PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL FUNDAMENTOS TEÓRICOS-METODOLÓGICOS E POLÍTICO-FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO Texto 1: Ideologia / Frejat e Cazuza Meu partido É um coração partido E as ilusões estão todas perdidas Os meus sonhos foram todos vendidos Tão barato que eu nem acredito Eu nem acredito Que aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Freqüenta agora as festas do “Grand Monde” Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver O meu prazer Agora é risco de vida Meu sex and drugs não tem nenhum rock ‘n’ roll Eu vou pagar a conta do analista Pra nunca mais ter que saber quem sou eu Pois aquele garoto que ia mudar o mundo (Mudar o mundo) Agora assiste a tudo em cima do muro Meus heróis morreram de overdose Meus inimigos estão no poder Ideologia Eu quero uma pra viver Ideologia Eu quero uma pra viver Responda às questões 1 a 3 com base no Texto 1. 01. O sujeito social revelado no Texto 1 pode ser explicado através do seguinte fato: A) “Emergiu, então, uma concepção mais social do sujeito. O indivíduo passou a ser visto como mais localizado e “definido” no interior dessas grandes estruturas e formações sustentadoras da sociedade moderna.” B) “O sujeito, previamente vivido como tendo uma identidade unificada e estável, está se tornando fragmentado; composto não de uma única, mas de várias identidades, algumas vezes contraditórias ou não-resolvidas.” C) “Cogito, ergo sum” era a palavra de ordem de Descartes: “Penso, logo existo” (...). Desde então, esta concepção do sujeito racional, pensante e consciente, situado no centro do conhecimento, tem sido conhecida como o “sujeito cartesiano”...” D) “A sociologia (...) desenvolveu uma explicação alternativa do modo como os indivíduos são formados subjetivamente através de sua participação em relações sociais mais amplas; e, inversamente, do modo como os processos e as estruturas são sustentados pelos papéis que os indivíduos nele desempenham” CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 1 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL 02. “... por toda parte, o tripé ciência/técnica/indústria perde seu caráter providencial. A idéia de progresso continua sedutora e cheia de promessas apenas nos lugares onde ainda se sonha com o bem-estar e com recursos técnicos libertadores. Mas ela começa a ser questionada no mundo do bem-estar.” Minha mulher fugiu com o dono da venda O que será de mim? Eu já nem lembro pronde mesmo que vou Mas vou até o fim Como já disse era um anjo safado O chato dum querubim Que decretou que eu tava predestinado A ser todo ruim Já de saída minha estrada entortou Mas vou até o fim (MORIN, E. et WULF, C (2002) Planeta - a aventura desconhecida. Trad. Portuguesa: São Paulo, UNESP, 2002. pp: 16) Com base no trecho acima e no contexto descrito no Texto 1, pode-se fundamentar a motivação do seguinte traço característico da educação brasileira contemporânea: A) declínio do interesse em processos tecnicistas B) declínio do interesse em políticas educacionais C) declínio do interesse em fundamentos filosóficos D) declínio do interesse em preparação para o trabalho Texto 3: Brejo A novidade Que tem no Brejo da Cruz É a criançada Se alimentar de luz 03. O elemento do cotidiano escolar que mais proximamente atende à necessidade de resgate da relação entre a educação do sujeito contemporâneo revelado no Texto 1 e sua integração social é: A) currículo aberto B) ensino integrado C) avaliação continuada D) atendimento individualizado Texto 2: Até Alucinados Meninos ficando azuis E desencarnando Lá no Brejo da Cruz Eletrizados Cruzam os céus do Brasil Na rodoviária Assumem formas mil Uns vendem fumo Tem uns que viram Jesus Muito sanfoneiro Cego tocando blues o fim / Chico Buarque Quando nasci veio um anjo safado O chato dum querubim E decretou que eu tava predestinado A ser errado assim Já de saída a minha estrada entortou Mas vou até o fim Uns têm saudade E dançam maracatus Uns atiram pedra Outros passeiam nus Mas há milhões desses seres Que se disfarçam tão bem Que ninguém pergunta De onde essa gente vem Inda garoto deixei de ir à escola Cassaram meu boletim Não sou ladrão, eu não sou bom de bola Nem posso ouvir clarim Um bom futuro é o que jamais me esperou Mas vou até o fim São jardineiros Guardas noturnos, casais São passageiros Bombeiros e babás Eu bem que tenho ensaiado um progresso Virei cantor de festim Mamão contou que eu faço um bruto sucesso Em Quixeramobim Não sei como o maracatu começou Mas vou até o fim Já nem se lembram Que existe um Brejo da Cruz Que eram crianças E que comiam luz São faxineiros Balançam nas construções São bilheteiras Baleiros e garçons Por conta de umas questões paralelas Quebraram meu bandolim Não querem mais ouvir as minhas mazelas E a minha voz chinfrim Criei barriga, minha mula empacou Mas vou até o fim Já nem se lembram Que existe um Brejo da Cruz Que eram crianças E que comiam luz Não tem cigarro, acabou minha renda Deu praga no meu capim SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART da Cruz / Chico Buarque 2 www.estrategiaconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL Responda às questões 4 a 10 com base nos textos 2 e 3. 08. Os parâmetros curriculares nacionais definem os objetivos da educação como “capacidades de ordem cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e estética, tendo em vista uma formação ampla”. Considerando-se o modo como são apresentados os sujeitos dos textos 2 e 3, os aspectos e situações descritas revelam questões de ordem: 04. Ao revelarem pessoas em diferentes estágios de vida, desde a infância à fase adulta, os textos 2 e 3 relacionam-se à noção de projeto político-pedagógico, a qual referencia o compromisso da Educação com: A) a formação política do cidadão B) os modelos de ensino diversificado A) cognitiva C) o desenvolvimento do sujeito social B) afetiva D) as etapas do desenvolvimento humano C) física D) ética 05. Ainda com relação aos estágios de vida registrados nos textos 2 e 3, os versos que melhor justificam a ênfase atribuída aos conceitos de educação inclusiva e de avaliação continuada pelos sistemas públicos de ensino são: 09. “Os conceitos espontâneos formam-se no contexto da interação social e neles a atividade consciente do sujeito se orienta aos objetos, quer dizer, o sujeito não é consciente de seus próprios conceitos; seu pensamento se caracteriza pela falta de conhecimento das relações, já que, mesmo que as manipule, o faz de maneira não intencional” A) “Não querem mais ouvir minhas mazelas / E a minha voz chinfrim” B) “Eu já nem lembro pronde mesmo que eu vou / Mas vou até o fim” (MINGUET, P. Org. (1998) A construção do conhecimento na C) “Um bom futuro é o que jamais me esperou / Mas vou até o fim” Educação. Trad. Port.: Porto Algre, Artes Médicas. P: 120) Os versos que descrevem situações associáveis ao que é apresentado por Minguet são: D) “Inda garoto deixei de ir à escola / Cassaram meu boletim” A) “Alucinados / Meninos ficando azuis” B) “Eletrizados / Cruzam os céus do Brasil” 06. “Mas há milhões destes seres / Que se disfarçam tão bem / Que ninguém pergunta / De onde essa gente vem” C) “São faxineiros / Balançam nas construções” D) “Já nem se lembram / Que existe um Brejo da Cruz” Nos versos grifados, traduz-se a atitude do professor, quando este: 10. Dentre os excertos da Lei 9394/96 abaixo apresentados, o único que não arrola qualquer aspecto especificamente relacionado aos sujeitos descritos nos textos 2 e 3 é: A) não oferece oportunidades de ensino individualizado B) não preserva constrangedoras o aluno de situações A) “Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular” C) não respeita os diferentes ritmos de aprendizagem D) não reconhece a natureza sócio-histórica do aluno B) “A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria” 07. “Como já disse era um anjo safado / O chato de um querubim / Que decretou que eu tava predestinado / A ser todo ruim” C) “O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si” A forma como o sujeito expressa a sua condição, nos versos acima, revela uma forte orientação de base: A) determinista D) “Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades” B) construtivista C) associacionista D) comportamentalista CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 3 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL 14. A avaliação é um processo que abrange todo o desenvolvimento do ato de educar. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 11. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) estabelece, em seu artigo 26, parágrafo 2º, o seguinte parâmetro para o ensino da arte: Os Parâmetros Curriculares Nacionais, em relação ao que é relevante o aluno saber em Música, estabelecem, dentre outros, o seguinte critério: A) compor a partir dos padrões estéticos da música erudita A) promoverá diversas atividades alternativas para a escola e os alunos na educação básica B) reconhecer e interpretar os estilos musicais do Brasil e do Mundo B) constituirá componente curricular opcional na educação básica, promovendo a realização de diversas atividades C) interpretar com autonomia, dominando as técnicas vocal e instrumental D) criar e interpretar com autonomia, utilizando diferentes meios e materiais sonoros C) abordará conteúdos de música, teatro, dança e artes plásticas, obrigatório no 1º e 2º segmentos, sendo organizado em oficinas 15. “O Projeto é uma grande sinfonia, no qual intervém a plural orquestra das nossas operações mentais”. D) constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos José Antonio Marina Atualmente, o trabalho com projetos é uma das propostas para o aprender – ensinar Arte. Mais do que uma técnica ou uma estratégia sujeita a regras predeterminadas, os projetos refletem uma atitude pedagógica fundamentada numa concepção de educação que valoriza: 12. O eixo “Compreensão da Música como produto cultural e histórico” apresenta nos PCN–Música um dos seguintes conteúdos: A) reflexões sobre a origem, transformações e características de diferentes estilos da música brasileira A) a aquisição de conteúdos B) o desenvolvimento da técnica B) discussões sobre músicas próprias e/ou de seu grupo sociocultural, observando semelhanças e diferenças C) a construção do conhecimento D) a aplicação de uma metodologia C) manifestações pessoais de idéias e sentimentos sugeridos pela escuta musical, levando em conta o imaginário em momentos de fruição 16. “O canto coletivo para a formação de uma consciência musical brasileira”. “Os exercícios têm que estar de acordo com o grupo social no qual o professor atua”. D) arranjos, acompanhamentos e interpretações de músicas das culturas populares brasileiras, fazendo uso dos elementos que as caracterizam As propostas de musicalização registradas acima referem-se, respectivamente, aos métodos brasileiros de: A) Sá Pereira e Villa-Lobos 13. “Paralelamente ao aumento progressivo da simultaneidade e intensidade dos sons, ocasionando mudanças no meio ambiente sonoro, apresenta-se hoje uma área emergente na Educação Musical: a Ecologia Acústica”. B) Villa-Lobos e Koellreutter C) Koellreutter e Cacilda Borges D) Gazzi de Sá e Liddy Chiaffarelli 17. Os procedimentos de ensino e aprendizagem em música devem ser orientados para o aprender a fazer e analisar produções estético-musicais, visando ao desenvolvimento do pensamento musical do aluno. PCN – Música Para que o aluno desenvolva uma atitude crítica em relação à poluição sonora, seus efeitos e conseqüências para o organismo humano, a atividade que, dentre outras, pode ser proposta pelo professor é: Para que isso aconteça, é necessário que os caminhos escolhidos ofereçam, prioritariamente, aos alunos: A) criação musical a partir de diferentes ambiências B) elaboração de grafias musicais não convencionais A) a prática de manuseio e seleção dos instrumentos musicais C) improvisação com uso de diversos materiais sonoros B) a vivência da experiência estética na linguagem musical D) composições que utilizam os sistemas modal ou tonal C) o aprendizado da notação e registro da música SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART D) a elaboração de arranjos musicais 4 www.estrategiaconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL 18. “As Pastorinhas de Realengo” é um evento popular característico desse bairro do Município do Rio de Janeiro. A) os conhecimentos da História da Música que devem ser adquiridos pelos alunos 22. Dentre as muitas tendências em que se dividem as criações artístico-musicais do século XX, destacase o dodecafonismo. O sistema serial criado por Schoenberg, um dos mais significativos compositores desse período, está fundamentado na aplicação dos 12 sons da escala cromática e permite ao compositor criar múltiplas variações combinatórias. B) as produções artístico–musicais dos alunos no encerramento das atividades Essa tendência apresenta as seguintes características: C) as manifestações folclóricas compreensíveis para o nível do aluno A) a repetição linear / a hierarquização intervalar / a combinação sistemática das 12 notas D) as experiências socioculturais vividas pelos alunos B) o uso constante da inversão retrograda da série / a liberdade de escolha / a negação da tônica 19. “Como a distinção entre figura e fundo num desenho, você agora pode distinguir entre figura e fundo também na escuta musical. Tente, por exemplo, ouvir uma execução musical, concentrando-se não na música em si, mas em todos os sons não-musicais exteriores a ela, que a rodeiam e forçam o caminho durante suas pausas momentâneas”. C) a negação da escala diatônica / a liberdade de escolha / afastamento de hierarquias intervalares Na atividade descrita acima, Murray Schafer apresenta a seguinte proposta: 23. A teoria antropofágica da Semana de 22 propunha uma mudança na arte brasileira. Na Música Popular, esta idéia modernista, que se escorava no Manifesto Pau Brasil, de Oswald de Andrade, aconteceu em 1968, através do Tropicalismo, movimento estético–musical liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil. Um planejamento de Música, que explore manifestações folclóricas como esta, valoriza: D) o uso de intervalos estruturadores da ordem tonal / a atonalidade / a previsibilidade da resolução harmônica A) ignorar os ruídos B) apreciar a música C) refocalizar o ouvido D) perceber os sons musicais Uma das idéias do Tropicalismo foi o: 20. Segundo Ana Mae Barbosa, o ensino pós-moderno de arte caracteriza-se pelo posicionamento teórico-metodológico conhecido como Proposta Triangular, que tem por base a inter-relação entre: A) protesto contra a dominação da tendência hegemônica na MPB B) rompimento com a cultura erudita e popular nacional A) a observação da forma, a estética e a crítica musical C) conformismo frente à invasão estrangeira na MPB B) as artes cênicas, a educação musical e as artes plásticas D) idealismo em relação às músicas do passado C) o fazer artístico, a observação da forma e a percepção do cotidiano 24. Na atualidade é visível o corte entre dois tipos de música, os quais apresentam características que vão em direções opostas, relacionadas ao pulso rítmico e à escuta linear que, respectivamente, são: D) a compreensão da história da arte, o fazer artístico e a análise da obra de arte A) popular de mercado e de concerto contemporânea 21. Recursos tecnológicos como gravadores, Samplers e sintetizadores, têm sido amplamente utilizados na música contemporânea, propondo novas formas de criação. B) popular brasileira e popular internacional C) instrumental e para vozes corais O desenvolvimento técnico-industrial do pós-guerra favoreceu o surgimento de dois tipos de música em que a produção de ruídos é feita por meio de máquinas sonoras. Essas novas tendências são denominadas: D) percussiva e instrumental 25. As manifestações culturais que têm como característica o estilo responsorial do canto são: A) concreta e aleatória A) Maracatu e Bumba-meu-Boi B) concreta e eletrônica B) Fandango e Catira C) eletrônica e dodecafônica C) Pastoril e Ciranda D) expressionista e de vanguarda D) Coco e Reisado CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 5 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL 26. A cantoria é uma arte que floresceu no meio rural do Nordeste, principalmente no sertão. Os cantadores, representantes legítimos dos bardos, menestréis e trovadores, cantam suas esperanças, seus problemas, romances amorosos, quadros do cotidiano, numa exibição de imaginação e singularidade na cultura tradicional. São referenciais da cantoria: A) cantos melodiosos e afinados num tom abaixo da afinação instrumental B) versos improvisados ou memorizados ao som da viola ou rabeca C) desenhos melódicos elaborados com versos bem marcados D) versos falados acompanhados por violão ou flauta 27. Servindo de base para a construção de acordes, improvisações e composições, a escala Blues, de procedência americana e de origem vocal, é freqüentemente usada nas músicas de jazz, rock, bossa nova, blues e soul. Com a bemolização de certas notas, as blue notes, essa escala apresenta a seguinte forma: A) B) C) D) 28. Embutido no som, encontra-se um feixe freqüencial que dá origem à série harmônica, única seqüência de sons natural, inseparavelmente ligada ao fenômeno acústico. A representação da série harmônica, tomando-se como som fundamental a nota dó, é: A) B) C) D) SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART 6 www.estrategiaconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL Observe a pauta da composição abaixo e responda à questão 29. SAMBA DE UMA NOTA SÓ Tom Jobim e Newton Mendonça 29. Na concepção da música “Samba de uma nota só”, Tom Jobim utilizou a forma: A) B) C) D) A A’ B B’ A ABACA ABA ABC 30. É fundamental que o Hino Nacional Brasil seja executado e cantado de forma correta, pois representa o povo brasileiro. O trecho que apresenta forma poética e estrutura musical autênticas é: A) B) C) D) CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 7 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL LÍNGUA PORTUGUESA programação era assim: se a Tupi fazia sucesso com “Rin-Tin-Tin”, a Rio contra-atacava de “Lassie”. Se o 13 exibia “Ivanhoé”, o 6 rebatia com “Guilherme Tell”. “Este Norte é de morte” era a atração de uma emissora; “Eta Nordeste da peste” tentava segurar a audiência na concorrente. Bem, tinha também o canal 9, a TV Continental. Mas ninguém assistia ao canal 9. Mudar de canal era balançar entre o 6 e o 13. E, assim, íamos vivendo em paz. Leia o texto abaixo e responda, em seguida, às questões propostas. Durante muitos anos, no século passado, a frase era a mais repetida lá em casa: aproveite que está de pé e aumente o som. Ninguém se arriscava a se levantar. Nem para beber água, nem para ir ao banheiro. Sempre dava para agüentar mais um pouquinho, ver se alguém desistia primeiro e, em vez de ouvi-la, falar a frase ou uma de suas variações: Falei de dois botões. Faltam quatro, né? Bem, dois eram meio inúteis: o de brilho e o de contraste. Não valia a pena abandonar a poltrona para tentar regular estas questões na imagem. Se a imagem estivesse ruim, com fantasmas, por exemplo (era muito comum “dar” fantasma na imagem), o jeito era mexer na antena. _ Aproveite que está de pé e melhore o contraste. Quem está chegando agora não pode imaginar o que era o mundo sem controle remoto. Um aparelho de televisão tinha, no mínimo, seis botões. O primeiro era para ligar e desligar (e aumentar e diminuir o som). E era botão mesmo e não uma tecla de apertar ou soltar. Um botão que se virava para a direita e, ao ouvir-se o clique, sabia-se que a TV estava ligada. (Para desligá-la, fazia-se o caminho contrário.) _ Aproveite que está de pé e dê uma mexida na antena. Esta era a tarefa mais difícil. Geralmente, necessitava de duas pessoas. Uma ficava em pé, atrás do aparelho, mexendo nas antenas para baixo, para cima, para os lados, enquanto o outro, sentado na poltrona, ia dando as dicas: Ligar a TV não significava que se passava imediatamente a assistir a um programa. Tinha que esperar o aparelho pegar no tranco. Ou esquentar o tubo. Aí, sim, aparecia a imagem. O que ainda não significava um programa no ar. Quem reclama dos intervalos das emissoras de TV a cabo de hoje não faz idéia do que era um intervalo comercial na televisão a certa altura do século passado. Às vezes, entre dois programas de meia hora, aturavam-se 40 minutos de anúncios. _ Melhorou. Piorou. Mais pra direita. Volta um pouquinho. Só um pouquinho! Os dois botões que sobraram eram os mais complexos: vertical e horizontal. Às vezes, sem mais nem menos, a imagem começava a rodar, como se fosse um carrossel. Era tão sensível o ponto exato em que o botão do vertical fixava a imagem que, dependendo da situação, valia a pena continuar sentado e tentar assistir assim mesmo. Com o Falcão Negro ou os Patrulheiros Toddy dando a impressão de que estavam com a doença de São Guido. Não paravam quietos. Mas o defeito no horizontal era impossível de ser ignorado. A tela era coberta por riscas que não deixavam o espectador ver nada do que estava sendo exibido. Aí, não tinha jeito: era preciso se levantar e ajustar o botão. Lembro-me especialmente do “Teatro de Comédias da Imperatriz das Sedas”, atração de sábado à noite na TV Tupi. O patrocinador, como o próprio nome indica, era uma loja de tecidos. O programa apresentava comédias teatrais em três atos. Entre um ato e outro, exibiam-se os anúncios que demoravam o tempo exato para mudanças de cenário e trocas de figurinos. Quando estas mudanças eram complexas, dava tempo de o espectador conhecer toda a linha de tecidos da loja, pelo menos duas vezes. Era comum a gente se distrair e até se esquecer de que peça estava em cartaz. Você, acostumado com a era moderna da televisão, deve estar se perguntando: “Mas por que não mudavam de canal no intervalo?” Acho que isso tem um pouco a ver com a geração de gordos criada a partir do final do século passado. Ela apareceu, principalmente, nos Estados Unidos. Há quem atribua sua existência à dieta baseada em gorduras, característica daquelas bandas. Não sei, não. Acho que tem muito a ver com a família inteira sentada diante de um aparelho de TV comandando um controle remoto. No meu tempo, não tinha isso, não. Ver televisão queimava tantas calorias quanto uma sessão de academia. Não dava para ficar sentado 15 minutos seguidos. Se bem que, hoje, lá em casa, a situação não mudou muito, não: É aí que entra aquela frase do início deste texto. Alguém tinha que se levantar para o resto da casa explodir em coro das suas poltronas: _ Aproveita que está de pé e muda de canal. Mas ninguém entregava os pontos. Até porque mudar de canal não significava, por exemplo, passar por todos os filmes da coleção de Telecines. Mudar de canal era girar o seletor (um dos botões era o seletor de canais) do 6 ao 13 e ver o que estava passando na TV Rio. Geralmente, era a mesma coisa. Ou seja, anúncios. A SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART _ Aproveite que está de pé e procure o controle remoto. (XEXÉO, Artur. Aproveite para mudar o canal. O Globo. Segundo Caderno, 14 de dezembro de 2003, p. 8.) 8 www.estrategiaconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL 34. Dentre as afirmações abaixo, a que não se pode 31. Segundo o texto, os anúncios comerciais na televisão do passado eram longos, dentre outros moti- atribuir ao texto é: vos, pelo seguinte: A) A qualidade dos programas de televisão do passado era bem melhor do que a atual. A) Reunir em um só bloco todos os anúncios B) A concorrência entre canais consistia em programados para o mesmo dia. transmitir programas de mesma natureza. B) Permitir os ajustes necessários na transmissão C) A tarefa de ajustar a imagem da televisão era dos programas ao vivo. uma complexa e paciente atividade conjunta. C) Dar maior ênfase ao patrocinador do que ao D) Os poucos canais de transmissão restringiam as possibilidades de escolha de programas. próprio programa. D) Conferir mais expectativa quanto ao desenrolar 35. “Era comum a gente se distrair e até se esquecer do programa. de que peça estava em cartaz.” Em cada alternativa abaixo, reescreve-se essa fra- 32. Quanto ao comportamento das pessoas ao assistir se do texto. A nova redação não está bem à televisão, o texto oferece a seguinte informação: construída em: A) Não se podia fazer nada com facilidade ou A) Era comum a gente distrair-se e até esquecer- conforto devido à falta do controle remoto. se de que peça estava em cartaz. B) Era comum distrairmo-nos e até esquecermo- B) Evitava-se conversar demoradamente durante nos de que peça estava em cartaz. a transmissão de programas com muitos C) Era comum que a gente se distraísse e nos anúncios. esquecesse de que peça estava em cartaz. C) Havia certa preguiça de levantar e tomar as D) Era comum que nos distraíssemos e até nos providências necessárias para ajustar o aparelho. esquecêssemos de que peça estava em cartaz. D) Não se conseguia ficar sentado por muito tempo 36. “A programação era assim: se a Tupi fazia sucesso devido à falta de programas que despertassem com “Rin-Tin-Tin”, a Rio contra-atacava de “Lassie”. o interesse. Os dois-pontos presentes nessa frase do texto são usados com a mesma finalidade na seguinte alternativa: 33. O senta-levanta a que se sujeitava o espectador de A) Fora convocado urgentemente para reformular televisão no passado é expresso com maior ênfa- a programação do canal: seus méritos eram se na seguinte passagem: justamente reconhecidos. A) Ela apareceu, principalmente, nos Estados Unidos. B) Resolveu-se modificar toda a programação do B) Ver televisão queimava tantas calorias quanto canal de televisão: a audiência havia caído uma sessão de academia. vertiginosamente. C) Os dois botões que sobraram eram os mais C) Optou pela seguinte atitude: caso não alterassem a programação da televisão, seriam complexos: vertical e horizontal. todos demitidos. D) A programação era assim: se a Tupi fazia D) Temos que reconhecer: nossos programas não sucesso com “Rin-Tin-Tin”, a Rio contra-atacava conseguem cativar o interesse do grande público. de “Lassie”. CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 9 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL 39. “ _ Aproveite que está de pé e melhore o con- 37. “Quem reclama dos intervalos das emissoras de TV a cabo de hoje não faz idéia do que era um traste.” intervalo comercial na televisão a certa altura do século passado.” “_ Aproveita que está de pé e muda de canal.” Em cada alternativa abaixo, modifica-se essa fra- Analisando-se essas duas construções presentes se do texto. A nova redação altera significativamente no texto, pode-se fazer, quanto aos tempos e mo- o sentido original em: dos verbais, a seguinte afirmação: A) Estes que se queixam dos intervalos das A) H á e q u í v o c o g r a m a t i c a l a p e n a s n a emissoras de TV a cabo hodiernas sequer segunda frase. fazem idéia do que era um intervalo comercial na televisão a certa altura do século passado. B) H á e q u í v o c o g r a m a t i c a l a p e n a s n a B) Os que reclamam dos intervalos das emissoras primeira frase. de TV a cabo de hoje não têm idéia do que era C) Em ambas as frases não há equívoco um intervalo comercial na televisão a certa altura gramatical. do século passado. D) Em ambas as frases há equívoco gramatical. C) Quem reclama dos intervalos das emissoras de TV a cabo de hoje não faz idéia quanto à 40. “Lembro-me especialmente do “Teatro de Comédi- natureza de um intervalo comercial na televisão as da Imperatriz das Sedas”, atração de sábado à a certa altura do século passado. noite na TV Tupi.” D) Aquele que reclama dos intervalos das emissoras de TV a cabo de hoje não imagina Em cada alternativa abaixo, promovem-se altera- ser um intervalo comercial na televisão a certa ções nessa frase do texto. A nova redação não está altura do século passado. bem construída em: 38. “Às vezes, entre dois programas de meia hora, atu- A) Lembra-me especialmente o “Teatro de ravam-se 40 minutos de anúncios.” Comédias da Imperatriz das Sedas”, atração O sinal indicador da crase, presente na frase de sábado à noite na TV Tupi. acima, é usado indevidamente na seguinte alB) É do “Teatro de Comédias da Imperatriz das ternativa: Sedas”, atração de sábado à noite na TV Tupi, A) Teimava em mudar às pressas o canal da televisão logo que iniciava a novela das oito. que eu lembro especialmente. B) Dedicou-se às velhas atrizes do passado o C) Era o “Teatro de Comédias da Imperatriz das programa especial sobre o teatro e a televisão. Sedas”, atração de sábado à noite na TV Tupi, C) Não era comum que os programas de televisão que eu lembrava especialmente. se estendessem às altas horas da madrugada. D) Especialmente do “Teatro de Comédias da D) As emissoras de televisão sempre atribuíam à uma concorrente o fracasso de sua Imperatriz das Sedas”, atração de sábado à programação. noite na TV Tupi, era que me lembrava. SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART 10 www.estrategiaconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL PROVA DE REDAÇÃO Uma questão permanente em nossa reflexão sobre a vida diz respeito à velhice. O inevitável enlace da vida longa com o envelhecimento ainda causa desconforto para a maioria das pessoas. Segundo dados da ONU, a expectativa de vida ao nascer aumentou de 46,5 anos, em 19501955, para 65, em 1995-2000. O Brasil acompanhou essa evolução, estando sempre um pouco acima da média mundial (50,9 anos em 1950-55 para 67,2 em 1995-2000), mas um pouco abaixo da média da América Latina (de 51,4 a 59,3 anos). Como lembra o lingüista Carlos Vogt, em texto recentemente publicado no site comciencia.com.br, Cícero, em seu famoso tratado De Senectute (Da Velhice) adverte: “todos querem chegar à velhice; quando chegam, acusam-na”. E ainda: “Torna-te velho cedo, se quiseres ser velho por muito tempo”. Pensamentos que, de certo modo, concordam com esta afirmação de Simone de Beauvoir: “Todos desejam viver por muito tempo, mas ninguém quer chegar a ser velho”. Segundo Marcelo Antonio Salgado, gerontólogo do SESC de São Paulo, “o envelhecimento físico se evidencia, basicamente, pela perda da força e da forma muscular, dando o tempo acumulado uma imagem pesada e até mesmo gasta ao corpo (...).Na mente, o processo não ocorre da mesma forma, pois o envelhecimento mental não se caracteriza pelas mudanças atrofiantes de sua capacidade. Ao contrário, a mente amadurecendo, torna-se mais apta a apreensões de toda ordem, principalmente aos raciocínios abstratos que, em idades anteriores, nem sempre foram possíveis. Escreva uma dissertação entre 20 e 30 linhas, sobre o seguinte tema: Vida, dignidade e velhice. CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 11 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL RASCUNHO DA PROVA DISCURSIVA SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART 12 www.estrategiaconcursos.com.br CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFESSOR I - EDUCAÇÃO MUSICAL CONCURSO PÚBLICO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO 13 www.estrategiaconcursos.com.br SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO FUNDAÇÃO JOÃO GOULART