Prevenção ainda é a maior aliada contra o câncer de mama Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que em 2015 serão diagnosticados mais de 57 mil novos casos de câncer de mama no Brasil, com cerca de 14 mil mortes. No Paraná serão 4 mil diagnósticos positivos. O médico do Departamento de Cirurgia Oncológica do IOP, Dr. Sérgio Hatschbach, conta que o tumor representa 25% dos casos de câncer da mulher e que a prevenção tem uma importância fundamental, pois é possível estabelecer fatores de riscos relevantes e também o diagnóstico precoce. “Cada vez mais tem sido visto que nos estágios iniciais do tumor as mulheres podem receber tratamentos menos mutilantes, evitando-se a remoção da mama. As ações de prevenção visam reduzir o índice de mortalidade e a extensão dos procedimentos terapêuticos, com terapias menos agressivas, já que é possível diagnosticar a doença no início”, sentencia. A prevenção pode ser primária e a secundária. A primária estabelece os riscos genéticos com a realização de exames como o BRCA1 e BRCA2 e outros genes envolvidos, conseguindo-se estabelecer um risco maior para as pacientes, principalmente quando já existem casos de câncer de mama na família. “Atualmente, temos mais acesso aos exames genéticos, principalmente depois do ‘fenômeno Angelina Jolie’. Porém, não são todas as mulheres que devem ou podem realizar o exame, por isso é fundamental sempre conversar com um especialista”, aponta. A prevenção secundária utiliza o conhecimento dos diversos fatores de risco que podem induzir o aparecimento do câncer ou acelerar seu crescimento. Segundo Dr. Sérgio, os fatores mais importantes estão relacionados aos hormônios, já que estudos mostram que um grande número de casos apresenta ligação com o efeito hormonal. É importante conhecer o histórico das pacientes, por exemplo, quando foi a data da primeira menstruação, o início da utilização de pílulas anticoncepcionais e qual a data da menopausa, sendo considerado como risco maior aquelas mulheres cuja menarca foi muito precoce, antes dos 12 anos, ou menopausa muito tardia, após os 50 anos. “A obesidade também deve ser evitada com a prática de exercícios físicos, já que o aumento do índice da gordura corporal está relacionado com o aumento das taxas de hormônios”, diz o especialista. Diagnóstico precoce e cirurgia plástica Atualmente as mulheres possuem mais conhecimento sobre as formas de exames que auxiliam na detecção precoce do tumor, o que possibilita descobrir a doença na fase inicial para fazer um tratamento menos agressivo. “A mamografia no Brasil é recomendada para mulheres a partir de 40 anos de idade, mas se tiver conhecimento dos fatores de risco a mulher poderá iniciar seus exames aos 35 anos de idade, principalmente aquelas com forte histórico familiar. O autoexame de mama mensal também deve ser realizado pelas mulheres a partir da primeira menstruação, mas é importante lembrar que essa ação não elimina a necessidade das consultas médicas periódicas”, alerta Dr. Sérgio Hatschbach. Com o diagnóstico precoce, é possível unir cada vez mais a mastologia com a cirurgia plástica. Essa união tem sido vista com muita frequência, sendo conhecida como cirurgia oncoplástica, quando, ao mesmo tempo em que trata o câncer, é possível atuar com métodos de cirurgia plástica para reconstituir a mama, trazendo com isso melhores resultados estéticos e a aceitabilidade maior das cirurgias. “Além desse motivo, com o tratamento em fase inicial as chances de cura e de sobrevida aumentam consideravelmente, por isso as mulheres devem ficar atentas aos exames preventivos contra o câncer de mama durante toda a vida”, finaliza. Dicas para proteção contra o câncer de mama: 1 – Tome cuidado com terapias hormonais; 2 – Reduza a obesidade; 3 – Evite o tabagismo; 4 – Realize autoexames mensais; 5 – Consultas anuais de rotina; 6 – Caso tenha casos na família intensifique a proteção e procure profissionais.