BR ASIL R$ 2,00 FUNDADO EM 1º DE OUTUBRO DE 1827 - ANO CLXXXIX - N 0 93 www.jornaldocommercio.com.br SEXTA-FEIRA, 19 DE FEVEREIRO DE 2016 OBAMA IRÁ À TERRA DE FIDEL CASTRO EM MARÇO Barack Obama anunciou ontem que visitará Cuba em 21 e 22 de março, prometendo debater a situação dos direitos humanos na ilha caribenha com Raúl Castro, que já adiantou que aceita discutir o tema. A ultima viagem de um presidente dos EUA ao país ocorreu em 1928. A-10 KEVIN LAMARQUE/REUTERS BIOIMPRESSORA CRIADA NOS EUA produz tecido humano mole, como os músculos, com um sistema que facilita a vascularização das áreas lesionadas. Segundo os cientistas, a técnica permite a recuperação de estruturas complexas do corpo. B-7 Banco Central apura tombo de 4,08% no PIB de 2015 Em recessão, a economia brasileira teve em 2015 o pior resultado dos últimos 12 anos, segundo a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) calculada pelo Banco Central desde 2003. No ano passado, o Índice de Atividade da instituição (IBC-Br) recuou 4,08% ante 2014, quando já havia diminuido 0,15% em relação ao ano anterior. O resultado oficial do PIB será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 3 de março. Apenas em dezembro, a medição feita pelo BC revelou que a atividade encolheu 0,52% na comparação com novembro, já descontados os efeitos sazonais, e 6,51% no confronto com igual mês de 2014. O BC, como sempre, promoveu revisões dos resultados dos meses anteriores. Desta vez, todas as mudanças foram para terreno ainda mais negativo. A constatação da forte queda não dá espaço para otimismo em relação a 2016, na avaliação da economista da CM Capital Markets, Jéssica Strasburg. Para a economista do banco ABC Brasil Natália Cotarelli, a retração observada no IBC-Br deve prosseguir no início deste ano de maneira generalizada, sem poupar setores. A-2 Usiminas luta por saída ANDRE BRANT Marcia PELTIER Em entrevista, pesquisador Sergio Jorás explica importância científica da comprovação da existência de ondas gravitacionais.A-12 CÂMBIO IMPULSIONADO POR CORTE DE RATING, DÓLAR VOLTA A SUBIR. B-1 BALANÇO VENDAS FRACAS DERRUBAM LUCRO LÍQUIDO DA NATURA. B-2 O Conselho de Administração da Usiminas tem consenso sobre a necessidade de injeção de capital na companhia, mas não chegou a um acordo sobre a forma pela qual isso deverá ser feito nem sobre o valor necessário, informou ontem o vice-presidente financeiro do grupo siderúrgico, Ronald Seckelmann. Em reunião na véspera, contou, os acionistas controladores pediram informações detalhadas sobre a melhor forma de readequação financeira da empresa, com alternativas como aumento de capital, empréstimos dos controladores e empréstimos entre companhias do grupo. A Usiminas, que no ano passado sofreu prejuízo líquido de R$ 3,685 bilhões, ante lucro de R$ 208 milhões em 2014, tem de honrar pagamentos de R$ 1,9 bilhão em 2016 e seu caixa é de R$ 2 bilhões. B-2 Emprego industrial suporta quarto ano seguido de redução A persistência da crise na produção fez a indústria cortar postos de trabalho pelo quarto ano consecutivo. O número de trabalhadores no setor encolheu 6,2% em 2015, o pior resultado já registrado pela Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de horas pagas aos trabalhadores também teve o desempenho mais negativo da série, iniciada em 2002, ao diminuir 6,7% no ano passado. Como consequência, a folha de pagamento ficou 7,9% menor. "O cenário é bastante ruim, com os piores resultados históricos na produção industrial se refletindo nos piores resultados históricos do emprego industrial. É complicado, porque isso está destruindo a qualidade do emprego”, aponta Rafael Cagnin, economistachefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), lembrando que o setor fabril tradicionalmente paga salários melhores e apresenta nível de formalização mais elevado. A-3 CARREIRAS CNI: só 64% das empresas investirão este ano A atividade econômica em marcha a ré e o aperto financeiro das empresas impactaram os investimentos da indústria brasileira em 2015 e traçaram para 2016 um panorama ainda mais sombrio. Pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria Ana Carla Fonseca, diretora da Garimpo de Soluções MOTIVAÇÃO E PRAGMATISMO PARA ENFRENTAR A CRISE. B-8 SEGUROS UM ANO DE DESAFIOS PARA A CARTEIRA DE AUTOMÓVEL. A-6 ENTRELINHAS O simbolismo e o mundo real A-4 EDITORIAL Perspectivas industriais A-8 BRASÍLIA/DF O embrulho da CPMF A-10 ASSINATURAS E ATENDIMENTO AO LEITOR 0800-0224080 FA X : ( 2 1 ) 2 5 1 6 - 5 4 9 5 [email protected] (CNI) mostra que, em 2015, apenas 74% das empresas investiram, o menor percentual desde 2010, quando teve início a série histórica. Em 2014, 81% das indústrias pesquisadas registraram investimentos. Para 2016, o número de industrias que pretendem investir é ainda Para reduzir uso de nafta, Braskem estuda diversificar matéria-prima A Braskem está examinando a possibilidade de diversificar sua matéria-prima no Brasil, onde consome principalmente nafta, o que pode envolver a migração de uma pequena parte do insumo para gás, disse ontem o presidente da petroquímica, Carlos Fadigas. Os estudos ocorrem após a Braskem ter firmado com a Petrobras, em dezembro, contrato para fornecimento de nafta por um preço que considerou caro, a fim de encerrar a incerteza em torno da questão – o acordo teve cinco aditivos de curto prazo enquanto as empresas não chegavam a um ponto co- mum. O executivo explicou que a substituição seria menos propícia em fábricas com logística mais difícil, como a do ABC paulista, e mais viável em fábricas com conexão com a costa e o litoral do País. Segundo a empresa, a Petrobras estava usando o nafta de suas refinarias na produção de gasolina, motivo pelo qual começou a importar o insumo para atender à Braskem, tentando repassar a ela o aumento de custo. Conforme Fadigas, a petroquímica não firmou um contrato com a estatal para transformar matéria-prima importada, e sim nacional. B-3 mais baixo: 64%, também a menor intenção de investimentos da série. Se houver perda mais intensa de fôlego da economia, a quantidade de companhias que efetivamente fará os aportes planejados poderá ser ainda mais acanhado. A-3 Problemas no Brasil são domésticos diz agência de risco S&P A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor’s (S&P), Lisa Schineller, afirmou ontem que o novo corte do rating brasileiro é reflexo principalmente de fatores domésticos, e não de problemas externos. Na quarta-feira, a agência de classificação de risco rebaixou a nota do País de BB+ para BB, dois degraus abaixo do grau de investimento. O quadro externo mais desfavorável – com a China em desaceleração, queda nos preços das commodities, volatilidade do mercado financeiro mundial e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) elevando juros – traz desafios, mas são os problemas internos que têm pesado mais na economia e na avaliação do risco de crédito do País, disse Lisa. A-2