(lifschitz, 2006) e urbanização turística (luchiari, 1998)

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A CONTRIBUIÇÃO DO CONCEITO DE NEOCOMUNIDADES
(LIFSCHITZ, 2006) E URBANIZAÇÃO TURÍSTICA (LUCHIARI, 1998)
NA DISCUSSÃO SOBRE A REINVENÇÃO DA CULTURA AÇORIANA
EM FLORIANÓPOLIS – SC
SILVA, Marcia Alves Soares da
Introdução
É notável que as identidades e culturas, no contexto da globalização, foram
apropriados pela indústria cultural e postas como qualquer outra mercadoria, passíveis de
serem consumidas. Nos espaços urbanos, também transformados em valor de troca, em
detrimento do valor de uso, a reinvenção das tradições, identidades e culturas se enquadram
junto aos projetos urbanos, consolidando a ideia de cidade-mercadorias, a fim de atender
interesses hegemônicos. Neste sentido, esta pesquisa, a partir das contribuições do conceito de
urbanização turística (LUCHIARI, 1998) e neocomunidades de Lifschitz (2006), visa analisar
a reinvenção1 da cultura açoriana em Florianópolis (SC), entendida como uma cultura
tradicional, frente ao avanço da urbanização e modernização da cidade, bem como do turismo.
Os açorianos tiveram papel relevante no povoamento e desenvolvimento do litoral
catarinense, a partir do século XVIII, proporcionando-lhe feições socioculturais básicas. Com
importante participação na formação da população de Florianópolis, sua contribuição para a
cultura local foi decisiva, na qual se percebem até hoje traços culturais que remetem à
colonização e ao povo açoriano. Modo de falar, arquitetura, danças, festas, gastronomia,
artesanato, religião, entre outras manifestações, são exemplos disso. Contudo, o “resgate” do
legado cultural açoriano e o orgulho da população local em suas raízes, por vezes esquecidas
no decorrer da história, é relativamente recente no contexto catarinense, iniciando-se a partir
da década de 1950, com destaque para a década de 1990.
Essa revalorização e redescoberta da cultura açoriana possui grande relação com o
boom imobiliário e turístico em Florianópolis na mesma época. Os projetos urbanos e
turísticos, bem como a vinda de migrantes de grandes capitais brasileiras para a Ilha na busca
por melhor qualidade de vida, aliada à modernização urbana e proximidade com a natureza,
foi um impulso para que se fosse buscar na história a importância do legado açoriano para a
cultura local, numa necessidade de (re)construção identitária que pudesse caracterizar o
estado de Santa Catarina.
Em virtude dos interesses do capital turístico e imobiliário, Florianópolis é um grande
exemplo de city markerting2, ou seja, uma cidade para o consumo, onde o marketing
1
Sobre isso, no contexto histórico de “resgate” da cultura açoriana e na atual conjuntura, a questão
açoriana em Santa Catarina parece se inserir na discussão que Hobsbawm e Ranger (1984) realizam sobre a
“invenção das tradições”. De acordo com Hobsbawm, a invenção da tradição é essencialmente um processo de
formalização e ritualização, caracterizado por referir-se ao passado, mesmo que apenas pela imposição da
repetição, onde muitas vezes, “tradições” que parecem ou são consideradas antigas são bastante recentes, quando
não inventadas. O termo “tradição inventada”, de acordo com o autor “é utilizado num sentido amplo, mas nunca
indefinido. Inclui tanto as “tradições” realmente inventadas, construídas e formalmente institucionalizadas,
quanto as que surgiram de maneira mais difícil de localizar num período limitado e determinado de tempo - às
vezes coisa de poucos anos apenas - e se estabeleceram com enorme rapidez” (HOBSBAWM, 1984, p. 9).
2
Vainer (2003) explica que é um ato de violência simbólico essa suposta unidade identitária que o city marketing
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imobiliário e turístico utilizam de propagandas publicitárias, no intuito de estimular
investimentos e crescimento do turismo. Os projeto urbanos na capital estão aliados a ideia de
urbanização turística, conforme Luchiari (1999), cujo desafio é a sobrevivência de antigas
paisagens e a resistência do lugar frente a criação destrutiva desse modelo de cidade, além da
ideia de neocomunidades, proposta por Lifschitz (2006), que trata-se de comunidades com
identidades étnicas, históricas ou sociais demarcadas, que foram por longo tempo
esquecidas e que vêm sendo atualmente visitadas e pesquisadas por distintos agentes.
Objetivos
A pesquisa tem por objetivo, a partir das contribuições do conceito de urbanização
turística (LUCHIARI, 1998) e neocomunidades (LIFSCHITZ, 2006), analisar a reinvenção da
cultura açoriana no contexto de Florianópolis, cuja influência do marketing imobiliário e
turístico é notável, culminando num claro projeto de venda da cidade. A pesquisa é resultado
da dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós-Graduação em Geografia da
Universidade Federal Fluminense (UFF), em 2014, que teve como objetivo fazer uma relação
entre o processo de urbanização da Florianópolis, levando em consideração os interesses
turísticos e imobiliários, e a cultura açoriana, reinventada para entrar nos circuitos de
consumo da cidade.
Metodologia
Para esta discussão, a metodologia principal foi análise bibliográfica, embora na
dissertação de mestrado também tenha sido utilizada entrevistas semi-estruturadas com
moradores de dois distritos de Florianópolis, Pântano do Sul e Ribeirão da Ilha.
Discussões
No contexto de Florianópolis, a reinvenção da cultura açoriana pode ser inserida numa
discussão proposta por Lifschtz (2006), sobre neocomunidades. O trabalho do autor discorre
acerca das comunidades tradicionais brasileiras que por muito tempo tiveram suas identidades
esquecidas, mas que atualmente têm sido pesquisadas por diferentes atores, num movimento
que o autor denomina de neocomunidades e que está
vinculado à revalorização do território e à reconstrução de práticas e saberes
tradicionais. Reconstruídas sobre as ruínas do patrimônio material e sobre os
resquícios da memória, as neocomunidades são processos em que “agentes da
modernidade” (Ongs, mídia etc.) promovem a reconstrução simbólica e material
de territórios comunitários e de saberes tradicionais através de técnicas e
dispositivos modernos. Neste sentido, ao invés de participarem dos fluxos de
desterritorialização e hibridação, as neocomunidades representam uma tendência à
refundação de territórios tradicionais e à produção de “autenticidades” culturais
delimitadas espacial e simbolicamente (LIFSCHITZ, 2006, p. 68).
As neocomunidades participam de um claro contexto de urbanização turística, cujo
resgate interessa ao mercado turístico. No caso de Florianópolis, a reinvenção da cultura
açoriana por um lado buscou criar uma identidade local, mas ao mesmo tempo foi projetada
para ser consumida. Os balneários, resorts, hotéis, foram construídos no intuito de garantir
mais serviços e aumento do turismo na localidade. Contudo, por trás dessa política que alia
interesses privados e interesses do Poder Público, são negligenciadas as verdadeiras
necessidades dos moradores locais, onde a desapropriação, expulsão, venda de lotes herdados,
crescimento das favelas e degradação ambiental, fazem parte do atual retrato de Florianópolis.
O turismo tem sido colocado, principalmente pelo Poder Público, como a grande
impõe através das imagens-síntese às cidades, pois apaga as demais possibilidades de representá-las.
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possibilidade de desenvolvimento econômico, mas que subordina à população local a uma
ordem externa, onde a desarticulação de comunidades, culturas e modos de vida é
consequência do consumo desenfreado do lugar. Neste contexto, as manifestações culturais
tradicionais, que aconteciam de forma espontânea, são projetadas em palcos, espetáculos,
perdendo o caráter do improviso, da articulação e participação das comunidades.
Nesse sentido, a capital catarinense tem seus projetos urbanos alicerçados na ideia de
urbanização turística, que não é pensando de acordo com a lógica do lugar, dos moradores,
seus modos de vida, antigas e tradicionais formas de trabalho, mas sim representa uma lógica
hegemônica de organização territorial, pautada na materialidade, o que legitima as
revitalizações e modernizações na cidade.
Temos assim, as singularidades locais e a venda do patrimônio cultural de acordo com
a economia política das cidades e a lógica da economia global. Tal característica mostra a
articulação entre global e local, interesses globais e locais. As cidades turísticas representam
uma nova forma de urbanização, voltada para o consumo de bens, serviços e paisagens, com a
redefinição da vida econômica em função do turismo, no intuito de atrair através das
paisagens (LUCHIARI, 1998).
Para a autora, o que ocorre é a valorização da diferenciação dos lugares como um
atrativo para o capital, com o ressurgimento de antigas práticas, não importante mais sua
função social, já que o turismo constantemente o reinventa. Não importa mais a vocação
natural, já que esta pode ser artificializada e reinventada. Na corrida para obter um importante
papel no processo de globalização, são os mandos e desmandos da ordem externa, que
desarticulam culturas tradicionais, como é o caso da maioria das comunidades litorâneas do
país, incluindo Florianópolis.
Na urbanização contemporânea, especialmente em cidades turísticas, percebemos a
articulação entre novas e velhas paisagens, usos, formas e funções, onde tal movimento
impulsiona a relação do lugar com o mundo, interferindo ainda na identidade do lugar, que é
constantemente recriada, produzindo um espaço social híbrido, dando lugar a uma nova
organização socioespacial. Nesse viés, tal movimento, entre velho e o novo, é acelerado pela
urbanização turística, dando visibilidade novos sujeitos sociais, invisibilizando e
marginalizando outros, redesenhando as formas de apropriação do espaço urbano,
substituindo antigos usos e elegendo novas paisagens a serem valorizadas para o lazer. “A
criação destrutiva da urbanização turística desafia a todo instante a sobrevivência de antigas
paisagens e a resistência do lugar” (LUCHIARI, 1998).
Luchiari faz uma crítica ao afirmar que há a valorização mais da técnica de reprodução
do que a própria autenticidade, onde o turismo pode reproduzir a natureza, a cultura e
autenticidade de práticas sociais, mas o que dá sentido ao consumo destes simulacros é a
subjetividade do indivíduo e dos grupos sociais que passam a valorizar a própria reprodução.
O turismo acentua a produção de lugares de consumo e o consumo dos lugares, onde a
organização territorial dos lugares turísticos não responde somente à lógica do lugar, do meio,
e da população local, mas é a reprodução de atributos valorizados nos centros urbanos
emissores, sintetizando, na materialidade das cidades que se expandem, as novas
representações sociais imprimidas ao uso do território (LUCHIARI, 1998).
Mas não pode ser tomado apenas do ponto de vista negativo, como um
desarticulador voraz de antigas formas e funções sociais que, num processo linear,
destrói o velho substituindo-o pelo novo. A mediação entre o global e o local
empreendida pelo turismo possibilita tomarmos o lugar e o mundo em sua unidade.
Permite também trazermos à luz novas formas de sociabilidade, articuladas em
função do processo contemporâneo de revalorização das paisagens para o lazer. Este
movimento ao invés de contrapor o tradicional ao moderno, o lugar ao mundo, o
natural ao artificial, impulsiona a restruturação das relações do lugar com o mundo e
a formação de organizações socioespaciais cada vez mais híbridas, cujas formas e
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lógicas antigas associadas às novas originam uma nova composição. (LUCHIARI,
1998, p. 8-9)
Ampliando e contribuindo a discussão de Luchiari, Lifschitz (2006) apresenta o
conceito de neocomunidades, onde a influência de agentes externos, obedecendo uma lógica
de mercado, abordam a cultura popular como uma nova categoria da commodities, inserida
dentro da lógica capitalista, voltada para turistas ávidos por consumir elementos destas
culturas populares, num crescente movimento de desterritorialização dos patrimônios
culturais (ou seria reinvenção?). Contudo, em sua visão, as neocomunidades e a relação com
os agentes modernos não são de todo ruim, pois existe uma relação mútua de dependência,
onde estes agentes poderiam dar visibilidade, reconhecimento e legitimação das culturas
populares.
Dentro desta lógica capitalista, a crítica gira em torno de conflitos e tensões que
surgem quando são inseridos nas comunidades, perspectivas e interesses que não condizem
com a realidade local. É possível associar, portanto, o avanço da modernização e a crescente
desestruturação destas comunidades, justamente pelo contexto de individualismo ao qual
vivenciamos.
Sobre isto, Lifschitz (2006, p. 72) argumenta
Os agentes da modernidade intervêm no plano material e organizativo da
comunidade visando a reconstruir "tradições autênticas". Portanto, mais que criar
uma tradição comunitária ou se apropriar de objetos ou práticas modernas, as
neocomunidades são territórios em que, através de ações culturais, se propõe
recriar a tradição através de técnicas e dispositivos modernos.
No caso da capital catarinense, são essas intencionalidades na produção do espaço, que
incorporam determinadas condições históricas, formas e práticas socioculturais que se
manifestam em consonância com a natureza, apropriados então pelas dinâmicas engendradas
como uma valorização do passado, tentando atender às exigências dos novos conhecimentos
cotidianos, ditos como de interesse ao desenvolvimento da sociedade. Neste sentido,
concordamos que no âmbito da questão sobre a cultura e identidade açoriana em Santa
Catarina, há pelos menos três discursos3 envolvidos na legitimação do legado cultural
açoriano: intelectuais e poder locais, turismo e mercado imobiliário e os moradores.
Se pensarmos a cultura açoriana, em seu sentido “tradicional”, é notável a
subordinação da vida cotidiana às imposições da economia globalizada. Alteram-se hábitos,
costumes, formas tradicionais de uso do espaço urbano, onde temos por um lado,
especialmente nos distritos pesquisados, uma movimentação turística na alta temporada e uma
possível “preservação” do modo de vida tradicional, mas por outro, esta preservação acontece
quando pode gerar algum lucro. Ou seja, temos a entrega da cultura e de um modo de vida, ao
ditames do mercado globalizado.
Em suma, buscamos refletir como e processo de urbanização esteve atrelado ao
“resgate” da cultura açoriana, onde ao mesmo tempo, a reinventou para que pudesse ser
consumida. Para isso, foi necessário expandir a modernização da capital catarinense para que
pudesse suprir à nova ordem (im)posta. Percebemos portanto, que para os moradores locais, a
urbanização enquanto forma foi muito bem vinda, especialmente porque representa uma
melhoria na qualidade de vida dos mais velhos, se levarmos em consideração os tempos
3
Sobre isto, vale resgatar a ideia de discurso proposta por Foucault (1999, p. 9), já que é pelo discurso que se
opera a construção/desconstrução das identidades. O autor afirma que “em toda a sociedade a produção do
discurso é simultaneamente controlada, selecionada, organizada e redistribuída por um certo número de
procedimentos que têm por papel exorcizar-lhe os poderes e os perigos, refrear-lhe o acontecimento aleatório,
disfarçar a sua pesada, temível materialidade”. O autor ainda discorre sobre a questão da disciplina e identidade,
onde disciplina é um princípio de controle da produção do discurso, pois fixa-lhe limites pelo jogo de uma
identidade que tem a forma de uma reatualização permanente das regras.
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pretéritos. Por outro, a longo prazo, este avanço representa uma subordinação à uma ordem
que não necessariamente corresponde as necessidades dos moradores locais.
Temos, portanto, uma cidade que legitima várias intervenções em nome da cultura,
mesmo que tais intervenções podem ser antagônicas em termos de produção de sentidos e
perspectivas sociais. Tal questão é banalizada e os vínculos com o passado são cada vez mais
frágeis, as tradições e referências deslocadas e a memória coisificada, expostas ao mercado
consumidor. A imposição dos interesses hegemônicos está estreitamente ligada aos processos
de definição e prioridades das políticas públicas de intervenção nas cidades.
Considerações finais
É inegável que as transformações urbanas contemporâneas, tão intensas e dinâmicas
afetam consideravelmente a relação dos indivíduos com o seu território vivido. Caminha-se
para projetos homogêneos de transformação das cidades, onde muitas vezes os indivíduos
acabam por perder suas referências identitárias. Transforma-se a cultura, a história, a
memória, as vivências, o cotidiano, desconsiderando as particularidades locais, por
compreender o espaço geográfico como algo homogêneo, onde a constante reinvenção da
cultura parece uma forma de mantê-la preservada.
O crescimento do turismo atrelado ao avanço do processo de urbanização são
resultados do marketing da cidade que tem sido essencial para o que chamamos de “venda da
cidade” ou cidade-mercadoria. Apoiada numa ideia de paisagens naturais e ótima qualidade
de vida, Florianópolis tem sido projetada como a “Beverly Hills” brasileira, onde os anseios
da camadas mais altas de renda são prontamente atendidos em detrimento das camadas mais
pobres, excluídas e visivelmente indesejadas. Resultado disso é a expulsão dos pobres para o
continente, construindo a Ilha da “Magia” para poucos, onde temos uma capital com ampla
exclusão socioespacial.
Em suma, buscou-se discutir como a atual produção do espaço urbano, tendo como
principais atores o Estado e o capital turístico e imobiliário, transformam rapidamente o
espaço, desconsiderando os interesses dos cidadãos e o direito à cidade. A escolha por
trabalhar com Florianópolis se dá pela maneira que a cidade vem sendo projetada pelos atores
hegemônicos, onde a venda de sua cultura, com traços açorianos marcantes, faz parte do
consumo do lugar.
Referências bibliográficas
ARANTES, Otília; VAINER, Carlos; MARICATO, Ermínia. A cidade do pensamento
único. Desmanchando consensos. 3.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2000.
FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. 5 ed. São Paulo: Loyola, 1999.
HOBSBAWM, Eric. Introdução: a invenção das tradições. In.: Eric Hobsbawm & Terence
Ranger (orgs.). A invenção dastradições. – Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.
LIFSCHITZ, Javier Alejandro. Neocomunidades: reconstruções de territórios e saberes.
Estudos Históricos. Rio de Janeiro. N. 38, jul-dez. P. 67-85. 2006.
LUCHIARI, Maria Tereza Duarte Paes. Urbanização turística: um novo nexo entre o lugar
e o mundo. Asociación Canaria de Antropologia. N. 4. 1998. Disponível em
<http://www.antropologiasocial.org/contenidos/publicaciones/otautores/fortcon.pdf> Acesso
em 15 set 2013.
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