UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA JÉSSICA RAIANE OLIVEIRA DA SILVA LINDÉIA RODRIGUES CONCEIÇÃO SIRLENE DE FÁTIMA OLIVEIRA E SILVA AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOTURNA DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE TAILÂNDIA-PA Tailândia/PA 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA JÉSSICA RAIANE OLIVEIRA DA SILVA LINDÉIA RODRIGUES CONCEIÇÃO SIRLENE DE FÁTIMA OLIVEIRA E SILVA AVALIAÇÃO DA MOTIVAÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NORTUNA DE UMA INSTITUIÇÃO HOSPITALAR PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE TAILÂNDIA-PA Projeto de trabalho de curso apresentado ao Curso de Bacharelado em Administração Pública da Universidade Federal do Pará, como requisito aprovação na disciplina Seminário temático II na LFE I, II ou III. Tutor orientador: Profª. Sandra Maria da Silva Ferreira, Ma. Tailândia/PA 2016 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 4 2 OBJETIVOS.................................................................................................... 6 2.1Objetivo Geral.................................................................................... 6 2.2 Objetivos Especificos...................................................................... 6 3 REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 7 4 REVISÃO TEÓRICA...................................................................................... 10 4.1 Motivação........................................................................................ 10 4.1.1 Definição............................................................................ 10 4.1.2 Um breve histórico da motivação................................... 12 4.2.3 Teorias motivacionais..................................................................15 4.2.3.1 Hierarquia das Necessidades de Maslow.....................15 4.2.3.2 Teoria dos dois fatores de Herzberg............................16 4.2.3.3 Teoria x e y de McGregor..............................................16 4.2.3.4 Teoria da necessidade adquirida de McClelland........16 4.3 O TRABALHO NOTURNO...............................................................17 4.3.1 Descrição......................................................................................17 4.3.2 Dos direitos legais.......................................................................17 4.3.3 A influência do trabalho noturno na saúde do trabalhador.....17 5 METODOLOGIA............................................................................................ 18 5.1 Dos participantes.......................................................................... .18 5.2 Da coleta de Dados....................................................................... .18 5.3 Da análise dos dados.................................................................. . .18 5.4 Cronograma de atividades para a realização do TCC................ 29 6 BIBLIOGRAFIA........................................................................................20 1 INTRODUÇÃO O mundo da administração vem passando por mudanças constantes nos últimos tempos e, hoje, sabe-se muito mais a respeito de como gerir eficazmente organizações complexas. Neste contexto, concebe-se a motivação como parte integrante desse processo; é uma condição fundamental e indispensável para o alcance dos objetivos do trabalho e das organizações. Sendo assim, há muitos anos, um grande número de pesquisadores e estudiosos vem salientando a importância de reconhecer esse fenômeno. Segundo Gil (2001), o mundo cada vez mais competitivo dos negócios exige alto nível de motivação das pessoas(...) A importância da motivação na área da saúde atinge altos níveis em função das características das próprias funções existentes nesse tipo de ambiente, em que envolve em seu processo seres humanos(...)Dessa forma, motivação torna-se um recurso importante do processo do cuidar. Por isso torna-se considerável realizar uma Avaliação da motivação dos colaboradores da enfermagem de uma instituição hospitalar pública do município de Tailândia-PA Através da leitura de alguns artigos sobre motivação Hospitalar que consideram a visão de diversos autores a respeito dos fatores que levam a satisfação dos funcionários, observa-se que a motivação está ligada a carga horária trabalhada, segurança no trabalho, condições físicas, ambiente e salários justos levam a satisfação dos funcionários. A partir desses raciocínios deu-se a origem do levantamento do problema desta pesquisa em uma Instituição Hospitalar Pública do Município de Tailândia-PA. A indagação que direciona esta pesquisa e fundamenta este estudo é a seguinte: Quais os fatores que exercem influência na motivação dos colaboradores de enfermagem do Hospital Geral do Município de Tailândia-PA? Faz-se necessário ressaltar que os novos desenvolvimentos em administração e planejamento das organizações têm-se mostrado relevantes para a motivação e para a eficácia das organizações. Muito mais se apreendeu nos campos da administração e da organização em termos da compreensão 4 básica sobre o tema motivação. Este fato não surpreende, uma vez que a motivação tem sido estudada durante décadas e o comportamento humano nas organizações não tem apresentado muitas modificações. Dessa forma a questão que fundamenta a presente pesquisa, é Quais são os fatores que exercem influência na motivação dos colaboradores de enfermagem do Hospital Geral do município de Tailândia-PA. As principais pesquisas voltadas para essa realidade tiveram como objetivo verificar a percepção dos colaboradores internos quanto à importância da motivação no desenvolvimento da organização. Quanto aos resultados encontrados nas pesquisas, constatou-se que em algumas instituições os colaboradores internos consideraram trabalharem em um bom local de serviço, proporcionador de condições em que os mesmos se sintam satisfeitos, mediante a estratégias administrativas. Em contrapartida em outras instituições fica evidente a satisfação dos colaboradores em trabalharem na instituição, mas que também sentem-se insatisfeitos com a carga horária de trabalho, sendo este o motivador de não conseguirem atender a demanda, podendo influenciar diretamente na qualidade da assistência prestada. Dessa forma muitas das vezes o colaborador sente-se frustrado por não conseguir ofertar, assim como gostaria, qualidade no atendimento mediante a falta de tempo. 2 OBJETIVOS: 5 2.1 Objetivo geral Analisar fatores organizacionais que geram motivação NA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOTURNA em uma instituição hospitalar pública no município de Tailândia-PA. 2.2 Objetivos específicos (1) Identificar o perfil dos servidores Da equipe de enfermagem noturna do hospital. (2) Verificar os fatores que geram satisfação na equipe de enfermagem (3) Identificar os fatores que influenciam na motivação dos servidores (4) Identificar no Hospital Geral do Município de Tailândia-PA os fatores motivacionais, dispostos aos servidores noturnos, levantados no estudo bibliográfico. 3 REVISÃO DE LITERATURA 6 Diversos estudos que visam à aplicação, avaliação e análise dos fatores motivacionais de servidores da saúde, foram desenvolvidos nos últimos anos pelos estudiosos do setor de administração, dentre os quais destacamos os trabalhos de MARQUE (2008), MATEUS (2013), MESQUITA; FONTELLES; LOPES (2014), MELARA; BECCARIA; CARTAA; CONTRIN (2006), SPRANDEL;VAGHETTI (2012), LANZA (2012) e BERNARDES; BARCELLOS; CAMARGO (2010) Nos estudos de MARQUE (2008) “Motivação no trabalho: A percepção dos colaboradores internos do Laboratório Marluce Vasconcelos” é possível perceber que quando os funcionários consideram a empresa um bom local para trabalhar, gerando satisfação pessoal, é mais propício à parecença de maior senso de responsabilidade e de dedicação dos colaboradores. O mesmo é constatado na pesquisa de MATEUS (2013) “Motivação no trabalho: um estudo de caso na gestão administrativa do hospital divina providência”. De forma análoga também se constatou a satisfação pessoal, quando se considera a empresa um bom local de trabalho, pela pesquisa "Ações motivacionais como fator de influência no desempenho dos técnicos de enfermagem" de MESQUITA; FONTELLES; LOPES (2014) por meio do levantamento em que mais de cinquenta por cento dos colaboradores, do grupo pesquisado, responderam negativamente a questão que indagava a existência de ações gerenciais proporcionadora de bem estar pessoal e profissional, promovendo assim, ainda, uma resposta também desfavorável quanto às relações entre colaboradores. A mesma situação foi pontuada por MELARA; BECCARIA; CARTAA; CONTRIN (2006) na obra “Motivação da equipe de enfermagem em uma Unidade de Terapia Intensiva” onde os autores apontam que um dos fatores QUE GERAM INSASTIFAÇÃO, presente nos setores de serviço, são nas palavras dos autores: fingimento, fofoca e tentativa de subjugação, OU SEJA, ATRITO INTERPESOAL. SPRANDEL;VAGHETTI (2012) em seus estudos publicado com o título “Valorização e motivação de enfermeiros na perspectiva da humanização do trabalho nos hospitais” identificaram que quando os enfermeiros assumem setores do hospital que são compatíveis com a área de sua preferência sentemse satisfeitos com o trabalho que desenvolvem na instituição, mas que também 7 se satisfazem ao saberem que o seu fazer influenciou na recuperação da saúde de um indivíduo. Todavia, contraditoriamente, outros enfermeiros sentem-se insatisfeitos com a carga de trabalho, demanda a qual eles não conseguem atender, podendo influenciar diretamente na qualidade da assistência prestada. Mediante a análise dos fatores de motivação feitas nos estudos acima é importante expor, quais os fatores motivacionais vista pela ótica dos colaboradores das mais diversas categorias que atuam num hospital público. Essa é a proposta de avaliação de LANZA (2012) no trabalho “A motivação dos trabalhadores de uma instituição hospitalar pública” e BERNARDES; BARCELLOS; CAMARGO (2010) na obra “Motivação do Trabalhador: Estudo de Caso em um Hospital Filantrópico” os quais constataram que os funcionários de forma geral sugerem que os fatores que geraria motivação na instituição, se existisse, seria a valorização no trabalho, mais oportunidade de trabalho em equipe e aumento salarial. Frente aos trabalhos aqui destacados percebemos que as abordagens dos fatores motivacionais e/ou de satisfação nas instituições que promovem a saúde não consideram, para a avaliação, a distinção entre os fatores motivacionais que atuam sobre os servidores em diferentes turnos (diurno/noturno) . Devido à natureza da presente pesquisa faz-se necessário, contudo, destacar trabalhos que expõem a relação do trabalho noturno e o serviço de equipes de enfermagens. Os materiais selecionados aqui que retratam essa relação são os de VIEIRA (2009), SILVA; BECK; GUIDO; LOPES; SANTOS (2009), VERSA; MURASSAKI; INOUE; AUGUSTO DE MELO; FALLER; MATSUDA (2012) , MAYNARDES; SARQUIS; KIRCHHOF (2009) e LISBOA; SOUZAII;SANTOS; FERNANDES;FERREIRA (2010). Quanto ao impacto do trabalho noturno nos trabalhadores prestadores de assistência de enfermagem VIEIRA (2009) em seu trabalho “Agravos à saúde do trabalhador da área de saúde, com ênfase nas alterações do ciclo sono-vigília, ligados ao trabalho noturno” relata que a partir da década de 90 o interesse pelos estudos dos impactos a saúde do trabalhador noturno aumentou consequentemente ao aumento do trabalho no turno noturno da sociedade. 8 Vieira (apud) relata ainda que diversas patologias estão associadas ao sono, assim como distúrbio do ciclo vigília-sono ou distúrbio do ciclo circadiano, “perda de sincronia entre o ciclo vigília-sono do indivíduo [...] horário estabelecido como normal ”. (Ministério da Saúde do Brasil, 2001, p.207). A pesquisa efetuado pelo MAYNARDES et al. (2009) intitulado “Trabalho noturno e morbidades de trabalhadores de enfermagem” apresenta assim como a pesquisa de Vieira (apud) que o trabalho noturno é muito mais desgastante, em comparação ao diurno, para os trabalhadores de enfermagem podendo até provocar consequências à saúde e bem-estar do trabalhador. Quanto as consequências que geram prejuízo aos trabalhadores de enfermagem do turno noturno podemos destacar um agravante “o stress”. A pesquisa desenvolvida por VERSA et al. (2012) trata exatamente desse tópico. O estudo foi intitulado de “Estresse ocupacional: avaliação de enfermeiros intensivistas que atuam no período noturno” e neste é bem claro que o stress sentido pelos enfermeiros além de ser associado ao ambiente, também tem vínculo com o período da prestação de serviço. Um dos aspectos que podemos usar como termômetro para a avaliação do trabalho noturno é a qualidade do serviço prestado pelos trabalhadores assim podemos usar a pesquisa de LISBOA et al (2010) intitulado de “O trabalho noturno e suas repercussões na saúde do trabalhador de enfermagem” onde além de todos os prejuízo já contatados em outras pesquisas também se verifica prejuízo no bom atendimento de saúde pelos trabalhadores de enfermagem. Em meio aos tantas pesquisas que constatam prejuízo ao trabalhador de enfermagem do turno noturno SILVA et al. (2009) efetuaram uma pesquisa denominada “Análise quantitativa da satisfação profissional dos Enfermeiros que atuam no período noturno” apontou que a satisfação dos trabalhadores de enfermagem está associado majoritariamente por uma serie de fatores relacionados a subjetividade do trabalhador. No entanto nos estudos de ARRUDA (2014) aponta que “O desejo de deixar o trabalho noturno foi considerado como proxy da satisfação com o horário de trabalho [pelos trabalhadores noturnos]” 9 Mediante a essa realidade é de GRANDE VALIA O DESENVOLVIMENTO de pesquisas que dispõem da distinção dos turnos de trabalho em que atuam os servidores para um diagnóstico mais apurado da realidade motivacional da equipe de enfermagem pesquisada, proporcionando assim a viabilidade de trabalhos futuros em que se possa informar o contraste motivacional entre turnos de serviços dos servidores de enfermagem. Também, abre-se a possibilidade de propor intervenções administrativas que difiram a realidade dos servidores que atuam em turnos distintos. 4 REVISÃO TEÓRICA 4.1 Motivação 4.1.1 Definição O termo Motivação deriva do Latim Moverer que significa mover. Para Sancho et al (2002)“[...] costuma-se usar o termo motivação para descrever as forças externas ou internas que atuam sobre as pessoas e que desencadeiam e dirigem a sua conduta.” (apud Gomes;Quelhas,2003). Gil (2001, p. 202) entende que a motivação é “[...] a força que estimula as pessoas a agir. [...] a motivação tem sempre origem numa necessidade. [...] é conseqüência de necessidades não satisfeitas”. Bergamini (1997, p.54) acrescenta que: A motivação é um aspecto intrínseco ás pessoas, pois ninguém pode motivar ninguém. A mesma passa a ser entendida como fenômeno comportamental único e natural e vem da importância que cada um dá ao seu trabalho, do significado que é atribuído a cada atividade desse trabalho e que cada pessoa busca o seu próprio referencial de autoestima e auto- identidade. Bergamini dessa forma entende a motivação como um aspecto do comportamento humano, que para Chiavenato (1992.p.414) é de suma importância, pois “Para compreender o comportamento humano é fundamental o conhecimento da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um comportamento específico. 10 4.1.2 Um breve histórico da motivação De acordo com BERGAMINI (1997,p.19) antes da Revolução Industrial, a melhor maneira de motivar era o uso de punições. Essas punições não eram unicamente de caráter psicológico, mas também se apresentadas como forma de restrições financeiras, até chegar ao ponto de se converter em agressões físicas. Levando em consideração que as organizações passaram a existir muito tempo antes da Revolução Industrial, é um fato bastante recente a preocupação com o aspecto motivacional do comportamento humano no trabalho. Dessa forma, com o nascimento Revolução industrial também foram surgindo pensadores e teorias voltadas à motivação organizacional a fim de desenvolver maneiras de estimular os trabalhadores para maximizar os ganhos. A começar por Frederick Taylor, que defendia adoção de estratégias diferente do clima de punição, selecionando corretamente trabalhadores, treinando-os nas funções específicas, que esperava desenvolver. Também julgava que o dinheiro seria a principal fonte de incentivo a motivação. Ele acreditava que a maioria dos trabalhadores escolheriam seus empregos não tanto pelo tipo de emprego, mas sim pela remuneração obtida. Bergamini (1997) fala que a segunda proposta administrativa surge com Elton Mayo, e relata que a partir de uma nova filosofia administrativa defendida por ele que se percebeu a importância de considerar as pessoas na sua totalidade. Bergamini (apud) relata ainda que a filosofia de Mayo: Pressupunha-se que a melhor maneira de motiva os empregados deveria caracteriza-se por forte ênfase do comportamento social do mesmo. Os administradores e supervisores passaram, então, a procurar fazer com que empregados sentisse a sua utilidade e importância pessoal no trabalho. A estratégia administrativa deveria promover o reconhecimento do valor de cada pessoa, além de buscar, de forma muito especial, a satisfação das suas necessidades sociais. (BERGAMINI,1997, p .21) Em meio a busca por métodos de motivação organizacional surgem a Teorias de Relações Humanas geradora, segundo CHIAVENATO (2003), de 11 uma Revolução Administrativa. Revolução essa que nasce nas proximidades da Segunda Guerra Mundial. Para Chiavenato (2003) a chegada da Teorias das Relações Humanas levou uma grande vantagem sobre os conceitos clássicos de autoridade, hierarquia, racionalização do trabalho, departamentalização, princípios gerais da administração etc., passaram a ser contestados ou deixados de lado. Falandose agora em Motivação, liderança, comunicação, organização informal, dinâmica de grupo, etc. Pois tal teoria se pauta principalmente nas ideias de que: 1. Os trabalhadores são criaturas sociais complexas, dotados de sentimentos desejos e temores [...]. 2. As pessoas são motivadas por necessidades humanas e alcançam suas satisfações por meio dos grupos sociais com que interagem[...]. 3. O comportamento dos grupos sociais é influenciado pelo estilo de supervisão e liderança [...]. 4. As normas sociais do grupo funcionam como mecanismo regulador do comportamento dos membros. [...] (CHAVENATO, 2003, 116) Frente à nova visão administrativa gerada pela Teorias das Relações Humanas uma nova ótica também surge sobre a motivação. A complexidade do fenômeno da motivação determinou [por sua vez] o aparecimento de diferentes teorias para explicação deste fenômeno, tais como Hierarquia da necessidade de Maslow, a teoria X e teoria Y, de McGregor, A teoria Motivação – Higiene de Herzberg [...] (GIL,2007,p.205). A saber, tais teorias, pós a Revolução da Teorias da Motivação Humana, que tentam desvendar o fenômeno da motivação, citadas à cima serão ainda abordadas no tópico Revisão teóricas do presente trabalho. 4.2.3 Teorias motivacionais 4.2.3.1 Hierarquia das Necessidades de Maslow 12 Abraham Maslow foi um psicólogo que ficou conhecido pela proposta Hierarquia de necessidades a “pirâmide de necessidades de Maslow”, segundo a qual postula que o que motiva o homem são essencialmente suas necessidades. Segundo Gil ( 2007, p.205) “[...] Abraham Maslow (1987) constatou que as necessidades humanas apresentam diferentes níveis de força, e nesse sentido estabeleceu uma hierarquia de necessidade que as classifica em cinco grupos: fisiológicas, de seguraça, sociais, de estima e de autro-realização” Maslow hierarquiza de forma sistemática as necessidades básicas do ser humano dividindo-os em dois tipos: (a) “As primárias” vinculadas existência física da pessoa, como as necessidades fisiológicas e de segurança; e (b) “As secundárias” vinculadas ao processo de aprendizagem e socialização, de estima e de auto-realização. Como indica a figura 1. Necessidades Primárias Necessidades Secundárias 1 Hierarquia de necessidade de Maslow , adaptado de Gil (2007, p. 205) Segundo Gil (idem) as definições das necessidades são as seguintes: (a) Necessidades “Fisiológicas” pautadas em impulsos básicos de manutenção da vida como alimentação, bebida, descanso, sexo, abrigo, etecetera. “Enquanto essas necessidades não estiverem satisfeita, as pessoas provavelmente darão prouca atenção aos outros níveis.” (GIL, idem) 13 (b) Necessidades “de segurança” tópico que está relacionadas à necessidade , como o próprio nome diz, de segurança, livre de perigos, desemprego ,doenças, entre outros. (c) Necessidades “Sociais” é inerente a vontade de pertencer a um grupo social, de amor, de participação, de afeição e amizade. “Uma vez satisfeitas as necessidades sociais [...] passam a quares estima”. (GIL, idem) (d) Necessidade “De estima” está relacionado à forma pela qual o indivíduo se vê e quanto aos seus status, sua independência, autonomia e autoconfiança. “Naturalmente, este potencial varia de pessoa para pessoa” (GIL, idem) (e) Necessidade “De auto-realização” este tópico é inerente a vontade de se atingir o seu potencial mais elevado. 4.2.3.2 Teoria dos dois fatores de Herzberg A Teoria dos Dois Fatores foi desenvolvida pelo americano Frederick Herzberg, sendo publicada em seu livro “A Motivação para Trabalhar” (The Motivation to Work). A teoria teve como base entrevistas realizadas com profissionais da área industrial de Pittsburgh. Que tinha como objetivo identifica o que causava satisfação e insatisfação nos profissionais. Se tratando de explicar o comportamento das pessoas em situação de trabalho, a teoria dos dois fatores de Frederick Herzberg marcou a historia sendo o primeiro a relacionar o estudo do comportamento e a motivação das pessoas diretamente dentro das empresas. Dividindo em dois fatores: higiênicos. e motivacionais. Assim como mostra a tabela 1. Fatores higiênicos Descrição Salário e benefícios Inclui bônus e prêmios, carro da empresa, planos de saúde e itens assemelhados que incrementam o salário. Condições de Trabalho Envolve as características do ambiente, as instalações, as máquinas, os equipamentos e a quantidade de horas de trabalho. Política da empresa Refere-se não apenas às normas formais (escritas), mas também às regras informais (não escritas) que definem, as relações empregador-empregado. 14 Status É identificar por item como: natureza do cargo, autoridade, relacionamento com outros e prestígio interno e externo. Segurança no Trabalho Supervisão Refere-se não apenas ás condições físicas de segurança, mas também á confiança que o empregado tem em relação a sua permanência na empresa. Fatores motivacionais Grau de controle que o empregado tem sobre o trabalho que executa. Descrição Responsabilidade Sentimento de responsabilidade pelo trabalho que executa, independentemente de qualquer coerção exterior. Reconhecimento Reconhecimento da capacidade de trabalho e do desempenho no cargo pelos superiores. Desafios Disposição de realizar tarefas reconhecidas como difíceis. Realização Recepção de que o trabalho está adequado às expectativas. Crescimento Sensação de esta alcançando ou ter ultrapassado os objetivos relacionados a tarefas. Tabela 1- Fatores Higiênicos e Motivacionais (GIL,2007,pag.208) Os fatores higiênicos ou extrínsecos - Envolvem as condições físicas de trabalho e estão fora do controle das pessoas, está relacionado com o ambiente que rodeia o indivíduo, os fatores higiênicos evitam a insatisfação no trabalho porém não geram motivação. Fatores motivacionais ou intrínsecos - São fatores que causam satisfação e estão sob controle do individuo. Esta relacionado com aquilo que o indivíduo faz, esta diretamente ligado ao crescimento individual, como: plano de carreira, chefia, entre outros. 4.2.3.3 Teoria x e y de McGregor O economista e professor de Gestão industrial Douglas MacGragor, norteamericano criou dois conceitos antagônicos, as teorias X e Y, publicados na 15 década de 1960 em seu livro The Human Side of Enterprise. Segundo Drucker (1998): A Teoria X constitui o modo tradicional de encarar o trabalhador e a sua atividade: Supõe que as pessoas sejam preguiçosas que detestam e evitam o trabalho, que precisam ser conduzidas e precisam também do chicote e da cenoura, ou seja, das recompensas e das ameaças. Supõe que a maioria das pessoas é incapaz de assumir responsabilidades e de desincumbir-se delas e que precisa ser vigiada. (DRUCKER, apud, p.271) Gil (2007) considera ainda que “Os [administradores] adeptos da primeira supõem que a maioria das pessoas não gostam de trabalhar e consequentemente sua equipe funciona apenas pela disciplina e pela possibilidade de recompensa” (p.206). Diferentemente dos adeptos da teoria Y que “[..] por sua vez, consideram que seus colaboradores encaram o trabalho como fonte de satisfação e são capazes de dedicar-se para obter os melhores resultados.”(GIL,apud). Pois, segundo Druker (apud) a “Teoria Y supõe que o trabalho constitui uma necessidade psicológica dos seres humanos e que estes anseiam por realizações e responsabilidades.” 4.2.3.4 Teoria da necessidade adquirida de McClelland A teoria da necessidade adquirida foi desenvolvida por David McClelland, psicólogo norte-americano. Robbin (2005) diz que tal teoria enfoca [em] três necessidades: realização, poder e associação. Elas são definidas da seguinte maneira: Necessidade de realização: busca da excelência, de se realizar em relação a determinados padrões, de lutar pelo sucesso. Necessidade de poder: necessidade de fazer com que os outros se comportem de um modo que não fariam naturalmente. Necessidade de associação: desejo de relacionamentos interpessoais próximos e amigáveis. (ROBBINS,apud.p 138) Delgado (2011) considera que “a diferença entre essa teoria e a de Maslow é que McClelland diz que tais necessidades podem ser aprendidas, não nascemos com elas: são adquiridas socialmente” e ainda implica que “a teoria de McClelland equivale 16 aos níveis mais elevados da hierarquia de Maslow e se aproxima dos factores motivacionais de Herzberg e” (Delgado, Apud. p 16). 4.3 O TRABALHO NOTURNO 4.3.1 Descrição Segundo ARRUDA (2014, p24) “Cabe ressaltar que a expressão “trabalho noturno” se refere àquele realizado à noite seja como na modalidade de turnos fixos ou como parte de esquemas de turnos alternantes.” Contudo considera-se, segundo a legislação brasileira, trabalho noturno aquele que realizado entre 22 horas e 5 horas do dia seguinte. 4.3.2 Dos direitos legais A constituição do Brasil em seu Capítulo II Dos direitos Sociais no Artigo 7º assegura que a remuneração do trabalho noturno seja superior á do diurno. Dessa forma segundo a consolidação das Leis de Trabalho o trabalhador noturno tem direito a 20% de adicional em sua remuneração além de jornada de 6 horas para turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva. A hora de trabalho computada no período noturno é de 52 minutos e 30 segundos. O trabalho noturno é proibido aos menores de 18 anos (BRASIL, 1988). 4.3.3 A influência do trabalho noturno na saúde do trabalhador “Trabalhar à noite exige grande esforço do profissional uma vez que causa o desajuste dos ritmos biológicos e afeta as relações sociofamiliares” (DRIESEN et al, 2011 apud ARRUDA,2014.) Segundo o Ministério de Saúde do Brasil (2001, p.162) um dos fatores relacionados ao trabalho determinante para o sofrimento psíquico do trabalhador é o trabalho noturno, dentre jornada de trabalho prolongada; turnos alternados ou turnos muito cedo pela manhã. Além de provocar problemas psíquicos o trabalho noturno está relacionado também ao transtorno do ciclo vigília-sono devido a fatores não-orgânico.(MSB, 2001) 5 METODOLOGIA 5.1 Dos participantes 17 O presente estudo foi desenvolvido com uma equipe de enfermagem de 40 pessoas dentre elas 10 enfermeiros e 30 técnicos em enfermagem, os quais atuam no turno noturno do o hospital Geral de Tailândia-PA (HGT), principal instituição de saúde pública do município. 5.2 Da coleta de Dados A presente pesquisa, quanto ao seu objetivo, se enquadra no tipo descritivo ao passo que segundo GIL (2002, p. 42) “tenta descrever características de uma determinada polução”, no nosso caso uma equipe de enfermagem que atua no turno noturno. Para tanto, faz-se necessário à técnica de levantamento de dados, que dispor-se da aplicação de um questionário quantitativo a qual visa analisar a opinião e/ou atitudes explícitas e conscientes, dos servidores analisados, sobre a ótica dos fatores motivacionais presente no local de trabalho. Com base nas teorias motivacionais aqui expostas e nos questionários já aplicados em outras pesquisas, que visam a identificação dos fatores motivacionais e também em pesquisas pautada na relação de serviço de enfermagem e o turno noturno, o questionário elaborado para a coleta de dados da presente pesquisa foi formulado contendo perguntas fechadas ( que só podem ser respondidas com sim/não) e abertas (que geram informação mais elaboradas do participante). 5.3 Da análise dos dados Os dados levantados foram analisados frente a estatística descritiva, visando selecionar. Os dados foram, então, descrito e sistematizados em planilhas desenvolvidas no programa Microsoft Office Excel 2010. 5.4 Cronograma de atividades para a realização do TCC. Meses para realização das atividades Atividade Escolher tema de estudo Jan Fev Mar X X X Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov 18 Dez Encontrar orientador X X Leitura para fundamentação X X X Redação da Introdução X X Redação da Revisão de Literatura X X X X X X Análise Estatística X X Redação dos Resultados X X Redação dos Métodos Exame de Qualificação X X X X X X X Correções após Exame de Qualificação X Coleta de Dados X Redação da Discussão e Conclusão Normatização e Finalização do Projeto de Pesquisa Banca de Defesa do Projeto de Pesquisa Correções após Banca de Defesa e Entrega do Relatório Final X X X X X X X 6 BIBLIOGRAFIA BERGAMINI, Cecília Whitaker. Desenvolvimento de recursos humanos: uma estratégia de desenvolvimento organizacional. São Paulo: Atlas, 1997. CHIAVENATO, I. Administração de Empresas. Uma abordagem contingencial. São Paulo: McGraw-Hill, 1982. 19 X VIEIRA, A. C. Barbosa. Agravos à saúde do trabalhador da área de saúde, com ênfase nas alterações do ciclo sono-vigília, ligados ao trabalho noturno [Trabalho de conclusão de curso].Minas gerais: Universidade Federal de Minas Gerais;2009 SILVA, R. Maria; BECK, C.L. Colomé; GUIDO, L. Azevedo; LOPES,L.F. Dias; SANTOS, J.L.Guedes. Análise quantitativa da satisfação profissional dos Enfermeiros que atuam no período noturno. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2009 Abr-Jun; 18(2): 298-305. VERSA, G.L.G.S; MURASSAKI, A.C.Y; INOUE, K.C; AUGUSTO DE MELO, W, FALLER, J.W; MATSUDA, L.M. Estresse ocupacional: avaliação de enfermeiros intensivistas que atuam no período noturno. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2012 jun;33(2):78-85. MAYNARDES, D. C. Dias; SARQUIS, L. M. MANSANO; KIRCHHOF,A. L. CARDOSO. Trabalho noturno e morbidades de trabalhadores de enfermagem. Cogitare Enferm 2009 Out/Dez; 14(4):703-8 LISBOAI,M. T. Luz; SOUZAII, N.V.D.Oliveira;SANTOSIII, D. Machado dos; FERNANDES , M. C.;FERREIRA, R. E. Dias de Seixas.O trabalho noturno e suas repercussões na saúde do trabalhador de ENFERMAGEM.Rev. enferm. UERJ, Rio de Janeiro, 2010 jul/set; 18(3):478-83. ARRUDA, A. Teixeira.Trabalho noturno e sofrimento mental em trabalhadores da saúde de dois hospitais em Manaus, AM. Tese (Doutorado) – Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Rio de Janeiro, 2014. p.20-30 Gil, Antônio Carlos, 1946-Como elaborar projetos de pesquisa. - 4. ed. - São Paulo : Atlas, 2002 Ministério da Saúde do Brasil, Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde; organizado por Elizabeth Costa Dias ; colaboradores Idelberto Muniz Almeida et al. – Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001. CHIAVENATO, I. Introdução à teoria gerais da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7.ed.rev.e atual.-Rio de Janeiro: Elsevier. 2003 Ministério da Saúde do Brasail.Representação no Brasil da OPAS/OMS.Doenças relacionadas ao trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde.Org. Elizabeht Costa Dias; col. Idelberto Muniz Almeida et al. – Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001. (p.207-208) Drucker, Peter Ferdinand. Introdução a administração.Tradução de Carlos A. Malferrari.-3.ed.São Paulo: Ploneira,1998. ROBBINS, Stephen P.Comportamento organizacional.Tradução técnica Reynaldo Marcondes. 11. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 20 DELGADO,R. R. Ramos.A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO PARA O SUCESSO DA ORGANIZAÇÃO.[Trabalho de Conclusão de Curso].INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E EMPRESARIAIS.2011. 21