RESISTÊNCIA CULTURAL NO REGIME MILITAR EM LONDRINA

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RESISTÊNCIA CULTURAL NO REGIME MILITAR EM LONDRINA
Edylaine Perez de Araujo
Isaque Martins de Oliveira
Orientador: Márcio Santos de Santana
Resumo: A proposta para a produção deste texto é uma demonstração do
movimento artístico-cultural na cidade de Londrina-PR, durante a ditadura militar
implantada com o golpe 1964. Trabalharemos com leitura da peça de teatro Bodas
de Café e os Festivais Universitários de Música Popular que ocorreu no final da
década de 1960 e início da década de 1970. Demostrando que mesmo com o golpe
e com a centralização dos órgãos censórios e a criação do Ato Institucional Nº 05
(AI-5), as manifestações culturais não perderam espaço e não conseguiram reprimir
os artistas. Pelo contrário, fizeram do teatro, da música, dos festivais e da arte sua
forma de manifestação de protesto e de resistência. Essas formas de resistência não
ocorreram somente nas grandes cidades, mas também no interior como aqui em
Londrina-PR. Nos festivais Universitários de Música Popular, músicas foram parcial
ou totalmente censuradas. E uma transição da música não apenas como profissão,
mas para um estado de protesto e prazer. (Isto dá a ideia de que antes isto não
existia, também achei confuso). Trabalharemos os atos sobre a Ditadura Militar
através da da peça de teatro Bodas de Café, que aborda a história da cidade de
Londrina-PR. Este artigo propõe uma análise, de algumas destas manifestações
culturais em Londrina.
Palavras-chave: Londrina; cultura; teatro; musica; resistência.
Financiamento: Capes – Pibid – História UEL.
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Censura no Brasil
Faz parte do censo comum no Brasil relacionar a censura com o período da
Ditadura Militar, entretanto, a censura em nosso país é praticada desde o período
Colonial. Passou por inúmeras fases, não seguiu nenhum modelo padrão, sua
análise é complexa e extensa, mas o fato é que ela esteve sempre presente de
forma mais mascarada ou mais explícita nas várias vertentes políticas no Brasil.
Na época da colonização a Igreja Católica controlava e ditava o que era
permitido e o que era proibido, a prática da Inquisição é um exemplo desta censura.
No período Imperial com a chegada da Família Real a censura também era
praticada, havia a presença dos censores régios, que já existiam em Portugal. Sua
função era censurar os livros que circulavam no Brasil, não permitindo obras que
difamassem o rei ou a Família Real, e ainda, obras que ferissem a moral e os bons
costumes. A censura do período Republicano é mais conhecida do que as demais.
Foram criados órgãos especializados, e tornou-se caso de polícia, e à partir de 1930
houve
sua
institucionalização,
tendo
um
órgão
próprio
com
funcionários
especializados.
Em 1932 foi criado no Brasil o DOP (Departamento Oficial de Propaganda),
seu principal objetivo era controlar a área de “divertimentos”, como cinema, teatro,
música e arte em geral. Contudo, era um órgão limitado e para substituí-lo foi criado
do DPDC (Departamento de Propaganda e Difusão Social), era composta por uma
comissão repleta de representantes ligados ao governo como Ministério da Justiça e
Negócios Exteriores, Ministério da Educação e Saúde, entre outros, e a participação
da sociedade cível era praticamente nula.
Contudo, apenas em 1939 com a criação do DIP (Departamento de Imprensa
e Propaganda) é que a censura sobre as diversões públicas foi padronizada e
burocratizada, tendo funções específicas. Seu objetivo era centralizar as funções
exercidas pela censura e adquirir o monopólio de toda informação vinculada no
Brasil, era responsável por vetar obras cinematográficas, peças teatrais, literatura,
programa de rádio, entre outros. Realizava também outras atividades como fiscalizar
o turismo e incentivar a escrita de obras nacionais, mas a censura era sua principal
atividade.
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Em 1946, ano em que o Brasil retomava a Democracia com a eleição de
Eurico Gaspar Dutra, entrou em vigor a Legislação Censória, mostrando que a
censura não ocorreu apenas em governos ditatoriais, mas em governos
democráticos também. Tal Legislação serviu de base para embasar a maioria dos
vetos à produção cinematográfica no regime militar.
Censura no teatro no Período do Governo Militar
No Governo Militar foram mantidas leis referentes a censura criada ainda em
períodos democráticos. As peças teatrais, músicas, filmes, propagandas de televisão
e rádio que eram censuradas passavam pelas DCDP (Fundo Divisão de Censura de
Diversões Públicas).
Tv, cinema e teatro contavam com um serviço próprio de censura, O
Departamento de Censura de Diversões Públicas (DCDP). Mesmo no
contexto da “abertura”, já no governo Figueiredo, O DCDP mantinha o
controle estatal da “moralidade e bons costumes” (Fico 2001 p.172)
Em 1968, no governo de Costa e Silva foi publicada a Lei n. 5.536 que criava
o Conselho Superior de Censura e regulamentava a censura em obras
cinematográficas e teatrais. As obras deveriam ser censuradas e classificadas, a fim
de que não fossem contrárias a segurança nacional, ou ao decoro público, aos bons
costumes, ou ainda, que incentivasse as lutas de classes.
A censura sobre as diversões públicas não mudou, os militares apenas
aperfeiçoaram o que já existia, e continuou tendo um caráter mais voltado para a
moral. Sendo assim, não representava uma novidade aos envolvidos. Ao contrário, a
censura à imprensa, possuía um caráter mais voltado para a política. Entretanto é
necessário levar em consideração que censura, mesmo moral, possui um caráter
político.
Havia
ainda,
uma
enorme
preocupação
com
filmes
considerados
esquerdistas. Para solucionar este problema, foram tomadas três medidas: aos
cineastas brasileiros que produzissem filmes com cunho esquerdista seria
instaurado processo de crime, e solicitado ao Ministério da Educação e Cultura que
não fosse concedido crédito para a produção de seus filmes e por fim seria solicitado
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ao Ministério da Justiça para que intercedesse junto ao Ministério de Relações
Exteriores para que todos os filmes passassem pelo crivo do DCDP antes da saída
de filmes nacionais para o exterior.
Teatro no Brasil
O Teatro no Brasil das décadas de 1970 e 1980 tinham os mesmos
propósitos do teatro das décadas de 1950 e 1960, que eram amenizar a situação de
“atraso” cultural e padronizar a produção artística nacional com os parâmetros
estéticos exteriores. Os grupos de teatro criados das décadas de 1940 até 1970
contribuíram para transformar o teatro brasileiro, tanto em padrões estéticos quanto
a orientação ideológica dos textos.
Em 1948 na cidade de São Paulo foi criado o EAD (Escola de Arte Dramática)
e o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), que colaboraram para a expansão do
mercado de trabalho e a capacitação de profissionais específicos para o teatro.
Agregou novos conceitos à produção nacional, com a contratação de diretores
estrangeiros, encenação de textos clássicos, preocupação com o aperfeiçoamento
técnico, fatores estes que contribuíram para alterar o cenário nacional.
Com o desenvolvimento do teatro nacional e criação de laboratórios de
encenação, foram criados inúmeros teatros, dentre os quais se destacaram em São
Paulo, o Teatro de Arena criado em 1953, o Teatro Oficina em 1958 e na cidade do
Rio de Janeiro o Grupo Opinião em 1964. Durante a Ditadura Militar e diante da
censura, estes e outros grupos conseguiram atuar encontrando “brechas” no sistema
opressor.
O Teatro de Arena em São Paulo foi o primeiro nesta categoria na América do
Sul. Este teatro foi criado levando em consideração as condições financeiras do
teatro na época, pois podia atender um público restrito, com orçamento escasso. Em
suas peças sempre estiveram presentes a dinâmica de discutir os problemas
nacionais e a situação política. Mesmo no período da ditadura, para driblar a
censura, Augusto Boal desenvolveu a técnica conhecida como “sistema coringa”.
A primeira técnica do sistema coringa consistia em desprender o ator do
personagem, sempre alterando o ator, técnica esta inspirada no teatro grego. A
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segunda consistia em preparar o elenco para transmitir uma opinião coletiva. Assim
o espetáculo deixava de ser realizado sob o ponto de vista de um personagem, mas
sim de toda equipe. A terceira técnica buscava adotar gêneros e estilos teatrais de
acordo com as necessidades cênicas, trazendo assim mais mobilidade para o teatro,
facilitando a alternância do cenário para diversas cenas e gêneros distintos. Por fim,
a inserção da música para complementar e facilitar a assimilação do texto e servir
para dizer o que o diálogo da peça não dizia. Estas técnicas tinham ainda a função
estética e econômica, que ajudou o Teatro Arena a sobreviver durante o período de
forte censura no período da ditadura militar.
O grupo Opinião iniciou em meados de 1960 quando o teatro Arena estava
em turnê pela cidade do Rio de Janeiro. O grupo dividiu-se em dois, um grupo
identificou e se aproximou de organizações culturais e estudantis do Rio de Janeiro,
enquanto o outro grupo voltou-se para São Paulo para prosseguir com as atividades
do teatro Arena.
No grupo Opinião os personagens debatiam os problemas brasileiros da
época da ditadura militar como o preconceito de classe, as drogas, o
subdesenvolvimento, o anticomunismo, entre outros assuntos decorrentes do
período. Utilizavam música para denunciar a violência vivida, com palavras como
refrãos como “pode me bater”, “me deixar sem comer, que não mudo minha opinião”.
Este grupo foi um exemplo da corrente de resistência que se formou, pois o
grupo concentrava-se na oposição à ditadura militar. No campo artístico representou
a reorganização dos grupos de esquerda, além de promover seminários internos de
dramaturgia, onde discutia-se e buscava-se soluções para o ramo da dramaturgia e
sobre como discutir a realidade do país em meio a um regime ditatorial.
O teatro Oficina foi criado em 1958, sendo formado por estudantes da
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Possuía um caráter amador e
realizava suas apresentações em residências familiares, comum na época para
famílias financeiramente estáveis. Já na década de 1960 destacou-se no cenário
brasileiro por questionar a produção teatral nacional, fundamentada no modelo
aristotélico, desafiando o público convencional e defendendo à ascensão da estética
tropicalista.
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O grupo aos poucos foi amadurecendo, pois começou com a negação de tudo
para depois traçar um projeto próprio, mas sempre com a característica de provocar
a plateia. No espetáculo “Roda Viva” utilizava vários elementos para abalar a
passividade
do
público
como,
manipular
símbolos
religiosos,
cenas
de
homossexualismo, mímicas pornográficas, além de causar constrangimentos por
longos períodos de silêncio, realizar perguntas embaraçosas, pedir para assinar
manifestos, entre outros.
O principal objetivo do teatro Oficina era revolucionar de dentro para fora as
estruturas existentes no teatro brasileiro.
Durante o governo de Costa e Silva a ofensiva militar apoiada pela política do
governo, transferiu os ataques antes realizados às uniões estudantis aos grupos de
teatro e profissionais desta área. Artistas eram torturados, espancados, humilhados,
sequestrados e tudo isto porque considerava-se o teatro o braço mais vulnerável do
comunismo. Sendo assim, sua desarticulação seria mais fácil. Em suma, o TBC
almejava satisfazer o público burguês, Arena e o Opinião desejavam entrar em
contato com as classes populares e o Oficina provocar as classes médias, mas
mantinham o mesmo propósito de mudança e de resistência ao sistema opressor.
Movimentos Culturais em Londrina
Manifestações públicas eram censuradas, já que havia a centralização de
órgãos censórios, reforçados pelo AI-5 (Ato Institucional).Tendo em vista coibir,
através da censura, manifestações públicas, sendo que havia a centralização dos
órgão censórios e a criação do ato institucional nº 05 (AI-5). (Veja a mudança, pois
achei meio confuso). Peças de teatro, movimentos musicais como os festivais
universitários, transmissões de rádio, cinema, espetáculos em geral, passava pela
censura. Tudo o que era ofensivo à moral e bons costumes, mas principalmente que
criticassem a ação dos militares, agora no poder, era vetado.
Uma das únicas formas da população, principalmente dos jovens e
universitários, reprimir as ações que estavam acontecendo e lutar pela democracia
era através das manifestações artísticas.
Abordaremos:
2572
1.
pesquisado
A peça de teatro Bodas de Café de Nitis Jacon de Araújo Moreira,
pelo
Grupo
PROTEU/UEL
(Projeto
Experimental
de
Teatro
Universitário). Inclusive Nitis Jacon dirigiu este grupo e atuou nesta peça. Esta
peça relata a história de Londrina, desde o início da sua colonização até os
acontecimentos da ditadura militar. Nela o personagem principal e em destaque é
um nordestino chamado Manoel Jacinto, um líder camponês. Nesta peça há o
carimbo exemplificando que esta peça passou pelo Órgão Censório, os dados que
constam no carimbo são SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL – D.P.F. SR/RJ.
2.
Um livro sobre o show NA BOCA do BODE, de organização de Fábio
Henriques Giorgio, ocorrido no ano de 1973 em Londrina, conta com uma
movimentação artística musical de produção local, que lembrava a vanguarda
paulista. Enfocamos mais esta discussão em uma música de Arrigo Barnabé,
INFORTÚNIO
Ontem, no cemitério
Ela gritou, gritou muito
Quando fecharam o caixão de seu marido
Ficou histé, histé, histé, histérica
Blasfemou, 'rancou cabelos
Rogou a Deus que a levasse também
Implorou, rasgou as roupas
Se arrastou gritando entre as estátuas
Que desespero! Ela tava desesperada
Seu corpo inteiro tava doendo de saudade
Do seu marido... do maridinho adorado
Anoiteceu e ela ficou ali jogada
A soluçar e quando veio a madrugada
Ela saiu e foi até o Riviera
E se entregou a todo homem que encontrou
Hoje, ela só bebe. Nunca esqueceu a sua morte
Vive nos bares e cafés dizendo a todos:
"Ele morreu porque pensou, pensou demais"
E ela grita, e ela blasfema
E roga a Deus que leva todos também!.
Esta música foi apresentada em um Festival na TV Cultura, e conforme um
relato deste autor, dizia que a fez pensando em uma entrevista com Clarice Herzog
e no seu desabafo e indignação com o que havia ocorrido com seu marido.
3. Um relato sobre algumas prisões inclusive de atores e músicos em Londrina,
no início da Ditadura Militar. Prisão de dois atores do grupo de Teatro GPT –
Grupo Permanente de Teatro. Em sua última peça “A Mandrágora” de
2573
Maquiavel, estrearia em maio de 1964, porém a estreia não ocorreu mesmo
com o público já presente. A Folha de Londrina relatava a prisão de 14
londrinenses, dentre os quais, 2 eram atores do GPT e detidos sobre a
acusação “fazer subversão através da arte”.
4. O documentário “o dia que durou 21 anos”. O filme aponta a atuação dos EUA
no golpe de 64. Para ser trabalhado com os alunos do Ensino Médio, o
documentário foi editado.
Na escola
Este projeto foi aplicado na Escola Estadual Vicente Rijo, localizada na
Avenida Juscelino Kubitischeck, 2372, no centro de Londrina-Paraná. Sobre
orientação de Márcio Santos de Santana, do PIBID – Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação a Docência da Universidade Estadual de Londrina. A sala
trabalhada foi o 4º ano do Curso Profissionalizante de Informática, cuja professora
de História é a Sra. Sirlene Angélica Silva Brandino, na qual aprendemos muito.
Nesta sala havia dezenove alunos, a maioria já maiores de idade.
Utilizamos 4 aulas oficinas, onde foram trabalhados conceitos sobre a
ditadura militar e censura, e os documentos mencionados neste artigo.
Relatamos que os atores e músicos tentavam mostrar que alguns temiam a
repressão, enquanto outros mantinham-se firmes diante da censura, pois o teatro
sempre foi forte na cidade de Londrina. Os festivais e peças teatrais oportunizavam
uma reação diante da insatisfação vivida, causada pela censura que limitava seus
atos. E Londrina podia ver seu potencial cultural através de seus artistas como
compositores, poetas, contistas, escultores, pintores, fotógrafos e no teatro revelou
diretores, atores, atrizes e autores.
O Festival Universitário de Londrina estava entrelaçado com as UNE’s (União
Nacional de Estudantes), pois através deste festival a cidade enxergou sua
capacidade cultural como meio de expressão política. Na Universidade Estadual de
Londrina havia o grupo PROTEU (Projeto de Teatro Experimental Universitário),
criado e dirigido por Nitis Jacon de Araújo Moreira, autora da peça “Bodas de Café”,
aqui abordada. Nitis Jacon analisava a realidade social e o teatro como resistência.
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A última cena por nós explorada foi 24, onde fica claro que o Festival Universitário
tinha ligação com a UNE e que seus representantes eram presos por sua
manifestação cultural, mesmo em jograis.
O que pensaram os alunos em sala de aula sobre a manifestação cultural em
Londrina na ditadura militar?
Nas aulas oficinas, a maioria não pensava que em Londrina tivesse tido
repressão militar.
Considerações finais
À partir do estudo aqui exposto trabalhamos com a censura de um modo geral
e em épocas distintas para auxiliar na compreensão do tema, pois a censura
ocorrida no Regime Militar foi apenas uma adaptação e intensificação na apreensão
de indivíduos considerados subversivos da moral e do bom costume.
Analisamos o teatro em suas várias vertentes, como O Teatro Arena, Grupo
Opinião e Teatro Oficina, a fim de elucidar o intuito da peça “Bodas de Café”, mesmo
que sendo em épocas diferentes durante o golpe militar. (Achei confuso)
Nosso principal objetivo foi a tentativa de demonstrar que a censura ocorrida
no Brasil não ocorreu somente nas grandes cidades e capitais, mas estendeu-se ao
interior como aqui em Londrina. Curioso foi perceber que na época Londrina tinha
apenas 30 anos e mesmo assim teve um grande movimento teatral que despertou a
atenção dos órgãos censórios.
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