instituto federal de educação, ciência e tecnologia de santa

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE SAÚDE E SERVIÇOS
CURSO TÉCNICO DE METEOROLOGIA
PROF. ORIENTADOR (AS):
MÁRCIA FUENTES E ELIANE S. BARETA GONÇALVES
JÉSSICA MARIA BARTNIKOSKY
LAUREN FONTOURA
MARIANA MATTEVI IUCCIOLINO
AMANDA TEIXEIRA
ACÁCIO CORDIOLI
OCORRÊNCIA DE TEMPESTADE NA MESORREGIÃO DA ILHA DE
FLORIANÓPOLIS
Florianópolis
JULHO DE 2014
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente à nossa orientadora Márcia Fuentes por nos
disponibilizar de seu tempo e seu conhecimento a fim de ajudar-nos a concluir nossa
monografia. Prestigiamos à nossa professora de CEP Eliane Bareta,pelas suas orientações e
sua dedicação com o grupo e com a turma. Agradecemos a Financiadora de Estudos e Projetos
- FINEP (processo 04.12.0270.00) pelo suporte financeiro e a CASAN e ICMBio pelo
interesse científico em conceder os espaços para instalação das estações meteorológicas
móveis.Por final agradecemos a todos nossos familiares e colegas que nos apoiaram e
acreditaram em nosso potencial para realizar esta monografia.
RESUMO
A presente monografia tem como objetivo analisar as tempestades do seu inicio ao seu
termino , seus aspectos, e suas variações meteorológicas, procurando disponibilizar o maior
número de dados por meio de um estudo de caso, direcionando-se principalmente às nuvens
cumulunimbus (Cb), que iniciam e morrem na camada mais baixa da atmosfera, a troposfera,
buscando abranjer o maior numero de informações, sobre sua formação e seus estagios.
PALAVRAS-CHAVE: Tempestades. Variações. Comulunimbus. Aspectos.
ABSTRACT
The present dissertation aims to analyze storms from its beginning to its end, its
aspects, and its variations, weather looking to provide the greatest number of data through a
case study, targeting mainly the cumulunimbus clouds (Cb), that start and die in the lower
layer of the atmosphere, the troposphere, seeking abranjer the largest number of information,
about their training and their stages.
KEYWORDS: Storms. Variations. Data. Comulunimbus, Aspects.
LISTA DE FIGURAS
31
Figura 1- Supercélula em formação. 11
Figura 2- Formação de relâmpagos 12
Figura 3-Imagem de satélite micro escala passando por SP e MS.
13
Figura 4- Imagem de satélite de meso escala prestes à chegar em SC e PR.
Figura 5- Nascimento de uma CB.
15
Figura 6- Estágio de cumulus
16
Figura 7- Nuvem em estágio de amadurecimento
Figura 8- Dissipação de uma CB
18
Figura 9- Estagio de dissipação
18
Figura 10- Nuvem isolada
14
16
20
Figura 11- Tempestade multicelular 21
Figura 12- Imagem de satélite, nuvem multicelular atingindo Santa Catarina
Figura 13- Imagem de uma supercélula.
21
23
Figura 14- Morfologia de uma tempestade de super célula no hemisfério sul. A frente da
tempestade encontra-se na parte esquerda da figura e a traseira da tempestade na parte direita
24
Figura 15- Visão do topo da representação do radar em uma super célula clássica.
24
Figura 16- Visão do topo da representação do radar em uma super célula de alta precipitação
25
Figura 17- Visão do topo da representação do radar em uma super célula de baixa precipitação
25
Figura 18 - Disposição das estações 27
Figura 19 - Figura 26- Gráfico, variação de temperatura
28
Figura 20 - Gráfico, variação de pressão e precipitação
28
Figura 21 - Gráfico, variação de pressão
Figura 22 - Gráfico UR%.
29
29
Figura 23 - Gráfico, variação do vento.
30
SUMÁRIO
31
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................9
1.1 Objetivos
9
1.1.1 Objetivo geral 9
1.1.2 Objetivos especificos 9
2 TEMPESTADES..................................................................................................................10
2.1 O que é uma tempestade........................................................................................10
2.2 Como se Forma............................................................................................................11
2.2.1 Umidade...............................................................................................................12
2.2.2 Instabilidade
12
2.2.3 Levantemento 12
2.3 Tempo de Duração.................................................................................................13
3 CICLO DE VIDA DAS TEMPESTADES
15
3.1 Nascimento(Estado De Cumulus) 15
3.2 Estágio Maduro
3.3 Dissipação
16
17
4 PADÃO ORGANIZACIONAL(TIPO DE NUVENS) 19
4.1 Isoladas
19
31
4.2 Multicelular 20
4.3 Nuvem de Supercélula
4.3.1 Tipos de supercélula
5 ESTUDO DE CASO
26
5.1 Área de estudo
26
22
24
5.2 Estações Utilizadas e dados obtidos
5.3 A escolha do caso
27
5.4 Resultados das oscilações verificadas
9 CONCLUSÃO
31
REFERÊNCIAS
32
27
28
1
INTRODUÇÃO
9
Quando se fala de tempestades muitos se assustam, mas poucos sabem exatamente o que
ocorre dentro de uma. Existem vários tipos de nuvens, porém todas se distinguem da maior e
mais violenta de todas: a Cumulonimbus, (Cbs), capazes de gerar chuva, trovoadas, raios,
rajadas de vento e granizo. Por vezes, estas tempestades convectivas podem se tornar severas.
A (Cb), como toda nuvem, tem um ciclo de vida, que se inicia no seu nascimento, passando
pelo amadurecimento e depois se dissipando. Apesar desses três estágios uma (Cb) é
classificada por nuvem isolada, tempestade multicelular e tempestade de uma supercélula,
sendo este último o mais raro, porém mais violento dentre os outros.
Infelizmente a previsibilidade das tempestades no Brasil é muito precária, porém já
evoluiu bastante desde os últimos anos. Por outro lado há equipamentos suficientes para
entender uma tempestade por meio de seus estágios, sua formação e seus respectivos dados
meteorológicos.
1.1 Objetivos
1.1.1
Objetivo geral
Identificar oscilações meteorológicas durante a ocorrência de tempestades
1.1.2
São objetivos específicos deste trabalho:
a) explicar oque é uma tempestade;
b) entender como se forma e o que causa uma tempestade;
c) identificar o tempo de duração de uma tempestade;
d) explicar os padrões organizacionais (tipos de tempestade);
e) elaboração de um estudo de casos de tempestades;
f) avaliar imagens e gráficos de uma tempestade.
2
TEMPESTADES
10
O que é uma tempestade?; como se forma?; qual seu tempo de duração?. essas entre
outras perguntas que iremos analisar neste capitulo, irão ajudar-nos a classificar uma
tempestade e suas variações.
2.1 O que é uma tempestade
Um cúmulo-nimbo ou, em latim cumulonimbus , é um tipo de nuvem caracterizada por
um grande desenvolvimento vertical. Tipicamente, surge a partir do desenvolvimento
de cúmulos que, por ação de ventos convectivos ascendentes, ganham massa e volume e
passam a ser cumulus congestus e, no auge de sua evolução, torna-se um cúmulo-nimbo,
quando atingem mais de quinze quilômetros de altura. Uma de suas principais características
é o formato de bigorna que se forma em seu topo, resultado dos ventos da alta troposfera.
Tipicamente produzem muita chuva, principalmente durante os meses mais quentes do ano.
Nuvens isoladas possuem ciclo de vida médio de uma hora. Classificam-se em dois tipos
principais, cuja diferença é o seu formato superior, enquanto que características peculiares
ganham denominações especiais.
Este tipo de nuvem, frequentemente, ocorre em todos os estados brasileiros. Elas podem
ocorrer a qualquer hora, dia ou noite ao longo de todo o ano. A ocorrência de tempestades
com trovoadas são mais comuns nos meses mais quentes, no período final da tarde. A cada
momento, aproximadamente 1.800 Cbs estão em desenvolvimento em torno do planeta,
associados a descargas atmosféricas (raios) que atingem a Terra 100 vezes a cada segundo.
.
11
Figura 1- Super célula em formação.
Fonte: Variações de super células
2.2 Como se forma
A formação de uma tempestade se da por meio de três fazes, que são, umidade, instabilidade e
levantamento que veremos mais adiante, se formando sempre por convecção das massas de
ar.
Figura 2- Formação de relâmpagos
12
Fonte: SEED Ciências
2.2.1 Umidade
“A presença de umidade na atmosfera é necessária para a formação da nebulosidade e de precipitação.
O sol, além de aquecer o solo e o ar sobre ele, provoca a evaporação da umidade do solo, lagos, rios e oceanos,
aumentando assim a umidade do ar.
2.2.2 Instabilidade
O aquecimento do ar nos níveis próximos ao solo associado ao aumento da umidade
desestabiliza a massa de ar. O ar quente é menos denso (mais leve) que o ar frio, então, existindo ar frio e seco
acima, a tendência será de troca de ar, com o ar frio descendo e o ar quente subindo. Isto é instabilidade.
2.2.3 Levantamento
Este é o gatilho para o início de ascensão do ar e o princípio da tempestade. São
exemplos de levantamentos: a) Ar movendo-se para cima de uma montanha (levantamento
orográfico); b) Ar colidindo com uma frente (levantamento frontal). Frente é a zona de transição entre duas
massas de ar diferentes; onde as massas colidem, o ar menos denso (quente ou mais úmido) ascende sobre o
outro; c) Ar frio soprando do oceano ou lago podem formar frente de brisa marítima, caso o ar frio colida com o
ar mais quente sobre o continente e d) A corrente descendente fria que sai do Cb forma “frentes de rajadas”, as
quais podem
vir a causar o desenvolvimento de novos Cbs”.
(redemet)
13
2.3. Tempo de duração
As tempestades de trovoadas são consideradas fenômenos que ocorrem entre a micro e
a mesoescala, com escala espacial relativamente pequena (2-20km) e em curtos intervalos de
tempo (minutos a hora). As nuvens cumulonimbus podem se organizar em sistemas maiores
(como as linhas de instabilidade, os complexos convectivos de mesoescala, os aglomerados
convectivos) com escala espacial entre 20-200km e tempo de duração entre horas a dias.
Figura 3-Imagem de satélite micro escala passando por SP e MS.
Fonte: CPTEC Fonte: CPTEC
Figura 4- Imagem de satélite de meso escala prestes à chegar em SC e PR.
14
Fonte: CPTEC
3 CICLO DAS TEMPESTADES
As tempestades de convecção têm sua formação em três fases, Nascimento, Maturidade e
Dissipação,(com duração de tipicamente 15 a 30 minutos cada):
3.1 Nascimento (estagio de cumulus)
As correntes ascendentes de ar levam à formação de uma nuvem Cumulonimbus.
Surgem as primeiras cargas de água, mas ainda não ocorrem relâmpagos. No topo da nuvem o
15
processo de crescimento de cristais de gelo começa a produzir grandes partículas de
precipitação. (Frediani)
A nuvem continua a crescer na atmosfera instável enquanto estiver sendo alimentada
por ar ascendente da superfície. Desta forma, uma nuvem cúmulos pode apresentar um
extenso
desenvolvimento
vertical
em
apenas
alguns
minutos,
desenvolvendo-se
aproximadamente a partir de 7 km de altura, neste estágio não há ocorrência de trovões e
relâmpagos. (ICESS)
Figura 5- Nascimento de uma CB.
Fonte: Something special do vale da Serra
Figura 6- Estagio de cumulus
16
Fonte: redmet
3.2. Estágio Maduro
O crescimento vertical atinge o seu máximo e o topo da nuvem fica achatado com a
forma característica de uma bigorna (ou anvil).
Figura 7- Nuvem em estágio de amadurecimento
Fonte: Redmet
A segunda fase e mais perigosa, é quando a nuvem encontra-se em seu estágio de
17
MATURIDADE. As correntes ascendentes (na vertical) podem chegar a velocidades
próximas a 40 nós. Em seu topo, os ventos em altos níveis (nahorizontal) começam a formar
sua “bigorna ou cabeleira”, chegando, por vezes, a estende-la até 100 milhas a favor do vento.
Nesta fase, as correntes ascendentes podem transportar até 8.000 toneladas de água por minuto. O vapor
d'água condensa ao colidir nas gotículas da nuvem, as quais aumentam de tamanho à medida que vão sendo
levadas para cima. Neste momento, também podem ocorrer correntes descendentes, em virtude de algumas
gotículas caírem ao se tornarem mais pesadas, vencendo as correntes ascendentes. Na descida, podem passar por
camadas de ar não saturadas e alguma evaporação pode ocorrer. Evaporação é um processo de resfriamento (seu
corpo se resfria quando o suor em sua pele é evaporado), portanto, este processo causa um maior resfriamento da
parcela de ar que está em sua volta, dando início a um afundamento do ar, intensificando, assim, as correntes
descendentes. (redmet)
Um CB é considerado em seu estágio de maturidade, quando estiver com correntes
ascendentes e descendentes.Usualmente isto dá-se quando o ar ascendente encontra uma
inversão de temperatura estável (por exemplo, o ar mais quente da tropopausa - divisa entre a
troposfera e a estratosfera). Os ventos predominantes em altitude começam a espalhar Cirrus a
partir do topo da nuvem. As bases dianteiras ficam mais baixas e os relâmpagos começam a
ocorrer em toda a extensão da nuvem.
3.3 Dissipação
Este estágio se inicia quando as correntes descendentes frias atingem o solo, a chuva
resfria o ar nos níveis mais baixos e nenhuma nova fonte de instabilidade está presente.
Segundo Pinto (2000), neste estágio as correntes de ar descendentes inibem novas correntes
ascendentes dentro da nuvem, a partir disso a nuvem começar a se dissipar, prevalecendo
assim as correntes de ar descendentes. (redmet)
Neste estágio a intensidade das chuvas e dos relâmpagos são inapreciáveis. A altura 18
do topo da nuvem de tempestade neste estagio tende a diminuir até que a nuvem seja
totalmente dissipada. Os ventos nos níveis superiores espalham cristais de gelo, e a ultima
parte que resta da nuvem é a bigorna, assumindo uma forma semelhante a das nuvens
Altostratus e Cirrustratus (representada na figura 7)
Figura 8- Dissipação de uma CB
Fonte: NOAA
Figura 9- Estagio de dissipação
Fonte: Redme
4 PADRÃO ORGANIZACIONAL (TIPO DE NUVENS)
As nuvens de tempestade podem se apresentar de quatro modos: isoladas, cachhos
multicélulas, linha de instabilidade e supercélula.
Tempestades ocorrem mais sobre os continentes do que sobre os oceanos, e são normalmente
mais frequentes durante à tarde (máxima ocorrência entre 16 e 18 horas locais), embora
19
ocorram em todas as horas do dia. Sobre as montanhas, o máximo de ocorrência tende a
acontecer mais cedo, em torno da uma hora da tarde.(tempojoãopessoa)
“A frequência de tempestades em um dado local depende de vários fatores, entre eles a topografia, a
latitude, a proximidade de massas de água, a continentalidade e a presença de diferentes sistemas
meteorológicos. Uma pequena percentagem das tempestades que ocorrem todo ano é considerada como
tempestades severas.”
(Tempojoãopessoa)
4.1 Isoladas
Quando a nuvem é única e de forma isolada dentro de uma determinada área.Uma
nuvem cumulonimbus, representada na figura 10 por uma única célula de CB, possui
característica muito própria como ser formada em sua parte superior por gelo e por espalharse em forma de bigorna alisada, fibrosa ou estriada, enquanto na sua parte inferior estas
nuvens possuem forma de torres montanhosas de bulbos.
20
Figura 10- Nuvem isolada
Fonte: querência
4.2 Multicelular
Quando existem vários CB's dentro de uma determinada área e sem uma disposição
organizada. As tempestades multicelulares são divididas em dois tipos: aglomerado
multicelular e linhas de instabilidade. As tempestades multicelulares aglomeradas são um
grupo de células em diferentes estágios se movendo em conjunto. As linhas de instabilidade
são tempestades em linhas, geralmente acompanhadas de rajadas de vento e fortes chuvas.
Essas tempestades tendem a passar rapidamente e podem ter centenas de quilômetros de
comprimento e de largura apenas entre 10 e 20 quilômetros. (NOOA National Severe Storms
Laboratory)
Figura 11- Tempestade multicelular
21
Fonte: Ácacio Cordióli
Figura 12- Imagem de satélite, nuvem multicelular atingindo Santa Catarina
Fonte: CPTEC
A imagem acima mostra que nuvens com desenvolvimento vertical foram
explodindo em convecção, chegando a alturas onde os topos atingiam temperaturas de até
-80ºC, como mostra a animação de imagens de satélite no canal realçado.
4.3. Nuvem de supercélula
22
Tempestades supercelulares são consideradas as maiores tempestades e embora sejam
mais raras, elas são mais violentas (figura 13). Elas duram em geral de 2 a 6 horas e são,
basicamente, caracterizadas por uma forte corrente de ar ascendente (com velocidades em
alguns casos maiores que 150 km/h).
São diferenciadas por sua vorticidade que ocasiona os tornados. O vórtice do tornado é visível como
uma nuvem em forma de funil que se estende na base da nuvem. Também é característica de uma supercélula o
granizo em tamanhos grandes, estes que são causados devido às correntes de ar ascendentes extremamente fortes
que incentivam o crescimento de granizo. São de capazes de se manterem sozinhas como uma só entidade por
horas. A rotação do ar elevando-se dentro deste mesociclone favorece a formação de tornados.
(INPE)
Figura 13- Imagem de uma super célula.
23
Fonte: Laaldeaglobal
Segundo Nascimento, uma típica tempestade do tipo supercélula no hemisfério Sul se
desloca de noroeste para sudeste ou de leste para oeste. O que diferencia a super célula dos
outros tipos de tempestades é que ela possui uma profunda e persistente corrente vertical
ascendente de vento rotante, chamado de mesociclone, este que de todas as estruturas
morfológicas indicadas na figura 14 é a característica mais importante de uma tempestade de
supercélula.
O meio ambiente é um fator importante na organização de uma supercélula. Ventos são
provenientes de diferentes direções para causar a rotação. E, como a precipitação é produzida
na exaustão, os fortes ventos de altos níveis sopram a precipitação na direção do vento.
Figura 14- Morfologia de uma tempestade de supercelula no hemisfério sul. A frente da tempestade encontra-se na parte
esquerda da figura e a traseira da tempestade na parte direita
24
Fonte: Nascimento, Ernani
4.3.1. Tipos de supercélulas
Clássica (figura 15), as quais são difíceis de definir com precisão, são visivelmente
identificadas por uma “parede” de nuvens bem definida, uma base livre de chuva, uma
corrente descendente na parte traseira, e áreas distintas e separadas de corrente ascendente e
descendente.
Figura 15- Visão do topo da representação do radar em uma super célula clássica.
Fonte: NOAA
Supercélula de alta precipitação (figura 16), estas frequentemente se formam em
ambientes com alto grau de umidade atmosférica e nos níveis médios com ventos fracos
com relação à tempestade. A corrente vertical ascendente tende a se tornar encoberta pela
chuva o que dificulta a visualização das características nos baixos níveis, incluindo a parede
de nuvens e o tornado.
25
Figura 16- Visão do topo da representação do radar em
uma super célula de alta precipitação
Fonte: NOAA
Já as supercélulas de baixa precipitação (figura 17), são formadas em ambientes com
baixa umidade atmosférica e este tipo de tempestade supercélula não está associada a muita
precipitação, porém, é caracterizada por formação de grandes granizos. Por fim, as
supercélulas miniaturas são versões menores das clássicas e geralmente ocorrem no inverno.
Figura 17- Visão do topo da representação do radar em uma super célula de baixa precipitação
Fonte: NOAA
5 ESTUDO DE CASO
O objetivo principal deste estudo de caso foi identificar as oscilações meteorológicas,
medidas em uma mesorede de estações automáticas, durante a passagem de uma tempestade.
Foram avaliados os dados de três estações instaladas na ilha de Florianópolis durante o verão
2013/2014. Para tal foi escolhido a tarde do dia 15 de Janeiro de 2014, quando uma
tempestade em linha foi observada na região.
5.1 Área de estudo
26
A área de estudo, aqui denominada mesorregião da Ilha de Santa Catarina, contempla
a ilha quanto e uma parte continental representada pela estação meteorológica instalada no
bairro Coqueiros. O período analisado contempla desde 16 de dezembro de 2013 até 27 de
março de 2014 e faz parte da campanha de verão do projeto CT-INFRA. As estações foram
instaladas nas seguintes posições:
Tabela 01 – Poisções das estações
Localização
Casan da Lagoa do Peri
Reserva ecológica do
Coordenadas geográficas
27º 43’ 45,3”S / 48º 30’ 29,7” W
Carijós
IFSC - Campus
27º 28’ 23,4”S / 48º 29’ 28,8” W
Continente
27º 35’ 59,7”S / 48º 34’ 17,4”W
Figura 18 - Disposição das estações
27
Fonte: Google earth
5.2 Estações Utilizadas e dados obtidos
Os dados foram obtidos através de estações móveis equipadas com um multisensor
WXT520, os quais mediram a precipitação em mm, pressão atmosférica em hPa, temperatura
em ºC, umidade relativa em porcentagem, direção do vento em graus, a variação do vento em
graus e a intensidade em m/s. Estes dados foram coletados a cada minuto o que viabilizou o
estudo desta tempestade.
5.3 A escolha do caso
Para a elaboração deste estudo de caso escolhemos a data do dia 15 de Janeiro de
2014, por este dia ter apresentado o maior volume de precipitação em um minuto. A partir
deste critério identificamos esta como a tempestade mais intensa registrada em toda a
campanha.
5.4 Resultados das oscilações verificadas
Figura 19- Gráfico, variação de temperatura.
28
Fonte: Ácacio Cordioli
Neste gráfico podemos analisar que a temperatura teve uma variação de 11°C do
inicio ao fim da tempestade, tendo sua maior no IFSC com 31°c as 16:00 horas, e a menor na
reserva dos carijós com 20°c as 18:00 horas. A partir das 17:00 horas todas baixaram suas
temperaturas drasticamente, se mantendo constante até as 18:00 horas. (Figura 19)
Figura 20- Gráfico, variação de pressão e precipitação.
Fonte: Ácacio Cordioli
De acordo com o gráfico vimos que a pressão começou em 1012,4 hpa as 17:00
horas e a precipitação com 0mm no mesmo horário, logo após um período de 28 minutos
percebe-se que a pressão aumenta indo para 1014,2 hpa e junto com ela a precipitação chega a
1,5mm seu máximo durante a tempestade. (Figura 20)
Figura 21- Gráfico, variação de pressão.
29
Fonte: Ácacio Cordioli
Como visto a pressão teve uma variação de 3,3hpa nas três estações, chegando no seu
máximo as 17:04 no IFSC com 1014,3 e seu mínimo na reserva dos carijós com 1010,9hpa,
havendo diferença no padrão de oscilação das três estações. (Figura 21)
Figura 22- Gráfico UR%.
Fonte: Ácacio Cordioli
Tivemos uma diferença de 35% no índice de saturação nas três estações, onde o
máximo e mínimo registrado foi o da Reserva dos Carijós com 58% as 16:24 horas e 93% as
18:00 horas. Todas tiveram um aumento na oscilação a partir das 16:45, e mantiveram
estáveis a partir das 17:15 horas. (Figura 22)
Figura 23- Gráfico, variação do vento.
30
Fonte: Ácacio Cordioli
As 16:24 horas o IFSC apresentou uma oscilação com sentido de S/W com 200°, a
Reserva dos carijós com sentido de N/E com 80° e a CASAN com sentido SW/W com 260°, o
que se percebe é que a partir das 17:14 horas as variações oscilam de maneira desordenada
com predominância de norte e sul, tendo IFSC com maiores variações. (Figura 23)
Observou-se que a tempestade atuou de forma diferente em cada um dos pontos de
coleta na Mesorregião da Ilha de Santa Carina (MISC), atingindo primeiro o ponto mais sul,
depois o central e por fim o norte. As análises mostram que o núcleo mais intenso de
convecção, que atingiu as estações do centro e norte da MISC, foi o mesmo e isso refletiu no
padrão de chuva, vento e pressão muito similar entre estes pontos, apresentando máximos e
mínimos pronunciados, igualmente defasados no tempo o que denotou a presença de mesoalta
e mesobaixa. No entanto, o núcleo associado à tempestade registrada no sul da MISC
apresentou comportamento distinto com distribuição de chuva mais uniforme e variações não
pronunciadas das variáveis medidas.
6 CONCLUSÃO
As analises deste estudo nos possibilitou chegar à conclusão de que a partir das
oscilações das variáveis, pressão atmosférica, precipitação, direção e intensidade do vento,
umidade e temperatura, uma Linha de Instabilidade (LI) ocorreu na tarde do dia 15 de Janeiro
de 2014, onde o núcleo de convecção que atingiu a região sul da MISC foi distinto do que
atingiu os demais pontos de coleta. O uso do SMM (sistema meteorológico móvel) mostrou
31
que a alta frequência de obtenção de dados aliado a pequena distancia entre os sítios foi um
diferencial na observação de sistemas desta natureza, uma vez que viabilizou distinguir o
padrão de atuação da Linha de Instabilidade.
REFERÊNCIAS
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Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2000
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http://www.planetseed.com/pt-br/relatedarticle/relampagos-o-nascimento-de-uma-tempestade.
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Acesso em: 18/04/14
DARRON, Diego. Formação de cumulunimbus, tempo joão pessoa. Fevereiro 2011.
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CHEDE, Farid C., Manual de Meteorologia Aeronáutica
32
RIEHL, Herbert., Meteorologia Tropical.
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Acesso em: 03/07/2014
REDMET. CUIDADO, CUMULONIMBUS NA ÁREA! Disponível em:
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33
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03/07/2014
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