julho 2015 - Grupo de Promoção Sócio Cultural de Montargil

Propaganda
BOLETIM
Online
JULHO
2015
Naturalmente que uma associação como a nossa, não
pode ignorar o “artesanato” e com um projeto a partir da
base, em colaboração com a Escola.
Se a ideia se concretizar, o projeto integrará o Núcleo de
Artes Visuais, e como o principal para já é “mostrar” o que
se fazia, seria interessante, por exemplo, uma exposição
de “bordados” e outros trabalhos “manuais”.
Sereia também interessante mostrar um “oleiro ao vivo”
dado que se trata de uma atividade que aqui existiu.
Mas atenção que não estamos a dizer que vamos ter mais
uma atividade, mas sim que a mesma pode acontecer, se
houver um interesse que funcione como garante.
É UMA IDEIA! E todos sabemos que todo o projeto que não
assente no querer e na vontade das bases não tem futuro.
MONTARGIL
1920/30
JULHO
Antes de amanhecer começava a azáfama nos
campos.Com carros de bois, de burros ou de mulas, o trigo
era levado para a eira, para então se fazerem os média e
os frascais. Entretanto a eira tinha que ser raspada e
ougada, sendo para o efeito a água transportada em
dornas e barris.
Normalmente a eira era ougada de tarde, às vezes, mesmo
já de serão, e logo de manhã e para pisar eram metidas as
ovelhas e as cabras, aquilo que mais estivesse à mão.
Entretanto e depois de tirado o rebanho da eira, esta era
barrida /varrida) após o que se metia um calcador para a
comprimir.
Era então altura de meter o trilho, por vezes até dois
(trilhos) e fazia-se a debulha, com burros, mulas ou éguas,
até mesmo bois ou vacas. E logo que o milho estivesse
debulhado, tirava-se o trilho para em seguida se tirarem as
palhas, com forcados ou forquilhas.
E tudo isto era feito numa correria, que o trabalho tinha
que ser feito de dia, que de noite a raposa poderia vir à
eira.
JULHO era ainda o mês em que se mondava arroz e tirava
cortiça.
Nas Festas da
Cidade
estiveram
com o
esperado
agrado, o
Grupo de
Danças de
Salão e o
Grupo
CantarGIL.
O primeiro, em estreia na cidade, foi mesmo uma muito
agradável surpresa, pois não se esperava a qualidade
demonstrada, fruto aliás do intenso trabalho que vinham
tendo.
Quanto ao CantarGIL.com boas condições em especial
com som de qualidade, foi possível demonstrar as
qualidades que não são novidade.
Refira-se ainda que no
MUSICANDO, um projeto de
excelência, estavam trinta
crianças das escolas de Montargil
Pequeno Apontamento
1) Como se compreende, só nos chamados “bailes do trabalho” a
mulher usava o traje de camponesa, porque nos outros usava a
blusa domingueira, por vezes a única que tinha e que ao
regressar a casa era logo lavada para estar em condições no fimde-semana seguinte. Curioso, é que por vezes entregava um
lenço ao par, para este colocar entre a mão e a blusa de maneira
a não sujar esta.
2) A alcunha de Bom Dia resultou do facto de ainda gaiato,
andando a guardar gado, fosse qual fosse a hora em que o
cumprimentassem, respondia sempre com um “bom dia”.
3) Bailava-se muito quando ia-mos à semana ou à quinzena. Se
houvesse baile duas vezes por semana, era à terça e à quinta, se
houvesse só uma vez era à quarta ou à quinta. Depois isso acabou
e era só ao fim se semana, ao sábado à noite (Maria Gertrudes)
Desta feita, o Rancho Folclórico de Montargil (grupo principal) foi
até terras do Douro Litoral/Centro, mais concretamente a GRIJÓ
(concelho de Gaia, distrito do Porto).Foi a mais longa deslocação
do ano (300 quilómetros para cada lado),o que levou alguns
elementos a não se deslocarem com receio de não chegarem a
tempo de entrar no trabalho).
NÚCLEO
DE ESTUDOS AUDIOVISUAIS
De facto, o Núcleo de Estudos Audiovisuais, está parado há muito
tempo. Mas quanto aos Concursos de CURTAS, terá que ser com
o seu responsável.
Entretanto alguém me procurou hoje com ideias que são para não
deixar cair. Alguém que brevemente me voltará a procurar-me
para uma conversa mais prolongada e definitiva.
1)-Criar um elenco, livre de quaisquer compromissos,
nomeadamente com o sector do teatro, para a realização de
curtas que se possam, inclusivamente, enviar a concursos;
2)-Filmagem nas aldeias e outros lugares, que possamos
inclusivamente divulgar nos meios do turismo.
Por exemplo e quanto às aldeias:
1)-A sua história;
2)-Qual a sua oferta, HOJE, para quem nos visita?
E por agora não posso dizer mais….
MONTARGIL
a terra e as gentes
Fotografias do vídeo gravado, com algumas deficiências que se
vão tentar corrigir e complementar com banda sonora.
REGISTO
UM MUSEU DE IMAGEM SOM E MOVIMENTO
A “missão” de um grupo de folclore, consta essencialmente de
“comunicar” no presente e “registar” para o futuro, projetos que
assentam necessariamente numa cuidada pesquisa etno-cultural.
Sem atingir a utopia do genuíno e do puro, teremos eram, há até
quem diga que o nosso trabalho é uma referência na região,-ainda tentamos “unir” algumas pontas- pelo que estamos
trabalhando já no “registo para o futuro “corporizando o projeto
MONTARGIL—a terra e as gentes.
Está escrito (material para o livro MONTARGIL-gentes de
antigamente), há imagens, e entrámos no ciclo do vídeo. Pela
Internet está espalhado muito material de interesse, que vamos
tentar reunir por especificidades — primeiro as modas/peças
cantadas e balhadas; depois algumas atividades; seguidamente e
em pormenor, trajo a trajo; finalizando com material móvel e
imóvel— casas, mobílias e apetrechos: domésticos e de trabalho.
Trabalho moroso, algum a exigir urgência por possibilidade de
desaparecimento.
Como se pode verificar, não trabalhamos às escondidas.
O Laboratório de Pesquisa e Criação Teatral, orientado por Pedro
Filipe Mendes, foi uma excelente iniciativa Decorreu a um fim-desemana (sábado e domingo) ocupando 12 horas, e foi dirigido
aos mais jovens.
Assisti ao exercício final em que os alunos fizeram uma
demonstração do que aprenderam, e gostei do que vi.
Aliás, a satisfação era geral.
É certo que ninguém pode gostar daquilo que não conhece, ou
antes, que não compreende. E foi esse o meu caso em relação ao
FADO, muito em especial ao “fado tradicional”. Mas, diga-se, não
demorou muito a passar a adorar o que quase detestava, ao que
não terá sido estranho a existência de algumas pérolas como por
exemplo “Samaritana”. Mas o interesse pelo Fado, pela sua
origem, pela sua História tem muito a ver com a publicação do
livro A ORIGEM DO FADO (José Alberto Sardinha).
Até aqui. E com uma argumentação bastante vaga, dizia-se que a
origem do fado estava no Brasil ou em África, mas com uma
fundamentação que lhe é habitual, o Drº. José Sardinha vem dizer
que não senhor, ”que a origem do fado se situa no substrato
musical comum a todo o país, que era o canto narrativo
tradicional”
Diz o autor/investigador que se o fado é uma música de tradição
oral, o que era mais lógico era estudar-se a restante música de
tradição oral e comparar. E assim ele faz…
-“ Através de uma investigação séria, rigorosa, profunda e
consistente junto das comunidades rurais de todas as províncias”,
José Sardinha descobriu os resquícios de uma antiquíssima
tradição poético-musical comum a todo o país (aldeias, vilas e
cidades, incluído Lisboa), que constitui a génese do Fado: o canto
narrativo que vem do século XVI representado pelo romanceiro
novelesco tradicional e que chegou aos nossos dias através dos
músicos ambulantes entre os quais os ceguinhos da tradição
popular, que cantavam pelas feiras e ruas de todo o país os
acontecimentos que impressionavam o seu auditório: os crimes,
as desgraças, as tragédias, as vidas da gente comum, que mesmo
é
dizer
os
fados
da
gente
comum.
São esses os fados primitivos (a que pejorativamente se chama
fados da desgraçadinha ou de faca e alguidar), é aí que se situa a
origem, a raiz do fado.
Não sei se hoje, alguém ainda duvida dos resultados desta
investigação.
VERÃO TOTAL esteve em Ponte de Sor, e no mesmo participaram
dois dos nossos grupos: o Rancho Folclórico e o Grupo de
Cantares. Sendo ainda feita uma boa divulgação da terra,
nomeadamente da componente turística, em especial do
“turismo aquático”.
Mas, voltando aos grupos, digamos que o Rancho Folclórico teve
uma apresentação mais ou menos adequada, já na base da que
consideramos a indicada. Pena no entanto que bailasse sobre
relva, que inclusivamente impediu que se visse o bom trabalho de
pés dos componentes.
Dividida por duas partes, na primeira falou-se sobre o grupo e
bailou-se o “salto e bico” enquanto na segunda se fez a
apresentação de trajes e se bailou o “passo largo”. Claro que em
síntese e com algumas lacunas a burilar, o que aliás já comuniquei
à respetiva produção.
Quanto ao Grupo CantarGIL, que apresentou uma “cantiga”, (ao
romper da bela aurora) debaixo de um forte calor, não teve as
condições que se desejariam, o que não impediu, no entanto de
deixar vincado o valor que tem e lhe é reconhecido.
Colaboração especial de JOÃO PEDRO CESARINY
CALAFATE
Os Movimentos Celestes – Parte I
Quão rápido gira a Terra em torno de si própria? E em
torno do Sol? Será que o Sol está parado? E a própria
galáxia move-se? Qual a origem das estações do ano? Qual
a diferença entre “dia sideral”, “dia solar”, e “dia
natural”? Neste artigo irei responder a todas estas
questões!
A primeira “surpresa” que se aprende em relação aos
movimentos celestes é sobre o facto de a Terra rodar sobre
si própria. Este movimento dá origem ao dia e à noite,
sendo de dia num dado local da Terra quando este local
recebe luz do Sol. Depois surge a noite, porque como a
Terra rodou, esse local deixou de receber luz do Sol.
Os Movimentos Celestes – Parte II
Neste artigo, entre outros temas, vou abordar a precessão
dos equinócios, as fases da Lua, e os eclipses lunar e solar.
Na parte I falei-vos dos movimentos que o nosso planeta
descreve, rotação e translação, bem como as suas
consequências. Expliquei ainda a origem das estações do
ano. No final, de modo a suscitar o vosso interesse para
esta segunda parte, informei-vos que daqui a uns milhares
de anos o Natal será a meio do Verão (no hemisfério
Norte)! Como é que tal será possível? É fácil! Se as
estações do ano se devem à inclinação do eixo de rotação
da Terra, então basta que o eixo não esteja fixo.
Como podem ver, é Verão no hemisfério terrestre que
recebe mais luz do Sol. Os hemisférios Sul e Norte não
recebem (em simultâneo) a mesma “quantidade” de luz
devido à inclinação (do eixo) da Terra, como veem nesta
figura. Concretizando, em Agosto temos o Verão no
hemisfério Norte, e o Inverno no hemisfério Sul, porque o
hemisfério Norte aparece “inclinado” em direção ao Sol.
Passados 6 meses, em Fevereiro, a Terra deu meia volta
em torno do Sol, mantendo a mesma inclinação em
relação ao plano da órbita, o que significa que agora o Sol
aparece-lhe “do outro lado”, e como tal nesta altura
temos o hemisfério Sul a receber mais luz.
Como disse, para que o hemisfério Norte possa festejar o
Natal no Verão, tal implica que esta inclinação do eixo
tenha que variar, em particular, teremos que ter o
hemisfério Norte “inclinado” para o “lado do Sol” em
Dezembro. De facto tal irá acontecer, porque o eixo não
está fixo! A este efeito de alteração de orientação do eixo
terrestre dá-se o nome de precessão dos equinócios. O
fenómeno de precessão não é exclusivo do eixo de
rotação da Terra. Um peão também sofre precessão da
mesma forma:
Não quero aqui discutir em detalhe a Física que concerne
a precessão (ficará para um artigo futuro onde irei abordar
giroscópios), pelo que digo-vos apenas que no caso da
Terra o efeito resulta do facto de o planeta não ser uma
esfera perfeita e uniforme, o que faz com que hajam
efeitos gravíticos do Sol e da Lua sobre o eixo de rotação
terrestre. Assim, a orientação do eixo de rotação varia
periodicamente ao longo do tempo. O período é de cerca
de 26 mil anos, o que implica que daqui a 26 mil anos
tudo estará como está agora. Daqui a meio período, isto é,
13 mil anos, as estações do ano estarão invertidas, o que
significa que poderemos ter o Natal e o Carnaval no Verão
(no hemisfério Norte, enquanto que no hemisfério Sul será
Inverno). Nessa altura, a Estrela Polar não irá indicar o
Norte (no hemisfério Norte)! Notem que a Estrela Polar
indica atualmente o Norte, porque o eixo de rotação está
alinhado com ela. É por isso que no decorrer da noite esta
estrela não muda de lugar:
A Terra roda, mas a Estrela Polar mantém a sua posição no
céu noturno (de dia também lá está, mas o Sol é
suficientemente brilhante para nos impedir de a ver). Em
contraste, todas as outras estrelas rodam aparentemente
no céu (a Terra é que roda). A animação de cima, bem
como a primeira imagem deste artigo mostram isto
mesmo: são fotos de longa exposição, o que é equivalente
a uma sobreposição de várias fotos tiradas com um
pequeno intervalo de tempo entre elas. Os arcos de
circunferência são desenhados pelos trajetos que as
estrelas fizeram aparentemente no céu durante o tempo
em que foram tiradas as fotos. A Estrela Polar aparece no
centro destes arcos de circunferência (não na primeira
foto, porque essa foi tirada no hemisfério Sul).
Como a orientação do eixo da Terra vai mudar, a Estrela
Polar deixará de nos indicar o Norte. Daqui por 12 mil
anos poderemos usar a estrela Vega (que é uma das
estrelas mais brilhantes no céu noturno). Por outras
palavras, nessa altura o eixo da Terra estará a apontar para
essa estrela.
Faço aqui uma nota: o leitor sabe como encontrar a Estrela
Polar no céu? Não, não é a estrela mais brilhante! Primeiro
identifica a Ursa Maior (constelação em forma de matamoscas com 7 estrelas bastante brilhantes, sendo a sua
identificação normalmente fácil):
“Big Dipper” corresponde à Ursa Maior, enquanto que a
“Little Dipper” é a Ursa Menor. A “Polaris” é a Estrela
Polar.
De seguida, traça “virtualmente” a linha da seta como na
imagem acima. Esta linha imaginária mede cerca de cinco
vezes a distância (aparente) entre as duas estrelas da Ursa
Maior da qual a seta parte. A Estrela Polar é então fácil de
identificar nesta zona do céu, porque é bastante mais
brilhante que as outras suas vizinhas (notar que identificar
a Ursa Menor não é muito fácil, a menos que o leitor
procure uma zona bastante escura para observar o céu,
longe da poluição luminosa das cidades; nesse caso a
Polar é a estrela da “cauda” da Ursa Menor, como indica
a imagem de cima).
Uma vez que a Polar está alinhada com o eixo de rotação,
isso significa que se estivermos no Pólo Norte a Estrela
Polar aparece-nos no zénite, ou seja, por cima da nossa
cabeça. Como é evidente, neste local não consegue indicar
o norte. À medida que nos distanciamos do Pólo Norte em
direção ao Equador da Terra, a posição da Estrela Polar vai
ficando cada vez mais baixa (próxima do horizonte, que é
como que a linha imaginária que separa o céu da Terra,
veja a imagem abaixo.)
A linha do horizonte é a linha mais ou menos horizontal
que divide o céu das montanhas nesta foto.
No hemisfério Sul não conseguimos ver a Estrela Polar,
porque a Terra está literalmente a “estorvar”, claro. Caso
o leitor se sinta um pouco confuso com esta explicação,
convido-o a imaginar o problema, considerando uma
esfera (Terra) e um ponto distante no espaço. Ao colocar
um observador em diferentes locais da superfície da
esfera, o ponto distante irá aparecer em posições
aparentes diferentes para o observador.
O leitor poderá perguntar: como pode a Estrela Polar
aparecer sempre no mesmo sítio no céu noturno tendo em
consideração que a Terra tem um movimento de
translação em torno do Sol? O leitor refere-se ao efeito de
paralaxe (discutido no artigo das medições
astronómicas para calcular a distância da Terra a uma
estrela distante). De facto, este efeito faz com que a
posição aparente da estrela varie um pouco, mas muito
pouco, porque a Estrela Polar está muito distante. Este é
um efeito bastante simples que o leitor pode comprovar:
se focar os seus olhos num objeto próximo (o seu polegar,
por exemplo), se fechar alternadamente o olho esquerdo e
o olho direito verifica que a posição aparente do polegar
muda, sendo que o desvio é tanto maior quanto mais
próximo estiver o polegar dos seus olhos. Se olhar para
um objeto muito distante, fechar alternadamente os seus
olhos não irá alterar a posição aparente do objeto. Nesta
analogia, a distância entre os olhos equipara-se ao
diâmetro da órbita da Terra em torno do Sol
(considerando em boa aproximação a órbita circular).
Voltando à precessão dos equinócios, como o ciclo
demora 26 mil anos, tal implica que o leitor durante a sua
vida não irá constatar alterações significativas nas estações
do ano devido a este fenómeno. O fenómeno só é
apreciável a uma escala de milhares de anos. Aqui surgenos a Astrologia, inventada há milhares de anos, a qual
tenta correlacionar a vida de cada um de nós com a
posição dos astros. A correlação não existe, e os
astrólogos nem se preocuparam em atualizar a posição
dos astros tendo em conta a precessão dos equinócios
(como referi no artigo Astronomia versus Astrologia). Se o
signo do leitor for o Leão, por exemplo, fique sabendo que
isso era verdade há milhares de anos, mas não agora: será
Caranguejo (aproximadamente um signo “para trás”).
Mas não se preocupe em passar a ler as previsões para o
seu “novo” signo, porque a aldrabice é a mesma.
Passo agora a um outro movimento celeste, o mais fácil de
reparar no céu noturno. A protagonista é a Lua, que
periodicamente nos mostra diferentes fases (ainda que a
face seja sempre a mesma, como discuti no artigo sobre o
efeito de maré). A Lua demora pouco menos de um mês a
dar uma volta em torno da Terra, e enquanto dá essa volta,
aparece-nos de formas diferentes durante a noite:
A imagem de cima mostra o movimento da Terra em torno
do Sol distante durante aproximadamente 1 mês, bem
como o movimento da Lua em torno da Terra. Para
diferentes posições da Lua em relação à Terra e ao Sol,
temos sucessivamente Lua Nova (1), Quarto Crescente (3),
Lua Cheia (5), Quarto Minguante (7), e novamente Lua
Nova (9). A área verde na última Lua Nova representa o
trajeto que a Lua teve que fazer a mais para voltar a
apresentar-se como Lua Nova. Confuso? O leitor recordase da distinção entre dia sideral e dia solar apresentada na
primeira parte? Neste caso temos algo semelhante: a Lua
demora 27.3 dias a dar uma volta em torno da Terra,
contudo, como a Terra também anda em torno do Sol, isto
implica que a posição relativa da Terra, Sol e Lua sejam
diferentes passados 27.3 dias (mês sideral), pelo que a Lua
tem que “andar” um pouco mais de modo a ter a
mesma aparência no céu noturno. Assim, o chamado mês
sinódico tem 29.5 dias, e corresponde ao período
completo que a Lua leva a repetir a sua fase. A posição do
Sol é importante porque nós vemos a luz que a Lua reflete.
A Lua em si reflete sempre a mesma “quantidade” de luz
(excetuando eclipses lunares), mas dependendo da sua
orientação em relação à Terra, podemos receber mais ou
menos luz (em Lua Nova, a luz é refletida em direção ao
Sol, não chegando à Terra nenhuma luz proveniente dessa
reflexão). Pela imagem podem tirar uma conclusão óbvia:
o Sol, a Terra e a Lua não estão no mesmo plano. Se
estivessem, não conseguiríamos ver a Lua Cheia, porque a
Terra estaria à frente do Sol, impedindo que a luz solar
iluminasse a Lua. Notem que na imagem as fotos das fases
da Lua correspondem àquilo que podemos ver no
hemisfério Norte. No hemisfério Sul observa-se o simétrico
(em relação a um eixo de simetria vertical). Por outras
palavras, enquanto que em Portugal chamamos mentirosa
à Lua por ela se nos apresentar na forma de um ‘C’
enquanto “diminui” de tamanho, e de um ‘D’ quando
“cresce”; já no Brasil a Lua não é mentirosa!… Um outro
especto que se pode compreender da análise da imagem
de cima é sobre o porquê de a Lua não aparecer sempre
há mesma hora no céu. Como se deve depreender da
imagem e do senso comum, em Lua Nova, a Lua não
aparece, enquanto que em Lua Cheia podemos
contemplar a Lua durante toda a noite. No caminho
intermédio entre os dois extremos, temos a noite a
aparecer à tarde e a pôr-se cedo, enquanto “cresce”.
Depois de passada a Lua Cheia, a Lua vai aparecendo cada
vez mais tarde, à medida que “decresce”, aparecendo já
só de madrugada antes de voltar a ser Lua Nova. Desafio o
leitor a tentar compreender isto apenas analisando a
imagem de cima (bastará considerar cada um dos casos
representados na figura de cima, e imaginar a Terra a
rodar sobre si própria – durante um só dia poderá
considerar a posição da Lua e do Sol fixos).
Já agora acrescento que a órbita da Lua em torno da Terra
não é um círculo perfeito, é uma elipse.
Consequentemente, por vezes está mais próxima, outras
vezes está um pouco mais distante. Quando calha a estar
mais próxima e a ser Lua Cheia, dá-se aquilo a que
chamamos uma Super Lua, onde a Lua aparenta ser
ligeiramente maior (muito ligeiramente).
E os eclipses, como é que ocorrem? Já dei a dica essencial
em cima: se a Lua, a Terra, e o Sol ficarem no mesmo plano
e em linha, então teremos um eclipse. Eclipsar significa
tornar invisível, por isso, um eclipse lunar ocorre quando a
Lua desaparece do céu noturno devido à presença da
Terra, que impede que a luz do Sol ilumine a Lua. Como é
evidente, este eclipse acontece durante a Lua Cheia e é
observado de noite:
Em Lua Nova, temos a situação contrária, isto é, neste caso
é a Lua que se coloca à frente da Terra, impedindo a luz
solar de chegar à Terra. Como a Lua é relativamente
pequena (e tendo em conta a sua distância em relação à
Terra), é difícil termos a sorte de estar num local onde a
luz solar seja totalmente impedida de nos chegar aos
olhos. (É escusado referir que este eclipse ocorre durante o
dia.)
Não temos eclipses todos os meses porque o plano orbital
da Lua não coincide com o plano orbital da Terra (em
torno do Sol). Os planos intersectam-se, e de vez em
quando temos a sorte de encontrar os três astros
alinhados (todos estes movimentos são bem conhecidos,
de modo que é possível prever com a antecedência que se
desejar o próximo eclipse). Faço notar também que é tão
provável ter um alinhamento perfeito para um eclipse
lunar como para um eclipse solar. Contudo, tendo em
conta que a Terra oculta muito mais facilmente de forma
parcial ou completa a Lua, do que a Lua oculta o Sol, é
então muito mais fácil observar eclipses lunares.
Uma vez tendo referido eclipses, para completar, tenho
que referir a “eclíptica”. Como já aqui referi várias vezes
(neste artigo e na primeira parte), a órbita da Terra em
torno do Sol define um plano, o plano da eclíptica:
O nome provém do facto de os eclipses ocorrerem quando
a Lua intersecta este plano (em linha com a Terra e com o
Sol).
No céu diurno, o Sol tem um dado trajeto que
corresponde a este plano. O leitor está recordado que o
sistema solar aparenta a forma de um disco como na
imagem seguinte?
Isto significa que os planetas do sistema solar (a
despromoção do Plutão já foi discutida noutro artigo)
partilham (mais ou menos) a mesma eclíptica.
Consequentemente, o trajeto que o Sol faz de nascente
para poente no céu diurno é acompanhado por
semelhante trajeto, em “linhas” bastante próximas, por
todos os planetas do sistema solar (se não está a
compreender a que “linhas” me refiro, recorde a
antepenúltima imagem da primeira parte). A Lua também
anda lá perto, porque a inclinação da sua órbita em
relação à eclíptica é de apenas 5º.
A própria galáxia (Via Láctea) tem a forma de um disco
(em espiral, como referido na primeira parte). Este disco
define um plano que não coincide com a eclíptica, mas
que também define uma “linha” no céu, sendo a mesma
bem visível no céu noturno (principalmente em locais
escuros, longe da poluição luminosa):
O nome “Via Láctea” tem origem neste espetáculo
visual, claro. Esta “via” é definida pelos milhares de
milhões de estrelas que constituem a nossa galáxia. A
galáxia não é um disco perfeito, pelo que também
encontramos muitas outras estrelas dispersas pelo céu.
Todas as estrelas que veem no céu pertencem à nossa
galáxia! Com um pequeno telescópio é possível observar
outras galáxias, as quais aparecem ao telescópio como uns
pequeníssimos aglomerados de pontinhos luminosos.
Se o leitor gostar de Astronomia e se tiver um smartphone,
recomendo-lhe a instalar a aplicação “Google Sky Map”,
a qual o ajudará a identificar as constelações, estrelas e
planetas visíveis no céu noturno. No seu computador
poderá instalar o Stellarium, com o qual poderá conhecer
melhor o céu noturno, bem como planear futuras
observações. Por outro lado, informo que no Verão a
Ciência Viva organiza o “Astronomia no Verão” (em
Portugal), em que é dada a oportunidade grátis a qualquer
pessoa de observar o céu em inúmeros pontos do país
através de telescópios (se nunca experimentou, fica o
desafio).
Infelizmente, a descoberta de como iluminar as nossas
cidades conduziu a um ofuscar da beleza dos céus.
Contudo, a beleza permanece “lá”, só exige que
procuremos o lugar certo para a apreciar.
18 julho
XXXVI Festival de Folclore
Pelas 17h.30m. decorreu no salão de festas da Casa do Povo de
Montargil, a cerimónia de entrega das lembranças, que entre
outros contou com a presença dos representantes da Junta de
Freguesia de Montargil e da Câmara Municipal de Ponte de Sor.
XXVI
Festival de
Folclore
Montargil
2015
Montargil
O Grupo Espanhol pernoitou 3 noites em Montargil (Sexta,
sábado e domingo), aproveitando assim para conhecer a nossa
terra. Foi-lhes dado a conhecer alguns lugares mais
característicos, a nossa gastronomia, bem como….as nossas
gentes.
Foi num anfiteatro que se encontrava cheio que decorreu mais
um Festival de Folclore que terminou por volta das 24horas.
O jantar foi servido no refeitório da Escola Básica número um de
Montargil e foi do agrado de todos os grupos presentes.
A um dia muito quente seguiu-se uma noite muito agradável que
juntamente com a qualidade dos grupos permitiu um bom
espetáculo.
Rancho
Folclórico de Montargil
(Alto Alentejo)
No ponto onde o Alentejo e o Ribatejo se encontram fica
MONTARGIL cujo folclore, na opinião do Sociólogo e Historiador
José Salvado Travassos é ” a junção da alma alentejana com a
charneca ribatejana.” E que ainda em seu entender, aglutina um
folclore purificado duma beleza extraordinária quase única em
Portugal”. Juntemos-lhe entretanto uma pitada de algarvio
(tiradores de cortiça) e de beirão (“ratinhos” em temo de ceifa) e
fica o retrato certo.
"Veteranos de Coros y Danzas de Badajoz"
O grupo "Veteranos de Coros y Danzas de Badajoz" nasceu pelo
interesse alguns fãs do folclore de Estremadura novamente
desfrutar de uma atividade que tinha praticado anteriormente e
que por vários motivos eles tiveram que deixar por algum tempo.
Os componentes deste grupo vêm de diferentes áreas da cidade
de Badajoz: Carnival, irmandades, grupos de coros e danças,
ensino e outros grupos culturais.
Todos os membros têm uma vasta experiência de participação em
vários festivais folclóricos internacionais. Tendo realizado em
muitos países ao redor do mundo.
O objetivo principal do grupo "Veteranos Canções e Danças de
Badajoz" é restaurar, manter e divulgar os aspetos tradicionais da
cultura popular da Estremadura em todas as suas formas: danças,
canções, rituais, costumes, trajes.
O grupo apresenta uma ampla amostra de folclore da
Estremadura, de norte do Cáceres a sul de Badajoz apresentando
cada dança no traje da área a que pertence.
Rancho Folclórico da Casa do Povo do Pego
(RIBATEJO)
Representa fielmente os usos e costumes da sua aldeia na
reconstituição dos trajos usados desde 1900 até 1930, podendo
dizer-se que, atualmente, o rancho está “vestido” com
verdadeiras réplicas de trajes originais:
Nos femininos – Noiva, domingueiro (pobre e rico), filha de
lavrador abastado, de ir à aldeia e de trabalho;
Masculinos – Noivo, domingueiro (pobre e rico), de vendedor de
gado e de trabalho.
O Rancho Folclórico e Etnográfico de Casais de Revelhos (Abrantes)
Ribatejo– Zona Templários
Casais de Revelhos é uma aldeia da União de Freguesias de
Abrantes e Alferrarede, concelho de Abrantes, pertenceu à antiga
Província do Ribatejo, confinando com a Beira Baixa e o Alto
Alentejo.
O objetivo deste Grupo é a pesquisa, recolha, preservação e
divulgação do Património Etnográfico e Folclórico de Casais de
Revelhos e sua região, retratando a época final do século XIX,
através das modas que eram cantadas e bailadas nos campos, nas
eiras, nos largos e nas denominadas “casas de fora”, onde se
realizavam os bailes.
No campo do traje apresenta três vertentes: os de ocasião, os
domingueiros, e os de trabalho.
Rancho Folclórico de São Salvador de Grijó
(Douro Litoral Centro)
Dizem-nos que o trajar dos componentes foi fielmente estudado
e copiado dos trajos dos seus antepassados, os quais eram
geralmente usados em atividades locais, como são disso exemplo
a Leiteira, os trabalhadores do campo, a Lavadeira, a Galinheira,
e o Serandeiro entre outros.
Entre as danças e os cantares poderemos citar “o preto”, ”o
malhão” e o “vira valseado”.
Algumas Fotos do Evento
Os nossos agradecimentos a todos os que nos ajudaram.
Dia 19 julho
Participação no CantarGIl nas Festas de Montargil
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