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GUERRA FRIA
Introdução - o que foi e definição
A Guerra Fria tem início logo após a Segunda Guerra Mundial, pois os Estados Unidos e a União Soviética vão
disputar a hegemonia política, econômica e militar no mundo.
A União Soviética possuía um sistema socialista, baseado na economia planificada, partido único
(Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Já os Estados unidos, a outra potência mundial,
defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade
privada. Na segunda metade da década de 1940 até 1989, estas duas potências tentaram implantar em outros
países os seus sistemas políticos e econômicos.
A definição para a expressão guerra fria é de um conflito que aconteceu apenas no campo ideológico, não
ocorrendo um embate militar declarado e direto entre Estados Unidos e URSS. Até mesmo porque, estes dois países
estavam armados com centenas de mísseis nucleares. Um conflito armado direto significaria o fim dos dois países
e, provavelmente, da vida no planeta Terra. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como,
por exemplo, na Coreia e no Vietnã.
Paz Armada
Na verdade, uma expressão explica muito bem este período: a existência da Paz Armada. As duas potências
envolveram-se numa corrida armamentista, espalhando exércitos e armamentos em seus territórios e nos países
aliados. Enquanto houvesse um equilíbrio bélico entre as duas potências, a paz estaria garantida, pois haveria o
medo do ataque inimigo.
Nesta época, formaram-se dois blocos militares, cujo objetivo era defender os interesses militares dos países
membros. A OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte (surgiu em abril de 1949) era liderada pelos
Estados Unidos e tinha suas bases nos países membros, principalmente na Europa Ocidental. O Pacto de Varsóvia
era comandado pela União Soviética e defendia militarmente os países socialistas.
Alguns países membros da OTAN : Estados Unidos, Canadá, Itália, Inglaterra, Alemanha Ocidental, França, Suécia,
Espanha, Bélgica, Holanda, Dinamarca, Áustria e Grécia.
Alguns países membros do Pacto de Varsóvia: URSS, Cuba, China, Coreia do Norte, Romênia, Alemanha Oriental,
Albânia, Tchecoslováquia e Polônia.
Corrida Espacial
EUA e URSS travaram uma disputa muito grande no que se refere aos avanços espaciais. Ambos corriam para
tentar atingir objetivos significativos nesta área. Isso ocorria, pois havia uma certa disputa entre as potências, com
o objetivo de mostrar para o mundo qual era o sistema mais avançado. No ano de 1957, a URSS lança o foguete
Sputnik com um cão dentro, o primeiro ser vivo a ir para o espaço. Doze anos depois, em 1969, o mundo todo
pôde acompanhar pela televisão a chegada do homem a lua, com a missão espacial norte-americana.
Caça às Bruxas
Os EUA liderou uma forte política de combate ao comunismo em seu território e no mundo. Usando o cinema, a
televisão, os jornais, as propagandas e até mesmo as histórias em quadrinhos, divulgou uma campanha valorizando
o "american way of life". Vários cidadãos americanos foram presos ou marginalizados por defenderem idéias
próximas ao socialismo. O Macartismo, comandado pelo senador republicano Joseph McCarthy, perseguiu muitas
pessoas nos EUA. Essa ideologia também chegava aos países aliados dos EUA, como uma forma de identificar o
socialismo com tudo que havia de ruim no planeta.
Na URSS não foi diferente, já que o Partido Comunista e seus integrantes perseguiam, prendiam e até matavam
todos aqueles que não seguiam as regras estabelecidas pelo governo. Sair destes países, por exemplo, era
praticamente impossível. Um sistema de investigação e espionagem foi muito usado de ambos os lados. Enquanto a
espionagem norte-americana cabia aos integrantes da CIA, os funcionários da KGB faziam os serviços secretos
soviéticos.
A divisão da Alemanha
Após a Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em duas áreas de ocupação entre os países vencedores. A
República Democrática da Alemanha, com capital em Berlim, ficou sendo zona de influência soviética e, portanto,
socialista. A República Federal da Alemanha, com capital em Bonn (parte capitalista), ficou sob a influência dos
países capitalistas. A cidade de Berlim foi dividida entre as quatro forças que venceram a guerra: URSS,
EUA, França e Inglaterra. Em 1961 foi levantado o Muro de Berlim, para dividir a cidade em duas partes: uma
capitalista e outra socialista.
"Cortina de Ferro"
Em 1946, Winston Churchill (primeiro ministro britânico) fez um famoso discurso nos Estados Unidos, usando a
expressão "Cortina de Ferro" para se referir à influência da União Soviética sobre os países socialistas do leste
europeu. Churchill defendia a ideia de que, após a Segunda Guerra Mundial, a URSS tinha se tornado a grande
inimiga dos valores ocidentais (democracia e liberdade, principalmente).
Plano Marshall e COMECON
As duas potências desenvolveram planos para desenvolver economicamente os países membros. No final da década
de 1940, os EUA colocaram em prática o Plano Marshall, oferecendo ajuda econômica, principalmente através de
empréstimos, para reconstruir os países capitalistas afetados pela Segunda Guerra Mundial. Já o COMECON foi
criado pela URSS em 1949 com o objetivo de garantir auxílio mútuo entre os países socialistas.
Envolvimentos Indiretos
Guerra da Coreia : Entre os anos de 1951 e 1953 a Coreia foi palco de um conflito armado de grandes proporções.
Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coreia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu
território. A região sul da Coreia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A
guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coreia no paralelo 38. A Coreia do Norte ficou sob
influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coreia do Sul manteve o sistema capitalista.
Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os
soldados norte-americanos, apesar de todo aparato tecnológico, tiveram dificuldades em enfrentar os soldados
vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas, entre civis e militares
morreram nos combates. Os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma
vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.
Fim da Guerra Fria e consequências
A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do
socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o Muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas. No
começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do
socialismo naquele país e nos aliados. Com reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças políticas, o
sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo
vitorioso, aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.
Revolução Chinesa
História da Revolução Chinesa, revolução nacionalista e comunista, líderes, causas, implantação do comunismo
Sun Yat-sen, líder da I Revolução Chinesa
Introdução
A Revolução Chinesa foi um movimento político, social, econômico e cultural ocorrido na China no ano de 1911. Liderada
pelo médico, político e estadista chinês Sun Yat-sen. Este movimento nacionalista derrubou a Dinastia Manchu do poder.
Causas: China antes da revolução
No século XIX, no contexto do imperialismo, a China era dominada e explorada pelas potências europeias, principalmente pelo
Reino Unido. Esta potência imperialista, além de explorar a China economicamente, interferia nos assuntos políticos e culturais
da China. Os imperadores da Dinastia Manchu eram submissos à dominação europeia.
A distribuição das terras produtivas chinesas também era um outro problema para o país, pois quase 90% estavam nas mãos de
grandes proprietários rurais (espécies de senhores feudais).
Entre 1898 e 1900 um ato de rebeldia contra a dominação estrangeira ocorreu na China. Os boxers fizeram uma revolta de
caráter nacionalista que foi duramente reprimida pelas tropas estrangeiras. Este conflito ficou conhecido como Guerra dos
Boxers.
Em 1908, Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista (Kuomintang) cujo principal objetivo era fazer oposição à monarquia e ao
domínio europeu no país.
A Revolução Nacionalista
Em 1911, com o apoio de grande parte dos militares chineses, Sun Yat-sen foi proclamado primeiro presidente da República
Chinesa. Porém, em várias regiões do país comandadas por grandes proprietários rurais ocorreram resistências, mergulhando a
China num longo período de guerra civil.
Em 1925, com a morte de Sun Yat-sen, ocorreu uma disputa pelo controle do Kuomintang, que acabou por se fundir com o
Partido Comunista Chinês.
Em 1927, o general Chiang Kai-shek assumiu o poder do Kuomintang e, no comando das tropas chinesas, começou a combater
os opositores da República, entre eles os grandes proprietários rurais e comunistas.
Os conflitos entre nacionalistas e comunistas ficou suspenso apenas na Segunda Guerra Mundial, quando combateram, juntos, o
Japão que tentava conquistar a China. Com o término da conflito mundial e a expulsão dos japoneses do território chinês, as
tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek voltaram a perseguir e combater os comunistas de Mao Tse-tung, reiniciando o conflito
armado.
A Revolução Comunista
Em outubro de 1949, os comunistas tomam o poder e proclamam a República Popular da China, com Mao Tse-tung como chefe
supremo. Transformada num país comunista, a China passou por uma série de reformas como, por exemplo, coletivização das
terras, controle estatal da economia e nacionalização de empresas estrangeiras.
Revolução Cubana
História da Revolução Cubana, fatos, causas, liderança de Fidel Castro, implantação do socialismo, resumo
Fidel Castro liderando os guerrilheiros para a revolução
Introdução
A Revolução Cubana foi um movimento popular, que derrubou o governo do presidente Fulgêncio Batista, em janeiro de 1959.
Com o processo revolucionário foi implantado em Cuba o sistema socialista, com o governo sendo liderado por Fidel Castro.
Cuba antes da revolução: causas da revolução
Antes de 1959, Cuba era um país que vivia sob forte influência dos Estados Unidos. As indústrias de açúcar e muitos hotéis
eram dominados por grandes empresários norte-americanos. Os Estados Unidos também influenciavam muito na política da
ilha, apoiando sempre os presidentes pró-Estados Unidos. Do ponto de vista econômico, Cuba seguia o capitalismo com grande
dependência dos Estados Unidos. Era uma ilha com grandes desigualdades sociais, pois grande parte da população vivia na
pobreza. Todo este contexto gerava muita insatisfação nas camadas mais pobres da sociedade cubana, que era a maioria.
A organização da revolução
Fidel Castro era o grande opositor do governo de Fulgêncio Batista. De princípios socialistas, planejava derrubar o governo e
acabar com a corrupção e com a influência norte-americana na ilha. Conseguiu organizar um grupo de guerrilheiros enquanto
estava exilado no México.
Em 1957, Fidel Castro e um grupo de cerca de 80 combatentes instalaram-se nas florestas de Sierra Maestra. Os combates com
as forças do governo foram intensos e vários guerrilheiros morreram ou foram presos. Mesmo assim, Fidel Castro e Ernesto
Che Guevara não desistiram e mesmo com um grupo pequeno continuaram a luta. Começaram a usar transmissões de rádio
para divulgar as idéias revolucionárias e conseguir o apoio da população cubana.
O apoio popular
Com as mensagens revolucionárias, os guerrilheiros conseguiram o apoio de muitas pessoas. Isto ocorreu, pois havia muitos
camponeses e operários desiludidos com o governo de Fulgêncio Batista e com as péssimas condições sociais (salários baixos,
desemprego, falta de terras, analfabetismo, doenças). Muitos cubanos das cidades e do campo começaram a entrar na guerrilha,
aumentando o número de combatentes e conquistando vitórias em várias cidades. O exército cubano estava registrando muitas
baixas e o governo de Batista sentia o fortalecimento da guerrilha.
A tomada do poder e a implantação do socialismo
No primeiro dia de janeiro de 1959, Fidel Castro e os revolucionários tomaram o poder em Cuba. Fulgêncio Batista e muitos
integrantes do governo fugiram da ilha.
O governo de Fidel Castro tomou várias medidas em Cuba, como, por exemplo, nacionalização de bancos e empresas, reforma
agrária, expropriação de grandes propriedades e reformas nos sistemas de educação e saúde. O Partido Comunista dominou a
vida política na ilha, não dando espaço para qualquer partido de oposição.
Com estas medidas, Cuba tornou-se um país socialista, ganhando apoio da União Soviética dentro do contexto da Guerra Fria.
Até hoje os ideais revolucionários fazem parte de Cuba, que é considerado o único país que mantém o socialismo plenamente
vivo. Com a piora no estado de saúde de Fidel Castro em 2007, Raul Castro, seu irmão, passou a governar oficialmente Cuba,
em fevereiro de 2008.
Queda do Estado Novo
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Por Antonio Gasparetto Junior
A Queda do Estado Novo foi decorrente de um processo de desgaste do governo na década de 1940 e que culminou com seu fim em 1945.
Desde a chamada Revolução de 1930, o gaúcho Getúlio Vargas ocupava o posto de presidente do Brasil. Após tomar o poder, já que não foi
eleito para o cargo em 1929, Getúlio conseguiu organizar uma estratégia para permanecer no poder na eleição que deveria ocorrer em 1934.
A próxima eleição para Presidente da República já estava marcada para ocorrer em janeiro de 1938, mas o gaúcho divulgou um projeto que
teria sido supostamente elaborado pelos comunistas para assumirem o poder no Brasil, o chamado Plano Cohen. Como o comunismo já havia
ganhado uma representação negativa na sociedade brasileira e isso colocaria em risco a ordem nacional, Getúlio Vargas se aproveitou do
documento para decretar no Brasil o Estado de Sítio. Mas, em novembro de 1937, o gaúcho assumiria poderes totais, fechando o Congresso
Nacional e cancelando as eleições que ocorreriam no ano seguinte. Era o início de um período na história brasileira conhecido como Estado
Novo.
O Golpe de 1937 serviu para Getúlio Vargas pudesse se manter no poder, mas, desta vez, com poderes totais. Iniciou-se uma ditadura no
país, na qual foi implantada a repressão e uma forte propaganda favorável ao governo. Os comunistas foram perseguidos e aprisionados. O
Estado Novo tornou o presidente em um ditador, estabeleceu uma nova Constituição para o Brasil e garantiu que Getúlio Vargas governasse
sem limites de mandato. Porém, mais tarde, descobriu-se que o Plano Cohen era um documento falso apresentado pelo capitão Olímpio
Mourão Filho, o mesmo que seria o iniciador do Golpe Militar de 1964.
O Estado Novo era um regime autoritário e, por isso, alinhava-se com outros regimes autoritários no mundo. Naquele momento, Alemanha
e Itália eram os dois países que mais representavam o autoritarismo na Europa. Os dois países estabeleceram regimes rígidos baseados
em Adolf Hitler e Benito Mussolini, respectivamente, e estavam se expandindo e se armando em um cenário de instabilidade política no Velho
Mundo. Tanto que, em 1939, a Alemanha invade a Polônia e dá início àSegunda Guerra Mundial. No Brasil, que também era regido por um
governo autoritário, Getúlio Vargas demonstra-se simpático ao regime fascista, de tal forma que a nova Constituição, chamada de Polaca, é
diretamente inspirada pelos moldes italianos daquele momento.
As primeiras contestações ao Estado Novo só apareceriam em 1943, quando um grupo de advogados mineiros publica o chamado Manifesto
dos Mineiros defendendo a redemocratização do país. Mas o que fragilizaria o governo de Getúlio Vargas seria a Segunda Guerra Mundial.
No ano anterior, 1942, submarinos alemães naufragaram navios brasileiros no Oceano Atlântico. A população, então, pressionou o presidente
a declarar guerra contra os alemães. Getúlio Vargas não tinha opção, precisou declarar que o país era contrário ao governo de Adolf Hitler. O
problema é que isso minaria seu próprio governo, afinal Getúlio Vargas, um ditador, entraria na guerra para combater aquilo que praticava,
um regime autoritário. Assim, à medida que se tornava claro o fim da Segunda Guerra Mundial, crescia a rejeição ao governo de Getúlio
Vargas. O gaúcho se viu forçado a conceder anistia para os presos políticos, a permitir a liberdade de organização partidária, convocar uma
nova Assembleia Nacional Constituinte e marcar novas eleições. Embora tenha surgido um movimento de apoio ao presidente Getúlio Vargas,
o chamado Queremismo, sua imagem já estava desgastada o suficiente e o resultado foi a sua deposição do poder no dia 29 de outubro de
1945. Naquele dia, as tropas de militares que compunham seu próprio ministério invadiram o Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e forçaram
a renúncia do presidente. Consolidava-se a Queda do Estado Novo e chegava ao fim um governo que durava desde 1930.
Fonte:
HENRIQUES, Affonso, Vargas e o Estado Novo. São Paulo, 1964.
Arquivado em: Brasil Republicano, História do Brasil
SEGUNDO GOVERNO VARGAS
Em meados do ano de 1951, a marchinha “Bota o retrato do velho outra vez, bota no mesmo lugar” embalou o
retorno de Getúlio Vargas à presidência. Entretanto, a popularidade do líder populista não se repetiu em seu
segundo governo (1951-1954), período marcado por crises intensas e pela inflamação dos grupos
oposicionistas.
Uma das discussões que mais se fez presente na pauta política do governo Vargas foi o grau de abertura de
nossa economia. Contrariando os interesses de boa parte do empresariado brasileiro, vinculado ao grande
capital estrangeiro, Getúlio adotou medidas econômicas nacionalistas, como a limitação da remessa de lucros
ao exterior e da entrada de multinacionais no país. O lançamento da campanha “O Petróleo é Nosso” e a criação
da Petrobras representaram o auge dessa plataforma nacionalista.
Em 1954, dois eventos elevaram a níveis alarmantes a crise na qual estava submersa a administração varguista.
Em primeiro lugar, a proposta de aumento de 100% do salário mínimo feita pelo então Ministro do Trabalho,
João Goulart, que despertou a preocupação dos setores mais conservadores, temerosos em relação à “natureza
comunista” da medida.
Além disso, a tragédia ocorrida na Rua Tonelero, marcada pela tentativa de assassinato do jornalista Carlos
Lacerda e da morte do major Rubens Vaz, fragilizara ainda mais a popularidade de Vargas. O “Atentado da
Tonelero”, de autoria de Gregório Fortunato, chefe da segurança pessoal de Getúlio, teve sua responsabilidade
atribuída pela opinião pública ao presidente, que estaria interessado em se livrar das constantes críticas de seu
desafeto Carlos Lacerda.
Semanas após o crime e com o aumento das condenações populares ao seu governo, Getúlio Vargas se recolhe
em seus aposentos no Palácio do Catete e, em um dos momentos mais dramáticos de nossa história, decide-se
pelo suicídio. Em termos políticos, o ato recuperou amplamente a popularidade do ex-presidente,
enfraquecendo, ao menos inicialmente, os grupos políticos que lhe faziam oposição.
Governo JK
A eleição, o Plano de Metas, abertura da economia para o capital internacional, industrialização, êxodo rural,
construção de Brasília, pontos positivos e negativos, realizações
Construção de Brasília: a principal obra do governo JK
Introdução
Juscelino Kubitschek de Oliveira foi eleito presidente do Brasil nas eleições de 1955, tendo João Goulart (Jango) como vicepresidente. Assumiu o governo no dia 31 de janeiro de 1956, ficando no poder até 31 de janeiro de 1961, quando passou o
cargo para Jânio Quadros.
Plano de Metas
No começo de seu governo, JK apresentou ao povo brasileiro o seu Plano de Metas, cujo lema era “cinqüenta anos em cinco”.
Pretendia desenvolver o país cinqüenta anos em apenas cinco de governo. O plano consistia no investimento em áreas
prioritárias para o desenvolvimento econômico, principalmente, infra-estrutura (rodovias, hidrelétricas, aeroportos) e indústria.
Desenvolvimento industrial
Foi na área do desenvolvimento industrial que JK teve maior êxito. Abrindo a economia para o capital internacional, atraiu o
investimento de grandes empresas. Foi no governo JK que entraram no país grandes montadoras de automóveis como, por
exemplo, Ford, Volkswagen, Willys e GM (General Motors). Estas indústrias instalaram suas filiais na região sudeste do Brasil,
principalmente, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e ABC (Santo André, São Caetano e São Bernardo). As oportunidades
de empregos aumentaram muito nesta região, atraindo trabalhadores de todo Brasil. Este fato fez aumentar o êxodo rural (saída
do homem do campo para as cidades) e a migração de nordestinos e nortistas de suas regiões para as grandes cidades do
Sudeste.
Construção de Brasília: a nova capital
Além do desenvolvimento do Sudeste, a região Centro-Oeste também cresceu e atraiu um grande número de migrantes
nordestinos. A grande obra de JK foi a construção de Brasília, a nova capital do Brasil. Com a transferência da capital do Rio
de Janeiro para Brasília, JK pretendia desenvolver a região central do país e afastar o centro das decisões políticas de uma
região densamente povoada. Com capital oriundo de empréstimos internacionais, JK conseguiu finalizar e inaugurar Brasília,
em 21 de abril de 1960.
Balanço do governo JK
A política econômica desenvolvimentista de Juscelino apresentou pontos positivos e negativos para o nosso país. A entrada de
multinacionais gerou empregos, porém, deixou nosso país mais dependente do capital externo. O investimento na
industrialização deixou de lado a zona rural, prejudicando o trabalhador do campo e a produção agrícola. O país ganhou uma
nova capital, porém a dívida externa, contraída para esta obra, aumentou significativamente. A migração e o êxodo rural
descontrolados fez aumentar a pobreza, a miséria e a violência nas grandes capitais do sudeste do país.
Governo Jânio Quadros (1961)
Características do governo Jânio Quadros, eleição, política interna e externa, resumo, principais realizações,
economia
Jânio Quadros: governo de apenas 7 meses
Campanha eleitoral e eleição
Jânio da Silva Quadros foi eleito presidente do Brasil, através do voto direito, nas eleições presidenciais de 1960. Jânio, que já
havia sido vereador, prefeito e governador do estado de São Paulo, fez uma campanha eleitoral baseada na identificação com as
massas. Passou a ideia de um cidadão simples (homem do povo) que tinha como objetivo moralizar o país. Como símbolo da
campanha usou uma vassoura, pois dizia que ia varrer tudo que havia de errado no Brasil (principalmente a corrupção).
Jânio afirmava também, durante a campanha, que não tinha vínculo com os políticos tradicionais e com as forças poderosas do
país. Faria, se fosse eleito, um governo voltado para os interesses populares. Apostou mais na imagem do que no conteúdo, já
que não explicava a maneira pela qual iria resolver os principais problemas nacionais.
A campanha foi bem sucedida e Jânio venceu as eleições de 1960 com cerca de seis milhões de votos.
Governo Jânio Quadros
Jânio governou apenas sete meses, pois renunciou em 25 de agosto de 1961. Durante este breve período, tomou medidas
polêmicas de pouca importância, sofreu duras críticas e não conseguiu estabelecer uma relação harmônica com o Congresso
Nacional.
Economia
Sem um projeto eficiente para resolver os principais problemas econômicos do país, Jânio viu sua popularidade cair em função
do aumento da crise econômica, caracterizada pelo crescimento da dívida externa e da inflação (heranças do governo JK).
As medidas econômicas tomadas por seu governo surtiram pouco efeito.
Política interna
Jânio buscou afastar-se das tradicionais forças políticas do país. Acredita que assim teria mais liberdade para governar, pois não
teria compromissos com partidos políticos. Desta forma, as negociações com o Congresso Nacional ficaram difíceis e, muitas
vezes, conflituosas.
Principais medidas polêmicas tomadas por Jânio:
- Proibição das brigas de galo.
- Proibição do uso de biquínis nas praias.
- Proibição do lança-perfume.
Política externa
Na área externa, Jânio procurou romper com a dependência dos Estados Unidos. Aproximou-se dos movimentos nacionalistas e
de esquerda.
- Buscou reaproximar diplomaticamente o Brasil da União Soviética (país socialista).
- Enviou o vice-presidente, João Goulart, em missão oficial para a China (país que seguia o socialismo).
- Criticou a política dos Estados Unidos com relação a Cuba.
- Condecorou, com a ordem do Cruzeiro do Sul, Che Guevara (uma das principais figuras revolucionárias comunistas do
período).
Esta política externa desagradou muito os setores conservadores da sociedade brasileira, os políticos de direita e também as
Forças Armadas do Brasil.
Renúncia
Com baixa popularidade, enfrentando uma crise econômica, sem apoio de grande parte do legislativo e com o
descontentamento dos militares, o governo Jânio Quadros entrou em colapso sete meses após seu início. Em 25 de agosto de
1961, Jânio enviou uma carta ao Congresso Nacional comunicando sua renúncia. Deu poucas explicações dos motivos, falando
apenas que havia “forças terríveis” contra ele.
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