)
Assim, a semelhança é meramente superficial. A árvore de Natal não se origina de adoração pagã de
árvores (o qual foi praticada), porém, de dois símbolos explicitamente cristãos, do Ocidente da
Alemanha Medieval.
A Enciclopédia Britânica explica o seguinte:
A moderna árvore de Natal, em hora, se originou na Alemanha Ocidental. O principal esteio de uma
peça medieval sobre Adão e Eva, era uma árvore de pinheiro pendurada com maças (Árvore do Paraíso)
representando o jardim do Éden. Os alemães montaram uma "árvore do Paraíso" nos seus lares no dia
24 de dezembro, a festa religiosa de Adão e Eva. Eles penduravam bolinhos delgados (simbolizando a
hóstia, o sinal cristão de redenção); as hóstias eventualmente se transformaram em biscoitos de vários
formatos. Velas, também, eram com freqüência acrescentadas como símbolo de Cristo. No mesmo
quarto, durante as festividades de Natal, estava a pirâmide Natalina, uma construção piramidal feito de
madeira com prateleiras para colocar figuras de Natal, decorados com sempre-verdes, velas e uma
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estrela. Lá pelo 16º século a pirâmide de Natal e a árvore do Paraíso tinham desaparecido, se
transformando em árvore de Natal.
Mais uma vez, não há nada essencial sobre a árvore de Natal para celebrar o Natal. Como o mito
moderno de Papai Noel, é uma tradição relativamente recente; as pessoas celebravam o Natal durante
séculos sem a árvore e sem o semi-divino residente do Polo Norte.
O que é essencial ao Natal é Cristo. No entanto, isso não quer dizer que devemos jogar Papai Noel e a
árvore fora de vez. Neste assunto temos liberdade cristã para adotar estas tradições e usá-los para
ensinar os nossos filhos sobre Cristo, ou para celebrar o nascimento de Cristo, sem elas.
Nesse caso, não há nenhuma obrigação para celebrar seu aniversário também, desde que não é
ordenado para nós na Escritura.
Todavia, seria estranho de fato, se alguém que foi salvo pelo filho de Deus, não se regozijar-se em
pensar no dia que Sua encarnação manifestou-se pela primeira vez ao mundo naquela noite santa.
O PÃO, O VINHO E O CORPO DE JESUS
ESTUDO SOBRE FESTAS
Professor Dr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Reverendo da Igreja Presbiteriana em Renovação do Brasil – IPRB
www.fatebra.com.br
Jesus é a nossa Páscoa. O termo "páscoa" deriva da palavra hebraica "pesah", que significa passar por
cima, pular além da marca ou passar sobre. Quando Deus ordenou ao anjo destruidor que eliminasse
todo primogênito na terra do Egito, a casa que tivesse o sinal do sangue do cordeiro não seria visitada
pela morte (Êxodo 12.1-36). Os judeus passaram então a celebrar a Páscoa comemorando a saída do
Egito, a passagem para a liberdade. A partir de Jesus, essa celebração foi substituída pela Ceia do
Senhor, com o pão e o vinho, em Sua memória. Não mais para relembrarmos a saída do Egito, mas para
estarmos sempre nos lembrando da liberdade que nEle há, da Sua morte e ressurreição.
"Paulo, servo de Cristo Jesus, chamado para ser apóstolo", assim descreve como Jesus instituiu a Ceia do
Senhor, por ocasião da Páscoa:
"Pois eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído,
tomou o pão, e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é entregue por vós; fazei
isto em memória de mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é a
Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Pois todas as
vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1
Coríntios 11.23-26).
O catolicismo romano admite que, na consagração da Missa, o pão e o vinho da Ceia do Senhor
transformam-se realmente no corpo físico de Cristo. Assim se lê no Catecismo da Igreja Católica:
"No santíssimo sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e
substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus
Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo. Esta presença se torna 'real' não por exclusão, como se as
outras não fossem 'reais' , mas por antonomásia, porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e
homem, se torna presente completo" (Página 379, item 1374).
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Professor: Rev. Antony Steff Gilson de Oliveira, Pastor da Igreja Presbiteriana em Renovação
do Brasil, Psicanalista Clínico, Mestrando em Teologia
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"Por meio da consagração opera a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo.
Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, Cristo mesmo, vivo e glorioso, está presente de maneira
verdadeira, real e substancial, seu corpo e seu sangue, com sua alma e sua divindade" (Página 390, item
1413).
Deduz-se que um milagre é operado todas as vezes em que um sacerdote católico ministra a Eucaristia,
mais precisamente no exato momento em que ele declara "isto é o meu corpo". Todavia, algumas
dificuldades se apresentam quando examinamos as Escrituras. Vejamos:

Jesus também comeu do pão e bebeu do vinho: "Ide, preparai-nos a páscoa, para que a
comamos" (Lucas 22.8); "Onde está o aposento em que comerei a páscoa com os meus
discípulos?" (v.11); "Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes do meu
sofrimento"(v.15). O contexto nos leva ao entendimento de que antes e depois de elevar o pão
e o vinho, e de haver dado graças, Jesus participou da ceia com seus discípulos, comendo do
pão e bebendo do vinho. A dificuldade está em que Jesus teria engolido a si próprio. Outro
embaraço é quanto à presença dupla do corpo de Cristo, se admitida a interpretação literal:
Jesus estava presente, presidindo a mesa, e estaria segurando o seu próprio corpo em suas
mãos, quando disse "Isto é o meu corpo".

Nos milagres operados pelo Senhor Jesus sempre houve mudança real dos elementos
envolvidos. Exemplo da água que realmente se transformou em vinho (João 2.9); da
multiplicação dos pães (Mateus 14.15-20); dos leprosos que realmente ficaram limpos (Lucas
17.11-14); da figueira que realmente secou (Mateus 21.19), e de tantos outros casos. No caso
do pão e do vinho não aconteceu a mesma coisa. Os apóstolos não contemplaram dois corpos
de Jesus. Da mesma forma não há transformação visível quando o sacerdote ministra a Ceia, eis
que o pão e o vinho continuam sendo pão e vinho, com sabor, cheiro, cor, forma e peso
característicos.

Deus não entra em nós pela ingestão do pão. A Bíblia diz que aqueles que crêem em Jesus
possuem o Espírito: "Não sabeis vós que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita
em vós?" (1 Coríntios 3.16). A Ceia do Senhor - Comunhão ou Eucaristia - não é meio de
salvação. Dela participam os salvos, os santos, os convertidos, ou seja, os que crêem em Jesus
Cristo, confessaram o Seu nome, e O aceitaram como Senhor e Salvador. Estes já possuem o
Espírito. (João 1.12; 3.16,18; Romanos 10.9; Atos 3.19; 16.31).

A justificação não decorre do participar ou não da Ceia. Quem dela participa é a Igreja, os
crentes em Jesus, os que já se acham justificados, lavados e remidos no sangue purificador.
"Pois todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus, e são justificados gratuitamente
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus. Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé, sem as obras da lei" (Romanos 3.23,24,28).

A finalidade da Ceia é esclarecida pelo próprio Jesus: a) anunciar a Sua morte, seu sacrifício
pelos pecadores, até a Sua vinda (1 Coríntios 11.26); b) para recordação ou em memória dele,
"fazei isto em memória de mim" (Lucas 22.19) O Novo Comentário da Bíblia, Edições Vida Nova,
vol. II, pg. 1208/9, assim explica 1 Coríntios 11.24-25: "Em memória de mim - A repetição é
impressionante e nos dá a razão escriturística para a observância da Ceia do Senhor. Sua
finalidade é fazermos recordação do Salvador, em todos os eventos de sua vida, mas
principalmente de sua morte por nós na cruz; e, em recordá-lo, sentirmos sua presença
conosco. A Santa Ceia é, pois, uma recordação de Cristo e uma comunhão com Ele".
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
Vamos ler essa "repetição impressionante": "Isto é o meu corpo que é entregue por vós; fazei
isto em memória de mim. Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes
que beberdes, em memória de mim" (1 Co 11.24-25). Jesus por duas vezes estabelece a
finalidade da Ceia, ou seja, para que nos lembremos dEle, de Sua vida, palavras, morte,
ressurreição.

"Isto é o meu corpo" é uma linguagem figurativa. Jesus usou esse estilo em outras ocasiões. Ele
disse: "Eu sou a porta. Todo aquele que entrar por mim, salvar-se-á. Entrará e sairá, e achará
pastagens" (João 10.9). Ninguém de sã consciência fica a imaginar que Jesus é realmente uma
porta de madeira ou de ferro, e que nós, ao passarmos por ela, iremos nos fartar comendo
capim.

Disse também: "Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai agricultor... vós sois os ramos" (João
15.1,5). Não é preciso muita lucidez para compreendermos que Jesus estava apenas ilustrando
sua mensagem com um elemento figurativo. Longe de nós imaginar seja Ele uma árvore com
raízes, tronco, folhas e galhos, e que o Pai esteja no campo plantando arroz. Disse mais: "Eu sou
o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a
minha carne, que eu darei pela vida do mundo" (João 6.51). Outra linguagem figurada. Revela
que em Cristo encontraremos alimento espiritual. Do céu não veio um pedaço de pão, nem
somos antropófagos para saborear a carne do Seu corpo. Ainda nesse passo, Jesus declara: "Se
alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior
fluirão rios de água viva" (João 7.37-38). Ninguém cogita de interpretar literalmente essas
palavras: não bebemos Jesus, e do nosso interior não jorra água abundante.

Jesus não ordena RENOVAR o Seu sacrifício. Ele diz que o partir pão tem a finalidade de
recordar e não de renovar. O Seu sacrifício não pode ser repetido. Vejam: "Isto [sacrifício] fez
Ele, uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu" (Hebreus 7.27). "Mas este [Jesus],
havendo oferecido, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à destra de
Deus" (Hebreus 10.12). "Pois Cristo padeceu uma única vez pelos pecados..." (1 Pedro 3.18).
"Pois sabemos que, havendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre. A morte não
mais tem domínio sobre Ele" (Romanos 6.9). Levar Cristo todos dias à cruz, e todos os dias
ressuscitá-lo, é uma prática sem apoio na Bíblia Sagrada.

Quando Jesus afirmou que estaria conosco todos os dias até a consumação dos séculos
(Mateus 28.20), não estava afirmando que Sua presença se daria pelo milagre da
transubstanciação, ou seja, mediante a transformação de pão e vinho no Seu corpo. A Sua
presença em nós é espiritual.

Depois de haver dado graças e ordenado a todos que tomassem do cálice, o vinho não se
transformou em sangue. Vejam: "Pois não mais beberei do fruto da vide, até que venha o reino
de Deus" (Lucas 22.18; Mateus 26.29). Ou seja: Jesus não deu o nome de sangue ao vinho. Este
continuou sendo o fruto da vide depois da consagração. Do contrário, teria Ele bebido seu
próprio sangue.

Se a expressão "ISTO É O MEU CORPO" (1 Co 11.24) coubesse significado literal, por que não
interpretar da mesma forma a expressão "ESTE CÁLICE É A NOVA ALIANÇA NO MEU SANGUE"
(1 Co 11.25)? Admitida a hipótese literal, estaríamos bebendo a Nova Aliança. Vejam que o
vinho aqui representa o Novo Concerto, o Novo Pacto, a Nova Aliança em Cristo. Mais uma vez
se confirma a tese do sentido figurativo.
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
A contínua renovação do sacrifício da cruz, como desejam os romanistas, contrasta com a
afirmação de Jesus: "Está consumado" (João 19.30). Ali, na cruz, se consumou a etapa mais
gloriosa. A obra da redenção fora consumada; o preço da redenção fora pago; o caminho da
salvação estava aberto à humanidade. Nenhum outro sacrifício seria exigido. "E, como aos
homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo,
oferecendo-se uma só vez, para levar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem
pecado, aos que o esperam para a salvação" (Hebreus 9.27-28).

Abstraindo-se a tese da transubstanciação, convém lembrar que a oferta de apenas de um dos
elementos na Ceia está em desobediência à ordenança do Senhor Jesus. Não apenas o pão
deve ser servido. O vinho, simbolizando a Nova Aliança no Seu sangue, é elemento
indispensável. Vejam: "Pois todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice,
anunciais a morte do Senhor, até que ele venha" (1 Coríntios 11.26). Desobedecer é pecar.
CONCLUSÃO
Diante do exposto somos levados a admitir que o Senhor Jesus usou uma linguagem figurativa, como o
fez em muitas outras ocasiões. Assim como entendemos das palavras "Eu sou a porta", que Ele
representa a porta por onde todos devemos passar, a caminho da salvação, de igual modo entendemos
a expressão "Isto é o meu corpo" como sendo "ISTO REPRESENTA O MEU CORPO", com relação ao pão;
e "Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue", como sendo "ESTE CÁLICE REPRESENTA A NOVA
ALIANÇA NO MEU SANGUE", com relação ao vinho.
O pão e o vinho conservam-se inalterados antes, durante e depois da Santa Ceia, quer esta seja
ministrada por um pastor evangélico, quer por um sacerdote católico. Ao bebermos o vinho, não
sentimos gosto de sangue; ao comermos o pão, não sentimos gosto de carne. Cristo está presente na
Ceia da mesma forma que está presente no Batismo. Sempre que estivermos reunidos em Seu nome,
Ele se fará presente, na qualidade de cabeça da Igreja (Efésios 5.23).
Como a Sua presença não decorre da transubstanciação, indicativa de mudança de uma substância em
outra, o pão e o vinho não devem ser objetos de adoração. A forma de adoração ensinada pelo Senhor
Jesus está em João 4.24: "Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em
verdade".
A Santa Ceia é um memorial ("fazei isto em memória de mim"), e não uma repetição do sacrifício de
Jesus na cruz, sacrifício que deve ser lembrado e não renovado (Hebreus 10.12).
Jesus não entra em nós pelos elementos da Ceia. Quem participa da Santa Ceia são os filhos de Deus, já
justificados, já remidos, já convertidos. São cristãos que já possuem Jesus no coração. Assim deve ser.
Por isso, Jesus prometeu que voltaria a beber do fruto da vide no reino de Deus, com a sua Igreja
(Mateus 26.29). Não há como admitir que um pecador não arrependido, não merecedor portanto de ser
habitação do Espírito Santo, possa introduzir Jesus dentro de si, pela ingestão do pão.
O VERDADEIRO SENTIDO DA PÁSCOA
ESTUDO SOBRE FESTAS
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Informações que todos os Cristãos
deveriam ter a respeito da Páscoa
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O maior motivo de comemoração para os cristãos é o dia em que seus pecados
foram perdoados, o dia em que o homem foi comprado por um preço muito alto e
esse preço foi a vida do próprio filho de Deus, que morreu para que todos pudessem
ter vida eterna através dEle. Ele morreu, mas também ressuscitou, e esse é o nosso
maior motivo de orgulho.
A Páscoa, o feriado onde todos nós deveríamos celebrar com júbilo e regozijo a
Graça do Senhor Jesus, tem perdido o sentido ao longo dos anos. Fiquei muito triste
quando um dia, ao conversar com uma criancinha de 8 anos, ao perguntá-la qual era
o sentido da Páscoa ela ter me dito que era o dia em que deveríamos ficar esperando
o "coelhinho da páscoa" para comer os "ovos de páscoa". Aquilo atingiu o meu peito como uma flecha,
pois desde muito pequena ela sempre freqüentou a Escola Bíblica Dominical e ficou muito surpresa
quando eu lhe disse o que era realmente a Páscoa, então resolvi continuar a pesquisar, vi que apenas 2
em 10 crianças, filhas de Evangélicos, sabem qual é o verdadeiro sentido da Páscoa, mas de quem é o
erro? De nós mesmos.
Quem nunca deu um "ovo de páscoa" para o seu filho? Ou ainda, que nunca fez seu filho no domingo de
Páscoa acordar bem cedo para procurar os ovinhos que o coelhinho deixou???
Como? O coelho nem ao mesmo coloca ovos! Nas escolas, as professoras fazem uma festinha
explicando o sentido da Páscoa, dizendo que é por causa de Jesus que nós a comemoramos ou vestem
as crianças de coellhinho e distribuem ovos de chocolate? O ensinamento que deveria ser dado na
Páscoa é dado no Natal, ou melhor, na farsa do Natal (Leia "A Pura Verdade Sobre O Natal"). Outro meio
que serve para massificar a idéia do "coelhinho da Páscoa" na mente das crianças é a TV, as
propagandas que falam sobre os ovos de páscoa e usam a imagem de um coelhinho "fabricando os
ovos".
Muitas outras coisas ainda ajudam a esconder a maravilhosa verdade sobre a Páscoa das crianças:
Outdoors, Cartazes, encartes nos jornais de domingo etc.
Leia com atenção o texto abaixo da The Grolier Multimedia Encyclopedia 1997, que fala sobre a Páscoa:
"De acordo com The Venerable Bede, o nome da Páscoa (em inglês Easter) é derivado do festival pagão
da primavera, da deusa anglo-saxã Eostre, e muitos costumes folclóricos associados com a páscoa (por
exemplo, ovos de páscoa), são de origem pagã.
O dia de Páscoa é atualmente determinado pelo primeiro domingo após a lua cheia em/ou após 21 de
março. As Igrejas Ortodoxas Orientais, contudo, preferem seguir o Juliano ao Calendário Gregoriano,
então sua celebração cai normalmente algumas semanas depois da Páscoa Ocidental. A Páscoa é
precedida pelo período de preparação chamado de Quaresma." (The Grolier Multimedia Encyclopedia,
1997. Trexo traduzido por Irlan de Alvarenga Cidade).
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Em que caminho estamos educando as nossas crianças? No cristianismo ou no paganismo? Estamos
cumprindo a palavra de Deus? Veja o que ela diz:
"Portanto, assim como recebestes a Cristo Jesus, o Senhor, assim também nele andai, arraigados e
edificados nele, e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, abundando em ação de graças."
(Colossenses 2:6-7)
" Porque, desde a infância sabes as sagradas letras, que podem necessitais de que se vos torne a ensinar
os princípios elementares dos oráculos de Deus, e vos haveis feito tais que precisais de leite, e não de
alimento sólido." (Hebreus 5:12)
"O qual nós anunciamos, admoestando a todo homem, e ensinando a todo homem em toda a
sabedoria, para que apresentemos todo homem perfeito em Cristo" (colossenses 1:28)
Devemos prestar mais atenção em pequenos detalhes que podem se transformar em uma bola de neve
no futuro, afetando na vida espiritual e devocional de nossos filhos. Pense Nisso.
Uma visão cristã das festividades de Israel
ESTUDO SOBRE FESTAS
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Hebreus 10.1-18
Apropriamo-nos do pensamento do filósofo judeu Abraham Heschel ao expressar que as civilizações
pensavam e pensam em termos de espaço. Daí as grandes e esplêndidas construções que elas deixaram.
Quem não se recorda de ter lido sobre as "Maravilhas do Mundo Antigo", entre elas: as pirâmides do
Egito, o Colosso de Rodes, os jardins suspensos da Babilônia, o farol de Alexandria, a Grande Muralha da
China. Em nossos dias, a Torre Eiffel em Paris, o Big Ben em Londres, a Estátua da Liberdade em Nova
Iorque, e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro nos impressionam.
E aí completa o filósofo dizendo que assim não procedeu o povo israelita. Em vez de levantar uma
construção, um monumento em termos de espaço que poderia ser derrubado como tantos dos
mencionados o foram, eles construíram "monumentos no tempo".
Que expressão linda! "Santuários de tempos", que são as grandes festas mencionadas na Bíblia:
Pessach, Hag Shavuoth, Yom Kippur, Hag Sukkoth, ou seja, respectivamente, a Páscoa, a Festa das
Semanas, o Dia do Perdão, a Festa dos Tabernáculos. Outro desses monumentos é o "dia de descanso",
o Yom Shabbat, do qual devemos aprender o significado de repouso, de honra, de prazer e de alegria.
Mas, como cristãos, que visão temos dessas festividades e dias solenes judaicos? O Dr. J. Scott HORRELL
descrevendo o fenômeno da igreja atual diz que "somos mais veterotestamentários do que
neotestamentários em nosso pensamento sobre a igreja" É real. Distorções, desvios e muita
imaturidade têm sido encontrados entre os grupos evangélicos, históricos alguns, neopentecostais na
maioria.
Há uma absurda tendência de confundir a cultura judaica com a fé expressa na Palavra de Deus,
admitindo como canônico, portanto, divinamente inspirado, tudo o que procede da cultura e do folclore
israelitas. Recordamo-nos que num curso de hebraico moderno patrocinado pelo Centro de Estudos
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Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, onde havia pessoas de origem israelita e
três ou quatro evangélicos, uma senhora, membro de igreja neocarismática, chegou ao ponto de
chamar as judias, inclusive a professora, de "nossa irmã". Sim, pelo destino natural de cada ser humano;
não, à luz da revelação em Cristo Jesus.
Isso é acorrentar-se aos "rudimentos fracos e pobres" de rituais e festividades que têm pleno
cumprimento na Nova Aliança, a HaBerith haHadassah, mencionados por Paulo em Gálatas 4.9. Isso é
distorção do foco espiritual, o que retrata uma má teologia da Nova Aliança. Aliás, há quem tenha mais
facilidade de seguir o que diz o "apóstolo", o "bispo", o pastor, a pastora ou o pregador da televisão que
o que ensina o Novo Testamento. No entanto, os estandartes hasteados no extraordinário movimento
espiritual que foi a Reforma Protestante do século 16 (Sola Gratia, Sola Fide, Sola Scriptura, Solus
Christu) convocam o povo de Deus a voltar à "fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd
3) , à palavra de Deus "viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes" (Hb 4.12), à
"doutrina que é segundo a piedade" (1Tm 6.3).
O fato é que igreja virou um tremendo empreendimento comercial. Demonizada há pouco tempo, hoje
é cortejada pelos políticos e corretores de investimento que buscam o apoio dos "apóstolos" e "bispos"
de todas as cores doutrinárias. O sucesso é medido pela capacidade de ganhar dinheiro, templos
tornam-se shopping centers literal e metaforicamente falando; prestígio é afanosamente buscado. E a
determinação paulina "Eu pela lei estou morto para a lei, a fim de viver para Deus. Estou crucificado
com Cristo, e já não vivo, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.19, 20) tornou-se em algumas personalidades
"Não mais Cristo, mas meu narcisismo vive em mim".
É como diz SALINAS "Dentro do movimento evangélico observa-se o retorno a antigas, primitivas
práticas, justificadas como bíblicas mas pertencentes a uma época quando a visão teológica de Israel era
profundamente limitada e primitiva". Com isso, mexe-se com a soteriologia, e, mesmo com a
escatologia. A experiência cultual deixa de ser "em espírito e em verdade", teocêntrica, cristocêntrica
para ser antropocêntrica e egocêntrica, porque interessa tão somente o que "eu vejo", o que "eu sinto"
e o que "eu experimento".
O fato é que Deus tornou a história de Abraão altamente profética ao ligá-lo ao futuro de todos os
povos. Cada acontecimento, cada evento, é uma semente, uma sombra, uma figura que amadurece,
desabrocha, realiza-se na Nova Aliança. Isso quer dizer que natureza, história e graça de Deus se unem
dando significado especial a cada festividade.
UMA LEITURA CRISTÃ DO ANTIGO TESTAMENTO
As festividades religiosas de Israel estavam ligadas às estações do ano agrícola. Eram celebradas na
primavera, no começo do verão e no outono. A princípio, iam ao santuário local; do século 7° em diante,
tornaram-se festas de peregrinação a Jerusalém. Na época de Jesus, Jerusalém que abrigava 40 mil
habitantes passava a 150 mil peregrinos.
As festividades registradas em Levítico 23 são as seguintes:
· Yom Shabbat (Dia do Descanso);
· Pessach (Páscoa);
· Habikurim (Primícias);
· Hag Shavuoth (Semanas, Pentecoste);
· Yom Kippur (Dia do Perdão);
· Hag Sukkoth (Tabernáculos).
E porque todas essas festividades são memoriais, cada uma é cumprimentada com uma bênção
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especial: "Agradeço-te por nos ter mantido vivos e sãos, permitindo-nos apreciar essa época".
2. Yom Shabbath (Descanso)
A palavra hebraica shabbat é utilizada para uma série de conceitos:
· Para o sétimo dia da semana, o yom shabbat;
· Para a semana inteira, shabbat shanim (Lv 23.5);
· Para o ano sabático, realizado de sete em sete anos (cf. Lv 25.2, 8, 34, 35, 43).
Modernamente, a palavra shabbat é usada para designar "parada, cessação, pausa, repouso, descanso,
desistência, interrupção", e, mesmo, "greve". Acrescente-se que a palavra Shabbathai, da mesma raiz,
designava o planeta Saturno, cultuado no sétimo dia, o que é atestado em algumas línguas como o
inglês "dia de Saturno", Saturday, em holandês, Zaterdag; em afrikaans, Saterdag.
Registra-se na Babilônia a palavra shapattu, o dia do meio do mês (lua cheia), considerado, porém, um
dia funesto: médicos não tocavam uma pessoa enferma, sacerdotes não emitiam profecias, reis não
comiam carne cozida nem usavam roupa limpa.
É considerado o Yom shabbat como a mais importante celebração judaica. Levando em conta o
calendário lunar utilizado liturgicamente pelo judaísmo, começa o dia de repouso na sexta-feira com o
surgimento da primeira estrela. Nesse instante, inicia-se a celebração com uma oração de ação de
graças nos seguintes termos: "Bendito és Tu, Senhor, nosso Deus, Rei do universo, Que nos santificas
com Teus mandamentos e ordens de acender as luzes do shabbat."
O falecido pastor presbiteriano, Dr. Alfred EDERSHEIM, ele mesmo judeu austríaco, reconhece o que ele
chama de "intoleráveis regras a respeito do sábado". Diz que só poderão ser compreendidas à luz da
Mishah e da Gemara, que compõem a obra de comentários rabínicos intitulada de Talmud. Na verdade,
vinte capítulos no Talmud de Jerusalém (Talmud Yerushalmi) e vinte e quatro no Talmud da Babilônia
(Talmud Babli) discutem regras absolutamente fúteis no seu entender. Basta dizer que um rabino gastou
dois anos e meio estudando o capítulo referente a animais de carga. Discute-se, aliás, o que seja carga, o
que se torna um verdadeiro peso. Jesus fala sobre isso quando diz:
"Os escribas e fariseus estão assentados na cadeira de Moisés. Portanto observai e fazei tudo o que vos
disserem. Mas não procedais de conformidade com as suas obras, pois dizem e não fazem. Atam fardos
pesados e difíceis de suportar, e os põem nos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo
querem movê-los" (Mt 23.2-4; cf. Lc 11.46).
Um exemplo desse fardo é não se constituir pecado recolher água da chuva diretamente do céu;
entanto, se fosse tomada da parede pela qual escorria, seria pecado. A lei judaica proíbe dirigir no
shabbat ou acender um fogão. Mas não proíbe mudar um móvel pesado dentro de casa.
Na verdade, o rabino Abraham Chill define trabalho (melakha) proibido como
"O conceito bíblico de melakha se aplica a trabalho que envolva a produção, criação ou transformação
de um objeto. Alguém pode passar todo o shabbat abrindo e fechando um livro até cair de cansaço e
não violar o shabbat. Por outro lado, o simples acender de um fósforo, só um, é uma profanação do
shabbat porque envolve criação."
A Mishnah fala de trinta e nove trabalhos para os quais há uma interdição. Entre eles, arar, ceifar, assar
bolo, tingir lã, tecer, dar permanentemente um nó, costurar, abater um animal, levantar ou demolir
uma estrutura. São trinta e oito trabalhos proibidos nos quais se dá um ponto final a um serviço. O
trigésimo nono proibido é carregar um objeto de um domínio particular a outro (dentro de casa ou da
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sinagoga, pode). Tudo o que é proibido usar no shabbat é também proibido de ser manejado: moedas,
por exemplo.
Era proibido, ainda, acender e apagar candeeiro, cozinhar ovo, escrever duas letras, esfregar as mãos,
andar mais que um certo número de passos (cf. At 1.12), e até prestar socorro a alguém que tivesse
membros do corpo quebrados, curar, portanto. Era proibida a compra e venda de mercadorias (cf. Am
8.5), proibidas viagens (Is 58.13), chegando a elaborar quanto se podia caminhar no dia de descanso, no
shabbat: 2.000 côvados, ou seja, aproximadamente 2.000 passos , O Livro dos Jubileus (1.8-12),
literatura extracanônica, menciona que relações conjugais eram proibidas no Yom shabbat..
Contra esse tipo de mentalidade, Jesus Cristo reagiu por ter observado que haviam perdido a dimensão
eterna pelas mesquinharias chamadas de religião! E, por essa razão, curou doentes no dia de descanso:
· curou um paralítico no poço de Betesda (Jo 5.1-18; cf. v. 9), razão porque foi duplamente chamado de
herege (cf. v. 18);]
· curou uma cego de nascença (Jo 9.1-7, 13,14,16);
· curou um homem de mão atrofiada (Mc 3.1-6; Lc 6.6-11);
· curou uma mulher com terrível problema na coluna (Lc 13.10-17),
· e permitiu, no dia do shabbath, atividades que eram proibidas pela Lei porque Ele é superior à Lei e
Senhor da mesma. Era proibido colher trigo para a alimentação, no entanto, permitiu que as espigas
fossem colhidas (Mc 2.23-28).
Os grupos mais radicais na observância do shabbat eram basicamente três: a escola do rabino Shammai,
a seita dos essênios e os samaritanos. Shammai entendia as proibições e deveres não apenas para os
seres humanos e animais, mas também para objetos inanimados. Não se podia começar o tingimento de
lã ou linho se não desse tempo de colocar para secar. Os essênios nem ao sanitário iam?!
A outra escola, bem mais liberal, era a do rabino Hillel, que discutia com Shammai se um alfaiate podia
ou não segurar uma agulha depois de iniciado o shabbat. Aliás, Hillel, diferentemente de Shammai,
excluía as coisas inanimadas das proibições, e dava um "jeitinho" na questão do trabalho, sugerindo que
se pagasse um gentio para terminá-lo.
Toda a Escritura valoriza o descanso, pois desde o seu primeiro livro aponta para o descanso de Deus
(Gn 2.3), bem como para o livramento do Egito, pois, "Lembra-te de que foste servo na terra do Egito, e
que o Senhor teu Deus te tirou dali com mão forte e braço estendido. Pelo que o Senhor teu Deus te
ordenou que guardasses o repouso" (Dt 5.15).
Uma leitura cristã do shabbat aponta-nos para o perfeito repouso que é Jesus Cristo, o mesmo que
pronunciou as confortadoras palavras:
"Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei [eu vos darei shabbat].
Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e
encontrareis shabbat para as vossas almas" (Mt 11.28, 29).
Aliás, a preocupação de Jesus pelo bem-estar e conforto físico dos discípulos é algo enternecedor. Ao se
retirar para Nazaré, Jesus envia Seus discípulos às vilas e aldeias do entorno daquela cidade dando-lhes
autoridade sobre os demônios, o que efetivamente aconteceu (cf. Mc 6.12, 13). Ao retornarem (cf. vv.
30, 31), cansados porém alegres, relataram as bênçãos da missão designada, pelo que ouviram de Jesus
o convite: "Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco". E a explicação: "Porque
havia muitos que iam e vinham, e não tinham tempo para comer". Jesus os chama para um shabbat,
uma pausa, um descanso.
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É preciso encarar esse assunto em termos de tempo e de eternidade. Fixar-se num dia da semana é
perder o senso da eternidade, mesmo porque nós não podemos doutrinar em cima de sombras do
calendário (cf. Hb 10.1), o sábado temporal, e fazê-lo é perder a noção de que Jesus Cristo, Ele, sim, é o
nosso shabbat, o nosso descanso, como mencionado em Hebreus 4.3: "Porque nós, os que temos crido,
é que entramos no descanso, tal como disse: Assim jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso;
embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo".
Percebe-se a importância e dignidade do ser humano, imagem do nosso Deus, semelhança do Criador.
Percebe-se com absoluta clareza que a Lei e as suas instituições devem ser vistas à luz da eternidade.
Realmente, a Carta aos Hebreus diz que a Lei é a sombra dos bens futuros, razão porque afirmamos que
não se pode doutrinar em cima de sombras (cf. Hb 10.1). Portanto, com a Nova Aliança, as figuras e
sombras da Antiga Aliança caducaram, e com elas as festividades judaicas agora vislumbradas sob o
ponto de vista cristão. Que diferença da alegria, da felicidade, da liberdade de se viver na Nova Aliança!
Jesus nos libertou disso quando disse, "O shabbat foi feito por causa do ser humano, e não o ser
humano por causa do shabbat " ( Mc 2,27).
No Novo Testamento, as referências ao shabbat estão sempre em conexão aos judeus, tendo à frente o
partido dos fariseus, ou em relação ao templo e às sinagogas. Mas com respeito ao Dia do Senhor, o
primeiro dia da semana, as referências são sempre em relação a Jesus Cristo, ao Espírito Santo, à igreja e
aos discípulos.
Recordemos que o fato culminante da vida e da obra de Cristo Jesus é a Ressurreição. Por ela, somos
justificados, diz a Palavra de Deus (cf. Rm 4.25), somos regenerados (1Pe 1.3), e alcançamos uma boa
consciência para com o Pai (1Pe 3.21). Sem a ressurreição, porém, seríamos uns iludidos, a nossa fé
completamente vazia e continuaríamos em nossos pecados; os que morreram em Cristo estariam
perdidos, e seríamos os mais infelizes, os mais miseráveis, os mais desgraçados de todos os homens!
(1Co 15.17-19) Mas só se a ressurreição não tivesse acontecido!
E essa é aspiração maior, o realizado anseio dos crentes: sentir nos cultos, nas suas próprias reuniões, a
presença de Jesus Cristo, nosso Salvador! É o que acontece quando no primeiro dia da semana, no Dia
do Senhor, "reunimo-nos aqui para glorificar o rei Jesus", o Qual aponta para um descanso superior que
é o livramento total e eterno conforme Hebreus 4.9 em diante.
3. Pessach (Páscoa)
As festividades a que todo Israel deveria comparecer eram três: Pessach, Shavuoth e Sukkoth.
Pessach e a Hag Mazzoth, ou seja, a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos, são, rigorosamente falando,
celebrações distintas, visto que a primeira é celebrada em 14 do mês de Nisã e a segunda a partir do dia
seguinte até o 21. No entanto, elas se fundiram a ponto de serem consideradas uma só tanto no Antigo
Testamento quanto no Novo Testamento conforme se pode verificar em Mateus 26.17; Marcos 14.12 e
Lucas 22.1. Pessach é uma festa de cunho pastoril, enquanto Hag Mazzoth é uma celebração agrícola.
A informação sobre o Pessach nos vem de textos litúrgicos, de textos históricos e de documentos
extrabíblicos. No primeiro caso, temos o registro do ritual da festividade em Êxodo 12, Números 28.1625, Ezequiel 45.21-2; os calendários religiosos em Êxodo 23.15; 34. 18, 25; Deuteronômio 16.1-8;
Levítico 23.5-8; e, ainda, a história de Números 9.1-14.
Com respeito aos textos históricos, o primeiro Pessach celebrado em Canaã encontra-se em Josué 5.1012; as celebrações públicas no reinado de Salomão (2Cr 8.13); no tempo de Ezequias em 2Crônicas
30.15; a realizada na época de Josias em 2Reis 23.21-23 (2Cr 35.1-18); a celebração depois do Exílio em
Esdras 6.19-22. Em relação aos documentos extrabíblicos, destaque-se um papiro e duas ostracas
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(pedaços de cerâmica escritos) da colônia judaica de Elefantina no Egito.
A palavra pessach, que tem o significado de "passagem", refere-se à passagem do anjo do Senhor (cf. Ex
12.23, 27) que isentou os lares hebreus da última das pragas lançadas sobre a terra do Egito.
A narrativa menciona o sacrifício de um cordeiro ou cabrito cevado sem defeito, macho de um ano, no
dia 14 do mês de abibe ("espigas verdes"cf. Lv 23.15; Ex 13.4) como oferta pelo pecado (cf. Ex 12.2-6).
Do Exílio em diante este mês passou a ser chamado nisã, segundo nos diz Neemias 2.1.
Inicialmente, Pessach era uma celebração doméstica. Na época de Jesus passou a ser uma grandiosa
peregrinação a Jerusalém (cf. Ex 12; Js 5.10-12; Mc 14.1, 2).
Em relação à Festa dos Pães Asmos ou Sem Fermento, esta iguaria era preparada absolutamente sem
fermento, razão porque é chamada de "pão de aflição" (cf. Dt 16.3) por causa da saída apressada do
Egito (Ex 12.33ss). Na verdade, produtos de pão continuam sendo proibidos nos oito dias da festividade.
Realiza-se uma faxina completa na casa de modo a tirar todo resquício de khametz (fermento).
Modernamente, pessoas de alto poder aquisitivo, especialmente nos Estados Unidos e Canadá,
preferem se hospedar num hotel ritualmente puro (conhecido em hebraico como kosher) durante a
semana para evitar a sobrecarga e estresse trazidos pela intensa faxina doméstica.
O fato é que ao celebrarem esta festividade, no seder, os judeus proclamam que chegou a hora de todos
os povos serem livres. O tradicional desejo é que em liberdade seja realizada "No ano que vem em
Jerusalém!" (Leshana tovah beYerushalaim!). Hoje, judeus da linha reformada preferem exclamar, "No
ano que vem que a humanidade seja livre!"
Ocorre que esse é um desejo que já encontrou cumprimento. Uma leitura evangélica nos ensina que,
realmente, fomos libertos do Egito, da escravidão e do faraó. Em Cristo, "nosso pessach", "nossa
páscoa" (cf. 1Co 5.7), fomos libertos do mundo, do qual o Egito é a metáfora, fomos remidos do pecado,
do qual a escravidão é a figura, e fomos salvos do reino do maligno representado pela pessoa do faraó.
O evento correspondente ao Pessach na Nova Aliança é, portanto a Redenção. Na Antiga Aliança, o
sangue de animais cobria os pecados. Este é o significado de kafer, "cobertura". No entanto, na Nova
Aliança, o sangue de Jesus Cristo tira os pecados, purifica-nos, como esclarece a exclamação de João, o
Batista ("Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!", João 1.29), e a claríssima Primeira Carta
de João ao dizer que "o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1.7).
Como na páscoa judaica, todo fermento deve ser eliminado, visto ser o símbolo de corrupção, hipocrisia,
pecado, e Jesus não hesitou em usar esta figura em Mateus 16.6 ("Cuidado, acautelai-vos do fermento
dos fariseus e dos saduceus", cf. Mc 8.15; Lc 12.1), bem como Paulo em 1Coríntios 5.7, 8. Uma leitura
cristã observa a expressão de nossa comunhão com Cristo que começa coma redenção (João 6. 48, 51) e
prossegue em santificação de vida (1Coríntios 5.6-8; Gálatas 5.9).
4. Hag haBikarim (Festa das Primícias)
Levítico 23.9-14 (cf. Dt 16.9-11) faz referência à Festa das Primícias, e menciona que um molho das
primeiras espigas da colheita deve ser movido diante do Senhor. No Yom rishon, o primeiro dia da
semana, um cordeiro de um ano sem defeito era oferecido em holocausto, ocorrendo, ainda, uma
oferta de cereais e uma libação de vinho. As primícias pertenciam ao sacerdote. EDERSHEIM explica que
a oferta das primícias, apropriadamente falando, pertencia à classe das contribuições religiosas e para
caridade.
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É sugestivo verificar que enquanto o povo levava as primícias, Jesus Cristo, primícia dos que dormem na
expressão de Paulo, ressuscitou! Paulo faz essa referência em 1Coríntios 15.20, "Mas de fato Cristo
ressurgiu dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem" (cf. Cl 1.18; Ap 1.5, 6; 14.4), o que
significa que o evento correspondente à Hag haBikarim na Nova Aliança é a Ressurreição de Jesus Cristo.
5. Hag Shavuoth (Festa das Semanas ou de Pentecostes)
Considerada uma festividade de grande alegria e agradecimento pelas dádivas divinas nas colheitas,
razão porque recebe igualmente o nome de "Festa da Colheita" (Hag haKatsir, cf. Ex 23.16) e "Festa das
Primícias do Trigo" (Ex 34.22), seu mais detalhado registro é encontrado em Levítico 23.15-25 (cf. Dt
16.10), ocorrendo sete semanas a partir da Festa das Primícias.
No sétimo sábado, ofereciam-se cereais, dois pães preparados com farinha nova, com fermento (aliás, o
único exemplo em que o uso do fermento é ritualmente prescrito), sete cordeiros de um ano sem
defeito, os quais passarão a pertencer ao sacerdote (Dt 18.3, 4), um novilho, dois carneiros, e, em
holocausto, um bode (oferta pelo pecado) e dois cordeiros de um ano como sacrifício de paz. O verso 22
regula que na colheita, as espigas caídas e os cantos do campo ficarão intocados destinando-se aos
carentes e forasteiros.
É considerada como a festa do aniversário da Torah, renovação anual da Berith, a Aliança, a entrega da
Lei dada no Sinai (cf. Ex 19.1, 11; 12.6, 12). Os manuscritos do Mar Morto confirmam a antigüidade
desta atribuição (cf. 2Cr 15.10-15).
No entanto, segundo TELUSHKIN, na vida judaica esta festividade é considerada de meio luto, sem
maiores detalhes sobre a razão deste pensamento, a não ser a referência feita pelo Talmud a uma praga
no segundo século que teria morto 24 mil estudantes do rabino Akiva. Os judeus ortodoxos não cortam
os cabelos ou celebram casamento durante o período. É feita a leitura do livro de Rute durante a sua
celebração.
Uma releitura do ponto de vista cristão, verifica que como Pessach, esta festividade foi eventualmente
relacionada com a história da salvação, e o evento que lhe corresponde na Nova Aliança é o
derramamento do Espírito Santo em Jerusalém, cinqüenta dias após a ressurreição de Jesus Cristo por
ocasião do Dia de Pentecostes (At 2.1; 20.16; 1Co 16.8).
6. Yom Kippur (Dia do Perdão)
O conceito básico desta solenidade é a reconciliação entre Deus e a pessoa humana, e as pessoas entre
si. É considerada a maior das festividades judaicas e sua comemoração anual objetiva fazer a purificação
dos pecados (cf. Lv 16.16, 30, 33; Nm 29.7-11; Ez 45.18-20).
No Yom Kippur apenas o Kohen haGadol, o sumo-sacerdote, oficiava com um traje especial. O Talmud
chama esta data especial sugestiva e reduzidamente de "O Dia".
O relato bíblico menciona que dois bodes idênticos eram escolhidos, de modo que um era oferecido ao
Senhor como oferta pelo pecado, e sobre o outro, a culpa de Israel era transferida pela imposição das
mãos do sumo-sacerdote e levado ao deserto.
Era o Yom Kippur o único dia em que o sumo-sacerdote entrava no Kodesh haKadoshim, o Lugar
Santíssimo , a câmara reservada do Tabernáculo e do Templo (cf. Lv 16.2; Ex 30.1). Levítico 23.27 regula
o modo de celebrar: "afligireis as vossas almas", que tem sido interpretado como um dia de grande
jejum.
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O bode denominado de "emissário" era conduzido para o deserto ("terra solitária, cf. Lv 16.22a) por um
homem responsável para fazê-lo (v. 21b). De Jerusalém ao começo do deserto distava
aproximadamente 16 km, havendo dez paradas. Em cada uma, ficava uma ou mais pessoas para assistir
o encarregado da condução do animal e acompanhá-lo até a parada seguinte.
Ao chegarem ao deserto, o responsável levava sozinho o bode até um precipício, onde o empurrava no
abismo, e voltava. Como estava considerado trefah (impuro), ficava na última parada onde passava o
resto do dia e a noite.
Sinalizava-se com bandeiras notificando que o bode tinha cumprido sua missão. Este animal recebia o
nome de Azazel, conforme Levítico 16.8, palavra traduzida nas Escrituras como (1) "bode emissário",
embora haja diversas interpretações.
(2) Idéia apresentada na versão siríaca das Escrituras Hebraicas é que Azazel seria o nome de um
demônio do deserto levando em conta que azaz é "ser forte" e el, Deus. Tal opinião leva em conta que
desertos, cemitérios, ruínas eram local de habitação de demônios (Is 13.21; 34.14; Mt 12.43; Mc 5.3).
(3) Por redução, Satanás, opinião esposada pelos adventistas.
(4) Sugere-se "a fim de remover" como significado básico sugerido pela raiz árabe azala cuja significação
é "remover".
(5) Outra sugestão é significar uma região desolada (cf. Lv 26.22).
(6) E, por fim, o falecido erudito Roland DE VAUX sugere que a palavra faria referência a precipício,
despenhadeiro, o lugar para onde o animal era levado.
Nos dias atuais, o Yom Kippur continua vivo. Na véspera, nas sinagogas, canta-se o Kol Nidreh título
dado pelas primeiras palavras desta pungente canção e que quer dizer "Todas as promessas", quando se
pede que seja o suplicante liberado de todas as promessas feitas e não cumpridas. Desse momento até
o culto final, a Nehilah, ou seja, "Conclusão", todos a partir dos treze anos entram em absoluto e
obrigatório jejum, que tem início uma hora antes do feriado se iniciar.
São vinte e cinco horas de meditação, exame de consciência, arrependimento e pedido de perdão a
Deus pelos pecados e transgressões do ano anterior. Não bebem qualquer líquido ou tomam banho e
nada de intimidades conjugais. Não se pode usar sapatos de couro, que é para diminuir o conforto nesse
dia de profunda reflexão. Crianças abaixo de nove anos não jejuam; de nove aos onze para as meninas e
aos doze para os meninos, recebem as principais refeições. Dos doze anos para as meninas, e dos treze
para os meninos em diante o jejum é obrigatório. À tarde, é lido o livro do profeta Jonas.
A tradição vê o Yom Kippur como o dia em que Deus decide o destino de cada ser humano. O povo ora
intensamente uma prece que fala do "fechamento das portas do céu", esperando ser admitido na
presença de Deus. O toque do shofar, a trombeta de chifre de carneiro encerra as atividades, e, como
expressa o rabino Joseph TELUSHKIN, "O povo experimenta uma grande catarse".
Uma leitura cristã evangélica desta festividade considerada pelos judeus como um dos "dias de terror"
demonstra com meridiana clareza que tudo era e continua sendo imperfeito, em nada melhorando a
condição do cultuante. EDERSHEIM, um judeu convertido como mencionado, chega a dizer "A Lei não
faz nada perfeito". Isso significa não ter um mediador perfeito no seu sacerdote, não tem ter uma
expiação perfeita no sacrifício , não ter um perdão perfeito como resultado do trabalho conjunto do
sacerdote e da oferenda. E, deste modo, a Carta aos Hebreus esclarece em 10.1 que,
A lei, tendo a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, não pode nunca, pelos
mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem de ano em ano, aperfeiçoar os que se chegam ao
culto".
E também,
"O Espírito Santo mostra-nos assim que, enquanto permanecer de pé o primeiro santuário, o caminho
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que leva ao verdadeiro santuário ainda não está aberto. O primeiro santuário é apenas uma imagem
com referência ao tempo de hoje. Significa que as ofertas e os sacrifícios de animais oferecidos a Deus
não são capazes de tornar verdadeiramente perfeitos aqueles que os oferecem" (Hb 9.8, 9).
Não é necessário muito esforço mental para entender que "é impossível que sangue de touros e de
bodes tire os pecados" (Hb 10.4). Ou, modernamente, viver na aflição de pedir que o nome seja escrito
no Livro da Vida multiplicando a solenidade ano após ano, razão porque lemos com alegria, esperança e
fé, "(pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma), e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela
qual chegamos a Deus" (Hb 7.19).
Verifica-se que o Yom Kippur, o Dia da Expiação, encontra o seu lado concreto no Calvário (Hb 2.17)
porque esta solene festa judaica, um dos chamados "dias terríveis" é só uma sombra da tarde de horror
no Calvário projetada.
7. Hag Sukkoth (Festa dos Tabernáculos)
"A mais alegre de todas as festas do povo israelita era a Festa dos Tabernáculos", assim se expressa
EDERSHEIM. Celebra o fim das colheitas (cf. Ex 23.16). Realmente: as colheitas estavam nos celeiros; os
frutos, recolhidos; a terra aguardava as chuvas para novamente ser preparada. Portanto, é tempo de
agradecer a Deus.
Hag Sukkoth, festividade eminentemente agrícola (cf. Lv. 23.29), é realizada no dia 15 do mês de Tishri
ou Ethanim, o sétimo do calendário hebreu. É também chamada de Festa das Colheitas (Hag haKatsir, cf.
Ex 23.16; 34.22); Festa das Cabanas, das Tendas ou dos Tabernáculos (Lv 33.34, 43; Dt 16.13, 16; 31.10;
2Cr 8.13; Ed 3.4); e, simplesmente, A Festa (1Rs 8.2; 2Cr 5.3; 7.8,9).
Comemora a época quando Israel vivia em tendas. Por isso, constroem-se até hoje cabanas como um
memorial durante o período de oito dias (Lv 23.43, 44). Na sua celebração, seguindo o padrão expresso
em Levítico 23.40, tomam-se "o fruto da árvore formosa (etrog), palmas de palmeira, e ramos de murta
e de salgueiro de ribeiras". Etrog é um fruto cítrico, as folhas de palmeiras com aproximadamente três
palmos formam o lulav, três são os ramos de murta e dois os de salgueiro.
As ofertas pelo pecado, que eram bodes, eram feitas cada dia por sete dias. As ofertas queimadas
igualmente por sete dia do seguinte modo: no primeiro dia, 13 bezerros; no segundo dia, 12 bezerros;
no terceiro dia, 11 bezerros decrescendo um animal a cada dia até o sétimo. As ofertas de bebidas ou
libações (cf. Nm 15.1-10) eram de aproximadamente 1,½l de vinho para cada cordeiro;
2l de vinho para cada carneiro,
3 l de vinho para cada bezerro.
As ofertas de manjar descritas em Números 29.12ss eram de aproximadamente 3,7l de farinha
misturada com 1½l de óleo para cada cordeiro;
7½l de farinha com 6l de óleo para cada carneiro;
10l de farinha com 3l de óleo para cada bezerro.
Ao todo, 70 bezerros, 14 carneiros e 98 cordeiros.
É curioso e sugestivo lembrar que o Templo de Salomão foi inaugurado durante a Festa dos
Tabernáculos (1Rs 8.2; 2Cr 5.3).
O olhar cristão para esta festividade da Antiga Aliança revela-nos a bendita realidade de que Deus
armou o Seu próprio Tabernáculo entre nós. O Evangelho de João registra que o Deus tabernaculou,
"armou Sua tenda", habitou no nosso meio. Traz uma importante lição a aparente coincidência das
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raízes hebraica e helênica da palavra shekinah, a presença plena da glória de Deus no meio do seu povo,
e a palavra skinê que significa "tabernacular" de acordo com João 1.14 (cf. Ap 7.15).
Como as outras festividades, a Festa dos Tabernáculos demonstra um alto significado na Nova Aliança
por ser figura e sombra da casa espiritual na qual o Senhor e o Seu Espírito habitam em nós (cf. Hb 3.5,
6).
CONCLUSÃO
Até parece que a Antiga Aliança era só alegria. Na verdade, a Nova Aliança é, sobretudo, otimista e
alegre. Lucas 2.10, 11 registra o primeiro sermão de Natal e fala de "novas de grande alegria".
Os testemunhos dos setenta enviados eram dados com grande alegria porque os demônios se
submetiam à autoridade da Palavra (Mt 28.8). Os discípulos foram tomados de alegria pela ressurreição
de Jesus, apesar de terem ficado no quase paradoxo de não acreditarem no que viam (Lc 24.41). Em
Samaria, consigna o livro dos Atos dos Apóstolos, alegraram-se por causa dos sinais do reino de Deus
(8.6-9).
Paulo enfatizou que "o reino de Deus é... alegria no Espírito Santo (Rm 14.17). Aos gálatas, Paulo disse
que guardar os deveres e festividades do Antigo Testamento significava um retorno a rudimentos, ao
leitinho dos primeiros meses de vida, como bem o declara a sua Carta em 4.8-11.
Em muitas ocasiões, O Senhor declarou a rejeição dessas festas:
"Não continueis a trazer ofertas vãs! O incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os
sábados , e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade, nem o ajuntamento solene.
As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece. Já me são pesadas; estou
cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; sim,
quando multiplicais as vossas orações, não as ouço" (Is 1.13-15; cf. 29.13) ;
"Quando jejuarem, não ouvirei o seu clamor; quando oferecerem holocaustos e ofertas de cereais, não
me agradarei deles" (Jr 14.12a; cf. Mq 3.4; 6.6, 7).
Oséias, o profeta, vai predizer no capítulo 2.11 que todas essa solenidades serão abolidas. "Também
farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas
assembléias solenes".
Com a Nova Aliança, não estamos mais presos ao tempo, mas, sim, abençoadamente ligados à
eternidade pelo sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. E o apóstolo Paulo o afirma: "Ninguém, pois, vos
julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são
sombras das coisas vindouras, mas o corpo de Cristo" (Cl 2.16,17).
No pão do Pessach, cognominado de "pão da aflição", a Nova Aliança vê diferentemente porque nele
reside uma indescritível bem-aventurança, visto que Jesus Cristo o transforma em "pão da alegria" ao
estabelecer a Ceia Memorial.
Na realidade, o evangelho é, no dizer de Paulo e de Pedro, "pedra de tropeço e uma rocha de
escândalo" (Rm 9.33; 1Pe 2.8). O evangelho perturba, choca, transforma, confronta, inquieta, convence
do pecado e abate o orgulho humano. Se isso não acontece, é outro ou nenhum evangelho, mas,
seguramente, não é o evangelho do Calvário.
Esse nos liberta. Por ele e por causa dele podemos afirmar com o Apóstolo, "Cristo nos libertou para que
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sejamos de fato livres. Estai, pois, firmes e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da escravidão" (Gl
5.1).
NOTAS
1 HORRELL, p. 9.
2 Cf. DE VAUX, p. 476.
3 Cf. EDERSHEIM, Festas de Israel, p. 159.
4 Cf. TELUSHKIN, p. 599.
5 Entre 800 e 900 m (cf. Ex 16.29; At 1.12).
6 O significado de nisã é "abertura". Este é o primeiro mês do ano civil hebraico (cf. Ex 12.2).
7 Também traduzido literalmente como "Santo dos Santos".
8 Cf. p. 509.
9 Cf. Festas de Israel, p. 117.
10 O Novo Testamento - tradução em português moderno. Lisboa, Sociedade Bíblica, 1978.
11 Festas de Israel, p. 83.
12 Cf. MELAMED (Org..).
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[Confereência proferida no Congresso Bíblico-Doutrinário do Amazonas, realizado em Manaus, 27 a 29
de novembro de 2002]
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