Sistema Límbico – Resumo!

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Renata Valadão Bittar – Medicina UNIT/ P3
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SISTEMA LÍMBICO
1. EMOÇÕES

Está relacionado com as emoções como alegria, tristeza, medo, prazer e raiva.

Emoções são sentimentos subjetivos que provocam manifestações fisiológicas e
comportamentais.
o Manifestações fisiológicas  Dependem do sistema nervoso autônomo
o Manifestações comportamentais  Resultam da ação do sistema nervoso
motor somático

Cada manifestação depende do tipo de emoção e da espécie. Por exemplo, quando
feliz, o homem sorri e o cachorro abana a cauda.

As emoções possuem 2 componentes:
o Componente Central/Subjetivo
o Componentes Periférico/Expressivo da emoção: expressão facial

A distinção entre esses dois componentes é importante pois um ator, por exemplo,
pode simular todos os padrões motores ligados à expressão de determinada
emoção sem, contudo, sentir emoção nenhuma.

Classificação das emoções:
o Emoções positivas ou agradáveis: alegria, bem-estar e o prazer em suas
diversas modalidades.
o Emoções negativas ou desagradáveis: medo, tristeza, desespero, nojo, raiva
etc.

As emoções estão relacionadas a áreas específicas do cérebro (diencéfalo,
telencéfalo e mesencéfalo) que, em conjunto, constituem o sistema límbico. Logo,
o sistema límbico é um complexo.

Algumas dessas áreas também estão ligadas com a motivação, especialmente as
motivações primárias, ou seja, estados de necessidade ou de desejos essenciais à
sobrevivência da espécie como fome, sede e sexo.

Por outro lado, essas mesmas áreas que estão ligadas às emoções também
controlam o sistema nervoso autônomo.
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
James Papez propôs um novo mecanismo para explicar as emoções que envolvia
as estruturas do lobo límbico, núcleos do hipotálamo e tálamo unidos pelo Circuito
de Papez.
2. CIRCUITO DE PAPEZ
 Primeiro modelo sobre o circuito neural das EMOÇÕES.

Composição:
o Hipocampo
o Fórnix
o Corpo mamilar
o Trato mamilo-talâmico
o Núcleos anteriores do tálamo
o Cápsula interna
o Giro do cíngulo
o Giro para-hipocampal
o E, novamente, o hipocampo, fechando o circuito
o
Fonte: MACHADO, A; HAERTEL, LC. Neuroanatomia Funcional - 3ª edição. São Paulo: Editora Atheneu, 2014
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3
Fonte: ESPIRIDIÃO-ANTÔNIO, V et al. Neurobiologia das emoções. / Rev. Psiq. Clín 35 (2); 55-65, 2008.

As informações que chegam ao cérebro percorrem um determinado trajeto ao
longo do qual são processadas. Em seguida, direcionam-se para as estruturas
límbicas e paralímbicas, pelo circuito de Papez, ou por outras vias, para adquirirem
significado emocional, dirigindo-se, ato contínuo, para determinadas regiões do
córtex cerebral, permitindo que sejam tomadas decisões e desencadeadas ações –
processos relacionados à autonomia.
3. CONCEITO DO SISTEMA LÍMBICO

É o conjunto de estruturas corticais e subcorticais interligadas morfologicamente e
funcionalmente, relacionadas com as EMOÇÕES e MEMÓRIA.
 Sistema relacionado fundamentalmente com a regulação dos processos emocionais
e do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático constituído pelo lobo
límbico (componente cortical) e pelas estruturas subcorticais a ele relacionadas.
 Lobo límbico é um anel cortical contínuo constituído pelo giro do cíngulo, giro
para-hipocampal e hipocampo.
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
O SL passou a ser caracterizado como o circuito neuronal relacionado às respostas
emocionais e aos impulsos motivacionais, já tendo sido incluídas em seu bojo
estruturas como hipotálamo, amígdala, núcleos da base, área pré-frontal, cerebelo
e septo (o hipocampo, inicialmente inserido, não parece ter participação decisiva
nos mecanismos neurais das emoções, tendo papel, outrossim, na consolidação da
memória, incluída aquela de conteúdo emocional, daí estar relacionado – ainda
que não seja pertencente – ao SL).

O SL tem a função psíquica de avaliar afetivamente as circunstâncias da vida,
realizar a integração do sistemas nervoso, endócrino e imunológico e organizar uma
reação adequada. A qualidade da avaliação afetiva depende da experiência vivida e
das normas culturais.

Do ponto de vista anatômico, o centro do sistema límbico é o LOBO LÍMBICO
e as estruturas com ele relacionadas.

O lobo límbico é um dos componentes corticais do sistema límbico.

Do ponto de vista funcional, existem 2 subconjuntos de estruturas, ligadas às
emoções e à memória, como disposto abaixo:
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4. FUNÇÕES DO SISTEMA LÍMBICO

Regulação dos processos emocionais
o Regulação dos processos motivacionais primários (fome, sede, sexo etc)
o Regulação do SNA

Participação dos mecanismos de memória
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
Regulação do sistema endócrino
5. COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO RELACIONADOS À EMOÇÃO
a) CÓRTEX CINGULAR ANTERIOR  EMOÇÕES

Apenas a parte anterior (1/3 anterior) do giro do cíngulo relaciona-se com as
emoções.

Todo o restante do giro do cíngulo (2/3 posteriores) está relacionado com a
memória, bem como o Circuito de Papez.

A remoção cirúrgica do giro do cíngulo já foi empregada no tratamento de
psicótivos agressivos e em animais selvagens o resultado foi a domesticação do
mesmo.
b) CÓRTEX INSULAR ANTERIOR

A ínsula tem duas partes: anterior e posterior

O córtex insular posterior é ISOCÓRTEX HETEROTÍPICO granular,
característico das áreas primárias, no caso, áreas GUSTATIVA e SENSORIAIS
VISCERAIS.

Já o córtex insular anterior é ISOCÓRTEX HOMÓTIPO, característico das áreas
de ASSOCIAÇÃO.

O córtex insular anterior está envolvido, pelo menos, nas seguintes funções:
o Empatia  capacidade de se identificar com outras pessoas e perceber e se
sensibilizar com o seu estado emocional. Esse córtex é ativado em
indivíduos normais quando observam imagens de situações dolorosas como
um dedo preso na porta do automóvel. Entretanto, não há ativação se o
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dedo apenas for encostado na porta. Logo, lesões na ínsula estão
relacionadas com psicopatias.
o Conhecimento da própria fisionomia como diferente da dos outros  ela
é ativada quando uma pessoa se observa no espelho ou em uma foto, mas
não em fotos de outras pessoas. O reconhecimento da fisionomia das outras
pessoas depende de áreas visuais secundárias.
o Situação de nojo  na presença ou simplesmente com fotos de fezes,
vômito, carninça e outras situações consideradas nojentas. Ela também é
ativada com a visão de outras pessoas com fisionomia de nojo. A sensação
de novo tem valor adaptativo pois afasta as pessoas de situações associadas
a doenças. Lesões = perda do senso de nojo.
o Percepção dos componentes subjetivos das emoções  esta função que
permite ao indivíduo sentir as emoções também é exercida por algumas
outras áreas corticais e subcorticais.
c) CÓRTEX PRÉ-CENTRAL ORBITOFRONTAL

O córtex pré-central divide-se em 2 áreas: orbitofrontal e dorsolateral.

Apenas a área orbitofrontal está relacionada com as EMOÇÕES.

Essa área ocupa a parte ventral do lobo frontal adjacente às órbitas compreendendo
os giros orbitários.

É compreendida em um circuito: os giros orbitários projetam-se para o lobo
caudado que, por sua vez, projeta-se para o globo pálido do núcleo lentiforme, a
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seguir para o núcleo dorsomedial do tálamo que se projeta para a área pré-frontal
orbitofrontal, fechando o circuito.
o Giros orbitários
o Lobo caudado
o Globo pálido do núcleo lentiforme
o Núcleo dorsomedial do tálamo
o Área pré-frontal orbitofrontal
d) HIPOTÁLAMO

Faz parte do diencéfalo junto com o tálamo, epitálamo e subtálamo.

Constitui o teto do mesencéfalo.

Está abaixo do sulco hipotalâmico que o separa do tálamo.

Lateralmente é limitado pelo subtálamo, anteriormente pela lâmina terminal e
posteriormente pelo mesencéfalo.
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
Apresenta formações anatômicas na face inferior do tronco encefálico: quiasma
óptico, túber cinéreo, o infundíbulo da hipófise e os corpos mamilares.

Constituído fundamentalmente por substâncias cinzenta que se agrupa em núcleos.

O fórnix divide o hipotálamo em área medial e latera.

12 núcleos do hipotálamo: núcleo posterior, núcleo túberomamilar, núcleos
mamilares, núcleo arqueado, núcleo ventromedial, núcleo dorsomedial, núcleo
paraventricular, núcleo supraóptico, núcleo supra quiasmático, núcleo pré-óptico
ventrolateral, núcleo pré-óptico lateral e núcleo pré-óptico medial.

O hipotálamo faz conexões com o sistema límbico:
o HIPOCAMPO: o hipocampo liga-se aos núcleos mamilares do
hipotálamo, de onde os impulsos nervosos seguem para o núcleo anterior
do tálamo através do fascículo mamilotalâmico, fazendo parte do Circuito
de Papez. Dos núcleos mamilares, os impulsos chegam também a formação
reticular do mesencéfalo pelo fascículo mamilotegmentar.
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o CORPO AMIGDALOIDE: fibras originadas nos núcleos do corpo
amigdaloide chegam ao hipotálamo principalmente através da estria
terminal.
o ÁREA SEPTAL: essa área liga-se ao hipotálamo através de fibras que
percorrem o feixe prosencefálico medial. O feixe está entre a área septal e
o mesencéfalo.

Entre as funções do hipotálamo está a regulação dos processos emocionais.

Tem papel preponderante como coordenador das manifestações periféricas das
emoções, através de suas conexões com o SNA.

Importante para a coordenação e integração dos processos emocionais.
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e) ÁREA SEPTAL

Abaixo do rostro do corpo caloso

Anteriormente à lâmina terminal e à comissura anterior

Compreende grupos de neurônios de disposição subcortial que se estendem até a
base do septo pelúcido = núcleos septais

A área septal tem conexões extremamente amplas e complexas, destacando-se suas
projeções para o corpo amigdaloide, hipocampo, tálamo, giro do cíngulo,
hipotálamo e formação reticular através do FEIXE PROSENCEFÁLICO
MEDIAL.

Através desse feixe a área septal recebe fibras dopaminérgicas da área tegmentar
ventral e faz parte do sistema mesolímbico ou sistema de recompensa do cérebro

Lesões bilaterais da área septal causam a RAIVA SEPTAL = hiperatividade
emocional, ferocidade e raiva diante de condições que normalmente não
modificam o comportamento do animal.

Estimulações na área septal causam alterações na pressão arterial e do ritmo
respiratório, mostrando o seu papel na regulação de atividades viscerais.

As experiências de autoestimulação mostram que a área septal é um dos centros de
PRAZER no cérebro e a sua estimulação causa euforia.

A destruição da área septal resulta em reação anormal aos estímulos sexuais e à
raiva.
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f) NÚCLEO ACCUMBENS

Está entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen.

Faz parte do corpo estriado ventral.

Recebe aferências dopaminérgicas principalmente da área tegmentar ventral do
mesencéfalo.

Projeta eferências para a parte orbitofrontal do córtex pré-central.

É o componente MAIS IMPORTANTE do sistema mesolímbico ou sistema de
recompensa ou de prazer do cérebro.
Cabeça do núcleo caudado
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g) HABÊNULA

Está localizada no trígono das habênulas, no epitálamo.

Abaixo e lateralmente à glândula pineal.

É composta pelos núcleos habenulares medial e lateral.

O núcleo lateral tem funções mais conhecidas.

Suas conexões são muito complexas: recebem aferências dos núcleos septais pela
estria medular do tálamo e fazem projeções pelo fascículo retroflexo para o
núcleo interpenduncular do mesencéfalo e para os neurônios dopaminérgicos do
sistema mesolímbico, sobre os quais tem ação inibiória.

Tem ação inibitória sobre o sistema serotoninérgico através dos núcleos da rafe.

Assim, a habênula participa da regulação dos níveis de dopamina nos neurônios
do sistema mesolímbico.

A estimulação dos núcleos habenulares resulta em ação inibitória sobre o sistema
dopaminérgico mesolímbico e sobre o sistema serotoninérgico de projeção difusa.

Essa ação inibitória está sendo implicada na fisiopatologia dos transtornos de
humor como a depressão na qual há uma ação inibitória exagerada do sistema
mesolímbico.

Alguns sintomas da depressão como a tristeza e a incapacidade de buscar o prazer
(anedonismo) podem ser explicados pela queda da atividade dopaminérgica na
via mesolímbica, em especial o núcleo accumbens.

O sistema mesolímbico é ativado pela recompensa e a habênula (núcleo
habenular lateral) pela não recompensa (frustração).
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h) AMÍGDALA OU CORPO AMIGDALOIDE

Amígdala = em grego é amendôa

É a principal responsável pelo processamento das emoções e desencadeadora do
comportamento emocional.

Principal função: processamento do medo.

COMPONENTE MAIS IMPORTANTE DO SISTEMA LÍMBICO.
o Estrutura e conexões da amígdala

Possui 12 núcleos  complexo amigdaloide

Os núcleos se dispõem em 2 grupos: corticomedial, basolateral e central.

Grupo Corticomedial: recebe conexões olfatórias e parece estar envolvido com os
comportamentos sexuais.

Grupo Basolateral: recebe a maioria das conexões aferentes (14) da amígdala.

Grupo Central: dá origem às conexões eferentes (20).

A amígdala é a estrutura subcortical com o maior número de projeções do
sistema nervoso.
Conexões Extrínsecas:

Possui conexões aferentes com todas as áreas de associação secundárias do
córtex, trazendo informações das áreas supramodais.

Recebe também aferências de alguns núcleos hipotalâmicos, do núcleo
dorsomedial do tálamo, dos núcleos septais e do núcleo do trato solitário.
As conexões eferentes de dividem sem 2 vias:

Via Amigdalofuga Dorsal que, através da estria terminal, projeta-se para os
núcleos septais, núcleo accumbens, vários núcleos hipotalâmicos e núcleo da
habênula.

Via Amigdalofuga Ventral que projeta-se para as mesmas áreas corticais, talâmicas
e hipotalâmicas de origem das fibras aferentes, além do núcleo basal de Meynert.
Por meio dessa via a amígdala projeta eferências para o tronco encefálico
envolvidos em funções viscerais, como o núcleo dorsal do vago, onde estão os
neurônios pré-ganglionares do parassimpático craniano.
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Conexões Intrínsecas:

Os núcleos da amígdala comunicam entre si por fibras predominantemente
GLUTAMATÉRGICAS, indicando grande processamento local de informações.

A amígdala tem grande diversidade de neurotransmissores: acetilcolina, GABA,
serotonina, noradrenalina, substância P e encefalinas.
o Funções da amígdala:

Estimulação dos núcleos do grupo basolateral (conexões aferentes)  reações de
medo e fuga.

Estimulação dos núcleos do grupo corticomedial  reação defensiva e agressiva
OBS: o comportamento de ataque agressivo também pode ser desencadeado por
estimulação do hipotálamo.

A amígdala contém a maior concentração de receptores para hormônios sexuais
do SNC.

Sua estimulação reproduz uma variedade de comportamentos sexuais e sua lesão
provoca hipersexualidade.

PRINCIPAL FUNÇÃO: PROCESSAMENTO DO MEDO.

A amígdala é ativada pela simples visão de pessoas com medo.

A amígdala está envolvida no reconhecimento de faces que expressam emoções
como medo e alegria.

Uma das áreas visuais secundárias do lobo temporal armazena imagens de faces e
permite seu reconhecimento. Entretanto, o reconhecimento de faces com
expressões emocionais ocorre APENAS NA AMÍGDALA.
o A amígdala e o medo

O medo é uma reação de alarme diante de um perigo.

Essa reação resulta de uma ativação geral do SNA simpático e liberação de
adrenalina pela medula da glândula adrenal.

Esse alarme, denominado de SÍNDROME DE EMERGÊNCIA DE CANNON,
visa preparar o organismo para uma situação de perigo na qual ele deve fugir ou
enfrentar o perigo (to fight or to flight) como no exemplo do boi no meio pasto.

A informação visual (e auditiva, se o boi berrar) é levada ao tálamo (corpo
geniculado lateral) e daí a áreas visuais primárias e secundárias. A partir desse
ponto, a informação segue por 2 caminhos, uma via direta e outra indireta.
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
Na via direta, a informação visual é levada e processada na amígdala basolateral,
que dispara o alarme a cargo do SNA simpático. Isso permite uma reação de
alarme imediata com manifestações autonômicas e comportamental típicas. Essa
via é mais rápida e permite resposta imediata ao perigo.

Na via indireta, a informação passa ao córtex pré-frontal e depois à amígdala. Essa
via é mais lenta mas permite que o córtex pré-frontal analise as informações
recebidas e seu contexto.

Se não houver perigo (o boi é manso), a reação de alarme é desativada.

A via direta é inconsciente e o medo só se torna consciente, ou seja, a pessoa só
sente o medo quando os impulsos nervosos chegam ao córtex – via indireta.

Em um experimento clássico, ratos eram submetidos a estímulos neutros como o
som de uma campanhia (estímulo condicionado). Logo a esse estímulo, segue-se
um choque elétrico (estímulo não condicionado). Esses estímulos foram repetidos
diversas vezes. Após isso, só com o estímulo do som da campanhia, o animal
passou a ter medo, mesmo sem o choque.

O medo pode ser inato ou adquirido (aprendido).

No medo adquirido, a associação de 2 estímulos é feita no núcleo lateral da
amígdala e a resposta, a cargo principalmente do SNA simpático, é desencadeada
pelo núcleo central.

Em um animal sem amígdala, o condicionamento não ocorre.

O homem, o medo pode ocorrer mesmo sem o condicionamento caso alguém
avise-o sobre alguma coisa perigosa.
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6. SISTEMA MESOLÍMBICO OU DE RECOMPENSA/PRAZER NO
ENCÉFALO

Sistema dopaminérgico mesolímbico.

Explica a relação do cérebro com o prazer e a motivação.

É formada por neurônios dopaminérgicos que, da área tegmentar ventral do
mesencéfalo, passando pelo feixe prosencefálico medial, terminam nos núcleos
septais e no núcleo accumbens, os quais, por sua vez, projetam-se para o córtex
pré-frontal orbitofrontal.

Há também projeções diretas da área tegumentar ventral para a área pré-frontal e
projeções de retroalimentação entre esta área e a tegumentar ventral.

O sistema de recompensa premia com a sensação de prazer os comportamentos
importantes para a sobrevivência, mas é também ativado por situações cotidianas
que nos causam alegrias, como quando rimos de uma piada, vencemos algum
desafio, conquistamos uma vitória, tiramos uma boa nota na escola ou
simplesmente quando vemos as pessoas que amamos.

O prazer sentido após o uso de drogas de abuso, como a cocaína e o crack, devese a estimulação do sistema dopaminérgico mesolímbico em especial e o núcleo
accumbens.

A dependência ocorre pela estimulação exagerada dos neurônios deste sistema, o
que resulta em gradual diminuição da sensibilidade dos receptores e redução do
seu número. Com isso, doses cada vez maiores são necessárias para obter-se o
mesmo prazer.
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