XV Jornadas Nacionales y IV Internacionales de Enseñanza de la Historia APEHUN Santa Fe, 17, 18 y 19 de septiembre de 2014 Facultad de Humanidades y Ciencias, Universidad Nacional del Litoral Título del trabajo: Cinema, TIC (Tecnologías de Información y Comunicación): trabajando conciencia histórica para los nativos digitales. Núcleo temático: 4- Los aportes de la Historia y las Ciencias Sociales a la construcción de ciudadanía en espacios educativos formales y no formales. Autor: Alexandre Silva da Silva Cargo y pertenencia institucional: - Profº. Designer Gráfico e Hardware, Acadêmico do Curso de História Bacharelado com ênfase em Patrimônio Histórico e Cultural da Universidade Federal do Rio Grande – FURG – Bolsista CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) Coordenador de mídias do LAHIS( Laboratório de História, Imagem e Som). Assessor de mídias do CAIC-Rio Grande, Brasil. Correo electrónico: [email protected] RESUMEN. El uso de las nuevas TIC en las clases, en la actualidad, emerge como un aspecto esencial de la transformación del conocimiento también en la enseñanza de la Historia, colaborando como un medio de aprendizaje activo y significativo en un mosaico educativo, , donde el moderno se hace obsoleto rápidamente y los métodos tradicionales de enseñanza/aprendizaje, ya no se dan cuenta las necesidades de los estudiantes de la llamada generación z, los "nativos digitales", que viven los cambios, sobre todo, la velocidad de la información, como parte integrante de su realidad. Presentaremos, aquí, una metodología que trata el cine, las películas y sus posibilidades como un medio de desarrollo de conciencia histórica y fortalecimiento de la identidad. Utilizaremos la película “12 años de la esclavitud” de 2014, que presenta una riqueza de información temporal, geográfica, religiosa y sus influencias en las identidades que se presentan en la narrativa, sirviendo como objeto de estudio para distintos contenidos de la disciplina de Historia. Combinamos así las TIC a la enseñanza de la historia, con el objetivo de estimular la reflexión/investigación/ valoración contextualizada, desarrollando así una conciencia histórica, porque las tecnologías de información y comunicación permiten una mayor interacción a través de un flujo de información potencializado, así como un ambiente agradable, donde la “ressignificación” influye también en las metodologías de enseñanza, para desarrollar de la mejor manera su función en este contexto educacional actual. XV Jornadas Nacionales y IV Internacionales de Enseñanza de la Historia APEHUN Santa Fe, 17, 18 y 19 de septiembre de 2014 Facultad de Humanidades y Ciencias, Universidad Nacional del Litoral Título del trabajo: Cinema, TIC: trabajando conciencia histórica para los nativos digitales. Núcleo temático: 4- Los aportes de la Historia y las Ciencias Sociales a la construcción de ciudadanía en espacios educativos formales y no formales. Autor: Alexandre Silva da Silva Pertenencia institucional: Universidade Federal do Rio Grande, Brasil Correo electrónico: [email protected] 1- Introdução. Estamos inseridos em um contexto onde, cada vez mais, encontramos nossas vidas permeadas pela tecnologia e pelas relações que a mesma propicia em diversos ambientes (e com velocidade cada vez maior), transformando e ressignificando culturas e seus atores sociais que, em sua grande maioria são nativos digitais. Partindo dessa realidade, é essencial buscar metodologias de ensino/aprendizagem que estejam inseridas nesse novo contexto educacional, facilitando com isso a interação de um aluno, para o qual os métodos tradicionais de ensino já não dão conta de suprir suas necessidades e/ou não são atraentes, pois sabemos que, por meio de ambientes mais aproximados a sua realidade (do aluno) a reconstrução dos saberes se dá de forma mais favorável, como afirma Edgar Morin: Unidades complexas, como o ser humano ou a sociedade, são multidimensionais: dessa forma, o ser humano é ao mesmo tempo biológico, psíquico, social, afetivo e racional. A sociedade comporta as dimensões históricas, econômicas, sociológicas, religiosas... (MORIN, 2001, p. 38). Assim sendo, é irrefutável a utilidade e necessidade de adequação de distintos meios tecnológicos à realidade da sala de aula. Bastaria uma rápida pesquisa junto a alunos dos ensinos fundamental e médio para que constatássemos que a História não está entre as preferências da grande maioria desses estudantes, na verdade nunca esteve, mas com as possibilidades trazidas pelas novas tecnologias, em que se tem o mundo à disposição em segundos, no qual a velocidade da informação chega, ao mesmo tempo, a expandir possibilidades e limitar a capacidade de raciocínio de muitos, é ainda mais reduzido o número dos alunos que mantém interesse e disposição para se ater à leitura atenta de uma obra ou de um livro didático que, para a maioria deles é visto como sem graça e com uma linguagem que muitas vezes não condiz com a sua realidade. Há aqui, duas possibilidades para o professor: acomodar-se à situação e ver nas novas tecnologias um inimigo, mais um entrave para atrair o aluno aos conteúdos, ou buscar neles auxílio, associando o conteúdo a ser trabalhado com as tecnologias, tornando o ensino mais agradável, dinâmico e prazeroso. Partindo dessas condições e de uma metodologia baseada na pesquisa bibliográfica apresentamos aqui um estudo baseado na importância e eficácia do cinema, (neste caso do filme 12 Anos de Escravidão) nas aulas de História, como meio de desenvolver o interesse e a capacidade de pesquisa, interpretação e releitura da realidade feita pelo aluno, proporcionando assim o desenvolvimento de consciência histórica ao mesmo tempo que ressignificam e fortalece identidades. Tendo contato com aspectos culturais nem sempre próximos de suas realidades saindo das atividades repetidas e limitadas propostas pelo livro didático e das leituras desanimadas e muitas vezes castradoras de conteúdos de História da forma tradicional. 2 Desenvolvimento. 2.1- Nativos digitais: desafios no ensino para uma aprendizagem significativa Inúmeros são os desafios para todo o processo educativo, bem como o de ser professor no século XXI. Entre eles estão: o grande número de fontes de informação, a velocidade de transferência das mesmas, a evolução da prática pedagógica e as profundas transformações ocorridas no perfil do principal sujeito de todo processo, o aluno. Após a Geração X, composta pelos filhos dos Baby Boomers da Segunda Guerra Mundial, tivemos a Geração Y, também chamada de Millennials, composta por pessoas nascidas entre os anos 80 e 90. Já os viciados em estarem conectados o tempo todo e com elevado nível de consciência ambiental formam a Geração Z (maioria dos alunos atuais), que tem seus integrantes nascidos entre 1990 e 2009. O nível de informação e, principalmente a velocidade contextualiza toda essa geração, que desde o colo materno vive em um mundo complexo, tecnológico e cada vez mais veloz. Nesse contexto, obviamente a Geração Z valoriza muito a comunicação, vivendo em uma alta frequência, no entanto essa fragmentada pelas inúmeras quantidades de atividades distintas realizadas simultaneamente. Se essa característica, por um lado, pode ser benéfica, por outro, pode gerar pessoas dispersas, com dificuldade para concentração. Neste sentido, reelaborar e ampliar a prática educativa, que propicie a mescla entre a velocidade o espaço e tempo. A Teoria da Aprendizagem Significativa é uma teoria cognitivista que procura explicar os mecanismos internos na mente humana do aprendiz com relação ao aprendizado e à estruturação do conhecimento. Ausubel pensa numa proposta concreta para o cotidiano acadêmico que tem como base aproveitar os saberes adquiridos dos alunos e fazer a interação destes com a nova informação específica a ser aprendida. A preocupação, então, é o que se deseja como produto educação, um aluno que “aprende” através do recurso tecnológico ( Ctrl C + Ctrl V ), ou seja, o copia e cola, reflexo de um processo de aprendizagem mecânica, relacionado por um “modus operacional”, baseado apenas em classes tradicionais, limitadas ao quadro e ao livro didático ou colaborar para a formação de um ator social critico, que compreenda o conhecimento adquirido e com isso tenha a capacidade transformá-lo e utilizá-lo forma complexa e transdisciplinar, visando sanar as demandas que emergem nesse contexto globalizado, o qual já citamos. A aprendizagem significativa, portanto, está mais próxima do nativo digital, pois quanto mais se relaciona o novo conteúdo a ser aprendido à estrutura cognitiva prévia que tem um alto grau de relevância (núcleo de aprendizagem significativa é a composição da estrutura cognitiva inicial e o conteúdo relevante a aprender). Para Vygotsky, o meio é o fator de maior importância no desenvolvimento humano. Pela interação social, aprende-se e se desenvolve, criando-se novas formas de agir no mundo (VYGOTSKY, 1998). A abordagem de Vygostky é sociointeracionaista, segundo a qual o homem se desenvolve através das relações nas trocas entre parceiros sociais e nos processos de interação e mediação. A interação e a mediação entre o homem e o seu meio são realizados por elementos ligados aos signos e aos instrumentos. Os instrumentos são usados pelo homem para ampliar as possibilidades de transformar a natureza. Os signos também contribuem nas ações concretas e nos processos psicológicos, por exemplo, a linguagem fílmica. 2.2- O cinema como metodologia de ensino de história. Levando em consideração a busca constante de recursos que tornem o processo ensino-aprendizagem atraente e significativo para o aluno nativo digital, o professor comprometido com a sua prática deve estar sempre buscando metodologias alternativas que atraiam esse aluno. Com a disciplina de História não é diferente. Muitos professores ainda se limitam e resistem em aliar a tecnologia ao ensino de História, assim, a aprendizagem e o gosto pela disciplina se perde, muitas vezes, antes mesmo de começar. O cinema, dentro desse novo contexto educacional, surge como ferramenta para tornar as aulas de História mais interessantes, mais próximas da realidade do aluno (dificilmente alguém não assiste a filmes, independente do estilo preferido), além de proporcionar uma reflexão sobre aspectos históricossociais muito mais ampla do que aquelas limitadas pelo uso do livro didático, apenas. Podemos afirmar que, como ferramenta de ensino, o filme proporciona ao espectador a possibilidade de desenvolver habilidades distintas como uma nova percepção da realidade, identificação e interpretação de fatores histórico-sociais presentes na obra, fazendo ou não parte do seu contexto cultural; facilitando a abordagem de diferentes aspectos propostos no conteúdo programático da disciplina. No Brasil, por exemplo, os Temas Transversais, previstos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), têm no cinema um forte apoio ao desenvolvimento de atividades e projetos, buscando a integração dos saberes. Assim, praticamente todas as disciplinas do conteúdo programático podem ser apoiadas no processo de ensino-aprendizagem por filmes de gêneros e temas variados. O processo educativo não ocorre somente no ambiente escolar, mas para além desses espaços. Nessa direção e compreendendo que a utilização da linguagem áudio visual propicia uma interação potencializada, por combinar duas percepções advindas do contato com imagens e sons que estruturam um ambiente complexo (realidade virtual), torna-se perfeitamente válido relacionar o ensino de História com a análise das obras cinematográficas, uma das tecnologias da informação mais utilizadas atualmente como auxiliar de métodos de ensino/aprendizagem. Considerando as estruturas de linguagem (verbal ou não-verbal) apresentadas na narrativa fílmica como elementos agrupados, formadores de um sistema que, a partir de um meio(filme), propícia a interação, princípio fundamental do processo educativo bem sucedido, o professor/mediador buscará diferentes formas de trabalhar dados provenientes de uma análise fílmica, possibilitando e incentivando interações e, consequentemente, ampliação do conhecimento, por meio elementos que estruturam uma linha de interação, dependência e temporalidades. Conforme discorreu Le Goff, memória pode ser entendida como a “propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas.” (1924, p.423) Assim, podemos compreender memória como, o espaço de construção contínuo dos saberes, suas temporalidades e valorações de percepções do passado. Com isso, ao relacionarmos memória e educação, devemos perceber que o segundo é um processo pelo qual se configuram competências de interpretação dos meios e suas demandas, a partir de saberes, concretos e abstratos, que contribuem para a nossa vida prática. Ao interagir com o que se passa na tela, os sujeitos constroem e reconstroem visões de mundo, a partir do resgate da memória (seja ela coletiva ou individual) esboçam as mais diversas sensações, adquirem valores, reveem os preconceitos e trabalham a questão de consciência histórica e fortalecimento de identidades. Segundo Jacques Le Goff, a principal tarefa do historiador é fazer uma crítica a qualquer fonte analisada, pelo fato de que: O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de força que aí detinham o poder. (...) O documento não é inócuo. É antes de mais nada o de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (...) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados desmistificando-lhe o seu significado aparente. O documento é monumento. (LE GOFF, 1984, p.102103). Assim, relacionando as amplas possibilidades que a análise de uma obra cinematográfica permite (incluindo as possibilidades de resgates histórico-culturais através da memória), é extremamente válida sua utilização como meio de observação, análise, reflexão e produção em aulas de História, cujo mediador seja comprometido com o desenvolvimento de metodologias que unam efetivamente teoria e prática na formação crítica e no desenvolvimento cognitivo de seus alunos. 2.3- 12 anos de escravidão: uma metodologia para trabalhar consciência histórica. O filme 12 Anos de escravidão ganhou o Oscar de melhor filme sendo dirigido pelo britânico Steve McQueen que, aos 44 anos, é o primeiro cineasta negro a conquistar essa premiação. A história baseiase em um drama histórico, que tem como protagonista Solomon Northup, negro e livre que em 1841 é sequestrado permanecendo na condição de escravizado por 12 anos. Escolhemos esse filme, pois apresenta uma riqueza de informações temporais, geográficas, religiosas e suas influências nas identidades que compõe a narrativa, servindo perfeitamente como objeto de estudo para os distintos conteúdos da disciplina de história, além de propiciar pertinentes debates sobre temas atuais como racismo, liberdade e construção identitária. Reconhecendo essa funcionalidade, o governo dos Estados Unidos, a partir de setembro 2014, começará a distribuir o filme nas escolas, juntamente com o livro que o inspirou, para ser utilizado como material didático, através de um projeto. Monica Fantin (2006), em seu artigo “Mídia-educação, cinema e produção audiovisual na escola”, defende a necessidade de uma educação que vá além do ensino com o cinema e abarque a produção dos alunos. Segundo Fantin (2006, p. 8-9), ao ampliarmos as possibilidades de participação dos alunos no sentido da autoria, estaríamos promovendo uma educação “com os meios (usando o cinema e os filmes em contextos de fruição), sobre os meios (leitura crítica através da análise cinematográfica) e através dos meios (produzindo audiovisual, fotografia, roteiros)”. Partindo dessa ideia, propomos a seguir uma metodologia que utiliza o filme 12 Anos de Escravidão no desenvolvimento de atividades em sala de aula de História e que consistem em quatro passos: 1Planejamento e preparação; 2- Apresentação e exibição; 3- Debate e reflexão; 4- Conclusão e verificação. 1-Na etapa de planejamento e preparação, o mediador deve averiguar, uma aula antes da exibição cinematográfica, o nível de conhecimento da turma sobre determinado(s) aspecto(s) serão abordados no filme. Partindo dessa averiguação será mais fácil direcionar seu planejamento/preparação das questões norteadoras do debate pós exibição. Apresentamos, como sugestão ao professor, algumas características presentes na obra e suas respectivas relações, tais como: Ambientes, Sistema Político, Função Social, Possibilidade de Castigo Físico, Acesso Direto a Alimentação, Coisificação do Ator Social Negro e Estabilidade Social (todos relacionados ou não. Todos esses itens encontram-se relacionados com a posse ou não da carta de alforria, como podemos ver na Tabela 1. O mediador poderá estruturar perguntas como: -Qual são as características da vida do negro nos estados sulistas e nortistas? -Qual o significado da carta de alforria (Documento) para o negro nos estados sulistas e nortistas? -Qual o significado da carta de alforria (Documento) para o branco nos estados sulistas e nortistas? -Qual a importância da religião, no contexto escravocrata sulista? -Qual a importância da industrial, no contexto abolicionista nortista? 2- A etapa de apresentação e exibição consiste no período reservado para a turma assistir ao filme. 3- Debate e reflexão, é um momento onde o professor deve questionar a turma sobre os elementos que foram visualizados e possibilitar que os alunos expressem livremente suas percepções. Interferindo sempre que necessário, facilitando as análises e mediando as interações. Nessa etapa, é importante que o mediador busque observar e entender o que motiva as percepções relatadas pelos alunos, compreendendo assim, muitas vezes, como se dá o processo de desenvolvimento da consciência histórica. 4- Por fim, na fase de conclusão e verificação, pode ser realizada uma proposta de confecção texto, onde os alunos relacionem os itens vistos e discutidos no filme com temas propostos pelo mediador, fazendo uma síntese do que foi trabalhado. Os passos acima propostos permitem ao aluno ser agente na construção do seu próprio conhecimento e, ao professor ser mediador de um processo de interpretação e reflexão de questões históricas, a partir da interação e da interligação entre as atividades assim contribuindo na construção de um conhecimento funcional e sólido. 3- Considerações finais. Baseados nas informações aqui apresentadas, reafirmamos que a sociedade, assim como os avanços tecnológicos está em constante mutação, isto influenciando também o ambiente escolar. É de suma importância que as metodologias de abordagem do ensino de história estejam alinhadas a essas mudanças, com isso buscando suprir as novas demandas sociais, partindo do entendimento da necessidade de utilizar as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) como ferramenta de potencialização de possibilidades e interação, considerando o paradigma da complexidade, que possibilita uma reflexão criativa, critica e transformadora. O uso do cinema nas aulas de História surge como um agente relevante de aprendizagem, conduzindo à expansão das oportunidades de combinação de recursos tecnológicos e humanos. Neste sentido Lévy (2000 p.88) afirma que o virtual não “substitui” o “real”, ele multiplica as oportunidades para atualizálo. No caso do filme essa multiplicação ocorre, simultaneamente por distintas vias, ativando diferentes camadas de percepção (leitura), propiciando múltiplos desdobramentos e interpretações polissêmicas. O perfil dos alunos muda com o tempo, e consequentemente, o docente precisa mudar. Para Gadotti (2008, p.23): Em sua essência, ser professor hoje não é nem mais fácil nem mais difícil do que era há algumas décadas atrás. É diferente. Diante da velocidade com que a informação se desloca, envelhece e morre, diante de um mundo em constante mudança, o papel do professor vem mudando, senão na essencial tarefa de educar, pelo menos na tarefa de ensinar, de conduzir a aprendizagem e na sua própria formação que se tornou permanentemente necessária. Estabelece–se, assim que o uso das TIC, como aliadas na educação, pode contribuir para o seu sucesso, servindo como aliadas em um processo que resulte no objetivo pleno da educação: levar os participantes a aprenderem a aprender, momento em que todos os atores refletem, raciocinam e mudam seus paradigmas por intermédio de uma linguagem dialógica. Para poder pensar de maneira mais significativa o uso do filme aqui proposto no ensino de história, fazse necessário refletir, primeiro, sobre como o conhecimento histórico é construído, lembrando que, tal conhecimento e sua apreensão, estarão diretamente ligados à maneira como o sujeito (aluno) o recebe e o articula, nesse caso, por meio da escola. O papel do professor/mediador aqui é fundamental para o desenvolvimento, tanto do aluno como do próprio conhecimento. Adquirir conhecimento histórico implica em se ter domínio do próprio conteúdo histórico bem como na reflexão e análise das formas de como ele foi elaborado, veiculado e preservado até nossos dias, pois como afirma Schaff (1987): No conhecimento histórico, o sujeito e o objeto constituem uma totalidade orgânica, agindo um sobre o outro e vice-versa; a relação cognitiva nunca é passiva, contemplativa, mas ativa por causa do sujeito que conhece; o conhecimento e o comprometimento do historiador estão sempre socialmente condicionados (...). (Adam Schaff 1987, p. 105) Ao planejar suas aulas de história utilizando as novas tecnologias, o professor deve sempre se questionar sobre o tipo de reação que espera provocar nos alunos; deve ter claro que tipo de operação mental pretende acionar (recordação, reconhecimento, associação, comparação, levantamento de hipóteses, crítica, interpretação, etc.) e com que objetivos. Por meio dos filmes, por exemplo, podemos é possível proporcionar uma maior aproximação com fatos e acontecimentos do passado, permitindo um diálogo com outras temporalidades de forma mais clara, com uma melhor compreensão de como se davam as relações em outros contextos, ao mesmo tempo em que se relaciona esses fatos com o presente e se reflete sobre consciência histórica e construções identitárias. Estudar o passado simplesmente pelo passado, não faz sentido. Assim como negar a importância e utilidade do uso das novas tecnologias como auxiliares no ensino de história atualmente é reforçar uma metodologia de ensino ultrapassada e sem sentido prático para aquele que aprende. O processo de ensino/aprendizagem de história precisa possibilitar que o aluno seja sujeito agente no processo de desenvolvimento da consciência histórica, despertando sua capacidade crítica para uma reflexão sobre as relações humanas, suas diferenças e semelhanças ao longo do tempo e das diferentes considerações sociais, assim, não estará contribuindo apenas na formação e desenvolvimento de seus aspectos cognitivos como também no reconhecimento e fortalecimento da sua construção identitária. 4- Tabelas. 4.1- 12 anos de escravidão: aspectos relacionais entre alforria e liberdade. Referências. AUSUBEL, D. P. A aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes, 1982. FANTIN, M. Mídia-educação, cinema e produção audiovisual na escola. In: VI Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom. NP Comunicação Educativa. 2006. GADOTTI, M. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire, 2008. LE GOFF, Jacques. História e Memória. São Paulo; Editora da Unicamp, 1993. LÉVY, P. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. 2ª ed. São Paulo: Ed. 34, 2000. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000. SCHAFF, Adam. História e Verdade. São Paulo; Martins Fontes, 1987. VYGOSTKY, Lev S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1998.