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COMU 23
Título: O Grande Retorno
Nome do autor: Hércules da Silva Xavier Ferreira
Instituição de origem: UniRio
Email para contato: [email protected]
Tema: 02. Filosofia e Cultura Brasileira.
Resumo Ampliado:
À guisa de introdução e discordando do autor (e seus admiradores) que profere que a ave
símbolo da filosofia é a coruja de Atena, partimos de outra representação, qual seja, a do
urubu-rei e seu vôo com pouco bater de asas em busca constante de carniça, para com
isso aludir metaforicamente ao papel que o filósofo deve ter em relação aos seus
argumentos: nada mais faz que alimentar-se de restos apodrecidos de outrem, em uma
espécie de faxineiro da ratio, constantemente limpando/polindo as palavras e suas
ordenações em frases. A partir daí, situaremos o texto para uma espécie de poética
filosófica, com o conceito luso-brasileiro de filosofia da saudade, por acreditarmos que
esta (a saudade, frise-se) é a maior característica do ser-brasileiro.
Com isso nossa apresentação pretende discorrer sobre o hibridismo presente na Cultura
Brasileira, por conta da mistura que por estas terras ocorreram, através das figuras do
habitante original, o índio, somada a do invasor português com os africanos privados de
sua liberdade: cada etnia tem motivos para ‘so-edar’-se, lamentar uma falta desejosa pelo
retorno do que era/foi. So-eda o índio a sua terra, invadida; o portugês, emigrado; o
africano, cativado (sic).
Vindos pelo mar e adentrando as terras que, aspas, encontraram, o choque entre colonos
e nativos foi inevitável, cabendo aqui outra metáfora por nós utilizada em certas
passagens do texto, a saber, a pororoca, esse encontro bravio entre o mar e o rio, levandonos a argumentar que, primeiro, todo Ser tem saudade de mar, e todo brasileiro, a saudade
originária, nuclear, que é a de separação, contrariando assim o mito socrático onde
descreve a relação amorosa de seres híbridos, separados por um fulminante raio divino e
lançados longe um do outro, e assim caminhando eternamente nessa procura pela parte
que o completa. Aqui temos o embrião, filosoficamente falando, do sentimento saudade.
Escolhemos a variante galega ‘soedade’, por conta da sonoridade e idéia contida no sufixo
‘-edade’. Ademais essa palavra foi escolhida, também, por prestar-se a uma verbalização
e ampliação do conceito, pois que o vocábulo ‘saudade’ deu origem a ‘saudar’ e adveio
do latim ‘solitude’: saudadear, que seria o gramaticalmente correto, não afetaria do
mesmo modo.
Com isso avançaremos no texto através de um estilo metafórico, demonstrando que é
preciso pensar tendo os sentimentos em conta, afecções. Se filósofos através dos tempos
falaram do Amor, do Mal, da Violência, por que não falar-se também em Saudade?
Aliando ela ao modo-de-ser brasileiro, insinuando ainda que a geografia afeta o
pensamento. Pois especulemos: os primeiros pensadores gregos, os que estudaram a
physis, só falaram o que falaram por conta do sentir a região em que habitavam, por conta
da passagem da poiésis, do pensamento mítico para este outro, mais investigativo, de
pesquisa, de busca.
A geografia do Brasil, suas fronteiras, o tornam, conforme senso comum, em um país
continental, com o oceano de um lado e vizinhos do outro. Por compartilhar referências
linguísticas, diz-se que faz parte de uma América, Latina: ora, é justamente por toda essa
américa que voa o urubu-rei; é por todo esse litoral que vieram os colonizadores,
igualmente na idéia exposta acima, latinos.
Referências bibliográficas:
ANTUNES, Alfredo; O significado da saudade numa filosofia portuguesa; Revista
Portuguesa de Filosofia, T. 39, Fasc. 1/2 (Jan. - Jun., 1983), pp. 13-42; Porto
TEIXEIRA, Antonio Braz; Em torno da metafísica da saudade de Teixeira de Pascoaes;
Revista da Faculdade de Letras, Série Filosofia, N. 21, 2004; Porto
TEIXEIRA, Antonio Braz; 1ª edição, Quidinova, 2006; Vila do Conde
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