ESCOLA SECUNDÁRIA DA TROFA Trabalho elaborado por: Alexandre Ana Daniela Carla Jorge Luís Miguel Introdução Em todas as etapas da História da Humanidade, encontramos indícios suficientes para afirmar, com fundamento, a actividade religiosa das pessoas que nelas viveram. Os historiadores das religiões estão convictos de que, onde existem vestígios da vida humana, existem sinais de actividade religiosa. Quando falamos numa qualquer religião temos que considerar, obrigatoriamente, dois elementos, a saber: - Crença numa força sobrenatural - Ordenação da vida de acordo com a crença Crença num ser ou seres sobre-humanos e em especial num deus (ou deuses) que controla o Universo e é adorado e obedecido. Para muitos a essência da religião encontra-se no facto das pessoas precisarem de ter um sentido para a vida. Por isso, no deserto deste mundo, buscam errantes o divino, o sobrenatural. Assim, podemos dizer que o fenómeno religioso é, entre as manifestações do espírito, um dos mais espalhados do mundo, mesmo neste século XXI em que muitos já se cansaram do materialismo e estão desiludidos dos “milagres” da tecnologia. Origens Históricas e Aspectos Sociais A origem desta religião perde-se na história, pois dos seus textos sagrados fazem parte mitos e lendas que provêm de povos e culturas diferentes. Através das migrações, povos arianos deslocaram-se para o sub-continente indiano, levando consigo os conceitos religiosos de onde provinham. Em conjugação com os prováveis ritos panteísticos que decorriam nesta região, terá surgido o hinduísmo, que não tendo a pretensão de unificar as diversas crenças, incorporou vários ensinamentos dessas origens. As raízes do hinduísmo situam-se assim, entre 4000 ou 2200 a.C. É uma religião que se concentra principalmente no sub-continente indiano e que tem mais de 730 milhões de membros, o que corresponde a cerca de 13% da população mundial. Apesar do grande número de deuses que caracteriza o hinduísmo, pode ser considerada uma religião monoteísta, pois acredita na unicidade do mundo e na existência de um só Ser ou Brâmane. Cada deus representa um aspecto desse deus único. Um dos aspectos mais marcantes do hinduísmo na sociedade é o sistema de castas. Apesar de ter sido abolido em 1949, ele continua a ser praticado por corresponder aos sentimentos religiosos da população. O principal lugar sagrado do hinduísmo é o rio Ganges, também considerado um deus e local onde se realizam as purificações que a religião prescreve como essenciais. A foz deste rio é considerada também como um local especificamente sagrado para o hinduísmo. Os Hindus acreditam em um espírito supremo cósmico, que é adorado de muitas formas, representado por deidades individuais como Vishnu, Shiva e Shakti. O Hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são meios de ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes e realizar a verdadeira natureza de seu Ser. O Hinduísmo abrange várias crenças, práticas, filosofias e denominações, algumas religiosas e outras não. O Sámkhya (que significa número), por exemplo, é uma filosofia especulativa de carácter exacto, naturalista. A Ioga é a principal vertente prática deste rico manancial cultural O Hinduísmo é considerado a mais velha religião ainda existente do mundo. Ao contrário de outras grandes religiões do mundo, o Hinduísmo não possui apenas um único fundador e é baseado em textos religiosos desenvolvidos por vários séculos que contém escritos espirituais e fornecem um guia prático para a vida religiosa. Entre estes textos contam-se, os antigos Vedas são normalmente considerados os de maior autoridade. As outras escrituras incluem os dezoito Puranas, e os épicos Mahabharata e Ramayana. O Bhagavad Gita que está contido no Mahabharata, é um ensinamento amplamente estudado que nos dá uma destilação das verdades superiores dos Vedas. A teologia hinduísta fundamenta-se no culto às encarnações da divindade suprema, Brahman. Particular destaque é dado à Trimurti – uma trindade constituída por Brahma, Shiva e Vishnu. Pode parecer estranho para os padrões de uma cultura cristã, mas o culto directo aos membros da Trimurti é relativamente raro – em vez disso, costumam prestar culto a encarnações mais específicos e mais próximos da realidade cultural e psicológica dos praticantes. Pouco é conhecido sobre a origem do Hinduísmo, já que sua existência antecede os registos históricos. É dito que o Hinduísmo deriva das crenças dos Arianos, que residiam nos continentes sub-indianos, ('nobres' seguidores dos Vedas), Dravidianos, e Harappanos. Alguns dizem que do Hinduísmo nasceu com o Budismo e o Jainismo, mas Heinrich Zimmer e outros estudiosos afirmam que o Jainismo é muito anterior ao Hinduísmo, e que o Budismo deriva deste e do Sankhya que em consequência afectaram o desenvolvimento de sua religião mãe. Diversas são as ideias sobre as origens dos Vedas sendo também polémica a ideia de os Arianos serem ou não nativos ou estrangeiros na Índia. Actualmente há dúvidas entre os estudiosos sobre ter ou não havido uma invasão ariana na Índia. Questiona-se sobre a miscigenação lenta, em lugar de invasão violenta, com os dravidianos e outros povos de origem autóctone e mesmo mediterrânea, existentes na região antes da chegada dos pastores-guerreiros vindos da Europa. Historicamente, a palavra hindu antecede o Hinduísmo como religião; o termo é de origem persa e primeiramente referia-se ao povo que residia no outro lado (do ponto de vista persa) do Sindhu ou rio Indo. Distribuição geográfica actual O Hinduísmo, como religião, é a terceira maior do mundo, com aproximadamente um bilião de adeptos (censo de 2005), dos quais aproximadamente 890 milhões vivem na Índia. A Índia, a Ilha Maurício, e o Nepal assim como a ilha Indonésia de Bali têm como religião predominante o Hinduísmo; importantes minorias Hindus existem em Bangladesh (11 milhões), Myanmar (7,1 milhões), Sri Lanka (2.5 milhões), Estados Unidos (2,5 milhões), Paquistão (4,3 milhões), África do Sul (1,2 milhões), Reino Unido (1,5 milhão), Malásia (1,1 milhão), Canadá (1 milhão), Ilhas Fiji (500 mil), Trinidad e Tobago (500 mil), Guiana (400 mil), Holanda (400 mil), Singapura (300 mil) e Suriname (200 mil). Deuses Hindus e as suas principais características Um dos grandes feitos do Hinduísmo foi a fusão de cultos e deuses na vasta mitologia. Existe um vasto leque de divindades que com o passar dos tempos fundiram as suas características para formarem uma única divindade. Quando certos deuses não podiam ser combinados, passavam simplesmente a fazer parte da família dos deuses considerados importantes ou a serem suas encarnações (avatares). A imagem dos deuses representava as suas características, os diversos braços significavam extensões de sua energia íntima, e os objectos nas suas mãos são os símbolos dos vários poderes na ordem cósmica. Brahma, O Deus Criador: considerado outrora o maior dos deuses porque colocava o Universo em movimento, A sua importância decresceu com a ascenção de Shiva e Vishnu. Aparece com um manto branco montando num ganso. Possui quatro cabeças das quais nasceram os Vedas, que ele leva nas mãos juntamente com um ceptro e outros símbolos. Shiva, O Destruidor: Um dos dois deuses mais poderosos do Hinduísmo. Apresenta-se de várias formas: o Extremado Asceta, o Matador de Demónios envolvido por serpentes e com uma coroa de crânios na cabeça, O Senhor da Criação aparece a dançar num círculo de fogo ou no símbolo masculino da fertilidade. Acima dos outros Deuses, é uma mistura de cultos, mitos e deuses que vêm desde a Pré-História da Índia. Parvati (ou Maadevi), Esposa de Shiva: Era a filha das Montanhas do Himalaia e irmã do Rio Ganges. Devido ao seu amor, afastou Shiva de seu ascetismo. Ela Representa a unidade entre o Deus e a Deusa, o Homem e a Mulher. Uma, é a Deusa Dourada: Aparece como uma das formas de Parvati, reflete as manifestações mais brandas do seu marido (Shiva). Por vezes serve de mediadora nos conflitos entre Brahma e os outros Deuses. Durga, É uma outra forma de Parvati: Aparece como uma Deusa feroz de dez braços. Nasceu já adulta das bocas flamejantes de Brahma, de Shiva e de Vishnu. Aparece montada num tigre e usa as armas dos Deuses para combater os Demónios. Kali, É Parvati transformada na mais terrível Deusa do Hinduísmo, com uma sede insaciável por sacrifícios sangrentos. Aparece normalmente manchada de sangue, coberta de cobras e com um colar de crânios dos seus filhos. Nandi, O Touro Sagrado para o povo do Indo: Aparece como um símbolo de fertilidade. Foi absorvido pelo Hinduísmo como o companheiro constante de Shiva, Shiva usa na testa o emblema de Nandi, que é a lua crescente. Kartiqueia (ou Scanda), Substituiu o Deus védico Indra como principal Deus Hindu das batalhas. Filho de Shiva e, em alguns mitos, gerado sem mãe, só se interessa por lutas e guerras. Tem seis cabeças e doze braços e comanda as suas legiões celestiais no dorso de um pavão colorido. Ganesh, Filho de Shiva: Com cabeça de elefante, É talvez o Deus mais popular. É sábio, ponderado e bem versado nas escrituras. É invocado pelos crentes antes de qualquer empreendimento para assegurar o seu êxito. Vishnu, O Conservador: É para muitos Hindus o Deus Universal. Traz normalmente quatro símbolos: um disco, um búzio, uma maçã e uma flor de lótus. Sempre que a humanidade precisa de ajuda, este Deus benévolo aparece na Terra como um avatar ou reencarnação. Matsia, O Peixe de Chifres que representa a intercepção de Vishnu no tempo do Dilúvio Universal. O peixe avisou Manu (que é o Noé Hindu) e salvou-o com o barco preso aos seus chifres. Curma, A tartaruga: È o segundo avatar de Vishnu que apareceu na Terra depois doDilúvio para recuperar os tesouros. Varaa, O Javali: Originalmente o Porco Sagrado de um culto primitivo, tornou-se num avatar de Vishnu depois de um segundo Dilúvio. Cavando sob a água com as presas, ele fez subir a terra e reestabeleceu a terra firme. Narasima, O Leão-Homem que foi um avatar de Vishnu. Brahma tinha dado invulnerabilidade a um Demônio durante o dia e durante a noite. O avatar matou o demônio até ao crespúsculo. Vamana, O Anão: É outro avatar que se tornou num gigante para frustrar um Demónio que procurava controlar o Universo. Tendo permissão para conservar tudo o que pudesse cobrir com três passos, Vamana abrangeu o céu, a terra e o ar intermediário. Parasurama, Foi Vishnu como filho de um Brâmane roubado pelo rei Kshatryia. Parasurama matou o rei, cujos os filhos por sua vez mataram o Brâmane. Então Parasurama matou todos os Kshatryias masculinos durante 21 gerações. Rama, O Herói da epopéia literário-religiosa "O Ramaiana": Foi um outro avatar de Vishnu que venceu Ravana, o mais terrível Demónio do Mundo. Rama representa o Hindu ideal: um marido gentil, um rei bondoso e um chefe corajoso contra a opressão. Krishna, O avatar mais importante de Vishnu: Foi um Deus-Herói amado pelos seus aspectos: como um menino travesso, como um adolescente amoroso, como um herói adulto que proferiu as grandes lições do "Bagavad Gita". Buda, Aparece como uma encarnação de Vishnu: É um exemplo da capacidade que tem o Hinduísmo de absorver diferentes elementos religiosos . Dizem os Hindus que o avatar Buda apareceu fundamentalmente para ensinar o mundo a ter compaixão pelos animais. Lacshimi, Mulher de Vishnu: Muitas vezes aparece sentada numa flor de Lótus e empunhando outra, representa a Boa Sorte. Os seus companheiros são dois elefantes. Sendo por si mesma uma importante Deusa. Sita, Mulher de Rama que é um avatar de Vishnu: Ela é uma encarnação de Lacshimi. Representa a esposa Hindu ideal. Foi raptada pelo Demónio Ravana e levada para a morada deste, mas permaneceu devotada ao marido. Hanuman, O Rei dos Macacos que emprestou a sua agilidade, a sua velocidade e a sua força a Rama para ajudar a salvar Sita de Ravana. Pediu em troca que pudesse viver enquanto os homens se lembrassem de Rama. Assim Hanuman tornou-se imortal. Garuda, Vishnu aparece montado em Garuda: É uma ave mítica de cara branca, de cabeça e asas de águia e corpo e membros de homem. Transporta o Deus no seu cintilante dorso dourado. Muitas vezes era confundida com o Deus do fogo, Ágni. VIDA DEPOIS DA MORTE O hinduísmo engloba algumas das mais antigas crenças religiosas. A visão hindu de vida após a morte é centrada na ideia de reencarnação. Os hindus mantêm muitas crenças distintas, mas todas são baseadas na ideia de que a vida na Terra é parte de um ciclo eterno de nascimentos, mortes e renascimentos. Toda pessoa renasce - ou reencarna - cada vez que morre. Contudo, se levar uma vida voltada para o bem, a pessoa pode libertar-se desse ciclo. No segundo capítulo do Bhagavad-Gita, escritura sagrada hindu, Krishna (o Senhor Supremo) explica a Arjuna (seu amigo e discípulo) sobre a existência eterna da alma e a temporariedade do corpo. Enquanto a alma habitar em um dos 14 Bhuvanas (níveis planetários habitados pela alma dentro da existência material, de acordo com seu nível de consciência), ela estará sujeita às constantes transições de corpos, chamados de nascimentos e mortes. O nascimento e a morte seriam uma mudança de cenário para a alma. Morremos ali para renascermos aqui. A alma nunca sofre mudança. Apenas a roupa que ela está usando (o escafandro) é quem morre e, após a morte, ela aceita um novo corpo para habitar em algum rincão desta existência material. Quando a alma, após muitos nascimentos dentro desta existência material, entra em contacto com um santo verdadeiro (Sad-Guru), ela pode desenvolver fé no caminho da auto-realização e começar seu retorno ao verdadeiro lar: o mundo transcendental de Deus, onde inexistem nascimentos e mortes. Lá, a alma poderá viver em plena bemaventurança, conhecimento e eternidade. Este plano se chama Vaikuntha e as almas que ali alcançam podem viver seu relacionamento amoroso eterno com o Senhor Supremo em plenitude. Para muitos hinduístas, religião é uma questão de prática não de credos. Acções valem mais que a fé. Por trás da prática do hinduísmo existe a convicção de que cada alma está presa ao ciclo do nascimento, morte e renascimento. E cada fiel quer escapar desse ciclo. O objectivo dos hinduístas é viver de um modo que proporcione sempre melhorar para a vida seguinte. Viver e agir de maneira correcta é conhecido como dharma, o nome indiano para religião é sanatana dharma, que significa “dharma eterno”. Os hinduístas acreditam que o universo é um padrão cíclico, ou seja, não tem começo nem fim. Líder religioso hindu Samsara, o ciclo de vidas Para os fiéis, a alma individual nasce em um corpo, morre e depois reencarna ou renasce em outro corpo. A qualidade da vida seguinte depende do carma da alma, da qualidade dos actos praticados durante a vida (bons ou maus). Para nascer de novo com uma vida melhor, o indivíduo tem que estar atento aos seus actos na vida actual. Desta forma, quando alguém morre, a alma renasce num novo corpo (não necessariamente um corpo humano, pode renascer num animal). Esse ciclo de nascimento, morte e renascimento é conhecido como samsara. Já o processo da alma renascer em outro corpo é conhecido como reencarnação. O último objectivo da alma é ser libertada deste ciclo e a qualidade de vida em que essa alma renascerá dependerá do que a pessoa fez na vida anterior. Se alguém vai renascer para uma vida melhor, pior, ou até mesmo para viver como um animal, vai depender do carma, que, segundo os hinduístas é o valor que a alma recebe pelos actos bons ou maus que praticou. Carma não pode ser interpretado como o julgamento conhecido na religião cristã, ele é automático e impessoal. Homens sagrados Uma boa analogia para se entender o carma, seria a força de cobrem corpo de gravidade. cinzas Os hinduístas almejam viver de uma maneira que lhes proporcionará uma vida melhor na reencarnação. Liberação e Moshka O hinduísta procura fugir do ciclo de nascimento, morte e renascimento e se libertar do carma, e isso é chamado de moshka. Cada vez que a alma renasce para uma vida melhor, surge com ela uma oportunidade de melhorar e ficar mais perto da liberação. A pessoa consegue atingir o moshka quando “se liberta da ignorância” e não deseja mais nada, o que não é um estado de conhecimento, mas de existência. Paradoxalmente é realmente um estado de não ser (não-existência), quando a alma alcança esse estado, a alma torna-se consciente de que não é nada mais que parte de uma realidade, parte de “deus”, parte de Brahman e perde sua identidade individual. O hinduísmo visa uma qualidade de vida que leve a uma vida melhor na hora da reencarnação e que por último alcance a libertação. LOCAIS DE CULTO O culto hinduísta é feito em casa, onde habitualmente lhe é destinado um local próprio. O hindu costuma manter em casa um altar de devoção a seu deus, no qual queima incenso, coloca flores, velas e oferendas. Os templos hindus são o centro social da religião, mas não existe uma forte tradição de culto colectivo ou comunitário. O hindu também frequenta os templos que estão entre os de arquitectura mais exuberante do mundo. Cada altar possui sempre a estátua de seu deus, e nos templos as imagens são diariamente despertadas pela manhã, lavadas, vestidas e enfeitadas com flores pelos sacerdotes. Diante do altar, os hindus recitam mantras, fórmulas sagradas escritas nos Vedas que podem aproximá-los dos deuses. Peregrinar para visitar os templos e lugares sagrados são práticas habituais. Livro sagrado: Rig Veda Rig Veda ou Rigveda, Livro dos Hinos, é o Primeiro Veda e é, com certeza, o mais importante veda, pois todos os outros derivaram dele. Rig Veda é o Veda mais antigo e, ao mesmo tempo, o documento mais antigo da literatura hindu, composto de hinos, rituais e oferendas às divindades. Possui 1.028 hinos, sendo que a maioria se refere a oferendas de sacrifícios, algumas sem relação com o culto. Independentemente do valor interno, o Primeiro Veda é valiosíssimo pela sua antiguidade. Passagens geográficas e etnológicas no Rigveda provêem evidência de que o Rigveda foi escrito por volta de 1700 – 1100 a. C. durante o período védico em Punjabe (Sapta Sindhu), fazendo dele um dos mais antigos textos de qualquer linguagem IndoEuropeia e um dos textos religiosos mais antigos do mundo. Foi preservado por séculos somente por tradição oral e provavelmente não foi escrito até a baixa Idade Média. Denominam-se Vedas os quatro textos em sânscrito que formam a base do extenso sistema de escrituras sagradas do hinduísmo, que representam a mais antiga literatura de qualquer língua indo-europeia. A palavra Veda, em sânscrito, da raiz विद् vid- (reconstruída como sendo derivada do Proto-Indo-Europeu weid-) que significa conhecer, escreve-se िेद veda no alfabeto Devanagari e significa conhecimento. É a forma guna da raiz vid- acrescida do sufixo nominal -a. Eles também influenciaram o Budismo, Jainismo e Sikhismo. Além do seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida quotidiana na Índia antiga. Enquanto a maioria dos Hindus provavelmente nunca leram os Vedas, a reverência por mais uma noção abstracta de conhecimento está profundamente impregnada no coração daqueles que seguem o Veda Dharma. São estes os quatro Vedas: ऋग्िेदः Rgveda Rigveda: (Sânscrito: composto tatpurusha de ṛc- (hino) e veda-) significa "veda dos hinos". É o primeiro, na ordem comum de enumeração dos quatro Vedas; सामिेदः Sāmaveda Samaveda: (Sânscrito: composto de sāman- (canto ritual) e veda-) significa "veda dos cantos rituais". É o terceiro, na ordem comum de enumeração dos quatro Vedas; यजुिेदः Yajurveda Yajurveda: (Sânscrito: composto de yajus- (sacrifício) e veda) significa "veda do sacrifício". Contém textos religiosos com foco na liturgia, nos rituais e no sacrifício, e como executá-los; अथिविेदः Atharvaveda Atharvaveda: (Sânscrito: composto de atharvān (um tipo de padre) e veda-). É o quarto veda. Manuscrito do Rigveda em Devanagari, século XIX. Traduções do livro sagrado: O Rigveda foi traduzido ao inglês por Ralph T.H. Griffith em 1896. Traduções parciais ao inglês por Maurice Bloomfield e William Dwight Whitney existem. A tradução de Griffith é boa, considerando a sua idade, mas não substitui a tradução de Geldner de 1951 (em alemão), a única tradução escolar independente até agora. As traduções posteriores por Elizarenkova dependem muito de Geldner, mas a tradução de Elizarenkova (em russo) tem valor levando em conta literatura escolar até 1990. Festas e Rituais Uma religião com tantos deuses tem festas inumeráveis – mais de 40 por ano, variando segundo as regiões. Embora sendo difícil citá-las, indicando as principais Durga-puja É a festa em honra de Durga, deusa da fecundidade, esposa de Xiva. Celebra-se em Outubro – Novembro. São dez dias de procissões e cerimónias, nos templos. Os 9 dias do Durga Puja é o maior festival anual de Bengal, comemorado também com grande fervor na outra extremidade da Índia, Gujarat, e partes da Índia Oriental, mas é comemorada em várias formas em todo o universo Hindu. O dia da vitória de Durga é comemorada como Vijaya Dashmi (Leste e Sul da Índia), Dashain (Nepal) ou Dussehra (Norte da India) - essas palavras literalmente significam "o Décimo Vitorioso" (Dia), Vijaya significa "de-vitória". Em Caxemira, ela é adorada como shaarika (o principal templo está em Hari Parbat em Srinagar). O período efetivo do culto, no entanto pode ser os nove dias que precedem, seguido do último dia chamado Vijayadashami no Norte da Índia ou cinco dias em Bengala, (a partir do sexto ao décimo dia da quinzena lunar). Os nove aspectos de Durga são conhecidos como Navadurga são meditados, um a um, durante os nove dias de festa por seus devotos shakti. No norte da Índia, este décimo dia, significa a vitória de Rama na sua luta contra o demônio Ravana, e é celebrado como Dussehra - gigantescas efígies de palha de Ravana são queimados em espaços abertos (por exemplo, os campos de Ram Lila em Delhi), assistidos por milhares de famílias e crianças pequenas. Em Gujarat é comemorado como o último dia de Navaratri, durante o qual a dança Garba é realizada para comemorar a vigorosa vitória de Durga Mahishasura-mardini. A Deusa Durga é adorada na sua forma pacífica como MahaGauri, A Senhora Justa. Shree Shantadurga também conhecido como santeri, é o patrono da Deusa Goa. Ela é adorada por todos hindus Goan independentemente da casta e até mesmo por alguns cristãos em Goa. A deusa Durga é cultuada em muitos templos de Dakshina Kannada distrito de Karnataka. Outro texto importante sobre Durga é o poema Mahishasura Mardini Stotram(Oração à Deusa que matou Mahishasura) escrito por Sri Sri Sri. Sivaratri Em Fevereiro, em honra de Xiva, os fiéis decoram os templos e passam lá a noite. Diwalí Celebra-se em Outubro – Novembro, na lua nova, em honra de Lakshmi, deusa da prosperidade e da felicidade, é conhecida como a festa das luzes. Vêem-se lâmpadas, por todos os lados, nos templos, nas casas, nos caminhos, no mar... Holi Em Fevereiro – Março, com danças e procissões, festeja a Primavera, a fecundação, o deus do amor. Conclusão O Hinduísmo não é uma religião à maneira das religiões ocidentais: não tem um credo definido de verdades, não tem fundador ou mediador religioso, nem tem um livro sagrado que é tido como única fonte de inspiração para viver bem. Como religião, o Hinduísmo é mais uma atitude diante do Universo e uma forma de viver nele. Está ligado à vida, ao contexto político, social e cultural onde nasceu e se desenvolveu graças aos ensinamentos e à sabedoria dos seus seguidores. 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