XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. CARACTERIZAÇÃO MORFOAGRONÔMICA DE DUAS VARIEDADES DE FEIJÃO MACASSAR (Vigna unguiculata (L.) Walp.) Jamile Érica de Medeiros1 , Valderez Pontes Matos2, Itammar Augusto de Souza Rodrigues3, Helder Henrique Duarte Santos4, Rebeca Rocha Cardoso5, Elane Grazielle Borba de Souza Ferreira6 e Romário Bezerra e Silva7 Introdução O feijão-caupi, feijão-de-corda, feijão-de-praia, feijão-da-estrada, feijão-de-rama, feijão fradinho ou feijão macassar, macaça ou macáçar (Vigna unguiculata (L.) Walp.), de provável origem africana, foi introduzido no Brasil no século XVII (Alves et al., 2009). É uma leguminosa comestível pertencente à família Fabaceae não muito exigente a solos férteis, bem adaptada a diferentes climas e encontrou no Brasil boas condições de solo e clima para se desenvolver, sendo destaque para sua produção as áreas do norte e nordeste do país Nas regiões Norte e Nordeste do país, o cultivo do feijão caupi é uma atividade de grande importância tanto na economia como na nutrição, pois constitui um dos principais alimentos da população de baixa renda, exercendo relevante função social, uma vez que, supre as necessidades nutricionais dessa camada da população (OLIVEIRA e CARVALHO, 1988; FREIRE FILHO et al., 2005). Contudo, possuindo qualidades de adaptação em condições climáticas adversas, o feijão macassar também é cultivado, de modo menos intenso, em outras partes do País (ARAÚJO e WATT, 1988). Através do estudo dos aspectos morfológicos de variedades pode-se fazer o registro de caracteres de identificação, promovendo o melhor acesso a esse material em busca de plantas com boa resposta em termos de produtividade e comportamento em diversas condições ambientais (SANTOS et al., 2002). Diante do exposto o presente trabalho teve como objetivo a verificação e registro das características morfológicas de frutos de duas variedades de feijão macassar. Material e métodos As sementes utilizadas foram das variedades BRS- Pajeú e BRS- Marataoã, sendo a primeira produzida no município de Ibimirim e colhida em agosto de 2011 e a segunda no município de Serra Talhada em maio de 2011. As sementes foram encaminhadas ao Laboratório de Sementes do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o experimento conduzido sob condições de campo na área experimental ao lado da horta do Departamento de Agronomia. As sementes foram semeadas em canteiros com 16m de comprimento x 2m de largura, sendo este espaço marcado e dividido em quatro blocos, cada um com quatro metros, respeitando-se uma pequena distância de 20 cm entre os blocos e entre as variedades. Os caracteres morfológicos das cultivares foram tomados em 80 plantas de cada cultivar, com observações realizadas a olho nu e em microscópico estereoscópico com base em alguns caracteres dos descritores para feijão (P. vulgaris L.) (SILVA, 2005) 1 Primeiro autor é Graduanda em Agronomia, Bolsista Pibic/CNPq, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Bairro Dois Irmãos, CEP 52171-900 – Recife (PE). Email: [email protected] 2 Segundo autor é Professora Dra. Associada do Departamento de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n,Bairro Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife (PE). 3 Terceiro autor é autor é Graduando em Agronomia, Bolsista Pibic/CNPq, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Bairro Dois Irmãos, CEP 52171-900 – Recife (PE). 4 Quarto autor é Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Agronomia - Melhoramento Genético de Plantas, Bolsista Capes, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Bairro Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife (PE). 5 Quinto autor é Engenheira Agrônoma, Msc. em Agronomia - Melhoramento Genético de Plantas. 6 Sexto autor é Engenheira Agrônoma, MSc. em Ciências Florestais, Doutoranda em Ciências Florestais, Bolsista REUNI/CAPES. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Bairro Dois Irmãos, CEP 52171-900, Recife (PE). 7 Sétimo autor é Engenheiro Florestal, MSc. em Ciências Florestais, Doutorando em Ciências Florestais, Bolsista Capes, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Rua Dom Manoel de Medeiros, s/n, Bairro Dois Irmãos, CEP 52171-900 – Recife (PE). XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Resultados e Discussão As plantas das variedades BRS-Pajeú e BRS-Marataoã apresentaram desenvolvimento semelhante desde a semeadura até a colheita, diferenciando-se apenas em algumas características como período de floração, número de vagem por planta e número de sementes por vagem (Tabela 1). Agradecimentos Ao CNPq pela concessão da bolsa do primeiro autor, a UFRPE pelo incentivo à pesquisa e a toda a equipe da horta e do Laboratório de Sementes do Departamento de Agronomia da UFRPE. Referências ALVES, J. M. A. Avaliação agroeconômica da produção de cultivares de feijão-caupi em consórcio com cultivares de mandioca em Roraima. Revista Agro@mbiente (On-line), v. 3, n. 1, p. 15-30, jan-jun, 2009. ARAÚJO, J.P.P.; WATT, E.E. O caupí no Brasil. Brasília: IITA/EMBRAPA, 1988. 722 p. FILHO, F. R. S. et al. Cultivar de feijão-caupi com grão mulato-claro, Teresina, PI. EMBRAPA, 2009. < http://www.snt.embrapa.br/publico/usuarios/produtos/90-Anexo1.pdf> 01 Out. 2013. FREIRE FILHO, F.R.; RIBEIRO, V.Q.; BARRETO, P.D.; SANTOS, A.A. Melhoramento Genético. In: FREIRE FILHO, F.R.; LIMA, J.A.A.; RIBEIRO, V.Q. (Ed.). Feijão-caupi: avanços tecnológicos. Brasília: EMBRAPA, 2005, cap. 13. p. 487-497. OLIVEIRA, I.P.; CARVALHO, A.M.A de. A cultura do caupi nas condições de clima e solo dos trópicos úmidos e semi-aridos do Brasil. In: ARAJO, J.P de.; WATT, E.A. (Org.) O caupi no Brasil. Brasilia: IITA/EMBRAPA, 1988. p.65-95. SANTOS, D.; CORLETT, F. M. F.; MENDES, J. E. M. F.; WANDERLEY, J. S. A. J.; Produtividade e morfologia de vagens e sementes de variedades de fava no estado da Paraíba. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 10, p. 1407-1412, 2002. SILVA, Heloísa Torres da. Descritores mínimos indicados para caracterizar cultivares/variedades de feijão comum (Phaseolus vugaris L.) / Heloísa Torres da Silva. – Santo Antônio de Goiás: Embrapa Arroz e Feijão, 2005. 32 p. XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. Tabela 1: Caracteres de importância agronômica nas variedades BRS- Pajeú e BRS-Marataoã de (Vigna unguiculata (L.) Walp.) Variedades Caracteres avaliados Porte da planta Presença de antocianina no caule Cor do folíolo centraldo 4º nó da planta Período de floração Cor da flor no 4º nó do caule Cor das asas Porte da planta Cor do estandarte Cor da vagem Cor primária Cor da vagem na colheita Perfil da vagem Cor da semente Ciclo da semeadura a colheita Número médio de vagens por planta Número médio de sementes por vagem BRS- Pajeú Semiprostrado Presente Verde escuro 40 dias após o semeio Uniforme Branco Semiprostrado Roxo Uniforme Verde Uniforme Semi-arqueado Uniforme 70 a 75 dias 26,5 19,7 BRS- Marataoã Semiprostrado Presente Verde escuro 42 dias após o semeio Uniforme Branco Semiprostrado Roxo Uniforme Verde Uniforme Semi-arqueado Uniforme 70 a 75 dias 23,5 16