Mãos Frias Iracy Doyle (1911-1956) As minhas mãos são frias, tu

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Mãos Frias
Iracy Doyle
(1911-1956)
As minhas mãos são frias, tu bem sabes,
Pois que, por vezes, as tens entre as tuas...
Disseste mesmo – As tuas mãos são frias!
É sempre assim: tal são as mãos de estatuas.
Ellas são frias, mas são muito tuas.
Assim, assim, meu bem, podes pegal-as.
Amo-te tanto, bem. Tú gostas dellas?
São tuas. Eis. Se queres, é beijal-as.
Que não te assuste a minha mão de marmor.
Foi depois que te vi (Paixão nimia!)
Não acreditas, bem, na minha dôr?
Oh! Tú não sabes não, minha alegria,
Que mãos assim tão frias são amor?
Coração quente, meu amor, mão fria
Rio, 20/8/29
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