Século I

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História da Igreja – Terceiro Encontro:
A Igreja na Idade Média da Humanidade
1ª Parte:
Lembrando a Palavra de Jesus:
Final do Discurso do Pão da Vida – Evangelho escrito São
João cap. 6, ver versículos 55-56; 58; 60; 66. Palavras de
Pedro – Evangelho João 6, 67-69: Então, disse Jesus aos
seus discípulos: “Não quereis também vós partir?”
Simão Pedro respondeu-lhe: “Senhor, a quem
iremos? Tens palavras de vida eterna e nós cremos e
reconhecemos que tu és o Santo de Deus”. (Ver Mt.
16,16 e ss.)
Na prática:
“O missionário é chamado a agir num contexto social e
cultural que lhe é adverso; dentro de uma Igreja que,
institucionalmente,
oferece
todas
as
formas
de
ambigüidades e de equívocos; junto com pessoas cuja
conduta contradiz todos os dias a mensagem que
pretendem transmitir; e consciente de que ele próprio
desmente também todos os dias as palavras que
pronuncia” Comblin, José – “Jesus Enviado do Pai” pág. 69,
José Comblin – São Paulo: Paulus 2009.
Recordando:
Século I – Os Apóstolos, como missionários, levam a
mensagem de Jesus a todos os cantos do mundo civilizado,
então conhecido. Isto é, a todos os recantos do Império
Romano. Pontualmente há a perseguição e martírio dos
cristãos durante o reinado de Nero, como acontecimento
isolado, em especial no ano 64, quando do incêndio de
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Roma, com o imperador responsabilizando os crisatãos por
tal crime.
Século II e III – Os sucessores dos apóstolos e todos os
cristãos foram perseguidos e martirizados pelas autoridades
romanas. Os judeus e cristãos eram considerados inféis,
incrédulos, ateus, por não adorarem o imperador romano
como Deus.
Século IV e V – A liberdade religiosa através do Edito de
Milão do em 313, assinado por Constantino. O Início do
processo da união Estado e Igreja que dará origem a
cristandade da Idade Média.
O Legado da Igreja nesses primeiros séculos:
1. A Didaqué: a doutrina dos apóstolos;
2. A explicitação fundamental da fé cristã através dos
Concílios: Deus Pai é criador; Jesus Cristo é Deus,
duas naturezas (humana e dicina) em uma única
pessoa; o Espírito Santo é Deus como o Pai e o Filho e
Maria é mãe de Deus.
A Idade Média (476: Queda de Roma – 1453: Queda
de Constantinopla)
Introdução:
Contrário a Idade Antiga:
Sociedade Antiga: escravista, patriarcal, politeísta e
imperial. Proprietário: O Império.
Sociedade Medieval: sociedade de irmãos: todos nós
somos cristãos. Filhos do mesmo Pai. A diferença é a
função desempenhada por cada pessoa. Na sociedade
as pessoas pertencerão a três grupos distintos:
1. O Clero;
2. Os Militares; e
3. Os Servos.
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O Clero: A função é rezar pelos militares, pelos servos
(filhos de Deus, seus irmãos) e por si mesmo pedindo
a proteção de Deus a todos.
Os Militares: A função é proteger (os filhos de Deus,
seus irmãos) o Clero e os Servos e a si mesmo através
das armas.
Os Servos: A função é trabalhar pelo Clero, pelos
militares (os filhos de Deus, seus irmãos) e por si
mesmo para que tenham com o sobreviver.
Essa relação cristalizou-se em Senhores Feudais
(Suseranos) e os protegidos (Os Vassalos). Estes
Suseranos e Vassalos surgiam sempre do clero e dos
militares.
Produção Econômica:
Feudo: quatro dias de trabalho nas terras do Senhor;
dois dias de trabalhos nas terras da Igreja e um dia de
trabalho nas terras comunais.
O proprietário do Feudo: Rei, Comandante Militar, um
Abade, um Bispo, um Sacerdote, etc...
O Papel Cultural dos Mosteiros, das Escolas Paroquiais
e o nascimento das Universidades.
Nesta Primeira Parte da Idade Média vamos estudar
do Século VI - quando as tribos germânicas se tornam
católicas; até o Século XI – quando ocorreu o primeiro
Cisma Católico: a separação da Igreja Católica
Romana da Igreja Católica Ortodoxa do Oriente
(1054).
Século VI (501-600) Os “alemães” se tornam católicos
As tribos germânicas que iniciaram a invasão do
Império Romano no século IV e tomaram Roma em
476 (século V), convertem-se ao cristianismo. O papel
da Igreja Católica, em especial do Papa, Bispo de
Roma, foi muito importante para selar a paz entre as
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tribos. Desta forma o Bispo de Roma torna-se parceiro
político dos reis germânicos.
Os Católicos Romanos são práticos. Os cristãos do
Oriente, com suas raízes gregas procuram para tudo
explicações racionais e vivem em disputas teológicas.
Com o vácuo do poder político do Ocidente o poder do
Papa (religioso e político) é importante para manter a
unidade da Europa Ocidental. A Fundação dos
Mosteiros, que se tornam Feudos de produção
econômica e cultural, a pregação da fé no coração das
tribos germânicas, a força dos missionários irlandeses
junto aos anglo-saxões e pregando o Evangelho de
Jesus Cristo para toda a Europa Ocidental. A produção
agrícola cresce em especial nas terras da Igreja e a
conseqüente distribuição de a alimentos que a Igreja
organiza para atender a todos os pobres da Itália,
mostrava ao Ocidente uma Igreja comprometida ao
mesmo tempo com o mundo espiritual e engajada ao
mundo, atendendo as necessidades dos pobres.
Século VII (601-700) O Islã assalta a Europa
No século anterior a Europa Ocidental gozou de uma
paz relativa e a Igreja pode aculturar as tribos
germânicas, isto é, fazendo a fusão da cultura
germânica com a cultura greco-romana e prosseguir
seu desenvolvimento, enquanto a Igreja do Oriente
estava aflita enfrentando lutas contra os avaros,
persas e árabes.
Já neste século os árabes tomam todo o Norte da
África. O Ocidente continua seu desenvolvimento em
busca da sua independência, apesar de legalmente ser
súdito do Império Romano do Oriente. O papa
depende muito mais de sua política de mediador entre
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os francos e os lombardos do que da proteção que o
Império do Oriente poderia oferecer a Roma.
Neste século a fé católica “universal” pode impor-se
sem problema. Fica, contudo a pretensão de Bizâncio
em querer ser uma Igreja autônoma. O Papa Gregório
Magno sempre recusou o título de “episcopus
universalis” (bispo universal para o mundo todo), ele
mesmo e seus sucessores sempre partem do
pressuposto de que as decisões dos papas, em
matéria de fé, obrigam a Igreja inteira. Enquanto no
Oriente a Igreja gasta sua energia e atenção
defendendo-se dos árabes, a Igreja do Ocidente pode,
sem ser incomodada, consagrar-se à sua própria
construção.
O Cristianismo na Inglaterra atingiu seu apogeu.
Crescem as fundações dos mosteiros por toda Europa.
Há sínodos Nacionais e em especial na Espanha,
promulgam regulamentos sobre como o clero deve
viver, sobre a liturgia, e a prática pastoral.
Século VIII(701-800)Os Francos:protetores da Igreja
A Igreja Católica Romana junto com o ocidente
europeu, súditos do Império Romano do Oriente,
descobrem na prática que os reis francos são seus
verdadeiros protetores e é a eles que se deve respeito.
Quem de fato governa um povo tem procedência
sobre a linhagem de um império que não pode dar
proteção. Esta situação prática na vida do ocidente
levará a surgir em 800 o Sacro Império romanogermânico, separando-se politicamente o Ocidente do
Oriente, sendo que a separação das Igrejas Católicas
só se dará com o cisma em 1054.
Essa união entre o poder político do estado com a
Igreja, pois o imperador recebe o poder político pela
unção da Igreja, será uma fonte inesgotável de
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tensões, cada uma tendo pretensões de suplantar à
outra parte.
Este século mostrará uma união notável da Igreja do
Ocidente, todos os bispos em torno do papa, não
havendo disputas teológicas, nem rivalidades pelo
poder eclesiástico, inclusive houve coesão pastoral e
administrativa em Roma. Bonifácio será o grande
missionário dos germânicos.
A organização administrativa e pastoral deste século
trará condições para se desenvolver sistemas
teológicos sólidos nos séculos XI e XII, como a
escolástica e em especial Santo Tomás de Aquino.
Século IX (801-900) O Império e o Sacerdócio
Os reis francos continuam protetores da Igreja, mas
esses reis usam o mesmo zelo e a mesma dureza que
outros povos impunham a Igreja. Porém a organização
dos mosteiros em todo o reino Franco é notável. Esses
Mosteiros se tornam casa de cultura para o
desenvolvimento da Ciência, Filosofia e Teologia,
surgindo já pensadores notáveis como João Escoto
que elabora o primeiro sistema filosófico-teológico da
Idade Média. Por outro lado, começam a surgir
problemas na relação da nobreza com o papado.
Muitos papas tornam-se joguetes da nobreza, e
acabaram sendo assassinados por ela, como o Senado
Romano fazia com seus imperadores.
Contudo nesse século a Evangelização continua em
primeiro plano, em especial aos eslavos (russos). O
Norte e o Leste da Europa se abrem ao cristianismo.
Isto mostra que a incursão dos árabes na Europa não
esmoreceu
o
trabalho
missionário
da
Igreja
consolidando a união dos povos a partir do
catolicismo.
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Século X (901-1000) O século obscuro
O declínio do império Carolíngeo entrega a Itália a
lutas intestinas entre condes, duques e grupos de
nobres. O papa, bispo de Roma, muitas vezes aparece
como expoente e outras vezes como vítima. Esta
política mesquinha acaba com toda autoridade da
Igreja Romana. Com a intervenção de Otão, o grande,
na Itália, a renovação da aliança entre a Igreja e
estado (Império Franco) – a coroa imperial fica com os
reis da Alemanha. E o poder político passa a ser
confiado aos bispos o que permitirá entendermos o
desenvolvimento posterior da história da Igreja.
As agitações políticas acabam truncando a vida interna
da Igreja. A Igreja fica paralisada. Uma exceção é a
posição pastoral do mosteiro de Cluny: Seus abades
lutam contra a simonia e o casamento dos padres.
Simonia – tráfico das coisas sagradas, venda de
sacramentos, perdão, indulgência, etc.
Casamento dos padres – os padres do clero secular
casavam-se, tornavam-se senhores feudais do Burgo
(cidade). Cobravam impostos – impunham penas ao
povo
(ver
o
filme
de
Robin
Hood
com
Kevin Costner) – gerando injustiças.
Século XI (1001-1100) As lutas em volta do bispo
O problema central deste é o conflito entre o papa
Gregório VII e o imperador alemão Henrique IV. A
política do império e a reforma da Igreja se chocam
em torno da questão da nomeação dos bispos. A
seriedade em que ambos buscam no “direito” o
fundamento para essas nomeações. A busca na
“doutrina das duas espadas”, ou seja, “dos dois
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poderes: espiritual e o temporal”. A exclusão do rei da
comunidade
dos
cristãos,
denominada
de
“excomunhão” – tudo isso levará a progressiva
separação da Igreja e do Estado, embora nem o papa
e nem o imperador gostariam que isso acontecesse.
As crises internas e o obscurantismo da Igreja
será fonte de busca para uma reforma
eclesiástica. Os leigos, o povo não era revoltado
contra os ofícios próprios dos eclesiásticos. Todos
buscavam uma re-orientação “espiritual”, obrigação
mais estrita do celibato, clero com desenvolvimento
lealdade aos bispos; os bispos sendo leais ao papa, e
o fim da simonia (vender as coisas sagradas).
O novo despertar da força religiosa do cristianismo no
final deste século dará origem a novas fundações de
ordens religiosas; como também conduzem milhares
de pessoas, por vários motivos, a ingressarem no
movimento das cruzadas.
As constantes solicitações e reivindicações do papa em
Roma o tornam cada vez mais o chefe políticoespiritual do Ocidente. Nesta época os católicos
conquistam os povos da Escandinávia, Polônia e
Hungria para o cristianismo.
A História da Igreja na Idade Média terminará no
nosso próximo encontro, quando abordaremos os
fatos do Século XII (1101-1200) até o Século XV
(1401-1500), que se define o ano de 1453, o início da
Idade Moderna com a Queda do Império Romano do
Oriente nas mãos dos Turcos Otomanos.
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