XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. UTILIZAÇÃO DE JOGOS E EXPERIMENTOS DE GENÉTICA NA ESCOLA MINISTRO JARBAS PASSARINHO (CAMARAGIBE-PE) Mitsuo Albuquerque Ishiguro1, Reginaldo Miranda Neto2, Jacineide Gabriel Arcanjo3 Introdução O ensino de genética é de suma importância no dia-a-dia decorrente em estar nas mídias e no cotidiano dos estudantes, sendo aplicados tais conhecimentos para que os discentes possam desenvolver discernimento acerca de tais temas para que possam evoluir seus pensamentos crítico-didático através disso. De acordo com Rodríguez (1995), a pesquisa sobre ensino de Genética durante os anos de 1970 foi escassa. A busca pelas concepções prévias dos alunos que pela primeira vez entram em contato com o ensino formal de Genética e houve um grande salto nos anos de 1990 e 2000. Contudo, um trabalho de investigação já apontava a inapropriada compreensão de probabilidade e a ausência de um conceito simplificado de herança mendeliana como obstáculos para o desenvolvimento de conceitos genéticos mais elaborados por estudantes da escola secundária. O ensino de genética deve propiciar aos alunos o desenvolvimento do pensamento crítico e a capacidade de se posicionar e opinar sobre temas polêmicos como clonagem, transgênicos e reprodução assistida, bem como permitir que o aluno aplicasse os conhecimentos adquiridos no cotidiano e entenda os princípios básicos que norteiam a hereditariedade para que saibam como são transmitidas as características, compreendendo melhor a biodiversidade. De acordo com os PCNEM (Parâmetros curriculares para o ensino médio), no ano 2000, o ensino de biologia é desafiador para os educadores, pois os meios de comunicação como televisão, jornais, revistas e internet constantemente divulgam temas relacionados aos temas científicos, sendo que o papel do professor é possibilitar que o aluno relacione estes conhecimentos com os conceitos biológicos básicos. No entanto, o ensino de genética vem enfrentando algumas dificuldades, dentre elas estão: despertar o interesse do aluno fazê-lo entender processos que envolvem conceitos abstratos e descobrir formas de ajudar o aluno a perceber a relação que existe entre os conhecimentos científicos e o cotidiano. Durante o projeto de intervenção será necessário o levantamento de um pré-teste e pós-teste sendo de suma importância para ter o conhecimento de que os estudantes conhecem e como a intervenção vai melhorar o aprendizado. Para Santos e Gamboa (1995) a aplicação de um questionário para verificar os acertos e erros dos estudantes a questões antes e depois da aplicação da atividade propõe modelos estatísticos e consideram que a análise quantitativa permite que o pesquisador conheça as coisas como realmente são gerando um conhecimento público que pode ser reproduzido por outros pesquisadores que utilizarem o mesmo instrumento. Segundo Kishimoto (1996), o professor deve rever a utilização de propostas pedagógicas passando a adotar em sua prática aquelas que atuem nos componentes internos da aprendizagem, já que estes não podem ser ignorados quando o objetivo é a apropriação de conhecimentos por parte do aluno. Neste sentido é interessante a utilização dos jogos didáticos, pois este material pode preencher muitas lacunas deixadas pelo processo de transmissão-recepção de conhecimentos, favorecendo a construção pelos alunos de seus próprios conhecimentos num trabalho em grupo, a socialização de conhecimentos prévios e sua utilização para a construção de conhecimentos novos e mais elaborados. O jogo pedagógico ou didático é aquele fabricado com o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material pedagógico, por conter o aspecto lúdico (Cunha, 1988), e utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, sendo uma alternativa para se melhorar o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem (Gomes et al, 2001). Os objetivos desse trabalho foi melhorar e aprimorar os conhecimentos através de práticas lúdico-didáticasexperimentais acerca do conteúdo de genética do ensino médio, aprimorando os conhecimentos de genética com demonstrações de genética no cotidiano dos estudantes e fazendo revisões do assunto através de metodologia mais interativa, inclusiva e dinâmica, só assim avaliando a opinião dos alunos sobre a atividade afim de aprimoramento de conteúdo e para análises qualitativas. Material e métodos Durante a intervenção foi detectado, segundo relato dos próprios professores de biologia da escola Ministro Jarbas Passarinho (figura 1) um grande problema de aprendizado dos estudantes acerca dos assuntos relacionados a genética, sobretudo as leis mendelianas e como tal assunto é destaque quase diário nos noticiários e de suma importância nos vestibulares, se faz necessário uma intervenção de modo interativo e lúdico para tentar ser sanado os problemas relacionados 1 Primeiro Autor é Geógrafo e aluno do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros s/n, Dois Irmãos. E-mail: [email protected] Segundo Autor é aluno do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros s/n, Dois Irmãos, Recife, Pernambuco. Dois irmãos, Recife, Pernambuco. E-mail: [email protected] 3 Terceira Autora é Professora Adjunta do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manuel de Medeiros s/n, Dois irmãos, Recife, Pernambuco. 2 XIII JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2013 – UFRPE: Recife, 09 a 13 de dezembro. A. Questionário Inicialmente, foi aplicado um questionário adaptado para investigar o conhecimento prévio dos alunos ao tema em estudo. Em seguida, será utilizado um jogo modo tabuleiro para esclarecer o conteúdo em questão, e no final foi aplicado outro questionário para verificar a eficácia da modalidade empregada. Um mapa de conceitos foi elaborado levando-se em conta as relações entre: • os conceitos básicos envolvidos com a herança genética (DNA, alelo, gene, cromossomo, fenótipo e genótipo); • os padrões de herança (segregação e segregação independente). • leis mendelianas. Para verificar a existência desses conceitos e de proposições deles decorrentes foi elaborado um questionário e fizemos alguns testes para validá-lo. Os resultados obtidos na avaliação do questionário permitem chegar a uma versão final composta por oito questões, contendo questões de múltipla escolha e de respostas abertas. Foram realizados questionários diferentes com o 2º e 3º ano de acordo com seus assuntos abordados. B. Alunos Com os instrumentos de coleta de dados finalizados foram aplicados os questionários para as turmas previamente estabelecidas de acordo com a disciplina de Biologia dada, que no caso será de uma turma de 2º ano e um 3º ano do ensino médio, em torno de 80 estudantes da escola estadual Ministro Jarbas Passarinho. Os alunos receberam uma breve explicação do projeto e foram alertados que não seriam avaliados por meio do questionário. A abordagem foi direcionada a experimentos práticos de baixo custo e baixa facilidade de execução e também será feita a aula utilizandose de jogos lúdicos (de tabuleiro) para melhor visualização e incentivar o raciocínio dos estudantes para com o jogo (para o 3º ano). Durante as intervenções foram utilizados utensílios de cozinha (coador de café, peneira, copo americano, canecas), além de reagentes, compostos orgânicos, frutas, sendo realizados os experimentos com a turma do 2º ano. Tanto antes como depois das intervenções foram aplicados dois testes de conhecimento para avaliar o conhecimento pré-atividade e pós-atividade dos trabalhos que foram realizados em sala de aula. Com os questionários em mãos foi feita uma análise quantitativa e qualitativa, sobretudo, o quanto foi assimilado depois da intervenção. Resultados e Discussão Após o projeto executado tivemos como analisar os dados obtidos através dos testes pré e pós-intervenção, e obteve resultados satisfatórios tanto na turma do 2° C (gráfico 1) quanto na turma do 3° C (gráfico 2), sendo observado um melhor aproveitamento na turma do 2° C, onde observamos resultados acima dos 100% nos critérios que foram considerados mais importantes como: termos específicos, relacionar o conteúdo com o cotidiano e definição de termos simples sobre genética. Com isso, pode-se observar como a inserção de novas técnicas para a aplicação didática torna-se eficaz no desenvolvimento cognitivo dos alunos, melhorando a compreensão e incentivando a pesquisa, discussão e trabalho em equipe não apenas para a área da Biologia, mas para qualquer área do conhecimento. Com os resultados obtidos foi muito satisfatório, pois com o uso de uma ferramenta simples, apenas jogos e aula prática, ocorreu uma melhora significativa, superando o modo de como os estudantes vinham um conteúdo, até então considerado de difícil compreensão. Agradecimentos Ao professor Edvaldo, à escola Ministro Jarbas Passarinho, aos estudantes do 2ºC e do 3ºC. Referências AGAMME, A.L.D.A. O lúdico no ensino de genética: a utilização de um jogo para entender a meiose. TCC. Universidade Presbiteriana Mackenzie. São Paulo. 2010. Bachelard G. A formação do espírito científico. Rio de Janeiro: Contraponto; 1996. BRASIL, MEC, Secretaria de Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), Parte III – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 1998. BRASIL, SEMTEC. PCNs+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, SEMTEC, 2002. CARMO, E.M. MELO, J.R. Investigações sobre o ensino de genética e biologia molecular no ensino médio brasileiro: reflexões sobre as publicações científicas. Ciência & Educação, v. 15, n. 3, p. 593-611, 2009 GOMES, R. R.; FRIEDRICH, M. A Contribuição dos jogos didáticos na aprendizagem de conteúdos de Ciências e Biologia. In: EREBIO,1, Rio de Janeiro, 2001, Anais, Rio de Janeiro, 2001, p.389-92 JUSTINA, L. A. D., LEYSER DA ROSA, V. Genética no ensino médio: temáticas que apresentam maior grau de dificuldade na atividade pedagógica. In: Coletânea do VII Encontro “Perspectivas do ensino de Biologia”, São Paulo: FEUSP, 2000. pp.794-795 KISHIMOTO, T. M. O jogo e a educação infantil. Pioneira, São Paulo, 1994. KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. Cortez, São Paulo, 1996. KRASILCHIK, M. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2004. RODRÍGUEZ, A. B. (1995). La didáctica de la genética: revisión bibliográfica. 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